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ISSN 2176-1396 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO FUNDAMENTAL II: 
REFLEXÃO DO RELATO DA EXPERIÊNCIA MOTIVADORA NO 
ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA 
 
Joedh dos Santos1 - IFAM 
 
Grupo de Trabalho – Práticas e Estágios nas Licenciaturas. 
Agência Financiadora: não contou com financiamento 
 
Resumo 
 
O estágio é uma experiência de aperfeiçoamento pessoal para o ramo de trabalho o qual o 
graduando quer exercer. Por meio do contato direto e convívio das atividades da futura 
profissão, o estagiário inicia suas primeiras experiências as quais serão necessárias como 
prática, saber e conhecimento das tarefas exercidas no recinto. Este artigo apresenta 
impressões e considerações a respeito da experiência motivadora de um estagiário do curso de 
Licenciatura em Ciências Biológicas do IFAM-CMC, adquirida durante o estágio 
supervisionado I em uma escola pública municipal de Manaus- AM, no ano de 2014, além de 
trazer reflexões acerca da importância deste momento na formação inicial de professores do 
ensino de Ciências. O objetivo deste trabalho é apontar algumas contribuições do estágio na 
formação inicial de professores, a partir da experiência vivenciada com os estudantes do 
Ensino Fundamental II nos sextos anos. Os dados coletados foram divididos em três 
categorias: 1) Ambientação na escola; 2) Observação participante; 3) Trabalho pedagógico 
coletivo. As expectativas quanto ao estágio foram surpreendentes. Presumia-se um convívio 
conturbado e uma realidade bem diferente a qual foi vivenciada, porém, as relações com os 
docentes e discentes foram positivas no âmbito escolar. Percebeu-se o auxílio das pessoas 
com mais experiência com o estagiário e assim se desenvolveu uma atividade pacífica. A 
vivência no espaço motivou o conhecimento da realidade da futura profissão. Todas as teorias 
e diretrizes contribuíram com uma postura de análise para o campo educacional. Cada etapa 
foi fundamental para a formação docente, pois possibilitou o convívio com a comunidade 
escolar, levando a reflexão sobre a responsabilidade de ser professor, da função na construção 
da identidade do aluno como cidadão e da realidade escolar vivenciadas na capital do 
Amazonas. 
 
Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Ensino de Ciências. Formação de professores. 
 
1 Graduando de Licenciatura em Ciências Biológicas: Monitor na disciplina Biologia para alunos do Ensino 
Médio Integrado a Educação Profissional no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, 
Campus Manaus Centro - IFAM-CMC. E-mail: joedhs92@gmail.com. 
12608 
 
Introdução 
O Estágio supervisionado nas Licenciaturas é uma exigência estabelecida pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). Visando consolidar o que está na nova 
LDB, pareceres e resoluções buscam normatizar o estágio na formação de professores. O 
Parecer CNE/CP 28/2001 (BRASIL, 2001, p.10), o estágio é como “[...] o tempo de 
aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar 
ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício”. 
Além disso, 
[...] pode-se dizer que o estágio curricular supervisionado pretende oferecer ao 
futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho, isto é 
diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino. É também um momento 
para se verificar e provar (em si e no outro) a realização das competências exigidas 
na prática profissional e exigíveis dos formandos, especialmente quanto à regência. 
Mas é também um momento para se acompanhar alguns aspectos da vida escolar 
que não acontecem de forma igualmente distribuída pelo semestre, concentrando-se 
mais em alguns aspectos que importa vivenciar. É o caso, por exemplo, da 
elaboração do projeto pedagógico, da matrícula, da organização das turmas e do 
tempo e espaço escolares (BRASIL, 2001, p. 10). 
Nesses mesmos termos, a Lei 11.788/2008 (BRASIL, 2008, art. 1º, § 1º, 2º), que 
dispõe sobre o estágio de estudantes, considera o estágio como: 
[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, 
que visa à preparação para o trabalho produtivo de educando [...], ao aprendizado de 
competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular [...], 
além de integrar o itinerário formativo do curso. 
Então o estágio é de responsabilidade, entre outras, propiciar condições para que os 
discentes de graduação aprendam a carreira profissional à medida que favoreça a convivência 
com os professores, a realidade escolar, incentivação para a pesquisa e o favorecimento ao 
conhecimento. 
Um dos principais objetivos do estágio I é auxiliar o graduando na contribuição da 
realidade no ambiente de Ensino Fundamental ou médio, seja em escolas públicas e/ou 
privadas, a fim de conhecer as características do ambiente escolar, acompanhar as atividades 
do professor da escola-campo, auxiliar com o processo de ensino-aprendizagem, estar 
presente nos momentos docentes com professores, observar a gestão, a coordenação 
pedagógica e como estagiário ou pesquisador, registrar situações vivenciadas. Nesse contexto, 
o presente trabalho tem por objetivo apontar algumas contribuições do estágio curricular na 
12609 
 
formação inicial de professores de Ciências, a partir da reflexão acerca de uma experiência 
motivadora vivenciada em uma escola pública municipal na cidade de Manaus - AM, com 
estudantes do sexto ano de Ensino Fundamental II nas aulas de Ciências, turno matutino. 
O Estágio e sua realidade no Ensino de Ciências. 
O estágio pode ser considerado como uma “oportunidade de aprendizagem da 
profissão docente e da construção da identidade profissional” (PIMENTA, 2004, p.99). Ou 
seja, não podemos considerar como uma ferramenta técnica, porque o objetivo é ir além de 
ensinar conteúdos e modos para as aplicações dos momentos reais. 
A importância do estágio vai além do que foi descrito anteriormente. A formação 
docente trata de um conhecimento pessoal e não sistemático. Por esse motivo, a prática se 
torna essencial, pois somente ela conduz necessariamente à criação de um conhecimento 
específico e ligado à ação (GARCIA, 1992). Assim, a função da prática, segundo Freire 
(1983), é a de agir sobre o homem para transformá-lo. Nesta perspectiva, o estágio nos cursos 
de formação de professores é de suma importância, pois, é a conformidade entre as disciplinas 
fundamentalmente específicas do curso e as pedagógicas. 
A realidade da sala de aula, com relação ao estágio, ocasionará um exercício de 
reflexão, proporcionando, ao aluno de licenciatura, a possibilidade de um olhar mais centrado 
e profundo sobre a complexidade da realidade escolar e educacional (BEHRENS, 1991). No 
entanto, o saber docente deve ser alicerçado por teorias educacionais, não sendo formado pela 
prática vivenciada. Pimenta (2002), destaca a importância fundamental que a teoria tem na 
formação dos docentes. Isto quer dizer, adotar os teóricos de variados correntes de 
pensamentos e pontos de vista para contextualizar as atividades desenvolvidas no estágio, a 
fim de oferecer as análises para que os docentes conheçam vários contextos vivenciados por 
estes. 
Em toda essa perspectiva, o estágio deve ser um mediador entre teoria e prática, uma 
aproximação da realidade profissional, mesmo que os alunos permanecem ali por um longo 
período sem conquistarem um espaço de autonomia ou aplicação de suas atividades, a 
experiência, nesse sentido, beneficiará o graduando. 
Na experiência de estágio a prática de ensino favorece a futura profissão do graduando 
de Licenciatura, mas os estagiários pouco absorvem as reflexões na prática de formação em 
docência. Desde o início de 1930 quando houve o início dos cursos superiores de Licenciatura 
12610 
 
e Habilitação Específica para 2º grau para magistério,existe a preocupação com a prática 
desse ensino. Para Azevedo (1980, p.24), há uma dicotomia existente entre teoria e prática, 
uma vez que a prática de Ensino/Estágio Supervisionado configura-se como uma teoria 
colocada no começo dos cursos e uma prática colocada no final deles. Portanto, o 
conhecimento da realidade escolar através dos estágios não tem favorecido reflexões sobre 
uma prática criativa e transformadora nem possibilitado a reconstrução ou redefinição de 
teorias que sustentem o trabalho do professor. (PICONEZ et al, 1991, p. 15). Isso pode 
constar que o Estágio Supervisionado é pouco importante na formação dos cursos iniciais. 
Uma das comprovações que justificam esse fenômeno é a pouca quantidade de artigos e 
publicações que possam orientar os graduandos como estagiários, e aos docentes sobre como 
acolher esses estagiários. Em muitos casos, professores de escolas públicas e privadas não 
acolhem devidamente os estagiários. Bizzo (2012, p.129), afirma que é necessário levar o 
professor que atua em sala de aula uma reflexão sobre a recepção de estagiários, ou seja, 
reorganizando os pensamentos desse autor, a prática disso tornará a percepção do aluno 
realista e complexa. 
Muitas instituições apresentam vários problemas com relação às questões 
educacionais, mas não deixam de ser o ambiente mais propício para a formação dos alunos de 
Licenciatura, pois esses profissionais são os preparados para enfrentar dificuldades próprias 
no âmbito escolar. Toda relato de experiência pode ser necessário para melhoria das próprias 
escolas, porque estará apontando problemas reais no aprendizado, quanto ao comportamento, 
gestão escolar e envolvimento com a sociedade. 
Em todo esse contexto da experiência para futura docência e algumas de suas 
problemáticas, é importante pensar e refletir no papel do futuro professor nesse ensino e 
ressaltar a importância da Ciência. O estudo das Ciências permite ao aluno o descobrimento 
do seu mundo, o esclarecimento de dúvidas, a valorização do meio em que vive, e é através 
dela que se têm respostas e comprovações de fatos, fenômenos, mudanças. 
 O ensino de Ciências exige uma relação de teoria e prática, conhecimento empírico e 
científico, no entanto, o Ensino de Ciências da Natureza vem ocorrendo de forma superficial, 
em que o professor, muitas vezes, transcreve na lousa listas de exercícios para serem 
decorados e não compreendidos (BONANDO, 1994 apud OVIGLE E BERTUCCI, 2009). 
Assim, cabe o professor promover a interação dos alunos com os problemas encontrados na 
sociedade, já que eles farão parte do futuro, e suas ações no presente implicarão em um 
12611 
 
mundo melhor ou pior. A interdisciplinaridade dos componentes curriculares e as discussões 
entre professores são necessárias a fim de sensibilizar os alunos nas questões político 
ambiental alcançado a formação de cidadãos críticos e conscientes na sociedade. 
A experiência de Estágio Supervisionado I na escola. 
O Estágio Curricular Supervisionado I do Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Amazonas – IFAM tem carga horária de 100 horas correspondentes às 
seguintes atividades: a primeira no IFAM, na disciplina Seminário de Estágio I, com carga 
horária de 20 horas. Durante as aulas são realizados orientações, estudos, discussões e 
socialização sobre as experiências dos graduandos na escola-campo (Unidade concedente). A 
segunda etapa ocorre na escola-campo com carga horário de 80 horas o qual é dividida em 
três momentos: 1º momento - 15 horas: ambientação escolar – onde o estagiário conhecerá o 
espaço escolar; analisará o projeto pedagógico, o plano de aula e finalmente criar um 
diagnóstico da escola-campo e juntamente com o professor elaborar um plano de atividade de 
estágio. 2º momento - 50 horas: observação/participação em sala de aula – Será investigada a 
realidade da sala de aula, devendo-se analisar vários aspectos dentre eles, estruturais, as 
relações professor-aluno, o processo de ensino; discussão com o professor das necessidades 
da turma e elaboração de diagnóstico da turma. 3º momento - com 15 horas: Trabalho 
Pedagógico Coletivo na escola – com participação em reuniões de planejamento, 
desenvolvimento de projetos de ação, mostra de Ciências, entre outros. 
O estágio foi realizado em uma escola pública municipal, localizada em Manaus-AM, 
com dezesseis turmas de Ensino Fundamental II no turno matutino e nestas, as atividades de 
estágio somente ocorreram em quatro sextos anos (6º A, 6º B, 6º C e 6º D), no primeiro 
semestre de 2014. Os dados relativos ao estudo foram coletados por meio de observação 
direta, obedecendo nisto a metodologia de Bogdan; Biklen (1994) do ambiente escolar, como 
um todo e das aulas da professora de Ciências. 
Os dados coletados foram discutidos, considerando-se três categorias: 1) Ambientação 
na escola onde objetivou conhecer o espaço físico da escola; 2) Observação participante que 
consistiu no primeiro contato com a turma e a figura do professor que mediava o processo 
ensino-aprendizagem, de Ciências, para conhecer a realidade de lecionar; 3) Trabalho 
pedagógico coletivo que visou à participação em reuniões pedagógicas, planejamentos, jogos 
escolares, exposição de ciências e desenvolvimento de projeto. 
12612 
 
A primeira categoria “Ambientação na escola” teve por finalidade conhecer o 
ambiente escolar como um todo. A escola atendia os alunos nos três turnos, porém, oferecia 
no horário noturno a educação de jovens e adultos em um tempo inferior ao matutino e 
vespertino. Todo o estágio ocorreu entre 17/03/2014 a 30/05/2014 das 07:00 às 11:15 horas 
em quatro sextos anos (6º A, 6º B, 6º C e 6º D) na disciplina Ciências, cada aula com o tempo 
de 50 minutos. O cumprimento das horas obrigatórias foi três vezes por semana, segunda, 
quarta e sexta-feira, cada dia, quatro horas obrigatórias até que se completassem ao todo 
oitenta horas para finalização. 
Na primeira atividade realizou-se a análise/estudo do PPP (Projeto Político 
Pedagógico) da escola. Segundo Libâneo (2004), este é um documento que reflete as 
intenções, os objetivos, as ações, os procedimentos, necessários à realização do processo de 
escolarização de todos os alunos. Enquanto tal, ele é a concretização das etapas do processo 
de planejamentos onde deve responder de forma consistente a pergunta: quais objetivos 
devem ser formulados e quais ações concretas devem ser empreendidas para que a escola 
melhore seu funcionamento, no sentido de proporcionar aprendizagens mais eficazes, mais 
sólidas, e duradouras dos alunos? 
O primeiro espaço conhecido foi o pátio central da escola, após esse a biblioteca o 
qual era outro local importante o qual possuía um diversificado acervo de livros, mesas 
coletivas e individuais. A sala dos professores possuía um espaço amplo, com uma mesa 
central rodeada de cadeiras para acomodar todos os docentes, em geral, este era o local onde 
acontecia os pré-conselhos e o conselho de classe. O laboratório de Ciências da escola 
oferecia aos alunos um suporte para o ensino-aprendizagem, em uma aula no decorrer da 
semana, através de experiências, os estudantes podiam compreender os fenômenos 
conceituados em aulas teóricas em sala de aula. Outro espaço conhecido foi à quadra da 
escola, utilizada nos momentos do intervalo para lazer dos alunos e da comunidade do bairro 
(somente nos finais de semana), prática de atividade física durante as aulas de Educação 
Física e durante os jogos escolares. 
A escola possui vários outros espaços como a sala de gestão, apoio pedagógico, 
secretaria, sala de informática, auditório e espaços livres (corredores, escadas). 
A Observação Participante em sala de aula foi a ação onde se desenvolveu o estágio. 
Para Zabala (1998), é neste local que se conhece o trabalho pedagógico do professor tanto em 
termos de dimensão conceitual, quanto procedimental e atitudinal. 
12613O momento da observação participante constou a presença do estagiário em sala de 
aula, juntamente com os alunos e a professora. Neste momento, vivenciou-se a realidade do 
ensino e as dificuldades para a aprendizagem dos alunos. Segundo a professora de classe, é 
mais trabalhoso lecionar nos sextos anos, pois ainda são muito prematuros e mal acostumados 
com o número superior das disciplinas do Ensino Fundamental II. 
Nas primeiras semanas de estágio a professora era rígida e usava instrumentos 
avaliatórios assim como qualquer outro professor da instituição. Em nenhum momento houve 
queixas de seu desempenho profissional, embora exagerada na postura comparada às 
professoras antigas, a docente conseguia persuadir seus alunos em todas as exigências que a 
coordenação pedagógica instruía. Isto colaborava muito com o comportamento dos meninos 
na sala. 
Durante as aulas os alunos utilizavam o livro didático para a leitura dos textos e 
resolução dos exercícios. A metodologia utilizada pela professora caracteriza-se expositiva 
dialogada (POZO; CRESPO, 2009). Utilizava-se notebook, Datashow, sala de laboratório e 
vídeos. Durante o desenvolvimento do estágio era dever o estagiário acompanhar na maioria 
das aulas a correção de exercícios e trabalhos. 
Um dos fatos mais importantes os quais se pode relatar eram as dificuldades dos 
alunos quanto à fixação dos temas ministrados nas aulas de Ciências refletidos nos exercícios 
e avaliações teóricas. Houve um reforço pós-aula (ordenado pela coordenação pedagógica) 
com o intuito de elaborar aulas e avaliações para recuperar as notas parciais. Infelizmente a 
escola se encontrava em uma área de classe baixa, pois existiam muitos relatos de meninos e 
meninas envolvidos com drogas, violência e evasão escolar. 
Cada turma tinha sua peculiaridade positiva ou negativa e seu modo de se comportar. 
6º ano A, os alunos eram conhecidos como eufóricos, exorbitavam com conversas 
paralelas, possuíam indisposições para assistir aula, preguiçosos em realizar os exercícios 
propostos, entretanto valorizavam a união e respeitavam a professora. 
6º ano B denominado pela gestora a pior turma dos sextos anos por suas indisciplinas, 
reprovações anteriores, excesso de evasão escolar e práticas de bullying com os colegas, em 
tantos pontos negativos, esforçavam-se ao máximo para conseguirem um bom desempenho 
escolar, apesar de poucos estudantes nessa turma se interagirem com o ensino. 
 6º ano C desenvolviam uma problemática quanto ao ensino, muitos deles não 
compreendiam os conteúdos em sala. A professora aplica as aulas com o intuito de inovar e 
12614 
 
acabar com o aspecto tradicional, mas havia uma barreira que impedia o entendimento 
teórico, talvez seriam a falta de conhecimentos básicos no Ensino de Ciências aplicados no 
quinto ano. Um aspecto positivo era o esforço dos alunos em aprender, comprava-se isso na 
solicitação dos próprios alunos em solicitarem reforço pós-aula para professora a qual atendeu 
o pedido. 
6º ano D apontada pela professora como a melhor turma para lecionar. Aplicados, 
organizados, interessados em aprender Ciências e participar das aulas. Bons rendimentos nas 
notas em boletins e perseveravam até compreenderem um determinado assunto. Porém, 
percebia-se certa imaturidade, choravam por discussões fúteis entre eles e interrompiam as 
aulas para perguntarem muitas questões, o que tomava longamente o tempo da professora na 
classe e por isso não se aplicava todo conteúdo planejado. 
Os alunos respeitavam o estagiário. Por isso, motivou-se mais a relação e gosto pela 
prática do estágio. A relação com os estudantes não foi conflituosa, agradava-se tanto aos 
alunos e professora a participação do estagiário nas aulas com esclarecimentos e dúvidas 
como apoio nos conteúdos da disciplina. 
O momento “Trabalho pedagógico coletivo” tinha o intuito de verificar quais projetos 
estavam sendo desenvolvidos na instituição. Durante o estágio, foi realizado o planejamento e 
o pré-conselho de classe embasado no conselho de classe, ocorridos respectivamente na 
primeira sexta-feira do mês e em cada bimestre do ano. O planejamento auxiliava o docente e 
discente no planejamento das atividades em classe e também na construção da organização 
das soluções para um melhor aprendizado e relação aluno e professor. 
O pré-conselho de classe obedecia a mesma metodologia do conselho de classe em 
geral. Dalben (2004, p. 29), diz que a instância do Conselho de Classe “desempenharia o 
papel fundamental de aglutinar os diversos profissionais da escola, recompondo as estruturas 
fragmentárias, baseadas na divisão técnica do trabalho, articulando de forma homogênea as 
diversas partes do todo, fundamentada na teoria das organizações estrutural funcionalista”. 
Assim, é importante esse trabalho coletivo, pois através dessa reunião, permite moldar a 
posição do aluno na escola e sua situação na instituição. Realizado nos períodos bimestrais ele 
é o definidor da aprovação ou não dos alunos. 
 As reuniões eram registradas em atas circunstanciadas bimestralmente, e, no final, era 
assinada por todos os membros do conselho de classe. No dia 16 de abril, houve a 
participação do estagiário nesta atividade. Observaram-se muitas declarações negativas dos 
12615 
 
alunos do 6ª ano. Muitas reclamações como indisciplina, desorganização, desrespeito com o 
professor, falta de atenção nas aulas, bullying com os colegas entre outras foram discutidas no 
conselho. 
Infelizmente os projetos científicos de alunos com professores se iniciavam no 2º 
semestre, pós-estágio. 
Considerações finais 
O estágio curricular supervisionado é um elemento primordial na formação do aluno 
acadêmico, item o qual motivará o desenvolvimento para a docência na graduação. É neste 
momento em que o estagiário usa a teoria na prática, sempre buscando uma reflexão após 
cada aula para melhorias e mudanças ao longo deste período. Os momentos - ambientação na 
escola, observação participante e trabalho pedagógico coletivo, vivenciados na escola, foram 
fundamentais, pois conheceu o espaço físico escolar daquele ambiente, identificou os 
princípios institucionais e políticos, vivenciou-se a motivadora prática de lecionar e 
oportunidade de se interagir com professores, alunos, gestão escolar, percebendo a 
possibilidade de ser um docente no ensino de Ciências. Assim, as experiências permitiram 
analisar qual é o trabalho do professor de Ensino Fundamental II e como se pode estar 
inserido destro dele, com todas as suas problemáticas e construções, o estágio permitiu 
produzir o conhecimento prático do trabalho vivenciado na escola pública. 
REFERÊNCIAS 
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Mestrado – PUC, Rio de Janeiro, 1980. 
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Paulo: Ática 2012. P.129. 
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12616 
 
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. 
Acesso em: 11 de janeiro de 2015. 
BRASIL. Parecer CNE/CP 28/2001. Duração e carga horária dos cursos de licenciatura, 
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Brasília/DF, 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028.pdf>. 
Acesso em: 13 de janeiro de 2015. 
BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação:uma investigação às 
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