Buscar

APS - infantil III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

APS- Estágio em Clínica Integral Infantil III
Iara Costa Viana - 1460162
Novembro/2020.
Os dentes decíduos em equilíbrio com a musculatura oral exercem as funções de mastigação, fonética, deglutição, estética, além de serem responsáveis pela manutenção dos espaços para os dentes permanentes, contenção dos antagonistas no plano oclusal e estímulo para o desenvolvimento dos maxilares1,2. Sendo assim, a transição da dentição decídua para a permanente deve acontecer de forma ordenada, para o desenvolvimento normal de uma oclusão balanceada e bem alinhada.
Os dentes decíduos, mesmo permanecendo por pouco tempo na cavidade bucal, são tidos como excelentes mantenedores de espaço naturais, podendo evitar problemas como a diminuição do perímetro do arco, as migrações dentárias, a perda de espaço, entre outros, os quais contribuem para o desequilíbrio da oclusão. Os segundos molares decíduos assumem um papel de fundamental importância durante a dentição mista, pois ditam o posicionamento do primeiro molar permanente. Com isso, a perda desses dentes pode acarretar uma desarmonia no desenvolvimento da oclusão.
A depender do tempo em que ocorre, a perda precoce do dente decíduo pode acelerar ou atrasar o processo de erupção do permanente. Se a perda ocorrer antes do sucessor permanente se encontrar no estágio seis de Nolla, o osso provavelmente será reposto acima do dente permanente, e o tecido fibrótico se depositará sobre o germe. Com isso, a irrupção sofrerá um atraso, proporcionando um maior período para a inclinação dos dentes adjacentes, ocupando o espaço que deveria ser do dente permanente, além de propiciar a extrusão paulatina do antagonista. No entanto, se o sucessor permanente se encontrar bem desenvolvido, após a perda precoce, sua erupção pode ser acelerada, diminuindo, assim, o risco de perda de espaço.
As principais causas da perda precoce de dentes decíduos são as cáries, restaurações inadequadas, anquiloses, traumatismos, anomalias de desenvolvimento e reabsorções precoces das raízes dos dentes decíduos.
A cárie e suas manifestações são a causa mais comum da perda precoce de molares decíduos. As restaurações, quando inadequadas no sentido mésio-distal, podem levar à diminuição do arco dentário. Por outro lado, quando são confeccionadas incorretamente no sentido cérvico-oclusal, pode ocorrer reabsorção das raízes e perda precoce do dente devido ao contato prematuro gerado. Os dentes anquilosados podem levar à perda do comprimento do arco, sendo, nos casos mais graves, indicado como tratamento a exodontia.
Já na região anterior, a perda dental tem como etiologia mais frequente o traumatismo, seguido da cárie dentária. O traumatismo em incisivos é mais comum quando a criança inicia o aprendizado para andar e correr. A reabsorção radicular precoce deve-se à discrepância entre os dentes decíduos e permanentes, ocorrendo, principalmente, em arcos apinhados, atingindo, mais frequentemente, incisivos laterais e caninos.
As perdas precoces de dentes decíduos têm sido destacadas em diversos estudos epidemiológicos, devido a sua importante associação com o surgimento de anormalidades de oclusão. Dentre as consequências da perda prematura dos dentes decíduos, pode-se citar a migração dos dentes adjacentes para a região da perda, com redução ou fechamento do espaço para irrupção do sucessor permanente, o encurtamento do arco dentário, a extrusão do antagonista, a ocorrência de inclinações de dentes adjacentes, podendo levar a um apinhamento dentário, à impactação dos dentes permanentes sucessores, ao aumento do trespasse vertical, à redução na capacidade mastigatória, à ocorrência de distúrbios na fonética, à instalação de hábitos bucais deletérios assim como a problemas de ordem psicológica. As migrações ocorrem mais rapidamente, na arcada maxilar e são limitadas na maxila ao deslocamento mesial do primeiro molar permanente. Entretanto, na mandíbula, além do deslocamento mesial, os dentes localizados mesialmente ao espaço tendem a se deslocar na direção distal.
A análise da dentição mista tem uma grande importância na avaliação ortodôntica, consistindo na previsão da dimensão mésio-distal dos caninos e pré-molares permanentes ainda não erupcionados, com o objetivo de avaliar a discrepância existente entre o espaço disponível e o espaço necessário para acomodar esses mesmos dentes. Esta análise é indispensável ao diagnóstico ortodôntico precoce e à execução de um correto plano de tratamento que pode passar por extrações seriadas, orientação da erupção, manutenção do espaço, recuperação de espaço ou observação periódica do paciente.
A análise da dentição mista pode ser realizada a partir de 3 métodos diferentes:
· Métodos radiográficos: baseados em radiografias periapicais e cefalométricas a 45;
· Métodos não-radiográficos: baseados em correlações, equações de regressão e tabelas de previsão;
· Combinação de ambos os métodos. 
A análise da dentição mista através do método de Moyers baseia-se na utilização de tabelas de probabilidades previamente desenvolvidas para determinar a largura mésio-distal dos caninos e pré-molares permanentes ainda não erupcionados a partir da soma dos 4 incisivos inferiores permanentes. Estas tabelas fornecem valores num índice de confiança de 5-95%, sendo o nível 75% o mais utilizado, porque se convencionou que é mais prático sob o ponto de vista clínico.
Já o método de Tanaka-Johnston baseia-se em fórmulas criadas para cada arcada dentária através de equações de regressão linear simples. Estes autores sugeriram que o valor da soma das larguras dos caninos permanentes e pré-molares de cada hemiarcada (y) no maxilar era obtido através da equação y=11+0,5x; e na mandíbula através da fórmula y=10,5+0,5x, sendo x a soma da largura dos 4 incisivos inferiores permanentes.
Métodos que são utilizados:
· Todos os dentes permanentes (exceto 2° e 3° molares) tinham de estar presentes nas arcadas e completamente erupcionados;
· Ausência de tratamento ortodôntico prévio;
· Ausência de bolhas, fraturas, distorções, lesões de cáries, restaurações transbordantes ou sinais de atrição ao nível proximal dos dentes que comprometessem as suas dimensões mésio-distais,
· Ausência de defeitos congénitos ou impactações dentárias de incisivos, caninos ou pré-molares,
· Oclusão que permitisse o acesso e medição de todos os dentes.
Para determinar o método que melhor se adequa à análise da dentição mista nesta amostra procedeu-se, numa fase inicial, à medição da largura mésio-distal dos dentes, desde o primeiro molar direito ao primeiro molar esquerdo em ambos os arcos usando um calibrador com escala Vernier com uma precisão de 0,01mm. Assim, a distância máxima das coroas dos dentes permanentes entre os pontos de contacto nas faces mesial e distal foi medida paralelamente ao plano oclusal e labial e perpendicularmente ao longo eixo do dente. 
Referências bibliográfica 
1. Métodos de previsão na análise da dentição mista- revista de estomatologia, dezembro/2013.
2. Perda precoce de molares decíduos em crianças atendidas na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia, Odontol. Clín.-Cient. (Online) vol.12 no.3 Recife Jul./Set. 2013.