Buscar

[7265 - 20620]empreendedorismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Empreendedorismo
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Em
preendedorism
o
Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Empreendedorismo
Disciplina na modalidade a distância
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Reitor Unisul
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor 
Sebastião Salésio Heerdt
Chefe de Gabinete da 
Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitora Acadêmica
Miriam de Fátima Bora Rosa
Pró-Reitor de Administração
Fabian Martins de Castro
Pró-Reitor de Ensino
Mauri Luiz Heerdt
Campus Universitário de 
Tubarão 
Diretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitário da 
Grande Florianópolis 
Diretor 
Hércules Nunes de Araújo
Campus Universitário 
UnisulVirtual
Diretora
Jucimara Roesler 
Equipe UnisulVirtual 
Diretora Adjunta
Patrícia Alberton 
Secretaria Executiva e Cerimonial
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)
Marcelo Fraiberg Machado
Tenille Catarina
Assessoria de Assuntos 
Internacionais 
Murilo Matos Mendonça
Assessoria de Relação com Poder 
Público e Forças Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Disciplinas a 
Distância
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)
Carlos Alberto Areias
Cláudia Berh V. da Silva
Conceição Aparecida Kindermann
Luiz Fernando Meneghel
Renata Souza de A. Subtil
Assessoria de Inovação e 
Qualidade de EAD
Denia Falcão de Bittencourt (Coord)
Andrea Ouriques Balbinot
Carmen Maria Cipriani Pandini
Iris de Sousa Barros
Assessoria de Tecnologia 
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)
Felipe Jacson de Freitas
Jefferson Amorin Oliveira
Phelipe Luiz Winter da Silva
Priscila da Silva
Rodrigo Battistotti Pimpão
Tamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenação Cursos
Coordenadores de UNA
Diva Marília Flemming
Marciel Evangelista Catâneo
Roberto Iunskovski
Assistente e Auxiliar de 
Coordenação
Maria de Fátima Martins (Assistente)
Fabiana Lange Patricio
Tânia Regina Goularte Waltemann
Ana Denise Goularte de Souza
Coordenadores Graduação
Adriano Sérgio da Cunha
Aloísio José Rodrigues
Ana Luísa Mülbert
Ana Paula R. Pacheco
Arthur Beck Neto
Bernardino José da Silva
Catia Melissa S. Rodrigues
Charles Cesconetto
Diva Marília Flemming
Fabiano Ceretta
José Carlos da Silva Junior
Horácio Dutra Mello
Itamar Pedro Bevilaqua
Jairo Afonso Henkes
Janaína Baeta Neves
Jardel Mendes Vieira
Joel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. Cardoso
José Carlos N. Oliveira
José Gabriel da Silva
José Humberto D. Toledo
Joseane Borges de Miranda
Luciana Manfroi
Luiz G. Buchmann Figueiredo
Marciel Evangelista Catâneo
Maria Cristina S. Veit
Maria da Graça Poyer
Mauro Faccioni Filho
Moacir Fogaça
Nélio Herzmann
Onei Tadeu Dutra
Patrícia Fontanella
Rogério Santos da Costa
Rosa Beatriz M. Pinheiro
Tatiana Lee Marques
Valnei Carlos Denardin
Roberto Iunskovski
Rose Clér Beche
Rodrigo Nunes Lunardelli
Sergio Sell
Coordenadores Pós-Graduação
Aloisio Rodrigues
Bernardino José da Silva
Carmen Maria Cipriani Pandini
Daniela Ernani Monteiro Will
Giovani de Paula
Karla Leonora Nunes
Leticia Cristina Barbosa
Luiz Otávio Botelho Lento
Rogério Santos da Costa 
Roberto Iunskovski
Thiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerência Administração
Acadêmica
Angelita Marçal Flores (Gerente)
Fernanda Farias
Secretaria de Ensino a Distância
Samara Josten Flores (Secretária de Ensino)
Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)
Adenir Soares Júnior
Alessandro Alves da Silva
Andréa Luci Mandira
Cristina Mara Schauffert
Djeime Sammer Bortolotti
Douglas Silveira
Evilym Melo Livramento
Fabiano Silva Michels
Fabricio Botelho Espíndola
Felipe Wronski Henrique
Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Indyanara Ramos
Janaina Conceição
Jorge Luiz Vilhar Malaquias
Juliana Broering Martins
Luana Borges da Silva
Luana Tarsila Hellmann
Luíza Koing  Zumblick
Maria José Rossetti
Marilene de Fátima Capeleto
Patricia A. Pereira de Carvalho
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Mauricio Silveira Bubalo
Rosângela Mara Siegel
Simone Torres de Oliveira
Vanessa Pereira Santos Metzker
Vanilda Liordina Heerdt
Gestão Documental
Lamuniê Souza (Coord.)
Clair Maria Cardoso
Daniel Lucas de Medeiros
Eduardo Rodrigues
Guilherme Henrique Koerich
Josiane Leal
Marília Locks Fernandes
Gerência Administrativa e 
Financeira
Renato André Luz (Gerente)
Ana Luise Wehrle
Anderson Zandré Prudêncio
Daniel Contessa Lisboa
Naiara Jeremias da Rocha
Rafael Bourdot Back 
Thais Helena Bonetti
Valmir Venício Inácio
Gerência de Ensino, Pesquisa 
e Extensão
Moacir Heerdt (Gerente)
Aracelli Araldi
Elaboração de Projeto e 
Reconhecimento de Curso
Diane Dal Mago
Vanderlei Brasil
Francielle Arruda Rampelotte
Extensão
Maria Cristina Veit (Coord.)
Pesquisa
Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)
Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)
Pós-Graduação
Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.)
Biblioteca
Salete Cecília e Souza (Coord.)
Paula Sanhudo da Silva
Renan Felipe Cascaes
Gestão Docente e Discente
Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitação e Assessoria ao 
Docente
Simone Zigunovas (Capacitação)
Alessandra de Oliveira (Assessoria)
Adriana Silveira
Alexandre Wagner da Rocha
Elaine Cristiane Surian
Juliana Cardoso Esmeraldino
Maria Lina Moratelli Prado
Fabiana Pereira
Tutoria e Suporte
Claudia Noemi Nascimento (Líder)
Anderson da Silveira (Líder)
Ednéia Araujo Alberto (Líder)
Maria Eugênia F. Celeghin (Líder)
Andreza Talles Cascais
Daniela Cassol Peres
Débora Cristina Silveira
Francine Cardoso da Silva
Joice de Castro Peres
Karla F. Wisniewski Desengrini
Maria Aparecida Teixeira
Mayara de Oliveira Bastos
Patrícia de Souza Amorim
Schenon Souza Preto
Gerência de Desenho 
e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch (Gerente)
Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)
Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.)
Aline Cassol Daga
Ana Cláudia Taú
Carmelita Schulze
Carolina Hoeller da Silva Boeing
Eloísa Machado Seemann
Flavia Lumi Matuzawa
Gislaine Martins
Isabel Zoldan da Veiga Rambo
Jaqueline de Souza Tartari
João Marcos de Souza Alves
Leandro Romanó Bamberg
Letícia Laurindo de Bonfim
Lygia Pereira
Lis Airê Fogolari
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Marina Melhado Gomes da Silva
Marina Cabeda Egger Moellwald
Melina de La Barrera Ayres
Michele Antunes Corrêa
Nágila Hinckel
Pâmella Rocha Flores da Silva
Rafael Araújo Saldanha
Roberta de Fátima Martins
Roseli Aparecida Rocha Moterle 
Sabrina Bleicher
Sabrina Paula Soares Scaranto
Viviane Bastos
Acessibilidade 
Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) 
Letícia Regiane Da Silva Tobal
Mariella Gloria Rodrigues
Avaliação da aprendizagem 
Geovania Japiassu Martins (Coord.)
Gabriella Araújo Souza Esteves 
Jaqueline Cardozo Polla
Thayanny Aparecida B.da Conceição
Gerência de Logística
Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logísitca de Materiais
Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.)
Abraao do Nascimento Germano
Bruna Maciel
Fernando Sardão da Silva
Fylippy Margino dos Santos
Guilherme Lentz
Marlon Eliseu Pereira
Pablo Varela da Silveira
Rubens Amorim
Yslann David Melo Cordeiro
Avaliações Presenciais
Graciele M. Lindenmayr (Coord.)
Ana Paula de Andrade
Angelica Cristina Gollo
Cristilaine Medeiros
Daiana Cristina Bortolotti
Delano Pinheiro Gomes
Edson Martins Rosa Junior
Fernando Steimbach
Fernando Oliveira Santos
Lisdeise Nunes Felipe
Marcelo Ramos
Marcio Ventura
Osni Jose Seidler Junior
Thais Bortolotti
Gerência de Marketing
Fabiano Ceretta (Gerente)
Relacionamento com o Mercado 
Eliza Bianchini Dallanhol Locks
Relacionamento com Polos 
Presenciais
Alex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson Pandolfo
Karine Augusta Zanoni
Marcia Luz de Oliveira
Assuntos Jurídicos
Bruno Lucion Roso
Marketing Estratégico
Rafael Bavaresco Bongiolo
Portal e Comunicação
Catia Melissa Silveira Rodrigues 
Andreia Drewes
Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Marcelo Barcelos
Rafael Pessi
Gerência de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Francini Ferreira Dias
Design Visual
Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Adriana Ferreira dos Santos
Alex Sandro Xavier
Alice Demaria Silva
Anne Cristyne PereiraCristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Daiana Ferreira Cassanego
Diogo Rafael da Silva
Edison Rodrigo Valim
Frederico Trilha
Higor Ghisi Luciano
Jordana Paula Schulka
Marcelo Neri da Silva
Nelson Rosa
Oberdan Porto Leal Piantino
Patrícia Fragnani de Morais
Multimídia
Sérgio Giron (Coord.)
Dandara Lemos Reynaldo
Cleber Magri
Fernando Gustav Soares Lima
Conferência (e-OLA)
Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)
Bruno Augusto Zunino 
Produção Industrial
Marcelo Bittencourt (Coord.)
Gerência Serviço de Atenção 
Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon (Gerente)
André Luiz Portes 
Carolina Dias Damasceno
Cleide Inácio Goulart Seeman
Francielle Fernandes
Holdrin Milet Brandão
Jenniffer Camargo
Juliana Cardoso da Silva
Jonatas Collaço de Souza
Juliana Elen Tizian
Kamilla Rosa
Maurício dos Santos Augusto
Maycon de Sousa Candido
Monique Napoli Ribeiro
Nidia de Jesus Moraes
Orivaldo Carli da Silva Junior
Priscilla Geovana Pagani
Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Scheila Cristina Martins
Taize Muller
Tatiane Crestani Trentin
Vanessa Trindade
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual
Palhoça
UnisulVirtual
2011
Ingo Louis Hermann
Revisão e atualização de conteúdo
Ingo Louis Hermann
Design Instrucional 
Roseli Rocha Moterle
3ª edição
Empreendedorismo
Livro didático
Edição – Livro Didático
Professor(es) Conteudista(s)
Ingo Louis Hermann
Revisão e atualização de conteúdo
Ingo Louis Hermann
Design Instrucional 
Flavia Lumi Matuzawa
Viviane Bastos
Roseli Rocha Moterle (3ª edição)
ISBN
978-85-7817-238-1
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Diogo Silva (3ª edição)
Revisão
Diane Dal Mago (3ª edição)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 
658.42
H47 Hermann, Ingo Louis
Empreendedorismo : livro didático / Ingo Louis Hermann ; revisão e 
atualização de conteúdo Ingo Louis Hermann ; design instrucional [Flavia 
Lumi Matuzawa, Viviane Bastos], Roseli Rocha Moterle. – 3. ed. – Palhoça : 
UnisulVirtual, 2011.
175 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-238-1 
1. Empreendedor. 2. Planejamento estratégico. I. Matuzawa, Flavia 
Lumi. II. Bastos, Viviane. III. Moterle, Roseli Rocha. IV. Título.
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
UNIDADE 3 - Formação do empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
UNIDADE 4 - Rede de relacionamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
UNIDADE 5 - Criatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
UNIDADE 6 - Aspectos legais para constituição 
de um empreendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
UNIDADE 7 - Plano de Negócio: abordagem inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
UNIDADE 8 - Comércio eletrônico: oportunidades 
de negócios na internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 165
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Empreendedorismo.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso, a “distância” fica 
caracterizada somente na modalidade de ensino que você 
optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem os 
professores e a instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você 
tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, 
tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de 
Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que 
for enviado e recebido fica registrado, para seu maior controle 
e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior 
prazer em lhe atender, porque sua aprendizagem é o nosso 
principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
Palavras do professor
O Brasil é considerado um dos mais promissores países 
industrializados em ascensão. O otimismo é uma 
característica do brasileiro, assim como o número de novos 
empreendimentos que, a cada ano, nascem no país e que nos 
colocam na lista dos mais empreendedores do mundo.
Seja o vendedor de cachorro-quente que trabalha sozinho e 
estaciona o seu carrinho em alguma esquina ou o empresário 
da grande corporação, sempre à procura de estruturas e 
sistemas inovadores que gerem capacidade técnica e os 
apliquem de forma a acentuar o desempenho competitivo para 
um crescimento acelerado e sustentável, há muito em comum 
entre esses dois indivíduos.
Como se não bastasse, as empresas estão em constantes 
adequações para enfrentar a concorrência de um mundo 
cada vez mais globalizado, impondo mudanças também 
aos seus funcionários, que hoje devem ser cada vez mais 
pró-ativos, líderes de equipe, críticos e participativos com o 
planejamento estratégico da empresa, sendo o aprendizado 
contínuo e o desenvolvimento de novas competências essencial 
para a estabilidade da empresa, seu crescimento e a própria 
manutenção de postos de trabalho.
Quando se fala em empreendedorismo, deve ficar claro que 
não há verdades absolutas ou o que é certo ou errado. O 
empreendedorismo é algo dinâmico, e cada empreendedor cria 
as suas próprias regras para conduzir o seu empreendimento; 
simplesmente porque a realidade de um empreendedor/
empreendimento é diferente de outro, sendo a flexibilidade e a 
busca de soluções específicas uma constante. 
10
Este livro apresenta as noções básicas do empreendedorismo e da 
atividade do empreendedor na medida em que analisa a dinâmica 
do processo que conduz o indivíduo a ser um empreendedor de 
sucesso, considerando o seu trabalho no dia-a-dia da empresa 
e as competências que devem ser desenvolvidas para o efetivo 
desempenho dessa função.
Esta disciplina não tem a pretensão de se dirigir apenas àqueles 
que pretendem se tornar empreendedores ou mesmo aos que já 
estão à frente do próprio negócio, mas também incentivar pessoas 
que, embora estejam satisfeitas com a condição de funcionários 
de empresa, queiram se reciclar e se preparar parauma melhor 
colocação no mercado de trabalho. 
Desejo a todos um excelente estudo e que sejam muito bem-vindos!
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 � o livro didático;
 � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 � o Sistema Tutorial.
Ementa
Empreendedorismo e empreendedor. Perfil do empreendedor. 
Habilidades do empreendedor. Qualidades do empreendedor. 
A constituição de empreendimentos: aspectos estratégicos, 
gerenciais e operacionais. Empreendedorismo frente à gestão 
de pessoas e das organizações.
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
Geral
Disseminar o empreendedorismo e possibilitar uma mudança de 
visão em relação ao trabalho tradicional, visando à formação de 
lideranças, agentes de mudanças e indivíduos dispostos a assumir 
riscos para construir, inovar e formar profissionais com cultura 
mais ampla, gerando trabalho para si e para os outros, sob a 
forma de empreendimentos.
Específicos
 � Alicerçar uma mudança de cultura, passando a formar 
indivíduos que gerem trabalho e renda.
 � Fornecer instrumentos teóricos e práticos para que as 
pessoas conheçam as características e competências 
necessárias ao exercício das atividades do empreendedor 
e considerem a possibilidade de se inserirem no mercado 
de trabalho como donos do próprio empreendimento.
 � Conhecer as noções básicas de um Plano de Negócio.
Carga horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação.
Unidades de estudo: 8
13
Empreendedorismo
Unidade 1 – Empreendedorismo
A unidade aborda os principais conceitos sobre 
empreendedorismo e descreve sua construção ao longo da 
história, bem como as tendências de futuro. Também assinala 
a contribuição do empreendedorismo para o desenvolvimento 
econômico e social e a necessidade de uma mudança de cultura 
em relação à expectativa de trabalho e renda. 
Unidade 2 – Empreendedor
Nesta unidade apresentamos as mudanças que ocorreram nas 
últimas décadas em relação ao modelo de constituição das 
empresas frente ao mercado. Vamos compreender a definição de 
empreendedor, os fatores que levam o indivíduo a empreender e, 
também, algumas das suas principais características. Por fim, será 
apresentado o conceito de intraempreendedor, um novo perfil 
profissional para atuar nas organizações. 
Unidade 3 – Formação do empreendedor
A unidade apresenta os aspectos da formação do empreendedor: 
ambiente familiar, idade e histórico familiar. Também serão abordadas 
as competências necessárias para o exercício dessa atividade. 
Unidade 4 – Rede de relacionamentos
Nesta unidade veremos o que são redes de relacionamento e 
como construí-las para o desenvolvimento e sustentabilidade 
do empreendimento. 
Unidade 5 – Criatividade
Nesta unidade vamos identificar fontes de ideias e os fatores que 
inibem a criatividade do empreendedor; também vamos conhecer 
métodos de geração e validação de ideias em oportunidades. Por 
fim, será apresentado um plano de ação que possibilite alcançar e 
colocar as ideias em prática. 
Unidade 6 – Aspectos legais para constituição de um empreendimento
A unidade aborda os diferentes tipos de constituição de empresas, 
inclusive as novas modalidades incorporadas a partir do Novo Código 
Civil. Vamos analisar os tipos de propriedade intelectual e, também, 
compreender a natureza e o propósito das marcas e patentes. 
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 7 – Plano de Negócio: abordagem inicial
Nesta unidade, você irá conhecer os tipos, as questões, o 
motivo e o momento mais adequado para elaboração de um 
plano de negócio e, consequentemente, os benefícios que esta 
ferramenta de gestão pode trazer para a organização. Outro 
aspecto abordado será a estruturação do plano, no intuito de 
validá-lo junto aos possíveis interessados, inclusive aos agentes de 
financiamento e investidores.
Unidade 8 – Comércio eletrônico: oportunidades de negócios na internet
Nesta unidade, será apresentada a definição de comércio eletrônico 
e suas principais aplicações; também serão abordados os benefícios 
desse comércio às organizações, aos consumidores e à sociedade. 
A partir das indicações de crescimento, o comércio eletrônico é 
apresentado como oportunidade de negócio na internet, a partir do 
desenvolvimento de novos produtos e serviços.
15
Empreendedorismo
Agenda de atividades/Cronograma
 � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 � Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
1UNIDADE 1Empreendedorismo
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o conceito de empreendedorismo e seu 
desenvolvimento histórico.
 � Entender a importância do empreendedorismo 
no contexto econômico e social, assim como as 
perspectivas de futuro em relação ao tema.
Seções de estudo
Seção 1 Por que estudar o assunto?
Seção 2 Definição de empreendedorismo
Seção 3 Desenvolvimento ao longo da história
Seção 4 A importância do empreendedorismo para o 
desenvolvimento econômico e social
Seção 5 O futuro do empreendedorismo
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Não é raro encontrar pessoas que têm até dificuldade em 
pronunciar essa palavra: empreendedorismo. O fato é que esse 
tema vem sendo discutido nos últimos anos com mais intensidade 
e já é considerado como fundamental para o desenvolvimento 
econômico e social do país. 
É muito importante que fique claro que em empreendedorismo 
não há uma busca de consenso ou da melhor solução, assim como 
também não se busca o certo ou errado. O empreendedorismo se faz 
quase que de forma individual, adequando-se a cada nova situação.
Empreendedorismo também não é um modismo ou coisa de 
momento. Veio para ficar e está sendo implantado na forma de 
disciplina em escolas, colégios e universidades, aumentando, de 
forma decisiva, o número de empresas e de postos de trabalho. 
Pode ser entendido como negócio próprio ou a atividade pró-
ativa do funcionário que trabalha em busca da melhor solução 
dentro da empresa como funcionário. 
A partir de agora, você será apresentado a vários conceitos que 
fundamentam essa disciplina, para que mais adiante possa 
desenvolver o Plano de Negócio do seu próprio empreendimento. 
Seja bem-vindo e esteja preparado para uma verdadeira mudança 
de cultura. Bom estudo!
Seção 1 – Por que estudar o assunto? 
A relação cada vez mais intensa entre nações, empresas e 
indivíduos e as necessidades de adequação dos processos hoje 
existentes presumem uma busca constante da redução de custos, 
diminuição do quadro de funcionários, automação dos processos 
industriais e competitividade.
A transformação rápida, que vem ocorrendo no perfildos novos 
empregos, com o advento da globalização, torna a informação 
e a tecnologia fatores imprescindíveis de domínio por parte das 
gerações que chegam ao mercado de trabalho.
19
Empreendedorismo
Unidade 1
Para Bastos (apud BOOG, 1994), vive-se um momento de alta 
concorrência e equilíbrio nos padrões de serviço, tecnologia, 
qualidade, preços e agilidade nos processos, ao lado de uma forte 
globalização, com a abertura de mercados e de informações, o que 
produz mudanças sensíveis na filosofia empresarial.
Lucena (1999) considera que todas as empresas, independentemente 
de seu estágio de desenvolvimento, da natureza de seu negócio, ou 
das características peculiares do mercado onde atuam, estão expostas, 
em maior ou menor grau, a algumas realidades inevitáveis, visto que 
é cada vez mais forte a pressão e a influência das forças do ambiente 
externo na vida das organizações.
Este ambiente, além de suas ambiguidades e contradições, é cada 
vez mais instável, surpreendente, imprevisível e se encontra em 
processo contínuo de transformações.
Você consegue perceber as mudanças? Reflita sobre 
o que está acontecendo nos diversos setores da 
sociedade. Aproveite e registre suas impressões, pois 
elas serão úteis para seu estudo!
As iniciativas para criação e manutenção de novas linhas de 
produtos ou serviços terão que se apoiar, cada vez mais, nas 
necessidades e aspirações do mercado e, cada vez menos, na 
capacidade operativa das máquinas e da infraestrutura produtiva 
das organizações, montadas em função do seu negócio.
No campo educacional, a identificação dessas novas necessidades 
e a percepção desse estado de mudanças trouxeram algumas 
reformulações, que ainda correm na contramão de uma tendência 
mundial, uma vez que a maioria dos cursos brasileiros ainda 
insiste em preparar seus alunos para a busca do emprego.
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
De modo geral, você pode perceber que o empreendedorismo 
aparece como uma forma renovada de pensar e enfrentar as 
adversidades impostas pelas forças de mercado e parece ser 
a maneira mais eficaz para a geração de trabalho e renda, 
contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.
Nesta disciplina, além do conteúdo teórico, você está sendo 
convidado a participar de exercícios práticos, que podem se 
traduzir em uma mudança de visão e atitude em relação à 
atividade profissional que você poderá exercer por toda sua vida. 
Seja bem-vindo e participe! O seu sucesso pode representar o 
sucesso para muitas outras pessoas.
Seção 2 – Definição de empreendedorismo
Segundo Dornelas (2001), Richard Cantillon, importante 
economista do século XVII, foi considerado por muitos como um 
dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos 
primeiros a diferenciar o empreendedor — aquele que assumia 
riscos — do capitalista — aquele que fornecia o capital. Podemos 
citar como exemplo o caso das pesquisas referentes à eletricidade 
e à química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o 
auxílio de investidores que financiaram seus experimentos.
Para Schumpeter (1982), o empreendedorismo é visto como o 
motor da economia, o agente de inovação e mudanças capazes de 
desencadear o crescimento econômico do país.
O conceito de inovação e novidade é uma parte 
integrante do empreendedorismo.
A inovação, o ato de lançar algo novo, é uma das mais difíceis 
tarefas para o empreendedor. Exige não só a capacidade de criar 
e conceitualizar, mas também a capacidade de entender todas as 
forças atuantes no ambiente. A novidade pode ser desde um novo 
produto e um novo sistema de distribuição, até um método para 
desenvolver uma nova estrutura organizacional.
21
Empreendedorismo
Unidade 1
Em quase todas as definições de empreendedorismo, há um 
consenso de que estamos falando de uma espécie de comportamento 
que inclui: iniciativa, organização e reorganização dos mecanismos 
sociais e econômicos, a fim de transformar recursos e situações para 
proveito prático e aceitar o risco e o fracasso.
Como definição, temos que o empreendedorismo é 
o processo de criar algo novo com valor, dedicando 
o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos 
financeiros, psíquicos e sociais correspondentes 
e recebendo as consequentes recompensas da 
satisfação e independência econômica e pessoal.
Você verá, nas próximas seções, o histórico do empreendedorismo 
e vai entender um pouco mais sobre o assunto e sua importância 
na sociedade. Você já parou para pensar em como promover 
o desenvolvimento econômico e social sem inovações. Reflita: 
como seria a sua vida hoje, se nos últimos 20 anos não tivessem 
ocorrido inovações? 
Seção 3 – Desenvolvimento ao longo da história
A capacidade empreendedora é das primeiras formas de 
trabalho humano, antecedendo às modificações nas atividades 
geradas pela primeira Revolução Industrial.
Com ela originou-se o contrato de trabalho e o conceito do emprego, 
com as garantias sociais conquistadas a partir das diversas lutas 
entre capital e trabalho, desde sua instituição.
Ao estudar as formas de trabalho humano, Saviani (2000) afirma 
que no início da humanidade prevalecia o modo de produção 
comunal, caracterizado pela ausência de classes, coletivização 
da produção e da propriedade. Neste estágio, a humanidade era 
nômade porque vivia em busca da oferta de alimentos oferecidos 
pela natureza. 
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
A sedentarização humana, proporcionada pela revolução agrícola, 
leva à apropriação da terra por uma classe, o que faz surgir a 
propriedade privada.
Tal situação verifica-se na antiguidade greco-romana, onde há a 
classe dos proprietários e a dos não-proprietários. Os segundos 
assumem a tarefa de manterem a si próprios e aos senhores. Os 
proprietários, que podem viver sem trabalhar, irão constituir uma 
classe ociosa e, portanto, disponível para uma educação distinta.
Na Idade Média, a terra permanece como meio 
dominante de produção, e a agricultura, como 
principal atividade econômica.
Enquanto na Antiguidade os homens viviam na cidade 
empenhados nas atividades artesanais, na Idade Média, viviam no 
campo e do campo, sendo a atividade agrícola a base da economia, 
residindo aí a grande distinção entre as duas fases históricas: a 
forma de trabalho. Enquanto na mais antiga o trabalho escravo 
era predominante, na Idade Média o era o servil. Na sociedade 
Medieval, o ócio era privilégio de nobres e religiosos. 
Outro aspecto relevante na Idade Média é a 
subordinação das cidades ao campo.
Nas primeiras, desenvolvia-se o artesanato que era a indústria 
própria da agricultura, na medida em que produzia apenas os 
instrumentos rudimentares que a vida do campo necessitava.
No entanto, a partir das atividades artesanais — as quais evoluíram 
para as corporações de ofício e do acúmulo permitido pela economia 
feudal é que foi possibilitado o crescimento de uma atividade 
mercantil, a qual está na origem do capital investido na própria 
produção, originando a indústria. O burguês surgirá dentro desse 
contexto, será o habitante do burgo, ou seja, da cidade.
É a partir desse conjunto de transformações que o eixo do 
processo produtivo do campo se deslocará para a cidade, da 
agricultura para a indústria, criando um novo modo de produção, 
que é conhecido por capitalista burguês.
23
Empreendedorismo
Unidade 1
Com o crescimento da atividade mercantil, iniciaram-se as 
trocas com o Oriente, e tornou-se necessária a descoberta de 
uma nova rota marítima para as Índias, com a finalidade de 
romper o monopólio do comércio com os países do oriente, feito, 
principalmente, pelos venezianos. 
Datam daquela época as grandes navegações, representando 
os primeiros empreendimentos e fazendo surgir os primeiros 
empreendedores.
Como essa empreitada requeria um alto investimento de risco, 
diga-se de passagem as Coroas eram convidadas a participar 
financeiramente com a promessa de lucro posterior. Nesse mesmo 
período, encontra-se o embrião das sociedadesanônimas, com a 
criação das companhias e sociedades.
O objetivo das Coroas era o de reunir participações em dinheiro 
para financiamento de navegações ou retorno do capital e lucro 
quando voltasse à expedição.
O empreendedorismo, como capacidade transformada em 
atividade lucrativa, pode, pois, ser historicamente localizado com 
o surgimento das grandes navegações, embora se acredite que o 
espírito empreendedor tenha feito parte do primeiro homem que, 
percebendo a necessidade de um tipo de produto ou serviço no 
mercado, tenha oferecido a um determinado custo.
Como você pode observar, o empreendedorismo não 
é algo novo, remonta ao início dos tempos e faz parte 
da própria evolução do ser humano. Trata-se de um 
exercício constante de criação e inovação de processos, 
produtos e serviços que contribuem de maneira 
significativa com a própria evolução da espécie. 
Afinal, a capacidade empreendedora é um processo que ocorre 
em diferentes ambientes e situações empresariais. Provoca 
mudança por meio da inovação feita por pessoas que geram ou 
aproveitam oportunidades econômicas, que criam valor tanto 
para si próprios quanto para a sociedade.
Sob essa perspectiva, o empreendedorismo é uma nova roupagem 
de uma antiga atividade, além disso, toda a tecnologia e técnica 
desenvolvidas pelos indivíduos ao longo da história da humanidade 
apontam para o gênio criativo e empreendedor humano.
24
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 4 – A importância do empreendedorismo para o 
desenvolvimento econômico e social
Novas empresas contribuem de forma significativa para o 
desenvolvimento econômico, principalmente nos países em 
desenvolvimento. Ao ter sucesso, os novos empresários criam 
empregos, expandem segmentos de mercado, aumentam a 
produção de bens e serviços e dinamizam a economia das 
comunidades onde operam.
Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em 
parceria com a USP Universidade de São Paulo, feito em 2002, 
demonstra que um grande número de microempresas se converte 
em pequenas e médias empresas (PMEs), em um período de 
três anos, existindo uma relação positiva entre o número de 
novas empresas e o crescimento econômico, e entre a geração de 
empregos para jovens e a modernização da estrutura empresarial. 
Esse estudo apresenta novos elementos sobre a capacidade 
de empresários gerarem empregos e de contribuírem para o 
dinamismo da economia interna, e analisou também três fases 
críticas do processo de criação de novas empresas: 
Fases
Processos motivacionais e de tomada de decisões, busca 
por oportunidades, mobilização de recursos e principais 
problemas ou “Características”
Gestação
Esta fase é relativamente longa, indo do momento em que o 
empreendedor tem a ideia, identifica o nicho de mercado e 
concebe a empresa até o momento de fazer planos concretos 
para colocar a ideia em prática.
Constituição Compreende o momento que o empreendedor decide criar a empresa até quando reúne todos os meios para inaugurá-la.
Desenvolvimento 
inicial
Cobre o período dos três primeiros anos de funcionamento, 
críticos para a sobrevivência da empresa.
Quadro 1.1 – Fases do processo de criação de novas empresas
Fonte: Elaboração do autor (2008).
Veja a seguir, mais detalhes a respeito de cada fase, segundo 
informações a partir do relatório da pesquisa. 
25
Empreendedorismo
Unidade 1
a) Fase de gestação da empresa
A pesquisa identificou que, desde o momento em que o 
indivíduo sente o desejo de abrir uma nova empresa até àquele 
em que identifica a oportunidade de negócio, decorrem em 
média de quatro a cinco anos. As motivações que geram 
novos empreendimentos incluem tanto objetivos estritamente 
econômicos como de desenvolvimento pessoal.
A realização pessoal é a principal motivação para criar um novo 
negócio, sendo o aumento da renda um objetivo econômico.
A segunda motivação não econômica de maior importância é 
a de contribuir para a sociedade. O apoio familiar é um dos 
principais fatores que contribui para a motivação dos novos 
empresários. A maioria deles foi apoiada por seu núcleo familiar 
e grupo social mais próximo. Somente 10% dos empresários 
entrevistados encontraram alguma oposição por parte de suas 
famílias quando demonstraram a intenção de abrir um negócio.
A experiência profissional é a fonte de mobilização e de geração 
de capacidade empresarial mais importante para os empresários.
A educação universitária, ainda que proporcione conhecimento 
tecnológico aos empresários em potencial, tem papel limitado na 
motivação e no desenvolvimento da capacidade empresarial.
O principal nicho de mercado para abertura de novos 
empreendimentos encontra-se na venda de produtos ou serviços 
para outras companhias, particularmente para as PMEs. Um 
número significativo de novos empreendimentos fornece bens e 
serviços tecnológicos, incluindo-se software, telemática e serviços 
relacionados à internet. 
As redes são um dos dois fatores mais vitais para o 
desenvolvimento de novas empresas. Mais de 70% dos 
empresários informaram que a chave para identificar as 
oportunidades de negócios é a interação com as pessoas e a 
experiência profissional prévia. 
Em geral, as empresas mais dinâmicas possuem um número 
maior de contatos pessoais e comerciais (por exemplo, com 
executivos de grandes, médias e pequenas empresas) e os utilizam 
com maior frequência do que as menos dinâmicas. 
Contatos e relacionamentos 
do empreendedor e seus 
sócios.
26
Universidade do Sul de Santa Catarina
b) Fase de constituição da empresa
A decisão do empreendedor de abrir um novo negócio é 
fortemente influenciada por motivações econômicas e não 
econômicas, similares às da fase de gestação.
As motivações pessoais mais importantes são 
autorrealização, o desafio de enfrentar mudanças 
contínuas e o de contribuir para a sociedade.
A disponibilidade de financiamento, ainda que seja um fator 
importante na decisão de lançar uma empresa, não tem 
tanta relevância quanto os fatores motivacionais descritos 
anteriormente. Isso se deve porque, mesmo que o financiamento 
externo seja escasso, os empreendedores encontram alternativas e 
mecanismos criativos para desenvolverem seus projetos. 
Outra característica importante é a habilidade para alavancar 
recursos financeiros. Ela é essencial para o negócio ter uma boa 
garantia de sucesso. A experiência profissional anterior e as redes 
de contato ajudam a abrir as portas aos recursos necessários para 
iniciar as operações de uma nova empresa.
De acordo com a pesquisa, mais de 80% dos empreendedores 
disseram que a experiência em trabalhos anteriores lhes ajudou 
a obter tecnologia e outros recursos não financeiros, incluindo 
informações, matérias-primas, equipamentos e instalações. Veja 
outros resultados:
 � O uso de redes de contatos pessoais, como meio para 
chegar às fontes de recursos, é mais frequente em áreas 
locais com alta presença de PMEs do que nas áreas 
metropolitanas pesquisadas. Nas cidades com maior 
concentração de pequenas e médias empresas, os vínculos 
interempresariais e sociais tendem a ser mais fortes.
 � O acesso aos recursos financeiros é uma verdadeira 
“prova de fogo” para a constituição e desenvolvimento 
inicial das empresas. 
 � A poupança pessoal dos novos empresários é a 
principal fonte de recursos financeiros para o 
lançamento do seu empreendimento.
27
Empreendedorismo
Unidade 1
 � 70% dos empreendedores lançam seus negócios com 
recursos financeiros próprios, enquanto outros 20% 
utilizam recursos de amigos e de parentes. As fontes 
de financiamentos externos, como empréstimos 
bancários e investidores privados informais, não estão 
tão disponíveis na América Latina, se comparadas 
com as de outros locais como, por exemplo, o Leste 
Asiático, sendo a falta de financiamento um dos 
maiores obstáculos para os empreendedores.
 � Nesta fase utilizam-se mais fontes alternativas de 
financiamento e mecanismos que possam reduzir 
ao mínimo a necessidade de tomar empréstimosde 
terceiros. Entre esses mecanismos estão: 
i) créditos de fornecedores; 
ii) adiantamentos de clientes; 
iii) atraso no pagamento do pessoal, serviços 
públicos e impostos; 
iv) compra de equipamentos de segunda-mão.
c) Fase de desenvolvimento inicial da empresa
Nesta fase, referente aos três primeiros anos do empreendimento, 
as empresas enfrentam grande competição. A estratégia 
empresarial dominante consiste em penetrar em um nicho de 
mercado com demanda crescente, com concorrentes que são 
outras PMEs, e oferecer produtos diferenciados, com base na 
qualidade e no serviço.
Geralmente, os empreendimentos mais dinâmicos não competem por 
meio da fixação de preços mais baixos que os de seus concorrentes. As 
firmas menos dinâmicas, no entanto, participam de mercados em que 
existe menor presença de grandes concorrentes.
Os novos empresários têm acesso a uma escala maior de fontes de 
financiamento e as empresas começam a obtê-los de seus fornecedores.
A capacidade de resolver problemas é fundamental na fase de 
desenvolvimento inicial das empresas. Elas compartilham do mesmo 
tipo de problemas nesse momento: encontrar clientes, contratar 
trabalhadores qualificados e ter um fluxo de caixa equilibrado. 
28
Universidade do Sul de Santa Catarina
Os empreendedores brasileiros têm maiores dificuldades para 
financiarem o fluxo de caixa e identificarem fornecedores 
apropriados e selecionarem pessoas qualificadas para gerenciar.
Nesta fase, as redes de contatos possuem, novamente, um papel 
fundamental, pois servem de canal de comunicação entre os 
novos empresários, no diálogo sobre como resolverem seus 
problemas comuns. 
O relacionamento comercial se torna mais importante do que 
o social, pois nesta fase do processo, os novos empresários 
necessitam de conhecimentos mais específicos para solução de seus 
problemas, o que amigos e parentes em geral não dispõem.
De acordo com a pesquisa, 85% dos empreendedores declararam 
que as instituições formais existentes — governo, associações 
comerciais, universidades, agências de pesquisa etc. — não foram 
capazes de proporcionar um assessoramento adequado para 
resolver os problemas que surgiram no desenvolvimento inicial 
de seus negócios.
Principais resultados da pesquisa
a) Os empreendedores são predominantemente do 
sexo masculino, com graduação universitária ou pós-
graduados, idade média de 40 anos, abriram suas 
empresas quando tinham entre 30 e 35 anos e usaram 
recursos próprios para financiar o empreendimento.
b) Os empreendedores tiraram da própria experiência 
profissional a motivação, as ideias, as habilidades 
empresariais e os contatos profissionais para embasar a 
criação de seus empreendimentos.
c) As empresas fazem maior uso de suas redes de contatos 
sociais com clientes, fornecedores e profissionais.
d) A maioria das empresas é fundada por uma equipe de 
novos empresários com qualificações complementares.
e) Ganhar dinheiro não é o único objetivo. As motivações 
dos empreendedores incluem também o desejo de 
realização pessoal e a contribuição à sociedade.
29
Empreendedorismo
Unidade 1
f) Uma proporção preocupante dos empreendedores 
dizem que a instrução formal não tem um 
papel decisivo e não estimula a criação de novos 
empreendimentos, embora reconheçam que os 
estudos universitários fornecem o conhecimento 
técnico necessário para tal.
g) As empresas mais bem estruturadas têm estratégias 
de negócio similares: entram em nichos de mercado 
com demanda crescente; seus competidores são 
outras PMEs; e seus produtos são diferenciados pela 
qualidade e serviço.
h) Na fase de gestação, o capital vem, geralmente, da 
poupança pessoal do empreendedor, de seus amigos e 
parentes. Durante a fase inicial de desenvolvimento, a 
tendência é utilizar fontes externas de financiamentos, tais 
como empréstimos de bancos e instituições financeiras.
i) A economia latino-americana é menos atrativa para novos 
empreendimentos que a do Leste Asiático, em razão da 
escassez do financiamento, da burocracia intensa e dos 
impostos e custos, gerados pelos governos, serem elevados. 
No Leste Asiático, os financiamentos são mais fáceis e a 
terceirização é uma opção bastante utilizada.
Seção 5 – O futuro do empreendedorismo
Estamos vivendo na era do empreendedor, na qual o 
empreendedorismo é endossado por instituições educacionais, 
entidades governamentais, sociedade e empresas. A educação 
empreendedora nunca foi tão importante em termos de cursos 
e pesquisa acadêmica. O número de faculdades e universidades 
que oferecem, pelo menos um curso em empreendedorismo 
aumenta a cada dia.
Diversos governos estão demonstrando um maior interesse na 
promoção do crescimento do empreendedorismo. 
30
Universidade do Sul de Santa Catarina
A mídia, principalmente por meio da televisão, jornais e revistas 
especializadas, tem desempenhado um papel poderoso e 
construtivo na revelação de novos empreendimentos, descrevendo 
como essas empresas contribuem para o desenvolvimento 
econômico e social do país. 
Finalmente, mas não menos importante, as grandes empresas 
continuarão a ter interesse em uma forma especial de 
empreendedorismo o intraempreendedorismo.
Síntese
Nesta unidade, você conheceu os conceitos básicos que tratam do 
empreendedorismo. Verificou que é uma das atividades que mais 
cresce no mundo, e teve a oportunidade de analisar como esse 
processo se iniciou ao longo da história e qual são as tendências 
de futuro. 
Abordou-se, também, a contribuição do empreendedorismo para 
o desenvolvimento econômico e social e a necessidade de uma 
mudança de cultura em relação à expectativa de trabalho e renda. 
31
Empreendedorismo
Unidade 1
Atividades de autoavaliação
1) Você estudou que o empreendedorismo deve ser visto como um 
processo dinâmico que tem inerente a concepção, a percepção e a 
realização de uma oportunidade de negócio, envolvendo pessoas 
e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em 
oportunidades . Você considera a criatividade e a inovação como 
fatores fundamentais do empreendedorismo? Explique.
2) Segundo Dornelas (2005), o empreendedorismo tem sido definido 
como uma maneira diferenciada de alocação de recursos e otimização 
de processos organizacionais, sempre de forma criativa, visando à 
diminuição de custos e melhoria de resultados. Com base no texto, 
responda qual a importância de se estudar empreendedorismo.
32
Universidade do Sul de Santa Catarina
3) Relacione os benefícios que podem ser verificados quando novas 
empresas são constituídas.
4) Por que a experiência profissional é importante para a constituição de 
um empreendimento?
33
Empreendedorismo
Unidade 1
5) Qual a importância da instrução formal para a implantação e 
desenvolvimento de um negócio?
Saiba mais
Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você 
poderá pesquisar os seguintes livros:
CUNHA, Cristiano J. C. de Almeida; FERLA, Luiz Alberto. 
Iniciando seu próprio negócio. Org. Cristiano J. C. de Almeida 
Cunha e Luiz Alberto Ferla. Florianópolis : Instituto de Estudos 
Avançados, 1997. 
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: 
transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito 
empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. 5. ed 
São Paulo: Pioneira, c1998.
FARRELL, Larry C. Entrepreneurship: fundamentos das 
organizações empreendedoras. São Paulo : Atlas, 1993. 
2UNIDADE 2Empreendedor
Objetivos de aprendizagem
 � Compreender o conceito de empreendedor, os motivos 
que levam o indivíduo a empreender, assim como os 
pontos positivos e negativos dessa atividade.
 � Analisar as características e atividades dos 
empreendedores de sucesso.
 � Diferenciar o empreendedor do intraempreendedor.
Seções de estudo
Seção 1 Conceito de empreendedor
Seção 2 Por que empreender?
Seção 3 Compensações e desvantagens em empreender
Seção 4 Características do empreendedor
Seção 5 Atividades do empreendedorSeção 6 Fatores que inibem o potencial empreendedor
Seção 7 Empreendedor corporativo: intraempreendedor
36
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos 
empreendimentos privados, que delinearam as atividades 
empresarias durante décadas, culminou recentemente com 
a reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o 
enxugamento dos postos de trabalho.
Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, da 
ação individual, da atividade de uma pessoa que, muitas vezes 
sem o apoio até mesmo da família, tem a coragem de iniciar 
um empreendimento. É uma tarefa que exige muita paciência, 
perseverança, força de vontade e disciplina, além de outros 
fatores. De qualquer forma, o número de micro e pequenas 
empresas no mundo cresce a cada dia. 
Convido-o a conhecer um pouco mais sobre esse ator, o 
empreendedor!
Seção 1 – Conceito de empreendedor
Ainda que não se tenha chegado a uma definição clara e 
unânime sobre o conceito de empreendedor, normalmente a 
bibliografia sobre o assunto remete a uma análise psicológica ou 
de personalidade empreendedora com ênfase nas características 
de indivíduos que obtiveram sucesso.
Em uma análise semântica sobre o assunto, encontra-se no 
Dicionário Aurélio, por exemplo, que empreender é “deliberar-se 
a praticar, propor-se, tentar”, mas é também, “por em execução”.
Há também, sinônimos pouco conhecidos, como interprender e 
interpresar. O primeiro procura dar ênfase à dificuldade, o início 
de um processo, o trabalho extra, envolvido na execução de algo; 
já o segundo traz ao mesmo nível o empresário e o empreendedor 
quanto ao seu papel de mantenedor dos negócios.
37
Empreendedorismo
Unidade 2
Segundo Deakins (1996), o termo empreendedor teve sua origem 
na França e, numa tradução literal, significa alguém que se 
sobressai na sociedade.
Para Fillion (2000), o empreendedor é uma pessoa que empenha 
toda sua energia na inovação e no crescimento, manifestando-se 
de duas maneiras: criando sua empresa ou desenvolvendo alguma 
coisa completamente nova em uma empresa preexistente. Nova 
empresa, novo produto, novo mercado, nova maneira de fazer 
tais são as manifestações do empreendedor. O autor resume sua 
definição na assertiva de que o empreendedor “é uma pessoa que 
imagina, desenvolve e realiza visões”.
É a pessoa criativa, marcada pela capacidade de 
estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto 
nível de consciência do ambiente em que vive, 
usando-a para detectar oportunidades de negócios.
Amit (1993) ensina que:
[...] os empreendedores são pessoas que perseguem o 
benefício, trabalham individual e coletivamente e podem 
ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e 
criam oportunidades de negócios, montam e coordenam 
novas combinações de recursos (funções de produção), 
para extrair os melhores benefícios de suas inovações 
num meio incerto.
Schumpeter (1982), com a sua teoria do desenvolvimento 
econômico, considera que o empreendedor é responsável pelo 
processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental 
que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, criando 
deliberadamente novos produtos, novos métodos de produção, 
novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos 
meios ineficientes e mais caros.
Para Dornelas (2001), o empreendedor é aquele que faz as 
coisas acontecerem, antecipa-se aos fatos e tem uma visão 
futura da organização.
38
Universidade do Sul de Santa Catarina
Hermann (2004) acredita que empreendedor é o indivíduo que 
consegue perceber e criar oportunidades de negócios, fazer uso e 
até mesmo desenvolver uma série de conhecimentos, habilidades 
e atitudes utilizados no exercício de uma função para alcançar os 
objetivos que ele próprio estabeleceu.
Entre tantas definições, ao contrário do que ocorria até 
pouco tempo atrás, hoje a ideia de empreendedor se 
dirige, sobretudo, aos pequenos negócios.
As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos 
empreendimentos privados, que delinearam as atividades 
empresarias durante décadas, culminaram, recentemente, com a 
reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o enxugamento 
dos postos de trabalho.
Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, 
da ação individual, apoiados no Brasil, por programas 
governamentais que incentivam o desenvolvimento de novas 
iniciativas empresariais, como por exemplo, aquelas oriundas do 
meio acadêmico.
Seção 2 – Por que empreender?
Um dos grandes desafios em nosso país é encontrar respostas 
para a questão do desemprego. Nossa população economicamente 
ativa soma cerca de 72 milhões de brasileiros, mas o número 
de postos de trabalho está em um nível inferior ao necessário 
para empregar todo o contingente de pessoas que, a cada ano, 
ingressam no mercado de trabalho. Ou seja, não conseguimos 
abrir tantos postos de trabalho para todos os trabalhadores que, a 
cada ano, procuram uma vaga de trabalho.
O surgimento de novas empresas tem uma grande contribuição 
a dar ao nosso país. Essa contribuição ganha relevância ainda 
maior se pensarmos que, nesta virada de milênio, uma das 
características mais marcantes da economia mundial tem sido a 
prevalência crescente do setor terciário sobre o setor secundário. 
39
Empreendedorismo
Unidade 2
Vale dizer, que os negócios envolvendo serviços e comércio estão 
superando os ligados à indústria. Só no Brasil, o setor terciário já 
responde por 60% do PIB, enquanto o secundário fica com uma 
fatia de 30%. 
Sendo assim, é forçoso concluir que uma das saídas para o 
desemprego é e será a prestação de serviços. Mais uma razão 
para que as novas gerações que estão chegando ao mercado de 
trabalho surjam com uma nova mentalidade e uma nova cultura, 
considerando a abertura de um negócio próprio, uma saída eficaz 
para a falta de postos de trabalho.
Seção 3 – Compensações e desvantagens em 
empreender
Como em qualquer atividade que venhamos a desenvolver, 
sempre vamos encontrar alguns pontos positivos e outros 
negativos. Na atividade do empreendedor não é diferente, até 
porque começar a operar um novo empreendimento envolve 
considerável risco e esforço para que sejam superadas as 
adversidades impostas pelo mercado.
Ao criar e desenvolver uma nova empresa, o empreendedor assume a 
responsabilidade e os riscos pelo seu desenvolvimento e sobrevivência 
e, em compensação, usufrui das respectivas recompensas.
A seguir, são listadas algumas compensações e desvantagens da 
atividade empreendedora.
Compensações
a) Desejo de realização pessoal. Empreendedores são 
indivíduos que esperam algo mais da vida, preferem marcar 
as pegadas no lugar, ao invés de apenas segui-las. Eles 
mesmos definem o que vão fazer e em que contexto será 
feito. Para isso, naturalmente, precisam levar em conta seus 
sonhos, desejos, preferências e o estilo de vida que querem 
40
Universidade do Sul de Santa Catarina
ter. Assim, conseguem dedicar-se com muita energia ao seu 
projeto, uma vez que o trabalho acaba se tornando não uma 
obrigação, mas verdadeira fonte de prazer.
b) Contribuição à sociedade. Empreendedores têm uma 
forte necessidade de mostrar ao mundo que aquilo que vem 
sendo feito ao longo do tempo, da mesma forma, na verdade 
pode ser mudado e, na maioria das vezes, com expressivas 
melhorias nos processos produtivos com reflexos na qualidade 
etc. Neste processo, ganham todos: o empreendedor 
auferindo lucros, os funcionários com a manutenção ou 
ampliação dos postos de trabalho e a sociedade com a 
possibilidade de adquirir bens com valor agregado.
Ainda em relação à sociedade, as contribuições podem 
ser vistas desde a geração de trabalho e renda até a 
crescente preocupação com as questões sociais e o meio 
ambiente. É crescente o número de empresas engajadas em 
implantar programas de benefícios para seus funcionários 
e familiares. No tocante ao meio ambiente, além de ser 
uma questão de consciência de cada indivíduo, passaa ser 
uma questão de necessidade, visto que as certificações de 
processos de qualidade exigem o respeito, a manutenção e 
a recuperação dos recursos naturais.
c) Lucro. O lucro para o empreendedor não aparece como 
um objetivo primordial, mas como consequência de um 
trabalho bem feito. O empreendedor não foca única e 
exclusivamente o lucro, mas o trabalho bem planejado 
e executado. Dessa forma, deixa de estar sujeito aos 
limites de pagamento padronizado (salário) para 
trabalho padronizado, o que normalmente acontece com 
funcionários de empresas.
d) Independência. Libertação da supervisão e regras de 
organizações burocráticas.
e) Estilo de vida prazeroso. Libertação da rotina, 
monotonia e empregos não desafiadores.
41
Empreendedorismo
Unidade 2
Desvantagens
a) Exige muito trabalho e muita energia emocional. 
Normalmente, e especialmente nos primeiros anos 
de atividade, o negócio exige muito mais trabalho do 
empreendedor do que se ele estivesse trabalhando como 
empregado. É comum longas jornadas de trabalho para o 
cumprimento de compromissos assumidos com clientes, 
muitas vezes, sem final de semana ou feriado. Isso 
implica a família também aceitar estas imposições, o que 
nem sempre ocorre.
b) A possibilidade de fracasso é uma ameaça constante. 
Todo empreendimento possui um grau menor ou maior 
de risco em sua atividade. Toda empresa enfrenta 
concorrência e as forças de mercado, que podem fazer 
com que a empresa atravesse períodos mais ou menos 
longos de instabilidade.
Seção 4 – Características do empreendedor
Além dos três grandes eixos conhecimento, habilidade e 
atitude que formam a competência do indivíduo, já considerados 
clássicos pela literatura e que a seguir serão estudados - existe 
outro aspecto de fundamental importância. Ele diz respeito 
às características que cada indivíduo desenvolve desde a mais 
tenra idade e que o acompanham no exercício de suas atividades 
durante toda vida.
Assim, para que se possa fazer uso de forma plena das 
potencialidades do indivíduo, é necessário que se cultive 
determinados atributos de personalidade Alencar (1996).
42
Universidade do Sul de Santa Catarina
De acordo com Alencar (1996), a personalidade do 
indivíduo é fruto de vários fatores, sendo que a 
educação que esse recebe na infância desempenha 
um papel muito importante. 
Por outro lado, essa educação reflete também alguns valores 
cultivados na sociedade no momento histórico em que 
eventualmente o indivíduo esteja vivendo. O que se pode destacar 
é que, apesar da importância dos primeiros anos de formação 
da personalidade, é possível promover mudanças no modo de 
agir e pensar de pessoas em diferentes fases da vida e fortalecer 
alguns traços de personalidade que as condicionem ao uso de 
determinadas potencialidades.
Algumas das características encontradas nos empreendedores são 
abaixo listadas:
a) iniciativa própria;
b) autonomia;
c) autoconfiança;
d) otimismo;
e) necessidade de realização;
f) energia;
g) intuição;
h) comprometimento;
i) liderança;
j) assunção de riscos;
k) persistência;
l) flexibilidade.
43
Empreendedorismo
Unidade 2
Seção 5 – Atividades do empreendedor
Consideram-se atividades do empreendedor o seu trabalho, ou 
seja, as ações que o empreendedor desenvolve para atingir seus 
objetivos no que se refere ao negócio, ao empreendimento.
Pesquisadores que se dedicam ao estudo empreendedorismo são 
unânimes em afirmar que não há questões definidas em relação 
a esse assunto, até porque há diversas categorias e tipos de 
empreendedores.
Desde o dirigente da pequena empresa familiar até o empresário 
que administra negócios espalhados por um continente com 
filiais no exterior, todos são empreendedores com características, 
qualidades, competências e atividades específicas.
Sendo a figura do empreendedor determinante para o êxito de 
uma empresa, há fatores relacionados a ele que estão diretamente 
ligados às suas características e que intervêm diretamente no 
processo de criação e desenvolvimento das empresas.
Algumas das principais atividades do empreendedor em relação 
à empresa, certamente não se esgotam aqui e também variam de 
acordo com a atividade empresarial, são a seguir detalhadas.
Buscar novas informações
A questão da informação é um item fortemente diferenciador no 
desempenho geral das empresas. Para alcançar essa posição, o 
empreendedor deve ter habilidades específicas que lhe permitam 
adquirir informações.
Há que se destacar a dinâmica da sociedade atual que exige dos 
empresários produtos e serviços com mais qualidade, preços 
menores e garantias maiores, além disso, a economia focalizada 
submete os empresários à concorrência internacional.
44
Universidade do Sul de Santa Catarina
Portanto, o empreendedor só manterá a sua empresa 
se estiver atento às exigências e suficientemente 
informado para adotar as modificações necessárias 
para enfrentar a nova realidade.
Traduzir informações em novos mercados, técnicas ou bens
Em um ambiente instável e competitivo, a posse de informações 
sobre mercados, processos gerenciais e avanços tecnológicos 
pode permitir à empresa uma posição relativa mais sólida para 
enfrentar a concorrência.
Descobrir oportunidades
“Quem se interessaria em ouvir os atores?”.
[H. M. Warner, da Warner Brothers, no auge do cinema 
mudo em 1927]
Empreendedores são pró-ativos e curiosos por natureza, olham 
o mundo ao seu redor de olhos bem abertos, analisando a 
possibilidade de tornar melhor o que já existe, por meio de 
inovação ou criando algo que não existe em benefício da sociedade 
e deles próprios. Com isso, descobrem ou desenvolvem a inovação, 
transformando simples ideias em reais oportunidades de negócio.
Avaliar oportunidades
A priori, as iniciativas inovadoras são escassas porque o 
desenvolvimento da criatividade e da avaliação crítica não está 
amplamente incorporado no sistema educativo. Contudo, para 
ter sucesso, o empreendedor tem que pensar criativamente e fazer 
uma valoração das oportunidades que surgem.
45
Empreendedorismo
Unidade 2
A avaliação crítica é essencial para distinguir uma simples ideia 
de uma real oportunidade, uma vez que o empreendedor objetiva 
lucro e não tem tempo a perder.
Ao avaliar uma inovação ou uma nova empreitada, o 
empreendedor está naturalmente calculando os investimentos 
necessários para o desenvolvimento do empreendimento, o 
lucro que terá e o prazo para obtê-lo; equação essa que, para 
o empreendedor, acontece de forma deliberada, rápida e 
naturalmente em prol de suas decisões.
Levantar recursos financeiros para a empresa
A princípio, duas são as formas de se levantar o dinheiro 
necessário para a implantação ou desenvolvimento de um 
empreendimento:
I) Recursos próprios do empreendedor.
II) Empréstimos e financiamentos.
Considerando que essa é uma das atividades do empreendedor, 
dois aspectos certamente terão que ser desenvolvidos para que 
essa função seja exercida de forma adequada: a comunicação 
persuasiva e a negociação.
A comunicação persuasiva envolve a comunicação oral, escrita e as 
outras formas de comunicação. Os empreendedores desenvolvem 
essa habilidade porque, em geral, precisam persuadir muitas 
pessoas até colocarem em prática os seus empreendimentos.
Um exemplo disso é o plano de negócio que o 
empreendedor terá que elaborar para demonstrar de 
forma clara e confiável a viabilidade do negócio, caso 
queira levantar os recursos no mercado financeiro ou 
mesmo com algum sócio.
A negociação, por sua vez, exige flexibilidade para ajustar-se às 
pessoas envolvidas no processo e às circunstâncias encontradas.
46
Universidade do Sul de Santa Catarina
Desenvolver cronogramas e metas
Ao início do empreendimento, o empreendedor precisa 
estabelecer, cronologicamente, de modo concreto e realista, as 
metas do empreendimento para os anos seguintes, no início do 
empreendimento, demonstrando a forma como pretende alcançar 
as metas que ele próprio estabeleceu.
Definir responsabilidades da administraçãoNormalmente, nos primeiros anos da empresa, a responsabilidade 
sobre tudo o que ocorre nela recai sobre o empreendedor; com o 
crescimento da empresa, porém, as tarefas precisam ser delegadas. 
Isso exige do empreendedor escolher, no mercado, colaboradores 
que possam acompanhá-lo, formando uma equipe coesa.
As atribuições de cada colaborador da empresa devem ser 
definidas demonstrando quando e como devem ser efetuadas.
Filion e Dolabela (2000) chama a atenção para a questão do 
cercar-se das pessoas certas, o que acredita ser fundamental para 
o crescimento da empresa, considerando que o empreendedor 
deve ser capaz de atrair pessoas competentes, às quais possa pedir 
conselhos de forma a complementar a gama de conhecimentos 
necessários para gerir o empreendimento.
Além disso, deve formar um time de colaboradores (funcionários) 
composto de pessoas competentes e com experiências 
complementares, mobilizando instrumentos que possibilitem o 
acompanhamento do desenvolvimento do trabalho da equipe.
Desenvolver sistema motivacional na empresa
Macclelland (1971) encontrou na história a razão para a 
existência das grandes civilizações. Segundo ele, os heróis 
nacionais seriam tomados como modelos pelas gerações 
seguintes, que imitariam os seus comportamentos e, a partir daí, 
superaram obstáculos e a aumentaram os limites do possível. 
47
Empreendedorismo
Unidade 2
Concluiu que um povo estimulado por tais influências desenvolve 
uma grande necessidade de realização pessoal.
Lezana e Tonelli (1998) ensinam que 
[...] a personalidade do empreendedor tem um 
impacto decisivo na empresa. Nas primeiras etapas de 
desenvolvimento, a debilidade e o vigor da empresa 
são também os do empreendedor. A personalidade do 
empreendedor configurará a imagem da empresa, os 
valores e o comportamento social da firma.
Os valores orientam e acompanham de tal forma o 
comportamento das pessoas, sua forma de agir, pensar e sentir, 
que lhes é atribuída a função de “vincular pessoas” e também são 
inerentes aos aspectos motivacionais, atuando em conjunto com 
os interesses e desejos dos indivíduos Katz e Kahn (1987).
Gerar liderança para o grupo de trabalho
Para Fillion (1999), a liderança é um processo contínuo, 
realimentado, mutável e depende da evolução do próprio 
empreendedor e de sua empresa.
O ato de empreender a liderança decorre, principalmente, 
da visão e da capacidade de sua realização, apoiada pelo 
conhecimento do setor, das relações estabelecidas e alimentada 
pela energia empregada nesses processos, conferindo ao 
empreendedor maior capacidade de estabelecer e de tornar 
concreta sua visão.
Definir incertezas ou riscos
As oportunidades e ameaças são fatores favoráveis ou 
desfavoráveis, que podem ocorrer e afetar o planejamento 
do negócio. Decorrem, principalmente, das características 
levantadas a respeito do setor.
48
Universidade do Sul de Santa Catarina
O empreendedor deve ser sempre capaz de identificar novas 
oportunidades de mercado em um cenário extremamente 
competitivo, no qual as informações envelhecem rapidamente 
e os hábitos de consumo sofrem mutações constantes; uma 
organização não pode se dar o luxo de depender exclusivamente 
de seus produtos e mercados atuais. Esse é um grande risco!
Uma oportunidade pode transformar-se em risco e vice-versa, e 
ficarão à mercê de golpes de sorte; é tudo o que o empreendedor 
não deve fazer.
Portanto, o empreendedor deve estar atento a aspectos como: 
sazonalidade, demandas eventuais ou concentradas num 
determinado período de tempo; efeitos da situação econômica; 
controle governamental; grau de disponibilidade de insumos; 
ciclo de vida do setor (expansão, estagnação, retração); 
lucratividade do negócio, potencial de lucro e crescimento; 
tendências e mudanças no setor; evolução tecnológica e 
imunidade à concorrência, são alguns exemplos.
Vender
A venda é uma atividade que muitos empreendedores têm 
dificuldade em dominar, no entanto, ela é vital e deve ser 
realizada, pelo menos no início e na maioria dos casos, pelo 
próprio empreendedor, quando do lançamento do produto 
e/ou serviço no mercado (LALANDE, 1995, apud FILION; 
DOLABELA, 2000).
O empreendedor não vende apenas seus produtos e / ou 
serviços, mas vende a missão de sua empresa e suas habilidades 
todos os dias para os investidores, para os clientes, para os 
funcionários, para o gerente do banco, para os fornecedores etc.
49
Empreendedorismo
Unidade 2
Seção 6 – Fatores que inibem o potencial empreendedor
Desde cedo, quando ainda somos bebês, inicia-se um processo de 
formação que se estende por toda a vida. Toda criança é criativa 
e seu potencial inato vai depois sendo bloqueado no processo 
de socialização. Inicia-se com os pais ainda em casa, que fazem 
o possível para criar um ambiente favorável que possibilite a 
“melhor” formação. Posteriormente, o período da escola, até 
chegar à faculdade e assim por diante.
Ocorre que, durante todo esse período, somos inseridos em 
contextos sociais e econômicos diferentes, com culturas diferentes 
e com diversos agentes externos que inevitavelmente deixam suas 
marcas positivas e também negativas, que irão refletir por toda a 
vida de cada indivíduo.
Quer um exemplo? Você tem ideia de quantos “nãos” 
você escutou na sua infância? Você se surpreenderia 
com a quantidade, certamente é muita, e muito maior 
do que os “sins”. “Meu filho não faça isso”; “meu filho 
não faça aquilo”; “meu filho não suba lá...”, todos esses 
“nãos” estão inseridos no seu subconsciente. Não é 
para menos que temos o hábito de expressar-nos 
frequentemente com frases no negativo, quando o 
correto seria no positivo.
Além disso, há outros fatores que influenciam a criatividade, 
por exemplo:
 � Imagem social. A maioria das pessoas que têm sucesso 
em suas carreiras profissionais nunca pensou seriamente 
em iniciar um negócio próprio. Não é por não gostarem 
de ser empreendedores, mas por não estarem dispostas 
a dar um passo, na sua opinião, para trás. Entretanto, 
esse passo é imprescindível, muitas vezes, ao sucesso, 
e significa abandonar o conforto de sua carreira bem-
sucedida, para “sujar as mãos” com atividades necessárias 
para iniciar um empreendimento próprio. Para ter 
50
Universidade do Sul de Santa Catarina
sucesso, o empreendedor precisa estar disposto, no início, 
a desenvolver ele mesmo todas as atividades de sua 
empresa. Isso implica fazer os serviços considerados mais 
ou menos nobres.
 � Disposição para assumir riscos. Não pode ser 
empreendedor quem depende de uma vida regrada, 
horários certos, salário garantido etc. O empreendedor não 
tem um salário fixo, especialmente no início da atividade 
empresarial, os números costumam ficar no vermelho e o 
empreendedor, além de não ganhar nada, precisa colocar 
suas economias no negócio para mantê-lo funcionando.
 � Capital social. São os valores ou ideias que 
subliminarmente nos foram incutidos por nossos pais, 
professores, amigos, influenciando na nossa formação 
intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas.
Seção 7 – Empreendedor corporativo: o 
intraempreendedor
Indivíduos que acreditam em seus próprios talentos, 
com frequência, desejam criar algo seu. Querem assumir 
responsabilidades e têm uma grande necessidade de se 
expressarem individualmente; consequentemente, exigem mais 
liberdade na empresa em que atuam.
Quando essa liberdade não é acessível, a frustração pode fazer com 
que o indivíduo se torne menos produtivo ou, até mesmo, deixe a 
organização, para atingir a autorrealização em outro lugar.
O intraempreendedorismo é um meio de estimular 
aqueles indivíduos que acham que algo pode ser feito 
de modo diferente e melhor e, com isso, manter os 
indivíduos na organização. Ele é formado por quatro 
elementos-chave: novo empreendimento, espírito de 
inovação, autorrenovação e pró-atividade.
51
Empreendedorismo
Unidade 2
Novo empreendimento
Refere-se à criação de um novo negócio dentro de uma 
organização já existente.Essa atividade empreendedora consiste 
na criação de algo novo de valor, redefinindo os atuais produtos 
ou serviços da empresa, desenvolvendo novos mercados ou 
gerando unidades ou até mesmo outras empresas.
Espírito de inovação 
Refere-se à inovação de produtos ou serviços com ênfase 
no desenvolvimento e na inovação tecnológica. Inclui 
desenvolvimento de novos produtos, aperfeiçoamento de 
produtos e novos métodos e procedimentos de produção.
Autorrenovação 
Reflete a transformação de organizações por meio da renovação das 
principais ideias sobre as quais foram construídas. Tem conotações 
de mudança estratégica e organizacional, incluindo uma 
redefinição do conceito de empresa, reorganização e introdução de 
mudanças por todo o sistema, para aumentar a inovação.
Pró-atividade 
Inclui iniciativa e aceitação de riscos, bem como agressividade 
e ousadia competitivas que se expressam especialmente nas 
orientações e atividades da alta administração. Uma organização 
pró-ativa está inclinada a assumir riscos na condução de 
experimentos; também toma iniciativa e é arrojada e agressiva na 
busca de oportunidades. As organizações com um espírito pró-
ativo tentam liderar e não seguir os concorrentes nas principais 
áreas de negócio, como o lançamento de novos produtos ou 
serviços, as tecnologias de operação e as técnicas administrativas.
52
Universidade do Sul de Santa Catarina
A cultura empresarial tradicional difere 
significativamente da cultura intraempreendedora. 
As diretrizes de uma cultura tradicional são: 
 � aderir às instruções recebidas;
 � não cometer erros;
 � não fracassar;
 � não tomar iniciativas e esperar por instruções;
 � ficar no seu lugar;
 � proteger a retaguarda. 
Esse ambiente restritivo, evidentemente, não favorece a 
criatividade, a flexibilidade, a independência ou a aceitação de 
riscos, que são os princípios-chave dos intraempreendedores.
As metas de uma cultura intraempreendedora são bem diferentes: 
 � desenvolver perspectivas;
 � ter objetivos e planos de ação;
 � ser recompensado pelas ações empreendidas;
 � sugerir;
 � tentar e experimentar;
 � criar e desenvolver em qualquer área e assumir 
responsabilidade.
Há também diferenças nos valores e normas 
compartilhados das duas culturas. 
53
Empreendedorismo
Unidade 2
A empresa tradicional é de natureza hierárquica, com 
procedimentos, sistemas de relatórios, linhas de autoridade 
e de responsabilidade, instruções e mecanismos de controle 
estabelecidos. Esses sustentam a cultura corporativa atual e 
não estimulam a criação de novos empreendimentos.
A cultura de uma empresa intraempreendedora está em franco 
contraste com esse modelo. Em vez de uma estrutura 
hierárquica, uma atmosfera intraempreendedora possui uma 
estrutura organizacional plana, com várias redes, equipes, 
patrocinadores e mentores. 
Relações profissionais próprias ajudam a estabelecer uma 
atmosfera de confiança e discussão, que facilita a realização de 
visões e objetivos. As tarefas são vistas como eventos prazerosos, 
e não como deveres, com os participantes de bom grado 
dedicando número de horas necessárias à conclusão do trabalho. 
Ao invés de construir barreiras para proteger lugares, as pessoas 
fazem sugestões dentro de sua área e entre áreas e divisões 
funcionais, resultando em uma fertilização cruzada de ideias.
Como seria de se esperar, essas duas culturas 
produzem tipos diferentes de indivíduos e estilos 
administrativos. 
Uma comparação entre gerentes tradicionais empreendedores 
e intraempreendedores revela várias diferenças, por exemplo, 
enquanto gerentes tradicionais são motivados, principalmente, 
pela promoção e compensações corporativas típicas; os 
empreendedores e intraempreendedores lutam pela independência 
e pela possibilidade de criar. Os intraempreendedores também 
esperam, naturalmente, que seu desempenho seja adequadamente 
recompensado.
Podem-se ressaltar algumas características importantes para a 
empresa que quer estabelecer um espírito intraempreendedor. 
54
Universidade do Sul de Santa Catarina
A primeira delas é proporcionar um ambiente que permita erros 
e fracassos no desenvolvimento de produtos inovadores.
A segunda, a pessoa que vai estabelecer um novo empreendimento 
nessas condições também deve ser um líder visionário — 
que tem grandes sonhos e supera todos os obstáculos para 
sua concretização, vendendo seu sonho para outros. Embora 
haja muitas definições de liderança, a que melhor descreve a 
necessidade para o intraempreendedorismo é: “[...] liderança é o 
processo pelo qual um indivíduo influencia outros a realizar os 
objetivos desejados.” (MONTANA; CHARNOV, 2000).
A terceira característica exigida é que o intraempreendedor seja 
flexível e crie oportunidades administrativas, pois ele não 
é estático, ao contrário, deve-se mostrar aberto e até mesmo 
incentivar mudanças. Ao desafiar as crenças e pressupostos 
da corporação, ele tem a oportunidade de criar algo novo na 
estrutura organizacional.
O intraempreendedor deve possuir uma quarta característica: 
habilidade de incentivar o trabalho em equipe e usar uma 
abordagem multidisciplinar. Toda formação de uma nova 
empresa requer uma ampla gama de habilidades para negócios, 
como engenharia, produção, marketing e finanças. Ao formar 
um novo empreendimento, o recrutamento dessas habilidades 
geralmente exige que se atravesse a estrutura departamental e 
os sistemas de informações existentes. Para minimizar o efeito 
negativo de qualquer ruptura causada, o intraempreendedor deve 
ser bom diplomata. 
Por último, mas não menos importante, está a persistência. No 
decorrer do estabelecimento de qualquer novo empreendimento, 
a frustração e os obstáculos vão ocorrer. Somente por meio 
persistência do intraempreendedor um novo empreendimento 
será criado e terá sucesso na comercialização.
55
Empreendedorismo
Unidade 2
Síntese
Nesta unidade, verificou-se que ocorreram mudanças nas últimas 
décadas em relação ao modelo de constituição das empresas 
frente ao mercado. A participação do Estado e o fato de existirem 
grandes empresas deu lugar às micro e pequenas empresas, o que 
acarretou, por um lado, o enxugamento dos postos de trabalho e, 
por outro, o surgimento de novas empresas que pudessem suprir 
as necessidades daquelas que se mantiveram no mercado.
Vimos também que a definição de empreendedor ainda não está 
totalmente clara, porém, já é possível delinear alguns fatores 
que nos permitem entender como esse ator se comporta em sua 
atividade e na condução do empreendimento.
A importância do empreendedor para o desenvolvimento 
econômico e social é perceptível quando se comparam os 
números de postos de trabalho das grandes empresas e das micro 
e pequenas empresas, sendo essas últimas as grandes responsáveis 
pela abertura de postos de trabalho e geração de renda no país.
Para quem pretende constituir o seu próprio negócio, um alerta: 
como em toda atividade há pontos positivos e negativos e talvez 
o ponto positivo mais significativo dessa atividade seja o desejo 
de realização pessoal, em contrapartida, há necessidade de muito 
trabalho e a incerteza de um salário no final do mês.
Foram listadas também algumas das principais características do 
empreendedor e a sua ligação com as atividades desempenhadas 
por esse ator dentro da organização.
Finalmente, espero ter deixado claro que independente da sua 
intenção de implantar o próprio empreendimento, hoje, as 
empresas estão contratando pessoas com perfil mais dinâmico, 
participativo e com visão do todo. Por isso, é importante que 
você esteja sempre atualizado e desenvolva uma postura pró-ativa 
dentro da organização onde trabalha.
56
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de autoavaliação
 
1) Entre os conceitos de empreendedorismo relacionados nesta unidade, 
identifique aquele que considera o mais adequado e justifique sua escolha.
2) Relacione as vantagens associadas à atividade do empreendedor e 
explique por que

Outros materiais