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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 14 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br UNIDADE II 2 - Estrutura atômica da matéria 2.1 Modelos Em ciência, um modelo é uma representação criada pelo homem, que procura retratar um fato ou um fenômeno. Os modelos não são fixos. Com o passar do tempo, a ciência descobre novos fatos que irão completá-los, aperfeiçoá-los ou derrubá-los e, assim, criam-se novos modelos que expliquem com maior clareza tais fatos. 2.2 Modelos atômicos primitivos O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) acreditava que, se um pedaço de me- tal fosse dividido em partes cada vez menores, acabaria chegando, no fim, a uma partícula microscópica que não poderia ser mais dividida, mas que ainda apresenta- ria as propriedades do metal. Essa partícula seria o “átomo”, que em grego significa “indivisível”. Demócrito utilizou sua teoria atômica para explicar as propriedades físicas das substâncias. Para a maioria dos filósofos da época, a ideia de átomos era comple- tamente absurda. Como poderia existir algo indivisível se, macroscopicamente, os materiais parecem contínuos? Para alguns filósofos, entretanto, a ideia de átomos fazia sentido. Um deles foi Epicuro (341-271 a.C.), que fundou uma escola em Atenas. Esse filósofo era um mestre de grande renome e tinha muitos discípulos. A teoria atômica de Demócrito era parte de sua doutrina filosófica. Platão (428-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) foram contra essa hipótese atômica e suas ideias prevaleceram durante séculos. Galileu Galilei (1564-1642) ex- plicou o aparecimento de uma nova substância após uma reação química como sendo decorrente do rearranjo de partes muito pequenas para serem vistas. Robert Boyle (1627-1691) orientou seu trabalho sobre gases e outros aspectos da Química naquilo que chamou de sua “filosofia corpuscular”. Boyle estudou o ar e CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 15 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br se perguntou por que era possível comprimi-lo, fazendo com que ocupasse menos espaço. Ele justificou esse comportamento afirmando que o ar era composto de par- tículas minúsculas que deixavam grandes quantidades de espaços vazios entre elas. Comprimir o gás faria com que as unidades estruturais se aproximassem, diminuin- do, assim, tais espaços. Por volta do século XVIII, a maior parte das correntes ilumi- nistas rejeitava ou simplesmente ignorava a teoria atômica de Demócrito. 2.3 Teorias atômicas A teoria atômica passou por inúmeras transformações e aperfeiçoamentos, prin- cipalmente no final do século XIX até meados do século XX. 2.3.1 Modelo atômico de Dalton Modelo da “bola de bilhar” Modelo de esferas rígidas Baseado nas leis de conservação de massa e da composição definida. Postulados de Dalton 1. Toda a matéria é composta por átomos. 2. Os átomos são indestrutíveis e indivisíveis. 3. Átomos de um mesmo elemento químico são idênticos entre si, tendo o mes- mo tamanho e a mesma massa. 4. Átomos de elementos diferentes têm diferentes propriedades. 5. As reações químicas consistem em uma combinação, separação ou rearranjo de átomos. 6. Compostos químicos são formados de átomos de dois ou mais elementos em uma razão fixa. Sua teoria explicou a conservação da massa durante uma reação química e representou uma grande revolução no desenvolvimento da química. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 16 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br Mas ele não forneceu nenhuma informação sobre a composição dos átomos. 2.3.2 Modelo atômico de Thomson O átomo de Thomson: Comprovação do modelo através dos experimentos utilizando um tubo de crookes. Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/william_crookes.htm 2.3.3 Modelo atômico de Rutherford Rutherford realizou experimentos utilizando um fluxo de partículas alfa (α) emitida de uma fonte radioativa de polônio (Po) sobre várias folhas de diversos ma- teriais, entre eles uma fina folha de ouro (Au). Figura : Experiência de Rutherford Fonte: http://quimicaifaniana.blogspot.com.br/2012/06/modelo-atomico-de-ernest-rutherford.html Esfera carregada positivamente, onde os elétrons de carga nega- tiva estão incrustados (pudim de passas). Tubo de Crookes http://www.guia.heu.nom.br/william_crookes.htm http://quimicaifaniana.blogspot.com.br/2012/06/modelo-atomico-de-ernest-rutherford.html http://www.google.com.br/imgres?q=modelo+atomico+Thomson&hl=pt-BR&biw=1280&bih=599&tbm=isch&tbnid=Jy78Qwi1OIHqWM:&imgrefurl=http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/?p=406&docid=4gM5xVmjpEQnIM&imgurl=http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Thomson-%C3%A1tomo-el%C3%A9trons-e-massa-positiva-pudim.jpg&w=259&h=259&ei=JGovUaKrFKjC0AGej4CwDQ&zoom=1&iact=hc&vpx=2&vpy=275&dur=546&hovh=207&hovw=207&tx=93&ty=134&sig=116755181086769624487&page=2&tbnh=137&tbnw=137&start=23&ndsp=28&ved=1t:429,r:44,s:0,i:254 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 17 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br Observações de Rutherford 1. A grande maioria das partículas (α) passam pela fina folha de ouro sem sofrer nenhum desvios. 2. Outras partículas sofrem enormes desvios. Figura 3: Modelo atômico de Rutherford e colaboradores (Geiger e Marsden) Fonte: http://modelosatmicos.blogspot.com.br/2011/03/principais-modelos-atomicos.html Conclusões finais de Rutherford 1. O átomo é dividido em duas regiões, a eletrosfera e o núcleo. 2. Na eletrosfera encontram-se os elétrons. 3. No núcleo, que é carregado positivamente, concentra-se toda a massa. “Em 1914, Rutherford descobriu o próton que tem uma massa muito maior que o do elétron e tem carga igual em grandeza à de um elétron, mas de sinal opos- to, carga positiva”. Rutherford sugeriu: - A existência dos prótons. - Os prótons contém toda a carga positiva do átomo. - Mas eles sozinhos não podem compor a massa do átomo. O problema da massa foi resolvido por Chadwick através da descoberta dos nêutrons. Os nêutrons não possuem carga, mas sua massa é igual a do próton. Um átomo pode ser identificado pelos números atômico (Z) e de massa (A). http://modelosatmicos.blogspot.com.br/2011/03/principais-modelos-atomicos.html CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 18 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br Número atômico (Z) é o número de prótons existente no núcleo. Número de massa (A) é a soma total do número de prótons mais nêutrons.Número de nêutrons: n = A – Z • Isótopos são átomos de diferentes números de massa (A), mas o mesmo número de prótons. • Isóbaros são átomos que tem o mesmo número de massa (A) e diferente número de prótons. • Isótonos são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons. Um átomo é neutro quando o número de prótons é o mesmo dos elétrons. 2.3.4 Modelo atômico de Bohr Proposição para o comportamento dos elétrons: 1. Os elétrons absorvem energia de uma fonte. 2. Liberam esta energia absorvida na forma de luz. Figura: Modelo atômico de Bohr Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica9/biografias/bohr.html Os elétrons de um átomo podem ter somente certas quantidades de energia (quantização). A radiação emitida é limitada a um comprimento de onda. http://www.geocities.ws/saladefisica9/biografias/bohr.html CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 19 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br Postulados de Bohr 1. Para os elétrons são permitidos somente algumas energias fixas. 2. Quando o elétron apresenta alguma dessas energias, ele não irradia energia em seu movimento (estado estacionário de energia). 3. A cada estado estacionário é permitido uma órbita com um determinado raio. 4. Os estados estacionários correspondem aos níveis de energia do átomo. 5. Quando um elétron salta de um nível de energia para o outro de maior energia, ele deverá absorver uma energia igual a diferença entre estes dois níveis. Ao reto- mar o seu estado fundamental ele emite um fóton de energia sob forma de uma on- da eletromagnética. Falhas no modelo de Bohr 1. Suposição de um modelo planetário modificado. 2. A teoria concorda com observações experimentais no caso somente do átomo de hidrogênio. 2.3.5 Modelo da Mecânica Quântica É o mais moderno e complexo, ele baseia-se na forma matemática da estrutu- ra atômica. Figura: Modelo da Mecânica Quântica Fonte: http://www.mundoeducacao.com/quimica/modelo-atomico-mecanica-quantica.htm CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 20 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br De acordo com a teoria atômica: - Toda matéria é feita de átomos e agregados dos mesmos, tais como moléculas e cristais. - Os átomos são extremamente pequenos, leves e invisíveis. Entretanto, os átomos não são todos iguais. Se fossem, toda matéria seria igual, ou no mínimo pouco vari- ada. - Conhecemos hoje 112 tipos de átomos diferentes, que diferem em massa e tama- nho e em sua composição subatômica. - Os diferentes tipos de átomos são os elementos químicos, que constituem os blo- cos fundamentais da qual toda a matéria é constituída. - Átomos não são esferas rígidas como pensava Dalton. São constituídos de partícu- las subatômicas, ainda menores que os próprios átomos. - O átomo é constituído de um núcleo, onde se concentra quase toda a massa do mesmo, e que por sua vez é constituído de dois tipos fundamentais de partículas subatômicas que são os prótons, de carga elétrica positiva, e os nêutrons sem carga elétrica. - Em volta do núcleo, ficam os elétrons, que têm massa muito menor do que os pró- tons e os nêutrons (aproximadamente 1840 vezes menor) e possuem carga elétrica negativa, da mesma magnitude que a dos prótons. - O que distingue um átomo de um elemento de um átomo de outro elemento é o número de prótons em seu núcleo. Este número fundamental é o NÚMERO ATÔMI- CO (Z). - Em átomos neutros o número de prótons é igual ao número de elétrons, mas o número atômico é sempre definido em termos de prótons, pois os átomos podem perder ou ganhar elétrons, transformando-se em íons positivos (perdendo elétrons) ou negativos (ganhando elétrons). - Elemento é o conjunto de átomos que possuem o mesmo número de prótons em seus núcleos. Ou seja, elemento é o conjunto de átomos com o mesmo número atômico Z. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 21 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br - O número de prótons nos átomos de cada elemento é sempre o mesmo (pois é exatamente este número que caracteriza cada elemento). O número de nêutrons dentro de um átomo, entretanto, pode variar, mesmo para átomos de um mesmo elemento. - A soma dos nêutrons com os prótons de um átomo chama-se NÚMERO DE MA- SAS (A). Fórmula: A = Z + N Os elétrons não entram nesta soma, pois suas massas são desprezíveis em relação às partículas nucleares prótons e nêutrons, e assim contribuem praticamente nada para a massa dos átomos. - O átomo mais simples de todos é o átomo do elemento hidrogênio. Seu número atômico é 1. Ou seja, os núcleos de seus átomos possuem apenas um próton. Na maioria dos átomos de hidrogênio, não existem nêutrons. Assim, quase sempre o número de massa dos átomos de hidrogênio é igual ao seu número atômico, ou se- ja, 1. Existem, entretanto átomos de hidrogênio com um nêutron. Tem o nome espe- cial de deutério, e seu número de massa é 2. Tem também átomos de hidrogênio com 2 nêutrons em seus núcleos. Tem o nome especial de trítio, e seu número de massa é 3. A = massa Z = número de prótons N = número de nêutrons CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 22 Professor: Marialice T. Trigo Miranda –licem@uai.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. RUSSEL, John B. Química Geral. 2a ed. Vol. I. São Paulo, Makron Books, 1994. 2. BRAATHEN, Per Chistian. Química Geral. 1ª ed. Vol. único. Viçosa, 1999.
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