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REFLEXO DAS AULAS NÃO PRESENCIAIS NA PRÁTICA DA ESCUTA ATIVA: UMA PERSPECTIVA DE ESCOLAS PÚBLICAS DE JOINVILLE Thalyta Nesi Braz1 RESUMO O presente artigo tem como objetivo o estudo das diferenças semânticas entre “ouvir” e “escutar” a fim de que fique evidente a definição de escuta ativa, primeiramente como uma ferramenta em geral, para que posteriormente haja o reconhecimento da importância de sua presença em sala de aula para que se tenha uma troca significativa entre docente e discente, de forma que o aluno também tenha voz em seu processo de aprendizagem. O artigo também tem como finalidade, que através do entendimento da escuta ativa e do seu objetivo, se perceba o quão o ato de praticá-la irá fazer com que o docente consiga perceber e se inserir na realidade de seus educandos, utilizando de métodos e recursos mais atuais, tendo como principal exemplo a tecnologia. Com a pandemia do Coronavírus onde este recurso se tornou necessário para a continuidade do ensino, houveram grandes dificuldades de acesso e adaptação, principalmente na rede pública, levando diversos estudantes a terem sua aprendizagem prejudicada e trazendo reflexões acerca do papel do professor. Ao final do artigo, a fim de analisar a percepção de docentes acerca do assunto, foi realizado um questionário com professores da rede pública municipal de Joinville relacionado ao quanto a escuta ativa foi afetada negativamente nas estruturas aderidas para continuação do ensino. Palavras chave: Escuta ativa. Tecnologia. Pandemia. Educação. 1 INTRODUÇÃO A prática de uma escuta ativa vai muito além do simples ato de ouvir, já que ele (o ouvir) está relacionado mais especificamente à utilização do sentido da audição. Esta prática, portanto, se dá através da total dedicação em compreender verdadeiramente o que o falante quer passar, se interessando nesta fala e se colocando de forma empática frente a ela. 1 Acadêmica do 6º período do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto de Ensino Superior Santo Antônio – INESA na disciplina “Metodologias dos Conteúdos Básicos em Língua Portuguesa I” orientada pela Professora Christiani dos Santos Guedes Machado. Desta forma, há uma grande importância desta escuta ativa estar presente em sala de aula, de maneira que o docente não seja considerado a fonte de todo o conhecimento e o discente não seja apenas o receptor, mas sim, ambos compartilhando e praticando uma troca em busca da aprendizagem. Portanto, através da prática da escuta ativa, o professor também irá perceber qual a melhor estratégia que irá melhor funcionar para a aprendizagem de seus alunos, bem como atualizar-se e considerar o meio o qual eles estão inseridos -de certa forma rodeado de tecnologias- para assim, desfrutar e ensinar as formas benéficas para este uso. Com a chegada do vírus da Covid-19 no Brasil e a imediata necessidade de isolamento social, a educação teve de ser reformulada através de aulas não presenciais, fato que acabou necessitando do uso destas tecnologias para fins de ensino e aprendizagem, o que acabou prejudicando -principalmente no formato adotado pelas escolas públicas- a troca entre aluno e professor e consequentemente a prática da escuta ativa. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O PROCESSO ANATÔMICO DO “OUVIR” Antes de compreender como a audição funciona, é preciso atentar-se de que este sentido está relacionado com o meio em que vivemos. Desta forma, estamos imersos em uma atmosfera que possui partículas suscetíveis a receber energia e vibração, causando movimentos geralmente ondulatórios, sendo assim, “o som propaga-se através da atmosfera em ondas alternadas de compressão e descompressão de moléculas” (APPLEGATE, 2012, p.186) Essas ondas chegam até nossos órgãos auditivos e lá eles atingem uma membrana que vai captar essas vibrações que recebemos do ambiente, ou seja, qualquer ruído ou barulho, causa uma perturbação nessa atmosfera e nessas partículas, o que leva nosso órgão sensorial à captá-las e traduzi-las para nosso cérebro, assim ouvindo o som. O sentido da audição é adquirido antes mesmo de nascer, sendo ele “existente no ser humano desde o quinto mês de vida intrauterina’’ (SILVA et al., 2017, n.p) e é a partir deste sentido, que outras habilidades serão desenvolvidas, como por exemplo a fala e a escrita. 2.1.1 Escuta ativa Apesar de a audição se dar através desse processo que é imediato, já que o nosso corpo absorve todos os tipos de sons presentes no ambiente, a escuta vai muito além do simples ato de ouvir, ela exige também outros fatores. De acordo com Duarte (2001, p. 19) a ação de ouvir se refere a um ato que é “mecânico, já que estruturas físicas estão a postos para que isso aconteça. Todo ser vivo ouve. Mas escutar é diferente. É dar tempo para interpretar aquilo que está sendo ouvido” Desta forma, pode-se considerar que ouvir está associado mais restritamente ao sentido da audição, enquanto o escutar exige atenção, foco e a interpretação do enunciado, ou seja, o escutar é mais profundo do que o ouvir. De forma geral, é importante considerar que, assim como muitas vezes olhamos para algo e não enxergamos algum detalhe específico, “também podemos ouvir algo e não escutar, pois isto está estreitamente relacionado aos propósitos que temos com tal atividade naquele momento específico.” (WALESKO, 2010, p. 16). Dadas as diferenças semânticas entre ouvir e escutar, pode-se definir a escuta ativa, que vai se declarar ainda mais intensa do que a escuta em si. De acordo com Robbins, DeCenzo & Wolter (2014) existem quatro requisitos para a prática de uma escuta ativa. São eles: intensidade, empatia, aceitação e uma disposição para assumir a responsabilidade pela compreensão. Intensidade: já que o ato de ouvir acaba possibilitando um grande vaguear da mente, logo, quem pratica a escuta ativa, precisa concentrar-se intensamente na fala do locutor e desconectar-se dos variados pensamentos que geram distrações. Empatia: considerando o ato de colocar-se no lugar do locutor e tentar entender o que ele pretende comunicar e não o que o ouvinte pretende entender. Essa empatia exige tanto o ponto de vista do falante quando a sua flexibilidade; ela procura cessar os pensamentos e sentimentos próprios e os ajustar ao mundo de quem está enunciando. “Dessa forma, você aumenta a possibilidade de interpretar a mensagem que está sendo dita da forma que o locutor deseja” (ROBBINS, DECENZO & WOLTER, 2014, n.p). Aceitação: escutar ativamente exige demonstrar aceitação, sem julgar o conteúdo. Entende-se que se torna difícil manter o foco no enunciado de um falante, principalmente quando não se concorda com o que é dito, já que há certa tendência de nossa mente buscar argumentos para se opor ao enunciado, logo, perdendo a compreensão total da mensagem. “O desafio é absorver o que está sendo dito e saber reter o julgamento do conteúdo até o falante terminar seu argumento” (ROBBINS, DECENZO & WOLTER, 2014, n.p) Assumir a responsabilidade pela compreensão: quem utiliza da escuta ativa como ferramenta, precisa se esforçar e fazer o que for necessário para entender completamente o sentido da comunicação do falante. Contudo, refletindo-se acerca destes quatro requisitos listados pelos autores, pode-se chegar à uma noção de escuta ativa, sendo esta uma maneira de tornar diálogos mais proveitosos através da total dedicação em compreender verdadeiramente o que o falante quer passar. Vale ressaltar que a prática da escuta ativa não significa que apenas o falante irá passar informações e o ouvinte receber passivamente, apenas que ambos demonstrarão atenção genuína ao que o outro enuncia, estabelecendo assim, um vínculo. 2.1.2 Importância da escuta ativa em sala de aula Tendo esclarecido o conceito de escuta ativa, é perceptível a importância a qual a mesma carrega de estar presente em sala de aula, principalmentena relação entre professor e aluno. Porém, ainda está impregnada uma visão extremamente antiquada de que o aluno precisa se curvar diante da comunicação do professor, e para esta visão equívoca, mas muito habitual, Paulo Freire nos traz que “educação é jogo de sujeitos, não de um sujeito que dá aula e um objeto que copia, o professor precisa descobrir o tipo de influência que não causa submissão, mas sim, reação autônoma” (FREIRE, 1997, apud DEMO, 2012 p. 32). Portanto, a situação da sala de aula tradicional onde a ideia de que se impor de alguma forma é considerada indisciplina, acaba criando seres submissos, e nem de longe, sujeitos críticos e ativos dentro de sua própria aprendizagem. Sendo assim, a prática de uma escuta ativa é fundamental para se terem resultados satisfatórios onde o docente não é a fonte de todo o conhecimento e o discente não é apenas o receptor deste saber, mas sim, ambos estarem escutando e aprendendo um com o outro. Desta forma, o professor precisa compreender e perceber a necessidade do estudante de expressar-se, dando-lhe total abertura para que o aluno o faça de forma natural, e não superficial; que sinta-se à vontade para expor a sua visão e saber que será escutado e levado em consideração. Isto também pode auxiliar no processo de aprendizagem de outro aluno da sala de aula em que a prática da escuta ativa é presente, já que o docente trabalha em uma classe com diferentes formas de aprender, desta maneira, a fala de algum colega pode causar a identificação do outro e ser facilitadora para que o conhecimento seja compreendido e significativo. Cabe ao professor, respeitar essa fala e agregar conhecimento a partir dela. Claro que precisa haver esse respeito, mas também estar claro que no processo de linguagem oral, há um indivíduo que fala e outro que escuta. É necessário se atentar a isto pois quando uma escuta é interrompida, essa quebra vai comprometer todos os ouvintes envolvidos nela, o que pode afetar esse processo negativamente. Outro fator para se ter em vista é de que o cenário em que o aluno está inserido influencia totalmente em seu processo de aprendizagem, seja seu contexto social ou algum problema que esteja sofrendo (que precisa ser considerado e respeitado) e isso só vai ser descoberto se a criança estiver confortável para ser escutada pelo professor. “A escuta ativa fornece uma oportunidade para os alunos expressarem seus sentimentos e tornarem mais claros os seus problemas” (NOVODVORSKY & WEINSTEIN, 2015, n.p). Apesar disto, é inegável que haja um conflito de gerações entre professor e aluno, o que dificulta e limita ainda mais um diálogo e muitas vezes um consentimento em determinadas situações. Porém, quando o docente escuta com atenção, absorve e se molda na realidade da sua turma e da atualidade a qual essas crianças estão vivendo, esta ação facilitará ainda mais um convívio e a aprendizagem deste grupo, assim, utilizando as metodologias e estratégias adequadas à subjetividade de cada geração de estudantes. Sendo assim, não se pode educar a nova geração utilizando velhas estratégias, já que se os aprendizes mudaram, a escola também o deve, mas este grande problema se torna ainda mais difícil pela resistência da instituição escolar à mudança e ao aprender a escutar o seu aluno, e é até irônico “uma instituição que é dedicada à aprendizagem, mas que não sabe aprender” (DEMO, 2012, p. 102). 2.2 A INSERÇÃO DOS ALUNOS NO MEIO TECNOLÓGICO É nítido que estamos vivendo cercados de tecnologia, inclusive, as crianças já nascem inseridas nesse meio e isto gera intensas discussões acerca do quanto as vivências, o contato, o afeto, o diálogo e até mesmo a aprendizagem são afetados. No entanto, esta realidade precisa sim ser considerada e inclusive inserida no meio educacional, caso contrário, as estratégias de ensino ficarão cada vez mais desatualizados, gerando a falta de identificação e de associação com a realidade da criança e causando ainda mais dificuldade de o aluno se interessar em escutar o seu professor. Estudos confirmam que quando a criança se encontra em um ambiente estimulante o qual ela se identifica “a camada exterior do seu cérebro se expande, com isso, a apreensão do aprendizado aumenta significantemente” conforme Confessor (2011, p. 15). O autor também nos traz a reflexão de “como o educador pode entender a mente das crianças atuais?” e a solução dada para este questionamento é a de que “a resposta está em ouvi-las, elas precisam ser ouvidas, compreendidas” (CONFESSOR, 2011, p. 20) Estando aí esclarecido um dos motivos da importância da constante atualização docente e da necessidade do escutar o seu aluno ativamente, ação que será também um grande alavancar para o professor se inserir no meio atual, aprendendo também com os educandos qual a melhor estratégia que irá funcionar para o desenvolvimento cognitivo da turma, considerando a concepção de infância no contexto atual. A docência é uma das profissões em que há uma constante necessidade de atualização. Não apenas no que concerne a conteúdos ou a saberes docentes, mas, especificamente, às práticas pedagógicas, tendo em vista que as novas tecnologias modificam os modos de agir e interagir da sociedade e tais modificações reverberam dentro da sala de aula (SOUZA, 2020, n.p) Porém, muitos docentes são considerados pelos alunos como parte de um mundo já ultrapassado. Segundo dados coletados pela UNESCO (2014), pode-se analisar que a maioria dos docentes demonstra saber da importância da inserção da tecnologia na educação, mas possivelmente a considera importante apenas na fala, já que quando questionados sobre a utilização destas tecnologias, os índices caem absurdamente, ou seja, dizer entender a importância da inserção da realidade vivida pela criança na educação não é problema, mas isso não significa que na prática, o adotem e valorizem. O meio digital nem de longe é a solução para todos os problemas enfrentados pela educação, muito menos um meio completamente proveitoso, já que possui também suas futilidades e conteúdos inapropriados que precisam de filtros, além de que pode ser considerado um meio tão trivial quanto qualquer outro, mas este veio para ficar, então devemos desfrutar do melhor dele. Sendo assim, a necessidade de formarmos sujeitos críticos através da escuta ativa, não é importante apenas para conteúdos em sala de aula, mas também como indivíduos inseridos na tecnologia. Devemos ensiná-los a não serem sujeitos manipulados por este meio, “urge formá-los de tal modo que possam entrar nesse jogo como jogadores críticos e autocríticos, não como objetos de manipulação alheia” (DEMO, 2012, p. 136), portanto, precisamos que nossos alunos estejam inseridos na tecnologia, mas que sejam críticos para questioná-la e desfrutá-la com sabedoria. Além disso, por diversas vezes, docentes pretendem ter suas práticas consideradas atuais, mas acabam dando à “brincadeira” um papel mais importante que à aprendizagem, claro que “é fútil querer evitar que aprendizagem também seja brincadeira” (DEMO, 2012, p. 131), mas assim como o professor quer que o aluno utilize a tecnologia com fins produtivos, ele precisa também mostrá-los a vinculação do meio que utilizou com o conhecimento, até como uma forma de incentivo para este uso benéfico. Há um grande risco que a falta de atualização do professor também pode acarretar, que é a de gerar através da aprendizagem digital o mesmo formato metódico de sala de aula; segundo Pôrto, “sempre é possível utilizar a tecnologia mais avançada para continuar fazendo as mesmas velharias” (1999, apud DEMO, 2012, p. 90), porém desta forma, mesmo utilizando o meio digital, não estará passando apenas de aula tradicional, que de fato, não continuará trazendo mudança alguma. Muito também se questiona sobre inserir ou não a tecnologiana educação pelo fato de algumas crianças com dificuldades financeiras não estarem inseridas nesse meio, porém, devemos considerar que o mundo em que estas crianças vivem e irão viver, seja em seu trabalho, faculdade ou outros meios, é cercado de tecnologias, e esta preparação inicial é fundamental. Apesar disto, é inegável que a maioria dos estudantes de hoje em dia são ativos usuários da tecnologia, porém grande parte deles não pratica este uso de forma benéfica e para fins de aprendizagem, e caso isto não esteja presente e seja incentivado em sala de aula, causará grandes impactos, principalmente em situações extremas onde o único meio em que a aprendizagem estará disponível é o digital. 2.3 A PANDEMIA DO COVID-19 Uma pandemia pode ser descrita como a disseminação mundial de uma nova doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS); este é um termo utilizado quando uma epidemia se espalha para dois ou mais continentes, geralmente possuindo altas taxas de transmissão entre pessoas. Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, uma nova doença respiratória surgia, levando pessoas à morte e tendo seu vírus espalhado rapidamente por todo o mundo, fato que levou a Organização Mundial de Saúde a decretar a vivência de uma pandemia. No Brasil não foi diferente, o vírus chegou ao país gerando grande preocupação e logo a instauração da quarentena já foi estabelecida como forma de diminuir a transmissão do vírus, conjunta ao uso de máscara e álcool em gel como meio de prevenção. Desta forma, como consequência, ocorreram os fechamentos temporários de atividades comerciais não essenciais, bem como de transportes públicos, eventos e inclusive das atividades no meio educacional. https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/06/o-que-e-transmissao-local-comunitaria-ou-sustentada-do-coronavirus.ghtml 2.3.1 Mudanças no ensino: uma perspectiva pela educação de Santa Catarina Não existe nem a possibilidade de comparação nos resultados obtidos entre o ensino não presencial nas redes públicas e privadas, e isso não está relacionado com o fato de darmos o nosso melhor como professores. (Professor(a) da rede pública Municipal de Joinville)2 Com esse período de fechamento temporário, a educação teve de se refazer, considerando que se refere a um serviço: que não pode, em regra, ser interrompido. Isso porque, tratando-se do desenvolvimento humano, o tempo é fator absoluto e determinante, não podendo ser obstado o suspenso, se impondo como uma das maiores preocupações, não só dos gestores de instituições privadas, mas dos administradores públicos. (ELIEZER et al., 2020, n.p) No entanto, cerca de 91% dos alunos em todo o mundo ficaram fora da escola temporariamente segundo dados da UNESCO (2020). Logo, a solução encontrada foi a utilização de meios tecnológicos para a finalidade da continuação dos estudos. Desta forma, professores que já conheciam a importância da inserção do meio tecnológico na educação e tinham esta metodologia já presente em sua prática, tiveram mais segurança para o desenvolvimento das atividades pedagógicas neste novo meio de ensino. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península (2020) com 7.734 professores brasileiros após seis semanas de aulas não presenciais revelou que 83,4% destes docentes ainda se sentem nada ou pouco preparados para as aulas não presenciais, o que é preocupante, mas também precisa ser considerado que a qualidade dos recursos oferecidos bem como a formação continuada para estes docentes -principalmente na rede pública- muitas vezes não atendem à necessidade educacional. Portanto, a utilização de tecnologias durante a Educação Básica trouxe a necessidade de que as escolas desenvolvessem estratégias didáticas a fim de um ensino e aprendizagem igualitários. Porém, como nos traz Senhoras (2020) isso acaba evidenciando ainda mais a diferença de classes, já que de um lado se encontra o aluno da rede particular, possuindo todo o suporte educativo, com acesso à internet, “já do outro o aluno da escola pública, desprovido de muitos recursos (educativos, 2 Resposta ao questionário realizado de forma anônima que será aprofundado no item 3 - Aplicação econômicos e sociais), sendo os mais impactados diante deste cenário”. (SENHORAS, 2020, p. 55) Tendo em vista as estratégias definidas em escolas da rede pública e privada, esse abismo estre realidades se fez muito claro: nas redes particulares se buscaram estratégias semelhantes ao ensino presencial, com uma imensa possibilidade de troca entre docente e aluno. Essas instituições buscaram implementar educação remota, de maneira a diferenciar-se da modalidade EaD. Neste formato, as aulas são transmitidas em tempo instantâneo por sistemas de webconferências, as chamadas lives, que permitem que professores e alunos tenham condições de realizar interações e organizarem seus tempos de aprendizagem da forma mais próxima à educação presencial. (ARRUDA, 2020, p. 262) Com toda certeza esta é uma excelente estratégia e é ótimo que instituições e alunos tenham a condição de estarem diante destes meios de ensino, porém, é inegável que não se possa haver uma comparação no desenvolvimento destes alunos com os da rede pública, onde a estratégia utilizada teve de ser diferente por diversos fatores. Contudo, nas instituições públicas, a solução encontrada foi a de ofertar atividades pedagógicas através da plataforma do Google Classroom ou “Google Sala de Aula”, levando em consideração que alguns estudantes não possuem acesso à internet ou a dispositivos móveis, e não se pode negligenciar a aprendizagem a estes alunos ou ofertar uma estratégia muito diferente da oferecida aos demais alunos da mesma rede de ensino que possuem este acesso. Sendo assim, nestes casos, o aluno realiza a retirada deste material de forma impressa em suas determinadas instituições escolares (o mesmo material disponibilizado na plataforma de forma online). Esta forma de ensino acaba não possibilitando a percepção do desenvolvimento do aluno, limitando o contato entre docente e discente e com toda certeza tornando basicamente impossível a prática de uma escuta ativa. 2.4 A INFLUÊNCIA DAS AULAS NÃO PRESENCIAIS NA PRÁTICA DA ESCUTA ATIVA O fato de o docente não estar visual, auditiva e concomitantemente apresentando suas atividades para o aluno e pela solução encontrada se tratar de uma comunicação assíncrona, ou seja, onde o receptor não necessariamente recebe a mensagem do emissor imediatamente, a relação entre professor e aluno acaba se tornando limitada. “O ritmo é outro, a organização do tempo. Sem horário fixo de aula e sem a figura do professor presente, ele tem que se esforçar mais para aprender o que é proposto” (SENHORAS, 2020, p. 57) Como nos traz um(a) professor(a) da rede pública atuante nos anos iniciais: “A estrutura aderida pelas escolas públicas não permite que escutemos os nossos alunos, isso impossibilita uma troca, um diálogo e até mesmo uma percepção se estão realmente aprendendo e evoluindo.” 3 Além disso, muitas vezes pela impossibilidade de contato com o docente, alunos acabam por ter que utilizar da pesquisa na internet como forma de compreender melhor o conteúdo, e como este uso tecnológico para fins de aprendizagem muitas vezes não foi incentivado devidamente, este aluno encontra grandes dificuldades para este fim. Além de que, nestes casos “a figura do professor é insubstituível, sendo um diferencial na vida do educando, pois, educar vai além do simples uso de recursos tecnológicos” (SOUZA, 2020, n.p) Outro meio o qual os alunos buscam o conhecimento é através dos familiares e no caso das crianças mais novas, este apoio acaba sendo uma necessidade, já que não possuem a autonomia e proatividade para uma rotina de estudos. Há neste fator também um grande problema, já que muitas famílias não dominam o conteúdodas atividades propostas, ou ainda, as que dominam, não utilizam metodologias e didáticas adequadas, que são de suma importância para uma plena aprendizagem. Além destes problemas, há ainda familiares que muitas vezes pela impaciência e falta de conhecimento acerca do “ensinar” acabam fazendo as atividades pela criança, o que não permite que o professor saiba verdadeiramente o desenvolvimento deste aluno e a percepção do que ele absorveu e aprendeu, já que não é a “voz” da criança. Contudo, este período de aulas não presenciais trouxe à tona uma grande reflexão acerca da importância da constante atualização docente, do quanto o contato, o diálogo e a presença de uma escuta ativa influenciam no desenvolvimento escolar e principalmente reflexões acerca do papel do professor. 3 Resposta ao questionário realizado de forma anônima que será aprofundado no item 3 - Aplicação Acontece que as novas tecnologias nunca substituiriam o papel do docente. Por mais que a tecnologia avance a passos gigantes, nenhum produto dela, por mais tecnológico que seja, teria a capacidade de sentir, escutar e sequer pensar como os humanos, pois até para um “computador chegar a pensar, ele necessitaria de afeto” (PICARD, 1999 apud DEMO, 2012, p. 75). Ou seja, a tecnologia não é capaz de se conectar em nível emocional com o aluno e escutá-lo ativamente, ação que é extremamente importante, já que só desta forma seria possível identificar alunos com problemas emocionais, perceber qual didática funciona de forma mais eficiente para cada forma de aprender, além do cuidado, afeto e empatia, que nenhuma tecnologia é capaz de possuir. Desta forma, “nova mídia é instrumento, como tal não educa, porque EDUCAR É RELAÇÃO HUMANA”. (DEMO, 2012, p.143) 3 ANÁLISE DA APLICAÇÃO Foi realizada uma pesquisa através de questionário pelo Google Formulários com 42 professores atuantes na rede pública de Joinville, contendo sete perguntas fechadas e duas abertas, estas últimas, disponibilizadas de forma não obrigatória para que apenas os docentes que se sentissem a vontade de expor sua opinião, a fizessem. O questionário ficou disponibilizado para respostas do dia dezenove de outubro até primeiro de novembro e juntamente com link, foi disposta uma mensagem explicando o intuito desta aplicação, um pequeno resumo deste artigo, bem como seu objetivo. A finalidade deste questionário foi a de perceber a realidade da rede pública de ensino, porém, haverá uma das perguntas que foi feita também com 14 professores da rede privada, com o objetivo de perceber a diferença na perspectiva de ambas as realidades especificamente do conteúdo desta pergunta, que será esclarecida no decorrer da análise. Inicialmente, deixou-se um campo para que os professores preenchessem com sua idade e área de atuação, sem a necessidade de identificação, já que o objetivo era que o questionário fosse respondido de forma anônima. Desta maneira, concluiu- se que os participantes possuem a idade entre 24 e 53 anos, atuantes nos anos iniciais, sendo 34 professores do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), uma professora do Atendimento Educacional Especializado – AEE (em tempos de aulas não presenciais responsável pelas adaptações aos alunos com deficiência), uma auxiliar de direção e seis professores de disciplinas específicas dos anos iniciais (História e Geografia, Artes e Educação Física). Dadas as informações gerais dos participantes do questionário, se fará agora uma análise dos resultados obtidos. A primeira pergunta realizada foi: “Recordando sua época escolar, é possível dizer que houve uma escuta ativa partindo de seu(sua) professor(a)?” contando com 41 respostas. Gráfico 1. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à primeira pergunta Fonte: Primária (2020) Analisando os dados desta pergunta, o fato de pouco mais da metade das respostas negarem a presença da escuta ativa em sua época escolar pode se dar pelo motivo de que outras gerações tiveram o método tradicional presente fortemente em seu contexto de ensino, onde o professor não dava voz aos alunos e não os considerava protagonistas do seu processo de aprendizagem, havendo, é claro, exceções como pode-se perceber na porcentagem das outras alternativas. A segunda pergunta realizada foi: “Você considera a escuta ativa como um fator importante em sala de aula?” contando com 42 respostas. Já a terceira pergunta realizada foi: “Através de reflexões acerca da sua prática, você busca aplicar a escuta ativa?” contando também com 42 respostas. Gráfico 2. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à segunda pergunta Fonte: Primária (2020) Gráfico 3. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à terceira pergunta Fonte: Primária (2020) Analisando as respostas de ambas as perguntas, é inegável que os professores quase em sua totalidade consideram importante a presença da escuta ativa em sala de aula, apesar de quando questionados pela sua prática, estes números caírem cerca de um terço. A quarta pergunta foi uma questão aberta: “Descreva o porquê você considera (ou não) a escuta ativa importante para o desenvolvimento do aluno.”, esta era uma questão opcional e contou com 23 respostas. Abaixo, serão listadas algumas delas. Resposta 1 Penso que temos muito pra aprender com os alunos, e nessa troca todos ganham, se cria um laço de confiança e motiva a participação. Resposta 2 É através da escuta ativa que iremos entender nossos alunos, perceber sua subjetividade para desenvolver uma didática que se adeque melhor ao contexto de cada um. Resposta 4 Porque você leva em conta o conhecimento prévio do aluno para criar a melhorar a estratégia de aprendizagem. Resposta 11 Através da escuta ativa, podemos verificar se houve uma aprendizagem significativa. É pela escuta que iremos perceber o quão nossos alunos estão aprendendo, se desenvolvendo ou até passando por um fator externo que vá influenciar sua aprendizagem Resposta 15 Para perceber sua individualidade, talvez esteja passando por problemas que o professor precisa saber Resposta 16 Entender o aluno, perceber qual estratégia funciona melhor para ele, se inserir no meio do aluno Tabela 1. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à quarta pergunta Fonte: Primária (2020) As respostas obtidas reforçam que os professores compreendem a prática da escuta ativa como algo positivo no contexto escolar, percebendo e citando variados benefícios do seu uso em sala de aula. A quinta pergunta realizada foi “Você considera que os alunos de hoje são ativamente usuários de tecnologias?” contando com 42 respostas. A sexta pergunta realizada foi “Em que escala você considera o uso das tecnologias por estes alunos benéfico e para fins produtivos?” contando com 42 respostas. Já a sétima pergunta realizada foi “Você acredita que a familiaridade com os meios tecnológicos auxiliou os alunos para as aulas não presenciais?” Gráfico 4. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à quinta pergunta Fonte: Primária (2020) Gráfico 5. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à sexta pergunta Fonte: Primária (2020) Gráfico 6. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à sétima pergunta Fonte: Primária (2020) Analisando os dados obtidos com estas três perguntas, é perceptível que nenhum professor nega a inserção dos alunos de hoje em dia no meio tecnológico de forma ativa, além de não considerar este uso benéfico e para fins produtivos, já que quase metade das respostas alegou acreditar que a utilização das tecnologias por estes alunos é benéfica apenas em umaescala de um a três. Além disso, ficou claro que estes docentes não acreditam que a familiaridade com os meios tecnológicos auxiliou de alguma forma estes alunos para as aulas não presenciais, o que pode se dar pela falta de incentivo ou até mesmo de interesse do uso deste meio para fins de aprendizagem. A oitava pergunta foi realizada tanto para professores da rede pública, contando com 42 respostas, como também da rede privada, contando com 14 respostas de professores entre 28 e 46 anos atuantes do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A pergunta foi “O quão você acredita que a ação de “escutar” e perceber o seu aluno foi prejudicada com esta nova estratégia de ensino?” 4 Gráfico 7. Respostas dos professores da rede pública em relação à oitava pergunta Fonte: Primária (2020) Gráfico 8. Respostas dos professores da rede privada em relação à oitava pergunta Fonte: Primária (2020) Apesar de não haver uma quantidade de respostas compatíveis entre a rede pública e privada, já foi perceptível a diferença entre os resultados; enquanto os professores da rede pública consideram em sua maioria que a ação de “escutar” o seu aluno foi prejudicada totalmente, estes números são semelhantes aos professores 4 Apenas esta pergunta do questionário foi realizada com ambas as redes ensino, todos os outros resultados obtidos foram das respostas apenas dos professores da rede pública da rede privada que consideram que este ato foi pouco prejudicado, reforçando assim, as desigualdades nas condições de ensino e de aprendizagem evidenciadas durante o período de pandemia. Por último, foi realizada outra pergunta aberta, disponibilizada também de forma opcional: “Qual você pensa que seria a melhor forma de perceber se a aprendizagem está sendo significativa nas aulas não presenciais?”, contando com 20 respostas as quais serão algumas delas listadas abaixo: Resposta 1 A disponibilidade de acesso para todos de um plano de internet ou aplicativo que desenvolvesse formas dessa escuta. Resposta 2 Ter o mesmo formato das aulas na rede privada iriam ajudar essa percepção, mas isso não é viável com a realidade que temos. Não existe nem a possibilidade de comparação nos resultados obtidos entre o ensino não presencial nas redes públicas e privadas e isso não está relacionado com o fato de darmos o nosso melhor como professores porque nosso esforço e dedicação multiplicou com esse novo normal. Resposta 4 O contato professor / aluno fica restrito, assim é difícil medir a aprendizagem de fato. O fato de não estar em grupo limita a produtividade, pois devemos considerar que se estivéssemos na sala presencial existem vários fatores que no modelo não presencial fica restrito: a competitividade entre os alunos, as referências que são tomadas, os questionamentos de alguns que poderiam ajudar aos outros ficam limitadas, etc. Resposta 12 Só saberemos com o retorno das atividades presenciais, pois hoje não temos como saber nem se é o aluno que está fazendo as atividades dos módulos. Resposta 15 Com o formato atual, fica difícil de perceber se aprendizagem está sendo significativa, já que não temos a oportunidade de estarmos ativos na aprendizagem deste aluno e muito menos perceber suas dificuldades Resposta 16 A estrutura aderida pelas escolas públicas não permite que escutemos os nossos alunos, isso impossibilita uma troca, um diálogo e até mesmo uma percepção se estão realmente aprendendo e evoluindo Tabela 2. Respostas dos professores participantes do questionário em relação à nona pergunta Fonte: Primária (2020) Com as respostas obtidas, foi possível perceber que apesar do esforço e dedicação por parte dos professores da rede pública, os resultados têm sido insatisfatórios e muitas vezes a estrutura aderida acaba permitindo que a verdadeira realidade da aprendizagem seja mascarada. Assim, a falta de perceber o real desempenho do aluno e a carência de uma escuta ativa presente, tornam-se fatores determinantes para o fracasso escolar neste momento que está sendo vivenciado pela educação. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos conceitos trazidos, da aplicação do questionário com os professores e de reflexões acerca da escuta ativa, pode-se concluir que ela é fundamental para uma boa relação entre docente e discente, além de trazer benefícios significativos para ambas as partes, seja no ensino, aprendizagem, comunicação e desenvolvimento da empatia. No entanto, percebeu-se também que com as aulas não presenciais no ensino público, a prática desta escuta foi muito, se não totalmente prejudicada, causando danos na rotina familiar e principalmente na educação destas crianças. Embora alguns destes estudantes possuírem o acesso a um dispositivo móvel e um plano de internet, bem como o apoio e mediação de um adulto, a maioria deles não os teve, exigindo uma autonomia e responsabilidade pela sua própria aprendizagem, o que em grande parte dos casos não foi possível. Contudo, percebe-se que o papel do professor jamais será substituído, pois apesar de grandes benefícios trazidos pelas tecnologias, elas nunca seriam capazes de escutar, perceber e sentir as necessidades do aluno. Portanto, espera-se que quando o retorno às aulas presenciais acontecer, esta escuta seja ainda mais valorizada e aplicada, caminhando para uma educação mais promissora e humana. 4 REFERENCIAS APPLEGATE, Edith. Anatomia e Fisiologia. 4ª ed. 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