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Fármacos que atuam no sistema digestivo O aparelho digestivo é responsável por diversas funções, órgãos como pâncreas e fígado fazem parte. Toda desordem no TGI é importante, dependendo da espécie há mecanismos compensatórios que causam menos efeitos negativos devido as perdas (como diarreia), como nos cachorros, e há espécies que sofrem mais com essas perdas, como equinos. Produtos de degradação enzimática são semelhantes, mas os processos digestivos variam bastante entre as espécies. Monogástricos, poligástricos, carnívoros e herbívoros. Processos envolvidos com as funções do trato digestivo Envolvem medicamentos para corrigir problemas · Motilidade: verificar · Secreções glandulares e epiteliais · Ação enzimática · Absorção de nutrientes · Eliminação de material não absorvidos · Respostas metabólicas e eletrofisiológicas · Eventos hemodinâmicos · Controle pelo sistema nervoso autônomo (simpático aumenta motilidade em algumas partes e diminui em outras) · Controle por hormônios que agem localmente Estimulantes do apetite Também chamados de orexígenos ou orexigênicos; A anorexia parcial (hipóxia) ou completa acompanha muitas enfermidades e o combate a inapetência tem importância terapêutica (normalmente desprezada); Há dois mecanismos reguladores da ingestão de alimentos, mediados por núcleos presentes no hipotálamo ventromedial (centro da saciedade) e no hipotálamo lateral (Centro da fome): · Um a longo prazo que regula os estoques de nutrientes, impedindo-os de se tornarem muito baixos ou altos; · Outro a curto prazo, responsável pela ingestão de alimentos, regulando a fome; Muitos medicamentos são utilizados como orexígenos, apresar das poucas evidencias que comprovem sua ação: · Amargos ou tônicos amargos: estimulam a produção de saliva. Utilizados em bovinos e equinos com aparente sucesso. Atualmente está em desuso. Nux vômica e amargo de genciana. · Substancias ácidas: como o ácido cítrico atuam de forma semelhantes aos tônicos amargos. · Vitaminas do complexo B: importantes para a manutenção do apetite, além de participarem do metabolismo de carboidratos, proteína e gorduras. Vitamina B12, B6. · Esteroides anabolizantes: aumentam a retenção do nitrogênio fornecido pela alimentação, contribuindo para a manutenção do apetite. · Zinco: acredita-se que esse elemento seja necessário para a acuidade do paladar, uma vez que, a inapetência é uma característica importante e precoce da deficiência de zinco. · Anti-histamínicos H1: mecanismo de ação não esclarecido. Buclisina e cipro-heptamina. Cães e gatos, 0,2-0,5mg/kg/VO, 10-20 min antes da alimentação. · Benzodiazepítinicos: Clordiazepóxido e diazepam em gatos. Gatos dose do diazepam: 0,05-0,5mg/kg/dia/IV ou 1mg/animal/dia/VO. (Causa necrose hepática). · Carnabol: mais utilizado em pequenos. · Apevitin: muito eficiente em felinos. Retarda colocação de tubo. Previne lipidose hepática (acontece em jejum prolongado). Demulcentes e protetores de mucosa Medicamentos utilizados para lubrificar, recobrir proteger e aliviar a irritação da mucosa do TGI. · Demulcentes: substancias de alto peso molecular, atuam nas primeiras porções do trato digestivo (boca-estomago); · Protetores de mucosa: substancias insolúveis e quimicamente inertes, atuam nas porções finais do trato digestivo. · Resinas: ágar (Agarol, Laxantil). · Derivados sintéticos da celulose (Kolantyl). · Açucares: mel, sacarose e lactose. Podem ser aplicados diretamente no intestino, via anal. · Proteínas: albumina, gelatina. · Emolientes: substancias gordurosas ou oleosas, utilizadas em geral sobre a pele e, eventualmente em mucosas. · Adstringentes: substâncias que tem a capacidade de precipitar a camada superficial proteica da célula, formando uma película protetora sobre essa superfície. Mais utilizados na pele, atualmente desaconselhados pelo uso intestinal. · Adsorventes: substancias que, através de forças eletrostáticas, ligam-se a superfície de outras substancias. A mais utilizada é o carvão ativado: · Cão e gato: 1g/60ml de água, dar 10ml/kg/VO; 1g/40ml enema retal (protege mucosa retal e intestinal). Indicado para diarreia biliosa, sangue nas fezes. · Ruminantes: 1-3g/kg/VO (1g/3-5ml de água). · Equinos: 250-750g/VO (até 4L de água). · Trissilicato de alumínio: ao entrar em contato com o conteúdo estomacal, forma o dióxido de silicone gelatinoso, que tem função protetora de mucosa. · Pectina: Kaopec, Kaomagma, Atalin, Enterobio. · Antiflatulentos: facilitam a eliminação de gases contidos no TGI. Foram substituídos pelos antiespumantes. · Antiespumantes: em pequenas quantidades, alteram a tensão superficial dos líquidos digestivos, impedindo a formação de bolhas ou rompendo as já formadas, favorecendo a eliminação dos gases através de eructações ou flatos. · Dimeticona (luftal, silidron, timpanol, ruminol, associado com metilcelulose). · Éster tributílico do ácido 2-acetoxi-1-2-3-propano tricarboxílico (Blo-trol), indicado para ruminantes no combate ao timpanismo espumoso. Antiácidos Medicamentos que aumentam o pH gástrico, neutralizando o ácido clorídrico liberado pelas células do estômago (parietais). Mais usado em humanos que em animais. Principal uso é no tratamento e prevenção da acidose ruminal provocada pela sobrecarga de concentrado. Podem ser divididos em dois grupos: · Sistêmicos: são absorvidos. O mais utilizado é o bicarbonato de sódio. · Não sistêmicos: exercem seu efeito no estômago. Os mais utilizados são o hidróxico de magnésio, óxido de magnésio, carbonato de magnésio, carbonato de cálcio e hidróxico de alumínio. Bloqueadores de secreção de HCl ou de seus efeitos · Agentes muscarínicos do tipo M1: pirenzepina e telenzepina, reduzem em 40-50% a secreção basal de HCl, podem retardar o esvaziamento gástrico, permitindo interação mais longa entre o ácido e o anti-ácido, quando associados. Efeitos colaterais: boca seca, dificuldade visual e constipação. Desuso. · Antagonistas histaminérgicos H2: cimetidina, renitidina, famotidina e nizatidina. · Inibidor da bomba gástrica de HCl (bomba de prótons): omeprazol e lanzoprazol: bloqueiam reversivelmente a bomba localizada na membrana das células parietais, responsáveis pela secreção de HCl. · Omeprazol, lansoprazol. Vias oral e IV. Bloqueio reversível da bomba de hidrogênio, potássio ATpase. · Prostaglandinas: PGE2 e PGI2, inibem a secreção de HCl e estimulam a secreção do muco protetor. Misoprostol (Cytotec) é um análogo sintético da PGE2, que tem como efeito colateral o aumento da motilidade intestinal e uterina. · Sais de Bismuto: carbonato de bismuto tem efeito anti-ácido e também são absorventes. · Sucralfato: sucrafilm, complexo formado pela sacarose sulfatada e hidróxido de alumínio que forma um complexo com o exsudado do tecido lesado produzindo uma barreira protetora, estimula a produção de prostaglandinas, levando ao aumento da produção de muco e ainda inativa a pepsina, utilizada para prevenção de úlceras gástricas. Eméticos Utilizados para produzir êmese, principalmente nos casos de intoxicações. A êmese não ocorre em equinos, ruminantes, roedores, coelhos. Pode ser produzida por: · Estimulação local da mucosa gástrica através de substancias irritantes; · Disturbios do aparelho vestibular (cinetose); · Origem central (infecções virais, febre e toxemia); Emético irritante: ipeca, único que funciona. Eméticos de ação central: apomorfina (cães), xilazina (gatos) (via SC ou IM), após a êmese observa-se sedação, se necessário usar antagonista para acordar. Anti-eméticos Utilizados para inibir a êmese e consequente desidratação, exaustão, hiponatremia, hipocloremia e até alcalose. Podem ser de ação local, diminuindo a irritação gástrica, ou de ação central. · Escopolamina (anticolinérgico): diminui as secreções e a motilidade do TGI. Utilizado para o controle da cinetose. Dose para cães é 0,03mg/kg/QID. Não recomendado para gatos (exitação). · Piridoxina (vitamina B6): mecanismo não elucidado. · Bloqueadores de receptores dopaminérgicos: metoclopramida (Plasil aumenta a motilidade), bromoprida (Digesan)e domperidona (Motilium). Desprovidos de efeitos sedativos, bloqueia estímulos diretos ao centro do vômito. A metoclopramida deve ser utilizada com cautela em pacientes com distúrbios convulsivos. · Antagonistas de receptores de serotonina (5HT3): ondansetrona utilizado em tratamento de náuseas induzidas por antineoplásicos. Atualmente utilizado como antiemético pré-operatório em humanos. Pode ser utilizado em cães e gatos. · Anti-histamínicos H1: dimenidrato (dramin), difenidramina (benedryl). Redução do estímulo no vestíbulo, que atinge centro do vômito e zona deflagradora quimiorreceptores. Pouco eficientes em vômitos ocasionados por estímulo vagal associados as gastroenterites e inflamações. Efeito sedativo como efeito adverso. · Bloqueadores de receptores dopaminérgicos: metoclopramida, bromoprida (emepride), domperidona. · Ondansetrona. Meropitanti (Cerenia). Antidiarreicos ou constipantes Podem ser classificados em dois grupos: · Depressores da motilidade · Anticolinérgicos: atropina, escopolamina, homatropina: diminuem a motilidade e as secreções. · Opióides: elixir paregórico, difenoxilato (lomotil), loperamida (Imosec). · Absorventes e/ou protetores de mucosa: pectina, caulin, sais de bismuto e carvão ativado. Catárticos Medicamentos que favorecem a eliminação de fezes. · Purgantes: eliminação de fezes de consistência diarreica. · Laxantes: eliminação de fezes de consistência normal. Classificados em quatro grupos: · Emolientes ou lubrificantes: lubrificam e amolecem as fezes, impedindo a sua dessecação, exercem efeito laxante. · Óleo mineral: não digerido e não absorvido pelo organismo (parafina líquida, vaselina líquida, óleo de parafina). · Óleo vegetal: hidrolizados pela lipase intestinal e absorvidos, grande quantidade (óleo de amêndoa, oliva). · Decusatos: são surfactantes aniônicos que facilitam a entrada de água e gordura no bolo fecal, amolecendo-o e facilitanto sua eliminação (docusato de sódio, cálcio, potássio), também tem efeito irritante da mucosa. · Formadores de massa e/ou colóides hidrófilos: usados principalmente em pequenos animais e exercem efeito essencialmente laxante. São indigeríveis, tem propriedades hidrofílicas, promovendo o amolecimento das fezes e aumentando seu volume, e consequentemente distendendo as fibras musculares do intestino, induzindo o aumento da motilidade intestinal e efeito laxante. · Polissacarídeos naturais · Polissacaídeos semi-sintéticos · Celulose: obtida de sementes, cascas de sementes, algas e resina sintética (policarbofil). TERMINAR · Osmóticos ou salinos: são pouco e lentamente absorvidos, exercendo atividade osmótica no lúmen intestinal, assim atraindo água para essa região, levando a distensão das fibras musculares intestinais, aumentando o peristaltismo, produzindo efeito laxante ou purgante, dependendo da dose. · Sais de magnésio (sulfato, hidróxido e citrato): soluções hipertônicas administradas por via oral. · TERMINAR · Estimulantes ou irritantes: promovem irritação da mucosa intestinal ou inibem a absorção de água, eletrólitos e nutrientes, ou ainda, estimulam os plexos nervosos intramurais, aumentando a motilidade intestinal. · Óleo de rícino · Fenilftaleina (tóxico para felinos) · TERMINAR Digestivos ou eupépticos Favorecem os processos digestivos substituindo ou complementando as secreções do TGI. · Enzimas digestivas: proteases: papaína (mamão), bromelina (abacaxi); Pancreatina e pancreolipase: amilase, tripsina e lipase, responsáveis pela digestão de proteínas e liídeos. · Coleréticos: estimulam a secreção da bile que é importante para a absorção de lipídeos. São os ácidos e sais biliares e boldina (bolso). TERMINAR Hepatoprotetores Também chamados de protetores hepáticos ou antitóxicos. Todas as vitaminas são fotossensíveis (necessário proteger da luz!). Utilizados para tratamento de insuficiência hetática. Efeitos controversos. · Colina: lipotrópico, converte gordura hepática em fosfolipideos. · Metionina: doadora de radicais metila para metalação. · Leci · Glicose: melhor hepatoprotetor.
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