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Agatha Dos Santos Correia - 201707267731
Parecer jurídico nº 00001
Requerente: Alanis de Souza
Ementa: DIREITO DO CONSUMIDOR. TROCA DE APARELHO.
Relatório:
 A cliente e consumidora Alanis de Souza solicitou parecer jurídico com análise sobre a eventual possibilidade de haver uma adoção judicial para a troca de dois aparelhos televisores. 
Tais aparelhos foram comprados no valor de dois mil e duzentos reais, pagos e parcelados em dez vezes. Entretanto, quinze dias após efetuada a compra, uma das televisões começou a apresentar os primeiros sinais de defeito, até que oitenta dias a contar da data da compra, seu funcionamento parou de vez. 
Fundamentação:
O art. 26 do CDC, assim, estabelece:
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
    I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
   § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução      dos serviços.
Ou seja, quando o defeito é aparente, o prazo para reclamação é de 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para os duráveis, contados a partir da data da compra. 
Cláudia Lima Marques esclarece que a ideia de essencial está atrelada à expectativa que o consumidor deposita no produto:
 [...] Realmente, a responsabilidade do fornecedor em seus aspectos contratuais e extracontratuais, presente nas normas do CDC (arts. 12 a 17), está objetivada, isto é, concentrada no produto ou no serviço prestado, concentrada na existência de um defeito (falha na segurança) ou na existência de um vício (falha na adequação, na prestabilidade). Observando a evolução do direito comparado, há toda uma evidência de que o legislador brasileiro inspirou-se na ideia de garantia implícita do sistema de cammon Law (implied warranty). Assim, os produtos ou serviços prestados trariam em si uma garantia de adequação para o seu uso e, até mesmo, uma garantia referente à segurança que deles se espera. Há efetivamente um novo dever de qualidade instituído pelo sistema do CDC, um novo dever anexo à atividade dos fornecedores.
(MARQUES, Cláudia Lima. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 378.)
Ou seja, o CDC não pode garantir que os produtos cheguem nas mãos dos consumidores sem defeitos, mas garante a responsabilização dos fornecedores se os mesmos não atenderem à ideia essencial do produto atrelada ao consumidor. 
E para concluirmos, a apelação no TJ – RJ redigiu a seguinte decisão: 
PRODUTO DEFEITUOSO. PRAZO DE 15 DIAS AO CLIENTE PARA O CONSERTO. PRETENSÃO DE TROCA DO PRODUTO OU DEVOLUÇÃO DO PREÇO E COMPENSAÇÃO. FORNECEDOR QUE AGIU DENTRO DAS EXIGÊNCIAS LEGAIS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNIA MANTIDA. 
Este julgado esclarece que antes de se pleitear a substituição do bem ou devolução do preço deve ser dada a oportunidade ao fornecedor de sanar o vício ou mesmo verificar a existência de causa que exclua sua responsabilidade, como uso indevido do cliente, por exemplo.
Com isso, entende-se que há a possibilidade de haver troca, concerto ou devolução do valor do produto, uma vez que os defeitos da televisão foram manifestados dentro do prazo estabelecido por lei, de modo que, para que a situação não se revire sob o consumidor, este deve dar a oportunidade ao fornecedor de verificar e sanar o problema existente. Razão pela qual, este parecer mostra-se favorável ao solicitado pela requerente. 
É o parecer.
Local e data
Nome do advogado, número da OAB e assinatura

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