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13 - Crises Convulsivas Como Você Pode Ajudar

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Diversidade na Aprendizagem de 
Pessoas com Necessidades Especiais
Autoras
Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva
Irene Carmem Piconi Prestes
José Raimundo Facion
Márcia Maria Stival
2009
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S586 Silva, Maria de Fátima Minetto Caldeira; Prestes, Irene Car-
mem Piconi; Facion, José Raimundo. / Diversidade na 
Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais. / Maria de 
Fátima Minetto Caldeira Silva; Irene Carmem Piconi Prestes; José 
Raimundo Facion et. al. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 
204 p.
ISBN: 85-7638-321-7
1. Deficientes. 2. Educação especial. I. Título. 
CDD 371.9
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
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Sumário
Olhar a diversidade, olhar o todo .............................................................................................7
Abordagem teórica .......................................................................................................................................8
O professor e o diferente ........................................................................................................13
O medo ......................................................................................................................................................14
A diferença e a prática pedagógica ............................................................................................................16
A ação pedagógica diante da diversidade: formação competente ..........................................21
Resistências ................................................................................................................................................23
A construção dos laços no ambiente escolar ..........................................................................29
A pluralidade na escola ..............................................................................................................................29
A inclusão através dos tempos ...............................................................................................37
Um pouco de história .................................................................................................................................37
O novo paradigma ......................................................................................................................................38
Como o professor vê a inclusão? ...........................................................................................43
Diversidade na aprendizagem e “diversidade na ensinagem” ...............................................49
Criatividade ...........................................................................................................................53
Mas, o que é criatividade? .........................................................................................................................54
Para que o professor deve refletir sobre criatividade? ...............................................................................54
Etapas do processo criativo ......................................................................................................................55
Inteligências múltiplas e diversidade na aprendizagem: instrumento à prática inclusiva .........59
A diversidade de aprendizagem sob a perspectiva das inteligências múltiplas .........................................62
Ter um filho especial ..............................................................................................................73
A chegada de um filho especial .................................................................................................................75
Aspectos emocionais da pessoa com deficiência ..................................................................87
Prevenção ...............................................................................................................................97
Apgar .........................................................................................................................................................98
Teste do pezinho ......................................................................................................................................100
Crises convulsivas: como você pode ajudar ........................................................................107
As crises ...................................................................................................................................................108
Crises generalizadas .................................................................................................................................108
O que podemos fazer para ajudar ............................................................................................................110
Cidadão no papel ..................................................................................................................115
O lugar da criança ....................................................................................................................................116
Percorrendo o caminho do infantil ..........................................................................................................118
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A diversidade na educação de jovens e adultos ...................................................................123
Considerações legais da educação de jovens e adultos ...........................................................................124
Diversidade na aprendizagem: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID) .............129
O diagnóstico diferencial .........................................................................................................................129
Transtorno autista ....................................................................................................................................130
Transtorno de Rett ...................................................................................................................................131
Transtorno de Asperger ............................................................................................................................132
Transtorno Desintegrativo da Infância ....................................................................................................132
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (sem outra especificação – SOE) ..........................................133
Procedimentos educacionais ....................................................................................................................133
Diversidade de aprendizagem e Transtornos de Comportamento Disruptivo I: TDAH ......139
Definição ..................................................................................................................................................139
Epidemiologia ..........................................................................................................................................140
Etiologia ...................................................................................................................................................140
Curso e prognóstico .................................................................................................................................142Tratamento ...............................................................................................................................................142
Diversidade de aprendizagem e Transtornos de Comportamento Disruptivo II: TC ...........149
Epidemiologia ..........................................................................................................................................149
Etiologia ...................................................................................................................................................150
Tratamento ...............................................................................................................................................150
Diversidade em sala de aula: TDAH....................................................................................153
O profissional que atua com a criança .....................................................................................................154
A inclusão – um contínuo desafio ............................................................................................................156
Diversidade em sala de aula: autismo infantil .....................................................................159
O contato do educador com a criança autista ..........................................................................................159
A atuação do educador .............................................................................................................................160
Inclusão social .........................................................................................................................................161
Diversidade na aprendizagem: deficiência mental ...............................................................165
Diversidade de aprendizagem: deficiência física .................................................................171
A reabilitação de crianças com deficiências físicas .................................................................................171
Escolarização da criança portadora de deficiência física .........................................................................172
Diversidade na aprendizagem: deficiência auditiva .............................................................177
Diversidade de aprendizagem de crianças surdas ....................................................................................177
Diversidade na aprendizagem: deficiência visual ................................................................183
Falando do dia-a-dia na escola: o que estamos fazendo ......................................................189
Considerações ..........................................................................................................................................191
Referências ...........................................................................................................................197
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Apresentação
Caro aluno,
E ste livro contém um conjunto de textos que compõem a disciplina Diversidade na Aprendiza-gem das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais. Nosso objetivo é discutir a diversidade e suas particularidades nas diferentes necessidades especiais, considerando aspectos sociais, 
emocionais e relacionais que de alguma forma interferem na aprendizagem. Tenho muito prazer em 
discutir esse tema, pois estou envolvida com ele diariamente. Sei o quanto ele é perturbador! E o 
quanto exige de nós educadores uma reflexão, um repensar da nossa prática e, algumas vezes, mu-
dança de paradigmas...
Com muito cuidado reuni um grupo de profissionais experientes (mestres e doutores) que, ali-
cerçados em sua prática, estão pesquisando e discutindo a inclusão, procurando oferecer a você algo 
que leve a uma reflexão.
Quando falamos em necessidades educativas especiais, estamos falando de algo complexo. Mes-
mo entendendo a filosofia inclusiva como justa e promotora de um contexto escolar melhor para todos, 
precisamos de muita cautela ao conduzi-la. O ato de inserir o aluno com necessidades educativas 
especiais no ensino regular por si só, seria uma pseudo-inclusão, o que nos soa no mínimo como 
irresponsabilidade. A inclusão, por mais justa que seja, requer reflexão e preparo do contexto escolar. 
Acreditamos que possam existir diferentes formas de inclusão que respeitem a diversidade do aluna-
do. A singularidade de cada indivíduo suscita a observância de cada situação em particular. 
Propomos, aqui, uma discussão da diversidade e da subjetividade de cada sujeito, incluindo o 
educador, considerações detalhadas sobre as necessidades especiais e suas particularidades diante da 
situação de aprendizagem, para dar maiores subsídios para o professor, no dia-a-dia em sala de aula, 
diante do aluno incluso. Tudo o que conhecemos não nos assusta! 
Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva
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(CHACE, 2003, p. 42)
“A diversidade, geralmente entendida e aceita, não é uma espécie de tole-
rância liberal esporádica de algo ou de tudo além de si mesmo. Não é uma acomo-
dação diplomática. Pelo contrário, a diversidade é, na ação, aquela consciência, 
às vezes dolorosa, de que as outras pessoas, as outras raças, as outras vozes, os 
outros hábitos mentais têm a mesma integridade de ser, as mesmas demandas em 
relação ao mundo, que você também tem. 
Ninguém tem mais obrigação do que você de mudar, consentir, ou de se 
incorporar à massa. Tanto o gênio compatível quanto o irreconciliável são partes 
da vida social. 
Ser forte na vida significa ser fonte no meio das diferenças, ao mesmo tem-
po em que você aceita o fato de que você mesmo talvez possa estar sendo uma 
imposição considerável sobre toda pessoa que encontra. 
Eu o desafio a refletir sobre sua própria maneira ímpar de ser, antes de co-
meçar a ter problemas e sentir-se ofendido pela maneira ímpar de ser dos outros. 
Eu o desafio também, em meio a todas as diferenças presentes diante dos 
olhos e da mente, a buscar e criar as correntes que sustentarão o bem comum, o 
qual protegerá a todos. Pressupõe-se que estejamos aqui juntos.”
Imagem: REVISTA NOVA ESCOLA – Nº 165 – SETEMBRO/ 2003 p. 42
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Crises convulsivas: 
como você pode ajudar
Maria de Fátima Minetto Caldeira Silva
“Jamais deixe que as dúvidas paralisem suas ações. Tome sempre todas as decisões 
que precisar tomar, sem ter a segurança de estar decidindo corretamente.”
Paulo Coelho
C rises convulsivas são comuns. Elas são dis-túrbios neurológicos que acontecem, geral-mente, em crianças e são mais freqüentes an-
tes dos 14 anos. Podem acontecer na escola, como em 
qualquer outro lugar. Quando essas crises se repetem 
são denominadas de crises epilépticas. Mas, ter con-
vulsão isoladamente não significa que a criança ou 
o adulto tenha epilepsia. Segundo a ABE (Associa-
ção Brasileira de Epilepsia), a epilepsia é desordem 
crônica do cérebro, e as suas características clínicas 
associadas às alterações eletro encefalográficas estão 
relacionadas a descargas neuronais excessivas, peri-
ódicas e sincrônicas, resultando em fenômenos psí-
quicos, motores, sensoriais e sensitivos anormais.
É muito importante salientar que epilepsia não 
é uma doença mental, nem uma deficiência. Também 
é preciso saber que não é contagiosa. Muitas pesso-
as sem nenhum comprometimento, com inteligência 
normal, têm epilepsia. A maioria dos epilépticos são 
pessoas saudáveis. (PALMINI, 1996).
A crise epiléptica pode ser causada por: febre 
alta, infecção, batidas na cabeça, envenenamento, 
excesso de medicamentos. Por isso repetimos que 
uma crise convulsiva isolada não caracteriza a epilepsia. SegundoAntoniuk et al. (1999), em torno de 
20 a 30% dos pacientes encaminhados a um serviço de neuropediatria com suspeita de epilepsia, não 
são epilépticos. O diagnóstico da epilepsia é essencialmente clínico e uma anamnese cuidadosa e de-
talhada deve ser realizada através do próprio relato do paciente ou daqueles que assistiram às crises. 
A história familiar é muito importante. Há necessidade de pesquisar se há antecedentes familia-
res na primeira geração que apresentam o mesmo quadro. A história da gestação também precisa ser 
considerada: se a criança nasceu prematura, se houve sofrimento fetal, ameaça de aborto etc.
Para o diagnóstico diferencial também é necessário investigar como foi ou está sendo o desen-
volvimento psíquico motor, a história mórbida pregressa, como traumas que possam ter ocorrido, in-
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Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais
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ternamentos, meningites, desidratação, entre outras, além de um exame clínico ge-
ral: estigmas genéticos, lesões cutâneas etc., incluindo um exame neurológico que 
observe sinais e sintomas de localização, hipertensão intracraniana. Se possível, a 
realização de avaliação laboratorial no período imediato após a crise como hemo-
grama, velocidade de hemossedimentação (VHS), e estudo metabólico completo. 
As crises
Classificação das crises epilépticas, segundo Antoniuk (1999).
Crises parciais 
A distinção fundamental entre os dois tipos de crises parciais é feita pela 
presença ou não de comprometimento da consciência (definido como a incapaci-
dade de responder normalmente a estímulos externos, devido à falta de atenção 
ou de resposta). 
 Parciais simples: não ocorre comprometimento da consciência. Conforme 
a área cortical cerebral na qual se inicia a descarga epiléptica teremos o 
tipo de sintomalogia inicial, que pode ser: motora, sensitiva, autonômica 
ou psíquica. Anteriormente, eram denominadas crises epilépticas focais.
 Parciais complexas: ocorre o comprometimento da consciência. Divi-
dem-se em dois tipos: com comprometimento da consciência como uma 
única manifestação, ou com automatismo. Anteriormente, eram denomi-
nadas crises epilépticas psicomotoras.
Automatismos são atividades motoras involuntárias parcialmente coorde-
nadas e práxicas, que ocorrem no período de comprometimento da consciência, 
durante ou depois de uma crise epiléptica, e são seguidas por amnésia para tal fato 
(p. ex.: mastigação, repetição de palavras ou gestos etc.)
Crises generalizadas
Um quadro de crises generalizadas é identificado quando a primeira ma-
nifestação clínica e eletroencefalográfica indica um desenvolvimento inicial de 
ambos hemisférios cerebrais, com comprometimento da consciência desde o iní-
cio da crise e presença de manifestações motoras bilaterais. O padrão eletroence-
falográfico ictal inicialmente é bilateral, refletindo provavelmente uma descarga 
neuronal difusa em ambos hemisférios. Podem ser:
 Ausência: crise caracterizada por início súbito com interrupção da ativi-
dade, olhar parado e perda de contato com o ambiente. Tem duração de 
segundos até meio minuto e termina abruptamente, sem alterações pós-
crise, com retorno imediato à atividade anterior. Podem ocorrer automa-
tismos e alterações motoras discretas durante a crise. Anteriormente, era 
denominada crise epiléptica tipo “pequeno mal”.
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Crises convulsivas: como você pode ajudar
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 Mioclônica: apresenta contrações súbitas, breves, semelhantes a um cho-
que (abalo mioclônico), podendo ser generalizada ou localizada. Ocorre 
predominantemente no início do sono e/ou despertar.
 Clônica: presença de abalos repetitivos clônicos, sem a presença de uma 
fase de contração muscular entre os abalos.
 Tônica: crise caracterizada pela presença de contração muscular intensa 
e sustentada, ficando os membros estirados, geralmente com desvio late-
ral dos olhos e da cabeça.
 Tônico-clônica: tipo mais freqüente de crise generalizada, iniciada por 
perda súbita da consciência, sem sinais premonitórios concomitante a 
movimentos convulsivos clônicos, alternando-se com períodos de con-
tração tônica. Segue-se um período variável de inconsciência após a ces-
sação da crise. Anteriormente, eram denominadas crises epilépticas tipo 
“grande mal”.
Diagnóstico diferencial 
 Síncope (perda da consciência): mais freqüente em pré-púberes, exis-
te hereditariedade e são relacionadas a certas instabilidades do sistema 
central vaso motor. Suas principais características são: associação a si-
tuação de tensão em escolas, igrejas, perspectivas de uma injeção, vi-
são de sangue etc.; clinicamente caracteriza-se por debilidade muscular, 
tremor, náuseas, mal-estar abdominal, sudorese, sensação de desequilí-
brio; no exame clínico, apresenta palidez, bradicardia, pulsos geralmen-
te impalpáveis.
 Crises de perda de fôlego: esta é uma outra situação clínica muito co-
mum na primeira infância, desaparece até a idade escolar porém, o seu 
início dramático, com cianose ou palidez, causa intensa ansiedade aos 
pais e médicos, até que a situação seja esclarecida e explicada. A história 
clínica corresponde a uma criança que subitamente sofre um estímulo 
doloroso, susto, frustração ou contrariedade. Ela grita de forma vigorosa, 
retém a respiração em expiração, torna-se cianótica e perde a consciên-
cia. Geralmente, esta crise tem a duração de alguns segundos e a seguir 
a criança recobra a consciência. 
 Distúrbios do sono: devemos estar atentos para os movimentos do pré-
sono, terror noturno, pesadelos etc., que não devem ser valorizados ex-
cessivamente.
 Histeria ou simulação: a freqüência das “pseudocrises” é muito maior do 
que imaginamos, principalmente nos pacientes epilépticos controlados. 
As informações obtidas nos dão a pista diagnóstica para essas crises, por 
exemplo, forjam quedas, não existem lesões, ausências de sinais pós-
crises etc. O diagnóstico nem sempre é fácil e às vezes precisamos de 
ajuda psicológica tanto para o diagnóstico como para o tratamento.
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Diversidade na Aprendizagem de Pessoas com Necessidades Especiais
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O que podemos fazer para ajudar
O fato de presenciar ou ter uma crise convulsiva é algo que pode causar 
muita angústia e às vezes medo. Isso tanto para quem está tendo a crise como para 
aqueles que observam. Quanto mais soubermos sobre as crises e como elas acon-
tecem melhor será nossa reação, e assim poderemos ajudar melhor nosso aluno. 
As pessoas que têm epilepsia muitas vezes sofrem com o preconceito e tam-
bém com a falta de informação geral. Por isso, se tivermos na escola algum aluno 
ou professor que tenha essa desordem devemos procurar conversar de forma clara, 
com todos, passando o maior número de informações, sempre considerando a 
faixa de idade dos alunos que estarão sendo orientados. Ajuda muito se os colegas 
souberem do que se trata e como agir na hora da crise. Há necessidade de um tra-
balho para diminuir o preconceito, não super valorizando a situação.
As crises convulsivas não são previsíveis, podendo ocorrer inesperadamen-
te e se manifestar de diferentes formas. Muitas vezes, o desencadear de uma crise 
pode provocar uma modificação de comportamento da pessoa afetada, algo dife-
rente de seu comportamento habitual, às vezes muito discreto. Se professor estiver 
atento poderá perceber o início da crise. É muito importante marcar o tempo de 
duração de uma crise. As crises normalmente duram de 2 a 5 minutos e terminam 
naturalmente. Se uma crise demorar mais do que 5 minutos ou se a pessoa ficar 
roxa deve-se levá-la ao hospital.
É muito importante manter o controle,não se apavorar. Evite o acúmulo de 
pessoas em cima do aluno que está tendo a convulsão. Se o professor se desespera, 
os outros alunos também vão ficar muito assustados. Procure afastar objetos que 
possam causar alguma lesão, como cadeiras, mesas, cintos, fivelas. 
Durante o tempo em que a crise estiver acontecendo não interfira, deixe que 
corra seu curso. Apenas observe e procure acomodar a cabeça em uma almofada, 
um pano ou casaco para protegê-la e evitar lesões. Em seguida, se possível, tente 
girar a cabeça para o lado e segure-a nessa posição, para facilitar a respiração.
Durante a crise, a respiração fica ofegante e há uma contração muscular 
involuntária (que envolve todos os músculos do corpo). As contrações musculares 
fazem, muitas vezes, que os músculos da garganta se fechem. Com isso, é possível 
ouvir um ruído em função da passagem do ar. Também é natural a saliva não ser 
engolida e ficar acumulada na boca. Assim, ao se misturar com o ar acaba ficando 
“areada”, parecendo uma espuma. Essa baba espumosa nada mais é do que saliva 
misturada com ar. Pode-se enxugar com um lenço, se necessário. Não ponha ob-
jetos na boca, nem tente segurar a língua. 
Quando a crise acaba, há um relaxamento muscular e com isso algumas 
pessoas acabam por perder momentaneamente o controle dos esfíncteres. Tam-
bém ao final da crise a pessoa pode permanecer sonolenta e confusa por um de-
terminado tempo.
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Crises convulsivas: como você pode ajudar
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Vejamos os desenhos ilustrativos do folheto organizado pelo Dr. Sergio Antoniuk et al. (2001) 
representados a seguir.
1. Fique calmo. Anote a duração da crise.
2. Abra um espaço livre em torno das pessoas.
3. Afrouxe as roupas em torno do pescoço.
4. Proteja-lhe a cabeça com algum tipo de 
almofada. Vire a pessoa ou o rosto dela 
para o lado.
5. Cessadas as convulsões, coloque-a numa 
posição para recuperar-se.
O QUE FAZER
6. Demostre compreensão e ofereça seu 
apoio durante a recuperação.
O QUE FAZER
1. Não mova a pessoa, a menos que esteja em 
perigo ou se a crise se prolongar por mais de cin-
co minutos. 
2. Não restrinja seus movimentos.
3. Não tente levantar a pessoa.
4. Não coloque nada entre os seus dentes.
5. Não lhe dê nada para beber.
6. Não interfira desnecessariamente durante o 
período de recuperação após a crise.
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1. Você já viu uma crise convulsiva? Você conhece alguém que tem epilepsia? Depois do que foi 
lido, se por ventura tivermos um aluno acometido por essa desordem, você saberia o que fazer? 
Em pequenos grupos reúnam-se e respondam essas perguntas, discutindo depois com os demais. 
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Crises convulsivas: como você pode ajudar
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2. Leiam atentamente essas sugestões elaborada pela equipe do Dr. Antoniuk (Hospital de Clíni-
cas da UFPR – CENEP) para a organização de um ambiente mais seguro. Depois discuta com 
o grupo sobre a viabilidade de realizar esses conselhos nos diferentes âmbitos. 
Essas sugestões são dadas para as pessoas que têm epilepsia
Há muitos passos que você pode tomar para minimizar 
seu risco de lesão no caso de uma crise
Em casa
Faça uma inspeção de sua casa para identificar as medidas de segurança importantes que 
você pode tomar.
Banheiro
 Mantenha o aquecedor de água baixo o suficiente para prevenir queimaduras
 Tome banho sentado se as crises forem freqüentes
 Mantenha as portas do banheiro destrancadas
Quartos e salas de estar
 Use telas de segurança nas lareiras
 Mantenha os aquecedores em locais que não possam virar
 Acolchoe os cantos
 Acarpete o chão
Cozinha
 Sirva a você e aos outros diretamente do fogão para que você não tenha que carregar 
pratos quentes
 Use um forno de microondas para cozinhar
 Mantenha os utensílios longe da pia
No trabalho
As pessoas com epilepsia podem trabalhar normalmente. Porém se as crises não estiverem 
sob controle, é necessário analisar se o local em que você trabalha oferece algum risco de lesão.
Você poderá conversar com seu chefe sobre sua epilepsia. É importante educar seus compa-
nheiros de trabalho sobre como mantê-lo seguro na eventualidade de uma crise.
No carro
Se as crises estiverem sob controle por um período longo de tempo, as pessoas com epilepsia 
podem obter uma licença para dirigir. A maioria dos estados americanos definem as crises como 
controladas se não ocorrer uma crise em um período de tempo de 3 a 12 meses, variando de acor-
do com cada estado.
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Um efeito colateral comum das drogas anti-epilépticas é a sonolência. Você deve evitar diri-
gir até que tenha se adaptado à medicação.
Se você tiver tido uma crise e necessita ir ao seu médico ou ao hospital, peça para que alguém 
dirija para você.
No lazer
A atividade física pode te ajudar a se sentir mais auto-confiante, a se olhar melhor e melhorar 
seu astral. Uma caminhada com um trajeto preestabelecido pode ser um bom começo.
Para se exercitar com segurança, converse com seu médico sobre o controle de suas crises. 
Participar de atividades específicas, como natação e futebol deve ser considerado em bases indi-
viduais. Você e seu médico devem discutir os riscos potenciais.
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