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19/07/2017 HANNAH ARENDT – A Banalidade do Mal : Pensamentos a partir do filme | Revista Pittacos
https://revistapittacosdotorg.wordpress.com/2013/07/16/hannah-arendt-a-banalidade-do-mal-pensamentos-a-partir-do-filme/ 1/9
HANNAH ARENDT – A Banalidade do Mal : Pensamentos a
partir do filme
Pittacus / 16/07/2013
[Maria Aparecida Abreu]
É difícil não sair seduzido do filme Hannah Arendt de Margarethe von Trotta. O objeto do roteiro é uma parte da vida de sem dúvida um
dos indivíduos mais extraordinários do século XX. Antes de ver o filme, estava preocupada com duas coisas: uma banal, a falta de
semelhança física entre a atriz escolhida, Barbara Sukowa, e a autora biografada, além da dificuldade de transmitir a densidade facial e
corporal de um ser em estado de pensamento sem recorrer a caricaturas; e outra mais importante, sobre como um filme relataria um
dos momentos mais relevantes e brilhantes da vida e da obra de Arendt, que é a passagem de uma concepção de “mal radical” –
adotada desde As Origens do Totalitarismo (1949), e de inspiração kantiana – para a de “banalidade do mal”, expressão cuja
elaboração isolada provavelmente já daria a Arendt um lugar entre os grandes autores de seu século.
O filme é muito bem sucedido. A começar pelo recorte escolhido. O relato do julgamento de Adolf Eichmann (1961) é uma das partes
mais instigantes da obra de Hannah Arendt e o evento, em si, muito bem apresentado com a alternância de imagens de documentário –
o verdadeiro julgamento – e a ficção – a relatoria narrada – foram a escolha correta para manter até mesmo o espectador leigo atento
aos detalhes. Além disso, a importância de personagens históricos que tiveram influência intelectual e pessoal na vida de Hannah –
especialmente Mary McCarthy, Heinrich Blücher, Hans Jonas e Martin Heidegger, é sugerida de forma bastante fiel à realidade, pelo
menos tal como relatam suas biografias.
Todo este recorte acertado permite que a sedução da inteligência e da coragem desta intelectual que deixou sua marca no pensamento
político ocidental se realize sem grandes resistências. Estamos diante de alguém extraordinário, sem dúvida. E esse alguém é uma
mulher, uma das poucas que figuram entre os grandes dos novecentos. Ao lado dela, provavelmente, Simone de Beauvoir.
Seduzidos, então, mergulhamos nos fatos que levaram a autora a abandonar uma interpretação de que um dos conceitos que ajudaria
a compreender o totalitarismo seria o de “mal radical”, tal como sugerido nas Origens do Totalitarismo. De acordo com este conceito, a
prática do mal por um indivíduo – tal como Kant já indicara – dependia de um desvio de sua vontade, incapaz de legislar de forma
afinada com regras que valeriam para toda a humanidade – o imperativo categórico – e capaz de cometer qualquer atrocidade,
desconsiderando inclusive o mais intuitivo dos mandamentos da vida social, o “não matarás”. Esta concepção de mal radical era o que
parecia explicar o que estava por trás dos crimes contra a humanidade. Todos, e principalmente os judeus, acreditavam serem os
nazistas monstros. Não por acaso – e o filme destaca isto precisamente – o acusado é exibido no julgamento em uma jaula de vidro.
Não. Não se tratava de um monstro. Não se tratava de um psicopata ou canibal que a qualquer momento poderia voar sobre alguém da
plateia, ainda que esse alguém tivesse traços judeus. Hannah Arendt é certeira: ele nem mesmo era antissemita, muito menos um
assassino sanguinário. Era apenas o mais fiel obediente às leis. O desvio que o acometia, portanto, era sua incapacidade de questionar
a razoabilidade, a legitimidade, a justiça e a humanidade dessas leis. Arendt sentencia: seu problema, e de todos os outros burocratas
nazistas, era a incapacidade de pensar. Sem a força corrosiva e desconstrutiva do pensamento, qualquer ação é possível, qualquer lei
pode ser racionalmente justificada.
E agora desenvolvo uma ideia que, tenho a impressão, está na obra de Arendt, mas não no filme. A partir do momento que os crimes
contra os judeus eram cometidos em razão da incapacidade de pensar de boa parte de seus agentes – não estão incluídos entre eles,
claro, o führer e a alta cúpula nazista –, o sucesso da dominação pretendida com a estrutura burocrática montada pelo sistema
totalitário estava garantida. Se o sistema necessitasse de muitos monstros, provavelmente não os encontraria. É justamente porque a
Solução Final poderia ser colocada em prática por seres humanos comuns é que o sistema pôde adquirir as dimensões que teve. Daí a
banalidade do mal abranger dois aspectos: o primeiro, bastante abordado no filme, é o da premissa de que os seres humanos são
supérfluos. O outro, que acredito não ter sido muito bem explorado, é o de que é quando temos um sistema – e não seres humanos –
estruturado para a prática do mal é que ele pode se espalhar e, se não contido, abranger toda a humanidade. Nesse sentido é que o
mal banal é “superficial”, não é radical. E justamente por isso ele é muito mais perigoso, porque, aparentemente, sob a sua influência,
as pessoas estão agindo de forma racional e, acima de tudo obediente.
Então, se Adolf Eichmann não era um monstro, o que era? Um burocrata, um ninguém, um palhaço, que era capaz de afirmar, de forma
sincera, sem qualquer pejo ou embaraço, que suas ações nada tinham a ver com a morte dos judeus: eles morreriam, com ou sem ele.
A capacidade de Hannah Arendt sair de sua condição de judia e enxergar o que ninguém até ali tinha visto é admirável, ainda mais
quando consideramos a reação, inclusive de amigos, que ela teve de enfrentar. Reação cuja melhor resposta dada pela autora foi: ela
procurou compreender[1] o que estava ocorrendo e compreender não é perdoar. Em busca de compreender, Arendt sai de si e é capaz
de pensar radicalmente.
Revista Pittacos
Cultura e Humanidades
Baú da Pittacos Expediente Traduções Πιττακος Colaboradores Regulares
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19/07/2017 HANNAH ARENDT – A Banalidade do Mal : Pensamentos a partir do filme | Revista Pittacos
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Até aqui o brilhantismo de Arendt é inegável. No entanto, houve outro ponto polêmico de seu relato: o fato de ela ter questionado o
comportamento de algumas lideranças judaicas durante o nazismo. Este questionamento soou para os leitores judeus como uma
atribuição de corresponsabilidade pelos crimes nazistas. Em resposta a isso, ela sofreu a acusação de ter pouco amor pelo povo judeu,
o que no filme foi, de forma comovente, expressada por um de seus melhores amigos, Kurt Blumenfeld, em seu leito de morte, em
Jerusalém, à qual Arendt respondeu que nunca havia amado povo algum, nem mesmo o judeu. Ela amava seus amigos. Esse era o
amor de que era capaz. Hannah Arendt está completamente coerente com seu pensamento. Seus atos refletem bastante suas ideias.
Para ela, amor é um sentimento da esfera privada, reservada às relações mantidas nessa esfera.
Hans Jonas, de forma mais cruel, mesmo após a aula pública dada por Arendt com o objetivo de explicar o que queria dizer com a
“banalidade do mal”, atribui o erro de julgamento de Arendt à sua arrogância, falta de conhecimento dos assuntos do povo judeu e à sua
fidelidade intelectual a Heidegger.
Minha interpretação é a de que talvezos judeus estivessem parcialmente corretos nessa segunda cobrança. Hannah Arendt procurou
tanto compreender Eichmann, e teve uma impressionante lucidez nessa tarefa, que talvez não tenha compreendido a atuação dos
judeus. Não porque não amasse seu povo, talvez sim por sua fidelidade a Heidegger, embora não naquilo que provavelmente Hans
Jonas estava sugerindo – antissemitismo e descompromisso com a realidade por um excessivo compromisso com o pensamento -, mas
pelo seu desprezo, manifestado várias vezes ao longo de sua obra, pela sociologia. Munida do instrumental já então erigido por Weber
em suas formulações sobre a sociologia da dominação, seria provável que ela percebesse que os judeus – não sei se como povo, ou se
como grupo –, durante a dominação nazista, agiram como os dominados agem quando buscam a sobrevivência: aderem à lógica e às
regras do dominador, muitas vezes internalizando-as. Pode-se não admirar alguém que age de acordo com os ditames da
sobrevivência. No entanto, da mesma forma, não se pode exigir desse alguém conduta diferente. Mas, ao que parece, isso não foi
reivindicado da autora naquele momento, só décadas mais tarde, ao longo da recepção de sua obra.
[N.A. 1] A palavra em inglês é understanding, que nas legendas do filme foi traduzida por entender. Mas como entender remete a
atividades da razão e, na obra de Hannah Arendt, isso adquire outro sentido, vou adotar aqui a tradução consagrada – compreender.
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16/07/2013 em Cinema, Dia da Mulher. Tags:banalidade do mal, Barbara Sukowa, cinema, hannah Arendt, Hans jonas, mal, Margarethe von Trotta
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10 comentários sobre “HANNAH ARENDT – A Banalidade do Mal : Pensamentos a
partir do filme”
 joanagouvea 18/07/2013 às 1:03
Como sobreviver sem ver esse filme?
Responder
 Branca 19/07/2013 às 12:02
Excelente análise. Hannah estava certíssima e foi mal compreendida. Não foram exterminados só judeus na época do nazismo. É
preciso que se diga isso para compreender melhor a teoria de Hannah. A ‘burocracia do extermínio’ atingiu outros grupos étnicos, em
especial, os ciganos. Muito mais de um milhão de ciganos foram deslocados e morreram nos campos de concentração nos mesmos
fornos em que jogaram os judeus. É bom lembrar que este grupo étnico continua a ser perseguido pelos atuais fascistas europeus seja
na Itália ou na França. É emblemático o fato de até hoje os ciganos serem assassinados sem explicação, o que ocorreu até
recentemente na moderna Hungria, capitalista e membro da União Europeia.
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 Maria Cristina Roma Feliciano 19/07/2013 às 16:47
Parabéns pela análise. A influência que sofreu de Heidegger não a tornou fiel intelectualmente à ele e não acredito que esse tenha sido
o motivo de sua posição em relação ao colaboracionismo judeu. Acho mais que ela achou que os judeus demoraram para perceber o
que estava acontecendo ou seja “dormiram no ponto”.
Responder
 Marco Antônio Pontes 08/08/2013 às 2:30
De Marco Antônio Pontes, jornalista, Brasília: 
Excelentes, os “Pensamentos a partir…”. A autora compreendeu (prefiro esse verbo, também neste caso) e expôs com maestria a
contradição vivida pela judia-alemã, visceralmente contra o autoritarismo (o nazista e todos os outros) porém fiel ao dever de pensar
independentemente e a seu compromisso com a verdade — e como exercitá-lo?, como buscar a verdade? sem tentar compreender os
fatos, seus protagonistas, motivações… Aliás, Hannah foi coerente em seu repúdio ao autoritarismo quando não se submeteu ao
poderosíssimo lobby judeu que, então, não admitia qualquer fissura (mesmo só aparente) na condenação radical e absoluta do nazismo
e seus agentes. Na verdade era antes uma questão de marketing do Estado de Israel(reconheça-se: necessário à nação cercada de
inimigos) que de teses filosóficas. Só mais um destaque: pode-se depreender da leitura de “Eichmann em Jerusalém”, e o filme mostra-
o bem, que Hannah reviu anteriores afirmações e estabeleceu instigante distinção, ao discutir o conceito de “mal”, entre “radical” e
“absoluto”.
Responder
 Cláudio Vitorino de Aguiar 13/08/2013 às 11:13
A questão central, no que respeita a tese da “banalidade do Mal”, defendido por Arendt, é seu equivocado pressuposto, como se Adolf
Eichmann não tivesse consciência de seus atos. Ele não apenas tinha, como concordava ideologicamente com eles! Esse o ponto que
Arendt não leva em consideração, e fragiliza seu argumento sobre “a banalidade do Mal”. Há uma série de documentos que
comprovam, por parte do regime nazista, uma mecânica de destruição de “espécies inferiores e adversários do regime, como judeus,
ciganos, eslavos, comunistas, etc. Pensada em seus mínimos detalhes e levada avante por um partido e burocracia estatal que
estavam absolutamente convencidos de suas “razões de Estado” e correção de tais medidas! Esse aspecto que nunca deve deixar de
ser considerado, a aceitação voluntária e concordante de tal ignomínia, por pressupostos ideológicos conscientemente aceitos!
Responder
 Luci Mari 14/08/2013 às 10:14
Percebi que a questão sionista é corporativa que se fecha em relação ao pensamento livre da Filósofa que mesmo tendo origens judias
não se deixa envolver até nas chantagens de seus colegas professores da universidade, quando as aulas são ministradas e ela matem
sua coerência com um pensamento questionar e instigante contra as pessoas que só cumprem seu dever de ofício. 
Uma exemplar intelectual que morreu combatendo a superficialidade.
Responder
 Rita Laura Segato 25/08/2013 às 19:00
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Acho que não é o colaboracionismo do povo judeu o que H.A criticou, mas precisamente o mesmo que criticou na ordem estatal
totalitária: as hierarquias, a organização, a institucionalização, que permitiu que, cooptando as lideranças, fosse possível administrar o
comportamento do rebanho judeu. O que se sugere, no recorte feito pelo filme, é que se o povo judéu não tivesse organização,
instituições, hierarquias, lideranças, isto é, se a sociedade judia tivesse uma modalidade mais caótica de existência, o genocídio
sistemático não teria sido possível. Essa aposta de H.A. parece ser confirmada com o acontecido na Conquista de América, onde povos
sem estado, de baixa tecnologia, dispersos nas terras baixas das florestas, conseguiram permanecer por muitos mais séculos sem ser
integrados ao processo da colonização.
Responder
 Maria Aparecida Abreu 26/08/2013 às 18:59
Cara Rita, eu não vi essa sugestão no filme. De qualquer forma, ela não encontra respaldo na obra de Hannah Arendt, pois em “As
Origens do Totalitarismo”, no volume sobre anti-semitismo, ela comenta sobre a necessidade dos judeus de se assimilarem à civilização
e cultura europeias e a de erroneamente não terem buscado reconhecimento jurídico, mas terem apenas existido socialmente. Isso
sugere uma dispersão e não uma organização reconhecida legitimamente desse povo. Tal opção pela assimilação cultural, difundida
entre os judeus, ao invés da busca de um status jurídico de cidadãos teria sido uma das razões que possibilitou seu genocídio.
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 Filomena Barata 18/01/2014 às 22:11
Grata por este fabuloso texto.
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