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RELATORIO FINAL_JACAREÍ_2N 1

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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
ANA CAROLINA GUEDES FERNANDES DE SOUSA 
LARISSA TEODORA FRANÇA EBRAM 
LILIAN DE OLIVEIRA RAMALHO
VANESSA GOMES DA SILVA 
 
A contação de história como recurso de abordagem do folclore regional para a Educação Infantil
Vídeo do Projeto Integrador:
< https://www.youtube.com/watch?v=fIEBfk8KL7M&feature=youtu.be>
Jacareí
2020
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
A contação de história como recurso de abordagem do folclore regional para a Educação Infantil
Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual de São Paulo (Univesp). 
Tutor: Renata Svizzero Fakhoury
Jacareí
2020
EBRAM, Larissa Teodora França; RAMALHO, Lilian de Oliveira; SILVA, Vanessa Gomes da; SOUSA, Ana Carolina Guedes Fernandes de. A contação de história como recurso de abordagem do folclore regional para a Educação Infantil. 45 Folhas. Relatório Técnico-Científico (Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Mediador: Renata Svizzero Fakhoury. Polo Jacareí, 2020. 
RESUMO
Este Projeto Integrador teve por objetivo, através de pesquisas com professores da educação infantil da rede particular e pública de São José dos Campos entender como se é trabalhado dentro do currículo o tema Folclore e o porquê do medo que se desperta em crianças pequenas, quando se trata deste tema. Verificou-se também que esta temática é trabalhada somente em um determinado período do ano, desenvolvendo sempre os mesmos temas e lendas, deixando de lado o folclore regional tão rico em histórias e personagens que viveram na cidade. Através de uma visita virtual ao Museu do Folclore da cidade de São José dos Campos e o Museu da Pessoa, sob a biografia de José Alves de Mira, conhecido tropeiro que viveu na cidade apelidado de Zé Mira, pretende-se desenvolver através da contação de histórias o resgate cultural e regional da Folia de Reis de forma lúdica, com uma linguagem alegre, divertida e dinâmica, promovendo a curiosidade e apropriação da cidadania. Espera-se que este projeto contribua para que o folclore na educação infantil seja visto com outros olhos, que vá além da forma ao qual o recebemos, que ressignifique aos olhos da criança pequena e que possa valorizar a cultura local, despertar o docente a utilizar a contação de histórias como um instrumento para o desenvolvimento da criança, provocando-a a se apropriar de sua cultura, estimulando-a para o mundo da imaginação.
Palavras-Chave: Folclore. Contação de histórias. Apropriação da Cultura. 
EBRAM, Larissa Teodora França; RAMALHO, Lilian de Oliveira; SILVA, Vanessa Gomes da; SOUSA, Ana Carolina Guedes Fernandes de. A contação de história como recurso de abordagem do folclore regional para a Educação Infantil. 45 Folhas. Relatório Técnico-Científico (Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Mediador: Renata Svizzero Fakhoury. Polo Jacareí, 2020. 
ABSTRATC
This Integrative Project aimed, through research with teachers of early childhood education in the private and public network of São José dos Campos, to understand how the theme of Folklore is worked within the curriculum and why the fear arises in young children, when deals with this topic. It was also found that this theme is only worked on a certain period of the year, always developing the same themes and legends, leaving aside the regional folklore so rich in stories and characters that lived in the city. Through a virtual visit to the Folklore Museum of the city of São José dos Campos and the Museum of the Person, under the biography of José Alves de Mira, well-known drover who lived in the city, nicknamed Zé Mira, it is intended to develop through account of stories the cultural and regional rescue of Folia de Reis in a playful way, with a happy, fun and dynamic language, promoting curiosity and appropriation of citizenship. It is hoped that this project will contribute so that the folklore in early childhood education is seen with different eyes, that it goes beyond the way in which we receive it, that resignifies in the eyes of the small child and that can enhance the local culture, awakening the teacher to use storytelling as an instrument for the child's development, causing him to appropriate his culture, stimulating him to the world of imagination.
Keywords: Folklore. Storytelling. Appropriation of Culture.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Gráfico - Como as crianças reagem à visitas ao museu	23
Figura 2 - Gráfico – Trabalho com literatura do folclore regional	23
Figura 3 - Gráfico – Visitas com alunos em museus ou exposições do folclore 24
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	1
2.	DESENVOLVIMENTO	2
2.1.	Problema e Objetivos	2
2.2.	Justificativa	2
2.3.	Fundamentação Teórica	3
2.3.1.	Os museus e a memória cultural	3
2.3.2.	A importância do folclore na educação	4
2.3.3.	O medo infantil no caso do Folclore Brasileiro	7
2.3.4.	Folia de Reis e sua importância para cultura regional	8
2.3.5.	A História do caipira Zé Mira	9
2.3.6.	Cultura Oral, uma tradição na transmissão dos saberes	11
2.3.7.	A Contação de Histórias no ambiente escolar	12
2.3.8.	A Contação de Histórias na visão de Vygotsky	14
2.3.9.	A Educação Infantil e os documentos norteadores	16
2.3.10.	Uma abordagem na Educação Infantil	18
2.3.11.	O uso das Tecnologias na Educação	19
2.4.	Aplicação das disciplinas estudadas	20
2.5.	Metodologia	22
3.	RESULTADOS	24
3.1.	Solução Inicial	24
3.2.	Solução Final	27
4.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	31
REFERÊNCIAS	32
APÊNDICES	35
Apêndice A	35
Apêndice B	36
Apêndice C	36
ANEXOS	43
Anexo A	43
Anexo B	44
1. INTRODUÇÃO
 A pesquisa do Projeto Integrador realizada pelas estudantes da Universidade Virtual de São Paulo – Univesp tem como foco a reflexão de como as manifestações culturais, em especial o folclore regional, é apresentado às crianças na Educação Infantil da Prefeitura de São José dos Campos.
Esta etapa faz parte do currículo escolar, porém parece que virou uma tradição do povo brasileiro, trabalhar o folclore apenas no mês de agosto. Quando vai chegando próximo da data, o professor vai logo tirando os livros da estante e pesquisando para poder dar apenas algumas aulas introduzindo os alunos no assunto. Um outro equívoco que ocorre muito na educação infantil é resumir o folclore apenas as lendas mais conhecidas e as cantigas de roda. Um assunto que é tão rico acaba sendo muito raso e superficial.
A palavra “folclore”, em sua definição do dicionário Houaiss, significa “folk” que traz a significação preservados pela tradição oral e “lore” que é o ato de ensinar um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas de um povo.
Essa definição acaba sendo um pouco redutora se for levado em consideração o fato de que toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e que este contexto, por sua vez, está em constante mudança. Desta maneira o conceito de folclore é muito mais dinâmico do que parece. Ele envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança, relatos orais, figuras etc.) e continua sendo produzido até os dias de hoje.
É dentro deste contexto que se torna necessário refletir sobre as mudanças no comportamento dos professores e educadores no cotidiano escolar, para que envolvam as crianças dentro da prática e perspectiva do folclore durante todo o ano e não somente durante uma semana como é feito atualmente.
Logo após um estudo realizado pelas alunas, notou-se a necessidade de envolver as crianças no folclore regional pois, poucas ou quase nenhuma conhece a história da sua própria comunidade. Desta forma, apresentaremos um breve estudo sobre a relação Folia-de-Reis e Educação Infantil.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Problema e Objetivos
 Durante a pesquisa realizada com algumas professoras das redes Municipal e Particular de Educação Infantil de São José dos Campos e também com a própria vivência e experiências da sala de aula, destacou-se um ponto importante no processo de formação e aprendizagemde crianças na Educação Infantil. A obrigatoriedade dos currículos em trabalhar datas comemorativas chama a atenção, não estão claros seu lugar no planejamento nem o sentido e o significado que as práticas a elas associadas teriam para as crianças, muitas vezes observa-se um trabalho descontextualizado, estereotipado e fragmentado com o que seria o conteúdo das datas comemorativas.
Dentro desta problemática, foi constatado que apenas durante alguns dias do mês de agosto é abordado o tema folclore. Essas atividades normalmente são descontextualizadas e com falta de objetivos claros. Diante disso surgiram algumas perguntas: Como desenvolver atividades lúdicas envolvendo o folclore para crianças pequenas? Como o professor pode envolver as manifestações regionais como a folia-de-reis em atividades na educação infantil? Como trabalhar o medo das crianças diante do desconhecido? Como aplicar as áreas do conhecimento que estão previstas na BNCC, contemplando a formação integral dessas crianças? 
O objetivo deste projeto é desenvolver a formação integral da criança na educação infantil diante de propostas de intervenção como o folclore, com o foco em: 
· Analisar os dados coletados através de pesquisa realizada com professores da Educação Infantil de São José dos Campos. 
· Promover o acesso virtual das crianças aos espaços culturais da cidade. 
· Resgatar a cultura local para auxiliar na formação da identidade cultural da criança.
· Utilizar a contação da história regional da folia-de-reis como enriquecimento do processo de aprendizagem.
· Trabalhar o medo das crianças do desconhecido. 
· Documentar os resultados. 
2.2. Justificativa
Pode-se contar uma história de diversas formas, através de dramatizações, pela música, pelas mídias digitais e também pela tradição oral, que são as histórias que o povo conta, as tradições e as histórias pessoais de cada lugar. A escolha do tema folclore regional remete-nos a buscar as raízes da cultura local, compreender quem são seus atores, suas crenças, seus costumes e aceitar como legítimas as suas expressões artísticas.
Ao estudar as manifestações culturais deve-se usar de sensibilidade, reconhecimento e valorização das diferenças em um mundo plural com tamanha diversidade cultural, em uma postura sensível à riqueza cultural e histórica de cada localidade. O Museu do Folclore preserva a memória cultural através da arte e abriga uma diversidade de utensílios e materiais referentes às manifestações folclóricas. Uma visita a este espaço de conhecimento e pesquisa proporciona uma gama de conhecimentos, desde a contemplação do folclore regional e a apropriação da cultura local, até a compreensão dos aspectos sociais, artísticos e históricos através da aproximação com o objeto de estudo.
Através deste trabalho pretende-se trazer o sentimento de pertencimento e identidade social, ao criar memórias e perpetuar a aprendizagem das crianças quando imersa na cultura ao experienciar, explorar e conhecer as manifestações folclóricas regionais.
2.3. Fundamentação Teórica
2.3.1. Os museus e a memória cultural
	Museus são espaços de contemplação e encantamento, pesquisa e aprendizado, vivências que preservam a memória e a cultura e auxiliam na ampliação de conhecimentos pela aproximação do aluno com o objeto de estudo, aproximando-o da sua cultura, produzida historicamente por homens e mulheres de diferentes localidades, valores e culturas. Um importante meio para a ampliação cultural e científica, abrigam coleções de valor inestimável. Segundo Falcão (2009, p.14), “os museus possuem o caráter educacional vinculado à sua própria origem, uma vez que, desde o início, se configuravam como espaços de pesquisa e ensino”.
	As exposições fazem uso dos sentidos e da ludicidade, para que “o visitante possa se sensibilizar e se apropriar dos conhecimentos expostos, assim como compreender os aspectos sociais, históricos, técnicos, artísticos e científicos envolvidos” (MARANDINO, 2008, p.20), interpretar a realidade, estimular o aprendizado e a observação, promover o exercício da cidadania.
	A memória, entendida no sentido original do termo, é tudo aquilo que uma pessoa retém na mente como resultado de suas experiências. Não é um depósito de tudo que nos acontece, mas um acervo de situações marcantes, de experiências significativas, que possibilitam criar vínculos, construir os sentidos de pertinência pela valorização da memória das experiências vividas. A memória pode estar presente de várias formas: em objetos, músicas, palavras. Ela não é estática, sua narrativa histórica transmite valores e visões de mundo que ajudam-nos a compreender o que se vive hoje e o futuro que se deseja.
A memória é essencial a um grupo porque está atrelada à construção de sua identidade. Ela é o resultado de um trabalho de organização e de seleção do que é importante para o sentimento de unidade, de continuidade e de experiência, isto é, de identidade. (ALBERTI, 1989, pág. 167)
	Ao se pensar em formas de perpetuação do patrimônio cultural, a oralidade é uma das possibilidades de socialização e de troca, ao coletar e fazer circular as memórias dos sujeitos, inserindo-os num circuito sociocultural, ressignificando não só a memória, mas o próprio sujeito e seus vínculos presentes. O homem aprende e se desenvolve ao longo da sua vida inteira pelas diversas aprendizagens que realiza e que se potencializam quando compartilhadas socialmente. A história oral contém uma mistura do subjetivo e do objetivo, queremos saber mais da história – a nossa própria, a de cada um e a de todos –e parte do interesse está em entender como as experiências do passado são reinterpretadas na memória (PEREIRA, 2005, p. 32). Esse modo de transmissão do conhecimento se faz de maneira a preservar a individualidade de cada um, dando margem para que as novas gerações sejam capazes de recriar o conhecimento a seu modo.
2.3.2. A importância do folclore na educação
 A sociedade é caracterizada por agrupamentos culturais aos quais leva-se em consideração: linguagem, costumes e instituições sociais, sendo o homem como peça principal desse contexto, para que os processos sociais aconteçam. As manifestações culturais são de extrema importância dentro dos grupos, como: danças, comidas, linguagens, tradições e crenças, o folclore faz parte dessas manifestações culturais, possibilitando a ligação histórica com os dias atuais. Gomes (2008, p.48) diz que o folclore já foi visto como uma ciência humana, um ramo autônomo da Antropologia. Significava a pesquisa, a descrição, o registro e a sistematização dos costumes populares, rurais, em geral.
A palavra folclore é derivada de folk-lore que significa folk povo e lore conhecimento ou ciência, ou seja, conhecimento e ciência de um povo, estuda as manifestações dos saberes populares. Diversas área do conhecimento também já estudavam esses saberes populares, dando-nos um certo entendimento aos pensamentos culturais e nos permitindo conhecer o que hoje sabemos sobre as culturas e tradições dos povos.
 
Muito antes de haver surgido o nome “folklore”, havia historiadores, literatos, músicos eruditos, arqueólogos, antropólogos, antiquaristas, linguistas, sociólogos, outros especialistas e alguns curiosos estudando os costumes e as tradições populares, a que mais tarde se deu o nome de folclore. (BRANDÃO, 1984, p. 26)
 Sabendo que os costumes e tradições dos povos têm como ponto de partida o resgate histórico e a observação das práticas sociais atuais, consegue-se compreender que as práticas atuais têm raízes em alguma fonte mais antiga. Para Frade (1997, p. 22) para se considerar folclore existem quatro fatores principais: a antiguidade também conhecida como tradição, a persistência, a oralidade e o anonimato, ou seja, tradições vivenciadas hoje que persistiram ao tempo e que foram trazidas e conhecidas a partir de histórias contadas oralmente sem autor próprio ou conhecido. Trata-se de manifestações culturais que, permanecendo com o povo torna-se parte deles, se há relação social de vivência e convívio, nele estápresente o folclore e a cultura, todo nosso modo de sentir e pensar o mundo existe também como regra e costumes de relações sociais.
O folclore é significado único de um povo, com suas alimentações, festas tradicionais, crenças, suas histórias e lendas que são passadas de geração em geração, tornando-se parte da vivência cultural do povo, pois cultura, é “tudo aquilo que o homem vivencia, realiza, adquire e transmite por meio da linguagem” (GOMES, 2008, p. 35). Linguagem essa que é entendida como todo meio de comunicação de um povo, podendo ser oral, escrita, música e dança que passa de um indivíduo para outro, de alguém mais velho e experiente para alguém mais novo e que se perpetuará na sociedade. Entende-se que a cultura é algo criado naturalmente entre os povos de maneira não intencional, e que permite fazer dessa sociedade única com suas tradições e manifestações culturais.
O ser folclórico é todo aquele que está inserido em uma comunidade e que sofre as influências dessa comunidade no seu dia a dia, características de um grupo social que acompanhará o indivíduo do nascimento até o fim da vida, mesmo sem perceber fazemos parte desse ser social que interfere nas nossas maneiras de agir e pensar. A vivência do ser cultural na sociedade é garantida pela Constituição Federal nos seus artigos 215 e 216.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. (BRASIL, 1988)
 
Vivemos de maneira atuante na sociedade, com todas as diversidades culturais e expressões que nelas se encontram, sendo assim a sociedade só existe pelos homens e é o resultado das suas relações. Essa é sua principal relação com o folclore, seus conhecimentos e saberes que são transmitidos e vivenciados de maneira intensa em seus grupos sociais.
O folclore na escola é algo tratado de maneira a trazer às crianças o conhecimento das diversidades e das diferenças de costumes, visto que no ambiente escolar encontram-se infinitas possibilidades e diversidades, o folclore vem sendo parte importante do planejamento para que as crianças possam compreender de maneira clara as diferenças que nos rodeiam e nos complementam.
O papel do professor é levar para dentro da escola atividades que proporcionem aos alunos compreender os processos culturais e entender seus fatores, com: músicas, festas, danças e textos, o professor pode aproximar dos alunos as diversidades que os rodeiam e aprender mais sobre as diferenças.
Primeiramente há diversão nas atividades folclóricas: os jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades básicas que, por um lado, contribuem para o desenvolvimento físico, motor, emocional e social do indivíduo e, por outro, podem servir como uma espécie de laboratório onde se praticam e se aprendem as regras da sociedade com a qual vivemos e para a qual devemos apresentar a nossa parcela de contribuição aprendendo a agir com um ser social que coopera e sabe competir. (CACHAMBU et.al., 2005, p. 56)
 Percebe-se que na maioria das vezes o assunto folclore não é muito trabalhado em sala de aula, porque há uma quebra no entendimento do que realmente é o folclore, os professores passam a ensinar o folclore como lendas, histórias, brincadeiras e cantigas de roda contudo, se ficar compreendido que todos os costumes são de origem cultural, haverá melhor entendimento sobre o que de fato é o folclore e as suas contribuições para a aprendizagem dos alunos. O folclore vai além das dessas construções que são ensinadas em sala de aula, é necessário que tenham uma melhor compreensão sobre ele para transmiti-lo aos alunos.
Na cabeça de alguns, folclore é tudo o que o homem do povo faz e reproduz como tradição. Na de outros, é só uma pequena parte das tradições populares. Na cabeça de uns, o domínio do que é folclore é tão grande quanto o do que é cultura. Na de outros, por isso mesmo folclore não existe e é melhor chamar cultura, cultura popular o que alguns chamam folclore. (BRANDÃO, 1984, p.23) 
Os professores precisam compreender que o folclore não é algo estático, ele está em constante transformação na sociedade, nas relações entre os indivíduos. Quando fala-se em folclore as crianças logo entendem os principais personagens, como: Saci Pererê, Mula sem Cabeça, Iara, Boto cor de rosa, Curupira, entre outros, porém esses personagens fazem parte dos mitos, símbolos e características que dão exemplos ou temor às pessoas das tribos ou povos, cada cultura e região cria e vive seus próprios mitos e histórias, é preciso ir além do curupira e mula sem cabeça. A partir dos personagens regionais podemos aprofundar o conhecimento dos alunos para reconhecerem o que vivem e como vivem, chegando mais próximo ao conhecimento real da cultura que é o fator principal do folclore.
O folclore pode ser trabalhado em diversos contextos e disciplinas na escola, uma das principais com a qual é trabalhado o folclore é em Artes, através dos quadros, imagens, artesanatos criados em cerâmica e bijuterias, que representam a maneira como os povos viviam e como conseguiam obter renda. Também pode-se trabalhar as datas festivas como festa junina, páscoa, natal, carnaval, todas essas festividades fazem parte da cultura do povo e devem ser estudadas como práticas constantes do meio social.
Foi instituído dia 22 de agosto como Dia do Folclore, contudo não necessariamente somente nessa data deve ser trabalhado o folclore pois, como pode-se observar, o folclore faz parte da vida do povo e das suas convivências sociais, deveria assim ser tratado com mais propriedade e durante qualquer período do ano em diferentes disciplinas, fazendo com que os alunos reconheçam suas representações culturais e se apropriem de suas histórias. 
2.3.3. O medo infantil no caso do Folclore Brasileiro
 Um dos principais motivos que podem despertar o medo das crianças pelos personagens folclóricos é o fato deles serem considerados sobrenaturais e com uma aparência espantosa. Olivieri (2003, p.50 apud Fontana, 2020) destaca em seu artigo que muitas vezes as crianças desenvolvem medos inconscientemente, devido os personagens serem representados para impor limites e controlar as atividades das crianças, como: “pega esse menino que tem medo de careta…”
O medo, segundo Lima (1970, p.356), são estímulos que o indivíduo apresenta de desprazer, de consequência negativa e prejuízo diante de alguma situação de perigo. Causando patologicamente sintomas que afetam o organismo, como: taquicardia, mal estar no estômago, arrepios, falta de ar. Ao verificar as situações de medo, pode-se observar que sentir medo faz parte da constituição biológica e psicológica do ser humano, sendo normal senti-lo diante de uma situação de perigo e considerado como normal e positivo quando dentro dos limites, contudo, quando extremo, pode trazer resultados negativos para o indivíduo.
O folclore é conceituado por Globo (1967, p.134 apud Fontana, 2020), como: “Ciência que estuda determinado tipo de fato social, aquele que se caracteriza, principalmente, por ser anônimo e não institucionalizado e, eventualmente por ser antigo, funcional e pré lógico”. As manifestações folclóricas são indicadas da necessidade de se preservar as “antiguidades populares”, representam as lendas, tradições dos costumes antigos e testemunhos de sabedoria anônima.
Por ser um país rico em diversidades culturais, o Brasil apresenta diversas lendas folclóricas, sendo essas de personagens sobrenaturais e que habitam a natureza.
2.3.4. Folia de Reis e sua importância para cultura regional
A Folia de Reis é uma manifestação religiosa que chegou ao Brasil através dos Portugueses na era colonial, ligada ao culto católico do Natal, representado de diversas maneiras nas diferentes regiõesdo país. Retrata a história da viagem dos Reis Magos à gruta de Belém, os Reis magos eram Belchior – Rei da Núbia (Arábia), que levou ouro para presentear o menino Jesus; Baltazar – Rei da Etiópia que levou incenso e Gaspar – Rei de Tarso, que levou mirra. Eles passavam de casa em casa adorando ao Menino Deus no presépio.
Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda hoje mantém-se vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país. Ela apresenta um caráter profano-religioso, fazendo parte do ciclo natalino, anualmente realizado entre 24 de dezembro a 6 de janeiro, quando se realizam as comemorações do nascimento de Jesus com várias festividades, ou festejos populares: como Congados, Folia de Reis, Império do Divino, Reinado do Rosário e Pastorinhas. (MOURA,2004,p.185).
Nos dias das festividades natalinas, as pessoas que participam da Folia de Reis visitam as casas tocando instrumentos musicais de produção própria e cantando músicas de adoração e louvores ao nascimento do Menino Jesus. Também acompanham a Folia de Reis, palhaços com roupas coloridas e máscaras, com uma espada ou varinha de madeira nas mãos, eles são responsáveis para abrir a passagem para a os foliões. Diz-se também que os palhaços serviam para distrair os soldados carrancudos de Herodes, para assim poder facilitar a fuga da Sagrada Família ao Egito.
As cores utilizadas na Folia de Reis possuem seu próprio simbolismo também, rosa, amarelo e azul que representavam a Virgem Maria branco e vermelho que representam o Espírito Santo.
No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, tais como: tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode (CASTRO,1977,p.176).
 O tema da Folia de Reis é muito importante para se manter a tradição e o incentivo às crianças de preservar a cultura e as histórias passadas pelas gerações, sabendo que hoje muito da cultura pode se perder diante do processo de urbanização e tecnologias que são utilizadas, esquecendo-se das tradições vindas pelas gerações passadas, e que são partes da nossa histórias e meios de vida ao qual vivemos hoje. Precisamos reconhecer e preservar seu valores resgatando assim o ensinamento das tradições.
2.3.5. A História do caipira Zé Mira
A história de Zé Mira, uma pessoa que muito representa o folclore regional do Vale do Paraíba, nos mostra a importância de ensinar nossas crianças a vivenciar essa experiência cultural e carregá-las consigo para as futuras gerações.
José Alves de Mira conhecido popularmente como Zé Mira, nasceu na cidade de Cristina - MG no dia 24 de outubro de 1924. Aos 7 anos de idade aprendeu com seu pai duas importantes funções que levaria por toda vida, como ser tropeiro (pessoa que conduz tropas de gado, comitivas de cavalos), e, cantar e tocar na Folia de Reis. Devido a sua primeira função de tropeiro, carregava alimentos, como arroz, feijão e café por diversas cidades da região do Vale do Paraíba e também transportava cartas, remédios e retalhos de panos para os povoados da zona rural. Já com a sua segunda função pôde levar a tradição da música e dança popular para as novas gerações. Zé Mira se estabeleceu nas cidades da região e em São José dos Campos, o Museu da Pessoa traz suas histórias e seu modelo de vida no qual ensina sobre a Folia de Reis, músicas e tradições folclóricas.
Zé Mira nos conta como era a vida do caipira, que vivia na Zona Rural e trabalhava na roça, com enxada, plantações e venda dos animais que criava, seu pai vivia dessa maneira e o ensinou desde cedo como era viver a vida do caipira, segundo seus princípios, também, foi através de seu pai, e o grupo que frequentava, que conheceu e aprendeu a tocar cavaquinho na Folia de Reis. Mesmo quando veio morar na região do Vale do Paraíba, Zé Mira continuou a trabalhar com tropas e sentia muito orgulho desse trabalho de abastecer as cidades, pois na época não havia carros, caminhões, trem, avião, todo esse serviço era realizado pelo tropeiro, até que com o passar do tempo as tropas que carregavam os alimentos foram sendo substituídas pelos caminhões. Zé Mira em um dos seus relatos nos diz: “Os fazendeiros preferiram mais a roda de borracha do que o casco do burro.” (Acervo Museu da Pessoa).
Em São José dos Campos, Zé Mira conheceu Dona Ângela Savastano, que o levou para participar na Fundação Cultural Cassiano Ricardo do grupo Piraquara, por saber que ele participava dançando Moçambique e cantando Folia de Reis, foi aqui no estado de São Paulo que Zé Mira conheceu a palavra Folclore.
A partir da sua história de vida e as tradições que trazia consigo desde criança Zé Mira criou a Casa da Cultura do caipira Zé Mira, casa que ele mesmo diz “ser a casa do povo” todos podem entrar e visitar, o local da casa foi doado pela Bandeirantes Energia, e a casa sobrevive dos produtos tropeiros que eles vendem, Zé Mira relata que não precisou de política para manter a casa e suas tradições.
Pode-se encontrar na Casa da Cultura do caipira Zé Mira diversos alimentos e produtos que o tropeiro e o “caipira” utiliza no seu dia a dia. Zé Mira fez questão de deixar tudo para o conhecimento e perpetuação das tradições, diversas histórias e relatos de sua vivência são passados para as gerações.
Zé Mira veio a falecer no ano de 2008, contudo deixou diversas histórias da tradição cultural que muito nos acrescenta na educação e no desenvolvimento das novas gerações, para que sejam conhecedoras das culturas nas quais muitos vivenciaram para que chegássemos a modernidade e tecnologia que temos hoje, a partir da história podemos valorizar todo avanço e nos sentir parte de todo contexto cultural da nossa região.
2.3.6. Cultura Oral, uma tradição na transmissão dos saberes
É através das memórias que as pessoas constroem o sentido do passado com o presente como um processo de transmissão, pelo reconto de histórias por um representante de uma determinada cultura a outras gerações, uma estratégia de aprendizagem privilegiada em todos os trabalhos e projetos, onde as tradições orais contribuem para a perpetuação da cultura que representam. Os sujeitos veem-se como integrantes da cultura e da história. 
As formas de comunicação oral sobreviveram e ainda sobrevivem porque existem muitos papéis sociais importantes a serem cumpridos pela oralidade, a expressão dos sentimentos sempre foi mais poderosa quando falada do que quando escrita. A história oral é uma abordagem ampla, é a interpretação da história das sociedades e culturas em processo de transformação, por intermédio da escuta às pessoas e do registro das histórias de suas vidas. A habilidade fundamental na história oral é aprender a escutar. Ela não é simplesmente histórica, mas também sociológica, antropológica e é parte dos estudos culturais em geral, pois ela se baseia nessa forma fundamental de interação humana, que transcende as disciplinas. (PEREIRA, 2005, pág,20)
 Ao perceberem que as suas memórias integram espaços socialmente valorizados como os museus, crianças, educadores e a comunidade reconhecem a importância de sua contribuição para a escola como espaço de inclusão e de construção da cidadania, circulação e produção de saberes a partir das memórias das comunidades, para a construção da identidade dos alunos, da valorização e do respeito às diferenças. 
	A escuta ativa das crianças prioriza-lhes o protagonismo, mas é propondo experiências que ampliem os horizontes culturais e artísticos das crianças, mediante o acolhimento de seus interesses singulares, “experiênciaslúdicas e significativas, que de fato permitam às crianças compreenderem e afetarem o mundo no qual estão inseridas” (SÃO PAULO, 2019, pág.58), que se garante à criança o direito de aprender “convivendo, brincando, participando, explorando, expressando e conhecendo-se em contextos culturalmente significativos para ela” (ibidem).
2.3.7. A Contação de Histórias no ambiente escolar
 A contação de histórias é uma atividade muito antiga conhecida da humanidade, pois contar histórias se constitui uma prática mais antiga que a escrita. As histórias que contamos são uma forma que se tem para expressar fatos, momentos e até a cultura que se vive. É a forma mais simples de absorver os valores praticados no individual e coletivo do convívio social e a forma de abranger a cultura da comunidade que este indivíduo vive.
Na formação do indivíduo, as histórias têm importante lugar para a constituição do mesmo, pois é através dela que se transmite conhecimentos e valores, o que a torna uma prática de ensino-aprendizagem.
Os significados dessas histórias para a humanidade transcendem não somente o diálogo, mas trazem consigo narrativas carregadas de experiências vividas e imaginadas. O seu campo de atuação além da área das ciências humanas, é amplamente explorado no campo da educação, pois atua de forma comunicativa. Através da ampla comunicação, a humanidade utilizou-se e ainda se utiliza da contação de histórias como ferramenta para divulgar seus valores, suas tradições, seus costumes, a qual desperta no ouvinte um sentimento de pertencimento a determinada cultura. Este sentimento de pertencimento é algo fundamental para a formação do cidadão, sendo assim, a contação de histórias fundamental para a humanidade.
A contação de histórias é atividade própria de incentivo é imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tornamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são de plano de imaginação, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real. (RODRIGUES, 2005, p.4)
Contar histórias é ajudar o ouvinte desenvolver sua criatividade, por isso é necessário criar um ambiente que proporcione um encantamento, surpresa, suspense, curiosidade e emoção, a história deve ganhar vida na imaginação deste ouvinte e também do narrador envolvendo todos os sentidos no ato de narrar a história, para que o ouvinte seja capaz de adentrar neste mundo de corpo e alma, com o coração sensível e enriquecendo a leitura de mundo na sua trajetória.
A criança e o adulto, o rico e o pobre, o sábio e o ignorante, todos, enfim, ouvem histórias com prazer – uma vez que estas histórias sejam interessantes, tenham vida e possam cativar a atenção. A história narrada, lida, filmada, dramatizada, circula em todos os meridianos, vive em todos os climas. Não existe povo algum que não se orgulhe de suas histórias, de suas lendas e de seus contos característicos. É a lenda a expressão mais delicada da literatura popular. O homem, pela estrada atraente dos contos e histórias, procura evadir-se da vulgaridade cotidiana, embelezando a vida com uma sonhada espiritualidade. Decorre daí a importância das histórias (TAHAN, 1966, p.16)
A fantasia e o imaginário fazem parte do mundo infantil e a contação de histórias está diretamente ligada à construção deste mundo na vida da criança. O uso desta ferramenta estimula além da imaginação, o gosto pela leitura, a ampliação de seu vocabulário, o olhar para outras narrativas e a exploração da sua cultura, que o levarão a examinar a relação entre o seu mundo íntimo e o mundo social desenvolvendo assim o consciente e subconsciente, criando seus conceitos, suas crenças, formando a sua personalidade. 
A vida é entendida dentro de uma narrativa e as histórias desenvolvem na criança a capacidade de compreensão da ficção. Por isso é muito importante que a criança tenha contato com o mundo da literatura desde muito pequena, tanto com o manuseio do livro como ouvindo, recriando e recontando histórias. Assim afirma Máximo-Esteves (1998, p.125) que, “O prazer que a criança tem de ouvir e contar histórias é um claro indicador de que a fantasia e a imaginação são muito importantes para ela conhecer e compreender”. A linguagem que deve ser veiculada nesta prática deve ser de forma clara, sem intervenções explicativas, com tom apropriado, criando um clima que favoreça a curiosidade, a criatividade e a fantasia.
A criança que ouve histórias cotidianamente desperta em si a curiosidade e a imaginação criadora e ao mesmo tempo tem a chance de dialogar com a cultura que a cerca e, portanto, de exercer sua cidadania. O encontro do seu imaginário com o mundo de personagens tão diversificados pertencentes aos contos, sejam eles tradicionais ou contemporâneos, é fator de grande enriquecimento psicossocial. (BEDRAN, 2012, n.p.)
O período tecnológico que vivemos na atualidade, é um momento em que a criança se torna tecnológica, pois já nasce tendo acesso às tecnologias de comunicação. O computador, os tablets e principalmente o celular é algo de fácil acesso trazendo uma gama de novos conhecimentos às crianças. É algo muito atrativo, muitas vezes colorido e lúdico, o qual a atenção é totalmente roubada. Com isso vemos os livros serem deixados de lado, as histórias, os contos serem deixados de lado pela criança, e a imaginação e a criatividade sendo substituídas pelos aplicativos de jogos e vídeos. 
O desafio do educador é justamente fazer com que a criança, desde a educação infantil, descubra o gosto pelo ouvir e contar histórias. É de grande importância que o professor agregue ao cotidiano de sua sala de aula, às suas crianças a prática de contação de histórias, práticas de reconto e reescrita cooperativa para o desenvolvimento de crianças leitoras, desenvolvendo sua visão de mundo, aperfeiçoando a sua criatividade, estimulando sua imaginação e fortalecendo vínculos sociais, educativos e afetivos. 
Portanto, contar histórias é algo inerente à humanidade, mais que necessário para a formação e o desenvolvimento integral do cidadão, ao qual todo educador deve atuar com a visão de um recurso aliado ao trabalho pedagógico, o momento de aprendizagem, o momento de apropriação da cultura na vida da criança. O ato de contar histórias é próprio do ser humano, e o professor pode apropriar-se dessa característica e transformar a contação em um importantíssimo recurso de formação do leitor. (PENNAC, 1993, p. 124)
2.3.8. A Contação de Histórias na visão de Vygotsky
 Contar histórias é uma prática da natureza humana. Observar as situações vividas e contá-las aos outros, contar fatos registrado na memória, reviver momentos contando aos outros o que viu e sentiu, relatar algo que presenciou, contar aquilo que lhe foi contado, colocar-se no lugar do outro e sentir como se fosse com você, são práticas que a contação de histórias pode proporcionar a quem se presta este papel. Incrível é constatar que esta prática é tão corriqueira na vida do ser humano, que se pode vivenciar estes momentos diversos do dia, muitas vezes tomado por emoção, refletindo e formando opiniões através de histórias contadas.
A contação de histórias, que antes tinha como objetivo relatar aos próximos as situações do cotidiano, passou a ter outro papel na vida das pessoas, mudou para o campo da psicologia e o campo da educação. Pois é a partir do ouvir histórias que se tem instrumento para aquisição de conhecimento, desenvolvimento da leitura, escrita e raciocínio lógico, sob a ótica das interações humanas. A história contada causa encantamento, prendendo a atenção de seus ouvintes e levando-os a imaginar.
Através dos estudos de Vygotsky pode-se entender que pertence ao homem diversas capacidades como pensar, deduzir, raciocinar e abstrair, cercados de sentimentos, como a imaginação e as emoções, a partir daí, pode-se levar em conta o que afirma Vygotsky (2010, p.144) que o trabalho do pedagogo deve consistirnão só em fazer com que os alunos pensem e assimilem o conhecimento, mas também possam sentir. Sendo assim, consegue-se compreender que para se trabalhar o pensamento, a imaginação e a memória, a contação de história faz-se fundamental na vida da criança.
Vygotsky (2009, p.14) entende que o cérebro tem a capacidade de combinar e reelaborar de forma criativa, “elementos da experiência anterior, construindo novas situações e novo comportamento”. Para Vygotsky (ibidem) ainda existem quatro formas de estabelecer uma relação entre a realidade, os pensamentos e a imaginação. A primeira forma está relacionada às experiências vividas pelo sujeito e aos elementos da realidade que acabam por constituir a imaginação. A segunda forma é através das experiências que a criança tem nas interações com o outro, gera a imaginação e a enriquece. A terceira forma está na relação entre a realidade e a imaginação dentro do campo emocional. Manifestando-se de forma que o sentimento filtra “elementos isolados da realidade, combinando-os numa relação que se determina internamente pelo nosso ânimo” (ibidem, p.26), que por consequência influencia a imaginação. A quarta forma está totalmente ligada à relação entre a realidade vivida e a fantasia, e se refere à construção da imaginação através de algo novo, sem relação nenhuma com as experiências vividas e que lhes são transmitidas. Contudo Vygotsky (ibidem, p.29) ressalta que ao adquirir a materialidade, a imaginação é “cristalizada”, concretizando-se no mundo e influindo sobre outras coisas, tornando real a imaginação.
Ao observar a contação de história dessa forma, se permite uma relação entre a fantasia e a realidade e por consequência, a ação do sujeito no mundo. A imaginação ganha tangibilidade e avança no sentido de atribuir significado, ao que era considerado imaginação. Para Vygotsky “o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos instrumentos linguísticos do pensamento e pela experiência sócio-cultural da criança. ” (VYGOTSKI, 1999, p. 62).
Para este renomado teórico, a aprendizagem também acontece através dos signos, que nada mais são que instrumentos psicológicos que atuam nos processos internos do homem, permitindo através deles a interpretação da realidade, trabalhando em sua memória, permitindo significação da realidade, o conceito de espaço e tempo. Os signos têm como função representar objetos não necessariamente presentes, como gestos, palavras, feições. O objeto é substituído por representações mentais que se transformam a todo momento, através das de um processo interior caracterizado pela mediação simbólica.
A função do instrumento é servir como um condutor da influência humana sobre o objeto da atividade; ele é orientado externamente; deve necessariamente levar a mudanças nos objetos. Constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o controle e domínio da natureza. O signo, por outro lado, não modifica em nada o objeto da operação psicológica. Constitui um meio da atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo; o signo é orientado internamente (VYGOTSKY, 2007, p.55).
A contação de histórias é o instrumento de articulação de signos e objetos e ainda de transmissão de conteúdos e de valoração da cultura. Combinados com sua relação, com a imaginação e sentimentos, a contação de histórias tem papel fundamental na vida da criança na educação infantil. E é de grande importância que o professor compreenda o seu papel neste processo e possa desempenhar com maestria, levando seus alunos a desenvolver a imaginação, o conhecimento e atribuindo ao mundo da literatura uma fonte inesgotável de prazer e emoção.
A contação de histórias é um momento mágico que envolve a todos que estão nesse momento de fantasia. Ao contar histórias, o professor estabelece com o aluno um clima de cumplicidade que os remete à época dos antigos contadores que, ao redor do fogo, contavam a uma plateia atenta às histórias, costumes e valores do seu povo. A plateia não se reúne mais em volta do fogo, mas, nas escolas, os contadores de história são os professores, elo entre o aluno e o livro. O ato de contar histórias é próprio do ser humano, e o professor pode apropriar-se dessa característica e transformar a contação em um importantíssimo recurso de formação do leitor. (PENNAC, 1993, p. 124). 
2.3.9. A Educação Infantil e os documentos norteadores
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil a criança é apresentada como um sujeito histórico e de direitos que se desenvolve nas interações, faz amizades, brinca, aprende, observa, experimenta, constrói sentidos sobre o mundo pelas relações estabelecidas com o outro (BRASIL, 2013, pág.86), à medida que um grupo de crianças interage, são construídas as culturas infantis. As experiências com a cultura oral potencializam a participação da criança ao escutar histórias e narrativas, participar de conversas, falar e ouvir, “com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social. ” (BRASIL, 2017, p.44)
As interações sócio-culturais estudadas por Vygotsky (1999), enfatizam o convívio social e cultural da criança com seus pares, o que contribui de forma relevante para seu desenvolvimento e aprendizagem, onde a pré-escola se torna um espaço privilegiado, pois são intencionalmente proporcionadas experiências lúdicas e com múltiplas linguagens, criadas culturalmente. A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, o tempo, o espaço e o contexto em que o sujeito aprende a constituir e reconstituir a sua identidade. Nessa faixa etária que compreende o ciclo de desenvolvimento e de aprendizagem, as crianças carregam marcas singulares antropoculturais, pois provêm de diferentes contextos étnicos, socioeconômicos e socioculturais. 
	Socializar a cultura é incluir e garantir a presença das crianças na escola considerando a inclusão das várias manifestações de cada comunidade, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural. A educação é, portanto, um processo de socialização da cultura da vida, no qual se constroem, se mantêm e se transformam conhecimentos e valores. Segundo a LDB 9394/96
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996, art. 1º)
	A escola, para cumprir sua função sociopolítica e pedagógica, deve oferecer recursos construídos histórica e culturalmente para que as crianças possam se manifestar e ver essas manifestações acolhidas, na condição de sujeito de direitos e de desejos. Cada atividade proposta deve considerar a potencialidade dessas crianças, a heterogeneidade da comunidade atendida, a diversidade que “nos coloca o desafio de buscar as alternativas necessárias para atender as crianças – e cada criança –, compreendendo-as a partir de suas experiências e condições concretas de vida” (KRAMER, 1995, p. 22). 
	O currículo da Educação Infantil é um conjunto de práticas que buscam articular os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio sociocultural na construção de suas identidades, é o tempo em que a curiosidade deve ser estimulada a partir da brincadeira orientada. Ao vivenciar práticas que valorizam esses saberes, a criança pode construir uma imagem positiva de si, afirmando sua própria história, sua singularidade e atribuir novos sentidos à sua experiência produzindo cultura. Por isso é necessário pensar 
Um currículo sustentado nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para as experiências concretas da vida cotidiana, para a aprendizagem da cultura, pelo convívio no espaço da vida coletiva e para a produção de narrativas, individuais e coletivas, através de diferentes linguagens (BRASIL, 2013, pág.93). 
	Parte desse processo de apropriação da cultura se dá ao promover o acessoaos espaços culturais, às práticas culturais da comunidade pelas apresentações musicais, teatrais e plásticas, visitas a bibliotecas, brinquedotecas e museus. Os espaços não formais de educação permitem uma relação mais direta com o objeto de estudo onde atividades pedagógicas aproveitam esses espaços como extensão, como cenário para as propostas, ampliando o capital cultural dos alunos, no uso de uma linguagem que parte do concreto para o abstrato, do conhecido para o desconhecido, favorecendo a articulação entre os conhecimentos adquiridos e o meio (RANGEL, 2005, p. 29).
	A instituição escolar deve estar aberta à comunidade abraçando sua identidade cultural e regional, através de uma gestão democrática, ao possibilitar sua participação na elaboração e acompanhamento da proposta curricular. Seguindo os princípios fundamentais: éticos, políticos e estéticos, estabelecidos na Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98, na valorização da autonomia e do respeito às diferentes culturas, identidades e singularidades, dos direitos do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática, da valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
2.3.10. Uma abordagem na Educação Infantil
Um dos maiores desafios enfrentados pelo professor é ensinar aos alunos os elementos da própria cultura, que fazem parte do folclore brasileiro. Quando as crianças chegam nas escolas, elas trazem com consigo os elementos culturais que estão mais próximos delas. Por isso, explicar a elas que essa “cultura caseira” faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. Diante desta perspectiva os alunos consideram o folclore como um elemento que está distante deles, dos quais não participam. 
É importante estimular as crianças a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares podem ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. A criança só irá conseguir entender a diversidade se perceber que ela também faz parte disso. 
Tendo isso em mente, fica clara a inadequação do tratamento do tema apenas em agosto. Para desenvolver projetos que trabalhem aspectos da cultura brasileira no decorrer de todo o ano letivo é fundamental, em todos os níveis de ensino, a começar principalmente na educação infantil. 
Em vez de abordar os elementos da cultura apenas no mês de agosto por mera convenção, é mais coerente adaptar os currículos das escolas de acordo com as manifestações culturais regionais. 
Para aproximar o folclore da realidade dos alunos, os professores podem inserir em seus planos de aula brincadeiras lúdicas e cantigas de roda (como um ponto de partida e não como uma abordagem exclusiva). 
Além de estimular o movimento das crianças, algo fundamental nessa faixa etária, de acordo com os documentos oficiais, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz as crianças pequenas entrarem em contato com as manifestações artísticas locais, que são expressões de sua cultura. É importante começar com aquilo que o aluno traz para o ambiente escolar, facilita o entendimento da diversidade cultural.
2.3.11. O uso das Tecnologias na Educação
A tecnologia foi algo criado pelo homem para facilitar e melhorar suas ações na sociedade, utiliza-se de equipamentos próprios para execução de determinados serviços, entretanto antes mesmo das tecnologias vistas hoje, já havia as tecnologias digitais, como: televisão, rádio e vídeos que fazem parte da ação virtual principal para a informação e comunicação.
A tecnologia faz parte da vida de bilhões de pessoas, antes da população ter acesso a toda essa tecnologia, ela já era utilizada pelos serviços militares no EUA. A tecnologia serviu para comunicar diversas pessoas de diferentes lugares, a partir da criação do telefone e até os dias atuais com a internet, computadores e celulares. O meio educacional também foi afetado pelo uso das tecnologias, os professores têm visto a necessidade de utilizar desses meios para que complementem suas práticas pedagógicas e permitam aos seus alunos os conhecimentos a partir da utilização dessas tecnologias.
No início essas tecnologias digitais foram muito criticadas pelos professores, por achar que não seria algo positivo ao ensino dos alunos, como Kalinke (1999, p.28) afirma: 
Quando teve início a utilização dos computadores como uma ferramenta pedagógica, muitos professores ficaram preocupados. Houve uma espécie de resistência geral à máquina. Alegavam, os docentes, que não podiam permitir que ela tomasse o seu lugar. Era prejudicial aos alunos e à educação, pois ocupava o posto do professor tradicional e, consequentemente, eliminava o relacionamento interpessoal. Isso certamente iria refletir na formação dos jovens.
Fez-se necessário uma reformulação dos procedimentos e metodologias aplicados na sala de aula, pois a maioria dos alunos já tinham acesso às redes tecnológicas e o estudo metódico e tradicional que antes era empregado não seria mais eficiente para aprendizagem e interesse dos alunos. Mesmo com a resistência de alguns professores essa mudança se fez necessária.
Os alunos buscam formas de aprendizagem mais dinâmicas e inovadoras, por serem alunos que já nasceram na era digital e da tecnologia, chamados nativos digitais, a internet é uma excelente ferramenta com jogos e atividades que podem auxiliar a prática docente e que pode facilitar a compreensão e entendimentos dos alunos a partir de vídeos, noticiários, informações e até mesmo a troca de experiências e contato com outras pessoas de diferentes lugares, conforme Teles et al (2020, p.2): 
A utilização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) em diversos contextos e com diferentes funcionalidades faz parte do cenário vivenciado na contemporaneidade. Os smartphones, tablets, notebooks estão amplamente distribuídos pelo mundo, sendo utilizados cotidianamente pelos indivíduos.
A BNCC também preconiza o uso das tecnologias para o ensino e aprendizagem, para que haja um ensino mais crítico e independente por parte dos alunos. 
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BRASIL, 2017 p. 9)
Os professores da educação infantil e do ensino fundamental anos iniciais, utilizam desses recursos a partir de vídeos que servem para tornar as aulas mais atrativas e auxiliar a visualização e entendimento dos alunos do conteúdo aprendido. O recurso audiovisual permite que através dos sons e imagens a atenção e os sentidos sejam estimulados e desperte o interesse dos alunos para o conteúdo estudado, despertam também as emoções que faz com que as crianças ressignifiquem e assimilem melhor o que for aprendido. 
2.4. Aplicação das disciplinas estudadas
 A partir da problemática encontrada, pode-se compreender a importância da educação que vem fora dos muros da escola. O conhecimento obtido dentro dos museus consultados geram nas crianças a materialização daquilo que é criado na imaginação de cada um, e a base para que se entenda que o conhecimento não vem somente da escola, este conceito nos foi apresentado através da disciplina de Educação em Espaços não formais. 
A importância da valorização da cultura local é fundamental para que o aprendiz possa se formar como cidadão pleno, entendendo seu lugar no mundo e sentir que a sua cultura é importante, olhando sempre para o entorno e as pessoas que participam da vida do aprendiz, mapeando, promovendo vivências, aprofundando o tema, promovendo o contato com diversos materiais e permitindo que o aprendiz possa ressignificar o conceito de Folclore. Todo este aparato faz parte das teorias pós críticas encontradas no multiculturalismo estudadona disciplina de Educação e Cultura Corporal. 
A problematização ganha um lugar de destaque, pois é através de um conflito gerado em uma aula, que se levantam hipóteses para que haja uma desconstrução da forma que se ensina o folclore. Problematizar é exercer análise crítica da realidade, e estes princípios encontramos na disciplina Metodologia para a Educação Básica: resolução de problemas.
Não se pode esquecer que este conhecimento pode ser levado à qualquer idade, este projeto a princípio trabalha com crianças da Educação Infantil, mas pode-se levar este conhecimento até adultos do EJA.
Este projeto se apoiou também na teoria do grande filósofo da área da Psicologia, Sociologia e Filosofia, Vygotsky, apresentando a importância da contação de histórias no processo do desenvolver e aprender da criança, fundamentado em suas teorias.
Dentro da área de Fundamentos da Educação Infantil, foi utilizado o princípio das interações com o outro, o meio e o objeto de conhecimento como instrumento de aprendizagem no processo de formação e desenvolvimento da criança. Utilizando a linguagem da contação de histórias como recurso de promover a interação da criança com novos modelos de aprendizagem, de forma lúdica e convidativa.
Dentro da disciplina Alfabetização e Letramento, pode-se apresentar através da contação de história um gênero textual sobre Folia de Reis onde a criança entra em contato com o mundo letrado, ouvindo e formulando hipóteses de leitura e escrita. E enfim, dentro da área da Avaliação, pode-se trazer uma reflexão sobre a postura do professor em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Através de registros e analisando todo o processo de ressignificação do conteúdo apresentado, para que o trabalho seja eficaz na internalização do tema proposto de forma analítica. 
2.5. Metodologia
O estudo bibliográfico e de campo se iniciou a partir da disposição de escolha de um determinado tema para pesquisar: “O Folclore Regional”, chegando à análise dos dados levantados e possível solução do problema pesquisado, segundo Oliveira (2008), buscou-se compreender o medo do desconhecido, analisar, conhecer a realidade e produzir novos conhecimentos, privilegiando a pesquisa de temas relacionados à memória cultural, manifestações folclóricas regionais, tradição oral na contação de histórias para a educação infantil e o resgate da cultura local.
Utilizando as ferramentas do Design Thinking, buscamos uma abordagem centrada no ser humano de forma empática, para a compreensão do contexto estudado e ressignificação da temática em um desafio de entender as reais necessidades das pessoas e todos os atores envolvidos. A pesquisa no Design Thinking é importante para levantar insights, gerar conhecimento, levantar questões sobre o entendimento do problema e para a concepção de uma solução (Apêndice A).
Para a ideação da proposta de um plano de atividades que abordem a temática levantada, o Brainstorming (Apêndice B) foi realizado para nos encorajar a pensar de forma expansiva, coletar as diferentes ideias propostas e direcionar as pesquisas e propostas de intervenção.
	Como instrumento de coleta de dados foi adotada uma pesquisa de abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994) com professoras da educação infantil, de forma a compreender o trabalho realizado com a temática do folclore regional, bem como o uso dos espaços culturais mais próximos e a percepção dessas professoras sobre a receptividade das abordagens folclóricas pelas crianças, com muita curiosidade e entusiasmo, durante as visitas guiadas aos museus e espaços culturais visitados (figura 1). Essa pesquisa contribuiu para orientar a temática desenvolvida e as pesquisas relacionadas à contação de histórias na educação infantil, trazendo a contextualização pelas manifestações culturais da região, a experimentação dessas manifestações e o resgate da cultura pelo sentimento de pertencimento.
FIGURA 1
	A pesquisa trouxe a constatação de que, apesar de a grande maioria das professoras trabalharem com a literatura folclórica regional (figura 2), mais da metade delas nunca fez uma visita aos espaços culturais da região que trabalham a temática do folclore com seus alunos (figura 3). Dessa forma as pesquisas foram direcionadas aos espaços culturais e museus com temática do folclore, às manifestações da cultura local e às personagens que ajudaram a escrever essa história e recontá-la pelas cantigas, danças e apresentações.
 
FIGURA 2
 
FIGURA 3
	Após realizarmos diversos estudos e pesquisas pelos documentos norteadores, utilizando como base os objetivos de aprendizagem previstos pela BNCC para crianças pequenas (Anexo B), foi elaborado um plano de aula (Apêndice C) a partir de uma situação problema, com o passo a passo das atividades que serão desenvolvidas em três momentos distintos, no decorrer das intervenções propostas. Utilizando-se de recursos lúdicos e experimentações artísticas, será proposto ao aluno uma imersão no universo da cultura regional local, após uma contação de história no Museu do Folclore, localizado no Parque da Cidade Roberto Burle Marx, em São José dos Campos.
3. RESULTADOS
3.1. Solução Inicial
O Projeto Integrador V, nos convidou a realizar primeiramente uma reflexão de uma visita ao museu pensando em contação de história como uma narrativa artística. A primeira reflexão deste grupo foi entender a contação de histórias como um instrumento de aprendizagem dentro da perspectiva da Arte e como sua prática pode somar-se aos conhecimentos ensinados às crianças na Educação Infantil dentro de um espaço não formal.
Os primeiros temas definidos pelo grupo estariam entre a Valorização da Cultura Negra e a Valorização da Cultura Regional. Tendo assim, a princípio, a primeira solução discutida em grupo, o desenvolvimento de um aplicativo ao qual a criança pudesse ouvir histórias e decidir o final, tendo o poder de elaborar e reelaborar ideias para o final desta história.
Partiu-se para a pesquisa de museus na região, pois a intenção deste grupo, desde o início, é a valorização da cultura local para o desenvolvimento da Identidade Cultural. A pesquisa foi realizada através do acesso virtual aos Museus:
· Museu do Folclore de São José dos Campos
· Museu Felícia Lerner de Campos do Jordão
· Museu das Figureiras de Taubaté
· Museu da Aeronáutica CTA de São José dos Campos
· Museu do Monteiro Lobato de Taubaté
· Museu da Pessoa
Através destas pesquisas, pôde-se observar a rica cultura regional do Vale do Paraíba em relação à cultura Folclórica. Através das experiências vividas pelas integrantes do grupo, em algumas visitas ao Museu do Folclore, foram discutidas algumas problemáticas como: 
· Medo das figuras folclóricas e do desconhecido.
· Trabalho desenvolvido sobre o folclore na educação infantil somente no mês de agosto, conhecido como “mês do folclore”.
· Trabalho do folclore na educação infantil somente no campo das Artes, Música e basicamente sobre um personagem, o Saci Pererê.
Foi realizado através de todas ideias discutidas no grupo, um Braimstorm (Apêndice B) e um Design Thinking (Apêndice A), para que se pudesse compreender o caminho a percorrer para o desenvolvimento da problemática e solução para o trabalho com folclore regional para crianças pequenas. A partir das problemáticas levantadas pelo grupo, foi desenvolvido um questionário para professores da Educação Infantil da rede Municipal e Particular, sobre o desenvolvimento da temática Folclore e qual a reação das crianças em relação ao tema. 
A finalização desta pesquisa, trouxe ao grupo a ideia de que a grande maioria dos professores trabalham a literatura folclórica regional, porém mais da metade desses professores nunca visitaram os espaços culturais da região. Trazendo o entendimento de que o não trabalhar os textos literários do folclore contribui para o medo do desconhecido e falta de materialização através das visitas, tanto presencial quanto virtual, traz à criança pequena este medo. Desenvolvendo a seguinte temática: “O medo, a falta de acesso e procura, e a falta de interesse pelacultura folclórica”.
O grupo se direcionou para a pesquisa de espaços culturais e museus com temática do Folclore, manifestações da cultura local e à personagens que se destacam no desenvolvimento desta cultura, escrevendo histórias, músicas (cantigas), danças e apresentações. Essas pesquisas se fundaram em questões como:
· Identidade Cultural
· Manifestações Culturais
· Artistas locais
· Folclore na Educação Infantil
· Dificuldade de compreensão e interesse pelo Folclore
· Trabalho com o medo do desconhecido
· A falta de uso de recursos lúdicos na contação de histórias
· Falta de trabalho diversificado na literatura folclórica.
A primeira ideia após estas pesquisas, foi realizar atividades através da literatura de Monteiro Lobato, por ter um acervo mais conhecido, personagens marcados pelas mídias televisivas e acesso ao Museu em Taubaté.
Mas nas pesquisas chegou-se também na figura de Zé Mira, um tropeiro, mestre de Folia de Reis, conhecido na região como a pessoa caipira que representa essa cultura tão característica da região do Vale do Paraíba. A partir das pesquisas e das discussões, o grupo entendeu a importância da valorização da cultura pouco divulgada, quase desconhecida e pouco falada para crianças pequenas. Sendo assim, a escolha do tema e o alvo do projeto foi encontrado para, assim, se cumprir a proposta deste grupo desde o princípio, que é conhecer e valorizar a cultura regional.
Levar para a criança, através do conhecimento, da visualização e do manuseio deste mundo do Folclore, o desenvolvimento do interesse pela sua cultura, o desenvolvimento da curiosidade, em vez do medo, e levar a experimentação para que a criança possa se desenvolver de forma autônoma, se expressando, explorando, observando, relacionando, investigando, criando significados sobre o seu meio social e cultural, construindo assim sua identidade cultural.
3.2. Solução Final
Para o desenvolvimento integral deste projeto foram realizadas diversas pesquisas. Estas pesquisas as levaram a discussões e pontos a serem considerados, tais como: 
· Qual a importância da Identidade Cultural?
· O que a Cultura Local, neste caso, caipira, pode contribuir com a formação desta identidade?
· A criança conhece sua história, e a história da cidade em que vive?
· As tecnologias dificultam a formação desta identidade cultural?
· A sociedade e o professor se preocupam em trazer este conteúdo através da cultura oral, transmitindo saberes através da contação de histórias, literalmente?
· O folclore é valorizado ou somente transmitido formalmente?
· Vale a pena resgatar essa cultura de transmissão de saberes?
Essa reflexão, levou este projeto a procura por materiais regionais, pouco valorizados e transmitidos. Apesar de se encontrar vasto material sobre Folia de Reis nas diversas páginas, canais e até visitas virtuais em museus, a constatação deste grupo foi que este tema é pouco trabalhado, por falta de conhecimento, muitas vezes e também pelo trabalho na zona de conforto de educadores, que preferem trabalhar o tradicional com as crianças pequenas. 
Destacamos também a importância da valorização da pessoa Zé Mira, como o referencial da Folia de Reis na cidade de São José dos Campos, pois através das ações pela valorização da cultura caipira, encontramos o seu legado até hoje em trabalhos desenvolvidos pela Casa de Cultura Caipira Zé Mira e através do Museu da Pessoa, classificados espaços não formais, para divulgação da cultura raiz para as novas gerações.
Devido às atuais circunstâncias, foi desenvolvido uma situação problema hipotética, ao qual crianças que não conhecem o tema “Folia de Reis”, acham engraçada a música que a professora coloca em sala de aula para o desenvolvimento de outra atividade. Surge então a possibilidade de conhecer e transmitir essa cultura através de uma tradição antiga, a contação de histórias, algo que nossos ancestrais tinham como rotineiro, e que com a atualidade e os novos sistemas de comunicação acabaram soterrando essa tradição tão rica e tão importante para a formação do cidadão. A partir desta problemática, este projeto tem por finalidade desenvolver atividades que contemplem os seis (6) direitos de aprendizagem da BNCC (Anexo A) para a Educação Infantil, que são: conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. Desenvolvendo por completo a aprendizagem da criança pequena.
Situação Problema
Em uma sala de Pré II, durante uma aula, a professora propôs um momento de atividades corporais, como esconde-esconde, vivo-morto, dança da cadeira, e estátua. Para este momento, selecionou diversas músicas típicas das diferentes regiões do país, e uma das músicas chamou a atenção de duas crianças que participavam ativamente da brincadeira. A princípio acharam engraçado, mas depois sentiram que era um toque legal para se dançar. A professora atenta a todos da sala, percebeu o quanto aquela música chamou a atenção daquelas duas crianças e resolveu fazer uma roda de conversa após o momento de atividades para dar voz aos pensamentos das crianças. 
No momento da roda, pode-se observar o quanto era prazeroso para todos o momento em que eles podiam dançar e pular através da brincadeira e ouvindo músicas. Foi então que em um momento em que conversávamos sobre o quanto a música comandava os nossos movimentos em alguns momentos que o aluno A comentou:
- Eu achei muito engraçada aquela música do tambor!
Enquanto o Aluno B sorria, ele ainda falou
- Mas depois eu gostei de dançar! Mas professora eu nunca ouvi uma música dessa!!
Então o aluno B ainda rindo falou
-É estranha, professora!
Então a professora, conhecendo bem sua turma foi logo fazendo uma pergunta a todos:
-Vocês conhecem essa música que nossos amigos estão falando?
Voltou novamente à caixa de som e tocou-a novamente.
Depois de conversarem bastante entre eles, a professora voltou a perguntar:
-Alguém conhece?
E uma criança levantou a mão e disse:
-Meu avô e meu pai tocam essa música, depois do Natal, eles têm um grupo que tocam essas músicas, lá no Parque Vicentina Aranha.
A professora pergunta se ela conhece esse grupo, mas a criança não lembra o nome. As crianças ficam muito curiosas e começam a perguntar para a colega se ela já tinha participado, outras pedindo a professora para colocar a música novamente. A professora deixa as crianças conversarem mais para saber o que elas já sabem sobre o assunto e quais as suas principais dúvidas.
 Diante da reação da sala, a professora pensa em trazer para as crianças a cultura de Folia de Reis. A partir disso prepara para uma sequência de aulas em um planejamento que vai abordar diversos campos de experiências em situações de aprendizagem distintas, distribuídos em aulas semanais dentro do plano de ensino já existente, sempre às quartas-feiras após o lanche, com tempo suficiente para as interações das crianças até o final da aula. 
Desenvolvimento das atividades
Primeiro momento – Desenvolvido em um espaço não-formal
Após a discussão das crianças sobre o que elas sabem e lembram sobre sua cultura a professora prepara as próximas intervenções. Em um primeiro momento, ela faz uma visita com a sua turma, ao Museu do Folclore, no Parque da Cidade Roberto Burle Marx em São José dos Campos, onde as crianças poderão ouvir uma contação de histórias com pessoas caracterizadas pelos três principais personagens da Folia de Reis – Baltasar, Belchior e Gaspar. 
Fonte: https://www.101fm.com.br/101/folia-de-reis/
Para esse momento será utilizado o livro: O Grande Livro do Folclore de Carlos Felipe de Melo Marques Horta. Livro este lançado em 2000 pela editora Leitura. A professora já deixou previamente separado a página 115, pois, retrata em detalhes o que é a Folia de Reis. 
Podemos colocar a página aqui? 
Logo após as crianças ouvirem a contação de história com os personagens da Folia de Reis, elas irão para o lado de fora, no entorno do Museu para realizarem em conjunto com a professora e os personagens caracterizados uma roda de conversa sobre algumas cantigas (conhecidas ou não), parlendas e brincadeiras.Serão mais uma vez estimuladas a produzir e entender que o Folclore é todo o conhecimento e cultura de um povo. Esse momento será aproveitado para que as crianças possam dançar, tocar ou cantar e aproveitar mais a prática do reconto de histórias, pois, produzir cultura, ou seja, folclore, é inerente ao ser humano. 
Fonte: http://www.educandotudomuda.com.br/top-10-da-educacao-ao-ar-livre/ 
Segundo Momento – Desenvolvido em um espaço formal
Durante o próximo momento realizado pela professora, de volta à escola, após o período de alimentação das crianças, a sala de aula já estará preparada para receber as crianças para mais um momento para experimentar o folclore. Será utilizado o projetor para contextualizar as crianças com imagens e músicas típicas das exposições do Museu da Pessoa e do Museu do Folclore, assim como será utilizado vídeos das apresentações da Folia de Reis na cidade. Essa visita será realizada de forma virtual, proporcionando assim, mais uma imersão cultural das crianças. 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_do_Folclore_de_S%C3%A3o_Jos%C3%A9_dos_Campos
Logo após esse momento a professora já deverá deixar prontas as estações com fotografias das personagens, das vestimentas, das máscaras e dos instrumentos, onde as crianças poderão manusear, analisar, e comparar todo esse material com os dos colegas. Todas essas estações serão apresentadas no vídeo do Projeto Integrador. 
Na estação dos instrumentos, as crianças poderão ter a oportunidade de experimentar, tocar sozinhas os instrumentos ou serem auxiliados pelas professoras, pois, para este momento a professora da sala de música, que será um grande apoio para esse momento lúdico, está presente na sala de aula juntamente com a professora regente. O papel dela será o de dar suporte às crianças durante o manuseio dos instrumentos musicais. 
Aqui vai fotos? Quais serão os instrumentos? 
Terceiro momento – Desenvolvimento no pátio
Após a professora repertoriar bem as crianças sobre o que é; como é produzido; e para que serve a Folia de Reis, chegou a vez das crianças colocarem de fato a mão na massa. 
Será realizada uma oficina , no pátio da escola, de máscaras com papel machê, onde serão disponibilizadas fotos e desenhos característicos da cultura da Folia de Reis onde as crianças poderão utilizar a imaginação para criar as próprias máscaras. 
Também será disponibilizado pela professora fitas e tecidos para a criação de fantoches. 
Fonte: http://www.pintarcolorir.com.br/desenhos-de-folia-de-reis-para-colorir/
Através dessa experiência lúdica, as crianças poderão ser protagonistas de suas próprias histórias ou serem narradores das histórias das pessoas que as rodeiam. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer desse projeto pode-se observar o quanto o tema sobre folclore e tradições culturais ainda é pouco explorado dentro das escolas de Educação Infantil, visto que quando se trata do folclore o assunto ainda fica entre os personagens caricatos mais conhecidos e tradicionais das histórias de Monteiro Lobato, como: Cuca, Saci Pererê, Sereia Iara, Boto cor de rosa, entre outros. Como outras possibilidades, buscou-se entender e levar ao conhecimento das crianças a partir da contação de histórias a tradição cultural do folclore regional, buscamos o folclore da maneira como ele se desenvolve na cidade de São José dos Campos e região, trouxemos então o tema da Folia de Reis para ser desenvolvido e apresentado para as crianças, para que as mesmas pudessem se apropriar dessa cultura tão rica e que percorre gerações.
Diversos desafios foram surgindo durante o percurso desse projeto, o maior deles foi não podermos estar em contato com as crianças, devido a pandemia do Covid-19 nossas pesquisas e entrevistas com as professoras tiveram que ser online. O estar com as crianças nos permite uma maior interações e comunicação para o desenvolvimento, contudo, mesmo diante do imprevisto os professores entrevistados acrescentaram muito ao nosso conhecimento e puderam preencher esse espaço que havia sido impedido pela pandemia. Professores com diversos níveis de conhecimento, da rede pública e privada, contribuíram com suas experiências para que o resultado desse projeto fosse satisfatório.
Enfim, nosso projeto pode trazer algo inovador e valioso para o conhecimento das crianças, a partir de visitas ao Museu do Folclore, contação de histórias e a criação de artes por meio da cultura regional da Folia de Reis, eles serão capazes de explorar e vivenciar de perto a cultura antes pouco trabalhada com eles no ambiente escolar. Todo desenvolvimento foi embasado e referenciado pelas Bases Comum Curricular e o Currículo Paulista para compreender e desempenhar de forma significativa os Campos de Experiência que foi desenvolvido com as crianças.
REFERÊNCIAS
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