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Percepções das gestantes em relação à fisioterapia na saúde da materna

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCEPÇÕES DAS GESTANTES EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA 
NA SAÚDE DA MATERNA 
 
 
 
 
 
 
 
Jaqueline Muttoni Zambiazzi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERCEPÇÕES DAS GESTANTES EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA 
NA SAÚDE DA MATERNA 
 
 
 
Jaqueline Muttoni Zambiazzi 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Fisioterapia, do Centro Universitário 
UNIVATES, como exigência parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em 
Fisioterapia. 
 
Orientadora: Profa. Ms. Lydia Christmann 
Espíndola Koetz 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Inicialmente, agradeço a Deus, que me guiou nesta longa caminhada, me deu 
a oportunidade de iniciar este curso e as forças para concluí-lo. 
 
À minha mãe Cecilia e ao meu pai Anestor, que sempre me incentivaram e se 
dedicaram a mim com amor e carinho, trabalhando e sacrificando seus sonhos em 
favor dos meus. Não foram apenas pais, foram amigos e companheiros, mesmo nas 
horas mais difíceis, proporcionando as condições necessárias para que eu 
estudasse. 
 
Ao meu irmão Jacó e à minha cunhada Juçamara, que sempre colaboraram 
comigo, incentivando-me a nunca desistir dessa caminhada, mesmo nos momentos 
mais difíceis. 
 
Ao meu filho Pedro Augusto, que foi o presente mais especial que eu recebi 
durante essa trajetória, todo o meu amor e carinho, essa luta é dedicada 
especialmente a você. 
 
À minha orientadora, Lydia Koetz, pela paciência e pelo incentivo, pelo apoio 
e pela inspiração para o amadurecimento dos meus conhecimentos, pela 
disponibilidade sempre que necessitei, ao longo da trajetória acadêmica e agora, na 
conclusão desta monografia. 
 
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Aos professores e supervisores, pelas orientações e pelo empenho como 
auxiliares da educação, cada um contribuindo de uma maneira, transmitindo seus 
conhecimentos e suas experiências, e apoiando para que as dificuldades fossem 
superadas. 
 
À Secretária de Saúde, que gentilmente me acolheu e deu suporte. Às 
gestantes voluntárias, que foram fundamentais para a realização desta pesquisa. 
 
A todas as pessoas que se fizeram presentes, preocuparam-se, foram 
solidárias e torceram por mim. Recebam o meu “muito obrigada” por tudo, repleto de 
amor e carinho. 
 
 
 
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Desejo que hoje você experimente a 
paz dentro de você, que confie que 
você está exatamente onde você deve 
estar, que não se esqueça das 
infinitas possibilidades que nascem da 
confiança em você mesma e nos 
outros, que utilize os dons que você 
recebeu e que transmita aos outros o 
amor que recebeu. Espero que você 
esteja feliz consigo mesma por quem 
você é. Deixe sua alma cantar, dançar 
e amar livremente. Ela está aí para 
cada um de nós. 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
 
 
No decorrer da gestação, diversas modificações ocorrem no corpo da mulher. Um 
dos sistemas que sofre diversas alterações é o musculoesquelético, gerando 
compensações que, muitas vezes, levam a dores, devido a mudanças como 
aumento de peso, deslocamento do centro de gravidade, aumento da flexibilidade, 
diminuição da força muscular e da circulação sanguínea. A presente pesquisa teve o 
objetivo de verificar o impacto de um programa de intervenção fisioterapêutica na 
prevenção e/ou melhora de sintomas relacionados às alterações 
musculoesqueléticas provenientes da gestação. O estudo caracterizou-se como 
exploratório, na forma de pesquisa-ação, transversal, quantitativo e qualitativo. A 
amostra foi composta por quatro gestantes que participavam de um grupo de 
promoção em saúde de gestantes em uma unidade de saúde, no interior do Rio 
Grande do Sul. O estudo foi realizado nos meses de setembro e outubro de 2012, 
totalizando quatro encontros, com a participação de gestantes com idade entre 18 e 
36 anos. Para a coleta de dados foram utilizados dois questionários, o primeiro 
buscou avaliar o conhecimento acerca das alterações da gestação, os principais 
sintomas referentes a este período e a reflexão das gestantes em relação à atenção 
fisioterapêutica; o segundo teve como objetivo investigar a percepção das gestantes 
em relação às rodas de conversa, dos exercícios e qual a sua percepção em relação 
à fisioterapia. Conclui-se que o profissional da fisioterapia deve compor as equipes 
de saúde, desenvolvendo um trabalho de reabilitação, manutenção e, 
principalmente, de prevenção e de promoção à saúde, em todas as áreas 
dominadas por este profissional. 
 
Palavras- chave: Fisioterapia. Saúde Materna. Processo Gravídico. 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
AVD – Atividade de Vida Diária 
 
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social 
 
EIAS – Espinha Ilíaca Anterior Superior 
 
EIPS – Espinha Ilíaca Posterior Superior 
 
ESF – Estratégia de Saúde da Família 
 
PSF – Programa de Saúde da Família 
 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
 
GRÁFICO 01 – Percepção das gestantes antes e após a intervenção 
fisioterapêutica segundo a EVA e o período gestacional (em semanas)............. 
 
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LISTA DE QUADROS 
 
 
 
Quadro 01 – Relação entre as semanas de gestação e o grau de dor ............... 32 
 
 
Quadro 02 – Frequência de dor por segmento corporal referida pelas 
gestantes ............................................................................................................. 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 13 
2.1 A gestação.................................................................................................... 13 
2.2 Alterações fisiológicas em decorrência da gravidez................................ 14 
2.3 Alterações do sistema musculoesquelético provenientes da gravidez.... 18 
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................23 
3.1 Delineamento do estudo.............................................................................. 23 
3.2 Local do estudo e população...................................................................... 23 
3.3 Critérios de inclusão e exclusão................................................................... 24 
3.4 Coleta de dados.............................................................................................. 24 
3.5 Aspectos éticos.............................................................................................. 27 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 29 
4.1 Apresentação das participantes e seu conhecimento referente às 
principais alterações musculoesqueléticas e atenção fisioterapêutica 
neste período...................................................................................................... 
 
 
29 
4.2 Impactos das ações realizadas: percepções das gestantes frente à 
atuação fisioterapêutica.................................................................................... 
 
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 41 
 
 
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REFERÊNCIAS...................................................................................................... 
44 
 
APÊNDICES.......................................................................................................... 
47 
 
ANEXO .................................................................................................................. 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
O organismo da mulher sofre diversas alterações atribuídas aos hormônios 
gravídicos e ao crescimento do feto e do útero que iniciam desde o momento da 
concepção. Essas adaptações acontecem com o intuito de manter adequadamente 
as funções fisiológicas da mulher, e também suprir todas as necessidades para o 
desenvolvimento e crescimento do feto (OLIVEIRA, 2005). 
 
Em um estudo realizado por Lima (2006) para verificar a qualidade de vida 
relacionada à saúde de mulheres gestantes com baixo nível socioeconômico, 
constatou-se que, numa amostra de 202 gestantes, 85,1% relatou algum tipo de 
queixa como lombalgia, dor embaixo do ventre e em membros inferiores. 
 
Como o corpo da mulher sofre diversas alterações durante a gestação, a mesma 
necessita de um programa de exercícios específicos para que as adaptações 
posturais ocorram com o menor número de sintomas dolorosos possíveis. Os 
exercícios físicos vão atenuar as alterações estéticas e os transtornos metabólicos, 
agindo na diminuição de dores ocasionadas pela hiperdistenção dos músculos 
abdominais e do assoalho pélvico (BIM, PEREGO; PIRES, 2002). 
 
Conti (2003), por sua vez, propôs atividades educativas, fisioterápicas de 
cinesioterapia e de interação para um grupo de 71 gestantes. Desse modo, 
constatou que as técnicas fisioterápicas são de extrema importância para a 
diminuição da intensidade, da frequência e da duração de sintomas dolorosos, tendo 
melhor evolução dos desconfortos musculoesqueléticos durante a gestação. 
 
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Na maioria das vezes os sintomas dolorosos são de alta intensidade e acabam 
atingindo diretamente o bem estar físico, mental, social e emocional, diminuindo 
significativamente a qualidade de vida das gestantes. O presente estudo teve como 
objetivo principal verificar o impacto de um programa de intervenção fisioterapêutica 
na prevenção e/ou melhora de sintomas relacionados às alterações 
musculoesqueléticas provenientes da gestação. Como objetivos específicos foram 
estabelecidos os seguintes aspectos: descrever o perfil social referente à gestação 
das mulheres; identificar o conhecimento das gestantes referente às mudanças que 
a gestação gera e como a fisioterapia pode minimizá-las; promover rodas de 
conversas sobre as principais alterações decorrentes da gestação e como a 
fisioterapia pode intervir; desenvolver um programa de intervenção fisioterapêutica 
na percepção das gestantes referente às alterações fisiológicas provenientes da 
gestação; refletir sobre o papel do fisioterapeuta na atenção à saúde da mulher, em 
especial, no período gestacional. 
 
Tendo em vista esse momento tão importante na vida de uma mulher, 
considera-se importante compreender qual o entendimento dessas gestantes em 
relação às alterações da gestação e como a fisioterapia pode atuar, minimizando os 
sintomas musculoesqueléticos. Assim, o profissional da saúde poderá definir 
estratégias de promoção e prevenção à saúde, melhorando a qualidade de vida 
nessa população. 
 
O presente estudo está dividido em cinco capítulos. O primeiro apresenta a 
introdução, os objetivos e a justificativa da pesquisa. O segundo capítulo contém a 
fundamentação teórica, baseada em autores relevantes ao tema. O terceiro capítulo 
apresenta a trajetória metodológica; e o quarto, a análise e a discussão dos 
resultados obtidos através de tabelas. No quinto e último capítulo, são apresentadas 
as considerações finais referentes ao assunto abordado. 
 
 
 
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
 
Neste capítulo são abordados os referenciais teóricos que abordam o 
processo da gestação. Iniciamos falando sobre a gestação, em seguida as 
alterações fisiológicas da gravidez, finalizando com as alterações fisiológicas no 
sistema musculoesquelético provenientes da gravidez. 
 
 
2.1 A gestação 
 
A gestação é um fenômeno fisiológico quem tem início na concepção do feto, 
(momento em que o óvulo entre em contato com o espermatozoide), ocorrido 48 
horas após o coito (OLIVEIRA, 2005; FREITAS, 2001). A suspeita de uma gestação 
é confirmada através de exames laboratoriais, de imagem e de achados clínicos, 
que inclui sintomas e sinais como cessação da menstruação, náusea, aumento na 
frequência de micção, fadiga, sonolência, percepção de movimentos fetais, 
alterações das mamas, ausculta de batimentos fetais, alterações nas secreções do 
colo uterino e aumento do volume uterino (BARROS, 2006). 
 
Exames laboratoriais rastreiam a presença do hormônio gonadotrofina 
coriônica humana (HCG) presente somente em gestantes, sendo identificado a partir 
do exame de sangue. Esse hormônio só será identificado através do exame 
laboratorial a partir do oitavo dia de gestação ou, por exame de urina, após o 
vigésimo sexto dia (OLIVEIRA, 2005). A ultra-sonografia da cavidade uterina é outra 
ferramenta utilizada para detecção da gestação, esse exame proporciona 
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visualização da imagem do feto. Pode ser realizada por via transvaginal - no início 
da gestação, por permitir melhor visualização -, ou por via transabdominal 
(BARROS, 2006). 
 
A confirmação da gravidez altera todos os aspectos da vida da mulher e das 
pessoas que a cercam. Todas essas mudanças devem ser levadas em conta no 
planejamento da assistência que será ofertada para essa gestante dentro da equipe 
de saúde, buscando a melhor qualidade de vida para a mulher, o feto e quem a 
cerca (BARROS, 2006). 
 
Para ser ter um acompanhamento obstétrico adequado é necessário 
determinar a idade gestacional, a qual é contada a partir do último dia da 
menstruação. A data prevista doparto será determinada pelo seguinte cálculo: 
somam-se sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtraem-se três ao 
mês que ocorreu a última menstruação (FREITAS, 2001). 
 
A confirmação desse cálculo deve ser correlacionada com a altura uterina e o 
exame de ultrassonografia (FREITAS, 2001; OLIVEIRA, 2005). A duração da 
gestação é de aproximadamente 280 dias, ou 40 semanas, e divide-se em três 
trimestres. As 13 semanas iniciais correspondem ao primeiro trimestre, entre 14 e 27 
semanas o segundo e acima de 28 semanas, o terceiro (BRASIL, 2000; OLIVEIRA, 
2005). 
 
 
2.2 Alterações fisiológicas em decorrência da gravidez 
 
O organismo da mulher sofre diversas alterações que são atribuídas aos 
hormônios gravídicos e ao crescimento do feto e do útero, os quais iniciam desde o 
momento da concepção do feto. Essas adaptações acontecem com o intuito de 
manter adequadamente as funções fisiológicas da mulher, e também para suprir 
todas as necessidades para o desenvolvimento e o crescimento adequado do feto 
(OLIVEIRA, 2005). 
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Segundo Barros (2006), o útero começa a modificar-se logo após a 
concepção do feto. Essas alterações ocorrem na consistência, na forma, no peso, na 
posição, na coloração e no volume. O útero possui forma piriforme no início da 
gestação, evoluindo para globosa e, após cilíndrica no decorrer da gestação, tendo 
sua capacidade de volume aumentada em até cinco litros e, em casos especiais, até 
dez litros. 
 
Sua posição é na região intrapélvica, sendo que após a décima semana de 
gestação já se pode realizar a palpação sobre a sínfise púbica e acompanhar o 
crescimento uterino através da medida estabelecida entre a sínfise púbica e o fundo 
uterino. Em torno da 22ª a 24ª semana de gestação, o fundo uterino chega à altura 
da cicatriz umbilical e depois cresce cerca de um centímetro por mês (BARROS, 
2006; OLIVEIRA, 2005). 
 
A vascularização do útero aumenta de vinte a quarenta vezes para poder 
suprir as necessidades do feto, sendo realizada pelas artérias uterinas, que são 
ramos das artérias ilíacas internas, mais um conjunto de arteríolas e veias. O 
aumento do fluxo sanguíneo ocasiona edema e congestão pélvica, tornando a 
consistência do útero amolecida, tanto na cérvix quanto no istmo (BARROS, 2006). 
 
 Em torno da décima oitava semana de gestação, podem ser percebidos os 
movimentos fetais e também as contrações uterinas de forma irregular, indolores e 
intermitentes (BARROS, 2006; OLIVEIRA, 2005). 
 
Pelo aumento da vascularização, os ovários e as trompas têm um discreto 
aumento em seu tamanho e de sua posição, a qual se torna mais elevada. A vagina 
e a vulva tornam-se arroxeadas e edemaciadas pelo aumento da vascularização. 
Também ocorre o aumento das secreções vaginais que são de cor esbranquiçada e 
de odor leve, lembrando cheiro de mofo. 
 
As mamas também têm sua consistência alterada: o tamanho e o fluxo 
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sanguíneo são aumentados, podendo ter mais sensibilidade e dor ao toque. Os 
mamilos e as aréolas ficam maiores, a fim de preparar o seio para o aleitamento, 
sendo que no final do segundo trimestre já se pode ter a presença do colostro 
(BARROS, 2006; OLIVEIRA, 2006). 
 
No sistema circulatório, o coração tem um aumento do seu tamanho em razão 
do acentuado volume de sangue, além de um pequeno deslocamento para cima e 
para a esquerda, devido à elevação do músculo diafragma. No segundo trimestre, a 
frequência cardíaca aumenta entre dez e quinze batimentos por minuto, podendo 
apresentar uma arritmia não patológica. Pela diminuição da resistência vascular 
periférica e aumento dos batimentos cardíacos, no terceiro trimestre o débito 
cardíaco aumenta de trinta a cinquenta por cento (BARROS, 2006). 
 
O aumento do fluxo sanguíneo na pele causa obstruções nasais, parestesia e 
aumento da sudorese. A veia cava pode ser comprimida, gerando a diminuição do 
retorno venoso quando a gestante deita em decúbito dorsal, ocorrendo a síndrome 
da hipotensão supina, apresentando sinais de tontura, sudorese, náuseas, queda da 
pressão e desmaios. Para reverter o quadro, a gestante deve deitar-se em decúbito 
lateral esquerdo, estimulando, assim, o retorno venoso adequado (OLIVEIRA, 2005). 
 
O aumento do útero gravídico gera compressão sobre as veias abdominais, 
diminuindo o retorno venoso, propiciando o aparecimento de edemas e varizes em 
membros inferiores (FREITAS, 2001). A pressão arterial tem uma diminuição no 
primeiro trimestre, acentuando-se mais no segundo; no terceiro tende a normalizar-
se e voltar aos níveis pré-gravídicos (KNUPPEL; DRUKKE, 1995). 
 
Em relação ao sistema respiratório, destaca-se que a respiração resulta 
basicamente de dois processos: o da inspiração, quando o oxigênio é inalado; e a 
expiração, quando ocorre a eliminação de dióxido de carbono. Na gestação, ocorrem 
alterações para que essas demandas sejam adequadas (KNUPPEL, 1995), pois 
ocorre um aumento da exigência de oxigênio devido à aceleração do metabolismo e 
ao desenvolvimento do feto que realiza as suas trocas gasosas através da mãe 
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(BARROS, 2006). 
 
 
O diafragma eleva-se em torno de quatro centímetros, diminuindo a extensão 
do pulmão. Já a respiração passa de abdominal para torácica, ocorrendo o aumento 
da expansibilidade torácica em até dois centímetros, isso ocorre pela ação dos 
hormônios que causam relaxamento ligamentar. A frequência respiratória tem 
aumento de até duas respirações por minuto, tornando-se mais profunda e 
resultando em um aumento de 40% do volume respiratório por minuto (BARROS, 
2006; OLIVEIRA, 2005). 
 
Pela compressão que o útero gera sobre a bexiga, bem como o aumento de 
sua sensibilidade faz com que a gestante tenha diminuição da capacidade vital e 
consequente aumento da frequência de micções, principalmente no início e no final 
da gestação (BARROS, 2006; FREITAS, 2001). No que se refere às ações 
hormonais no sistema urinário, destaca-se a dilatação dos ureteres em torno da 
décima semana de gestação, favorecendo a estase da urina e, assim, a infecções 
urinárias recorrentes (OLIVEIRA, 2005). 
 
No sistema tegumentar, a estimulação dos hormônios gravídicos nos 
melanócitos - células responsáveis pela pigmentação - ocasiona o aparecimento de 
melasmas, que são manchas acastanhadas de contorno irregular que geralmente 
aparecem na face, também ocorre o escurecimento da linha Alba, esta linha divide o 
abdômen longitudinalmente do esterno até a sínfise púbica. Essas alterações 
costumam desaparecer após o parto (BARROS, 2006; FREITAS, 2001). 
 
A hiperpigmentação também pode ser observada nas axilas, na vulva, no 
períneo, nos mamilos e nas aréolas. Essa pigmentação excessiva é mais visível em 
gestantes que se expõem mais aos raios solares. O aumento da circulação também 
pode gerar o aparecimento de eritema palmar e crescimento excessivo dos pêlos, 
alterações que também tendem a desaparecer depois do parto (BARROS, 2006). 
 
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Com a distensão da pele, pode ocorrer a ruptura de suas fibras elásticas, de 
modo que apareçam as estrias. Geralmente, surgem após um período de prurido, 
sendo inicialmente de cor violácea, evoluindo para branca. Aparecem principalmente 
no abdômen, flancos, mamas e região lombar. Observa-se ainda, no decorrer da 
gestação, a hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas, favorecendo a 
hipersecreção sebácea e a transpiração excessiva, sintomas que desaparecem após 
parto(BARROS, 2006; FREITAS, 2001). 
 
Pela ação hormonal ocorre um relaxamento da elasticidade do tecido 
conjuntivo e colagenoso presente nos ligamentos, principalmente nas articulações 
sacroilíacas e sínfise púbica. Esse relaxamento favorece o aumento da mobilidade, 
facilitando as adaptações maternas (BARROS, 2006). 
 
Pelos fatores hormonais torna-se comum as gestantes, no início da gravidez, 
terem aumento de saliva, náuseas e vômitos. Esses sintomas dificilmente persistem 
após o segundo trimestre. Pela compressão do útero e pela ação dos hormônios 
pode ocorrer constipação, diminuindo a motilidade intestinal e, consequentemente, o 
seu funcionamento fica prejudicado (FREITAS, 2001). 
 
Também é comum o aparecimento de pirose (azia), a qual se deve ao refluxo 
gastroesofágico gerado pela compressão do estômago pelo útero (FREITAS, 2001). 
A ação hormonal também pode ocasionar hiperemia, sangramento e edema nas 
gengivas, por isso deve-se ter um cuidado especial com a saúde dental no período 
gravídico (BARROS, 2006). 
 
 
2.3 Alterações do sistema musculoesquelético provenientes da gravidez 
 
A fisioterapia em obstetrícia atua diretamente nas mudanças do sistema 
musculoesquelético, no sentido de tentar evitar os distúrbios e, caso já existam, 
para tratá-los. Dessa forma, os fisioterapeutas são profissionais da área da saúde 
aptos para aconselhar sobre a saúde física de uma mulher antes, durante e após 
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uma gestação (POLDEN; MANTLE, 2005). 
 
 
Durante a gestação, é necessário que o corpo da mulher adapte-se a sua 
postura para compensar a mudança do centro de gravidade, sendo que cada uma 
terá uma compensação individual que dependerá de outros fatores como força 
muscular e flexibilidade das articulações (POLDEN; MANTLE, 2005). O 
deslocamento do centro de gravidade ocorre para frente e para cima 
(STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). 
 
O ganho de peso faz com que ocorram mudanças na deambulação e na 
postura da gestante. A pelve sofre uma inclinação anterior que, associada à 
diminuição do tônus da região abdominal, faz a coluna se realinhar, gerando uma 
compensação nas curvaturas da coluna vertebral, sendo comum o aparecimento de 
dores nessa região (BARROS, 2006). 
 
A coluna se ajusta no decorrer da gestação, aumentando as curvaturas 
cervicais e lombares. O aumento do peso das mamas faz com que a curvatura 
cervical aumente e que os ombros curvem-se para frente. Como compensação para 
que a cabeça não penda para frente, a musculatura da região posterior do tronco 
age intensificamente para tentar manter a posição. A gestante também tende a 
pender-se para trás, deslocando peso para os calcanhares com o objetivo de 
contrabalancear o peso que está sendo deslocado para frente com o aumento do 
útero e das mamas (STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). 
 
Ocorre fraqueza muscular na parte anterior do pescoço, superior das costas, 
abdominais inferiores e encurtamento da musculatura flexora de quadril, peitorais e 
região lombar (KENDALL, 1983, apud STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). Esses 
desvios posturais podem ser intensificados durante o trabalho e as atividades 
domésticas, sendo de extrema importância uma avaliação da postura também 
nessas posições para, a partir disso, desenvolver um programa de exercícios para 
corrigir os encurtamentos e as fraquezas musculares (STEPHENSON; O'CONNOR, 
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2004). 
 
É comum, nas gestantes, o aparecimento de espasmos e pontos-gatilhos na 
região do músculo trapézio, medial e superior da cervical, gerando limitação do 
movimento de flexão lateral, rotação e dores nos movimentos de flexão e extensão 
da cabeça. Essa dor pode ser minimizada com aplicação de calor ou massagem na 
região. Secundária a essas alterações pode ocorrer o aparecimento de síndrome do 
desfiladeiro torácico, que por uma compressão de fibras nervosas, geralmente da 
oitava vértebra cervical (C8) até a primeira vértebra torácica (T1) e também de 
artérias e veias subclávias, gera vários sintomas característicos (POLDEN; 
MANTLE, 2005; STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). 
 
O aumento do edema nas gestantes pode levar a compressão do nervo 
mediano e, consequente, a síndrome do túnel do carpo. Os principais sintomas 
referidos são dor na região no nervo mediano, parestesia, diminuição dos 
movimentos e, em estágios mais avançados, atrofia muscular das mãos. 
Geralmente, esses sintomas desaparecem após o parto devido à diminuição do 
edema (STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). 
 
A síndrome do túnel do carpo é causada pela compressão do nervo mediano 
ao passar no túnel do carpo sob os flexores do punho, ocasionando diminuição da 
função nervosa sensorial e motora. O nervo mediano é responsável pelo sensorial 
dos dedos polegares, indicadores e dedos médios e pelo suprimento dos músculos 
tênares (POLDEN; MANTLE, 2005). 
 
Outro aspecto que merece atenção é a diástase do reto abdominal, trata-se 
da separação deste músculo na região da linha Alba, pode ser desenvolvida durante 
a gestação ou durante o parto normal, quando a gestante realiza a manobra de 
valsalva para empurrar o feto. Nota-se um abaulamento na região mediana do 
abdômen, indicando a separação dos músculos (STEPHENSON; O'CONNOR, 
2004). 
 
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A separação do músculo reto abdominal pode variar entre dois a três 
centímetros na lacuna vertical e doze a quinze centímetros de comprimento em um 
espaço medindo de doze a vinte centímetros de largura, com isso toda a região 
abdominal fica enfraquecida. As gestantes que ficam inativas ou que não praticam 
exercício físico terão seus músculos abdominais enfraquecidos e provável diástase 
desse músculo no pós-parto (POLDEN; MANTLE, 2005). Um estudo realizado com 
27 gestantes em uma cidade de médio porte do interior do Rio Grande do Sul 
mostrou que 88,8% das estudadas obtiveram diástase do reto abdominal, sendo que 
duas eram primíparas e vinte e duas, multíparas (PIFFER, 2009). 
 
No primeiro trimestre da gestação, a articulação sacroilíaca pode tornar-se 
dolorosa pela ação hormonal e pelas alterações fisiológicas e musculoesqueléticas 
que o corpo da mulher sofre nesse período. Por exemplo, a lassidão ligamentar 
decorrente da gravidez pode provocar um movimento repetitivo em uma ou ambas 
as articulações sacroilíacas, ocasionando dor. Também é comum o aparecimento de 
dor localizada sobre as espinhas ilíacas postero-superior (EIPS), sendo que em 
ortostase a EIPS do lado envolvido é mais baixa quando comparada a espinha ilíaca 
ântero-superior (EIAS) do mesmo lado (POLDEN; MANTLE, 2005; STEPHENSON; 
O'CONNOR, 2004). 
 
Segundo Stephenson e O'Connor (2004), o aumento da lordose, do peso, da 
frouxidão ligamentar, além do deslocamento do centro de gravidade e a fraqueza 
muscular fazem com que a dor lombar seja um sintoma frequente apresentando 
pelas gestantes. Para Polden e Mantle (2005), a dor na região lombar geralmente é 
uma dor contínua que se intensifica mais ao final do dia e após algum esforço físico. 
Piffer (2009) realizou um estudo com 27 gestantes e constatou que 48,2% 
apresentaram dor lombar, sendo que das sete primíparas, cinco sentiam dor; entre 
as vinte multíparas, oito relatavam dor nessa região. 
 
O músculo piriforme pode tornar-se encurtado ou entrar em espasmo, sendo 
fonte de dor, ocasionando dor irradiada para os membros inferiores na localização 
do nervo ciático (STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). Segundo Polden e Mantle 
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(2005), a compressão do nervo ciático podeestar acompanhada de dores nas 
costas, geradas pelo aumento da lordose e pelas disfunções da articulação 
sacroilíaca, pois as raízes da quarta e quinta vértebras lombares passam logo a sua 
frente; sendo assim, qualquer reação inflamatória da região pode atingir o nervo 
ciático. 
 
O aumento de peso durante a gravidez gera sobrecarga nos joelhos e 
patelas, podendo levar a disfunções. Agindo em conjunto com a ação dos 
hormônios, pode gerar instabilidades e condromalácia nessa articulação 
(STEPHENSON; O'CONNOR, 2004). Os músculos do assoalho pélvico 
provavelmente irão ficar mais fracos após o parto, pois sofrem estiramento e 
traumatismos durante o parto normal e pela sustentação do peso abdominal e extra 
pélvico durante toda a gestação (POLDEN; MANTLE, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 
 
Para melhor entendimento, esse capítulo foi divido em delineamento do 
estudo, amostra e local, critérios de inclusão e exclusão, coleta de dados e aspectos 
éticos. 
 
 
3.1 Delineamento do estudo 
 
Para a realização dessa pesquisa, o estudo é do tipo exploratório, na forma 
de pesquisa-ação, transversal, quantitativa e qualitativa. 
 
 
3.2 Local do estudo e população 
 
A pesquisa foi realizada em uma Unidade Básica de Saúde (USB) no setor do 
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), de um município do interior do 
Rio Grande do Sul, com gestantes que participavam de um grupo de promoção em 
saúde na gestação, após o encontro semanal em que as mesmas participavam nas 
tardes de quintas-feiras. 
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Foram convidadas a participar deste estudo quatro gestantes que estavam em 
acompanhamento na USB e participavam no grupo de gestantes do CRAS. Todas 
aceitaram participar. Entretanto, destaca-se que em função de uma ter tido parto 
prematuro, três gestantes concluíram as intervenções. 
 
 
3.3 Critérios de inclusão e exclusão 
 
Foram incluídas gestantes a partir do segundo trimestre de gestação, maiores 
de 18 anos que participavam do grupo de promoção à saúde da USB do interior do 
Rio Grande do Sul, que aceitaram participar dessa pesquisa e assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), que tiveram autorização por 
escrito do seu médico ginecologista/obstetra para a realização dos exercícios físicos. 
 
Foram excluídas as gestantes que tinham gravidez de risco, com pré-
eclâmpsia, diabetes mellitus gestacional ou pré-existente não controlada, 
hipertensão arterial pré-existente não controlada, trombose venosa profunda ou 
qualquer outra doença que colocasse em risco a gestante e/ou o bebê. 
 
 
3.4 Coleta de dados 
 
Uma semana antes do início da intervenção, a pesquisadora participou do 
encontro com as gestantes, quando apresentou a pesquisa e os objetivos, 
convidando-as para participarem do estudo. Nesse momento, foi ressaltado que se 
tratava de um convite, podendo a gestante optar por sua participação ou não, bem 
como foi um momento para esclarecer dúvidas que pudessem ser apontadas pelas 
gestantes no momento do convite. 
 
Neste dia foi fornecido às gestantes o Questionário de Avaliação (APÊNDICE 
B) desenvolvido pela pesquisadora, com o qual se buscou identificar o perfil das 
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participantes, avaliar o conhecimento acerca das alterações que a gestação impacta 
no sistema musculoesquelético, os principais sintomas referentes a este e a reflexão 
delas em relação à atenção fisioterapêutica no período gestacional. O encontro 
iniciou às 16 horas e a duração prevista foi de trinta minutos, tempo máximo 
estimado para as gestantes responderem o questionário. 
 
A partir das respostas dos questionários, foi construído um programa de 
exercícios que teve como objetivo atenuar os sintomas de dor nas gestantes que 
relatam ter algum tipo de desconforto e prevenir nas gestantes que não possuíam 
dor. As intervenções e as rodas de conversa foram realizadas no período de um 
mês. O programa de atividades teve duração de 45 minutos, sendo dividido em dois 
momentos. O primeiro momento foi composto por uma roda de conversa, com o 
objetivo abordar as dúvidas sobre a gravidez que as mulheres indicaram. Este foi 
elaborado a partir das dúvidas apontadas pelas gestantes no Questionário de 
Avaliação (APÊNDICE B). 
 
No segundo momento, a pesquisadora implantou o programa de atividades de 
reforço e alongamento para as gestantes, baseado nas respostas destas no 
Questionário de Avaliação (APÊNDICE B), considerando ainda as principais 
alterações musculoesqueléticas apontadas por diferentes autores como Barros, 
(2006), Stephenson e O'Connor, (2004), Polden e Mantle, (2005). A proposta de 
atividades segue descrita abaixo. 
 
Com as participantes em bipedestação foram realizados os seguintes 
alongamentos e reforços: 
- Alongamento ativo dos músculos peitorais, realizando abdução de ombro e 
flexão de cotovelo a 90° contra uma parede, deslocando o peso do tronco contra, 
duas vezes de vinte segundos; 
- Alongamento ativo dos músculos flexores/extensores de punho, realizando a 
flexão de ombro a 90° com extensão após flexão de punho e mão contralateral, 
forçando o movimento, duas vezes de vinte segundos; 
- Alongamento ativo de grande dorsal, entrelaçando os dedos com flexão de 
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ombro a 180°, extensão de cotovelo e supinação de antebraço, realizando a flexão 
lateral de tronco, duas vezes de vinte segundos; 
- Alongamento ativo dos músculos iliopsoas e quadríceps, realizando a 
extensão de quadril associada à flexão de joelho, duas vezes de vinte segundos; 
- Alongamento ativo de isquiotibiais e gastrocnêmio, realizando a flexão de 
quadril, extensão de joelho e dorsiflexão de tornozelo, duas vezes de vinte 
segundos; 
- Reforço muscular de iliopsoas, realizando o movimento de flexão de quadril 
com flexão de joelho a 90°, duas vezes de dez repetições; 
- Reforço muscular de abdutores de quadril, realizando a abdução de quadril 
com o joelho em extensão, duas vezes de dez repetições; 
- Reforço muscular de quadríceps, realizando a flexão de quadril e joelhos ( 
agachamento), duas vezes de dez repetições; 
- Reforço muscular de extensores de coluna, realizando a elevação de quadril 
com membros inferiores flexionados, duas vezes de dez repetições. 
 
Os seguintes exercícios foram realizados com as participantes em 
sedestação: 
- Reforço muscular de adutores de quadril, realizando a adução de quadril 
contra uma bola pequena, duas vezes de dez repetições; 
- Reforço muscular de assoalho pélvico, realizando contrações de cinco 
segundos, cinco séries de dez repetições; 
- Para aumentar o retorno venoso de membros inferiores, realizando a 
dorsiflexão/plantiflexão de tornozelo, duas séries de dez repetições; 
- Para manter a capacidade respiratória foi realizado padrão ventilatório com 
elevação de membros superiores, duas vezes de dez repetições. 
 
Todas as atividades foram executadas associando a respiração, sendo que no 
momento da expiração a participante realizava o movimento, reforçando em conjunto 
os músculos abdominais. 
 
Destaca-se que todas as atividades foram realizadas com o acompanhamento 
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da pesquisadora. Realizou-se a aferição da pressão arterial antes do início das 
atividades e no final, para assegurar o bem-estarda gestante. 
 
No último encontro, foi aplicado o Questionário 02 (APÊNDICE C), 
desenvolvido pela pesquisadora, que teve como objetivo investigar a percepção das 
gestantes em relação às rodas de conversa, dos exercícios em relação às alterações 
que a gestação pode desenvolver no sistema musculoesquelético e qual a sua 
percepção em relação à fisioterapia. 
 
 
3.5 Aspectos éticos e análise dos dados 
 
Para a realização do presente trabalho, a pesquisadora apresentou o projeto 
de pesquisa para os integrantes da equipe de saúde que coordena o grupo de 
promoção de saúde em gestantes, a fim de obter a autorização para realização do 
estudo. Foi encaminhado um termo de autorização para a Unidade Básica de Saúde, 
abrangendo o objetivo do trabalho e a metodologia. Após a aprovação da Secretaria 
de Saúde, o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa da 
UNIVATES (COEP/UNIVATES). No momento em que o projeto recebeu a 
autorização do COEP/UNIVATES via protocolo nº 84883, a pesquisadora foi ao local 
explanar seu trabalho e convidar as gestantes para participar, iniciando, assim, a 
aplicação deste estudo. 
 
Após as gestantes aceitarem participar do estudo, a pesquisadora entregou o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) a todas as participantes do 
estudo, sendo que uma cópia ficou com a participante e uma segunda via 
armazenada com a pesquisadora. O TCLE ficará sob sigilo, por um período de cinco 
anos, em local reservado, de acesso somente da pesquisadora e após, serão 
incinerados conforme a Resolução 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde, do 
Ministério da Saúde, o qual determina a entrega do TCLE. Neste termo, foram 
explicadas às participantes todas as etapas do estudo, a proposta do trabalho, os 
objetivos, como serão realizados, os benefícios e a garantia de que a participante 
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não teria nenhum risco físico e moral, além disso, também foram informadas que 
estariam isentas de qualquer tipo de gastos, além disso foram esclarecidas 
eventuais dúvidas. 
 
Os resultados da avaliação são sigilosos e utilizados apenas para fins 
acadêmicos, podendo ser publicados em forma de artigos, monografia e 
apresentados em salão de iniciação científica, sempre mantendo o sigilo das 
participantes. 
 
A pesquisa poderia ter sido suspensa por qualquer motivo que venha a 
impedir o funcionamento da unidade de saúde por um período indeterminado. Sendo 
que isso não geraria transtornos e nem perdas financeiras para o poder público, 
muito menos para as gestantes. 
 
Os resultados foram tabulados no programa Microsoft Excel e serão 
apresentados em formas de gráficos e tabelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
 
Para melhor compreensão dos resultados, o trabalho foi dividido em 
subcapítulos que descrevem os diferentes resultados. Inicialmente, serão 
apresentadas as gestantes e os resultados referentes ao Questionário de Avaliação 
(APÊNDICE B), o qual buscou identificar o perfil das participantes, avaliar o 
conhecimento acerca das alterações que a gestação impacta no sistema 
musculoesquelético, os principais sintomas referentes a esse período e a reflexão 
delas em relação à atenção fisioterapêutica no período gestacional. E, por último, os 
resultados referentes ao Questionário 02 (APÊNDICE C) que teve como objetivo 
investigar a percepção das gestantes em relação às rodas de conversa, dos 
exercícios em relação às alterações que a gestação pode desenvolver no sistema 
musculoesquelético e qual a sua percepção em relação à fisioterapia. 
 
 
4.1 Apresentação das participantes e seu conhecimento referente às principais 
alterações musculoesqueléticas e atenção fisioterapêutica neste período 
 
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Participaram do estudo quatro mulheres com idade entre 18 e 36 anos. 
Quando indagadas em relação à profissão, duas gestantes relataram ser 
agricultoras, uma do lar e outra, secretária. Quanto à escolaridade, duas 
participantes afirmaram ter concluído o Ensino Médio e duas referiram ter o Ensino 
Fundamental incompleto. 
 
Em relação ao número de partos, duas participantes relatam ter passado por 
uma gestação com parto do tipo normal e duas afirmaram que se encontram na 
primeira gestação. O tempo de gestação das participantes no início do estudo, ficou 
entre 17 e 26 semanas. Todas comprovaram, através do atestado médico, que a 
gravidez não era de risco. 
 
Quando perguntadas sobre a prática de atividade física, duas gestantes 
relatam que a praticam com frequência determinada. A gestante 21 afirma “realizo 
caminhada no mínimo duas a três vezes por semana” e a gestante 4 relata que 
participa “de ginástica em grupo uma vez por semana”. Duas gestantes relataram 
não praticar atividade física regularmente. 
 
Segundo Andrade e Lopes (2005), a prática de atividade física é indicada para 
gestantes quando não apresenta nenhum risco à gravidez, devendo sempre ter a 
orientação adequada em relação às indicações e às contra-indicações de sua prática 
nos diferentes trimestres de gestação, a fim de não gerar nenhum risco ao feto. 
Destaca-se que a prática de atividade física é um fator que contribui para a 
prevenção e a promoção da saúde em todas as faixas etárias, inclusive durante a 
gestação e no pós-parto, contanto que se tenha indicação e acompanhamento de 
um profissional (LEITÃO, 2000). 
 
No estudo realizado por Mann, Kleinpaul, Teixeira e Konopka (2008) para 
determinar a prevalência de dores lombares em gestantes, seus fatores de risco e a 
 
1 Para o sigilo das participantes no processo de análise e transcrição das respostas, elas foram 
identificadas com numerais. Dessa forma, cada gestante que participa da pesquisa corresponde a um 
número, respectivamente: 1, 2, 3, 4. 
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influência da atividade física nesse período, observou-se que mais da metade das 
gestantes sofrem, em algum período da gestação, dores na região lombar e/ou 
pélvica. Dessa forma, programas de exercícios físicos são indicados para diminuir ou 
prevenir os sintomas de dores. Dentre essas atividades são indicadas: ginástica 
aquática, natação, yoga e alongamentos. 
 
Quando questionadas se passaram a sentir algum tipo de dor após a 
constatação da gestação, três afirmaram que sim, principalmente no decorrer do dia 
e da noite, uma refere maior dor à noite e outra gestante afirmou não sentir dor. 
Sousa (2002) afirma que a dor pode ser definida como uma sensação subjetiva, 
complexa e pessoal, sendo que sua percepção pode ser diferenciada na intensidade 
sensorial e na sua qualidade. Por esse motivo, a dor não pode ser medida de forma 
objetiva, também não é permitido que um observador externo mensure a sua 
intensidade. 
 
Miceli (2002) corrobora essa afirmação ao destacar que a dor crônica é de 
caráter subjetivo e multifatorial e que apesar dos avanços que ocorreram nos últimos 
anos, ainda se tem dúvidas quanto à sua etiologia e manutenção. Contudo, deve ser 
dada uma atenção especial ao indivíduo com dor, com tratamento especializado e 
multidisciplinar, ampliando os cuidados terapêuticos e o suporte à família. 
 
Para buscar melhor compreensão em relação ao quadro álgico, fora solicitado 
às participantes que dessem uma nota para a dor, sendo que zero representava 
nenhuma dor, e dez uma dor insuportável. Com o objetivo de avaliar de uma formasubjetiva a severidade/intensidade da dor, tem se usado com frequência a Escala 
Analógico-Visual, por ser um instrumento não invasivo e validado, que é de rápida e 
fácil aplicação (SOUSA, 2002). 
 
Uma gestante afirmou sentir dor grau 10, outra gestante quantificou sua dor 
como grau 5, uma em grau 2 e a última participante quantificou sua dor como grau 1, 
conforme descrito no QUADRO 01. Em relação à frequência da dor, duas 
responderam que a dor permanece até três vezes por semana, uma gestante afirma 
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sentir dor de três a cinco vezes e uma não respondeu a questão. 
 
QUADRO 01 - Relação entre as semanas de gestação e o grau de dor. 
 
Gestante Tempo de Gestação 
(em semanas) 
Dor referida pelas gestantes 
antes da intervenção 
1 20 10 
2 17 02 
3 19 05 
4 26 01 
Fonte: quadro elaborado pela pesquisadora. 
 
Em relação à localização da dor, uma gestante relata sentir mais dor em 
membros inferiores e região pubiana, outra em membros inferior e abdômen, outra 
em região da coluna lombar e abdômen e a outra em abdômen, membros inferiores 
e membros superiores, conforme descrito no QUADRO 02. 
 
QUADRO 02 – Frequência de dor referida pelas gestantes, classificada por 
segmento corporal. 
Localização da dor Número de gestantes 
Membros Inferiores 3 
Região púbis 1 
Abdômen 3 
Lombar 1 
Membros superiores 1 
 Fonte: quadro elaborado pela pesquisadora. 
 
 
Nesse sentido, procurou-se entender quais as alterações observadas pelas 
gestantes no decorrer da gestação. A gestante 1 afirma sentir “dor, desconforto para 
dormir, dor no fundo da barriga”; já a gestante 2 refere “dor abdominal”; a gestante 3 
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relata que a sua dor acomete “costas, pernas e para dormir”; a gestante 4 afirma 
sentir “cansaço nas pernas”. 
 
O conhecimento referente à dor lombar em gestantes foi identificado em 
diferentes estudos. Santos (2010) realizou um estudo com 45 gestantes com idade 
média de 26 anos, a prevalência de dor lombar foi de 73%, sendo mais frequente no 
último trimestre (48%) seguido do segundo trimestre (43%). Dessas gestantes, 48% 
relatavam que a dor era localizada na região lombar, 33% relatava irradiação para as 
coxas e pernas e 18% para região abdominal,. 40% relatavam que a dor era 
diariamente, com aumento da intensidade no período noturno (64%). 
 
Firmento (2012) realizou um estudo com 20 mulheres não gestantes (C) e 13 
gestantes subdividas em trimestres (G1, G2 e G3), afim de verificar a magnitude de 
lordose lombar, sua influência na dor lombopélvica e a qualidade de vida dessas 
gestantes. No estudo, foi constado que a dor lombar foi a queixa mais referida 
durante todos os trimestres, a qualidade de vida teve redução no decorrer dos 
trimestres quando comparada a não gestantes. 
 
Em um estudo realizado por Martins e Silva (2005), que subdividiu as 
participantes com dor lombar e/ou pélvica em dois grupos, um deles com gestantes 
que iriam realizar um protocolo de alongamentos (SGA) (33) e outro com gestantes 
que somente receberiam orientação médica (ORI) (36). Os resultados demonstraram 
que no grupo ORI 36 % não receberam qualquer orientação médica para diminuir as 
algias, 69% foram orientadas a repousar, 22% tiveram orientação postural, 11% 
receberam remédios, 6% orientação para realizar caminhadas e 6% para realizar 
fisioterapia. Em relação à diminuição da dor, avaliada através da Escala Análoga 
Visual antes e no final dos protocolos de exercícios e das orientações médicas, 
mostrou que o grupo SGA teve diferença estática, diminuindo a intensidade da dor 
em 66% das gestantes, enquanto no grupo ORI não teve diferença estatística, pois 
somente11% teve melhora nos sintomas. Isso comprova que somente a orientação 
médica não é efetiva na redução da dor em relação a gestantes que praticarem um 
atendimento especializado com fisioterapeutas. 
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Os estudos citados acima demonstram como a dor lombar impacta a vida da 
gestante. Independentemente do número da amostra, bem como do trimestre, 
observa-se que as gestantes referem dor neste local. Aliado ao conhecimento em 
relação à dor lombar, vem-se discutindo a intervenção fisioterapêutica neste período, 
que tem se mostrado eficaz inclusive na atuação em grupos de promoção da saúde. 
 
Nesse sentido, quando as gestantes que compõe o corpus desta pesquisa 
foram indagadas se já tiveram acesso à atenção fisioterapêutica nesse período, 
todas relataram que não. Quanto ao conhecimento sobre como esse profissional 
pode atuar, todas relataram não saber e não ter conhecimento a respeito. 
 
Martins e Silva (2005), ao realizarem um estudo com 203 gestantes, 
constataram que 79,8% sentiam dor em alguma região da coluna vertebral. A região 
lombar foi a mais referida como local de dor (80,8%); seguido da região sacroilíaca 
(49,1%); após, região torácica (36,7%) e, por último, a região da cervical (5,6%). 
Dessas, 57,3% relatam simultaneamente dor em mais de uma região e 47,7% 
relatavam acometimento nervoso para membros inferiores como fraqueza e 
formigamento. 
 
Já no estudo realizado por Dalvi (2010), que objetivou demonstrar a eficácia 
das técnicas de cinesioterapia, avaliando antes e depois os desconfortos sentidos 
devido à gestação, participaram cinco gestantes, que tinham idade entre 20 e 40 
anos. Eram realizados dois encontros semanais durante seis meses. No início da 
intervenção, 100% da amostra relatou sentir dor lombar e em membros inferiores, 40 
% dores na região do cinturão pélvico e 20% parestesia em membros superiores. Ao 
final das intervenções, 80% das gestantes relataram diminuição das algias lombares 
e 100% das participantes relataram ausência de parestesia e algia nos membros 
superiores e inferiores. 
 
Segundo Bim, Perego e Pires (2002), a fisioterapia com gestantes atua nas 
alterações musculoesqueléticas, promovendo antes, durante e após a gestação, 
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uma melhor postura: um melhor condicionamento físico em membros superiores 
para lidar com o bebê; e em membros inferiores para suportar o aumento de peso. 
As pesquisadoras salientam que a fisioterapia possibilitará um melhor controle 
muscular do assoalho pélvico e dos músculos abdominais, além de manter o 
condicionamento cardiorrespiratório. 
 
Nesse mesmo viés, Strassburger (2006), afirma que a partir de um programa 
educativo e terapêutico, o fisioterapeuta que atua na área da ginecologia e 
obstetrícia mostra-se como um profissional da área da saúde indispensável, que 
pode proporcionar uma melhor qualidade de vida através da amenização dos 
sintomas relatados pelas gestantes. 
 
 O tratamento fisioterapêutico dispõe de várias técnicas como cinesioterapia, 
eletroterapia, massoterapia e hidroterapia que podem restabelecer as condições 
sintomatológicas do paciente, oferecendo suporte no sucesso dos tratamentos a 
pacientes com disfunções ginecológicas e obstétricas (MARQUES; VINADÉ, 2006). 
 
No início da intervenção, questionamos a gestantes sobre qual assunto teriam 
interesse em discutir nas rodas de conversas, todas relataram que gostariam de 
discutir mais sobre conhecimentos gerais. Neste sentido as rodas de conversa 
abordaram temas referente as alterações que a gestação impacta no sistema 
musculoesquelético, quais são os principais sintomas referentes a este período que 
elas estão vivenciando e a reflexão delas em relação à atenção fisioterapêutica no 
período gestacional. 
 
Diante dos apontamentos realizados pelasgestantes no Questionário 01, 
foram eleitos pela pesquisadora como assuntos para debate os seguintes temas: as 
principais alterações no corpo da mulher; preparação dos seios para amamentação; 
posicionamento correto para executar as atividades de vida diária (AVD’s); 
massagem relaxante para a gestante; massagem para o recém-nascido. 
 
As rodas de conversas tiveram como objetivo realizar uma atividade educativa 
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a fim de ofertar informações provenientes ao período gestacional e os cuidados com 
a gestante e o recém-nascido. Os temas foram previamente escolhidos, sendo 
apresentados pela pesquisadora de maneira bastante informal, buscando um espaço 
de discussão e troca de experiências e vivências emocionais envolvidas nesse 
período. 
 
A duração média de cada roda de conversa foi de vinte minutos, sendo que a 
pesquisadora iniciava a explanação do assunto e, durante a conversa, as gestantes 
iam relatando suas experiências e também realizando questionamentos acerca de 
qualquer dúvida que surgia. A cada encontro, foi debatido um assunto, sendo 
formulada uma cartilha sobre o tema, entregue a cada gestante em cada um dos 
encontros, contendo o assunto debatido em forma teórica e em figuras, buscando a 
melhor compreensão da participante. 
 
Todas as rodas de conversa tiveram boa participação e aceitação das 
gestantes, as mesmas sempre buscaram debater junto com a pesquisadora o 
assunto em questão, relatando suas vivências. Em relato durante a atividades, as 
participantes disseram que “isso realmente está acontecendo no meu corpo”, “Me 
sinto mais confiante agora em relação ao meu corpo e ao meu filho”. 
 
A educação em saúde é entendida como ações nas quais tanto os usuários 
quanto os profissionais aprendem e ensinam, valorizando o saber do outro e 
entendendo que o conhecimento é um processo de construção coletiva, tornando-a 
uma intervenção de prevenção, promoção e assistência à saúde. Nesse sentido, a 
prática da educação em saúde também reforça a participação social e amplia a 
conscientização sobre as condições de vida, reforçando a organização popular e a 
integralidade de ações em saúde ( ALBUQUERQUE; STOTZ, 2004). 
 
Para Progiante e Costa (2008), ao se utilizarem práticas educativas, está se 
desenvolvendo ações através do modelo humanizado com indivíduos que estão 
habituados ao modelo tecnocrático. O cuidado humanizado com ações reflexivas, 
críticas e libertadoras colabora para um novo entendimento da mulher em relação à 
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gestação, pois elas passam a entender esse processo como natural, sendo ativas 
nas decisões que dizem respeito ao seu cuidado. 
 
 
4.2 Impactos das ações realizadas: percepções das gestantes frente à atuação 
fisioterapêutica 
 
Após a intervenção das atividades e rodas de conversas, as gestantes foram 
questionadas sobre a forma que estas esclareceram suas dúvidas, sua importância 
e se a pesquisadora soube explanar os assuntos de forma compreensiva. Todas 
responderam de modo afirmativo nas três perguntas. As quatro gestantes 
responderam que é importante conhecer as principais alterações ocasionadas pela 
gestação e, assim, prevenir sintomas dolorosos. 
 
Para destacar a importância das atividades de educação continuada, Reberte 
(2005) desenvolveu um trabalho em grupo com oito gestantes e quatro 
acompanhantes, durante nove encontros, em um hospital universitário de São Paulo, 
buscando avaliar os principais sintomas ocasionados pela gestação e, a partir disso, 
desenvolver orientações e técnicas de abordagem corporal, bem como explicar suas 
finalidades. O autor concluiu que o programa propiciou ao grupo participante um 
ambiente de trocas de experiência, principalmente aquelas provenientes do período 
gestacional. 
 
Segundo Delfino, Patrício, Martins e Silvério (2004), através do processo de 
ensinar e aprender em ações educativas realizadas em grupos com indivíduos que 
tenham sintomas comuns, forma-se naturalmente um espaço para a promoção à 
saúde, constituindo um método privilegiado, cujas abordagens propiciam a qualidade 
de vida coletiva. O desenvolvimento de grupos proporciona um espaço para trocas 
de experiências, de sentimentos, afetos e socialização de conhecimentos técnicos e 
populares. 
 
Hoga e Reberte (2007) ressaltam que o trabalho desenvolvido em grupo 
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proporciona o compartilhamento de experiências e favorece a constatação de que as 
pessoas vivenciam situações semelhantes, ocorrendo um maior envolvimento em 
relação aos temas abordados e também melhor compreensão. Para isso, deve-se 
sempre ter um ambiente que proporcione acolhimento, que ofereça estímulos para a 
interação entre os participantes do grupo e o pesquisador, além da necessidade de 
estabelecer o assunto através das questões apresentadas espontaneamente pelo 
grupo. 
 
Para avaliar o impacto em relação à percepção de dor após a intervenção, as 
gestantes foram orientadas a dar uma nota para a sua dor atual, sendo que zero 
representa sem dor, e dez refere uma dor insuportável. Três gestantes responderam 
que tem dor um e uma que tem dor dois. As quatro gestantes relatam que a dor atual 
é menor em relação à dor que sentiam quando iniciaram o programa de exercícios. 
O gráfico 01 apresenta os resultados referentes ao tempo de gestação, a dor 
referida antes do início da intervenção e após o programa de exercícios. Destaca-se 
que a gestante 04 não respondeu ao último item, pois deu a luz antes do término da 
coleta dos dados. 
GRÁFICO 01 – Percepção das gestantes antes e após a intervenção 
fisioterapêutica segundo a EVA e o período gestacional (em semanas). 
 
 
Fonte: gráfico elaborado pela pesquisadora. 
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Estudos semelhantes encontram respostas significativas quanto à intervenção 
em grupos de reforço muscular para gestantes. Conti (2003) realizou um estudo para 
avaliar a incidência dos sintomas musculoesqueléticos, antes e após aplicação de 
um programa de exercícios fisioterapêuticos, atividades educativas e interativas. A 
amostra foi constituída por um grupo de estudo composto por 38 gestantes, com 
idade média de 17,9 anos e um grupo de controle composto por 33 gestantes, com 
idade média de 20,8 anos. Esse estudo mostrou que na avaliação inicial o grupo 
controle referiu desconfortos de intensidade leve (18,2%) e intensidade grave 
(18,4%) e o grupo de estudo de intensidade grave (36,8%) e associadas (31,6%) . 
Ao final, as gestantes do grupo de controle referiram desconfortos de intensidade 
grave (60,6%) e associadas (23,7%); enquanto as gestantes do grupo de estudo 
relatavam desconfortos com intensidade leve (57,9%) ou ausência de sintomas. 
 
Quando questionadas sobre a importância da prática de exercícios para 
diminuir as alterações musculoesqueléticas, todas as gestantes que compõem o 
grupo desta pesquisa reconheceram a relevância da atividade. Da mesma forma, 
quando perguntadas sobre a importância de o profissional de fisioterapia 
acompanhar o pré-natal de gestantes, destacaram o seu apoio nesse período. 
 
A atenção adequada às gestantes é destacada por diferentes autores. Costa 
(2009), através de um protocolo, apresenta as estruturas usadas pelo serviço na 
atenção a gestantes nas dimensões de instalações físicas, recursos materiais, 
normas, qualidade do cuidado, intersetorialidade, referência, contra-referência, 
acessibilidade, acolhimento e resolubilidade. Costa (2009) concluiu que a unidade 
em questão foi classificadacomo intermediária, estabelecendo uma atenção 
fragmentada à saúde da gestante. 
 
Santos, Saunders e Baião (2012) corroboram com a discussão ao apresentar 
o estudo realizado em um programa de pré-natal de uma maternidade pública do Rio 
de Janeiro, com gestantes adolescentes. No seu estudo observou e registrou, no 
caderno de campo, onze consultas de obstetrícia, cinco sessões de grupo em 
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educação à saúde e seis consultas de nutrição. Através dos resultados obtidos, 
percebeu-se a falta de observação dos profissionais em relação aos aspectos 
psicológicos, sociais e culturais da gestação na adolescência, sem considerar suas 
necessidades de saúde, havendo pouco aproveitamento do espaço da consulta para 
construção de significados e saberes da gestação e da maternidade na 
adolescência. 
 
Em relação à fisioterapia, houve um estudo abrangendo quatro fisioterapeutas 
do Programa de Saúde da Família (PSF), do município de Sobral, Ceará, a fim de 
descrever a atuação da fisioterapia em relação à intervenção preventiva. Os 
resultados demonstraram que o acesso à fisioterapia aumentou com o passar dos 
anos, deixando a comunidade satisfeita, contudo, ainda se tem algumas deficiências 
em relação ao número de profissionais atuantes, dificuldades estruturais e de 
materiais e também o desconhecimento da população e dos gestores quanto à 
atuação da fisioterapia. Nota-se que os profissionais fisioterapeutas ainda estão 
centrados na reabilitação, dificultando a mudança para um modelo que atue na 
prevenção e na promoção da saúde (BRASIL, 2005). 
 
Para demonstrar a atuação do fisioterapeuta dentro de um PSF, Borges 
(2010) realizou uma revisão bibliográfica na qual mostrou a relevância do 
fisioterapeuta na atenção pública, visando à integralidade da atenção e assistência, 
contribuindo na reabilitação, na manutenção, na prevenção e na promoção da 
saúde. Experiências de populações que contam com esse profissional mostram que 
a atuação do fisioterapeuta enriquece e desenvolve ainda mais os cuidados à saúde, 
contudo, a implementação do fisioterapeuta está limitada em algumas regiões, 
estando ainda em processo de construção. 
 
Linke (2009) realizou um estudo através da aplicação de entrevista domiciliar 
com 355 usuários de duas Unidades de Saúde da Família (ESF), de um município 
do Vale do Rio do Sinos/RS, sendo que uma continha fisioterapeuta e a outra não. A 
investigação mostrou como o usuário vê a necessidade do profissional da 
fisioterapia: na unidade que não possui fisioterapeuta, 0,9 % (um usuário) não vê a 
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importância e 99,1% relatam acreditar na importância do fisioterapeuta nas ESFs. Já 
na ESF que possuía fisioterapeuta, 100% responderam que acreditam na atuação 
desse profissional. O estudo evidencia, de forma clara, como é importante a inserção 
de fisioterapeutas nas ESFs, nos níveis de atenção da reabilitação, manutenção e 
prevenção à saúde. 
 
Dalvi (2010) destaca que o profissional de fisioterapia deve atuar juntamente 
com a equipe de saúde, intervindo no preparo físico da gestante, através de 
protocolos de exercícios, proporcionando o bem-estar físico através da diminuição 
de sintomas osteomioarticulares, circulatórios e respiratórios. 
 
Os estudos acima demonstram a importância da atenção fisioterapêutica na 
educação continuada da saúde das gestantes. Percebe-se a necessidade da 
atenção voltada para as dúvidas e necessidades de saúde das gestantes, para que 
as ações sejam realmente efetivas. Diferentes estudos têm demonstrado a 
necessidade da inserção do fisioterapeuta nas unidades de saúde, como um 
profissional habilitado para atuar em relação à promoção da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 
A gestação é um período que requer diversos cuidados devido às várias 
alterações que ocorrem no corpo da mulher, decorrentes desse processo. No 
presente estudo, foi possível identificar os principais sintomas musculoesqueléticos 
referentes a essas alterações, bem como, avaliar a percepção das gestantes quanto 
à inserção do fisioterapeuta na assistência ao pré-natal. 
 
Verificar o impacto da intervenção fisioterapêutica na prevenção e/ou melhora 
de sintomas relacionados às alterações musculoesqueléticas provenientes da 
gestação mostrou como os profissionais da fisioterapia podem intervir nesses sinais, 
visando gestantes ativas e com menos sintomas dolorosos, apontando que o 
fisioterapeuta deve integrar as equipes de saúde. 
 
Para desenvolver o estudo, foi importante compreender o entendimento das 
gestantes em relação às alterações da gestação e como a fisioterapia poderia atuar, 
minimizando os sintomas musculoesqueléticos. Em relação as rodas de conversa 
todas se mostraram participativas e interessadas, reconhecendo a importância de se 
conhecer as alterações através de atividades educativas como essa, bem como, 
saber lidar com essas alterações, para que as adaptações ocorram da melhor forma. 
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Os grupos de promoção à saúde, desenvolvidos com indivíduos que tenham 
sintomas em comum, favorecem a troca de experiências e vivências relacionadas, 
promovendo também a socialização e a conscientização desses indivíduos quanto à 
prevenção e promoção da saúde para o bem estar físico e mental. 
 
Ressalta-se que cada sujeito deve ser olhado de forma individual e que os 
grupos de saúde, para determinadas pessoas, nem sempre serão benéficos. Cabe 
ao profissional da saúde saber o que será mais benéfico ao usuário, o atendimento 
individualizado ou em grupo, sempre pensando na melhor prestação do serviço e na 
garantia da saúde. 
 
O fisioterapeuta é um profissional que deve compor as equipes de saúde, 
para poder desenvolver um trabalho de reabilitação, manutenção e, principalmente, 
de prevenção e de promoção à saúde, em todas as áreas dominadas por este 
profissional, agregando conhecimentos e ações ao conjunto de profissionais. 
 
Por fim, destaca-se a necessidade de novos estudos envolvendo a fisioterapia 
em uroginecologia e obstetrícia nas unidades de saúde. Para isso, seria importante 
envolver um número maior de participantes, incluindo também grupo controle, 
levando-se em consideração a alta incidência de dores devido às alterações do 
sistema musculoesquelético, que são levadas como afecções normais, mas que 
podem ser minimizadas com um trabalho de prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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gravidez. Rev Soc Cardiol. São Paulo: 2005. 
 
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Barueri, SP: Manole, 2006. 
 
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APÊNDICES 
 
 
 
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
 
APÊNDICE B - FICHA DE AVALIAÇÃO 
 
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APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE A 
 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
 
 
 
Você está sendo convidada a participar, como voluntária, no Projeto de 
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pesquisa “Percepções das gestantes em relação à fisioterapia na saúde da mulher 
em uma unidade de saúde do interior do RS”. Será fornecido às gestantes o 
questionário de avaliação física desenvolvido pela pesquisadora com o objetivo de 
verificar o impacto de um programa de intervenção fisioterapêutica na prevenção 
e/ou melhora de sintomas relacionados às alterações musculoesqueléticas 
provenientes da gestação. A partir da resposta dos questionários será montado um 
programa de exercícios que tenha como objetivo funcional prevenir e/ou atenuar os 
desconfortos provenientes da gestação. No mesmo período de intervenções serão 
realizadas rodas de conversa que terão como objetivo abordar as dúvidas sobre a 
gravidez que as mulheres indiquem. No último encontro será aplicado o questionário 
02, desenvolvido pela pesquisadora, que tem como objetivo investigar a percepção 
das gestantes em relação às rodas de conversa e aos exercícios em relação às 
alterações que a gestação pode desenvolver no sistema musculoesquelético e a sua 
percepção em relação à fisioterapia. 
Esta pesquisa teve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univates 
e no caso de você concordar em participar, por favor, assine ao final do documento. 
Sua participação não é obrigatória e, a qualquer momento, você poderá desistir de 
participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua 
relação com a pesquisadora ou com a instituição. 
Ressalta-se que a gestante não terá nenhum deslocamento extra, visto que a 
pesquisa será realizada após o encontro semanal que as mesmas participam no 
setor do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), evitando, assim, 
qualquer gasto. Esta pesquisa não proporciona nem um risco de saúde, somente o 
desconforto com o tempo gasto para aplicação dos exercícios e questionários 
propostos. 
Você receberá uma cópia deste termo no qual consta o telefone da 
pesquisadora, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. 
 
Nome da pesquisa: 
Percepções das gestantes em relação à fisioterapia na saúde da mulher. 
 
Objetivo do presente trabalho: 
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