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Reflexo das aulas não presenciais na prática da escuta ativa

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REFLEXO DAS AULAS NÃO PRESENCIAIS NA PRÁTICA DA ESCUTA ATIVA: 
UMA PERSPECTIVA DE ESCOLAS PÚBLICAS DE JOINVILLE 
Thalyta Nesi Braz1 
RESUMO 
O presente artigo tem como objetivo o estudo das diferenças semânticas entre “ouvir” 
e “escutar” a fim de que fique evidente a definição de escuta ativa, primeiramente 
como uma ferramenta em geral, para que posteriormente haja o reconhecimento da 
importância de sua presença em sala de aula para que se tenha uma troca significativa 
entre docente e discente, de forma que o aluno também tenha voz em seu processo 
de aprendizagem. O artigo também tem como finalidade, que através do entendimento 
da escuta ativa e do seu objetivo, se perceba o quão o ato de praticá-la irá fazer com 
que o docente consiga perceber e se inserir na realidade de seus educandos, 
utilizando de métodos e recursos mais atuais, tendo como principal exemplo a 
tecnologia. Com a pandemia do Coronavírus onde este recurso se tornou necessário 
para a continuidade do ensino, houveram grandes dificuldades de acesso e 
adaptação, principalmente na rede pública, levando diversos estudantes a terem sua 
aprendizagem prejudicada e trazendo reflexões acerca do papel do professor. Ao final 
do artigo, a fim de analisar a percepção de docentes acerca do assunto, foi realizado 
um questionário com professores da rede pública municipal de Joinville relacionado 
ao quanto a escuta ativa foi afetada negativamente nas estruturas aderidas para 
continuação do ensino. 
Palavras chave: Escuta ativa. Tecnologia. Pandemia. Educação. 
1 INTRODUÇÃO 
A prática de uma escuta ativa vai muito além do simples ato de ouvir, já que 
ele (o ouvir) está relacionado mais especificamente à utilização do sentido da audição. 
Esta prática, portanto, se dá através da total dedicação em compreender 
verdadeiramente o que o falante quer passar, se interessando nesta fala e se 
colocando de forma empática frente a ela. 
 
1 Acadêmica do 6º período do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Ensino Superior 
Santo Antônio – INESA na disciplina “Metodologias dos Conteúdos Básicos em Língua Portuguesa I” 
orientada pela Professora Christiani dos Santos Guedes Machado. 
 
 
Desta forma, há uma grande importância desta escuta ativa estar presente 
em sala de aula, de maneira que o docente não seja considerado a fonte de todo o 
conhecimento e o discente não seja apenas o receptor, mas sim, ambos 
compartilhando e praticando uma troca em busca da aprendizagem. 
Portanto, através da prática da escuta ativa, o professor também irá perceber 
qual a melhor estratégia que irá melhor funcionar para a aprendizagem de seus 
alunos, bem como atualizar-se e considerar o meio o qual eles estão inseridos -de 
certa forma rodeado de tecnologias- para assim, desfrutar e ensinar as formas 
benéficas para este uso. 
Com a chegada do vírus da Covid-19 no Brasil e a imediata necessidade de 
isolamento social, a educação teve de ser reformulada através de aulas não 
presenciais, fato que acabou necessitando do uso destas tecnologias para fins de 
ensino e aprendizagem, o que acabou prejudicando -principalmente no formato 
adotado pelas escolas públicas- a troca entre aluno e professor e consequentemente 
a prática da escuta ativa. 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 O PROCESSO ANATÔMICO DO “OUVIR” 
Antes de compreender como a audição funciona, é preciso atentar-se de que 
este sentido está relacionado com o meio em que vivemos. Desta forma, estamos 
imersos em uma atmosfera que possui partículas suscetíveis a receber energia e 
vibração, causando movimentos geralmente ondulatórios, sendo assim, “o som 
propaga-se através da atmosfera em ondas alternadas de compressão e 
descompressão de moléculas” (APPLEGATE, 2012, p.186) 
Essas ondas chegam até nossos órgãos auditivos e lá eles atingem uma 
membrana que vai captar essas vibrações que recebemos do ambiente, ou seja, 
qualquer ruído ou barulho, causa uma perturbação nessa atmosfera e nessas 
partículas, o que leva nosso órgão sensorial à captá-las e traduzi-las para nosso 
cérebro, assim ouvindo o som. 
O sentido da audição é adquirido antes mesmo de nascer, sendo ele 
“existente no ser humano desde o quinto mês de vida intrauterina’’ (SILVA et al., 2017, 
 
 
n.p) e é a partir deste sentido, que outras habilidades serão desenvolvidas, como por 
exemplo a fala e a escrita. 
2.1.1 Escuta ativa 
Apesar de a audição se dar através desse processo que é imediato, já que o 
nosso corpo absorve todos os tipos de sons presentes no ambiente, a escuta vai muito 
além do simples ato de ouvir, ela exige também outros fatores. 
De acordo com Duarte (2001, p. 19) a ação de ouvir se refere a um ato que é 
“mecânico, já que estruturas físicas estão a postos para que isso aconteça. Todo ser 
vivo ouve. Mas escutar é diferente. É dar tempo para interpretar aquilo que está sendo 
ouvido” 
Desta forma, pode-se considerar que ouvir está associado mais restritamente 
ao sentido da audição, enquanto o escutar exige atenção, foco e a interpretação do 
enunciado, ou seja, o escutar é mais profundo do que o ouvir. 
De forma geral, é importante considerar que, assim como muitas vezes 
olhamos para algo e não enxergamos algum detalhe específico, “também podemos 
ouvir algo e não escutar, pois isto está estreitamente relacionado aos propósitos que 
temos com tal atividade naquele momento específico.” (WALESKO, 2010, p. 16). 
Dadas as diferenças semânticas entre ouvir e escutar, pode-se definir a 
escuta ativa, que vai se declarar ainda mais intensa do que a escuta em si. 
De acordo com Robbins, DeCenzo & Wolter (2014) existem quatro requisitos 
para a prática de uma escuta ativa. São eles: intensidade, empatia, aceitação e uma 
disposição para assumir a responsabilidade pela compreensão. 
Intensidade: já que o ato de ouvir acaba possibilitando um grande vaguear da 
mente, logo, quem pratica a escuta ativa, precisa concentrar-se intensamente na fala 
do locutor e desconectar-se dos variados pensamentos que geram distrações. 
Empatia: considerando o ato de colocar-se no lugar do locutor e tentar 
entender o que ele pretende comunicar e não o que o ouvinte pretende entender. Essa 
empatia exige tanto o ponto de vista do falante quando a sua flexibilidade; ela procura 
cessar os pensamentos e sentimentos próprios e os ajustar ao mundo de quem está 
enunciando. “Dessa forma, você aumenta a possibilidade de interpretar a mensagem 
 
 
que está sendo dita da forma que o locutor deseja” (ROBBINS, DECENZO & 
WOLTER, 2014, n.p). 
Aceitação: escutar ativamente exige demonstrar aceitação, sem julgar o 
conteúdo. Entende-se que se torna difícil manter o foco no enunciado de um falante, 
principalmente quando não se concorda com o que é dito, já que há certa tendência 
de nossa mente buscar argumentos para se opor ao enunciado, logo, perdendo a 
compreensão total da mensagem. “O desafio é absorver o que está sendo dito e saber 
reter o julgamento do conteúdo até o falante terminar seu argumento” (ROBBINS, 
DECENZO & WOLTER, 2014, n.p) 
Assumir a responsabilidade pela compreensão: quem utiliza da escuta ativa 
como ferramenta, precisa se esforçar e fazer o que for necessário para entender 
completamente o sentido da comunicação do falante. 
Contudo, refletindo-se acerca destes quatro requisitos listados pelos autores, 
pode-se chegar à uma noção de escuta ativa, sendo esta uma maneira de tornar 
diálogos mais proveitosos através da total dedicação em compreender 
verdadeiramente o que o falante quer passar. 
Vale ressaltar que a prática da escuta ativa não significa que apenas o falante 
irá passar informações e o ouvinte receber passivamente, apenas que ambos 
demonstrarão atenção genuína ao que o outro enuncia, estabelecendo assim, um 
vínculo. 
2.1.2 Importância da escuta ativa em sala de aula 
Tendo esclarecido o conceito de escuta ativa, é perceptível a importância a 
qual a mesma carrega de estar presente em sala de aula, principalmentena relação 
entre professor e aluno. 
Porém, ainda está impregnada uma visão extremamente antiquada de que o 
aluno precisa se curvar diante da comunicação do professor, e para esta visão 
equívoca, mas muito habitual, Paulo Freire nos traz que “educação é jogo de sujeitos, 
não de um sujeito que dá aula e um objeto que copia, o professor precisa descobrir o 
tipo de influência que não causa submissão, mas sim, reação autônoma” (FREIRE, 
1997, apud DEMO, 2012 p. 32). 
 
 
Portanto, a situação da sala de aula tradicional onde a ideia de que se impor 
de alguma forma é considerada indisciplina, acaba criando seres submissos, e nem 
de longe, sujeitos críticos e ativos dentro de sua própria aprendizagem. 
 Sendo assim, a prática de uma escuta ativa é fundamental para se terem 
resultados satisfatórios onde o docente não é a fonte de todo o conhecimento e o 
discente não é apenas o receptor deste saber, mas sim, ambos estarem escutando e 
aprendendo um com o outro. 
Desta forma, o professor precisa compreender e perceber a necessidade do 
estudante de expressar-se, dando-lhe total abertura para que o aluno o faça de forma 
natural, e não superficial; que sinta-se à vontade para expor a sua visão e saber que 
será escutado e levado em consideração. 
Isto também pode auxiliar no processo de aprendizagem de outro aluno da 
sala de aula em que a prática da escuta ativa é presente, já que o docente trabalha 
em uma classe com diferentes formas de aprender, desta maneira, a fala de algum 
colega pode causar a identificação do outro e ser facilitadora para que o conhecimento 
seja compreendido e significativo. Cabe ao professor, respeitar essa fala e agregar 
conhecimento a partir dela. 
Claro que precisa haver esse respeito, mas também estar claro que no 
processo de linguagem oral, há um indivíduo que fala e outro que escuta. É necessário 
se atentar a isto pois quando uma escuta é interrompida, essa quebra vai 
comprometer todos os ouvintes envolvidos nela, o que pode afetar esse processo 
negativamente. 
Outro fator para se ter em vista é de que o cenário em que o aluno está 
inserido influencia totalmente em seu processo de aprendizagem, seja seu contexto 
social ou algum problema que esteja sofrendo (que precisa ser considerado e 
respeitado) e isso só vai ser descoberto se a criança estiver confortável para ser 
escutada pelo professor. “A escuta ativa fornece uma oportunidade para os alunos 
expressarem seus sentimentos e tornarem mais claros os seus problemas” 
(NOVODVORSKY & WEINSTEIN, 2015, n.p). 
Apesar disto, é inegável que haja um conflito de gerações entre professor e 
aluno, o que dificulta e limita ainda mais um diálogo e muitas vezes um consentimento 
em determinadas situações. Porém, quando o docente escuta com atenção, absorve 
 
 
e se molda na realidade da sua turma e da atualidade a qual essas crianças estão 
vivendo, esta ação facilitará ainda mais um convívio e a aprendizagem deste grupo, 
assim, utilizando as metodologias e estratégias adequadas à subjetividade de cada 
geração de estudantes. 
Sendo assim, não se pode educar a nova geração utilizando velhas 
estratégias, já que se os aprendizes mudaram, a escola também o deve, mas este 
grande problema se torna ainda mais difícil pela resistência da instituição escolar à 
mudança e ao aprender a escutar o seu aluno, e é até irônico “uma instituição que é 
dedicada à aprendizagem, mas que não sabe aprender” (DEMO, 2012, p. 102). 
2.2 A INSERÇÃO DOS ALUNOS NO MEIO TECNOLÓGICO 
É nítido que estamos vivendo cercados de tecnologia, inclusive, as crianças 
já nascem inseridas nesse meio e isto gera intensas discussões acerca do quanto as 
vivências, o contato, o afeto, o diálogo e até mesmo a aprendizagem são afetados. 
No entanto, esta realidade precisa sim ser considerada e inclusive inserida no 
meio educacional, caso contrário, as estratégias de ensino ficarão cada vez mais 
desatualizados, gerando a falta de identificação e de associação com a realidade da 
criança e causando ainda mais dificuldade de o aluno se interessar em escutar o seu 
professor. 
Estudos confirmam que quando a criança se encontra em um ambiente 
estimulante o qual ela se identifica “a camada exterior do seu cérebro se expande, 
com isso, a apreensão do aprendizado aumenta significantemente” conforme 
Confessor (2011, p. 15). O autor também nos traz a reflexão de “como o educador 
pode entender a mente das crianças atuais?” e a solução dada para este 
questionamento é a de que “a resposta está em ouvi-las, elas precisam ser ouvidas, 
compreendidas” (CONFESSOR, 2011, p. 20) 
Estando aí esclarecido um dos motivos da importância da constante 
atualização docente e da necessidade do escutar o seu aluno ativamente, ação que 
será também um grande alavancar para o professor se inserir no meio atual, 
aprendendo também com os educandos qual a melhor estratégia que irá funcionar 
para o desenvolvimento cognitivo da turma, considerando a concepção de infância no 
contexto atual. 
 
 
A docência é uma das profissões em que há uma constante necessidade de 
atualização. Não apenas no que concerne a conteúdos ou a saberes 
docentes, mas, especificamente, às práticas pedagógicas, tendo em vista que 
as novas tecnologias modificam os modos de agir e interagir da sociedade e 
tais modificações reverberam dentro da sala de aula (SOUZA, 2020, n.p) 
Porém, muitos docentes são considerados pelos alunos como parte de um 
mundo já ultrapassado. Segundo dados coletados pela UNESCO (2014), pode-se 
analisar que a maioria dos docentes demonstra saber da importância da inserção da 
tecnologia na educação, mas possivelmente a considera importante apenas na fala, 
já que quando questionados sobre a utilização destas tecnologias, os índices caem 
absurdamente, ou seja, dizer entender a importância da inserção da realidade vivida 
pela criança na educação não é problema, mas isso não significa que na prática, o 
adotem e valorizem. 
O meio digital nem de longe é a solução para todos os problemas enfrentados 
pela educação, muito menos um meio completamente proveitoso, já que possui 
também suas futilidades e conteúdos inapropriados que precisam de filtros, além de 
que pode ser considerado um meio tão trivial quanto qualquer outro, mas este veio 
para ficar, então devemos desfrutar do melhor dele. 
Sendo assim, a necessidade de formarmos sujeitos críticos através da escuta 
ativa, não é importante apenas para conteúdos em sala de aula, mas também como 
indivíduos inseridos na tecnologia. Devemos ensiná-los a não serem sujeitos 
manipulados por este meio, “urge formá-los de tal modo que possam entrar nesse 
jogo como jogadores críticos e autocríticos, não como objetos de manipulação alheia” 
(DEMO, 2012, p. 136), portanto, precisamos que nossos alunos estejam inseridos na 
tecnologia, mas que sejam críticos para questioná-la e desfrutá-la com sabedoria. 
Além disso, por diversas vezes, docentes pretendem ter suas práticas 
consideradas atuais, mas acabam dando à “brincadeira” um papel mais importante 
que à aprendizagem, claro que “é fútil querer evitar que aprendizagem também seja 
brincadeira” (DEMO, 2012, p. 131), mas assim como o professor quer que o aluno 
utilize a tecnologia com fins produtivos, ele precisa também mostrá-los a vinculação 
do meio que utilizou com o conhecimento, até como uma forma de incentivo para este 
uso benéfico. 
Há um grande risco que a falta de atualização do professor também pode 
acarretar, que é a de gerar através da aprendizagem digital o mesmo formato 
 
 
metódico de sala de aula; segundo Pôrto, “sempre é possível utilizar a tecnologia mais 
avançada para continuar fazendo as mesmas velharias” (1999, apud DEMO, 2012, p. 
90), porém desta forma, mesmo utilizando o meio digital, não estará passando apenas 
de aula tradicional, que de fato, não continuará trazendo mudança alguma. 
Muito também se questiona sobre inserir ou não a tecnologiana educação 
pelo fato de algumas crianças com dificuldades financeiras não estarem inseridas 
nesse meio, porém, devemos considerar que o mundo em que estas crianças vivem 
e irão viver, seja em seu trabalho, faculdade ou outros meios, é cercado de 
tecnologias, e esta preparação inicial é fundamental. 
Apesar disto, é inegável que a maioria dos estudantes de hoje em dia são 
ativos usuários da tecnologia, porém grande parte deles não pratica este uso de forma 
benéfica e para fins de aprendizagem, e caso isto não esteja presente e seja 
incentivado em sala de aula, causará grandes impactos, principalmente em situações 
extremas onde o único meio em que a aprendizagem estará disponível é o digital. 
2.3 A PANDEMIA DO COVID-19 
Uma pandemia pode ser descrita como a disseminação mundial de uma nova 
doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS); este é um termo utilizado 
quando uma epidemia se espalha para dois ou mais continentes, 
geralmente possuindo altas taxas de transmissão entre pessoas. 
Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, uma nova doença 
respiratória surgia, levando pessoas à morte e tendo seu vírus espalhado rapidamente 
por todo o mundo, fato que levou a Organização Mundial de Saúde a decretar a 
vivência de uma pandemia. 
No Brasil não foi diferente, o vírus chegou ao país gerando grande 
preocupação e logo a instauração da quarentena já foi estabelecida como forma de 
diminuir a transmissão do vírus, conjunta ao uso de máscara e álcool em gel como 
meio de prevenção. 
Desta forma, como consequência, ocorreram os fechamentos temporários de 
atividades comerciais não essenciais, bem como de transportes públicos, eventos e 
inclusive das atividades no meio educacional. 
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/06/o-que-e-transmissao-local-comunitaria-ou-sustentada-do-coronavirus.ghtml
 
 
2.3.1 Mudanças no ensino: uma perspectiva pela educação de Santa Catarina 
Não existe nem a possibilidade de comparação nos 
resultados obtidos entre o ensino não presencial nas 
redes públicas e privadas, e isso não está relacionado 
com o fato de darmos o nosso melhor como 
professores. 
(Professor(a) da rede pública Municipal de Joinville)2 
Com esse período de fechamento temporário, a educação teve de se refazer, 
considerando que se refere a um serviço: 
que não pode, em regra, ser interrompido. Isso porque, tratando-se do 
desenvolvimento humano, o tempo é fator absoluto e determinante, não 
podendo ser obstado o suspenso, se impondo como uma das maiores 
preocupações, não só dos gestores de instituições privadas, mas dos 
administradores públicos. (ELIEZER et al., 2020, n.p) 
No entanto, cerca de 91% dos alunos em todo o mundo ficaram fora da escola 
temporariamente segundo dados da UNESCO (2020). Logo, a solução encontrada foi 
a utilização de meios tecnológicos para a finalidade da continuação dos estudos. 
Desta forma, professores que já conheciam a importância da inserção do meio 
tecnológico na educação e tinham esta metodologia já presente em sua prática, 
tiveram mais segurança para o desenvolvimento das atividades pedagógicas neste 
novo meio de ensino. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península (2020) com 
7.734 professores brasileiros após seis semanas de aulas não presenciais revelou 
que 83,4% destes docentes ainda se sentem nada ou pouco preparados para as aulas 
não presenciais, o que é preocupante, mas também precisa ser considerado que a 
qualidade dos recursos oferecidos bem como a formação continuada para estes 
docentes -principalmente na rede pública- muitas vezes não atendem à necessidade 
educacional. 
Portanto, a utilização de tecnologias durante a Educação Básica trouxe a 
necessidade de que as escolas desenvolvessem estratégias didáticas a fim de um 
ensino e aprendizagem igualitários. Porém, como nos traz Senhoras (2020) isso 
acaba evidenciando ainda mais a diferença de classes, já que de um lado se encontra 
o aluno da rede particular, possuindo todo o suporte educativo, com acesso à internet, 
“já do outro o aluno da escola pública, desprovido de muitos recursos (educativos, 
 
2 Resposta ao questionário realizado de forma anônima que será aprofundado no item 3 - Aplicação 
 
 
econômicos e sociais), sendo os mais impactados diante deste cenário”. 
(SENHORAS, 2020, p. 55) 
Tendo em vista as estratégias definidas em escolas da rede pública e privada, 
esse abismo estre realidades se fez muito claro: nas redes particulares se buscaram 
estratégias semelhantes ao ensino presencial, com uma imensa possibilidade de troca 
entre docente e aluno. Essas instituições 
buscaram implementar educação remota, de maneira a diferenciar-se da 
modalidade EaD. Neste formato, as aulas são transmitidas em tempo 
instantâneo por sistemas de webconferências, as chamadas lives, que 
permitem que professores e alunos tenham condições de realizar interações 
e organizarem seus tempos de aprendizagem da forma mais próxima à 
educação presencial. (ARRUDA, 2020, p. 262) 
Com toda certeza esta é uma excelente estratégia e é ótimo que instituições 
e alunos tenham a condição de estarem diante destes meios de ensino, porém, é 
inegável que não se possa haver uma comparação no desenvolvimento destes alunos 
com os da rede pública, onde a estratégia utilizada teve de ser diferente por diversos 
fatores. 
Contudo, nas instituições públicas, a solução encontrada foi a de ofertar 
atividades pedagógicas através da plataforma do Google Classroom ou “Google Sala 
de Aula”, levando em consideração que alguns estudantes não possuem acesso à 
internet ou a dispositivos móveis, e não se pode negligenciar a aprendizagem a estes 
alunos ou ofertar uma estratégia muito diferente da oferecida aos demais alunos da 
mesma rede de ensino que possuem este acesso. Sendo assim, nestes casos, o aluno 
realiza a retirada deste material de forma impressa em suas determinadas instituições 
escolares (o mesmo material disponibilizado na plataforma de forma online). 
Esta forma de ensino acaba não possibilitando a percepção do 
desenvolvimento do aluno, limitando o contato entre docente e discente e com toda 
certeza tornando basicamente impossível a prática de uma escuta ativa. 
2.4 A INFLUÊNCIA DAS AULAS NÃO PRESENCIAIS NA PRÁTICA DA ESCUTA 
ATIVA 
O fato de o docente não estar visual, auditiva e concomitantemente 
apresentando suas atividades para o aluno e pela solução encontrada se tratar de 
uma comunicação assíncrona, ou seja, onde o receptor não necessariamente recebe 
 
 
a mensagem do emissor imediatamente, a relação entre professor e aluno acaba se 
tornando limitada. “O ritmo é outro, a organização do tempo. Sem horário fixo de aula 
e sem a figura do professor presente, ele tem que se esforçar mais para aprender o 
que é proposto” (SENHORAS, 2020, p. 57) 
Como nos traz um(a) professor(a) da rede pública atuante nos anos iniciais: 
“A estrutura aderida pelas escolas públicas não permite que escutemos os nossos 
alunos, isso impossibilita uma troca, um diálogo e até mesmo uma percepção se estão 
realmente aprendendo e evoluindo.” 3 
Além disso, muitas vezes pela impossibilidade de contato com o docente, 
alunos acabam por ter que utilizar da pesquisa na internet como forma de 
compreender melhor o conteúdo, e como este uso tecnológico para fins de 
aprendizagem muitas vezes não foi incentivado devidamente, este aluno encontra 
grandes dificuldades para este fim. Além de que, nestes casos “a figura do professor 
é insubstituível, sendo um diferencial na vida do educando, pois, educar vai além do 
simples uso de recursos tecnológicos” (SOUZA, 2020, n.p) 
Outro meio o qual os alunos buscam o conhecimento é através dos familiares 
e no caso das crianças mais novas, este apoio acaba sendo uma necessidade, já que 
não possuem a autonomia e proatividade para uma rotina de estudos. Há neste fator 
também um grande problema, já que muitas famílias não dominam o conteúdodas 
atividades propostas, ou ainda, as que dominam, não utilizam metodologias e 
didáticas adequadas, que são de suma importância para uma plena aprendizagem. 
Além destes problemas, há ainda familiares que muitas vezes pela 
impaciência e falta de conhecimento acerca do “ensinar” acabam fazendo as 
atividades pela criança, o que não permite que o professor saiba verdadeiramente o 
desenvolvimento deste aluno e a percepção do que ele absorveu e aprendeu, já que 
não é a “voz” da criança. 
Contudo, este período de aulas não presenciais trouxe à tona uma grande 
reflexão acerca da importância da constante atualização docente, do quanto o contato, 
o diálogo e a presença de uma escuta ativa influenciam no desenvolvimento escolar 
e principalmente reflexões acerca do papel do professor. 
 
3 Resposta ao questionário realizado de forma anônima que será aprofundado no item 3 - Aplicação 
 
 
Acontece que as novas tecnologias nunca substituiriam o papel do docente. 
Por mais que a tecnologia avance a passos gigantes, nenhum produto dela, por mais 
tecnológico que seja, teria a capacidade de sentir, escutar e sequer pensar como os 
humanos, pois até para um “computador chegar a pensar, ele necessitaria de afeto” 
(PICARD, 1999 apud DEMO, 2012, p. 75). Ou seja, a tecnologia não é capaz de se 
conectar em nível emocional com o aluno e escutá-lo ativamente, ação que é 
extremamente importante, já que só desta forma seria possível identificar alunos com 
problemas emocionais, perceber qual didática funciona de forma mais eficiente para 
cada forma de aprender, além do cuidado, afeto e empatia, que nenhuma tecnologia 
é capaz de possuir. Desta forma, “nova mídia é instrumento, como tal não educa, 
porque EDUCAR É RELAÇÃO HUMANA”. (DEMO, 2012, p.143) 
3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO 
 Foi realizada uma pesquisa através de questionário pelo Google Formulários 
com 42 professores atuantes na rede pública de Joinville, contendo sete perguntas 
fechadas e duas abertas, estas últimas, disponibilizadas de forma não obrigatória para 
que apenas os docentes que se sentissem a vontade de expor sua opinião, a 
fizessem. 
 O questionário ficou disponibilizado para respostas do dia dezenove de outubro 
até primeiro de novembro e juntamente com link, foi disposta uma mensagem 
explicando o intuito desta aplicação, um pequeno resumo deste artigo, bem como seu 
objetivo. 
 A finalidade deste questionário foi a de perceber a realidade da rede pública de 
ensino, porém, haverá uma das perguntas que foi feita também com 14 professores 
da rede privada, com o objetivo de perceber a diferença na perspectiva de ambas as 
realidades especificamente do conteúdo desta pergunta, que será esclarecida no 
decorrer da análise. 
 Inicialmente, deixou-se um campo para que os professores preenchessem com 
sua idade e área de atuação, sem a necessidade de identificação, já que o objetivo 
era que o questionário fosse respondido de forma anônima. Desta maneira, concluiu-
se que os participantes possuem a idade entre 24 e 53 anos, atuantes nos anos 
 
 
iniciais, sendo 34 professores do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), uma professora 
do Atendimento Educacional Especializado – AEE (em tempos de aulas não 
presenciais responsável pelas adaptações aos alunos com deficiência), uma auxiliar 
de direção e seis professores de disciplinas específicas dos anos iniciais (História e 
Geografia, Artes e Educação Física). 
 Dadas as informações gerais dos participantes do questionário, se fará agora 
uma análise dos resultados obtidos. 
 A primeira pergunta realizada foi: “Recordando sua época escolar, é possível 
dizer que houve uma escuta ativa partindo de seu(sua) professor(a)?” contando com 
41 respostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 1. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à primeira pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 Analisando os dados desta pergunta, o fato de pouco mais da metade das 
respostas negarem a presença da escuta ativa em sua época escolar pode se dar 
pelo motivo de que outras gerações tiveram o método tradicional presente fortemente 
em seu contexto de ensino, onde o professor não dava voz aos alunos e não os 
considerava protagonistas do seu processo de aprendizagem, havendo, é claro, 
exceções como pode-se perceber na porcentagem das outras alternativas. 
A segunda pergunta realizada foi: “Você considera a escuta ativa como um fator 
importante em sala de aula?” contando com 42 respostas. 
Já a terceira pergunta realizada foi: “Através de reflexões acerca da sua prática, 
você busca aplicar a escuta ativa?” contando também com 42 respostas. 
 
 
 
 
 
Gráfico 2. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à segunda pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 3. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à terceira pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 Analisando as respostas de ambas as perguntas, é inegável que os professores 
quase em sua totalidade consideram importante a presença da escuta ativa em sala 
de aula, apesar de quando questionados pela sua prática, estes números caírem 
cerca de um terço. 
A quarta pergunta foi uma questão aberta: “Descreva o porquê você considera 
(ou não) a escuta ativa importante para o desenvolvimento do aluno.”, esta era uma 
questão opcional e contou com 23 respostas. Abaixo, serão listadas algumas delas. 
Resposta 1 
Penso que temos muito pra aprender com os alunos, e nessa troca 
todos ganham, se cria um laço de confiança e motiva a 
participação. 
Resposta 2 
É através da escuta ativa que iremos entender nossos alunos, 
perceber sua subjetividade para desenvolver uma didática que se 
adeque melhor ao contexto de cada um. 
Resposta 4 
Porque você leva em conta o conhecimento prévio do aluno para 
criar a melhorar a estratégia de aprendizagem. 
 
 
Resposta 11 
Através da escuta ativa, podemos verificar se houve uma 
aprendizagem significativa. É pela escuta que iremos perceber o 
quão nossos alunos estão aprendendo, se desenvolvendo ou até 
passando por um fator externo que vá influenciar sua 
aprendizagem 
Resposta 15 
Para perceber sua individualidade, talvez esteja passando por 
problemas que o professor precisa saber 
Resposta 16 
Entender o aluno, perceber qual estratégia funciona melhor para 
ele, se inserir no meio do aluno 
Tabela 1. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à quarta pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 As respostas obtidas reforçam que os professores compreendem a prática da 
escuta ativa como algo positivo no contexto escolar, percebendo e citando variados 
benefícios do seu uso em sala de aula. 
A quinta pergunta realizada foi “Você considera que os alunos de hoje são 
ativamente usuários de tecnologias?” contando com 42 respostas. 
A sexta pergunta realizada foi “Em que escala você considera o uso das 
tecnologias por estes alunos benéfico e para fins produtivos?” contando com 42 
respostas. 
Já a sétima pergunta realizada foi “Você acredita que a familiaridade com os 
meios tecnológicos auxiliou os alunos para as aulas não presenciais?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 4. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à quinta pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 5. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à sexta pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 
Gráfico 6. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à sétima pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 Analisando os dados obtidos com estas três perguntas, é perceptível que 
nenhum professor nega a inserção dos alunos de hoje em dia no meio tecnológico de 
forma ativa, além de não considerar este uso benéfico e para fins produtivos, já que 
quase metade das respostas alegou acreditar que a utilização das tecnologias por 
estes alunos é benéfica apenas em umaescala de um a três. 
 Além disso, ficou claro que estes docentes não acreditam que a familiaridade 
com os meios tecnológicos auxiliou de alguma forma estes alunos para as aulas não 
presenciais, o que pode se dar pela falta de incentivo ou até mesmo de interesse do 
uso deste meio para fins de aprendizagem. 
 
 
 A oitava pergunta foi realizada tanto para professores da rede pública, contando 
com 42 respostas, como também da rede privada, contando com 14 respostas de 
professores entre 28 e 46 anos atuantes do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A 
pergunta foi “O quão você acredita que a ação de “escutar” e perceber o seu aluno 
foi prejudicada com esta nova estratégia de ensino?” 4 
Gráfico 7. Respostas dos professores da rede pública em relação à oitava pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 8. Respostas dos professores da rede privada em relação à oitava pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 Apesar de não haver uma quantidade de respostas compatíveis entre a rede 
pública e privada, já foi perceptível a diferença entre os resultados; enquanto os 
professores da rede pública consideram em sua maioria que a ação de “escutar” o 
seu aluno foi prejudicada totalmente, estes números são semelhantes aos professores 
 
4 Apenas esta pergunta do questionário foi realizada com ambas as redes ensino, todos os outros resultados 
obtidos foram das respostas apenas dos professores da rede pública 
 
 
da rede privada que consideram que este ato foi pouco prejudicado, reforçando assim, 
as desigualdades nas condições de ensino e de aprendizagem evidenciadas durante 
o período de pandemia. 
 Por último, foi realizada outra pergunta aberta, disponibilizada também de 
forma opcional: “Qual você pensa que seria a melhor forma de perceber se a 
aprendizagem está sendo significativa nas aulas não presenciais?”, contando com 
20 respostas as quais serão algumas delas listadas abaixo: 
Resposta 1 
A disponibilidade de acesso para todos de um plano de internet ou 
aplicativo que desenvolvesse formas dessa escuta. 
Resposta 2 
Ter o mesmo formato das aulas na rede privada iriam ajudar essa 
percepção, mas isso não é viável com a realidade que temos. Não 
existe nem a possibilidade de comparação nos resultados obtidos entre 
o ensino não presencial nas redes públicas e privadas e isso não está 
relacionado com o fato de darmos o nosso melhor como professores 
porque nosso esforço e dedicação multiplicou com esse novo normal. 
Resposta 4 
O contato professor / aluno fica restrito, assim é difícil medir a 
aprendizagem de fato. O fato de não estar em grupo limita a 
produtividade, pois devemos considerar que se estivéssemos na sala 
presencial existem vários fatores que no modelo não presencial fica 
restrito: a competitividade entre os alunos, as referências que são 
tomadas, os questionamentos de alguns que poderiam ajudar aos 
outros ficam limitadas, etc. 
Resposta 12 
Só saberemos com o retorno das atividades presenciais, pois hoje não 
temos como saber nem se é o aluno que está fazendo as atividades 
dos módulos. 
Resposta 15 
Com o formato atual, fica difícil de perceber se aprendizagem está 
sendo significativa, já que não temos a oportunidade de estarmos 
ativos na aprendizagem deste aluno e muito menos perceber suas 
dificuldades 
Resposta 16 
A estrutura aderida pelas escolas públicas não permite que escutemos 
os nossos alunos, isso impossibilita uma troca, um diálogo e até 
mesmo uma percepção se estão realmente aprendendo e evoluindo 
Tabela 2. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à nona pergunta 
Fonte: Primária (2020) 
 
 
 Com as respostas obtidas, foi possível perceber que apesar do esforço e 
dedicação por parte dos professores da rede pública, os resultados têm sido 
insatisfatórios e muitas vezes a estrutura aderida acaba permitindo que a verdadeira 
realidade da aprendizagem seja mascarada. Assim, a falta de perceber o real 
desempenho do aluno e a carência de uma escuta ativa presente, tornam-se fatores 
determinantes para o fracasso escolar neste momento que está sendo vivenciado pela 
educação. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Diante dos conceitos trazidos, da aplicação do questionário com os professores 
e de reflexões acerca da escuta ativa, pode-se concluir que ela é fundamental para 
uma boa relação entre docente e discente, além de trazer benefícios significativos 
para ambas as partes, seja no ensino, aprendizagem, comunicação e 
desenvolvimento da empatia. 
 No entanto, percebeu-se também que com as aulas não presenciais no ensino 
público, a prática desta escuta foi muito, se não totalmente prejudicada, causando 
danos na rotina familiar e principalmente na educação destas crianças. 
 Embora alguns destes estudantes possuírem o acesso a um dispositivo móvel 
e um plano de internet, bem como o apoio e mediação de um adulto, a maioria deles 
não os teve, exigindo uma autonomia e responsabilidade pela sua própria 
aprendizagem, o que em grande parte dos casos não foi possível. 
 Contudo, percebe-se que o papel do professor jamais será substituído, pois 
apesar de grandes benefícios trazidos pelas tecnologias, elas nunca seriam capazes 
de escutar, perceber e sentir as necessidades do aluno. Portanto, espera-se que 
quando o retorno às aulas presenciais acontecer, esta escuta seja ainda mais 
valorizada e aplicada, caminhando para uma educação mais promissora e humana. 
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