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CASO 3 DIREITO FIN E TRIB II

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CASO CONCRETO 3 
Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC 
(Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das passagens aéreas que as empresas 
cobrariam dos passageiros, e na composição daquele preço o ICMS não foi incluído. Não 
obstante, os Estados cobravam das Cias aéreas uma vultosa quantia a título de ICMS. 
Posteriormente, aquele ICMS veio a ser considerado inconstitucional, sendo possível, em 
tese, o pedido de restituição. Imediatamente a CIA AÉREA VOE BEM - tempestivamente 
- pleiteou a restituição, via ação de repetição de indébito, em dobro, do ICMS 
indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no entanto, contestou o pedido alegando, 
em preliminar, a ilegitimidade da CIA AÉREA, por descumprimento do art. 166 do CTN, 
uma vez que o ICMS é imposto indireto, no qual ocorre a transferência do encargo 
financeiro, bem como ocorreu a prescrição. No mérito, sustenta a impossibilidade de 
devolução do valor pago em dobro. Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e 
aborde, com fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são 
procedentes ou improcedentes as alegações apresentadas. 
R: De fato, o art. 166 do CTN afirma que nos impostos em que ocorra a transferência do 
encargo financeiro, a legitimidade do contribuinte de direito para pleitear uma eventual 
devolução dependerá de expressa autorização do terceiro a quem foi transferido o encargo, 
que é, afinal, o contribuinte de fato, ou quem efetivamente suportou o ônus do tributo. 
Contudo, o próprio CTN faz a ressalva da possibilidade de o contribuinte de direito prescindir 
dessa autorização caso não tenha havido o repasse do imposto, ou seja, caso o valor do 
imposto não tenha sido embutido no preço da mercadoria ou do serviço. Assim, como o 
enunciado da questão afirma textualmente que o preço tabelado pelo DAC não considerou o 
ICMS, e sendo esse o preço praticado pelas companhias de forma coercitiva, conclui-se que o 
valor do ICMS não foi repassado aos consumidores. Logo, a empresa está legitimada para 
pleitear a restituição, independentemente de autorização de terceiro. No que tange à 
prescrição, esta não se configurou, vez que o prazo de 05 anos entre a constituição do crédito 
tributário e a ação, não se perfez. (art. 174 do CTN). Por fim, em relação ao recebimento em 
dobro, de acordo com o artigo 167 do CTN, o sujeito passivo tem apenas o direito de receber 
os valores dos tributos, devidamente corrigidos e atualizados. 
Objetiva C

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