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Projeto de pesquisa prática educativa I

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UniAGES
CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSOS DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA, PEDAGOGIA E QUÍMICA.
SABERES DOCENTES EM CONTRIBUIÇÃO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
ESTEFANY GABRIELE 
IGOR VIEIRA RABELO
MAIANE SILVA
MARIA DO PATROCINIO
PARIPIRANGA/BA
JUNHO/2019
SABERES DOCENTE EM CONTRIBUIÇÃO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 
Projeto apresentado no curso de licenciatura em História, Pedagogia e Química do centro Universitario Uniages para obtenção da nota de pratica da disciplina Pratica Educativa I Profissionalização Docente: trabalho e ética, sob a orientação do professor Glaydston D. M. de Figueiredo.
 
PARIPIRANGA/BA
JUNHO /2019
“o saber não nos torna melhores nem mais felizes.” Mas a educação pode ajudar a nos tornarmos melhores, se não mais felizes, e nos ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas. 
Edgar Morin 
1. INTRODUÇÃO 		
1.1. Contextualização
Compreende-se que o trabalho docente necessita de uma pluralidade de saberes para o seu exercício, o qual deve gerar aprendizagem significativa para os discentes. A aprendizagem significativa se da quando uma nova informação obtida pelo aluno gera nele significado. Para desenvolver isso o professor deve obter uma série de competências e habilidades pedagógicas, didáticas e sociais.
Para a realização do presente projeto foi observado, no turno vespertino, uma professora na aula de língua portuguesa e redação do ensino fundamental II na escola municipal Centro Educacional Nossa Senhora do Patrocínio do Coité localizada no município de Paripiranga- BA, estruturada em um ambiente que contém 12 salas, uma quadra de esportes, um laboratório de informática, uma cantina, cada sala tem aproximadamente 25 alunos, a coordenadora pedagógica responsável é a Srtª Ana Cláudia. 
Com a pesquisa, percebeu-se que, a metodologia utilizada pelo professor é uma das ferramentas que contribui para interação e aprendizagem dos alunos. A docente observada é licenciada na sua área de ensino, possuindo então o que Tardif chama de saberes da formação profissional e, principalmente, saberes disciplinares. Dessa forma, os assuntos ensinados são compreendidos pela educadora. A metodologia utilizada por ela é ativa, na qual os alunos são o centro do processo de aprendizagem.
 No dia da observação a professora aplicou uma atividade de verificação, formada por 10 questões discursivas e a produção de uma crônica, a qual tinha como intuito avaliar as competências adquiridas pelos estudantes em interpretação e produção de texto, e também, tinha como função preparar os aprendizes para uma Olimpíada de língua portuguesa. A professora também possui como ferramenta um projeto de leitura titulado como fichamento ilustrado e fichas de leituras, leituras prévias e mapas conceituais, as quais visam incentivar os estudantes a possuírem o hábito de leitura. 
 
1.2 Problema
Sabe-se que a aprendizagem dos alunos depende da interação destes com o professor e que os saberes configurados a docência são plurais. É preciso então entender qual a natureza de tais saberes, como o professor os adquire e como ele pode aprimorá-los ou desenvolvê-los. Dessa forma, quais os saberes utilizados pelo professor em sua prática educativa, sobretudo, os que estão ligados à mobilização da aprendizagem significativa dos alunos, qual a natureza desses saberes, qual a relação com a formação profissional e como o professor pode aperfeiçoá-los? 
1.3 Justificativa
Esse projeto faz-se necessário para orientação dos acadêmicos nas diversas áreas da licenciatura, pois, traz a descrição dos saberes necessários a prática educativa e como esses saberes podem contribuir para a aprendizagem significativa dos alunos.
Do ponto de vista técnico a justificativa diz respeito a alternativas para o desenvolvimento dos saberes docentes, auxiliando então os professores a aprimorarem seu trabalho, uma vez que, este engloba uma serie de competências, conhecimentos, habilidades e atitudes. É necessário, portanto, que o docente possua e domine tais saberes.
Em relação ao campo cientifico, é relevante, pois, intensifica as discussões sobre a importância da formação profissional para a obtenção de alguns saberes por parte dos educadores, bem como, os saberes gerais utilizados na pratica e sua natureza. Além disso, é importante, também, pois potencializa as argumentações acerca da aprendizagem significativa ajudando na produção de novos conhecimentos e na ampliação de possibilidades de estudos voltados a essa temática.
Já no que diz respeito ao campo social, justifica-se em contribuir para que alguns professores desenvolvam seus saberes através de formação continuada podendo, dessa forma, alcançar a importante finalidade do ensino que é a aprendizagem dos alunos, e esta, por sua vez, sendo significativa. Tornando, portanto, o conhecimento acessível a todos.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Contribuir para a compreensão dos saberes docentes.
2.2 Específicos
1. Abordar os saberes específicos para a mobilização da aprendizagem significativa.
1. Proporcionar o entendimento da natureza dos saberes, bem como, sua relação com a formação profissional.
2. Oportunizar a reflexão de como os docentes podem aperfeiçoar os saberes docentes.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	Diante do contexto da prática docente faz-se necessário compreender o que vem a ser educação e ensino. A educação diz respeito aos meios que promovem a formação do indivíduo e o seu desenvolvimento. Já o ensino é o ato de transmitir conhecimentos e é, portanto, uma parte fundamental da educação. Transmitir conhecimentos não é uma tarefa fácil, pois, diante de tanta informação exposta aos alunos o professor tem a incumbência de orientá-los, mediar e filtrar essas informações. Morin (2011) afirma que o ensino é uma missão, é uma tarefa que exige competência.
Tendo em vista o conceito de educação é preciso entender, também, a finalidade do ensino. Citado por Morin (2011) Montaigne declara que o ensino deve promover uma cabeça bem-feita no lugar de uma cabeça bem cheia. Isso significa que em vez de levar o aluno a ter uma acumulação de informações sem nexo é preciso levá-los a terem conhecimentos e estes serem contextualizados e integrados. Além disso, uma cabeça bem-feita teria a capacidade de questionar e de problematizar a realidade.
Percebe-se então a grande complexidade da prática docente, pois, ela contribui para a formação do indivíduo enquanto pessoa cidadã, também deve levar os alunos a entenderem a vida nos diversos aspectos seja cotidiano, político ou social e, além disso, a serem capazes de questionar-se. Para exercitar um trabalho de tamanha complexidade é sabida a existência da necessidade de uma multiplicidade de conhecimentos. Nessa temática Tardif (2012) argumenta que o saber do professor é um saber plural.
Saber, nesse sentido, compreende conhecimentos, competências, atitudes e habilidades que o professor deve conter para o exercício de seu trabalho. Tardif (2012) mostra que esse saber é constituído por muitos fatores como o profissional, os disciplinares, curriculares e experienciais. O professor exemplar deve conhecer sua matéria, seu programa, conhecimentos relacionados às ciências da educação, ou seja, conhecimentos pedagógicos, além disso, deve ter um saber prático que se baseia na sua experiência cotidiana com os alunos.
Segundo Tardif (2012), o saber profissional é transmitido pelas instituições de formação como as universidades. Nele são contidos os saberes pedagógicos oriundos das ciências educacionais. Já os saberes disciplinares dizem respeito à matéria a ser ensinada como, por exemplo, química, história, matemática. Estes, também são transmitidos pelas instituições de formação. Os saberes curriculares, por sua vez, tem relação com os programas, métodos e conteúdos definidos pela escola onde o professor exerce seu trabalho.
Tardif (2012) afirma que o saber experiencial é baseado na experiência cotidiana dos professores em sala de aula.Esses saberes não dizem respeito a teorias prontas ou a doutrinas sistematizadas. Na verdade, eles se constituem na ação e pela ação. Compreendendo a ramificação do saber docente percebe-se, também, seu caráter social, uma vez que, o trabalho do professor está fundamentado na relação com o aluno. Dessa forma, o saber do professor não se limita a conteúdos cognitivos, mas abrange um processo de saber relacionar-se com o outro.
Sabe-se que, por ter uma natureza social, o saber docente é adquirido no contexto de uma história de vida. Tardif (2012) mostra que muitos conhecimentos são obtidos na trajetória pré-profissional, ou seja, na socialização enquanto aluno. Para uma melhor compreensão sobre o assunto é relevante analisar as informações contidas no quadro abaixo:
	Saberes dos professores
	Fontes sociais de aquisição
	Modos de integração do trabalho docente
	Saberes pessoais dos professores
	A família, o ambiente de vida, a educação no sentido lato, etc.
	Pela história de vida e pela socialização primária
	Saberes provenientes da educação escolar anterior
	A escola primária e secundária, os estudos pós-secundários não especializados, etc.
	Pela formação e pela socialização pré-profissional
	Saberes provenientes da formação profissional para o magistério
	Os estabelecimentos de formação de professores, os estágios, os cursos de reciclagem, etc.
	Pela formação e pela socialização profissional nas instituições de formação de professores
	Saberes provenientes dos programas e livros didáticos usados no trabalho
	A utilização das “ferramentas’’ dos professores: programas, livros didáticos, cadernos de exercícios, fichas, etc.
	Pela utilização das ‘’ferramentas’’ de trabalho, sua adaptação às tarefas
	Saberes provenientes da sua própria experiência na profissão, na sala de aula e na escola
	A prática do ofício na escola e na sala de aula, a experiência dos pares, etc.
	Pela prática do trabalho e pela socialização profissional
Percebe-se, portanto, a natureza dos saberes docentes, eles não só provém da formação na universidade, mas também, são adquiridos durante toda uma vida. O saber experiencial do professor se baseia também na aprendizagem herdada do seu período escolar. Isto é, tanto é obtido conhecimentos na trajetória profissional quanto na trajetória pré-profissional. Dessa forma, o professor está constantemente aprendendo em sua prática seja em sala de aula ou com seus colegas de profissão. 
Segundo Tardif (2012) ensinar requer uma aprendizagem, é preciso que o professor possa progressivamente ter o domínio dos saberes docentes. Ao se pensar nesse domínio de conhecimentos pensa-se também nas dificuldades que alguns profissionais têm em sua atividade cotidiana. Essas dificuldades advêm de uma falta de preparo na formação destes professores. Para Pimenta (1999) é esperado que os cursos de formação de professores desenvolvessem conhecimentos e saberes necessários para vencer os desafios cotidianos em sala de aula. 
É preciso também que os docentes examinem sua prática com o objetivo de reconstruir e transformar os saberes. Ainda sobre a formação Imbernón (2010) diz que existe a necessidade da formação dos professores ser continuada. Isto é não deve se limitar apenas ao curso universitário. Os saberes que a formação inicial e continuada dos professores deve promover são saberes que o auxiliam a enfrentar as dificuldades no cotidiano escolar.
Relacionando a formação aos saberes compreende que as instituições oferecem conhecimentos pedagógicos e disciplinares. Seria interessante, portanto, que oferecessem conhecimentos que mais se assemelhem a realidade do cotidiano escolar. Imbernón (2010) argumenta que não se deve separar a formação do contexto de trabalho. Nesse contexto Tardif (2012) defende que a formação dos professores com o domínio dos conhecimentos disciplinares sem nenhuma conexão com a realidade profissional não faz nenhum sentido. 
Como já foi dito, tardif (2012) diz que os conhecimentos e habilidades relacionados ao ensino não dizem respeito somente à cognição. O ensino fundamenta-se ao mesmo tempo no fator existencial, social e pragmático. Existencial porque o professor pensa com a vida, social, pois seus saberes provem de diversas fontes e pragmático porque os saberes estão ligados à função do professor, ou seja, a sua prática. Além do mais, os saberes são interativos, pois existe certa interação entre o professor e os outros atores educacionais. São também temporais, pois, através do processo de socialização profissional são remodelados.
Vale ressaltar as características do saber experiencial. Esse saber é ligado e mobilizado de acordo com as funções dos professores e aos seus problemas de trabalho. Para Tadif (2012) é um saber que abrange conhecimentos variados que são utilizados em diversas situações de prática. É heterogêneo, pois é adquirido de formas diversas, em lugares variados e em diferentes momentos. É também temporal, dinâmico, evolutivo e social. 
Igualmente, refletindo sobre os saberes e a prática docente, é importante fazer menção do saber pedagógico. Tardif (2012) afirma que ao falar sobre pedagogia e outros temas amplos como didática e aprendizagem é preciso situá-los no contexto do trabalho docente. Mas, afinal, o que é pedagogia? Pedagogia se refere aos meios que o professor utiliza para alcançar seus objetivos educacionais com os alunos. Seria basicamente uma tecnologia que é utilizada pelo professor. 
Sabe-se que não existe trabalho sem técnica, para que o professor possa ensinar ele precisa ter um método. A pedagogia seria então uma ferramenta que o orienta a como ele deve instruir o aluno. Logo, é perceptível a relação de interação entre professor e aluno. O ensino, portanto, é um trabalho fundamentado na relação e interação humana. O que remete ao fato de que conhecer o conteúdo que se deve ensinar é preciso, mas, não é o bastante (TARDIF, 2012).
É correto afirmar que o professor precisa ter domínio da matéria ensinada, mas, além disso, ele precisa saber como ensiná-la. Para Tardif (2012) o professor tem que primeiro transformar o conteúdo a ser ensinado de maneira que ele possa ser assimilado e aprendido pelo aluno. Os objetivos do ensino se reproduzem no outro, ou seja, o resultado é a aprendizagem do aluno. 
Com isso, o professor deve dominar também o saber social uma vez que o conhecimento sociológico de acordo com Gil (2011) torna os indivíduos capazes de desenvolver liderança, entender as relações humanas e ampliar o nível de tolerância. O objeto de trabalho dos professores é o individuo, isto é, o aluno, nesse caso, o professor está constantemente exposto a situações complexas como a individualidade de cada aluno e a heterogeneidade da sala de aula. Tardif (2012) diz que mesmo trabalhando com grupos, o professor se depara com o obstáculo da particularidade de cada aluno. 
Em relação a essa dificuldade dos professores diante da diversidade da sala de aula Zabala (1998) mostra que em vez do professor se limitar a aplicação de fórmulas prontas. Seria interessante uma postura de diferenciação das estratégias. Ou seja, o professor deve saber qual estratégia usar em determinado momento e com determinados alunos. Com diversos modos de trabalhar os conteúdos e de avaliar os alunos é possível integrá-los e desenvolver a aprendizagem de todos mesmo com a diversidade.
Outro dilema abordado por Tardif (2012) diz respeito ao comportamento dos alunos. Estes podem resistir à ação do professor. Observa-se que uma das tarefas do professor é manter a ordem na sala de aula e garantir a aprendizagem de todos. Esse também é mais um argumento que comprova a complexidade do trabalho docente que é composto por tensões e dilemas. O saber do professor, portanto, deve englobar essas situações com a finalidade de auxiliar o professor diante desses momentos. 
O trabalho do professor compreende dimensões mentais, morais e artesanais. Para Tardif (2012) abrange a dimensão mental porque o pensamento do professor é parte do seu trabalho. É moral, pois, muita das vezes carrega umfardo ético. Um exemplo de quando esse fardo é assumido pelos professores é quando eles se deparam com crianças carentes de atenção e amor. Por fim, é artesanal, pois, o professor precisa elaborar seus instrumentos e arquitetar seu local de trabalho. 
Ademais, é importante destacar a dimensão ética do trabalho docente. Essa dimensão segundo Tardif (2012) se manifesta no trabalho com grupos de alunos. Este fato manifesta-se na igualdade de tratamento que o professor deve ter com os alunos. O docente deve, mesmo agindo sobre grupos, atingir cada aluno individualmente. Além do mais, essa dimensão se manifesta na questão do ensino, pois, existe uma diferença de domínio de conhecimentos entre professores e alunos. Os professores, por sua vez, precisam passar esses conhecimentos aos alunos e isso provoca a necessidade de uma interação aberta entre professor e aluno. 
E também, a dimensão ética se manifesta no controle do professor com os meios empregados, ou seja, com o ensino. Os meios que o professor utiliza para realização do seu trabalho são os atos pedagógicos. Cada professor tem sua pedagogia e o seu modo de ensinar. E assim como as demais profissões são julgadas pela forma como exercer seu trabalho, o professor é julgado pela maneira como ensina. (TARDIF, 2012).
Continuando a discussão, ao se falar de prática educativa entende-se que a pratica do ensino é uma forma de agir que impulsiona saberes específicos. Um dos argumentos de Tardif (2012) sobre a prática educativa é que por esta ser ligada a realidades individuais e ocasionais não pode ser julgada com um caráter cientificamente rigoroso. Uma das concepções abordadas por Tardif (2012) identifica a pratica docente com uma técnica que é guiada por valores. Nela o professor se guia por dois conhecimentos, o conhecimento das normas que abrange os valores e as regras e o conhecimento das teorias científicas. 
Já em outra concepção, também citada por Tardif (2012), a prática educativa se resume a uma interação. Isso remete a questão da ação educativa ter uma condição profundamente social. Há também a concepção que defende o caráter artístico da prática educativa. Essa arte de ensinar tem como objetivo transmitir conhecimentos e valores vistos como essenciais. 
Além do que já foi dito é importante relatar que saber dos professores deve ser analisado com base na sua ação. O saber relacionado com a ação supõe competências variadas. Como já se sabe, para o professor pra poder ensinar ele precisa de uma pedagogia. Ela se manifesta através de seus hábitos, truques do trabalho e de rotinas. Deve ter uma competência cultural, ter capacidade de argumentar, ter autenticidade, ser estratégico para poder alcançar os objetivos do seu trabalho, principalmente, a aprendizagem. E também deve ser capaz de analisar sua ação e modifica-la quando possível (TARDIF, 2012). 
O saber-ensinar, então, tem um caráter plural. Isso por conta da diversidade das ações dos professores. Estes agem em determinadas vezes fundamentados em normas, também em função de sentimentos ou emoções, agem de acordo com papéis sociais e, além do mais, agem por razões ou motivos que para eles são racionais. Pode-se compreender, portanto, que a ação do professor se baseia em juízos que ele desenvolve conforme cada situação de sua atividade educativa (TARDIF, 2012).
De acordo com Tardif (2012) a prática educativa é também um processo de aprendizagem na qual o professor adquire conhecimentos necessários para o exercício de sua profissão. Dessa forma, ele torna a traduzir sua formação anterior adaptando a sua profissão conservando apenas conhecimentos que realmente são relevantes para sua realidade cotidiana em sala de aula. A pratica da profissão, portanto, deveria ser componente fundamental na formação dos professores. 
O saber docente compreende também uma condição de racionalidade. Isto é, não basta somente o professor saber fazer algo é preciso saber o porquê desta ação. Para Tardif (2012) o professor sabe o sentido e o porquê de suas ações. Portanto, é um profissional possuidor de razão. Ensinar é ter objetivos e persegui-los constantemente. Tendo, sobretudo, intencionalidade e racionalidade. O professor tem, então, uma consciência profissional.
Tardif (2012) argumenta que para realizar suas finalidades pedagógicas o professor tem que tomar algumas decisões. Essa atitude se baseia em julgamentos e estes se fundamentam em saberes. Isso levando em conta as casualidades que o professor se encontra como, por exemplo, a gestão da sala de aula ou a transmissão da matéria. 
Observando o professor percebe-se que ele não é um cientista, pois seu objetivo não é criar novos conhecimentos. Na verdade, o objetivo do professor é agir em relação ao outro, ou seja, em relação aos seus alunos. Para Tardif (2012) a ação do professor se estrutura na transmissão das matérias e na interação com os alunos. Além disso, uma questão que vale ressaltar é a administração da sala de aula, o professor deve impor ordem. 
É possível pensar então que para ensinar o professor precisa transformar o aluno em ator, ou seja, o aluno precisa cooperar com o professor para que as finalidades pedagógicas sejam alcançadas. Não é possível um professor forçar o aluno aprender, mas, ele pode o levar a ser ator de sua própria aprendizagem cortejando o consentimento do aluno. Ensinar é, então, obrigatoriamente, uma atividade de relação com o outro. Isso requer do professor a capacidade de demonstrar autoridade e de saber comunicar-se (TARDIF, 2012).
Tendo em vista o desenvolvimento dessa discussão sobre os saberes dos professores, pode-se compreender, portanto, a pluralidade do saber docente, que se divide em diversos aspectos tanto disciplinares, curriculares como experienciais e sociais. Entende-se também que esses saberes além de serem obtidos nos cursos de formação são obtidos durante a trajetória pré- profissional e durante o exercício efetivo da profissão. 
Os saberes que se relacionam com a aprendizagem dos alunos são, especificamente, os saberes pedagógicos. É possível observar que os saberes sociais também são de grande importância, o professor precisa levar os alunos a prenderem essa é a finalidade da pedagogia e do ensino, e para efetuar essa ação é preciso de inúmeras competências e habilidades. 
Continuando as argumentações sobre o tema, faz-se necessário ressaltar a aprendizagem significativa, método criado por Ausubel. Moreira e Masini (2001) afirma que a aprendizagem não deve ser somente uma efetuação de comandos. A teoria da aprendizagem significativa coloca o aprendiz como um ser ativo no processo de aquisição de conhecimentos. 
Moreira e Masini (2001) também defende que a aprendizagem significativa acontece quando o aprendiz assimila os novos conhecimentos com conceitos pré-existentes. Ou seja, ao receber uma nova informação o aluno assimila com os conhecimentos que ele já tem. Supõe-se então que o aluno já tenha uma bagagem de conceitos e de conhecimentos, esse conhecimento no método de Ausubel é chamado de conceito subsunçor. 
Para alcançar os objetivos dessa aprendizagem Moreira e Masini (2001) sugerem o uso de organizadores prévios. Que seria basicamente uma introdução ao que se vai ensinar. Um exemplo seria quando o professor for ensinar um determinado assunto antes ele pode propor aos alunos a leitura desse conteúdo. Dessa forma, o aluno chega à sala de aula com uma ideia do que irá ser ensinado e com alguns conceitos assimilados. 
Isso implica também uma participação maior do aluno. Para Zabala (1998) na concepção tradicional o professor é somente um transmissor de conteúdos, já na concepção construtivista defendida pelo autor, o ensino estabelece relações que levam o aluno a elaborar seu próprio entendimento sobre o conteúdo. O aluno seria então ativo no processo de aprendizagem. 
A interação entre conceitos e conhecimentos é de grande importância nesse processo. Morin (2011) argumenta que o homem tem a aptidão natural de relacionar os conhecimentos, ensinar os conteúdos de maneira fechada estaria atrofiandoessa aptidão. Dessa forma, os conteúdos trabalhados em sala de aula devem ir além da lógica das matérias, isto é, é preciso trabalhar os diversos tipos de conteúdos desenvolvendo uma interação entre eles. 
Ausubel (1982) valoriza em sua teoria os conhecimentos prévios que os alunos possuem. Nessa teoria se usa os mapas conceituais que são estruturas gráficas que indicam a relação entre conceitos. Os mapas possibilitam aos alunos a redescoberta e descoberta de novos conhecimentos. Esse método de aprendizagem é bastante interessante, pois foge do padrão do ensino em que o professor só transmite informações e os estudantes as acumulam. 
Diante da fundamentação apresentada compreende-se que o objetivo da educação, sobretudo do ensino, é a aprendizagem do aluno. Para que esse objetivo seja alcançado é preciso que o professor possua uma diversidade de saberes ligados a sua pedagogia, a relação social que se estabelece com os alunos, a capacidade de impor ordem na sala de aula e de ter autoridade e também a habilidade de cortejar o consentimento do aluno pra que ele possa realmente aprender. 
 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1. Método
O projeto foi formulado através de uma pesquisa descritiva com caráter qualitativo, pois foi feita observação com o intuito de uma breve avaliação, um diálogo informal com a professora observada, a análise de duas de suas aulas e a aplicação de um questionário.
Gil (2008) descreve a pesquisa descritiva como a pesquisa que descreve determinados fenômenos ou populações. Nesse método utiliza-se a coleta de dados por observação e por questionários. Isso comprova a natureza descritiva da presente pesquisa. 
Já em relação à pesquisa qualitativa Gil (2008) afirma que se conceitua como um método em que o resultado se baseia não em valores números, mas sim, em objetos. Dessa forma, esse método de pesquisa se encaixou perfeitamente com os objetivos e com os resultados esperados com o presente trabalho. 
O publico alvo dessa pesquisa é constituído pela professora de Língua portuguesa e redação Solange Martins, nas turmas de 9º ano A e B, na escola municipal Centro Educacional Nossa Senhora do Patrocínio do Coité localizada no município de Paripiranga-Ba. 
Para a coleta de dados no primeiro momento foi realizada a observação de três aulas na turma B do 9º ano e no segundo momento a observação se realizou na turma A do 9º ano. O intuito da observação era analisar a postura do professor diante da sala de aula. Logo depois foi realizada a entrevista com a professora através do questionário com o objetivo de compreender os saberes configurados ao trabalho do professor e a relação com a aprendizagem dos alunos. 
4.2. Cronograma
	ETAPAS
	DATAS
	CONTEÚDOS
	OBJETIVOS
	ATIVIDADES
	CH
	1ª: Pesquisa de campo
	
04/06/2019
	Avaliação diagnóstica
	Analisar a postura do professor em sala de aula
	Análise de aulas e aplicação de questionário
	
10
Horas/Aulas
	
2ª: construção do projeto
	
De 10/06/2019 a
12/06/2019
	
Análise dos dados, revisão bibliográfica e construção e escrita do projeto.
	
Compreender o trabalho do professor e os saberes relacionados a sua prática
	Diálogo a cerca da problemática, consultas das obras dos referenciais teóricos e escrita do projeto.
	
10
Horas/Aulas
	3ª: apresentação do projeto
	
14/06/2019 
	Apresentação oral do trabalho
	Demonstrar resultados da pesquisa
	Considerações finais e apresentação 
	
10
Horas/Aulas
4.3. Recursos
Para a produção da presente pesquisa utilizou-se como recurso material o espaço físico de uma escola que contem 12 salas, banheiros masculino e feminino, depósito de alimentos, cantina, diretoria, quadra de esportes, sala de informática. Além disso, a sala continha quadro e carteiras. Em relação aos recursos humanos utilizados pode-se afirmar que as pessoas envolvidas na pesquisa foram os alunos e, sobretudo, professores. 
4.4. Metas
Ao realizar uma pesquisa referente à temática Saberes Docentes em Contribuição a Aprendizagem Significativa, foi definido como propósito possibilitar a reflexão e compreensão sobre a importância dos saberes docente e também refletir a respeito da influência que o conhecimento adquirido pelo professor possui diante da aprendizagem do discente, principalmente quando a aprendizagem deve ser adquirida de maneira significativa. 
A pesquisa apresentada torna indispensável a compreensão sobre o trabalho docente, o qual visa preparar os alunos a partir de competências e habilidades, baseando-se nos saberes docentes, os quais devem ser formados por diversas áreas para ser capaz de alcançar a transferência de conhecimento de maneira ideal. Por sua vez, o conhecimento está sendo discutido como uma forma de conquistar a aprendizagem significativa, o qual o professor deve assumir o papel de orientador, e o aluno de participante ativo na construção do próprio conhecimento. Nessa perspectiva, a aprendizagem deve ocorre de maneira significativa, porque deve gerar no estudante uma visão crítica diante da realidade vivida, essa habilidade não é desenvolvida em uma aprendizagem realizada de forma mecânica. 
Com base nisso, as metas da analise realizada na escola foram: compreender os saberes as quais a professora observada possui, bem como visualizar a estrutura escolar e como funciona a prática educativa, para assim entender qual é o nível de conhecimento dos estudantes. E a partir da observação foi perceptível que o método utilizado para o ensino, é de extrema importância, pois por meio do método é visto também as ferramentas que podem ser utilizadas pelo professor para tornar o processo de ensino mais dinâmico e atrativo para os aprendizes. 
Portanto, a perspectiva principal foi a de observar a prática docente e analisar os saberes do professor, para chegar à conclusão do ensino a qual os alunos recebem. Por conseguinte, encontrar uma problemática, para gerar a reflexão e levantar possíveis hipóteses como soluções. E assim, é possível concluir que a ação do professor, bem como a sua formação é de extrema importância para a formação dos alunos, e que a escola possui um papel fundamental no incentivo aos professores, para esses manterem-se atualizados na sua área de ensino.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D. P. A Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo, Moraes, 1982.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Sociologia Geral. São Paulo: Atlas, 2011.
IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Tradução de Juliana dos Santos Padilha. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
MOREIRA, Marco Antônio; MASINI, Elcie. Aprendizagem Significativa: a teoria de Ausubel. 2. ed. São Paulo:Centauro, 2001. 
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 19. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores: identidade e saberes da docência. In: _____. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez Editora, 1999. p. 15-34. 
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 14. ed. Petrópoles, Rio de Janeiro: Vozes, 2012. 
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul LTDA, 1998.
Anexos 
 
Turmas 
Questionário 
Fichamento ilustrado

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