Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Terapia narrativa da 
re-autoria 
White & Epston 
Miguel Gonçalves (2012) 
Universidade do Minho 
 
Terapia da re-autoria: 
influências centrais 
n  Bateson 
–  O mapeamento dos acontecimentos no tempo e as 
distinções 
–  Importância das explicações negativas 
n  O exemplo de Darwin versus Lamarck 
 
n  Bruner 
–  A natureza narrativa da significação 
 
n  Foucault 
–  Pressupostos organizadores das nossas vidas 
–  A deconstrução das práticas de subjugação 
 27/11/16 2 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Exercício 
– Exercício (3 pessoas: “cliente”, 
terapeuta, observador) 
n Elaborar uma entrevista para 
compreender a história do cliente (20 
minutos) 
n Tarefa para o observador e terapeuta 
depois de concluída a entrevista: 
 
27/11/16 3 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Exercício 
– Construir uma breve narrativa de vida do 
cliente, sem recurso a jargão profissional 
– Reflectir sobre que constrangimentos serão 
responsáveis pelo sofrimento do cliente? 
– Especular sobre que pressupostos culturais 
alimentam as suas dificuldades. 
n Cliente não participa – no fim procura reflectir 
sobre o que mais o surpreendeu no que foi 
elaborado 
 
27/11/16 4 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Linguagem psi e narrativa 
n  In contrast to internal state conceptions, 
intentional state conceptions of identity are 
distinguished by the notion of “personal 
agency”. This notion casts people as active 
mediators and negotiators of life’s meanings 
and predicaments, both individually and in 
collaboration with others 
n  White, 2007, p. 103 
27/11/16 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 5 
Pressupostos da terapia narrativa 
(adap. Winslade & Monk, 1999) 
n  Os seres humanos vivem as suas vidas de 
acordo com histórias 
 
n  O que não é historiado é tornado irrelevante 
 
n  As histórias não são produções individuais 
–  vivem dos discursos e nas relações 
n  os discursos sociais dominantes impõem limites à 
possibilidade de mudança na vida das pessoas 
n  a desconstrução das narrativas pessoais deve ter em 
há sempre discursos contraditórios acessíveis 
27/11/16 6 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  A desconstrução dos discursos dominantes 
abre novas possibilidades de vida 
 
n  A tarefa do terapeuta é levar o cliente a 
criar uma nova história com um novo 
argumento mais satisfatório: o contra-
argumento 
27/11/16 7 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  “ A vida é uma coisa terrível a seguir à 
outra. Quem procura ajuda terapêutica já 
não sofre disto, para ele ou ela a vida é 
sempre a mesma coisa 
terrível” (Weakland) 
27/11/16 8 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Diagnóstico narrativo 
(Alon, 1994) 
n  Narrativas fechadas 
–  Princípios editoriais: desconstrução, procurar 
elementos fora do enquadramento narrativo 
dominante 
n  Narrativas caóticas 
–  Sem continuidade, ou com exclusão 
sistemática de temáticas (e.g., 
responsabilidade) ou de componentes centrais 
(e.g., emoções) 
–  Princípios editoriais: procurar continuidades, 
conferir unidade temática 
27/11/16 9 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Narrativas sem sentido 
– O que organizava a vida até então 
deixa de fazer sentido, a vida é 
vivida de modo trivial, ou é sentida 
como um desperdício. 
– Princípios editoriais: aumentar o 
envolvimento, procurar outros 
significados, aumentar a “agência” 
27/11/16 10 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Narrativas preferenciais 
n  Omer e Alon, 1999 
– Eu sou o herói desta história (estou 
no papel de narrador) 
– Esta história é a minha história 
– Esta história tem futuro 
27/11/16 11 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Metáforas para o 
questionamento terapêutico 
n  Fases do processo terapêutico 
– Re-autoria 
n Re-colocar a pessoa numa posição de autoria 
de uma história de vida preferencial 
–  Desconstrução 
–  Reconstrução 
–  Consolidação 
–  Antropológica 
n  Ritual de passagem 
–  Fase de separação 
–  Fase de limiar 
–  Fase de re-incorporação 
27/11/16 12 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Desconstrução 
n  Problema = “um sistema de 
significados que interfere com a 
direcção preferida de 
alguém” (Zimmerman & Dickerson, 1996) 
n  Questionar as verdades ou os 
pressupostos tomados como 
verdadeiros ou inquestionados que 
sustentam a história problemática 
 27/11/16 13 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Desconstrução e 
curiosidade terapêutica 
n  “This is not just curiosity. It is curiosity 
about how things might be otherwise, 
a curiosity about that which falls 
outside of the totalizing stories that 
persons have about their lives, and 
outside of those dominant practices of 
self and of relationship.” (White, 1991, p. 
146) 
27/11/16 14 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Desconstrução 
n  Exercícios 
n Perguntas internalizadores vs. 
Externalizadoras* 
 
n Bons e maus exemplos* 
n  Vídeo 
27/11/16 15 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Reverter a lógica cultural 
interiorista 
n  As pessoas comportam-se de determinada 
forma porque estão constrangidas de não o 
fazer de forma diferente 
–  Explicação negativa 
n  Narrativa funciona como um constrangimento 
 
n  Coisificação do problema (na psique, nos 
sistema) e naturalidade da internalização 
n  Externalização como metáfora lúdica que 
desafia a coisificação (o que é um problema?) 
27/11/16 16 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Reduz tendência do terapeuta para a 
procura de défices 
n  Impede a tirania da histórica única 
(=self, personalidade, etc.) 
n  Desresponsabiliza pelo problema, 
responsabiliza pelas soluções (versus 
discurso tradicional) 
27/11/16 17 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Efeito irónico: objectivação do problema 
versus da pessoa 
n  Devolução do problema à cultura: 
“desprivatização do problema” (Madigan, 
1998) 
–  Importância dos pressupostos que 
sustentam o problema 
27/11/16 18 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Criação de um espaço “linguístico 
e relacional” que convide as 
pessoas “a imaginar e activar 
alternativas e relações preferidas 
com os problemas” (Roth & 
Epston, 1996, p. 151) 
Em síntese 
 
 
Construir a externalização 
n  Construção do problema e externalização 
–  pensar no problema como uma coisa 
–  pensar nas especificações culturais envolvidas 
–  partindo da linguagem do cliente usar linguagem externalizadora 
n  Questões em torno dos efeitos 
–  determinar o campo de influência do problema 
–  explorar todos os efeitos 
n  Questões de desconstrução 
–  colocar questões desafiando pressupostos implícitos 
–  analisar resultados pretendidos 
27/11/16 20 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Exemplos de questões 
(adapt. Freeman & Combs, 1996) 
n Questões 
– Recolha de informação versus 
questões para suscitar novas 
experiências 
– Estratégia central de mudança 
n As questões co-autoriam a experiência 
(White, 1991) 
 
27/11/16 21 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  História da relação com o problema 
–  “Que experiências no passado vos levaram a 
aceitar as ordens do ganhar a todo custo?” 
 
n  Influências contextuais 
–  “Há algo no meio onde vive que reforce o poder 
do ganhar a todo o custo?” 
 
n  Efeitos 
–  “Que efeitos tem o ganhar a todo o custo no 
modo como se relacionam com os vossos filhos?” 
27/11/16 22 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Interrelação 
–  “ De que maneira é que o ganhar a todo o custo faz com 
que a vingança se torne o vosso principal modo de 
relação?” 
 
n  Estratégias 
–  “Que estratégias utiliza o ganhar a todo o custo para vos 
convencer que não se podem relacionar de outra 
forma?” 
n  Objectivos do problema para a vida da pessoa 
–  “ O que quer o ganhar a todo o custo para as vossas 
vidas?” 
27/11/16 23 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Mas… convêm não esquecer que a 
criatividade é o limite! 
– O que faria o seu filho se pudessefazer algo ao 
medo? 
– E o João o que lhe gostaria de fazer? 
– Se o medo tivesse uma cor, qual seria? E que 
sabor? 
– Se fosse uma pintura como seria? 
– … 
27/11/16 24 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
 
Construir a externalização 
(White, 2007) 
n  Negociar uma definição próxima da 
experiência do problema 
–  Proximidade da linguagem do cliente 
–  Evitar se possível descrições “profissionais” 
–  Procurar definições ricas (e.g., perder anos 
no caso da Joana) 
 
n  Mapear efeitos do problema 
–  Quanto mais extenso, mais densa se torna a 
externalização 
27/11/16 25 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
 
Construir a externalização 
(White, 2007) 
n  Avaliar efeitos da actividade do problema na vida da 
pessoa 
–  Sumariar efeitos 
–  Questionar qual é a posição da pessoa acerca da 
influência do problema 
–  Procurar perceber complexidade desta posição (e.g., 
vertentes positivas) 
n  Justificar a avaliação 
–  Clarificar o porquê destas avaliações 
–  Pode-se pedir um episódio que clarifique esta 
justificação 
–  Natureza invulgar destas questões e necessidade de 
suporte do terapeuta 
27/11/16 26 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Externalização e 
linguagem 
n  Omer & Alon: Terapia é uma actividade que 
envolve skills quase literários 
n  Linguagem como constitutiva 
n  Subjectividade como ambígua 
–  Linguagem como forma de a “desambiguar” 
27/11/16 27 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Externalização e 
linguagem 
n  Tipo de questões e “potência” 
externalizadora 
– Menos externalizador 
n  “é essa a vontade da tristeza?” 
– Mais externalizador 
n  “é essa a vontade que a tristeza quer que 
tenha?” 
–  Importância do timing 
27/11/16 28 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Timing 
n  Aprofundamento da externalização 
– Quanto mais explicativa e global for a 
externalização mais potente é 
n Mais tende a gerar protesto contra o 
problema 
– Ênfase nas estratégias pode paralisar o 
sistema 
n Diversificar as questões (e.g., objectivos) 
n Apostar nos contrastes para facilitar o 
“saltitar” entre perspectivas 
27/11/16 29 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Externalização 
n  Questões 
–  Questões externalizadoras 
–  Reformulações externalizadoras 
n  Actividades e rituais externalizadores 
27/11/16 30 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Metáforas externalizadoras 
(adapt. White, 2007) 
n  Abandonar o problema 
n  Eclipsar o problema 
n  Fazer greve 
n  Separar-se do problema 
n  Desafiar os requisitos do problema 
n  Retirar poder ao problema 
n  Recusar a influência do problema 
n  Libertar-se do problema 
n  Minar o problema 
n  Reclamar território ao problema 
n  Recusar os convites para cooperar com o problema 
n  Domesticar o problema 
n  … 
27/11/16 31 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Metáforas externalizadoras 
(adapt. White, 2007) 
n  Abandonar o problema 
n  Eclipsar o problema 
n  Fazer greve 
n  Separar-se do problema 
n  Desafiar os requisitos do problema 
n  Retirar poder ao problema 
n  Recusar a influência do problema 
n  Libertar-se do problema 
n  Minar o problema 
n  Reclamar território ao problema 
n  Recusar os convites para cooperar com o problema 
n  Domesticar o problema 
n  … 
27/11/16 32 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Quando não usar 
externalização? 
n  Acções abusivas 
n  Se o problema não está fortemente internalizado 
n  Se for demasiado exigente para a pessoa 
n  Se for sentida como simplificadora 
n  Se a pessoa não se sentir preparada para agir 
sobre o problema 
n  Se outras estratégias de desconstrução forem mais 
adequadas 
n  Quando se trabalha com famílias e não há uma 
definição consensual do problema 
27/11/16 33 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Role-play a 3 (c/observador) (20 minutos) 
–  O mesmo caso do exercício 1 
n  Observador deve estar atento: 1. Questões internalizadoras; 
2. Outras questões externalizadoras que gostasse de ter 
colocado; 3. Potenciais resultados únicos. 
n  Reflexão final 
 
n  Role-play modificado 
–  Observador “é” o problema e as questões dirigem-se a ele 
Exercícios 
27/11/16 34 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Outras formas de produzir a 
desconstrução 
n  Recursos centrados nas soluções (de 
Shazer) 
– Pergunta milagre, scaling, etc. 
n  Detalhar resultados únicos, avançando para 
a re-autoria 
n  Questões da experiênca da experiência 
– “Estas questões encorajam as pessoas (a 
pensar) (…) sobre o que acreditam ser a 
experiência que outras pessoas têm de si 
própria” (White, 1993) 
27/11/16 35 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Estar atento aos temas que organizam 
a experiência do cliente 
– Especificação dos constrangimentos sociais 
n  Identificar diferentes posições da 
identidade (ou vozes) e caracterizá-las 
n  Contextualização 
n  Utilização de rituais 
27/11/16 36 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Começar por conhecer o cliente sem a 
influência do problema 
n  Entrevistar outros significativos 
n  Escrita de cartas 
n  (Cerimónia definidora) 
n Denominador comum – criação de 
distinções... 
27/11/16 37 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  “A maioria dos métodos de desconstrução 
tornam estranhas as realidades e práticas 
quotidianas tomadas por garantidas. Através 
da sua objectivação estes métodos tornam 
exótico o habitual” (adapt. de White, 1993) 
27/11/16 38 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Da desconstrução à reconstrução 
n  “A estupidez das pessoas resulta de terem uma 
resposta para tudo. A sabedoria do romance 
resulta de se ter uma pergunta para tudo. O 
romancista ensina o leitor a compreender o 
mundo como se fosse uma questão. Há 
sabedoria e tolerância em tal atitude.” 
Milan Kundera (cit. em de Shazer, 1994) 
 
27/11/16 39 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Características das 
narrativas da mudança 
n  Integram a diversidade, sem redução a um tema único 
n  Permitem ter uma continuidade entre o “antes” e o 
“agora” 
n  Permitem a evolução 
n  Restauram o sentido de re-autoria 
–  i.e. colocam a pessoa no papel de autor da sua história 
n  São congruentes com as concepções preferenciais das 
pessoas 
–  De si próprios e dos outros 
n  Possibilitam desempenhos congruentes com aquelas 
concepções 
27/11/16 40 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Como mudam as pessoas? 
n  “aceitei o meu divórcio como uma coisa natural” 
n  “percebi que um episódio não era necessariamente a 
minha vida inteira” 
n  “comecei a desconfiar da forma como olhava para as 
minhas recordações” 
n  “compreendi que o dinheiro não era tudo na minha 
vida” 
n  “aceitei que não podia ter certezas absolutas” 
n  “comecei a comportar-me normalmente e isso fez 
com que me sentisse normalmente” 
27/11/16 41 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Resultados únicos 
n  Detalhes fora da narrativa problema que não 
permitem que aquela se mantenha de modo 
totalitário 
–  Lógica dos problemas e excepções 
n  Resultados únicos e narrativa problemática 
n  Problemas como círculos viciosos entre a narração 
e a acção 
n  Formas de resistência 
n  Dos episódios às histórias 
n  Elaboração dos RU: Círculos virtuosos entre a 
narração e a acção 
27/11/16 42 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Resultados únicos 
n  Tal como no texto literário o questionamento dos 
RUs situa-se na indeterminação do texto 
n  Literariamente a indeterminação é o que faz o leitor 
participar no texto, com a sua imaginação, como se 
fosse um escritor 
n  Um texto completamente determinado é um texto 
sem mérito literário 
n  De novo a performance e as questões! 
27/11/16 43 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Resultados únicos 
Trabalho terapêutico 
n  Identificação de RU – mapeamento dos 
micro-episódios 
n  Verificar se estes micro-episódios podem ser 
expandidos para uma narrativa estável e 
plausível 
27/11/16 44 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Resultadosúnicos 
Trabalho terapêutico 
n  Contribuir para a sua elaboração 
narrativa 
–  Identificação 
– Comprometimento 
– Desenvolvimento de uma nova história 
n Paisagem da acção 
n Paisagem da consciência 
27/11/16 45 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
Tipos de questões 
(adapt. Freedman & Combs, 1996) 
n  Questões de abertura 
–  Objectivo: Servem para identificar RU 
 
n  Que ocorreram 
–  “Esta semana houve alguma altura em que o 
ganhar a todo o custo não conseguiu controlar o 
seu comportamento ou os seus pensamentos?” 
n  Que foram imaginados 
–  “Imaginou-se alguma altura a derrotar o ganhar a 
todo custo?” 
27/11/16 46 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Questões sobre outros pontos de vista 
–  “Quem é que não ficará nada (ou ficará mais) 
surpreendida com este acontecimento (i.e. 
resultado único)?” 
–  “Quem é que sempre soube que vocês iam um dia 
viver sem a companhia do ganhar a todo custo?” 
n  Orientadas para outros contextos 
(espaciais e temporais) 
– “ Como é que imagina o futuro, depois do 
ganhar a todo custo ter deixado de 
dominar a vossa vida?” 
27/11/16 47 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
n  Questões de preferência 
– Objectivos 
n Servem para o terapeuta se assegurar 
que compreendeu bem as preferências 
do cliente 
n São úteis para que o cliente se 
comprometa com uma alternativa à 
história saturada pelo problema 
– “Ter controlado o ganhar a todo custo 
durante esta semana, quando saíram só os 
dois, corresponde a algo que desejariam ter 
mais nas vossas vida?” 
– “Que efeito é que isto tem na vossa vida?” 
27/11/16 48 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Questões para o desenvolvimento da história (i.e., 
paisagem da acção) 
–  Objectivo: Desenvolvimento do “contra-argumento” ou de 
uma nova história 
–  À medida que este processo se desenvolve o sentimento de 
autoria é restaurado 
 
n  Processo 
–  “Que passos é que derem para que isto tivesse acontecido?” 
 
n  Tempo 
–  Passado 
n  “No passado, quando vocês ainda não estavam dominados 
pelo ganhar a todo custo, poderiam ter reagido deste 
modo?” 
27/11/16 49 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
–  Contraste presente/passado 
n  “Como é que antes reagiria a uma situação destas? Qual é a 
principal diferença no comportamento antes e agora?” 
–  Ligação passado/presente/futuro 
n  “Se continuarem a desafiar as ordens do ganhar a todo 
custo, como imaginam que a vossa relação vai ser?” 
n  Desenvolver os detalhes sensoriais 
–  “Como estava a cara do seu marido quando isto aconteceu?” 
 
n  Pessoas 
–  Quem é que vai perceber primeiro que o ganhar a todo custo já 
não vos controla totalmente?” 
n  
 
27/11/16 50 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
n  Contextos 
–  “Há alguma coisa no meio onde vive que lhe dê apoio na 
sua luta contra o ganhar a todo custo?” 
 
n  Questões sobre eventos hipotéticos 
–  “Como acham que o domínio do ganhar a todo o custo vos 
vai permitir lidar com as dificuldades da gestão da 
adolescência do vosso filho?” 
27/11/16 51 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  Questões sobre os significados (i.e., 
paisagem da consciência) 
– Objectivo: explorar os significados 
associados ao desenvolvimento de uma 
nova história 
 
n Significados e implicações 
–  “O que é que ter superado o ganhar a todo custo 
nesta situação lhe poderá dizer de si próprio?” 
 
n Características e qualidades 
–  “O que é que este novo comportamento do seu 
marido lhe diz sobre as suas qualidades?” 
 
n Motivações e objectivos 
–  “De que modo esta nova forma de ser (ou nome do 
contra-argumento) lhe permitirá atingir os seus 
objectivos?” 
27/11/16 52 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n Valores e crenças 
–  “De que modo estas novas mudanças estão de 
acordo com o que acredita em relação ao valor do 
optimismo nas relações com os outros?” 
 
n Conhecimento e aprendizagens 
–  “O que aprendeu sobre este modo de ser pode ser-
lhe útil noutras situações problemáticas?” 
 
 
 
27/11/16 53 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Consolidação de RUs em novas histórias 
n  Processo figura – fundo 
–  Articulação história problemática – nova história 
n  Entrelaçar paisagem da acção com paisagem da 
consciência 
n  Entrelaçar RUs do passado-presente-futuro 
–  Acentuar contrastes 
n  Articular diferentes RUs que vão emergindo 
27/11/16 54 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Importância de elaborar questões na paisagem da 
consciência que sejam tentativas (para flexibilizar a 
imaginação) 
 
E que desnaturalizem as características internas da pessoa 
a favor da sua intencionalidade (e.g., aspirações, 
esperanças, etc.) 
–  Problemas dos estados internos (White, 2007) 
n  Diminuem o sentido de agência 
–  Porque se centram em características “imutáveis” 
n  Isolam as pessoas 
–  Porque se referem a estados internos, auto-contidos 
n  Desencorajam a diversidade 
–  Dada a normativitidade envolvida 
n  Descrições internas como causadas 
–  As luzes de Bowers! 
27/11/16 55 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Plano para o desenvolvimento de 
resultados únicos (Freedman & Combs, 1996) 
n  Identificação de resultados únicos 
–  Espontânea / Questionada (ver nas questões) 
n  Perguntar se o RU é ou não um possibilidade preferida 
n  Desenvolver a paisagem de acção 
n  Desenvolver a paisagem de consciência 
n  Ligar a resultados únicos no passado 
n  Desenvolver os RU no passado 
–  Paisagem da acção e da consciência 
n  Fazer perguntas que liguem o passado com o presente 
n  Expandir a história para o futuro 
27/11/16 56 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Elaboração de RU - 
sumário 
n  Identificação 
n  Preferência 
n  Paisagem acção 
–  Acções, preparação e processo, outros significativos, 
efeitos, contexto, detalhes sensoriais 
n  Paisagem da consciência 
–  Significados, intenções, valores, objectivos, qualidades, 
aprendizagens 
n  Eixo temporal 
–  Identificação e narração de episódios 
–  Estabelecimento de contrastes 
27/11/16 57 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
O que não são resultados 
únicos? 
n  Uma forma de “pensamento positivo” 
n  Uma forma de reforçar o cliente 
n  Uma forma de “disfarçar” ou esquecer 
os problemas 
n  “Coisas” que existem de facto 
n  Soluções para problemas 
27/11/16 58 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
 
 
 
 
27/11/16 59 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Exercícios 
Exercícios 
 
n  Video 
n  Role-play (3 pessoas) 
–  Caso inicial 
–  Estrutura semelhante centrado na procura e expansão de 
Rus 
–  Observador deve estar atento a potenciais RUs e a outras 
questões que pudessem suscitar Rus 
–  Discussão em grupo 
27/11/16 60 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Consolidação: Validação e 
publicitação 
n  “Baptizar” a nova história e contrastar com a 
história antiga 
–  dos resultados únicos aos padrões 
n  Criar audiências para a nova história 
–  trazer à apreciação dos outros a nova história 
–  fazer circular a história em audiências mais vastas 
n  Reais (e.g., reuniões, clubes) 
n  Diálogos imaginários (e.g., com um marido abusador) 
n  … 
27/11/16 61 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
n  “Ancorar” as mudanças 
–  Utilização de cartas (e.g. escritas pelo terapeuta, 
escritas pelo cliente), partilhar as notas com os 
clientes 
n  Documentar a terapia (e.g., livros, estátuas, desenhos) 
–  Consultar os clientes 
–  Cerimónias 
 
n  Continuar a criar uma posição reflexiva 
–  Pedir ao cliente para identificar os elementos 
centrais da mudança 
–  Tentar antecipar eventuais mudanças no futuro 
–  (...) 
27/11/16 62 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Bibliografia 
White, M. (2007). Maps of narrative practice. New York: Norton. 
Gonçalves, M. M. (2008). Terapia narrativa da re-autoria: O 
encontro de Bateson, Bruner e Foucault. Braga: Psiquilibrios. 
White, M. & Epston, D. (1990). Narrative means to therapeuticends. New York: Norton. 
Gonçalves, M. M. & Gonçalves, O. F. (Org.) (2007). Psicoterapia, 
discurso e narrativa: A construção conversacional da 
mudança. Coimbra: quarteto. 
Gonçalves, M. M. & Henrique, M. R. (2006). Terapia narrativa da 
ansiedade. Coimbra: Quarteto. 
Freedman, J. & Combs, G. (1996). Narrative therapy: The social 
construction of preferred realities. New York: Norton. 
 
 
 
27/11/16 63 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Investigação com 
resultados únicos 
 
 
 
•  Resultados únicos como processos comuns 
em psicoterapia? 
•  Todas as terapias procuram suscitar novidade 
•  Resultados únicos diferenciam o sucesso do 
insucesso terapêutico? 
•  Grau de elaboração de resultados únicos 
permite predizer o sucesso terapêutico? 
 
 
27/11/16 64 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho) 
Investigação com 
resultados únicos 
 
 
 
•  Que processos estão subjacentes à 
elaboração de resultados únicos em termos 
conversacionais? 
•  Como podem os resultados únicos ser ignoradas 
ou trivializados na conversação ou pelo contrário 
serem alvo de expanção conduzindo à 
emergência de uma narrativa alternativa? 
 
 
27/11/16 65 Miguel Gonçalves (Universidade do Minho)

Mais conteúdos dessa disciplina