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Ginásticas de competição

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS-UEG 
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIA DE GOIÁS-ESEFFEGO 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
POLLYANA SANTANA DA SERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APORTE TEÓRICO DOS TÉCNICOS DAS GINÁSTICAS DE COMPE TIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2018 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS-UEG 
ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIA DE GOIÁS-ESEFFEGO 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
POLLYANA SANTANA DA SERRA 
 
 
 
 
 
 
 
APORTE TEÓRICO DOS TÉCNICOS DAS GINÁSTICAS DE COMPE TIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho final de curso apresentado na forma de monografia, como 
exigência curricular para obtenção do certificado de professor 
licenciado em Educação Física pela ESEFFEGO UEG, sob a 
orientação da Prof. Ms. Samanta Garcia de Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2018 
 
Pollyana Santana da Serra 
 
 
 
 
 
APORTE TEÓRICO DOS TÉCNICOS DAS GINÁSTICAS DE COMPETIÇÃO 
 
 
 Trabalho de conclusão de curso apresentado 
em_____de________________de_______, aprovado pela 
Banca Examinadora constituída pelos membros: 
 
 
_________________________________________________ 
Professor Orientador 
 
 
_____________________________________________ 
Professor Parecerista 1 
 
 
_____________________________________________ 
Professor Parecerista 2 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A formação docente é resultado de diferentes fatores internos e externos de um 
indivíduo. Com a conclusão de mais um ciclo é possível refletir a respeito dos valores 
singulares presentes em minha formação. Descobrir-me sujeito de meus valores e práticas foi 
a mais singela das realizações que pude alcançar, e a partir do fechamento deste trabalho, que 
representa a soma de meus esforços e aprendizados, sinto-me grata por perceber que em toda 
esta caminhada não estive só. 
Agradecimentos são necessários, não apenas como forma de enumerar nomes de 
prestígio, mas como modo de consagrar em um registro minha eterna gratidão a aqueles que 
fizeram parte dessa trajetória acadêmica. 
A Deus, que me ofertou o dom da vida e a força para buscar o conhecimento e 
sabedoria. Princípios fundamentais para minha futura atuação docente. 
À família, meus pais, irmãos e avós, elo eterno, sustento e compreensão em meio às 
fraquezas, conforto e apoio para que eu nunca desistisse. 
À minha orientadora Samanta Garcia, grande inspiração profissional desde o inicio 
dessa trajetória. Demonstro minha eterna gratidão por tudo que me ensinou e continua 
ensinando, por plantar em mim um crescente amor pela ginástica, que certamente ainda irá 
gerar muitos frutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: A carência de práticas de formação teórica especializada e, cursos para a 
preparação de técnicos são temas postulados por importantes teóricos do campo científico, 
voltado ao desenvolvimento de atletas da ginástica competitiva a nível nacional. Em função 
de tal carência, busca-se compreender como se dá a construção do aporte teórico que vem 
sendo utilizado por técnicos da respectiva modalidade. Por meio de levantamento teórico, 
pesquisas de campo, interpretação de dados de cunho quanti-qualitativo que se dará pela 
análise estatística e discursiva das entrevistas aplicadas a treinadores das modalidades 
competitivas de ginástica, aplicação de questionário aberto, em grandes campeonatos das 
diferentes modalidades de ginástica de competição, realizados no ano de 2017, a nível 
nacional. O apanhado teórico construído por meio deste trabalho científico permitiu constatar 
a base do trabalho dos técnicos, os conhecimentos essenciais para a formação de atletas e a 
relevância da experiência prática como ex-atleta no treinamento de novos atletas. A pesquisa 
reforça a necessidade, já discutida por outros autores como Nunomura e Piccolo (2003), sobre 
a importância de implementação de cursos de especialização voltados para formação de 
técnicos das diferentes modalidades gíminicas competitivas em campo nacional. 
 
Palavras-chave: ginástica; treinador; formação. 
 
ABSTRACT: The lack of specialised theoretical training practices and courses for the 
preparation of technicians are topics postulated by important theorists of the scientific field, 
focused on the development of competitive gymnastics athletes at national level. Due to this 
lack, it is sought to understand how the construction of the theoretical contribution that is 
being used by technicians of the respective modality is given. By means of a theoretical 
survey, field surveys, quantitative-qualitative data interpretation will be given by the 
statistical and discursive analysis of the interviews applied to trainers of the competitive 
gymnastics modalities, application of an open questionnaire, in major championships of the 
different gymnastics modalities competition in the year 2017 at the national level. Theoretical 
survey constructed through this scientific work allowed to verify the basis of the work of the 
technicians, the essential knowledge for the formation of athletes and the relevance of the 
practical experience as ex-athlete in the training of new athletes. The research reinforces the 
need, already discussed by other authors such as Myrian Nunomura and Piccolo (2003), about 
the importance of implementing specialisation courses aimed at training technicians of the 
different competitive modalities in the national field. 
 
Keywords: gymnastics; trainers; formation. 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7 
CAPÍTULO I- Referencial Teórico .......................................................................................... 8 
1.1- Ginástica de Competição ............................................................................................. 8 
1.2- Ginástica Artística ........................................................................................................ 9 
1.3- Ginástica Rítmica ....................................................................................................... 10 
1.4- Ginástica de Trampolim ............................................................................................. 11 
1.5- Ginástica Acrobática .................................................................................................. 12 
2- Treinamento Esportivo.................................................................................................. 13 
CAPÍTULO II- Metodologia .................................................................................................. 14 
CAPÍTULO III- Resultados ................................................................................................... 17 
CAPÍTULO IV- Discussão ..................................................................................................... 20 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 21 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23 
APÊNDICES ........................................................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
A vivência positiva nas disciplinas de Ginástica na formação acadêmica inspirou mais 
dedicação à temática, em contrapartida, tal vivência me fez pensar na ausência deste conteúdo 
e nos poucos espaços para uma prática mais “especializada” desta modalidade na cidade de 
Goiânia, e em outras grandes cidades do país. Nunomura e Piccolo (2003) relatam a falta de 
cursos para a formação de técnicos, motivo que faz com que alguns técnicos estrangeiros 
venham ministrar cursos rápidos, o que não resolve totalmente o problema, uma vez que nãohá continuidade e nem a supervisão na formação profissional, o que justifica a falta de 
espaços especializados para a prática da modalidade em questão. Considerando esses 
aspectos, surgem então alguns questionamentos em relação aos treinadores de ginástica, e 
sobre onde eles buscam seus conhecimentos para formar seus futuros atletas. 
A partir disso, é importante que se faça uma reflexão sobre a maneira pela qual a 
modalidade é ensinada, e, por conseguinte, refletir sobre a necessidade de criação de mais 
cursos de especialização e de um aprofundamento de pesquisas sobre as técnicas transmitidas 
pelos treinadores das ginásticas de competição. 
Ao observar na literatura, o processo de formação esportiva com foco nas ginásticas de 
competição ainda é carente de investigações. É comum, atualmente, encontrar ex atletas de 
alto nível que se tornam técnicos e que apenas repetem métodos de treinamento que foram 
passados por seus treinadores, mesmo sem premissas científicas, como foi relatado por 
Schiavon et al (2014), que através de uma pesquisa se pôde constatar que a grande maioria 
dos entrevistados utilizavam de suas experiências prévias como atletas da modalidade para o 
ensino das técnicas. Alguns autores como Nunomura, Carbinatto e Carrara (2013), e Barros et 
al (2016) reforçam sobre a necessidade de uma formação específica para treinadores, 
considerando que apenas o conhecimento adquirido na graduação não é o suficiente para a 
intervenção desses profissionais no contexto esportivo. 
 Pereira, Cesário e Andrade (2012) constataram através de análises bibliográficas 
algumas pesquisas referentes à formação profissional, mais especificamente em ginástica, e 
que ressaltavam a necessidade de uma formação específica para os professores de Educação 
Física que querem atuar como técnicos dessa modalidade. 
 
Nesta direção é importante considerar os cursos de formação profissional 
(universidades) responsáveis pelo repensar os seus cursos, bem como, os 
pressupostos e os fundamentos de seus currículos. Destacam a necessidade da 
construção de propostas de estruturação da área de conhecimento da 
8 
 
Ginástica para os currículos dos cursos de Educação Física. (PEREIRA, 
CESÁRIO E ANDRADE, 2012, p. 73) 
 
Nunomura, Nista-Piccolo (2003) relatam sobre a carência de estudos científicos 
produzidos, e sobre sua importância na formação de técnicos. 
 
Sabemos que não é possível mais pensar em uma evolução de um esporte se 
não houver estudos científicos que sustentem seu crescimento, que subsidiem 
seu aperfeiçoamento técnico. A produção do conhecimento científico, nas 
diferentes dimensões que abarcam a prática de uma modalidade esportiva, 
auxilia a sua própria reestruturação, os seus avanços tecnológicos no que 
concerne à técnica e à tática. (NUNOMURA, NISTA-PICCOLO, 2003, p. 
189) 
 
Considerando os pontos levantados, surgem então algumas indagações em relação ao 
aporte teórico utilizado pelos técnicos de ginástica competitiva, sobre quais as premissas 
utilizadas na formação dos atletas e se existe ou não qualificação para os treinadores das 
ginásticas de competição. De que maneira os técnicos das ginásticas de competição buscam se 
capacitar para o ensino das técnicas na iniciação esportiva? Assim o objetivo geral do 
presente estudo foi investigar o aporte teórico dos treinadores das ginásticas de competição. 
Enquanto objetivos específicos têm: identificar os técnicos das ginásticas de competição a 
nível nacional; compreender o que é necessário haver no treinamento dos atletas para que 
estes se tornem bons ginastas, segundo os técnicos pesquisados e analisar as principais 
influências na formação dos técnicos pesquisados. 
 
CAPÍTULO I- REFERENCIAL TEÓRICO 
1.1- Ginástica de Competição 
 
As modalidades gimnicas exigem do indivíduo algumas competências como força, 
flexibilidade, velocidade, e se tratando das modalidades de competição, o treino tem foco no 
aumento do rendimento esportivo. Considerando que, o desenvolvimento das capacidades 
físicas ocorre na infância, recomenda-se então que a prática esportiva se inicie cedo. Corujeira 
et al (2012) afirma que a maioria dos ginastas de competição iniciam a prática da modalidade 
por volta dos 5 anos, e, após a entrada na adolescência, os treinos variam de 24 a 36 horas 
semanais. 
9 
 
A idade para regularização e/ou federação dos atletas depende da cultura esportiva de 
cada país, variando de 12 a 14 anos, exceto algumas modalidades esportivas, como a 
ginástica. Porém, existem alguns aspectos importantes a serem considerados antes da inserção 
da criança em atividades competitivas. 
Em termos biológicos, para determinação de participação em competições regulares, 
a criança pode começar a competir quando atingir os aspectos biológicos do 
desenvolvimento, como crescimento e maturação biológica apropriados. Quanto aos 
aspectos psicológicos a criança deve ser exposta gradativamente a experiências que 
exijam grandes responsabilidades ou pressões, devendo ser encorajada a participar 
dessas atividades. (ARENA, BÖHME, p.23,24, 2004). 
Portanto, é necessário que de antemão se faça uma avaliação para certificar se ela está 
apta para participar destas atividades, possibilitando assim que a criança consiga resultados 
positivos tanto no desenvolvimento das habilidades motoras quanto nos aspectos social e 
emocional. 
 
1.2- Ginástica Artística 
 
A Ginástica Artística (GA), que chegou ao Brasil em 1824 mas foi oficializada apenas 
em 1951, vem se popularizando a cada dia devido à grande notoriedade internacional e 
midiática decorrente dos seus resultados expressivos nas competições. Segundo Nunomura et 
al (2009), essa notoriedade pode influenciar jovens e crianças na escolha da iniciação no 
esporte, mas, considerando o contexto competitivo, devem ser considerados alguns aspectos 
importantes. 
Atualmente, é comum iniciar cedo no esporte, em busca de obtenção rápida de 
conquistas, porém, isso opõe-se às necessidades das crianças, tendo em vista a importância 
das experiências motoras na infância para o aumento do acervo motor, e até na influência da 
escolha da modalidade esportiva a se praticar. 
No entanto, para atingir o alto nível é necessário passar por um longo processo de 
formação esportiva. Estima-se que são necessários de 8 a 12 anos de preparação para 
formar um atleta. No entanto, nas fases iniciais do processo não é possível predizer 
quem chegará ao alto nível, pois, acrescidas às qualidades físicas, outros fatores, 
como perseverança e desejo de atingir tal objetivo, também se relacionam ao atleta 
de elite. (TSUKAMOTO, NUNOMURA, 2005, p. 160) 
Na Ginástica Artística Feminina (GAF), os movimentos solo são executados com 
acompanhamento musical, influenciados pelos elementos corporais e tem como aparelhos 
10 
 
oficiais a mesa de salto, trave de equilíbrio e solo e barras paralelas assimétricas, enquanto 
que na masculina não se utiliza de acompanhamento musical, e apresenta como aparelhos 
oficiais as argolas, cavalo com arções, barras paralelas assimétricas, barras fixas e mesa de 
salto. 
 
No treinamento de GAF, podemos verificar que, embora a modalidade seja composta 
por quatro aparelhos e infinitas possibilidades de execução de elementos, a 
estruturação do treino se baseia em grande número de repetições. O processo de 
aprendizagem de um elemento de dificuldade é lento, pois este é separado em várias 
etapas e cada uma delas é executada diversas vezes até atingir o padrão técnico ideal. 
As infinitas horas de treinamento tornam a rotina quase inevitável. O caminho é longo 
até atingir o alto nível, associado ao estresse das competições no decorrer da carreira 
esportiva. (LOPES, NUNOMURA, 2007, p. 178) 
Durante a aprendizagem dos fundamentos são utilizados alguns aparelhos auxiliares e 
adaptados, com objetivo de aumentar as possibilidades, facilitar o aprendizado e garantir a 
segurança na execução do movimento.Dentre os equipamentos auxiliares estão o trampolim 
de molas, minitrampolim de molas, trampolim acrobático, plinto, rampa, octógono, cogumelo, 
banco sueco, espaldar e taquinhos. 
Quanto à segurança nos treinos, alguns recursos são utilizados para garantir proteção e 
aterrissagem durante a execução do movimento, como os colchões, proteção de trave, 
proteção de paralela e barrinha. É importante se garantir um bom ambiente físico, checar 
constantemente a estabilidade e as condições dos aparelhos, além de estar atento durante a 
execução do movimento, dando assistência física direta para se evitar o risco de lesões. 
1.3- Ginástica Rítmica 
 
Com grandes influências do Método Sueco, a Ginástica Rítmica (GR) se compõe, de 
forma equilibrada, pelo manejo de aparelhos, que podem apresentar características específicas 
ou comuns de execução, combinados por elementos corporais e ritmo musical. Segundo 
PIRES (2003) a GR tem grande ligação e influência com a dança, devido à semelhança dos 
movimentos corporais, sendo bastante utilizadas nos treinos algumas técnicas da dança 
moderna, jazz, dança contemporânea, entre outros, e principalmente do ballet, para 
treinamento de equilíbrio. 
11 
 
Os aparelhos oficiais utilizados são: arco, bola, corda, fita e maças (que podem ser 
apresentados com uma diversidade de variações), e entre as formas de manejo mais comuns 
aos cinco aparelhos estão o balancear, fazer batidas, circundar, dobrar, equilibrar, lançar, 
prensar, quicar, rolar, entre outros. 
 
A definição de elementos obrigatórios para cada um dos aparelhos constitui o 
aspecto mais importante do conjunto de "regras" destinados a promover a elaboração 
de exercícios de competição com características específicas em cada um dos 
aparelhos utilizados. Assim, foi escolhido um grupo fundamental de elementos de 
técnica corporal para ser considerado como obrigatório em cada aparelho, tendo esta 
escolha sido ponderada relativamente às características específicas de cada um dos 
aparelhos, quer relativamente à técnica do manejo, quer relativamente à sua forma. 
(LEBRE, 1993, p. 13) 
Segundo Nunomura et al (2016), os fundamentos podem ser apresentados com uma 
diversidade de variações de execução em relação ao eixo, plano, trajetória que percorre, local 
de contato, amplitude e à posição do aparelho em relação aos planos anatômicos de 
orientação. 
Em nível de competição, a diversidade de movimentos e variedade de formas de 
execução é tão grande que dificilmente um espectador com pouco conhecimento da 
modalidade saberá identificar aspectos que são comuns a todos os exercícios. 
 
1.4- Ginástica de Trampolim 
 
Apesar de sua origem desconhecida, segundo Pol et. al. (2008), na Idade Média 
artistas, que hoje os reconhecemos como circenses, utilizavam implementos que ajudavam na 
impulsão para a realização de acrobacias. Em 1930 o americano George Nissen criou o 
Trampolim, e o difundiu, juntamente com Larry Griswold, nos Estados Unidos da América. 
Só foi chegar ao Brasil no final da década de 1970, através do professor José Martins Oliveira 
Filho, de São Paulo. 
O trampolim é descrito por Pol et. al. (2008) como uma atividade natural, fácil e 
rítmica que proporciona aos praticantes diversão e a satisfação de pular cada vez mais alto, 
propiciando a execução movimentos especiais como o aterrisar sobre os pés, sentado, de 
frente ou costas e também a realização de decolagem fazendo uso dessas posições de 
aterrisagem. 
12 
 
A ginástica de trampolim se divide em três categorias: Trampolim, popularmente 
conhecido como cama elástica, duplo mini-trampolim e o Tumbling, onde são realizadas três 
séries de oito movimentos acrobáticos realizados em uma linha reta sobre a pista. 
Os saltos no Trampolim são divididos em três fases: impulsão, acrobacia e 
aterrissagem. Entre as formas de aterrissagem permitidas estão: em pé, sentado, em decúbito 
ventral e dorsal, não sendo permitidas aterrissagens de joelho, devido ao grande risco de 
lesões. As posições utilizadas e permitidas são: grupada, carpada, semigrupada e estendida, 
podendo utilizar de variações. 
 
1.5- Ginástica Acrobática 
 
Também conhecida como Gacro, a Ginástica Acrobática surgiu na década de 1970 
como modalidade competitiva, e tem se destacado pela possibilidade de ser praticada por 
várias pessoas de diversas estruturas físicas, além do baixo investimento, por não exigir a 
utilização de materiais caros comparado a outras modalidades gimnicas, para a prática da 
mesma. Entre os benefícios proporcionados, estão alguns aspectos psicomotores como a 
noção espaço-temporal, esquema corporal, flexibilidade, equilíbrio, força, entre outros. 
 
A Ginástica Acrobática é uma disciplina da Ginástica, onde todo o suporte é 
executado pelos próprios ginastas, não existindo qualquer tipo de aparelhos fixos ou 
portáteis. Esta disciplina reside na estreita colaboração entre dois, três ou quatro 
ginastas, exigindo uma harmonia de esforços, uma adaptação recíproca e uma 
concentração e atenção no(s) parceiro(s) que raramente se encontra em ouras 
modalidades desportivas, ou seja, diferencia-se das outras disciplinas da ginástica 
pelo facto de proporcionar trabalhos em grupo. (FERNANDES, 2016, p. 11) 
É dividida em cinco provas oficiais: pares femininos, pares masculinos, pares mistos, 
trios (apenas do sexo feminino) e quartetos (apenas do sexo masculino). Cada atleta tem sua 
função específica, que é divida em bases, intermediários e volantes, determinados de acordo 
com sua estrutura e capacidades físicas. A Gacro é composta por quatro exercícios 
obrigatórios: elementos individuais, exercícios estáticos, dinâmicos e combinados. 
 
 
13 
 
2-Treinamento Esportivo 
 
Segundo Tsukamoto, Nunomora (2005), a faixa etária mais apropriada para a iniciação 
esportiva é por volta dos 6 anos de idade, porém, a prática de modalidades esportivas deve ter 
foco principal em ampliar o acervo motor da criança e em torná-la uma prática esportiva 
prazerosa, para que futuramente a criança possa optar pela modalidade de sua preferência, e 
iniciar somente quando ela demonstrar que está pronta, para que não haja esgotamento ou 
insucessos na tentativa de se atingir o alto nível. 
Na iniciação esportiva na Ginástica, é importante oferecer a criança possibilidades de 
se explorar movimentos, respeitando sempre suas características individuais, o que ela 
consegue fazer e a maneira como ela executa cada movimento, não se preocupando com a 
execução perfeita dos movimentos, mas proporcionado a ela benefícios como a exploração e 
experimentação de movimentos dos mais simples aos mais complexos, promoção do controle 
corporal, entre outros, como cita Tsukamoto, Nunomora (2005). 
O treinamento esportivo é definido por Nunomura, Nista-Piccolo (2005) como um 
processo repetitivo e sistemático, composto por exercícios que visam o aperfeiçoamento do 
desempenho esportivo nos aspectos físico, mental, técnico e tático, e dentre os componentes 
do treinamento esportivo, o treinamento físico é o responsável pela melhora das capacidades 
motoras e, por conseguinte, o aumento do rendimento esportivo. Nesse processo, devem ser 
respeitados alguns princípios biológicos, como o princípio da individualidade biológica, da 
especificidade, da sobrecarga e o da reversibilidade, para obtenção de um bom resultado. 
 
É um processo de ações complexas porque atua em todas as características 
relevantes do desempenho esportivo; é um processo de ações planejadas, 
devido às relações entre seus componentes como objetivos, métodos, 
conteúdos, organização e realização; leva em consideração os conhecimentos 
científicos e experiências práticas do treinamento esportivo, controlado e 
avaliado durante e após sua realização, em relação aos objetivos propostos e 
alcançados; é um processo de ações orientadas, porque todas as ações dentro 
do treinamento são dirigidas/ orientadas para os objetivos almejados. 
(BÖHME,2003, p. 100) 
 
A transição da iniciação ao treinamento esportivo é um período importante para a 
formação do atleta, e requer uma boa capacitação dos técnicos para o ensino da modalidade. 
Porém, segundo Nunomura (2004), no Brasil não existe um sistema de formação de técnicos 
na Ginástica, o que fica a cargo das universidades através dos cursos de Educação Física ou 
especializações. 
14 
 
Na formação inicial e no desenvolvimento profissional dos treinadores o 
modelo mais utilizado corresponde à realização de cursos de formação com o 
objectivo de treinar o treinador para o domínio de competências previamente 
estabelecidas e ensinadas por especialistas. Algumas das críticas a este 
modelo referem-se ao seu pendor demasiado teórico, à pouca flexibilidade no 
momento de adaptar os conteúdos aos participantes e ao facto de ignorar o 
saber-fazer do treinador. (ROSADO, MESQUITA, 2007). 
 
 
O treinador então assume um papel fundamental, sendo, em partes, responsável pelo 
desempenho do atleta, e como conseqüência disso, é bastante cobrado para que o mesmo 
tenha um rendimento máximo, como destaca Hoshino, Sonoo e Vieira (2007). 
Portanto, de acordo com Brandão (2003), no treinamento esportivo é essencial uma 
formação completa do treinador, que, além de melhorar as habilidades físicas, técnicas e 
táticas do atleta, ele exerce também um papel fundamental como motivador, para assegurar 
uma boa performance apesar de toda pressão e cansaço das competições. 
 
CAPÍTULO II- METODOLOGIA 
 
Esse estudo possui como base o Positivismo, pois a pesquisa em questão visa 
compreender onde é fundamentado os conhecimentos específicos dos treinadores de 
modalidades competitivas de ginástica observados e determinados por meio da pesquisa, 
entendendo a relação entre os fatos estabelecidos pelos fundamentos teóricos fundamentados 
na performance desportiva e nas modalidades ginásticas de competição. 
 O Positivismo, enquanto paradigma de pesquisa deste trabalho, possibilita determinar 
dois momentos (TRIVINOS, 1987): primeiro, o que é – caracterizado pela etapa em que 
fundamentam-se os elementos dos quais trata esta pesquisa; segundo, verifica-se o que são 
esses elementos no contexto objetivado na pesquisa – trata-se aqui da verificação de quais são 
os conhecimentos, fundamentados nas teorias de performance e desempenho desportivo, para 
os treinadores de ginástica competitiva atingirem resultados favoráveis no cenário nacional. 
São essas duas etapas partes do fundamento positivista que Trivinos (1987) considera, no qual 
o princípio da verificação é elemento constituidor da demonstração da verdade ou, no caso, do 
objetivo a ser investigado neste trabalho, ou seja, pelo positivismo vamos poder focar a 
pesquisa na investigação e verificação dos dados que compreendem nossa temática. 
 Conforme perspectiva positivista deste trabalho, caberá a realização de uma pesquisa 
de campo caracterizada por ser aquela em que “os pesquisadores e suas equipes se deslocam 
até os sujeitos investigados” (MEDEIROS, 2006, p. 50), deste modo esta pesquisa será 
15 
 
realizada em campo, em grandes campeonatos das diferentes modalidades de ginástica de 
competição. 
 A pesquisa será de cunho quanti-qualitativo. Segundo Fonseca (2002), a pesquisa 
quantitativa é centrada na objetividade e se baseia em dados brutos para a compreensão da 
realidade, recorrendo à matemática para descrever as causas de um fenômeno determinado. Já 
a pesquisa qualitativa tem foco na compreensão e explicação das relações sociais, e a 
utilização das duas, em conjunto, dá a possibilidade de se coletar mais informações do que se 
poderia isoladamente. Portanto, a utilização do método em conjunto se dará para analisar o 
discurso e fazer uma análise estatística. 
De acordo com Vergara (2000), “os dados podem ser tratados de forma quantitativa, 
isto é, utilizando-se procedimentos estatísticos, (...) Os dados também podem ser tratados de 
forma qualitativa como, por exemplo, codificando-os, apresentando-os de forma mais 
estruturada e analisando-os.” A autora ainda coloca que “é possível tratar os dados 
quantitativa e qualitativamente no mesmo estudo. Por exemplo, pode-se usar estatística 
descritiva para apoiar uma interpretação dita subjetiva ou para desencadeá-la.” (VERGARA 
2000). 
Segundo Vergara (2000), “os questionários, (...) devem ser delineados e analisados 
com o mesmo cuidado e critério científico empregados nos estudos experimentais.” Assim, a 
questão é que o pesquisador não fique restrito, apenas, à apresentação dos resultados 
percentuais das respostas dos participantes. A proposta é que se tenha uma interpretação 
desses resultados. 
 Ainda a metodologia, dentro do positivismo, que atenderá a esta pesquisa será a 
descritiva caracterizada por: 
 
Observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos 
sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a frequência em que 
um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores (MATTOS, 2004, p. 
15). 
 
 Trata-se, assim, de uma pesquisa que objetiva, por meio de sua metodologia, 
“descrever uma dada realidade” (MEDEIROS, 2006, p. 50). 
A autora Medeiros (2006) aborda ainda a existência das chamadas variáveis, que 
significam qualquer situação que interfira nas medições e avaliações, que sejam negativas na 
pesquisa em campo e coleta de dados; quanto a isto, destaca-se que neste trabalho os 
elementos teóricos fundamentadores da pesquisa (conhecimentos específicos, objeto de 
16 
 
estudo da performance desportiva) não devem ser confundidos com as variáveis, pois não são 
situações que interferem despropositalmente desfavorecendo a pesquisa, antes, porém, são 
elementos teóricos que traçam esta pesquisa. 
 Assim, considera-se que o estudo deste trabalho está fundamentado teoricamente em 
uma pesquisa positivista, pois conforme um dos alicerces já considerado neste estudo, a 
Psicometria, temos uma abordagem que mensura positivamente: 
 
Características ou atributos psicológicos mediante uso de escalas, testes e 
questionários padronizados, sob condições controladas, valendo-se de 
símbolos matemáticos (os números) no estudo científico dos fenômenos 
naturais (BARROSO, 2007, p. 72). 
 
 Será utilizada a técnica de pesquisa por meio de Formulário (fechado, pois serão 
questões objetivas e não subjetivas), considerando que este é um meio que permite “obter 
informações diretamente do entrevistado” (LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.; 1985, p. 
187), desta forma o Formulário torna-se a Técnica de Pesquisa por viabilizar o contato 
presencial entre o entrevistador e o entrevistado, o roteiro de pesquisa poderá ser preenchido 
pelo próprio entrevistador que pelo contato pessoal verá a necessidade de explicar de modo 
mais adequado o objetivo da pesquisa, ou também poderá ser preenchido pelo entrevistado. O 
formulário será composto por respostas fechadas, ora, portanto, o “inquirido apenas seleciona 
a opção (entre as apresentadas), que mais se adéqua à sua opinião” (UFF – Universidade 
Federal de Fluminense. Autor desconhecido). 
A amostra de entrevistados foi composta por técnicos das diferentes modalidades 
competitivas de ginástica, de ambos os sexos, de diferentes faixas etárias. Como critério de 
inclusão no estudo adotamos: ser técnico de uma equipe de competição; estar em uma 
competição oficial da Confederação Brasileira de Ginástica no período de 2017 e 2018 na 
cidade de Goiânia e proximidades; assinatura do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido. 
Para o estudo foi elaborado um questionário com questões referentes à identificação, 
formação acadêmica, modalidades de ginástica que atua bem como informações referentes ao 
conhecimento e conteúdo utilizado pelos treinadores na formação de seus atletas. Os 
questionários foram aplicados nos dias de competição das equipes na cidade de Goiânia e 
proximidades. 
17 
 
Para análise dos dadosfoi utilizado estatística descritiva (análise de frequência) e para 
análise do discurso foi utilizado as categorias de análise (falas repetidas e organizadas por 
aproximação de idéias). 
 
CAPÍTULO III- RESULTADOS 
A primeira pergunta do questionário foi sobre a base do trabalho para a formação de 
atletas em ginástica. Assim, as respostas se organizaram nas seguintes categorias: a 
experiência como atleta, a prática com outros técnicos, a formação acadêmica e os cursos de 
captação e aprimoramento ofertados pela Confederação Brasileira de Ginástica com técnicos 
renomados. 
Assim, tivemos: 
Gráfico 01- Base do trabalho para formação de atletas 
 
 
A respectiva entrevista revelou, além dos dados já enumerados no gráfico anterior, 
respostas que caracterizam a compreensão relacionada à formação de atletas. Entre as 
categorias da pesquisa evidenciamos algumas das respostas obtidas: 
 
Categoria 1 “Ter sido ex alteta”: 
SIM. Facilita a transmissão de conhecimentos. (T.F. 2017) 
SIM. Aperfeiçoamento da técnica, facilita o trabalho. (A.M.M. 2017) 
67%
96%
78%
96%
Ter sido ex atleta Pratica com outros 
técnicos
Formação 
acadêmica
Cursos de captação
e aprimoramento
18 
 
Categoria 2 “Prática com outros técnicos”: 
NÃO. Experiências práticas com atletas e técnicos, mas facilita o trabalho. (E.D. 2017) 
NÃO. Experiência com técnicos fora do Brasil. (N.A.J.O. 2017) 
Categoria 3 “Formação acadêmica” 
NÃO, mas facilita o trabalho. Bom conhecimento acadêmico. (A.C.F. 2017) 
NÃO. Formação acadêmica. (F.A.S. 2017) 
Categoria 4 “Cursos de captação e aprimoramento” 
NÃO. Formação continuada, especialização e aprimoramento. (N.P.S.J. 2017) 
NÃO. Formação continuada. (P.C.S.E. 2017) 
 
A segunda questão foi referente aos conhecimentos mais relevantes e utilizados pelos 
treinadores para a formação de atletas em ginástica. Os conhecimentos na área biológica 
foram os mais citados, não houveram considerações sobre conhecimentos pedagógicos ou 
mesmo didáticos, apesar da aproximação das discussões da Aprendizagem Motora, como 
demonstram o gráfico abaixo: 
Gráfico 02- Conhecimentos mais relevantes no seu trabalho de formação de ginastas 
 
 
89%
81% 81%
85%
78%
Aprendizagem 
Motora
Treinamento 
Desportivo
Psicologia de 
esporte
Fisiologia do 
exercício
Nutrição
19 
 
A última pergunta era referente à importância dada à experiência como atleta no 
trabalho de técnico de ginástica. Os técnicos revelaram não ser tão relevante assim para ter 
sucesso na carreira de técnico, como demonstra o gráfico: 
Gráfico 03- Ter sido ex atleta é essencial? 
 
 
Algumas respostas obtidas: 
 
“Sim. Vivência com o esporte nos traz meios de proporcionar mais segurança, confiança a ser 
passada ao novo atleta. Além dos processos educativos, metodológicos etc.” (M.N.R. 2017) 
“Sim, pois como atleta consegue ampliar seus conhecimentos e aperfeiçoamento da técnica, 
tendo um melhor desempenho. Sem dúvida faz toda a diferença na parte prática.” (A.M.M. 
2017) 
“Não, minha técnica nunca foi atleta e formou campeões do mundo.” (M.N.R. 2017) 
“Não, porque mesmo que você tenha sido atleta, a dinâmica de um treinamento, preparação, 
pode ficar comprometida. No meu caso, não fui atleta de ginástica e compreendo 
razoavelmente bem de como orientar os atletas. É importante, pela vivência, mas não 
essencial.” (D.P.S. 2017) 
“Não. Eu não fui atleta, mas pratiquei um pouco de ginástica durante a faculdade e acredito 
que isso contribuiu para a minha formação. Mas não acho o fator muito importante.” 
(A.H.M.P.S. 2017) 
“Não. É possível ser um bom técnico mesmo não tendo sido ginasta. Fundamental é a busca 
constante de conhecimentos e aprimoramento e uma forte e ampla formação acadêmica 
11%
89%
SIM NÃO
20 
 
inicial. Conhecimentos sólidos de biomecânica são necessários. Ter sido ginasta contribui 
para uma maior aproximação com os ginastas/alunos pois se teve vivência das experiências 
pelas quais passam e percepção corporal, sinestésica dos movimentos/elementos que 
executam. Entretanto acredito que tendo uma vivência básica (além é claro de um bom 
desenvolvimento motor) aliado à busca, estudo, olhar e escuta atento aos alunos, não é 
fundamental ter sido ginasta.” (C.W. 2017) 
 
CAPÍTULO IV- DISCUSSÃO 
 
O professor no ensino superior é identificado pelo conteúdo pelo qual, e o quanto 
domina, porém, isso não é o suficiente, pois, a todo momento é necessário se atualizar e 
esclarecer dúvidas, o que reforça a necessidade da pesquisa pela busca de novos 
conhecimentos. Segundo Ventura (2011), a graduação é um espaço para formar raízes e a 
ampliação e aprofundamento desses conhecimentos são as raízes que ele quer fincar. 
A formação profissional em Educação Física é apresentada por Ventura (2011 apud 
Pereira Filho, 2005; Ventura, 2005) em quatro fases: a formação em licenciatura, no período 
militar, que possibilitava o egresso a atuação como professor de Educação Física e técnico 
esportivo, onde se enfatizavam os conhecimentos pedagógicos e biológicos, com grande 
aparato tecnicista, e com tempo de formação de 3 anos (licenciatura plena). A segunda fase, 
onde se retira a habilitação de técnico e se implanta uma licenciatura curta, com duração de 1 
ano, em que, exigia-se do indivíduo aptidão física para realização de prova prática como 
forma de ingresso, o que determinava os profissionais da Educação Física como indicados 
para a função de técnicos das modalidades competitivas. A terceira fase, onde, com apoio do 
MEC, foram aprovadas as diretrizes curriculares que determinavam o aumento do tempo 
mínino de formação para 3 a 4 anos, onde dividiu-se a Educação Física em licenciatura e 
bacharelado, dividindo também as áreas de conhecimento: uma pautada nas ciências da saúde 
e nos campos não escolares e a outra com foco nas ciências sociais e humanas, mas não 
deixando de lado os conhecimentos biológicos. E a fase atual, com diretrizes curriculares 
gerais e específicas. 
A Ginástica tem um papel muito importante na história da Educação física. De acordo 
com Hunger, Figueiredo (2010), a Educação Física surgiu através das transformações das 
ginásticas do século passado. 
 
21 
 
É notório que as Ginásticas perfazem a formação dos profissionais e dos 
cursos superiores, sendo inegável sua contribuição ao desenvolvimento do 
que hoje se concebe como Educação Física seja na escola, seja na 
universidade (HUNGER, FIGUEIREDO 2010). 
 
 
Pires (2006) relata que, no Brasil, o primeiro programa sistematizado de Educação 
Física foi o curso da Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, e tinha como 
propósito a formação de Instrutor de Ginástica e Professor de Educação Física. Foi criado em 
1931, porém, só começou a funcionar em 1934. 
 
Ao instrutor de ginástica os seus saberes deveriam abarcar o estudo da vida 
humana em seu aspecto celular, anatômico, funcional, mecânico, preventivo, 
estudo dos exercícios físicos da infância a idade madura, estudos dos 
exercícios motores, lúdicos e agonísticos. Ao professor de educação física, os 
saberes deveriam ser norteados sobre os estudos do processo pedagógico e de 
desenvolvimento do aluno, estudos dos exercícios motores e artísticos e 
estudos dos fatos e costumes relacionados às tradições das provas na área dos 
exercícios físicos e motores (PIRES 2006). 
 
Assim, destaca-se a ginástica não apenas como uma atividade somente prática, mas 
uma atividade que exige conhecimentos específicos, formação técnica, teórica e intelectual, e 
que, segundo Hunger, Figueiredo, aqueles que a ministram deveriam ter o mínimo de 
conhecimento para ensiná-la. 
Quanto à produção de conhecimento sobre a Ginástica, Pereira, Cesário e Andrade 
(2012) afirmam que a modalidade passou a ser objeto de pesquisa há pouco tempo. Após 
análises de teses e dissertações sobre a Ginástica, os autores constataram que, nas produções 
científicas, a ginástica é abordada com interesses e objetivosdiferentes, e sendo a Ginástica 
como esporte o assunto de mais interesse entre as pesquisas dos profissionais da área, onde é 
retratado o treinamento de rendimento, as técnicas específicas e sobre o ensino dos 
movimentos específicos das modalidades gímnicas. Com a pesquisa, os autores puderam 
constatar um aumento de produções para além das preocupações dos aspectos biológicos, 
fisiológicos e no desempenho e rendimento, mas abordando também os aspectos subjetivos e 
qualitativos do treinamento. 
 
CONCLUSÃO 
A pesquisa então reforça a necessidade de uma formação específica para treinadores 
das ginásticas de competição apresentada por alguns autores citados no decorrer deste 
trabalho, pois, apesar da importância constatada através da estatística apresentada, muitos 
22 
 
entrevistados se queixaram sobre a falta de uma formação específica no Brasil, o que faz com 
que muitos busquem aprimorar suas técnicas com experiências práticas com outros 
treinadores internacionais. 
Apesar de muitos dos entrevistados avaliarem a experiência de ex atleta como um 
facilitador do trabalho como treinador, a maioria não considera como essencial, citando 
algumas referencias de treinadores que não foram atletas e formaram grandes campeões 
mundiais. 
Quanto à base do trabalho nos conhecimentos adquiridos na formação acadêmica, 
alguns afirmaram que, com bons estudos e com a própria experiência prática é possível 
desenvolver um bom trabalho na formação de atletas. 
Em relação ao aporte teórico dos treinadores das ginásticas de competição, os 
conhecimentos mais relevantes utilizados pelos treinadores no treinamento de seus atletas são 
os da área biológica, com grande foco na aprendizagem motora, afim de ampliar o acervo 
motor da criança principalmente na iniciação esportiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
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APÊNDICES: 
 
ENTREVISTA 
Nome:_____________________________________________________________ 
Data de nascimento: ____/_____/______ Sexo: F ( ) M ( ) 
Instituição que se formou:______________________________________________ 
Ano de conclusão do curso: ____________________________________________ 
Tempo que trabalha com a Ginástica:_____________________________________ 
Qual (is) modalidade (s) de atuação:_______________________________________ 
 
 * Nas questões abaixo, marque 1 para as alternativas significativas; 2 para as não 
significativas: 
 
01-No seu trabalho de formação de atletas, onde está a base do seu trabalho? 
( ) Ter sido ex-atleta 
( ) Formação acadêmica 
( ) Prática com outros técnicos 
( ) Cursos de capacitação e aprimoramento 
 
02-Quais os conhecimentos mais relevantes no seu trabalho de formação de ginastas? 
26 
 
( ) Aprendizagem motora 
( ) Fisiologia do Exercício 
( ) Treinamento Desportivo 
( ) Nutrição 
( ) Psicologia do esporte 
03- Em sua opinião para ser um bom técnico é essencial ter sido ginasta? 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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