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Direito Civil II - Telepresencial - Aula 8 e 9 - Adimplemento

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Profa. Dra. Maria Maria Martins Silva Stancati 
 Direito Civil II 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
@profmariamaria 
 
Direito Civil II Página 1 de 4 
Telepresencial - Aula 8 e 9 – Adimplemento das Obrigações – Pagamento 
 
1) Adimplemento: 
 Para Cristiano Chaves é o ápice das obrigações, posto que toda obrigação é transitória, 
logo ela nasce para o fim do adimplemento. O vocábulo adimplemento também pode significar 
cumprimento, pagamento, solução e execução. Ele pode ocorrer de várias formas. A primeira a 
ser estudada será o pagamento. 
 
2) Pagamento 
2.1) Conceito: 
É o cumprimento voluntário da obrigação (entrega de bem ou dinheiro), qualquer que 
seja a espécie de obrigação. Equivale a um termo genérico para atender a prestação devida, seja 
ela de dar, fazer ou não fazer. É uma obrigação do devedor, mas também um direito subjetivo 
deste de exoneração do débito. O cumprimento da obrigação produz eficácia liberatória em prol 
do devedor. 
 
 2.2) Natureza Jurídica: 
A natureza jurídica do pagamento é controvertida uma vez que pode ser realizado de 
várias formas. Karl Larenz utiliza a teoria da execução real da prestação, pela qual o 
adimplemento é um ato real de extinção do débito que libera o devedor e converte em realidade 
a prestação devida (in Cristiano Chaves). 
Já Cristiano Chaves diz ser um ato-fato que se insere no plano de eficácia do negócio 
jurídico, dispensando o elemento volitivo do agente, sendo suficiente que ele queira o fato 
(conduta) independente de seus efeitos. 
 
2.3) Princípios Norteadores do Pagamento: 
a) Princípio da Pontualidade: o cumprimento da prestação deve ser integral; prestar o 
devido, no todo, por inteiro no tempo, lugar e forma estabelecidos. 
b) Princípio da Boa-fé objetiva: a boa-fé é princípio fundamental das relações, logo 
espera-se que ambas as partes cumpram com o acordado. Ex: 422, CC. 
 
3) Condições Subjetivas do Pagamento: 
Refere-se as partes que atuaram no momento da execução da obrigação, ou seja, quem 
faz o pagamento e quem o recebe. 
3.1) Quem deve pagar – solvens, aquele que deve algo/cumprimento da prestação: 
A regra é que quem paga é o devedor obrigado, no entanto, o art. 304, CC, autoriza que 
qualquer interessado na extinção do vínculo possa fazê-lo (exceto se a obrigação for 
personalíssima). A lei considera que podem realizar o pagamento também: 
 
 
 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
@profmariamaria 
 
 
Direito Civil II – Telepresencial Página 2 de 4 
 
a) Terceiro interessado: quem tem interesse jurídico na extinção da dívida, como por 
exemplo, o fiador, o avalista, o sublocatário, o herdeiro... Em pagando a dívida, sub-roga-se 
nos direitos do credor (art. 346, III, CC). E, opondo-se o credor a receber o pagamento de 
terceiro interessado, poderá este consignar em pagamento em nome próprio. 
b) Terceiro não interessado: é um estranho na relação, um outsider, quem tem 
interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da dívida. Se ele paga em nome do devedor 
(§ú, art. 304, CC) é entendida como se fosse uma doação, mera liberalidade, podendo, inclusive, 
consignar esse pagamento (representante ou gestor de negócios). Se paga em nome próprio (art. 
305, CC), tem direito a reembolso da dívida, senão caracteriza enriquecimento sem causa. 
c) Pagamento feito com transmissão de propriedade: só terá eficácia o pagamento 
que importar transmissão de propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto. 
Atenção as regras especiais precisam ser obedecidas: 1) em se tratando de menor sob poder 
familiar, é necessário autorização judicial para o pagamento; 2) se o menor está sob tutela, não 
é possível o pagamento porque a alienação neste caso só pode ser feita em hasta pública, a não 
ser que tenha havido prévia autorização judicial para constituição da obrigação; 3) o mesmo 
ocorre se o proprietário da coisa estiver sob curatela; 4) se a pessoa for casada, tem que ter 
outorga conjugal; 5) se for pessoa jurídica, tem que ter aprovação do órgão deliberativo, salvo 
previsão em contrário do estatuto. 
3.2) A quem se deve pagar – accipiens/aquele que irá receber algo: 
Credor originário: quem participou da relação obrigacional. Credor Derivado: quem 
substitui o credor originário em virtude da morte ou do negócio jurídico. Ex.: herdeiros, 
legatários, cessionários e sub-rogados. 
a) Art. 308, CC: o pagamento deve ser realizado diretamente ao credor originário, mas 
pode ser feito a quem o represente (representação legal, judicial ou convencional) ou a quem 
substituir o credor na titularidade do direito de crédito (são credores derivados: herdeiros e 
legatários, cessionários, sub-rogados...). Lembrando que na dívida solidária, o pagamento pode 
ser realizado a qualquer dos credores e na obrigação indivisível, se feita a apenas um dos 
credores, deverá haver a caução de ratificação. 
b) Credor putativo: teoria da aparência – permite a exoneração pelo pagamento, desde 
que de boa-fé. 
c) Pagamento feito a menor: é válido se provar que reverteu em benefício deste, se 
desconhecia a incapacidade ou se o incapaz ocultou dolosamente a sua idade e se declarou 
maior. 
d) Portador da quitação – art. 311, CC: office boy que recebe os pagamentos. 
 
 
 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
@profmariamaria 
 
 
Direito Civil II – Telepresencial Página 3 de 4 
 
e) Credor hipotecário: intimado da penhora, o devedor pode pagar o crédito 
hipotecário e remir o bem, contudo o pagamento deve ser feito ao real credor, pois se houver 
impugnação por terceiros, o devedor pode precisar pagar a dívida novamente. 
 
4) Condições Objetivas do Pagamento: 
 a) Equivalência das prestações: 313, CC 
 b) Prestação deve ser paga por inteiro: 314, CC 
 c) Pagamento em moeda corrente: 315 e 318, CC 
 d) Em prestações sucessivas, cabe aumento progressivo: 316, CC 
 e) Aumento desproporcional da prestação: 317, CC – prestação em dólar. 
 f) Quitação e retenção do pagamento: 319 a 324, CC 
 g) Despesas com o pagamento e quitação: 325, CC – do devedor. 
 
5) Prova do Pagamento: 
 Pela quitação (recibo), que é uma declaração unilateral, escrita, emitida pelo credor, no 
qual diz q a prestação foi efetuada, estando o devedor livre da obrigação. Ela pode ser total ou 
parcial, devendo conter: o valor da dívida, a identificação do débito, identificação do devedor, 
o tempo do pagamento, o local do pagamento e a assinatura do credor e do seu representante. 
Ex.: entregou o título (Nota promissória) quer dizer que quitou a dívida; entregou um cheque 
caução. 
6) Lugar Do Pagamento: 
 a) Regra – 327, CC: domicílio do devedor, quer dizer, o credor deve buscar o 
cumprimento da obrigação. É a chamada dívida quérable/quesível/de ir buscar. O credor pode 
mandar alguém receber a dívida em seu lugar. Havendo mudança no domicílio do devedor o 
credor pode manter o local originariamente fixado e, se isso não for possível, deverá o devedor 
arcar com as despesas decorrentes da alteração de seu domicílio. 
Designados dois ou mais lugares para o cumprimento da obrigação o credor pode 
escolher qualquer deles, desde que cientifique o devedor em tempo hábil para providenciar o 
pagamento. Caso o credor não realize a notificação, poderá o devedor realizar validamente o 
pagamento em qualquer dos lugares (art. 327, parágrafo único, CC). 
 
 
 
ProfMariaMariaRegistrosPublicos 
@profmariamaria 
 
 
Direito Civil II – Telepresencial Página 4 de 4 
 
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado,poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor (art. 329, CC - aplicação evidente 
do princípio da função social). No entanto, se o fato constituir caso fortuito ou força maior não 
gerará dever de indenizar se não houver mora ou se o devedor por estes fatos não se tiver 
responsabilizado (arts. 393 e 399, CC). 
O costume pode alterar o lugar do pagamento convencionalmente estabelecido, 
tornando uma dívida portável (quando o pagamento é realizado no domicílio do credor) em 
quesível e vice-versa. O art. 330, CC, afirma que o pagamento reiteradamente feito em outro 
local faz presumir renúncia do credor ao previsto contratualmente – surrectio. 
 b) Exceção: dívida portable/portável/dívida de levar – é a modalidade em que o devedor 
porta a dívida com ele. É ele quem procura o credor para adimplir com a obrigação. E as dívidas 
mistas, onde credor e devedor se deslocam a fim de adimplir com a obrigação. 
7) Tempo do Pagamento: 
 a) Exigência imediata x – art. 331, CC 
b) Condição suspensiva: Tendo sido estipulada condição suspensiva é preciso notificar 
o devedor sobre o seu implemento para que seja exigível o seu cumprimento (art. 332, CC). O 
ônus da prova da ciência é imputado ao credor. 
c) Vencimento antecipado: O art. 333, CC, prevê situações em que pode ocorrer a 
antecipação do vencimento: a) no caso de falência do devedor, ou de concursos de credores; b) 
se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; c) se 
cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o 
devedor, intimado, se negar a reforçá-las.

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