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LETRAS – PORTUGUÊS E INGLÊS
RICARDO TEOTONIO BALISTA DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA
Colatina
2020
Ricardo teotonio Balista da Silva
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA
Trabalho apresentado à Unopar, como requisito parcial à aprovação no segundo semestre do curso de Letras – Português e Inglês.
Colatina
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	8
REFERÊNCIAS	9
INTRODUÇÃO
O Brasil, por conter uma grande dimensão territorial e uma população numerosa e miscigenada, com grande quantidade de descendentes de europeus, africanos, asiáticos e índios, apresenta uma vasta diversidade cultural no seu povo.
Esse é um tema de extrema importância e deve ser abordado em sala de aula, pois os alunos devem ter conhecimento da diversidade cultural do país e saberem a origem de festas folclóricas, culinária, crenças e todos os tipos de manifestações culturais, fortalecendo ainda mais o processo de valorização dos costumes locais, contrapondo a tentativa de unificação de uma cultura de massa imposta pelos meios de comunicação.
Ao abordar “A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática”, o professor deve promover no aluno o sentimento de valorização cultural do país, além do reconhecimento e respeito das diferentes culturas, mostrando que não existe uma melhor ou mais desenvolvida que a outra.
IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA
 
Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.
Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura. A cultura brasileira é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos que participaram da formação da população brasileira. Não existe só uma cultura brasileira.
A cultura brasileira, assim como a formação étnica do povo brasileiro, é vasta e diversa. Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses, entre outros, devido à colonização, à imigração e aos povos que já habitavam aqui.
Nossa proposta de reflexão refere-se a influência e importância da cultura afro-brasileira e indígena, podemos dizer que os elementos mais antigos da cultura genuinamente brasileira remontam aos povos indígenas que já habitavam o território de nosso país antes da chegada dos portugueses em 1500. Donos de uma cultura extensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elementos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.
Com a chegada dos portugueses e o início da colonização, a cultura europeia foi introduzida, à força, nos povos indígenas, e as missões da Companhia de Jesus vieram para o Brasil com o intuito de catequizar os índios.
No século XVII, devido ao grande número de engenhos de cana-de-açúcar, os europeus começaram a capturar e trazer os negros africanos, à força, para o Brasil, como escravos. Esses escravizados, trouxeram consigo elementos da sua cultura e de seus hábitos, como as religiões de matriz africana, a sua culinária e seus instrumentos musicais.
A Influência indígena em nosso dia a dia se remete a vários aspectos, alguns nem imaginamos vir de hábitos originalmente indígenas, nós consumimos pratos típicos indígenas, além de incorporarmos em nosso vocabulário palavras oriundas da família linguística tupi-guarani. Palavras como caju, acerola, guaraná, mandioca e açaí têm origem indígena, além do hábito alimentar que desenvolvemos comendo esses frutos e da mandioca ter nascido na cultura indígena antes da chegada dos portugueses.
Logo a Influência africana nos remete as suas práticas religiosas expressas hoje, principalmente, pelo candomblé e pela umbanda, que mistura elementos do candomblé com o espiritismo kardecista. Também trouxeram pratos típicos de suas regiões e desenvolveram aqui pratos com inspiração naquilo que compunha a culinária africana dos locais de onde vieram. Outra marca cultural que herdamos dos africanos é a capoeira, praticada até os dias atuais.
Não é possível explicar toda a influencia que esses dois povos tem em nossa cultura através de um texto, é necessário estudar, vivenciar e experiência algumas situações que vão nos remeter a um sentimento de pertença a essas culturas e consequentemente de respeito e empatia. 
Trazer para as aulas e para a vivência do educando a temática “A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática” é fazer cumprir o grande objetivo proposta pela lei no 11.645/2008 e na BNCC , que é fazer com que possamos refletir sobre a discriminação racial, valorizar a diversidade étnica, gerar debates, estimular valores e comportamentos de respeito e solidariedade. Para que esses objetivos se cumpram é necessário que exista uma educação voltada para diversidade cultural e as relações étnico-raciais nas escolas. 
Vale ressaltar a importância da lei 11.645/2008, pois a mesma foi criada para diminuir as ideias preconceituosas e estereotipadas em relação às comunidades indígenas e aos afro-brasileiros, ela apresenta a necessidade de uma construção da história étnica de nosso povo destacando os diferentes povos e as ações culturais existentes que a influenciou. Desse modo, as escolas deverão introduzir em seus currículos, os conhecimentos, saberes, modos de vida e organização social dos povos indígenas e dos afro-brasileiros, assim sendo capazes de educar cidadãos conscientes de seu pertencimento étnico-racial.
Em nossa sociedade há um senso comum que através dessa lei pode ser desconstruído. Muitas vezes encontramos nas escolas as seguintes concepções sobre indígenas e afro-brasileiros: O índio criado no Romantismo, o herói e perdedor que está sempre no passado, sendo uma marca nacional, O índio que um dia não existirá mais, que será exterminado pelo processo de aculturação, Indígenas serem atrasados socialmente, Preconceito com os trabalhos indígenas, etc.
Devido a essas concepções foram construídos ao longo do tempo um senso comum absurdo ligado aos povos indígenas e, também, aos afro-brasileiros. E por causa desses aspectos é possível perceber a importância dessa lei e como ela possibilitará a capacitação, a melhora de produção científica acerca dessas “minorias”.
Em termos de efetividade a lei ainda não teve sua consolidação. Muitas vezes as instituições de ensino não estão atentas para perceber a cultura afrodescendente e das comunidades indígenas até chegar o dia do folclore, a semana da consciência negra e o dia do índio.
   Mesmo assim, com a mobilização de professores, troca de ideias entre a comunidade escolar, os meios de comunicação, entre outros, influenciaram no aumento de atividades culturais envolvendo a supracitada lei.
  Atividades como feiras típicas, exposições históricas, teatros e elaboração de textos enriquecem o processo ensino-aprendizagem e contribuem para a formação de um cidadão apto a compreender aspectos envolvendo a História do Brasil, a constituição étnica da população brasileira, miscigenação e distribuição geográfica de afrodescendentes e povos indígenas no território nacional e a própria cultura deles.
A identidade do indivíduo é o principal elemento que justifica o seu pertencimento ao grupo social. Desta forma é destinado às instituições de ensino permitir e valorizar essa construção social ao estudantede um modo  que não o deixe às margens da sociedade mas sim fazendo-o ser parte da unidade nacional. As instituições de ensino devem exercer seu papel social, permitindo aos alunos vivenciarem a convivência e o respeito às diferenças e, também, a compreensão da história e cultura formada a partir das diversidades.
POSTAGEM FORMATIVA SOBRE A CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA.
O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, vem se dedicando nos últimos anos a destacar contribuições artísticas e culturais que formam o Brasil. “Heranças de um Brasil profundo” busca resgatar a cultura indígena, rompendo com a visão folclórica povoada de deuses, monstros e mitos. A exposição também apresenta o trabalho documental de renomados fotógrafos, entre eles, Claudia Andujar, Nair Benedicto, Maureen  Bisiliat, Manuel Rodrigues Ferreira, Rosa Gauditano, Jamie Stewart-Granger e Rodrigo Pretella. Um dos destaques é o painel com fotos originais do alemão Albert Frisch, que retratou povos da Amazônia no século XIX.
Essa ideia da herança tem o objetivo de trazer de volta à nossa memória a arte dos povos da floresta no que ela tem de mais esplendoroso que são as artes plumárias, mas também a arte dos objetos de uso, objetos simbólicos dessa cultura brasileira extraordinária. Observe a imagem abaixo, trata-se da obra “cunhatain”, antropofagia musical, de Denilson baniwa. 2018, acrílica sobre tecido, 200x160 cm. mentos construídos
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A 
 Com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, e da observação da obra cunhatain”, antropofagia musical, responda as seguintes perguntas.   Cunhatain, antropofagia musical, cruza universos indígenas com a tecnologia. Como você vê essa relação? Um celular ou um laptop tornam uma pessoas menos indígena? A obra mostra a influencia da tecnologia na vida indígena, e na sua vida, você consegue perceber as influencias indígenas e também africanas, quais? Como elas chegaram até você? u
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vastidão cultural brasileira deve-se, em primeiro lugar, ao fato de que vários povos migraram para o nosso país em fluxos variados e, em segundo lugar, pelas grandes dimensões territoriais brasileiras, que nos caracterizam como um país de proporção continental que possui condições climáticas e geográficas diferentes entre si. Essas diferenças presentes dentro de nosso território e a combinação de vários povos contribuíram fortemente para a formação plural de nossa cultura. 
A proposta de ensino visa mostrar a importância estudar e trabalhar o ensino de história e cultura e africana e indígena nas escolas, pois a escola é o local privilegiado para trabalhar temas que permite formar cidadãos conscientes, possibilitando o educando ampliar seu horizonte existencial, cultural e crítico, e que levam os educandos a valorizar as varias culturas, a posicionar-se contra todo tipo de discriminação, como a cultural, social, religiosa, de gênero, de etnia, dentre outras.
O ensino deve usar a diversidade cultural como forma de melhorar os conhecimentos dos estudantes, estimular a sua autoestima e respeito ao outro e não para segregar. Além disso, é uma maneira de contribuir para a cultura da paz e do respeito, o que é muito importante para a vida em sociedade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embai xa_site_110518.pdf Acesso em: 30 de out. 2020.
Horizontes étnicos. Lei 11.645 e sua importância para a sociedade. Disponível em: https://horizontesetnicos.wordpress.com/2015/08/17/lei-11-645-e-sua-importancia-para-a-sociedade/. Acesso em: 30 de out. de 2020
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, diretrizes curriculares nacionais para a Educação das Relações Étnicas e Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília/DF. SEPPIR. 2004.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos temas transversais, Rio De Janeiro, DD&A 2000.
PORFÍRIO, Francisco. Cultura brasileira. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira.htm.Acesso em: 30 de out. de 2020.