Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL 1.1 Principais características O s embargos à execução fiscal constituem uma ação autônoma incidente a um processo principal, que é o processo de execução fiscal. Como ação, deverá obedecer aos requisitos do art. 319 do CPC/2015. Mesmo tendo natureza jurídica de ação, os embargos são dependentes de uma execução fiscal, devendo ser distribuídos por dependência, uma vez que o próprio juiz que determina a execução fiscal tem a competência para julgar a ação de embargos. Trata-se de uma espécie de ação em que o sujeito passivo (executado) visa defender-se com a possibilidade de obter o efeito suspensivo enquanto não houver o julgamento de mérito. Para que haja a execução fiscal, faz-se necessário que a Fazenda Pública possua um título executivo. Este título executivo extrajudicial é a certidão de dívida ativa (CDA). Assim, os embargos são, inicialmente, uma forma de tornar inválida e insubsistente a certidão de dívida ativa. Uma vez inscrita em dívida ativa, as dívidas sem garantia integral ou exigibilidade suspensa são registradas perante o CADIN (Cadastro Informativo de créditos não quitados), banco de dados onde são registrados os nomes dos contribuintes responsáveis por débitos perante órgãos públicos federais, regido pela Lei 10.522/2002. A inclusão do devedor no CADIN ocorre 75 (setenta e cinco) dias após a notificação sobre o possível registro, e a suspensão ou exclusão do nome do devedor do cadastro ocorre até 5 (cinco) dias úteis após a comprovação da regularização da situação que deu causa a inclusão. O procedimento de inscrição foi posteriormente regulamentado pela Portaria PGFN 810/2009, vedando a inclusão de débitos inferiores a R$ 1.000,00 (mil reais). Para que os embargos possam ser recebidos e processados com o fito de suspender o curso do processo executivo, deverá ser oferecida uma garantia de execução. Essa garantia poderá ser realizada por meio de depósito, fiança bancária, seguro-garantia ou penhora de bens. Levando em consideração a mantença do dispositivo anterior, de acordo com o CPC/2015, os embargos à execução não terão efeito suspensivo, salvo se comprovada a existência de grave dano de difícil ou incerta reparação, nos termos do art. 919, § 1º, do CPC/2015. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. Conforme prevê o art. 16 da Lei 6.830/1980, o prazo para que o executado possa opor os embargos é de 30 (trinta) dias, tendo esse prazo natureza peremptória. O prazo para oposição dos embargos passa a ser contado: I – da data do depósito realizado nos autos; II – da juntada da prova de fiança bancária ou do seguro garantia; III – da intimação da penhora. Pelo regramento geral, o prazo passa a ser contado a partir da intimação pessoal feita ao executado, não levando em consideração a data da publicação. 1.2 Cabimento A ação de embargos à execução fiscal tem cabimento quando da existência de uma execução fiscal em que o sujeito passivo tenha recebido a citação. Enquanto o sujeito passivo não receber a citação da execução fiscal, não haverá a formação do processo executivo, tendo cabimento a ação anulatória de débito fiscal. Assim, concluímos: Leva-se em consideração que o cabimento dos embargos à execução fiscal como medida de defesa após a citação da execução fiscal é a regra geral. Contudo, poderá existir a possibilidade de arguição de exceção de pré-executividade, nas hipóteses de que trataremos adiante. Na ação de embargos à execução fiscal caberá a suspensão da ação de execução fiscal, tendo por fundamento o art. 919, § 1º, do CPC/2015, devendo o executado expor a existência de grave dano de difícil ou incerta reparação. Tivemos vários julgamentos desfavoráveis perante o STJ sobre a utilização do antigo art. 739-A, § 1º, do CPC/1973, alegando alguns Ministros que tal artigo não poderia ser utilizado, uma vez que a lei de Execução Fiscal é específica, não se admitindo o uso do referido artigo para a suspensão do curso do processo executivo. Entretanto, é cediço o entendimento de que, nas omissões da lei de Execução Fiscal, aplicar-se-á, sempre de maneira subsidiária, o CPC. Assim, mantém-se o uso do art. 919, § 1º, do CPC/2015 para a concessão do efeito suspensivo. 1.3 Competência A ação de embargos à execução fiscal deverá ser distribuída por dependência a uma execução fiscal existente. Neste caso, o juízo das execuções competente é aquele em decorrência do tributo em questão, se federal, estadual ou municipal. Assim, podemos definir a competência para oposição dos embargos à execução fiscal conforme abaixo: AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL Não ocorreu a citação Ocorreu a citação Ação Anulatória de Débito Fiscal Embargos à Execução Fiscal TRIBUTOS FEDERAIS TRIBUTOS ESTADUAIS/MUNICIPAIS Note bem Nos exames da OAB, o candidato somente deverá se utilizar dos endereçamentos acima indicados caso o problema não identifique o juízo das execuções. 1.4 Fundamento da ação e nomenclatura adequada A ação de embargos à execução fiscal tem o seu fundamento nos arts. 16 da Lei 6.830/1980 e 319 do CPC/2015. Caberá o pedido de efeito suspensivo da execução fiscal, nos termos do art. 919, § 1.o, do CPC/2015, mas este não é utilizado como fundamento da ação de embargos, podendo conter apenas no corpo da medida judicial. É certo que, mesmo que tenhamos algumas discussões relevantes, só se faz possível o recebimento e processamento dos embargos mediante a apresentação de garantia do juízo, à luz do art. 16, § 1o, da Lei 6.830/1980. Assim, a nomenclatura correta a ser adotada é: Embargos à Execução Fiscal ou Ação de Embargos à Execução Fiscal. 1.5 Pedido O pedido na ação de embargos à execução fiscal deverá conter os seguintes itens: I – que os presentes Embargos sejam recebidos e processados por dependência à Execução Fiscal, concedendo-lhe o efeito suspensivo imediato, nos termos do art. 919, § 1.o, do CPC/2015 até a decisão final; II – sejam acolhidos e julgados procedentes, para os fins de desconstituição do título executivo e a consequente extinção da Execução Fiscal, nos termos do artigo... (indicar os artigos que fundamentaram o direito); III – a exclusão do Executado do polo passivo, bem como o levantamento da penhora do imóvel (quando ocorrer a penhora), por medida de justiça; IV – a intimação da Embargada, na pessoa de seu procurador, para manifestar-se sobre os presentes Embargos; V – condenação da Embargada nas custas processuais e honorários advocatícios. Importante Para o exame da OAB, há um pedido extra a ser elaborado ou então sua indicação em forma de tópico apartado, no que diz respeito à audiência de Conciliação e Mediação, em que pese, na prática jurídica, tal fato ser um tanto quanto controverso em razão de o crédito público consistir um bem Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara das Execuções Fiscais Federais da Seção (ou Subseção) Judiciária de ... Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara das Execuções Fiscais da Comarca de ... ou Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Anexo Fiscal da Comarca de ... público indisponível. Nesse sentido, entendemos salutar frisar: “a opção pela não realização da audiência de Conciliação e Mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015, ou indicar sobre a Impossibilidade da Conciliação (autocomposição), conforme art. 334, § 4º, II, do CPC/2015”. 1.6 Das provas e valor da causa Conforme anteriormente indicado, as provas devem estar trazidas na petição inicial, para os fins de corroborar com a pretensão jurídica. O valor da causa também deverá ser indicado obrigatoriamente, sob pena de invalidação.No caso dos embargos à execução fiscal, podem ser alegadas em juízo todas as matérias de defesa pertinentes, com a possibilidade de trazer todas as provas em direito admitidas. Sendo assim, as provas poderão ser indicadas da seguinte forma: Protesta provar todo o alegado por todos os meios em direito admitidos, principalmente pela guia de pagamento dos tributos pagos indevidamente e outras que se fizerem necessárias ao esclarecimento do Douto Juízo. No que tange ao valor da causa, este poderá ser indicado da seguinte forma: Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor por extenso). 1.7 Desfecho O desfecho é a conclusão da medida judicial dentro dos padrões de técnica forense. O desfecho mais indicado passa a ser o seguinte: Termos em que, pede deferimento. Local, data. Advogado(a) OAB/ ... n.o ... 1.8 Modelo de embargos à execução fiscal EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ANEXO FISCAL DA COMARCA DE SERRA NEGRA (espaço de cinco linhas) Distribuição por Dependência Execução Fiscal nº... João, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº.., devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliado na ..., bairro, cidade, Estado, por meio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), com escritório na ..., bairro, cidade, Estado, onde receberá as devidas intimações, nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil de 2015, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 16 da Lei 6.830/1980 e art. 319 do Código de Processo Civil de 2015, opor os presentes EMBARGOS ÀEXECUÇÃO FISCAL que lhe move a Municipalidade de Serra Negra, pessoa jurídica de direito público interno, já devidamente qualificada, por meio de seu procurador, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: I – DOS FATOS O Embargante adquiriu, em 1980, um imóvel situado na zona rural do Município de Serra Negra. Em 2009, a Câmara Municipal aprovou lei que alterou o perímetro urbano do Município, passando a incluir o imóvel do Embargante. Porém, a área manteve características típicas de zona rural, sem apresentar qualquer espécie de equipamento urbano, tal como água encanada, iluminação pública, saneamento básico ou calçamento. Recentemente, o Embargante recebeu notificação de lançamento de IPTU relativo ao exercício de 2010. Como não apresentou pagamento, o débito foi inscrito em dívida ativa e ajuizada a presente execução fiscal, sendo intimado o Autor da penhora de outro imóvel de sua propriedade. Não concordando com a referida exação, não resta ao Embargante alternativa senão a oposição dos presentes embargos. II – DO DIREITO a) Do cabimento do presente Embargo e sua tempestividade Nos termos do art. 16 da Lei 6.830/1980, quando da citação válida do devedor haverá o cabimento de Embargos à Execução Fiscal dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do depósito, juntada da fiança bancária ou seguro garantia ou da intimação da penhora. Ante a existência da tempestividade e das demais exigências legais, mostra-se compatível o uso da presente medida judicial, conferindo-se a suspensão do processo executivo até a decisão final de mérito. b) Do mérito O imposto sobre a propriedade territorial urbana é um imposto de competência municipal, previsto no art. 156, I, da Constituição Federal e no art. 32 do Código Tributário Nacional. Conforme os fatos supracitados, o imóvel pertencente ao Embargante estava situado na zona rural da Embargada e, com a modificação legislativa, passou este imóvel a ser incluído no perímetro considerado urbano. Ocorre, Excelência, que, para definição de zona urbana, o art. 32, § 1º, do Código Tributário Nacional determina que a lei municipal deve considerar pelo menos a existência, no mínimo, de melhoramentos indicados em dois incisos do referido artigo. A zona onde se situa o imóvel do Embargante conserva todas as características rurais, não possuindo quaisquer dos melhoramentos indicados na lei tributária, o que acarreta, inicialmente, afronta ao princípio da legalidade. Como se não bastasse, além da afronta ao princípio da legalidade perpetrado pela Embargada, a competência para instituição do imposto sobre a propriedade é federal, vez que a incidência tributária passa a ser do ITR e não de IPTU, ocorrendo uma invasão de competência tributária. Não restam dúvidas que a exigência do IPTU pela Embargada passa a ser completamente indevida. c) Da concessão do efeito suspensivo Conforme estabelece o art. 919, § 1º, do CPC/2015, o juízo poderá, a requerimento do Embargante, atribuir o efeito suspensivo aos Embargos quando se comprovar a relevância de seus fundamentos e o prosseguimento da execução acarretar um dano de difícil ou incerta reparação ao executado, uma vez que a execução já esteja garantida. Os relevantes fundamentos mostram-se evidentes pela afronta direta ao princípio da legalidade, pela inobservância do art. 32, § 1º, do Código Tributário Nacional, bem como pela invasão de competência da Embargada, de acordo com os preceitos constitucionais. Ademais, o imóvel do Embargante já está na iminência de penhora, o que pode acarretar-lhe indevidamente a perda da propriedade, sendo tal situação tão grave a ponto de não ter como aguardar o julgamento final da presente ação. Destarte, pelos motivos apresentados, requer a concessão do efeito suspensivo até a decisão final, uma vez que os presentes Embargos encontram-se garantidos, nos termos do art. 9º da Lei 6830/1980. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer: a) que os presentes Embargos sejam recebidos e processados por dependência à Execução Fiscal, concedendo-lhe o efeito suspensivo imediato, nos termos do art. 919, § 1º, do Código de Processo Civil até a decisão final; b) sejam acolhidos e julgados procedentes, para os fins de desconstituição do título executivo e a consequente extinção da Execução Fiscal, nos termos do art. 32, § 1º, do CTN; c) a exclusão do Executado do polo passivo, bem como o levantamento da penhora do imóvel, por medida de justiça; d) a intimação da Embargada, na pessoa de seu procurador, para manifestar-se sobre os presentes Embargos; e) condenação da Embargada nas custas processuais e honorários advocatícios; f) dispensa da audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC. IV – DAS PROVAS Protesta provas o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente pela prova documental e pericial, e outras que se fizerem necessárias ao esclarecimento do Douto Juízo. V – VALOR DA CAUSA Dá a presente causa o valor de R$ ... (valor por extenso). Termos em que, pede deferimento. Local, data. Advogado(a) OAB/ ... n.o ... Importante Com o intuito de auxiliar os candidatos ao certame da OAB, o examinando poderá abrir um tópico específico para as provas, conciliação e mediação e também para o valor da causa, evitando, assim, possíveis esquecimentos quando da redação da peça prático-profissional. Revisão da estrutura dos embargos à execução fiscal – Endereçamento – Distribuição por Dependência à Execução Fiscal – Qualificação do Embargante – Fundamento da ação e nome da ação em destaque – Qualificação da Embargada – Exposição dos Fatos – Fundamentos do Direito – deverá ser aberto um tópico para exposição do efeito suspensivo; – Do pedido – Das provas – Do valor da causa – Desfecho 2. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 1.2 Principais características A exceção ou objeção de pré-executividade é o exercício do direito de petição constitucionalmente previsto, sendo admitida após o ajuizamento da execução fiscal para evitar as restrições patrimoniais do sujeito passivo decorrente da penhora. Uma vez que se trata de exercício decorrente do direito de petição admitido em matéria tributária para o sujeito passivo justamente com o fito de evitar a garantia do juízo das execuções,não há cabimento de exceção nos casos de penhora. Não cabe a exceção de pré-executividade em toda e qualquer circunstância, devendo o executado examinar a existência simultânea de dois requisitos: I – requisito material: é indispensável que a matéria invocada seja suscetível de conhecimento de ofício pelo juiz (ordem pública) ou que acarrete alguma nulidade absoluta no processo executivo; II –requisito formal: é indispensável que a decisão a ser tomada pelo juízo competente das execuções não necessite de dilação probatória. A exceção de pré-executividade caberá apenas nessas duas circunstâncias cumulativas. A falta de qualquer circunstância levará a discussão em sede de embargos à execução fiscal. Os casos mais comuns de utilização de exceção de pré-executividade são: I – ilegitimidade de parte; II – obrigação tributária ilíquida; III – erros formais no título; IV – decadência e prescrição. Em se tratando de ilegitimidade de parte deverá ser analisada qual situação em específico, uma vez que, se os responsáveis constavam na CDA, não cabe a discussão da ilegitimidade por meio de exceção, mas, sim, por meio de embargos à execução fiscal. No entanto, nos casos de redirecionamento da execução fiscal contra a pessoa dos responsáveis que não constavam na CDA, a defesa poderá ser realizada mediante exceção de pré-executividade. De acordo com a Súmula 393 do STJ, a exceção de pré-executividade só será admitida na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício e que não demandem exame de provas. 2.2 Cabimento Conforme já salientado, o cabimento de exceção de pré-executividade conjuga a existência de dois requisitos: um de caráter material (matéria de ordem pública ou nulidade absoluta do processo executivo) e outro de caráter formal (prova pré- constituída, não tendo cabimento a dilação probatória). É admissível, na exceção de pré-executividade, a suspensão da execução fiscal com base no poder geral de cautela do juízo, estabelecido no art. 297 do CPC/2015. 2.3 Competência A competência para o julgamento da exceção de pré-executividade é o mesmo para os embargos à execução fiscal. Neste caso, o juízo das execuções competente é aquele em decorrência do tributo em questão, se federal, estadual ou municipal. Assim, podemos definir a competência para arguição de exceção de pré-executividade, conforme a seguir: Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Note bem Na peça de Exceção de Pré-Executividade, o candidato deverá abrir um tópico do cabimento da exceção, tendo por base o disposto na Súmula 393 do STJ. TRIBUTOS FEDERAIS TRIBUTOS ESTADUAIS/MUNICIPAIS Note bem Nos exames da OAB, o candidato somente deverá se utilizar dos endereçamentos acima indicados caso o problema não identifique o juízo das execuções. 2.4 Fundamento da ação e nomenclatura adequada A exceção de pré-executividade tem o seu fundamento no art. 5.o, XXXIV, a, e XXXV da CF/1988 e, notadamente, na Súmula 393 do STJ. Caberá o pedido de efeito suspensivo da execução fiscal, nos termos do art. 297 CPC/2015, por meio de denominado poder geral de cautela do juízo. Assim, a nomenclatura correta a ser adotada será:Exceção de Pré- Executividade . 2.5 Pedido O pedido na exceção de pré-executividade deverá conter os seguintes itens: I – que a presente exceção de pré-executividade seja recebida, concedendo o efeito suspensivo imediato à execução fiscal n.o ..., nos termos do art. 297 do CPC/2015 até a decisão final; II – seja o pedido julgado procedente para os fins de anular o processo executivo, nos termos do artigo ... (indicar os artigos que fundamentaram o direito); III – a exclusão do Excipiente do polo passivo da execução fiscal; IV – a intimação da Excepta para que apresente as razões de estilo, nos termos da lei; V – condenação da Excepta nas custas processuais e honorários advocatícios. Uma observação extremamente importante é a inexistência de um tópico específico para a produção de provas, uma vez que esta é pré-constituída, devendo estar traduzida na própria petição. Não se admite na petição de exceção de pré-executividade valor da causa, uma vez que não se trata de ação, mas simples direito de petição. Importante – 1 Como não se trata de ação, mas de exercício do direito de petição, não há cabimento de qualquer tópico de dispensa de audiência de conciliação e mediação. Importante – 2 Ainda que ocorra a extinção parcial do processo executório, é devida a condenação em honorários na exceção de pré-executividade. A jurisprudência do STJ era firme em declarar o cabimento de honorários tanto na execução quando nos embargos, porque eram considerados ação de conhecimento autônoma, extinta por sentença. Entretanto, conforme entendimento no REsp Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara das Execuções Fiscais Federais da Seção (ou Subseção) Judiciária de ... Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara das Execuções Fiscais da Comarca de ... ou Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Anexo Fiscal da Comarca de ... 664.078, entendeu-se que é plenamente cabível a condenação em honorários advocatícios em sede de exceção de pré-executividade. 2.6 Desfecho O desfecho é a conclusão da medida judicial dentro dos padrões de técnica forense. O desfecho mais indicado passa a ser o seguinte: Termos em que, pede deferimento. Local, data. Advogado(a) OAB/ ... n.o ... 2.7 Modelo de exceção de pré-executividade EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ANEXO FISCAL DA COMARCA DE SERRA NEGRA (espaço de cinco linhas) Execução Fiscal n.o ... João, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG n.o ..., devidamente inscrito no CPF/MF sob o n.o ..., residente e domiciliado na ..., bairro, cidade, Estado, por meio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), com escritório na ..., bairro, cidade, Estado, onde receberá as devidas intimações, nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil de 2015, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 5.o, XXXIV, “a”, e XXXV da Constituição Federal e Súmula 393 do STJ arguir EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE em face da Municipalidade de Serra Negra, pessoa jurídica de direito público interno, já devidamente qualificada, por meio de seu procurador, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: I – DOS FATOS O Excipiente adquiriu, em 1980, um imóvel situado na zona rural do Município de Serra Negra. Em 2009, a Câmara Municipal aprovou lei que alterou o perímetro urbano do Município, passando a incluir o imóvel do Excipiente. Porém, a área manteve características típicas de zona rural, sem apresentar qualquer espécie de equipamento urbano, tal como água encanada, iluminação pública, saneamento básico ou calçamento. Recentemente, o Excipiente recebeu notificação de lançamento de IPTU relativo ao exercício de 2010, ocasião em que realizou o pagamento, mesmo não concordando com a exigência. Independentemente disso, a Excepta inscreveu suposto débito em dívida ativa e ajuizou a presente execução fiscal, sendo citado o Excipiente para depositar (recolher o valor do tributo supostamente devido) a quantia devida sob pena de penhora. Inconformado com a referida exigência, uma vez que o débito encontra-se pago, vem ao Douto Juízo arguir a presente exceção. II – DO DIREITO a) Do cabimento da Exceção de Pré Executividade Nos termos da Súmula 393 do STJ, a exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Vê-se, claramente, que a situação fática enseja o cabimento dessa petição, motivo este que o Excipiente requer que esta seja recebida e processada. b) Do Mérito Conforme os fatos supracitados, o imóvel pertencenteao Excepto está situado em zona rural e, com a modificação legislativa, passou o aludido imóvel a ser incluído no perímetro considerado urbano. Mesmo não concordando com a exigência, o Excipiente realizou tempestivamente o pagamento do referido imposto, inexistindo qualquer débito pelo inadimplemento, conforme as guias de pagamento do referido imposto em anexo. Ora, é cediço que o pagamento realizado de maneira integral acarreta a extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do Código Tributário Nacional, sendo a exigência do tributo completamente descabida e indevida. Ademais, seria uma afronta constitucional o Excipiente ter que garantir o juízo das execuções apenas para ter o seu direito de defesa assegurado. Conforme reza a Súmula 393 do Superior Tribunal de Justiça, admite-se a exceção de pré- executividade nas matérias conhecíveis de ofício e que não demandem exame de provas. Resta evidente que os pressupostos ensejadores do referido direito de petição estão mais do que comprovados, uma vez que o pagamento torna nula qualquer exigência fiscal (nulidade absoluta do processo executivo) e, mediante apresentação das guias de pagamento em anexo, inexiste qualquer dilação probatória. c) Da concessão do efeito suspensivo Conforme estabelece o art. 297 do Código de Processo Civil de 2015, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito de outra lesão grave e de difícil reparação. É cediço que o prosseguimento da execução fiscal baseada em nulidade absoluta acarretará enormes prejuízos ao Excipiente, podendo inclusive pelo não pagamento ter os seus bens contristados judicialmente. Destarte, pelos motivos apresentados, requer a concessão do efeito suspensivo até a decisão final, por medida de inteira justiça. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer: a) que a presente exceção de pré-executividade seja recebida, concedendo o efeito suspensivo imediato à execução fiscal n.o ..., nos termos do art. 297 do Código de Processo Civil até a decisão final; b) seja o pedido julgado procedente para os fins de anular o processo executivo, nos termos do art. 156, I, do Código Tributário Nacional; c) a exclusão do Excipiente do polo passivo da execução fiscal; d) a intimação da Excepta para que apresente as razões de estilo, nos termos da lei; e) condenação da Excepta nas custas processuais e honorários advocatícios. Termos em que, pede deferimento. Local, data. Advogado(a) OAB/ ... n.o ... Na exceção de pré-executividade, não tem cabimento o tópico específico das provas nem o tópico do valor da causa, por se tratar apenas de um direito de petição e não de uma ação propriamente dita. Revisão da estrutura da exceção de pré-executividade – Endereçamento – Determinação do n.o da execução fiscal – Qualificação do Excipiente – Fundamento da ação e nome da ação em destaque – Qualificação do(a) Excepto(a) – Exposição dos Fatos – Fundamentos do Direito – deverá ser aberto um tópico para exposição do efeito suspensivo; – Do pedido – Desfecho
Compartilhar