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O RECONHECIMENTO DE ESTADOS E GOVERNOS NA COMUNIDADE INTERNACIONAL

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O RECONHECIMENTO DE ESTADOS E GOVERNOS NA COMUNIDADE INTERNACIONAL
Sobre o reconhecimento de novos Estados na comunidade internacional, pode-se dizer que é apenas um ato declaratório, ou seja, é a constatação política da existência de uma soberania interna sobre determinado povo e território definidos. 
Mas como se faz essa constatação ? 
Há duas maneiras de se reconhecer um novo Estado:
A primeira, é denominada de reconhecimento expresso, na qual o novo Estado assina um “tratado de reconhecimento” internacional; outra forma de se fazer o reconhecimento expresso é através de um comunicado, que nada mais é do que fazer uma manifestação pública externa declaratória que vincula o Estado reconhecedor.
A segunda maneira de se reconhecer um Estado é denominada de reconhecimento tácito, que consiste em praticar atos internacionais que incluem o novo Estado, como, por exemplo, assinar tratados de matérias diversas; ou estabelecer relações diplomáticas.
Ademais, o reconhecimento pode ocorrer também por Organizações Internacionais que possuem competência para tal. Um exemplo das Organizações mencionadas é a ONU, que possui competência diplomática na maioria dos países ao redor do mundo. Hoje, a principal manifestação internacional de reconhecimento é a obtenção de uma cadeira na ONU. O reconhecimento por uma organização possibilita assinar tratados coletivos gerenciados por ela. A importância disso para um novo Estado é que somente com o reconhecimento do mesmo é possível a sua participação em fóruns internacionais negociadores de tratados e, consequentemente, a sua assinatura nos mesmos. Atualmente, tais tratados são considerados os mais importantes na Comunidade Internacional.
Vale lembrar que cada Estado é independente para reconhecer outro Estado. A Comunidade Internacional, ou mesmo a ONU, não podem forçar um Estado a reconhecer outro, pois trata-se de prerrogativa de sua condição de soberania na comunidade.
Quanto ao reconhecimento de governo, há uma divergência internacional quanto à sua possibilidade. O que se questiona, é saber se a Comunidade Internacional pode interferir em questões políticas internas. 
Durante o séc. XX houveram acalorados debates sobre o assunto, levando alguns doutrinadores a criarem teorias sobre o tema. Como exemplo podemos citar a doutrina de Tobar, um embaixador equatoriano que se pronunciou acerca da defesa da ordem democrática diante de uma ruptura institucional autoritária em 1907. Em sua doutrina, ele alega que os Estados não devem reconhecer novos governos formados por golpes de Estado. Outro exemplo bastante conhecido é a doutrina de Genaro Estrada, embaixador mexicano que contraria a Teoria desenvolvida por Tobar. Para Estrada não há que se falar em reconhecimento externo dos governos, pois considerava uma afronta os Estados intervirem nesse nível em questões de soberania interna.
Atualmente, nenhuma das duas doutrinas é aceita totalmente na comunidade internacional.
Hoje, a questão de reconhecimento de governo é resolvida por um intermédio das duas Teorias expostas. Diante de governos autoritários que desconstituem democracias, o reconhecimento pela Comunidade Internacional ou até mesmo por um Estado é condicionado à estabilidade governativa. Ou seja, mesmo que não se reinstale a democracia, se o governo se provar estável, este é reconhecido internacionalmente.

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