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A primeira questão é que nesse exemplo fictício o pesquisador prejudicará os alunos, uma vez que ele irá escolher aleatoriamente cinco alunos para refazer o ano, mesmo aqueles que são capazes de fazer o 9º ano. Nunca será possível essa proposta, primeiro que nenhum responsável irá concordar e nem mesmo comitê de ética que é o órgão responsável por aprovar e permitir prosseguimento de pesquisas que envolve pessoas. O pesquisador apesar de “bem intencionado,” não possui o direito de lesar os participantes da pesquisa. Se o mesmo, resolvesse acompanhar os alunos que reprovassem poderia ser uma opção metodológica e até mesmo faz mais sentido, já que a questão é a reprovação de alunos. O segundo destaque caso o pesquisador opte em acompanhar somente os reprovados é a necessidade do Termo de Consentimento Livre (TCLE) que ele precisa para realizar a sua pesquisa além da aprovação pelo Comitê de Ética enviado via plataforma Brasil. O TCLE é um: [...] documento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar. (BRASIL, 2012, II. 23). No caso tratando de estudante que são menores de idade é preciso os responsáveis dos alunos assinarem o TCLE. É importante que o documento esclareça que os nomes dos participantes e o contexto de pesquisa serão omitidos no relatório de pesquisa, preservando dados e até mesmo resguardando a instituição de ensino que eles estudam. Tal como ser necessário aprovação da direção escolar para acompanhamentos psicológicos dos alunos e coleta de dados. Como percebemos explicitado na resolução n. 446/2012 em seu artigo II, parágrafo 5: II.5 - consentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo e pormenorizado sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar. Nessa perspectiva, é necessário que o pesquisador explique de forma clara o que implica a participação dos alunos. Pois, a depender do caminhar da pesquisa, não será somente uma observação, talvez seja necessária outras técnicas de coleta de dados. Por isso, é extremamente importante explicar para os alunos e responsáveis o que significa assinar o TCLE. Mesmo porque quanto mais claro ficar para seu participante, menores os riscos de ter um participante que recusa a participação no meio dos procedimentos metodológicos podendo assim trazer complicações para sua coleta e análise de dados. Uma das formas dos participantes ou responsáveis aprovarem e assinarem o TCLE é entender do que se trata a pesquisa, que forma ela irá agregar para o campo científico que é produzida e assim, poderá decidir com autonomia e confortável se irá assinar o documento ou não. Contudo, como enunciado da atividade aponta é complicado explicar para os responsáveis/participantes que a pesquisa irá sanar as questões em relação a promoção continuada ou ainda, “obter resultados importantes para a formação de políticas públicas nacionais (...) Essa pesquisa ajudaria a finalizar essa grande discussão educacional”. A produção científica possui dinâmica e complexidade para não ser findada em um único resultado de uma pesquisa, logo o que a pesquisa concluir não pode ser considerado como a única verdade. Dessa forma, não será esse estudo que propiciará o desenvolvimento de políticas públicas, para o desenvolvimento dessas ações são necessários um arcabouço de pesquisas que discuta o tema com diferentes visões e com especialista realizando metareflexões sobre a temática e as pesquisas. O acompanhamento desse professor irá trazer considerações sobre a temática que poderá contemplar o arcabouço de pesquisas sobre o tema, caso seja pensando em alguma política pública, mas não será a pesquisa determinante, pois de fato nenhuma é. O estudo irá contribuir com as discussões o que significa para a comunidade científica um dos intuitos da produção de conhecimento. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União. Brasília, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html>. Acesso em: 09/11/2020. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
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