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ARTIGO CIENTIFICO POS GRADUAÇÃO -ANDRIELLY VON STEIN ANDRADE

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INSTITUTO DA ADOÇÃO TARDIA Á LUZ DO DIREITO BRASILERO
Andrielly Von Stein Andrade
Resumo
O presente artigo científico aborda a questão da adoção tardia no Brasil, discutindo sobre os aspectos da adoção, contexto histórico e legislativo, os mitos, verdades e preconceitos que abrangem esse tipo de adoção, uma vez que a maioria dos pretensos a adoção preferem adotar crianças menores de três anos de idade e recém-nascidos, o que acaba fazendo com que crianças e adolescentes de idade superior a essas passem, em muitos casos, toda a infância e adolescência em lares adotivos. Atualmente o que se busca é garantir que a criança e ao adolescente tenham seus direitos e garantias respeitados. A busca para que esse desenvolva bons relacionamentos e comportamentos sociais só podem ser obtidos através da convivência com a família e a sociedade, em busca disso diversas campanhas em pró da adoção tardia são realizadas no Brasil. A adoção é o meio pelo qual casais dos mais diversos tipos e gêneros, ou até mesmo uma única pessoa, possam realizar o sonho de construir uma família, seja porque não podem ter filhos ou por opção. Por isso, se diz que adotar vai muito além de dar um lar, um prato de comida e uma cama quentinha, adotar é criar alguém como seu filho, lhe dando estudos e educação, é dar amor e carinho para essa nova pessoa que apareceu na sua vida, e que com certeza vai muda-la para sempre.
Palavras-chave: Adoção Tardia; Família; Legislação.
Introdução
O presente trabalho tem como escopo, apontar os principais aspectos da adoção, principalmente no que se refere a adoção tardia, levantando dados e informações da atual situação no cenário brasileiro.
A adoção é antes de mais nada um procedimento legal, que consiste em transferir todos os direitos e deveres de pais biológicos a outra família, bem como conferindo para as crianças e adolescentes todos os direitos e deveres como filho, quando já tenham sido esgotados todos os meios e recursos para que a convivência com a família biológica fosse mantida. Além do mais a adoção pode ser considerada o meio mais rápido e eficientes para que muitas pessoas possam construir uma família e realizar o sonho de serem pais, uma vez que tratamentos médicos podem levar anos e em alguns casos a pessoa pode nunca conseguir engravidar.
Dessa forma, pode-se dizer que adotar não é apenas retirar uma criança ou adolescente de um lar adotivo ou casa de acolhimento e lhe dar uma casa para morar, mais sim, é um meio de demonstrar que esse ser que já foi abandonado ou tirado de sua família, é digno de receber todo amor e carinho que um filho merece, independente de possuir laços sanguíneos ou não.
O que se busca no presente trabalho é compreender por que a maioria dos adotantes optam por adotar um recém-nascido ou crianças de até 3 anos de idade, quais os motivos os direcionam para essa escolha, mesmo que a espera pela criança de idade desejada seja mais longa. Muitos dizem que tal fato se dá pela razão de a criança não ter tido contato com os pais biológicos ou terem convivido com este por mais tempo, o que lhes garante que a criança não tenha criado afeto ou vínculo familiar com esses. Estudos demonstram que a maioria das crianças a partir de 03 anos de idade, passam toda a infância e adolescência dentro de lares adotivos em busca de uma família, só saindo desses lares quando completam 18 anos de idade, saindo para as ruas, sem ter uma casa para morar ou um emprego para que possa manter seu sustento, situação essa que muitas vezes podem os levar a vida do crime. A questão é, porque para essas crianças e adolescentes é tão difícil conseguir um lar, uma família, para serem amadas e receberem carinho.
No Brasil diversos são os movimentos em prol da adoção tardia. Estados e munícipios buscam cada vez mais incentivar a adoção de crianças maiores de 03 anos de idade, fazendo campanhas, caminhadas e projetos de lei, sempre com o objetivo de demonstrar que não existe idade para amar e receber amor. Há também, diversas entidades que trabalhavam especificamente com a adoção de crianças mais velhas.
Sendo assim o presente trabalho baseia-se primeiramente na questão, quais são os grandes desafios da adoção tardia? Parte dessa resposta se dá porque o processo de adoção é lento e burocrático, o que por si só já acaba dificultando o andamento da adoção, levando com que algumas pessoas até mesmo desistam desse processo no decorrer do caminho. Em segundo lugar, visa analisar os preconceitos, mitos e verdades que cercam a adoção tardia, analisando o porquê os futuros pais preferem recém-nascido. Portanto, os objetivos centrais desse trabalho é expor a dificuldade do processo de adoção tardia no Brasil, tanto no que se refere a legislação quanto ao desconhecimento e preconceito dos pretensos pais.
A metodologia utilizada para a elaboração do presente trabalho é o método de pesquisa bibliográfica, onde serão consultados livros, artigos, publicações da internet e reportagens sobre o tema, além de um estudo os números referentes a adoção tardia.
1 CONCEITO 
Todos os pais ou responsáveis possuem deveres e obrigações em relação às crianças ou adolescentes que estão sob seus cuidados, entre elas o sustento, educação e o bem-estar, a isso se dá o nome de “poder familiar”.
Dessa forma, antes de adentrar especificamente na adoção, é necessário entender o instituto do poder familiar, uma vez que os as crianças e adolescentes que os pais biológicos, por algum motivo foram destituídos do poder familiar são encaminhas para adoção. 
Di Mauro, utiliza para definir o instituto do Poder Familiar o conceito de Maria Helena Diniz, qual seja:
O poder familiar pode ser definido como um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido, em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho. (DI MAURO, 2017, p. 54)
	
Uma vez que haja o descumprimento dessas obrigações e deveres impostos pela legislação, as consequências jurídicas podem ser graves, levando a suspensão ou até mesmo a perca do poder familiar. 
A suspensão é uma medida de caráter temporário no exercício da função dos pais, esta é estabelecida por meio de decisão judicial, a qual irá perdurar enquanto for necessário. Nesse período a criança fica sob os cuidados e supervisão da família extensa (avós, tios) ou na falta desses será encaminhada para uma instituição de acolhimento. Caso os pais apresentem mudanças significativas, a criança ou adolescente poderá voltar para o poder familiar desses, tal situação deverá ser autorizada pelo juiz. Todavia, caso o juiz não veja mudança no comportamento dos pais ou uma melhora na situação que o levou a ter seu poder familiar suspenso e após isso seja constatado que a criança ou o adolescente não podem ser reintegrados a família de origem, o Ministério Público iniciará o processo de destituição do poder familiar dos pais biológicos.
No que diz respeito a destituição do poder familiar, Marin define esse instituto como: (...) Perda do direito da criança de viver no meio de uma família que a ame, reconheça, eduque, e proteja este postulado universalmente. (MARIN, 1990).
Portanto, a destituição significa a interrupção definitiva do poder familiar dos pais em relação aos filhos, e se dá mediante sentença judicial. Uma vez finalizado o processo de destituição do poder familiar, a criança ou adolescente será incluído no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). 
A adoção é o meio pelo qual uma criança e adolescente, abandonados pelos pais, órfãos ou cujos pais foram destituídos do poder familiar, são inseridos em uma nova família.
A Associação dos Magistrados Brasileiros, em cartilha elaborada em 2007 definem a adoção como: 
	
Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento legal que consiste em transferir todos os direitos e deveres de pais biológicos para uma família substituta, conferindo para crianças/adolescentes todos os direitos e deveres de filho, quandoe somente quando forem esgotados todos os recursos para que a convivência com a família original seja mantida. É regulamentada pelo Código Civil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina claramente que a adoção deve priorizar as reais necessidades, interesses e direitos da criança/adolescente adoção representa também a possibilidade de ter e criar filhos para pais que não puderam ter filhos biológicos, ou que optaram por ter filhos sem vinculação genética, além de eventualmente atender às necessidades da família de origem, que não pode cuidar de seu filho. (ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS,2007, p. 09)
Nesse sentido, pode ser dizer que a adoção é o meio de inserir uma criança ou adolescente em outra família, dando aos adotantes todos os direitos e deveres como pais e aos adotados os direitos e deveres como filhos. Todavia, tal medida somente ocorre quando todos os meios para os manter no seio da família biológica foram esgotados.
Para Renata Giovanoni Di Mauro, a adoção é:
A adoção é ato jurídico solene pelo qual uma pessoa humana passa a ter laços de filiação e parentesco com outra, que não decorrem da natureza. (MAURO, 2017, p. 45)
Sendo assim, a adoção é a forma pela qual uma pessoa passa a ter laços de filiação e parentesco com outra pessoa sem possuir ligações sanguíneas.
Por sua vez, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, no livro Manual de Direito Civil, definem adoção como:
Um ato jurídico em sentido estrito, de natureza complexa, excepcional, irrevogável e personalíssimo, que firma a relação paterno ou materno-filial com o adotando, em perspectiva constitucional isonômica em fase da filiação biológica (GAGLIANO, FILHO, p. 1654)
Dessa forma, pode-se dizer que a adoção é uma relação criada pelo ser humano que pretende adotar uma criança ou adolescente, em conformidade com o disposto no ordenamento jurídico brasileiro, para construir laços de filiação e parentesco.
Alexandre Cortez Fernandes, em seu livro intitulado Direito Civil – Direito de Família, conceitua adoção como sendo “ato jurídico solene, através do qual alguém alça outrem a qualidade de filho (FERNANDES, 2015, p. 295)”.
Adoção, é, portanto, um ato solene, em que se demonstra a vontade do adotante de trazer para sua família, mais precisamente como filho, alguém que até então lhe é estranho. É o desejo de constituir uma família, dar e receber amor e carinho, é criar laços de filiação e parentesco, independentemente da existência de qualquer relação natural ou biológica, quando todos os recursos e meios para manter a criança ou adolescente com a família biológica já foram esgotados.
2 EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
A adoção é um dos institutos jurídicos do direito civil que mais sofreu alterações com o passar dos anos.
No Brasil até início do século XX, a adoção não era regulamentada por lei. Contudo a prática dessa era permitida para casais que não possuíam filhos biológicos, por intermédio da entrega de uma criança que foi deixada na denominada “Roda dos Expostos”, a qual se tratava de uma roda de madeira fixada no muro de conventos ou de Santas Casas de Misericórdias. Nessas rodas, era permitido que os pais deixassem crianças de até sete anos de idade. Após a criança ser deixada, a roda era girada levando essa criança para dentro do orfanato ou casa de misericórdia e posteriormente a criança era adotada por outra família.
A adoção foi discutida pela primeira vez na esfera jurídica no Código Civil Brasileiro de 1916, o qual dispunha que somente podiam adotar pessoas maiores de cinquenta anos de idade, desde que não possuíssem filhos biológicos, podia ser uma única pessoa para adotar, mas nos casos de casais deveriam ser casados no civil. Ainda, era necessário que a diferença de idade entre o adotante e o adotado fosse de no mínimo 18 anos.
Fernandes, dispõe em sua obra Direito de Família que:
No Código Civil de 1916, a adoção ocorria tanto para maiores quanto para menores. Apenas poderia adotar aquele que não tivesse filhos, sendo a adoção levada a efeito através de escritura pública. (FERNANDES, 2015, p. 296)
No mesmo sentindo Cleyson de Moraes Mello, dispõe em sua obra intitulada Direito Civil – Famílias:
O Código Civil Brasileiro de 1916, disciplinava a adoção, tanto de adultos quanto de crianças e adolescentes. Os requisitos eram ter a idade para o adotante de cinquenta anos, devendo ser 18 (dezoito) anos mais valho que o adotado. Curiosa que o adotante não poderia ter prole legítima. (MELLO, 2017, p. 472)
Dessa forma, resta evidente que em meados de 1916, somente podiam adotar pessoas que não possuíssem filhos biológicos, desde que fossem maiores de 50 anos de idade. Nessa época o processo de adoção era feito por meio de escritura pública.
Em 1927 foi criado o Código de Menores, de acordo com Di Mauro o “foco principal desse código era o menor abandonado ou o delinquente, que segundo o entendimento da época, dependia da vigilância do magistrado” (DI MAURI, 2017, p. 25)
Passados quarenta anos, foi criada a Lei 3.133/1957, a qual trouxe diversas alterações para a adoção. A primeira alteração legislativa diz respeito ao que que se refere a idade do adotante, a idade mínima exigida passou a ser de trinta anos de idade, e ainda, nos casos de casais, que esses estivessem casados há no mínimo cinco anos.
A segunda mudança diz respeito a diferença de idade entre o adotante e o adotado, a qual deveria ser de pelo menos dezessete anos. A terceira alteração, se refere a dissolução da adoção nos casos de deserdação e a última alteração é a de que qualquer casal poderia adotar, e não apenas aqueles que não possuíam filhos.
Ainda, ficou definido que o adotado poderia manter o sobrenome da família biológica ou acrescentar o sobrenome da família adotiva.
Em 1955, foi promulgada a Lei 4.655/1955, com essa nova lei as crianças que estavam de forma irregular com as famílias adotivas passaram a possuir os mesmos direitos dos filhos biológicos.
No ano 1965, foi feito uma nova alteração, na qual ficou determinado que a criança deveria romper qualquer vínculo existente com a família biológica através do registro de nascimento, o qual seria retificado e acrescido os dados da família adotiva e não da família biológica. Ainda, a adoção passou a ser irrevogável, ou seja, uma vez realizada não pode ser desfeita. Essas medidas permanecem valendo nos dias de hoje.
Além disso, a Lei 4.655/65, dispensou o prazo de 05 anos de casamento de casais que possuíssem algum tipo de infertilidade, desde que tal afirmação fosse comprovada através de perícia médica.
Em 1979, foi criado o Código de Menores, o qual trouxe alterações significativas quanto a assistência, proteção e vigilância das crianças menores de idade. 
De acordo com Di Mauro, o código de menores de 1979 teve:
por base a Declaração Universal dos Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1959, o projeto supramencionado teve a pretensão de admitir a existência de direitos às crianças, como a saúde e a educação. (DI MAURO, 2017, p. 25)
O Código de 1979 dividiu a adoção em dois tipos, quais são a Adoção Plena que é considerada aquela que extinguiu a diferença entre os direitos de filho biológico e de filho adotivo, e a adoção simples que é aquela que visava regulamentar a situação da criança por meio de um acordo entre as famílias.
Por fim, no Código de 1979, foi exigido que para adotar um menor, os adotantes deveriam comprovar a estabilidade conjugal, idoneidade moral, ter sanidade física e mental e provar que o lar era apto a receber uma criança.
Fernandes, dispõe em sua obra:
(...) Com o código de menores, em 1979, o vínculo de parentesco estendeu-se à família dos adotantes, sendo que o nome dos ascendentes passou a constar no registro de nascimento do adotado, independentemente do consentimento dos avós (FERNANDES, 2015, p. 296)
Resta evidente, que apenas a partir do Código de Menores de 1979 é que os filhos adotivos passaram a possuir os mesmos direitos dos filhos biológicos no que diz respeito ao registro de nascimento.
A nossaatual constituição federal de 1988, garantiu igualdade entre filhos biológicos e filhos adotivos, tal garantia encontra-se prevista no artigo 227 da CF/88, que dispõe:
Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. (BRASIL, 1988)
Pode-se dizer, portanto, que atualmente filhos biológicos e filhos adotivos são iguais, tanto em direitos como em obrigações. 
Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescentes (Lei 8.069/1990), o processo de adoção somente se concretiza após o estado concluir que a adoção só irá trazer benefícios e vantagens para a criança e ao adolescente. Para fazer essa verificação todo o processo de adoção se baseia nos princípios garantidores dos direitos das crianças e adolescentes, quais são o princípio da Proteção integral e o princípio do melhor interesse da criança.
De acordo com o princípio da proteção integral as crianças e adolescentes passaram a ser vistos como um sujeito de direitos, e não mais como um objeto, como era na época do Código de Menores. É por meio desse princípio que é garantido o direito à vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização e proteção no trabalho.
Já o princípio do melhor interesse leva em conta sempre o que é mais benéfico e adequado para melhor atender as necessidades e interesses das crianças e do adolescente.
 Ainda, o ECA, dispõe que a adoção é medida excepcional e irrevogável e que deve ocorrer somente quando forem esgotados todos os recursos e meios de manter as crianças e adolescentes com a família biológica.
O artigo 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe:
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. § 2° Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. § 4° Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5° Nos casos do § 4° deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (BRASIL, 1990)
 A criação do Estatuto da Criança e do Adolescente é de suma importância para o instituto da adoção, uma vez que venho a garantir que a criança e ao adolescente tenham todos os direitos protegidos pela Lei. 
Por sua vez, o Código Civil de 2002, adotou o sistema de adoção plena, cujo qual nada mais é do que determinar que a adoção deve ocorrer somente através de processo judicial, bem como, que a diferença de idade entre adotado e adotante deve ser de pelo menos 16 anos.
Nesse sentido, relata Tartuce que: 
(...) a adoção sempre depende de sentença judicial no atual sistema, seja relativa a maiores ou menores, devendo esta ser inscrita no registro civil mediante mandado (art. 47 do ECA). O processo de adoção corre na Vara da Infância e Juventude nos casos de menores e na Vara da Família em casos de maiores, sempre com a intervenção do Ministério Público, pois se trata de questão relativa à estado de pessoas e a ordem pública. (TARTUCE, 2020, p.2046) 
Em 2009 foi criada a Lei 12.010/2009, essa lei tem como objetivo central assegurar as crianças e aos adolescentes à convivência familiar e comunitária, possibilitando a adoção apenas quando não for possível manter o menor junto a família biológica, incluindo os avós e tios.
Por fim, a Lei 13.509/2017, determinou que toda criança e adolescente que esteja inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional deverá ter sua situação revista a cada três meses, para que possa ser decidido se a mesma irá permanecer recolhida ou se será feita sua reintegração a família biológica ou colocação em família substituta. Ainda, dispõe que crianças recém nascidas ou que não forem procuradas por suas famílias no prazo máximo de 30 dias, serão encaminhadas para adoção.
3 ADOÇÃO TARDIA
O instituto da adoção foi tema de inúmeros debates e discussões no decorrer dos anos, inserido nesse encontra-se a Adoção Tardia, cujo qual é o objetivo central do presente artigo. 
A adoção tardia pode ser definida como a reinserção de crianças e adolescentes no seio familiar.
O tema adoção tardia é utilizado quando a criança adotada ou disponível para adoção possui idade igual ou superior a três anos de idade, são crianças que já possuem alguma autonomia, não usam mais fraldas, falam, sabem andar, ou seja, não são mais consideradas bebês.
Tal assunto merece respaldo, pois são diversos os problemas sociais e judiciais que abrangem a adoção tardia, uma vez que a adoção de crianças maiores é cercada por mitos e preconceitos. 
Segundo a Cartilha de Adoção de crianças e adolescentes da Associação dos Magistrados (AMB), a adoção tardia é: 
 A expressão “adoção tardia” é usada para fazer referência à adoção de crianças maiores ou de adolescentes. Remete à ideia de uma adoção fora do tempo “adequado”, reforçando assim o preconceito de que ser adotado é prerrogativa de recém-nascidos e bebês. Essa expressão também nos remete à ideia de um atraso, e subsequentemente a uma urgência na colocação da criança/adolescente em família substituta. O aspecto mais pernicioso do prolongamento da espera da criança/adolescente por uma família diz respeito ao período em que ela permanece e situação jurídica e familiar indefinida. (ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS, 2007, pag. 11)
Nesse sentido, é possível ver que a maioria dos adotantes preferem adotar recém-nascidos e bebês, enquanto as crianças maiores e os adolescentes vão ficando nos orfanatos e casa de acolhimento até que apareça uma família para adotá-los. 
Ainda, Vargas, dispõe diz que as crianças consideras idosas para adoção são aquelas que:
(...) ou foram abandonas tardiamente pelas mães que por circunstâncias pessoais ou socioeconômicas, não puderam continuar se encarregando delas ou foram retiradas dos pais pelo poder judiciário, que os julgou incapazes de mantê-las em seu pátrio poder, ou, ainda, foram esquecidas pelo Estado desde muito pequenas em orfanatos. (VARGAS, 2007, pag. 35)
Dessa forma, é possível perceber que a partir dos 03 anos de idade a adoção se torna mais difícil, restando a criança ou adolescente, em muitos casos, apenas a permanências nos orfanatos ou instituições de acolhimento até que se complete a maioridade.
Diversas dúvidas e medos cercam a adoção tardia, dentre elas podemos considerar que os adotantes possuem uma certa insegurança no que se refere a história de vida da criança até aquele momento, uma vez que não sabem o que essa criança passou com a família biológica, seja no aspecto físico ou psíquico.
Outra questão importante que cerca esse tipo de adoção é a de que dificilmente uma criança adotada tardiamente aceitaria os padrões e regras ditados pelos pais adotivos, pois já estariam com sua formação social iniciada.
Para facilitar a adoção dessas crianças é necessário que estas passem um determinado período com os adotantes, ou seja, passem por um período de adaptação. Esse período é importante não apenas para a criança ou o adolescente, mais também para que os pretensos pais os conheçam e entendam que não é o fato de não ser mais bebê que deve impedir essa adoção, pois eles também merecem um lar aconchegante, receber amor, carinho e ver que não é porque foram abandonados pelos pais ou ficarão órfãos que não merecem uma família para chamar de sua e que merecem ter uma nova família e uma nova chance de viver e ver a vida. 
4 DO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
Como relatado anteriormente,um aspecto importante para o instituto da adoção tardia é o período de adaptação da criança a nova família e a nova casa.
Nesse sentido Renata Giovanoni Di Mauro dispõe em sua obra que “é estabelecido como requisito para adoção o estágio de convivência com o adotando, desde que seja esta criança ou adolescente, segundo prazo fixado pela autoridade judiciária (pag. 48).
O artigo 46 do Estatuto da Criança e do adolescente dispõe: 
 Art. 46.  A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.
§ 1 º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
 § 2 º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência. 
 § 2º A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.  (BRASIL, 1990)
Dessa forma, resta evidente que o tempo do período de adaptação da adoção é de 90 dias prorrogável por igual período. Ainda, o estágio de convivência poderá ser dispensado caso o adotando já esteja sob a tutela ou guarda legal do adotante.
Vale ressaltar, que o estágio de convivência será devidamente acompanhado por uma equipe interprofissional, as quais deverão fazer relatório detalhando todos os acontecimentos ocorridos durante o período de convivência.
Gagliano dispõe em sua obra:
Outra questão é a expectativa exagerada quanto aos filhos adotivos. Isso costuma acontecer principalmente quando o casal não pode gerar os próprios filhos. É uma possível consequência da infertilidade. Ao mesmo tempo que a criança oferece a oportunidade de completar a família, ela será a eterna lembrança de que o casal não pôde ter filhos. Por isso, técnicos do Judiciário e psicólogos recomendam a esses casais que haja uma espécie de luto pela criança que não foi concebida antes de procurarem a adoção. (...) Por todas essas razões, especialistas acreditam que o estágio de convivência é essencial para a adoção chegar a bom termo. É o chamado ‘namoro’ entre a criança e os pais. Os candidatos a pai visitam a criança no abrigo com a frequência possível e durante o tempo que a Justiça achar necessário. É um período de troca, quando se formam os laços afetivos e se obtêm informações de parte a parte. Quanto mais informados são os pais sobre a adoção, maiores as chances de ela dar certo – e isso ocorre no estágio de convivência (GAGLIANO, 2012, pag. 588)
No mesmo sentido dispõe Gina Khafif Levinzon eu seu livro intitulado Tornando-se pais, a adoção em todos os seus passos, que:
Estabilidade do ambiente as crianças precisam se sentir protegidas, especialmente se tiverem uma história de abandono ou abuso. Muitas delas apresentam um passado composto de relacionamentos interrompidos e frustrações. 
Não se deve exigir delas que apaguem os elos afetivos que mantêm com sua família de origem ou com as pessoas da instituição onde viviam. As crianças precisar ser aceitas com as experiências que estão registradas nelas e com seus sentimentos verdadeiros. (LEVINZON, 2020, PAG. 60)
Portanto, resta evidente que o estágio de convivência não é apenas para que o adotando se adapte a nova família, mais também para que os adotantes tenham certeza se é aquilo que realmente querem, e além disso conheçam, seu futuro filho mais afundo, conhecendo seus problemas de saúde, gostos, hábitos alimentares e a personalidade da criança ou adolescente. Dessa forma ambas as partes se conhecem, criam laços afetivos e aumentam as chances desta adoção dar certo.
No caso da adoção tardia esse período é ainda mais importante, uma vez que as crianças e adolescentes já possuem uma maior vivência de vida e no modo de pensar e agir. Dessa forma, o período de convivência é essencial para fins de fortalecer a relação entre o adotante e o adotado, bem como com os demais membros da família.
O doutrinador Levinzon dispões em sua obra que:
É comum, na adoção de crianças maiores, que haja um primeiro período de “lua de mel” ou de “encantamento”, no qual a criança parece exultante com o fato de ter encontrado uma família e se comporta bem; em seguida pode haver um período de crise, como se fosse uma espécie de “teste”, em que ela verifica inconscientemente se de fato será adotada mesmo que mostre o pior de si mesma. Nesses momentos poderá ficar agressiva ou desobediente ou ainda apresentar comportamentos regressivos. (LEVINZON, 2020, pag. 60)
Nesses casos, apesar de difíceis, se os adotantes souberem lidar com a questão, tiverem paciência com a criança ou adolescente, esse momento será superado e tudo voltará a ser como era antes, uma vez que o adotando sentirá que vive em um ambiente tranquilo, saudável e que acima de tudo está rodeados de pessoas dispostas a amá-lo como ele é e merece.
Por fim, é essencial que os adotantes entendam que de fato eles não podem mudar o passado da criança ou do adolescente, toda história que ela viveu e passou, mais podem escrever novas histórias juntos.
5 ESTATÍSTICAS
O órgão responsável por demonstrar as estatísticas de crianças e adolescentes em situação de acolhimento e aptas para adoção no Brasil é o Conselho Nacional de Justiça (CNA) através do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), criado em 2019.
Em todo o Brasil há pelo menos 31.204 crianças e adolescentes acolhidas, aguardando liberação para serem adotadas, aguardando o retorno para sua família ou aguardando a destituição do poder familiar de seus genitores. Há, ainda 5.203 crianças e adolescentes disponíveis para adoção e 36.403 pretendentes disponíveis.
Das 5.203 crianças e adolescentes aptos à adoção apenas 904 delas possuem até 03 anos de idade. Sendo que o maior número de crianças e adolescentes disponíveis possui mais de 15 anos de idade, os quais perfazem o total de 1.028 adolescentes aptos a adoção em todo o Brasil.
O estado com maior número de crianças e adolescentes aptas a adoção é São Paulo, que conta com 1.083 crianças e adolescentes, seguido respectivamente por Minas Gerais com 670, Rio Grande do Sul com 663 e Paraná com 533. Já o estado com menor número é Roraima que possui apenas 4 crianças disponíveis para adoção, sendo duas com até 03 anos de idade, uma entre 03 e 06 anos e uma com idade entre 09 e 12 anos de idade.
6 DAS MEDIDAS ADOTADOS PELOS ESTADOS E MUNÍCIPIOS
Apesar dos números de crianças e adolescentes que ainda vivem em orfanatos, estados e municípios, tem cada vez mais buscado fazer campanhas e projetos visando o incentivo à adoção de crianças e adolescentes mais velhos.
Dentre várias medidas podemos destacar algumas feitas pelos estados do Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná e São Paulo.
Tramita desde meados de 2019 na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, um projeto de lei denominado “Semana de Incentivo a Adoção Tardia”, de autoria do deputado Agenor Neto. O projeto dispõe que essa campanha deverá ser realizada na primeira semana do mês de setembro, e visa estimular unicamente a adoção de crianças e adolescentes que estão acima da faixa etária considerada pelos pretendentes. O evento, caso o projeto seja aprovado, será realizado em conjunto entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
A referida semana, visa estimular a adoção de maiores de 03 anos de idade, divulgando histórias dos mesmos e o número de crianças mais velhas aptas à adoção, além do mais, visa quebrar o preconceito que cerca a adoção dessas crianças e adolescentes.
Por sua vez o Tribunal de Justiça do Distrito Federal lançou o programa “Em Busca de um Lar”, programa esse destinado a crianças e adolescentes com perfis divergentes daqueles preferidos pela maioria dos adotantes, o qual faz referência inclusive a idade das crianças e adolescentes cadastrados no Conselho Nacional da adoção. 
No estado do Espírito Santo,em meados de 2017 foi lançada a campanha “Esperando Por Você” pelo Tribunal de Justiça do estado, o qual visa estimular a adoção de crianças e adolescentes que vivem nas casas de acolhimento do estado. Tal programa, é voltado basicamente para a adoção de crianças mais velhas, grupo de irmãos, portadores de deficiências ou problemas de saúde.
Para incentivar a adoção e tocar o coração das pessoas as crianças e adolescentes aptos a ingressar no programa gravam vídeos conversando, jogando bola, brincando os quais são postados no Youtube. 
Já em Curitiba, capital do Estado do Paraná, tramita na Câmara Municipal um projeto de lei que cria a semana da adoção tardia, a qual se aprovada, deverá ocorrer na primeira semana de outubro. No projeto, está previsto que o poder executivo deverá cooperar com o Tribunal de Justiça do Paraná, divulgando como funciona e a importância do sistema nacional de adoção e o acolhimento, e também que a referida campanha deverá divulgar o trabalho realizado por grupos e organizações que realizam programas de apadrinhamento, os quais possuem todo o apoio da Justiça da Infância e da Juventude.
Além do citado acima, o programa visa também acompanhar e apoiar os adotantes e adotado durante todo o período do estágio de convivência. 
Em São Paulo há um projeto denominado de “Adote um Boa Noite”, programa desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que visa promover a adoção de crianças maiores de 07 anos de idade.
Estes são apenas alguns exemplos de projetos, campanhas e incentivos que visam aumentar o número de crianças e adolescentes com idades superiores a 03 anos idade que se encontram disponíveis para adoção no Brasil.
Conclusões
 Como ponderado no presente artigo, a legislação sobre adoção no Brasil teve grandes avanços com o decorrer do tempo, porém sem sombra de dúvida a mais importante se deu com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, a qual passou a garantir que as crianças e os adolescentes passassem a ser sujeitos de direito e deveres e que por isso deveriam ser devidamente amparadas pelo Estado.
Ao mesmo tempo, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe mudanças referente a prioridade no processo de adoção que antes era focada no adotante e passou a ser voltada para o adotado, assegurando que seus direitos sejam respeitados e que o seu bem estar e a sua qualidade de vida sejam preservados.
Apesar das mudanças e da evolução legislativa pela qual a adoção passou, atualmente o que se busca pelos Estados e Munícipios é incentivar a adoção tardia, que se refere à adoção de crianças maiores de 03 anos de idade que esperam ansiosamente por uma família. Em prol disso, diversas são as campanhas e leis que tem sido criada no Brasil nos últimos promovendo a adoção dessas crianças e adolescentes e demonstrando que os laços que constituem uma família não são definidos pela ligação sanguínea, idade, cor ou sexo.
Mesmo com toda o apoio do Governos, Estados e Munícios ainda existe muito preconceito em relação a adoção de crianças e adolescentes maiores e se acredita que reside ai a grande porta de entrada de medidas eficientes por parte do governo que podem ser adotadas no intuito de estimular a adoção tardia.
O principal empecilho para a adoção dessas crianças e adolescentes mais velhos, é o medo que os adotantes possuem no que se refere ao passado e a tudo que essas enfrentaram, seja fisicamente ou psicologicamente, uma vez que acreditam que tudo que viveram antes de serem encaminhados para adoção pode ser um impedimento para que consigam se aproximar dessas crianças e adolescentes, para que tenham uma boa convivência e relação.
Dessa forma, se faz necessário, um esforço que vai além da esfera jurídica, inclusive com caráter multidisciplinares, que envolva psicólogas, assistentes sociais, e todos os profissionais capacitados que possam de alguma forma contribuir para desmistificar a adoção tardia e fazer com que os números possam melhorar a fim de fazer diminuir essa imensa quantidade de crianças que não possuem um lar e ficam apenas aos cuidados do governos e funcionários de orfanatos ou casas de acolhimentos até atingirem a maioridade.
Tais medidas são fundamentais a fim de comprovar que adotar uma criança ou adolescente mais velho pode sim trazer grandes realizações para a vida de uma família, pois eles também são dignos de receber e dar amor, carinho e atenção. A paciência, compreensão e o amor que os pais oferecem e o sonho das crianças e adolescentes de pertencerem a uma família são essenciais para que ambos possam superar as dificuldades que podem encontrar no caminho.
Obviamente é uma adoção que requer mais cuidados, uma vez que é necessário ajudar o menor a enfrentar a marca do abandono, da perca e do tempo vivido nas instituições de acolhimento. Todavia isso não quer dizer que essa barreiras não possam ser enfrentadas e até mesmo quebradas, e uma vez conquistada trará inúmeras alegrias para todos.
Os futuros pais só têm a ganhar adotando uma criança ou adolescente mais velho, uma vez que adotarão uma criança que justamente por já ter uma idade maior, não é tão dependente de cuidados como um bebê.
Pode-se concluir, portanto, que apesar das dificuldades que podem cercar o período de adaptação da criança e adolescentes, essas podem ser bem sucedidas, desde que tanto o adotante quanto o adotado façam esforços para que ela renda bons frutos e que obrigatoriamente passem pelo estágio de convivência, para que possam se conhecer melhor, conhecer gostos, costumes e manias um do outro.
O fato é que a adoção tardia, além de ser um ato de altruísmo e de amor ao próximo é também uma experiência única, e são crianças e adolescentes que, independentemente da idade, igualmente precisam de amor, carinho, aconchego e proteção que só uma família é capaz de oferecer, pois isso é extremamente fundamental na formação de seu caráter e também para desfazer os medos e as frustrações que o abandono por parte dos pais biológicos possa ter gerado.
Pois se há algo mais forte que laços de sangue, são os laços formados pelo coração.
Referências
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Documentos Jurídicos
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BRASIL, Código Civil de 2002
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
BRASIL, Código de Menores 1927
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BRASIL, Lei 4.655/1955
BRASIL, Lei 3.133/1957
BRASIL, Lei 4.655/65
BRASIL, Lei 8.069/1990
BRASIL, Lei 12.010/2009
BRASIL, Lei 13.509/2017
* Pós-Graduação em Direito Civil e Processo Civil da Universidade Estácio de Sá. E-mail: andriellyvs@gmail.com

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