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Texto Módulo I

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INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA
MINISTRO PLÁCIDO CASTELO
Curso Extensão em Orçamento e Finanças Públicas – Planejamento e Execução
Instrutor: Prof. Ms. João Vier Freires Neto 
CURSO EXTENSÃO EM ORÇAMENTO E 
FINANÇAS PÚBLICAS – PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO
MÓDULO I
INTRODUÇÃO AO ORÇAMENTO PÚBLICO 
1 ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITOS E PRINCÍPIOS
Orçamento Público surge como um instrumento de controle. Por meio do Orçamento, é
disponibilizado ao contribuinte, patrocinador das ações públicas, a estimativa de arrecadação, a
fixação das despesas e as priorizações das ações do Executivo,
A apresentação das leis definidoras do orçamento é uma competência exclusiva do Poder
Executivo, que será apreciada e pelo Legislativo, e, será validada como uma autorização para
execução dos gastos governamentais.
O Art.24 da C.F/88 traz a redação:
Art.24 compete a união, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: 
I – direito tributário, financeiro e tributário; 
II – Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta, bem
como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Conforme veremos, no decorrer do curso, as leis orçamentárias, no Brasil (Plano Plurianual
– PPA, Lei de diretrizes orçamentárias – LDO e Lei orçamentária anual – LOA), a partir do
desenho estabelecido na CF /88 e leis integrantes, consagram no nosso orçamento a natureza
programática (orçamento programa). Após aprovação destas leis, considera-se o Executivo
autorizado pelo Legislativo a executar, de forma gerencial, os programas estabelecidos na proposta
enviada inicialmente. 
Este caráter autorizativo passa a ser mitigado com a publicação da EC/86, com regras bem
específicas para as emendas apresentadas, pelos parlamentares, durante o processo legislativo de
aprovação do Orçamento. Cada vez mais, o orçamento autorizativo aproxima-se de um orçamento
impositivo.
1.1 Conceito de Orçamento Público
Orçamento público é uma Lei , com características peculiares, que contempla a previsão de
receitas e fixação de despesas. 
1.2 Princípios
O estudo do Orçamento Público, norteia-se, entre outros, pelos princípios abaixo:
1.2.1 Princípio da Legalidade
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Está intrinsecamente ligado à ideia de estado democrático de direito. É o início e o fim de
toda ação estatal, pois é a lei de orçamento que permite a realização gastos públicos. A
Constituição Federal está repleta de artigos que dispõem sobre a necessária observância da
legalidade nos gastos públicos. Como exemplo podemos citar:
Art. 167. São vedados:
I – o início de programa ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais.
Além da Constituição Federal, arts. 163 a 169, outra lei de suma importância para
entendimento da dinâmica do orçamento público é a Lei 4320 de 1964 que, combinada com as
portarias editadas pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN, norteia as definições e
procedimentos atinentes ao orçamento público no Brasil. 
Dentre as Leis Complementares existentes em matéria financeira, chama-se atenção para a
LC n° 101/00, também conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 
1.2.2 Princípio da Exclusividade
A lei orçamentaria deve conter apenas matéria financeira, não incluindo em seu projeto de
lei assuntos estranhos à estimativa das receitas e fixação das despesas para o próximo exercício. A
única exceção é a autorização para a abertura de créditos suplementares1 até determinado limite e
para a realização de operações de crédito por antecipação da receita orçamentaria (ARO). Esse
princípio está previsto no Art. 7º da Lei 4.320/64 e no § 8º, Art. 165 da CF/88.
1.2.3 Princípio da Anualidade ou Periodicidade
O princípio da anualidade exige que o orçamento seja elaborado e autorizado para um ano,
ou seja, tenha vigência para o período de 12 meses, contados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de
cada ano. 
1.2.4 Princípio da Especificação ou discriminação
Segundo Giacomoni (2008:82) esse princípio estatui que as receitas e as despesas devem
aparecer no orçamento de forma discriminada, de tal forma que se possa saber,
pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação. “Esse princípio tem previsto na Lei
1 – Art. 41 da Lei 4320/64 
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4320/64, em seu Artigo 5º que diz:” A Lei de Orçamento não consignará dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferência ou quaisquer outras”.
Assim, de acordo com os Artigos 5º e 15 da Lei 4320/64, a discriminação da despesa, na Lei
de Orçamento, se dará, no mínimo, por elementos 2 como pessoal, material, serviços, obras, etc.
Dentro do mesmo espírito, as Leis de Diretrizes Orçamentarias também determinam que o poder
executivo enviará ao Congresso Nacional os projetos de lei orçamentaria, por elementos de despesa,
e dos créditos adicionais com sua despesa regionalizada e discriminada.
1.2.5 Princípio do Equilíbrio
O equilíbrio orçamentário estabelece, de forma simples, que as despesas não devem
ultrapassar as receitas previstas para o exercício financeiro. O equilíbrio não é uma regra rígida,
mas deve ser perseguida, principalmente a médio e longo prazo.
Para evitar que governantes empreguem os recursos de crédito público para cobrir despesas
operacionais (Correntes)3, o Art. 167, Inciso III, da CF/88, proíbe à realização de operações de
crédito (empréstimos) que excedam o montante das despesas de capital4, ressalvadas as autorizadas
mediante créditos suplementares ou especiais5 com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta.
Explicando melhor: Essa regra ressalta que cada unidade governamental tenha seu
endividamento vinculado apenas à realização de investimento e não a manutenção da máquina
administrativa e demais serviços (custeio). 
1.2.6 Princípio do Orçamento bruto
Este princípio tem previsão no Art. 6º da Lei 4320/64 estabelecendo que todas as receitas e
despesas constem da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções, ou seja,
todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no Orçamento em seus valores brutos, sem
qualquer tipo de dedução.
2 – Art. 15 da Lei 4320/64.
3 – Despesa Corrente (Lei 4320/64).
4 – Despesa de Capital (Lei 4320/64).
5 – art.41 Lei 4320/64.
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1.2.7 Princípio da Unidade ou da Totalidade
Este princípio consagra a ideia que o orçamento deve ser uno. Deve existir apenas um 
orçamento. A Lei 4320/1964, em seu art. 2°, prevê:
“A lei do orçamento conterá a discriminação da receita e da despesa de forma a
evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo,
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade”.
A Constituição Federal de 1988 trouxe um modelo que, em linhas gerais segue o princípio
da totalidade, dispondo que a composição do orçamento anual passa a ser a seguinte: orçamento
fiscal , orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos em estatais.
 Tal tripartição orçamentária é apenas de cunho instrumental, não implica dissonância e,
portanto, não viola o princípio em estudo. Podemos concluir, pois, que o Princípio da unidade, não,
necessariamente, implica em um documento único, 
1.2.8 Princípio da Universalidade
 Deacordo com o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e
despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração Direta
e Indireta. Tal princípio não se aplica ao Plano Plurianual pois nem todas as receitas e despesas
devem integrar o PPA.
Da Lei 4320/64: 
“[…] Art. 3° A lei de orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações
de crédito autorizadas em Lei.”
Art. 4° A lei de orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do
Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar,
observado o disposto no art. 2°.”
O § 5° do Art. 165 da CF/1988 se refere à universalidade, quando define a abrangência da
LOA:
[…] § 5° A Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I – O orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
Público.
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II – o orçamento de investimentos das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
obtenha a maioria do capital social com direito a voto.
III o orçamento da Seguridade Social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público.
1.2.9 Princípio da Exclusividade
Determina que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas
e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos suplementares e operações
de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária ( ARO ). Este princípio tem por
objetivo impedir que se incluam na LOA, matérias sem nenhuma pertinência com o seu conteúdo,
possui previsão na nossa CF/88, no § 8° do art.165.:
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei. (grifos nosso)
E também no art. 7°, incisos I e II, da Lei 4320/1964:
Art. 7° A lei de Orçamento poderá conter autorização ao executivo para:
I – Abrir Créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do
artigo 43;
II – Realizar em qualquer mês do exercício financeiro operações de crédito por antecipação
da receita, para atender a insuficiência de caixa.
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2 CICLO ORÇAMENTÁRIO
Tradicionalmente, o ciclo orçamentário é considerado como o período de tempo em que se
processam as atividades típicas do orçamento público. É um processo contínuo, dinâmico e flexível,
por meio do qual se elabora/planeja, aprova, executa, controla/avalia a programação de dispêndios
do setor público nos aspectos físico e financeiro, compreende as seguintes fases:
I – Iniciativa;
II – Apreciação (Discussão/Estudo/Aprovação);
III – Execução;
IV – Controle.
2.1 Iniciativa
Consoante previsão constitucional, as leis orçamentárias serão elaboradas sempre por
iniciativa do Poder Executivo. O legislativo não tem competência para iniciar projeto de lei
orçamentária. A Lei 4320/1964, descreve que a proposta orçamentária que o Poder Executivo
encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições Federal e Estaduais e
nas Leis Orgânicas Municipais, compor-se-á de mensagem, projeto de lei do orçamento, tabelas
explicativas e as especificações dos programas especiais de trabalho: 
I – Mensagem: A mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre o Executivo e o
Legislativo, com a finalidade de encaminhar os projetos do PPA, da LDO e da LOA; 
II – Projeto de Lei de Orçamento: Contém a proposta de orçamento que será avaliada pelo
Legislativo;
III – Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receitas e despesas, constarão, em
colunas distintas e para função de comparação:
a) Receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àqueles em que se elaborou a
proposta;
b) Receita prevista para o exercício em que se elaborará a proposta;
c) Receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;
d) Despesa realizada no exercício imediatamente anterior;
e) Despesa fixada para o exercício em que se refere a proposta; e
f) Despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.
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IV – Especificação dos programas especiais de trabalho: Custeados por dotações globais, em
termos de metas visadas, decompostas em estimativas do custo das obras a realizar e dos serviços a
prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa. Constará da
proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas principais
finalidades, com indicação da respectiva legislação.
2.2 Discussão/Estudo/Aprovação 
A fase de discussão corresponde ao debate entre os parlamentares sobre a proposta. Segundo
o art. 166 da CF/1988: Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,
ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum. O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere o art. 166 da CF/1988
(PPA, LDO LOA e crédito adicionais) enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da
parte cuja alteração é proposta.
Quanto à possibilidade de rejeição (não aceitação do projeto de lei pelo Poder Legislativo e
devolução ao Poder Executivo), apesar de ser uma medida extrema, permite-se a rejeição da LOA,
pois, segundo o § 8º do art. 166: “rejeição do projeto de lei orçamentária anual, que ficarem sem
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.”
2.2.1 Emendas Parlamentares 
As emendas são prerrogativas constitucionais que o Poder Legislativo possui para
aperfeiçoar as propostas dos instrumentos de planejamento e orçamento enviadas pelo Poder
Executivo. A Emenda é instrumento essencial do Poder Legislativo para influenciar a alocação de
recursos públicos. Cada parlamentar poderá apresentar emendas. Também poderão apresentar
emendas, ainda, as bancadas estaduais no Congresso Nacional, desde que relativas às matérias de
interesse de cada estado ou Distrito Federal. 
As emendas podem ser individuais, de comissão e de bancada estadual. Segundo o art. 63
da CF/1988, a regra é que não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa
exclusiva do Presidente da República, ressalvadas as emendas ao projeto de lei do orçamento anual
ou aos projetos que o modifiquem e as emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Assim,
não será admitido aumento da despesa prevista no projeto de lei do Plano Plurianual. 
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Em cada uma das Casas do Poder Legislativo, a aprovação dos instrumentos de
planejamento e orçamento se dá por maioria simples, pois são leis ordinárias, apesar do ciclo
diferenciado de uma lei ordinária comum (por isso chamamos de ciclo orçamentário). 
ATENÇÃO: Prazos para a aprovação de PPA, LDO e LOA - LDO não aprovada: 
O Art. 57, § 2º, da CF/1988.Dispõe que a sessão legislativa não será interrompida sem a
aprovação da LDO, ou seja, não haverá recesso parlamentar se a LDO não for aprovada.
Entretanto, como tal regra não se aplica à LOA ou ao PPA, pode haver recesso com a LOA ou com
o PPA pendentes de aprovação. 
Após a aprovação dos projetos de lei, o próximo passo é o retorno para o Poder Executivo,
para que ele manifeste a concordância ou não com o que foi aprovado no Poder Legislativo. Temos
nesse momento a Sanção. A sanção é a aquiescência do chefe do Poder Executivo ao projeto de lei
aprovado no Legislativo. Ou seja, corresponde à concordância do chefe do Executivo com o que foi
discutido e aprovado no Parlamento. Já o veto corresponde à discordância do Executivo com o
projeto aprovado no Legislativo. Essa discordância pode ser de uma parte do texto (veto parcial) ou
com todo o projeto (veto total). Pode ocorrer caso o titular do Executivo considere o projeto
inconstitucional ou contrário ao interesse público. De qualquer forma, ocorrendo o veto, ele deve
ser apreciado pelo Parlamento, podendo ser confirmado ou rejeitado. 
A Hipótese de o Legislativo não devolver o PLOA (Projeto de lei orçamentária) para a
sanção do chefe do Executivo é tratada apenas nas LDO's, que estabelecem regras para a realização
de despesas essenciais, enquanto a LOA não for devolvida. 
A cada ano, as LDO's determinam que se o Projeto de Lei Orçamentária PLOA não for
sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro do ano corrente, parte da programação
dele constante poderá ser executada até o limite de 1/12 do total de cada ação prevista no referido
projeto de lei, multiplicado pelo número de meses decorridos até a sanção da respectiva lei. 
Por exemplo, se o PLOA não for sancionado até o fim de março (três meses) do ano que
deveria estar em vigor, algumas despesas consideradas inadiáveis poderão ser executadas em 3/12
do valor original. No entanto, o limite previsto de 1/12 ao mês não se aplica ao atendimento de
algumas despesas, de acordo com o que determinar a LDO daquele ano. Por exemplo, as despesas
com obrigações constitucionais ou legais da União e o pagamento de bolsas de estudos podem ser
dispensadas da regra pela LDO e serem executadas como se o PLOA já tivesse sido aprovado. 
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As emendas ao projeto de Lei do Orçamento Anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o PPA e a LDO;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa
(excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos; serviço da dívida;
transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal);
III – Sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões; ou com os dispositivos do texto do
projeto de lei.
O Art. 165, § 3º, da CF/1988: O Poder Executivo publicará, até 30 dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. (RREO). 
Segundo o art. 168 caput, na nossa Constituição Federal, temos que recursos
correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais,
destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês. O artigo ainda ressalta
que será na forma da lei complementar, (que ainda não foi editada). 
Novidades: 
EC 85/2015 altera dispositivos da Constituição Federal para atualizar o tratamento das
atividades de ciência, tecnologia e inovação. Na parte referente ao orçamento, tal emenda altera o
Art. 167, acrescentando o parágrafo 5º, permitindo a transposição, remanejamento ou transferência
de recursos de uma categoria de programação para outra, quando se tratar de atividades de ciência,
tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas
funções, mediante ato do poder executivo, sem necessidade da prévia autorização do poder
executivo.
 A Emenda Constitucional nº 86, de 17 de março de 2015, alterou os arts.. 165, 166 e 198
da Constituição Federal, para tornar obrigatória a execução da programação orçamentária que
especifica: emendas parlamentares individuais à lei orçamentária anual. 
ATENÇÃO: não confundir emenda parlamentar com emenda constitucional à CF. Na
emenda parlamentar, cada parlamentar poderá apresentar emendas às Comissões Permanentes do
Senado Federal e da Câmara dos Deputados, cujas competências estejam direta e materialmente
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relacionadas à área de atuação pertinente à estrutura da Administração Pública Federal. Também
poderão apresentar emendas, ainda, as bancadas estaduais no Congresso Nacional, desde que
relativas a matérias de interesse de cada Estado ou Distrito Federal. Assim, as emendas podem ser
individuais, de comissão e de bancada estadual. A EC 86/2015 recebeu o apelido de EC do
Orçamento Impositivo. Na verdade, é apenas uma pequena parte da dotação da Lei Orçamentária
Anual que passou a ser de execução obrigatória (impositiva).
2.3 Controle e Avaliação
A realização do gasto público impõe uma avaliação sobre a correta aplicação dos recursos
públicos, tal desiderato cabe aos órgãos de controles, mormente os Tribunais de Contas, que aprecia
e julga se houve a correta aplicação de recursos públicos. É nesta etapa que se analisa a eficácia,
eficiência e a efetividade das ações executadas. 
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3 PLANO PLURIANUAL, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS E LEI
ORÇAMENTÁRIA ANUAL.
Segundo o art. 165 da Constituição Federal de 1988 (CF/1988): 
Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I o plano plurianual; 
II as diretrizes orçamentárias; 
III os orçamentos anuais. 
De acordo com esse artigo, as leis: Plano Plurianual - (PPA), Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) são de iniciativa do Poder Executivo:
Presidente, Governadores e Prefeitos.
O Plano Plurianual, novidade da CF/ 88 explicita no Estado Brasileiro o planejamento a
médio prazo, é o primeiro instrumento de planejamento da administração pública para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. A
LDO, Lei de Diretrizes Orçamentária, é um instrumento de planejamento de curto prazo, deve ser
elaborado em harmonia com o Plano Plurianual, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual -
LOA).
a) Plano Plurianual (PPA) É o instrumento de planejamento do Governo, tanto Federal, quanto
Estadual e Municipal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada. 
Segundo o art. 165 da CF/1988:
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada.
O PPA deve ser elaborado de forma regionalizada, levando em conta as desigualdades
regionais que devem ser tratadas na perspectiva de um planejamento de longo prazo. O papel do
Plano Plurianual nesse contexto é o de implementar o necessário elo entre o planejamento de longo
prazo e os orçamentos anuais. Com o PPA. A CF/88, inseriu o planejamentono orçamento
brasileiro.
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As diretrizes são normas gerais, amplas e estratégicas, que mostram o caminho a ser 
seguido na gestão dos recursos pelos próximos quatro anos.
Os objetivos correspondem ao que será perseguido com maior ênfase pelo Governo no
período do Plano para que, a longo prazo, a visão estabelecida se concretize. O objetivo expressa o
que deve ser feito.
As metas são medidas do alcance do objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou
qualitativa, a depender das especificidades de cada caso. 
As despesas de capital são aquelas que contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital, como, por exemplo, a pavimentação de uma rodovia. 
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias na CF/1988 (LDO)
 A LDO também surgiu por meio da Constituição Federal de 1988, almejando ser o elo entre
o planejamento estratégico (Plano Plurianual) e o planejamento operacional (Lei Orçamentária
Anual). Sua relevância reside no fato de ter conseguido diminuir a distância entre o plano
estratégico e as LOA's, as quais dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos
planejamentos estratégicos existentes antes da CF/1988.
Segundo o art. 165 da CF/1988:
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
A LDO é anual no sentido de que a cada ano teremos uma LDO (LDO-2017, LDO-2018,
LDO-2019 etc.). Todavia, a vigência (duração) da LDO extrapola o exercício financeiro, uma vez
que ela é aprovada até o encerramento do primeiro período legislativo e orienta a elaboração da
LOA no segundo semestre, bem como estabelece regras orçamentárias a serem executadas ao
longo do exercício financeiro subsequente. A Lei De Diretrizes Orçamentárias compreenderá as
metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento (art. 165, § 2º, da CF/1988).
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c) A Lei Orçamentária Anual (LOA)
 É o instrumento pelo qual o Poder Público prevê a arrecadação de receitas e fixa a
realização de despesas para o período de um ano. A LOA é o orçamento por excelência ou o
orçamento propriamente dito. As despesas executadas pelos diversos órgãos públicos não podem ser
desviadas do que está autorizado na LOA, tampouco podem conflitar com o interesse público. A
CF/1988 veda o início de programas ou projetos não incluídos na LOA. Ainda, proíbe a
consignação de crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
3.1 Prazos
Na esfera Federal, os prazos para o ciclo orçamentário estão no art. 35 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT): 
 I – O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro
do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; 
II – O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
primeiro período da sessão legislativa; 
III – O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
Nos Estados e Municípios, os prazos do ciclo orçamentário devem estar, respectivamente, nas
Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas. 
O prazo de encaminhamento corresponde à data limite para o Executivo enviar ao
Legislativo os projetos dos instrumentos de planejamento. Já o prazo de devolução corresponde à
data limite para o Poder Legislativo retornar os projetos para a sanção. 
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IMPORTANTE:
 LEGISLATURA 
 Legislatura - 4 anos. Divide-se em 4 sessões legislativas anuais. 
 SESSÃO LEGISLATIVA 
 Anual, de 02 fev. a 22 dez. Divide-se em 2 períodos. 
 PERÍODO LEGISLATIVO 
 1º período: 02 fev. até 17 jul. 
 2º período: 1º ago. Até 22 Dez.
A lei 4320/64 
A Lei 4.320, de 17 de março de 1964, recepcionada pela Constituição Federal de 1988 com status de
Lei Complementar, estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
(Imprescindível para quem estuda o Orçamento público no Brasil).
A Lei 4.320/1964 dispõe sobre o caso de o Executivo não enviar no prazo a sua proposta para
apreciação do Legislativo: Caso não receba a proposta orçamentária no prazo fixado, caberá ao
Poder Legislativo apreciar novamente o orçamento vigente como se fosse uma nova proposta. Essa
é a única previsão legal, já que a CF/1988 não traz nenhuma diretriz a respeito do assunto. 
3.2 Reserva de Lei Complementar (art. 165, § 9.º, da CF/1988)
O art. 165 da CF/1988, § 9.º Dispõe que: 
Cabe à Lei Complementar:
 I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização
do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
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 III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e
limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do
art. 166. 
E, ainda: Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento
anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
Desde a Constituição Federal de 1988 está prevista a edição de uma lei complementar sobre
finanças públicas e até o presente momento ela não foi editada, logo, não existe um modelo
legalmente constituído para organização, metodologia e conteúdo dos Planos Plurianuais – PPA’'s,
Leis de Diretrizes Orçamentárias – LDO's e Leis Orçamentárias Anuais – LOA's.
O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa. Desta forma, quem cumpre esse vácuo legislativo e complementa a
Lei 4.320/1964 é a LDO, uma lei ordinária, que todo ano acaba tendo, entre suas diversas
atribuições, que legislar como se fosse a lei complementar prevista na CF/1988. A Lei 4.320/1964,
recepcionada com status de Lei Complementar, estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.O Art.§ 9º, da CF/88, foi modificado e incluído o inciso III tratando das emendas individuais,
impondo-lhes um caráter de execução obrigatória. Aqui, especificamente, surge, pela primeira
vez, nos casos de emendas parlamentares, um aspecto impositivo para o orçamento.
Após a EC 86/2015, a Constituição Federal determina que é OBRIGATÓRIA a execução
orçamentária e financeira das emendas individuais (emendas parlamentares) ao projeto de lei
orçamentária em montante correspondente a 1,2% da receita corrente líquida realizada no
exercício anterior. 
Cabe à Lei Complementar dispor sobre critérios para a execução equitativa de tais
emendas, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e
técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório. 
INSTITUTO ESCOLA SUPERIOR DE CONTAS E GESTÃO PÚBLICA 
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BIBLIOGRAFIA:
Constituição/Federal/1988: (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm).
GIACOMONI, james. Orçamento público. Atlas, 2008 São Paulo.
LEITE. Harrison ferreira. Manual de direito financeiro. Juspodivm, salvador. 2016.
Lei 4320/64, disponível em: (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm)
MENDES, SÉRGIO – Administração financeira e orçamentária – 3. edição. Rev. E ampla. -
Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Ed. Método, 2012.
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