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Resumo psicologia juridica modulo 2 unip

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Psicologia Jurídica
Unidade II
1. Adoção: AvAliAção de pretendentes em âmbito nAcionAl e 
prepAro de criAnçAs pArA Adoção.
Desde as primeiras civilizações, costumava-se adotar uma criança como forma de manutenção 
da família ou para perpetuar o culto ancestral doméstico. O objetivo principal desta medida não era 
necessariamente proteger a criança, pois a filosofia do melhor interesse para a criança tem origens 
recentes em todo o mundo. No passado, a adoção tinha somente o objetivo de ser um instrumento para 
suprir as necessidades de casais inférteis e não um meio que pudesse dar uma família para crianças 
abandonadas.
Esta modalidade de adoção é conhecida como adoção clássica e ainda hoje, no Brasil, este tipo de 
adoção predomina em detrimento da chamada adoção moderna, cujo objetivo é garantir o direito a 
toda criança de crescer e ser educada em uma família.
Existem diferentes definições de adoção, entre as quais está a de Robert (1989), para quem a adoção 
é a criação jurídica de um laço de filiação entre duas pessoas.
A adoção começou realmente a adquirir um sentido mais social, voltando-se ao interesse da criança, 
após a Primeira Guerra Mundial, por causa do grande numero de crianças órfãs e abandonadas. A 
adoção começou a ser entendida como uma solução para a ausência de pais e para o bem-estar das 
crianças. No entanto, depois da Segunda Guerra Mundial, este renovado interesse público pela adoção 
foi incentivado somente com relação a recém-nascidos. Atualmente, os norte-americanos são, em todo 
o mundo, os mais numerosos a recorrer à adoção e estima-se que o numero de crianças adotadas 
nos EUA esteja em torno de 5 a 9 milhões. Este aspecto mostra como é importante, para a sociedade 
americana, entender e enfrentar as dificuldades neste tipo de filiação.
No Brasil, o abandono de crianças não é uma situação recente. Marcílio (1998) relata que o ato de 
expor os filhos foi introduzido no Brasil pelos brancos europeus, pois os índios não abandonavam os 
próprios filhos. Nos períodos colonial e imperial, crianças legítimas e ilegítimas eram abandonadas em 
diversos locais urbanos, na tentativa dos pais de se livrarem do filho indesejado, não amado ou ilegítimo. 
Para estas crianças, denominadas enjeitadas, desvalidas ou expostas, foi copiado o modelo europeu: a 
Roda dos Expostos, que permitia o abandono anônimo dos bebês. As Rodas dos Expostos existiram em 
nosso país até a década de 1950 e fomos o último país do mundo a acabar com elas.
As possibilidades de adoção constantes no Código Civil brasileiro de 1916 assemelhavam-se àquelas 
ditadas pelo Código Napoleônico. Eram excessivamente rígidas e consequentemente, isto dificultava o 
seu uso social: somente podiam adotar os maiores de 50 anos, sem filhos legítimos ou legitimados.
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Unidade II
Em 1927 foi criado o primeiro Código de Menores brasileiro, porém, este não trouxe nenhuma 
contribuição à questão da adoção e nem contribuiu para diminuir o número de crianças abandonadas 
no país, apenas enfatizou a institucionalização de crianças como uma forma de proteção à infância.
A lei 3133/57 trouxe algumas modificações importantes para a adoção, mas ainda estava longe de 
ser um recurso simples: a idade mínima do adotante foi reduzida para 30 anos e a diferença de idade 
entre adotante e adotado também foi diminuída para 16 anos, permitindo-se a adoção mesmo se o 
adotante tivesse filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos. Foi somente com a lei 6697/90, com 
a instituição do Código de Menores, que houve maior progresso na questão da adoção: passou-se a 
admitir uma forma de adoção simples, que era autorizada pelo juiz e aplicável aos menores em situação 
irregular e houve substituição da legitimação adotiva pela adoção plena.
A questão da adoção, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), derivou do art. 227 da 
Constituição Federal, que diz: “Os filhos havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão 
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
Ocorreu, então, maior facilitação para realizar uma adoção com a promulgação do ECA: a idade 
mínima exigida para o adotante, que antes era de 30 anos, passou a ser de 20 anos, respeitada a 
diferença de 16 anos entre a pessoa que adota e a que é adotada; autorizou a adoção por pessoas 
solteiras, viúvas, conviventes e divorciadas; possibilitou a adoção unilateral, que é aquela em que o 
marido ou companheiro pode adotar o filho de sua esposa, sem que haja o rompimento dos laços de 
família da criança com sua mãe biológica; admitiu a adoção póstuma, na hipótese de o candidato à 
adoção falecer no curso do processo e garantiu o pleno direito à sucessão do filho adotado.
Ainda, segundo o ECA, a adoção é plena e irrevogável e será deferida quando apresentar reais 
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
O ECA destina ao Judiciário todas as providências e procedimentos referentes à adoção e desse modo 
prevê e torna obrigatória a existência de equipe interprofissional (psicólogos e assistentes sociais) para 
atuar nas diversas etapas do processo. Essa legislação também descreve os requisitos necessários aos 
adotantes e adotados.
Todo pretendente à adoção participa de um processo avaliativo e este estudo, realizado com os 
pretendentes, pauta-se, em certo sentido, numa proposta de atuação profilática, na medida em que 
interroga seu desejo e considera suas singularidades antes de assumirem a guarda de uma criança e/ou 
na fase inicial no novo contato.
Esse trabalho caracteriza uma forma de prevenção, pois tem como objetivo abordar possíveis 
conflitos dos pretendentes e as interrogações que formulam, tentando evitar que dúvidas e ansiedades 
interfiram no vínculo a ser formalizado com a criança.
O discurso dos pretendentes pode revelar o funcionamento psíquico, encenando o pedido manifesto 
e os desejos inconscientes a ele subjacentes.
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Psicologia Jurídica
Critérios de avaliação dos pretendentes acabam servindo apenas como referencial do que se deve 
pesquisar e aprofundar no decorrer da avaliação dos mesmos.
É necessário que se escute o pretendente, pois a escuta está à frente de qualquer outro critério. A 
prioridade está na escuta singular dos aspectos subjetivos e não na fixação de critérios que possam se 
constituir em referências mais objetivas.
O fato de alguns pretendentes sentirem-se inseridos num processo avaliativo pode propiciar, no 
início, ausência de espontaneidade e tendência a um discurso pautado nas convenções sociais ou em 
elementos que, segundo suas crenças, poderão ser valorizados no parecer judicial.
No decorrer dos contatos, dependendo do vínculo que se estabelece entre o profissional e os 
pretendentes, essa situação pode se alterar, cedendo lugar a um contato mais franco, autêntico e 
revelador de significados.
O modo como cada profissional entende seu trabalho e a conotação que lhe atribui parece 
também promover ressonâncias importantes que influenciam, em certo sentido, os resultados que 
dele se obtém.
Os testes psicológicos podem ser utilizados em alguns casos, pois, eventualmente, facilitam 
a expressão dos pretendentes. O teste é utilizado como um instrumento facilitador, um meio e 
não um fim.
As entrevistas, comumente de 4 a 6, são realizadas com pretendentes, mas caso estes tenham filhos, 
ainda que de uniões anteriores, eles podem e devem ser incluídos nos contatos, para que se verifique 
como lidam com a ideia da ampliação da família e se existe a possibilidade de assumirem os cuidados 
com a criança na falta eventual dos pais. Para casais com filhos, revela-se útil a realização de pelo menos 
uma entrevista familiar, para observara dinâmica das interações entre os membros.
Em geral, o casal é entrevistado conjuntamente. Algumas vezes torna-se necessário permitir que as 
particularidades de cada um possam emergir por meio de contatos individuais.
É importante conhecer a opinião dos membros da família extensa. Quando uma criança é 
adotada, esta o é por uma família e não por uma pessoa. Assim, ela deve ser inserida no seio 
familiar como um todo.
A história pessoal e familiar dos candidatos e a história do romance do casal podem revelar elementos 
sobre a dinâmica familiar e conjugal, possíveis alianças ou incompatibilidades, aspectos da vida afetiva e 
sexual, peculiaridades dos vínculos e o lugar reservado para a criança no imaginário do casal.
Interessa indagar tudo o que diz respeito à criança, para além das características físicas preferidas. 
Mesmo as escolhas racionalmente justificadas podem revelar o que está atuante no desejo dos 
pretendentes, além desses dados serem úteis no momento em que alguma criança lhes for apresentada.
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A escolha do nome do filho é um dos elementos repletos de significados. O nome não designa um 
corpo, mas a existência de um sujeito. O sobrenome inscreve a criança numa linhagem, enuncia um laço 
e ao mesmo tempo produz também interdições de laços – laços incestuosos. Nomear é, portanto, dar a 
uma criança a possibilidade de se humanizar.
Alguns adotantes revelam rigidez quanto à escolha do nome e insistem na mudança do prenome, 
mesmo quando a criança o tem como referência fundamental. A própria legislação permite, nos casos 
de adoção, a modificação do prenome da criança sem necessidade de justificativa.
Alguns pretendentes mantêm sentimentos ambivalentes e hostis com relação aos pais biológicos que 
doam seus filhos. Por conta disto, tendem a negá-la, ressaltando a qualidade dos vínculos formulados 
com a criança.
Outro motivo forte para a negação é que a adoção traz fim à dor intensa causada pela esterilidade 
ou as perdas que a motivaram. Há ainda os que objetivam salvar o casamento, ter companhia na velhice 
ou ter alguém para receber a herança. Também não são incomuns os pedidos pautados em questões 
religiosas ou vocações.
A decisão pode estar associada ao desejo dos postulantes de se tornarem pais e de constituírem ou 
ampliarem a família, estes não têm problemas quanto a contar a verdade sobre a adoção.
A postura dos pretendentes quanto à revelação, para a criança, das origens biológicas e da adoção, 
é elemento importante e, no trabalho de acompanhamento com os futuros pais, constitui fator 
preponderante.
A revelação constitui um dos pontos mais críticos e difíceis de serem vividos pelos pais adotivos: 
decorridos alguns anos, muitos pais não conseguem desempenhar a tarefa do modo como supunham.
Sob o pretexto de evitar um trauma à criança ou sob a alegação de que temem perder o amor do 
filho, certos pais optam pelo silêncio ou pela omissão de elementos da história. E sem que de início 
percebam, esse silêncio, além de ineficaz, torna-se patogênico.
A verdade sempre deve ser dita à criança. Dizer à criança que ela foi escolhida dentre tantas para 
ser amada e respeitada por essa família – que a acolheu do abandono que sofreu. Ambos, adotantes e 
adotados, se amparam na dor de perdas e por isso estão juntos agora.
É preciso observar a forma como se fala com a criança sobre a adoção. Dizer que não são os pais 
verdadeiros dá um sinal de falsidade na relação.
Deve-se dar a oportunidade da criança questionar e entender a situação da forma como ela bem 
entender. O fato deve ser revelado aos poucos e todos os fatos devem ser nomeados e significados.
Não basta que os pais contem o que ocorreu ao filho, é importante que esta verdade faça parte do 
discurso da família, que possa ser veiculada sempre que houver interesse ou necessidade.
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Quando não se sabe detalhes da história pregressa da criança, é preciso que ela saiba disto. Não se 
devem inventar pedaços da história. Estas lacunas devem ser de conhecimento da criança.
Não há consenso sobre em que momento da vida da criança a verdade deva ser revelada. Este 
momento deve ser avaliado pelos pais e decidido em conjunto por eles.
A respeito do estágio de convivência, o acompanhamento realizado aqui busca saber como está 
se dando a adaptação entre a criança e seus novos pais, que dificuldades ou dúvidas emergem, como 
a situação vivida se coaduna com as expectativas anteriormente formuladas, como os adotantes 
conseguem integrar aquela criança desconhecida à condição de filho e até mesmo pesquisar a ocorrência 
de algum fato grave que implique sérios riscos ao bom prognóstico da adoção.
Os novos pais podem não estar preparados para compreender e lidar com as angústias, fantasias, 
medos e hesitações manifestadas por seus filhos, assim como acontece com qualquer pai e mãe. A 
diferença é que terão ainda de enfrentar suas imperfeições e o sentimento de incompletude e, na 
medida do possível, elaborar perdas, lutos, dúvidas quanto às suas capacidades, temores relacionados 
ao passado desconhecido da criança e empreender um longo percurso para serem, também, adotados 
pelos novos filhos.
2. o trAbAlho dos psicólogos nAs vArAs especiAis com os 
Adolescentes em conflito com A lei e As medidAs socioeducAtivAs.
Sempre que um adolescente comete um delito, ele não será considerado um criminoso e sim um 
infrator, seu ato não será compreendido como um crime e sim como um ato infracional e deverá, por 
determinação judicial, cumprir o que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina como 
medida socioeducativa.
As medidas socioeducativas estão previstas no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) e se aplicam aos adolescentes que cometem algum tipo de ato infracional. São sete as medidas e 
estas podem ser cumpridas em meio aberto ou fechado; para o ECA, são adolescentes aquelas pessoas 
que têm entre 12 e 18 anos de idade.
São consideradas medidas socioeducativas em meio aberto aquelas em que os adolescentes 
autores de ato infracional, por meio de encaminhamentos da vara da Infância e da Adolescência 
podem cumprir, com responsabilidade, sem perder o direito de ir e vir, como ocorre na Liberdade 
Assistida (LA) e na Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). A imposição das medidas socioeducativas 
e não das penas criminais relaciona-se justamente com a finalidade pedagógica que o sistema deve 
alcançar. Para obter seus objetivos, as medidas devem ser disponibilizadas em programas capazes 
de atuar em duas dimensões: sancionatória, reprovando o ato cometido e pedagógica, oferecendo 
condições efetivas para a superação daquela vivência ou vulnerabilidade. Daí a importância do 
psicólogo no cumprimento destas medidas. Os psicólogos são os profissionais que serão responsáveis 
pelo acompanhamento deste adolescente durante seu trabalho junto à instituição que o observará 
na medida socioeducativa.
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Medidas socioeducativas:
1. Advertência: é uma repreensão verbal feita pelo juiz e poderá ser aplicada sempre que houver 
prova da materialidade e de indícios suficientes da autoria do ato. Precisa ser assinada pelo 
adolescente (art. 115, ECA).
2. Obrigação de reparar o dano: se o ato infracional tratar de danos ao patrimônio, o juiz pode 
determinar que o adolescente devolva a coisa, indenize ou compense, por outra forma, o prejuízo 
da vítima (art. 116, ECA).
3. Prestação de Serviço à Comunidade (PSC): consiste na realização de tarefas gratuitas, em 
instituições assistenciais, hospitais, escolas ou outros, bem como em programas comunitários 
ou governamentais (art. 117, ECA). As tarefas devem ser atribuídas de acordo com a aptidão 
do adolescente,compreendendo, no máximo, oito horas semanais, não podendo prejudicar a 
frequência à escola ou a jornada de trabalho. O cumprimento dessa medida não pode exceder a 
seis meses.
4. Liberdade Assistida (LA): deve ser aplicada sempre que for a medida mais adequada para 
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente (art.118, ECA). É uma forma do adolescente ser 
responsabilizado pelo delito que cometeu sem necessitar do afastamento do lar, da escola e do 
trabalho. Durante o cumprimento da medida, o adolescente fica sob a supervisão de um orientador, 
uma pessoa capacitada para acompanhar o caso, que poderá ser recomendada por entidade ou 
programa de atendimento.
5. Semiliberdade: possibilita ao adolescente a realização de atividades externas, independentemente 
da autorização judicial. É aplicada como transição ao meio aberto, uma forma de progressão de 
regime que beneficia aqueles que já se encontram privados de liberdade e que ganham direito a 
uma medida mais favorável e à profissionalização (art. 120, ECA).
6. Internação: constitui medida privativa de liberdade e deve ser cumprida em entidade exclusiva 
para adolescentes. Está sujeita ao princípio da brevidade e excepcionalidade, levando-se em 
consideração a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Em nenhuma hipótese o prazo 
máximo para internação excederá 3 anos. Quando atingido este limite, o adolescente pode ser 
liberado ou colocado em regime de semiliberdade ou liberdade assistida.
3. A AtuAção dos psicólogos no sistemA penAl.
Em 1997, a Administração Penitenciária do Estado de São Paulo promoveu um concurso para 
provimento de cargos, dentre os quais, o de Psicólogo Penitenciário. A inserção do psicólogo neste 
sistema deu-se de forma lenta e gradual, além de experimental, por contar com pouco material teórico 
discutindo e fundamentando esta atuação.
No sistema penitenciário, observa-se a presença de sujeitos que não internalizaram regras de 
convivência mínima na sociedade e nem mesmo autorregras que determinam o que é certo ou errado.
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O comportamento criminoso está em ascensão em nossa sociedade e os criminosos estão cada 
vez mais audaciosos, utilizando-se de requintes de crueldade mais assustadores. Isto desperta nos 
estudiosos e também na sociedade em geral a curiosidade e a necessidade de conhecer mais sobre o 
comportamento antissocial. Esta não é uma dúvida recente, Lombroso, desde o início do século passado, 
já esboçava uma teoria explicativa e dizia que o indivíduo já nascia criminoso, posto que o crime era 
um fenômeno hereditário, como também possuía características físicas e psicológicas que serviam para 
identificá-lo, além da reincidência ser uma regra entre eles.
As penas, como são conhecidas hoje, deveriam ter como ideal um caráter retributivo e punitivo, 
funcionando como uma prevenção geral do delito através do princípio do exemplo e ressocializadora 
e terapêutica, funcionando como uma prevenção especial do delito, buscando a ressocialização do 
apenado (Bitencourt, 2001 apud, CFP, 2013).
Atualmente, considera-se a criminalização como algo não natural nem mesmo regida por causas 
biológicas e/ou individuais mas como um processo social e histórico, delimitado por uma definição de 
crime como determinado socialmente e de acordo com o momento histórico.
Infelizmente, vários estudos têm demonstrado que as prisões, como são hoje, não produzem 
uma reforma interna nos apenados e sim os criminalizam mais, portanto, não são eficazes em sua 
proposta inicial.
A partir deste panorama, surge o trabalho do psicólogo no sistema prisional, que pode ter várias 
vertentes, ajudar o apenado em relação ao sofrimento produzido pelo cárcere (distância da família, 
ambiente insalubre e a privação da própria liberdade), bem como a possibilidade de ressocialização, 
buscando melhores estratégias de enfrentamento para um possível retorno à comunidade.
Em 1984 foi publicada a lei 7210/84, lei de Execução Penal, que estabeleceu, em seu artigo 1º, o 
objetivo de “efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a 
harmônica integração social do condenado e do internado” (Brasil, 1984).
Aqui, o psicólogo faz parte de uma equipe chamada de Comissão Técnica de Classificação (CTC), que 
avalia o apenado e pode ou não lhe dar a oportunidade da progressão da pena através da previsibilidade 
de sua presumida adaptabilidade social.
As CTCs tinham a incumbência de classificar os apenados e isto determinaria sua história na execução 
da pena. O psicólogo, então, passou a ter um lugar de perito para subsidiar o juiz nas suas decisões de 
concessão ou não da progressão de regime.
Em 2003, a lei de Execução Penal foi alterada e retirada à importância da CTC e sua responsabilidade 
da execução penal e a exigência do exame criminológico – tirando do psicólogo a sua função de perito 
– atuando este profissional, a partir de então, na atenção à saúde do detento.
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4. As técnicAs e intervenções dA conciliAção, dA ArbitrAgem e dA 
mediAção.
Quando as pessoas não se comunicam de forma adequada, surgem os conflitos e os participantes 
desta situação sentem-se ameaçados e temerosos em relação ao futuro.
O conflito é o conjunto de propósitos, métodos ou condutas divergentes, o oposto de congruência, 
é algo inerente à vida e por meio dele a evolução se processa.
A comunicação pode colocar algumas armadilhas, logo, para evitá-las é preciso que se criem 
condições para o diálogo, para que este ocorra de forma saudável. É preciso que haja coincidência de 
tema, que os interlocutores deem ao assunto a mesma importância e que cheguem a uma definição 
comum dos termos utilizados na conversação. É comum que os litigantes precisem de um interlocutor 
para que a conversa flua de forma natural e eficaz, para isso, podem lançar mão de um mediador, 
conciliador ou negociador. Esses facilitadores da comunicação passam a fazer parte do problema a ser 
discutido, do diálogo e da solução.
Conciliação: este é um método cooperativo, seu objetivo é colocar fim ao conflito e não há interesse 
em buscar ou identificar razões ocultas que levaram ao conflito e outras questões pessoais dos envolvidos.
Mediação: o mediador atua para promover a solução do conflito por meio do diálogo e do 
reajustamento das opiniões das partes envolvidas. O mediador ajuda as pessoas a aceitarem o diferente 
e observarem o outro de igual para igual. A mediação busca o resgate da comunicação e a solução do 
conflito acontece naturalmente, em consequência do próprio diálogo.
Estas práticas alternativas de resolução de conflitos estão sendo cada vez mais utilizadas pelo 
judiciário, na intenção de desafogar o próprio sistema, sempre de uma forma mais célere e apropriada.
REFERênCIAS
SIQUEIRA, A.C; JAEGER, F.P. & KRUEL, C.S. Família e Violência – Conceitos, Práticas e Reflexões 
Críticas. Juruá Editora. 2013 (p. 67-77).
BRANDÃO, Eduardo P. Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Nau, 2005 (p. 99- 140).
Referências técnicas para atuação do psicólogo no âmbito das medidas socioeducativas em unidades 
de internação – CREPOP.
CEZAR-FERREIRA, V.A. da M. Família, Separação e Mediação – Uma visão psicojurídica. São Paulo: 
Método. 3. ed., 2011 (p. 149-175).
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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