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Código de Ética do Intérprete de LIBRAS e Lei que regulamenta a Profissão 
INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS: UMA POLÍTICA EM CONSTRUÇÃO 
 A política de inclusão social é fomentada, numa conjuntura de afirmação dos direitos 
à acessibilidade, o respeito à diversidade e à igualdade de oportunidades. Entre os 
instrumentos legais para garantir a inclusão social temos a lei de acessibilidade nº 
10.098/2000, a lei do Plano Nacional de Educação nº 10.172/2001 e o decreto nº 
5626/2005 que regulamenta a leis nº 10.436/2002, que dispõe sobre o 
reconhecimento da língua brasileira de sinais da pessoa surda e seu direito de 
comunicar-se em Libras. A legislação representou um passo fundamental no processo 
de reconhecimento e formação do profissional intérprete de língua de sinais, bem 
como, sua inserção oficial no mercado de trabalho. 
Antes de respaldo legal, o intérprete já era figura presente na comunidade surda 
estabelecendo a comunicação entre a língua portuguesa e a Libras, seu envolvimento 
com a comunidade surda levava a pratica do trabalho voluntariado, assistindo o surdo 
no dia a dia, quando necessária a interlocução. Adquiria o conhecimento da língua 
através do convívio. 
A prática da interpretação inicialmente esteve vinculada a atividades religiosas na 
década de 80, ainda nos anos oitenta realizou-se o primeiro encontro nacional de 
intérpretes com o apoio da Feneis (Federação Nacional Educação e Integração do 
Surdo), o qual deu sequencia a outros, inclusive ao nível estadual e nos anos 90 
instituiu unidade de intérpretes nos escritório da Feneis. Mais tarde, serão formadas as 
primeiras associações de intérpretes. As mais recentes associações estão localizadas 
em Mato Grosso do Sul com o nome Apilsms, em São Paulo com o nome Apilsbesp e 
no Rio Grande do Sul. 
O Profissional Intérprete 
É do conhecimento, que a formação do intérprete de Libras esta em processo, as 
capacitações técnicas para esse profissional tem sido ofertadas em nível de pós-
graduação. Tem a fluência da língua de sinais através da prática, sem dispor de 
aparatos teóricos que lhe concederia uma graduação especifica na interpretação e 
tradução da Libras. A falta de formação acadêmica também é prejudicial e que é 
fundamental para divulgação e aperfeiçoamento desse técnico. 
O mais recente instrumento legal de garantia aos direitos do surdo é o decreto nº 
5626, dispõe sobre o profissional intérprete e sua inserção no mercado de trabalho. O 
decreto prevê o reconhecimento e admissão como intérprete de Libras, em nível 
médio e em nível superior, além de outras instituições, onde exista a necessidade da 
interlocução em Libras; ainda que não tenha formação especifica, enquanto se 
estrutura a formação de tradutor-intérprete 
 Intérpretes Postura 
http://ivanguiainterprete.blogspot.com/2013/02/codigo-de-etica-do-interprete-de-libras.html
O intérprete é a pessoa em que o surdo mantém extrema confiança, tanto profissional 
como pessoal. Devendo ser uma pessoa íntegra e cumprir somente com o seu papel de 
interpretar priorizando sempre em sua prática a ética. 
O intérprete independente de seus conceitos e valores pessoais deverá sem 
preconceito interpretar em locais como: grupo de conscientização de homossexuais e 
em eventos religiosos. 
O intérprete deverá manter sigilo quando for acompanhar o surdo não devendo 
revelar seu nome e o local aonde foi designado para atuar. 
O intérprete por ser a voz do surdo e do ouvinte deverá manter sempre sua 
neutralidade diante de qualquer situação. 
O intérprete deverá sempre estar se aprimorando, se possível, freqüentando cursos de 
capacitação e outros eventos que venham colaborar para o seu aperfeiçoamento 
profissional e na aquisição de conhecimentos sobre a cultura surda. 
O intérprete precisa ter expressão facial para que o surdo possa entender melhor a 
situação e, principalmente, ter postura, ou seja, não atuar de forma exagerada com o 
intuito de chamar a atenção. 
O intérprete durante a sua atuação deverá ter intervalo de vinte em vinte minutos de 
revezamento com outro profissional em eventos de longa duração. 
O intérprete precisa ser um profissional ético tanto com os surdos como com os seus 
colegas de profissão. Devendo estar sempre pronto a apoiar o próximo e estar 
disposto para o trabalho em equipe. 
 Atribuição dos Intérpretes 
A função do intérprete é realizar a interlocução da língua fonte à língua alvo e 
trabalhar com uma língua espacial-visual. Compete a este profissional estar atualizado 
em relação às nuances e dinâmica da língua alvo. Ser ativamente participante na 
equipe de profissionais, como profissional a ser consultado no que compete à 
interlocução para a Libras e para efetivar a comunicação entre surdos e ouvintes. Não 
compete ao intérprete de Libras a função de educador, ainda que execute a 
interpretação no espaço de ensino, seja em nível básico ou superior. O intérprete não 
repassa conteúdos durante a interpretação, sua preocupação deve ser a escolha 
acertada da estrutura e sinalização na passagem da língua fonte para a língua alvo. 
Uma vez que a profissão segue critérios de neutralidade no desempenho da função, 
como um canal que não exerce qualquer influência na mensagem em tramite. 
 Código de Ética do Intérprete de LIBRAS 
 Para que serve o código de ética do interprete? 
O código de ética é um instrumento que orienta o profissional intérprete na sua 
atuação. A sua existência justifica-se a partir do tipo de relação que o intérprete 
estabelece com as partes envolvidas na interação. 0 intérprete está para intermediar 
um processo interativo que envolve determinadas intenções conversacionais e 
discursivas. Nestas interações, o intérprete tem a responsabilidade pela veracidade e 
fidelidade das informações. Assim, ética deve estar na essência desse profissional. A 
seguir é descrito o código de ética que é parte integrante do Regimento Interno do 
Departamento Nacional de Intérpretes (FENEIS). 
 
Código de Ética do Interprete 
CAPÍTULO 1 
Princípios fundamentais 
Artigo 1 
São deveres fundamentais do intérprete: 1°. O intérprete deve ser uma pessoa 
de alto caráter moral, honesto, consciente, confidente e de equilíbrio emocional. Ele 
guardará informações confidenciais e não poderá trair confidencias, as quais foram 
confiadas a ele; 
Artigo 2 
O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, 
evitando interferências e opiniões próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a 
fazê-lo; 
Artigo 3 
O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua habilidade, 
sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante. Ele deve 
lembrar dos limites de sua função e não ir além de a responsabilidade; 
Artigo 4 
O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente 
em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, 
quando necessário, especialmente em palestras técnicas; 
Artigo 5 
O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, sem adereços, 
mantendo a dignidade da profissão e não chamando atenção indevida sobre si mesmo, 
durante o exercício da função. 
CAPITULO II 
Relações com o contratante do serviço 
Artigo 6 
O intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se dispor a 
providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são possíveis; 
Artigo 7 
Acordos em níveis profissionais devem ter remuneração de acordo com a 
tabela de cada estado, aprovada pela FENEIS. 
CAPITULO III 
Responsabilidade Profissional 
Artigo 8 
O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem decisões legais 
ou outras em seu favor; 
Artigo 9 
O intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua Brasileira de Sinais 
bem como da Língua Portuguesa; 
Artigo 10 
Em casos legais, o intérprete deve informar à autoridade qual o nível de 
comunicação da pessoa envolvida, informando quando a interpretação literal não épossível e o intérprete, então terá que parafrasear de modo claro o que está sendo 
dito à pessoa surda e o que ela está dizendo à autoridade; 
Artigo 11 
O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a pureza das 
línguas envolvidas. Ele também deve estar pronto para aprender e aceitar novos sinais, 
se isso for necessário para o entendimento; 
Artigo 12 
O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de assistência ao surdo e 
fazer o melhor para atender as suas necessidades particulares. 
CAPITULO IV 
Relações com os colegas 
Artigo 13 
Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento profissional, o 
intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o propósito de dividir novos 
conhecimentos de vida e desenvolver suas capacidades expressivas e receptivas em 
interpretação e tradução. 
Parágrafo único. O intérprete deve esclarecer o público no que diz respeito ao 
surdo sempre que possível, reconhecendo que muitos equívocos (má informação) têm 
surgido devido à falta de conhecimento do público sobre a área da surdez e a 
comunicação com o surdo. 
Diante deste código de ética, apresentar-se-á a seguir diferentes situações que 
podem ser exemplos do dia-a-dia do profissional intérprete. Tais situações exigem um 
posicionamento ético do profissional intérprete. Sugere-se que, a partir destes 
contextos, cada intérprete reflita, converse com outros intérpretes e tome decisões 
em relação a seu posicionamento com base nos princípios éticos destacados no código 
de ética. 
 
Professor de Libras Código de Ética 
 
1) Deverá ter respeito pela Libras, zelar pelo seu uso adequado, mas estar aberto para 
aprender e aceitar sinais novos, porque isso é uma característica de qualquer Língua; 
2) Deverá reconhecer a necessidade de se aperfeiçoar, fazer um curso superior e estar 
aberto para conhecer novos métodos de ensino; 
3) Deverá esclarecer às Pessoas Surdas sobre a importância do trabalho dos Instrutores 
para a divulgação e ensino da Libras; 
4) Deverá ter respeito a cada indivíduo Surdo, sendo este oralizado ou não, mesmo 
que saiba pouco a Libras, incentivando-o a usá-la; 
5) Nos assuntos gerais, sempre respeitar as decisões da diretoria dos órgãos 
competentes, quando esta estiver de acordo com o estatuto e regimento da Instituição 
onde esteja trabalhando; 
06) Deverá lembrar dos limites da sua função e não ir além de sua responsabilidade, 
respeitando seu colega de trabalho como também seus coordenadores e diretores; 
07) Deverá manter o respeito à sua Identidade e Cultura Surda quando necessitar do 
apoio de profissionais ouvintes para auxiliá-lo no desenvolvimento das capacidades 
expressivas e receptivas em Libras e na Língua Portuguesa; 
08) Deverá esclarecer aos alunos no que diz respeito à Cultura Surda sempre que 
possível, reconhecendo que muitos equívocos (má informação) têm surgido por causa 
da falta de conhecimento do público sobre a Surdez e a comunicação com o Surdo; 
09) Deverá, durante o exercício da função, adotar uma conduta adequada e, ao se 
vestir e utilizar adereços, não chamar a atenção sobre si mesmo; 
10) Deverá ter assiduidade e pontualidade durante o curso; 
11) Deverá ter sempre organizado o planejamento das aulas do curso e, caso haja 
dúvida, procurar ajuda para preparar a aula antecipadamente; 
12) Deverá ensinar, dando o melhor de sua habilidade, sempre transmitindo os 
conhecimentos sobre a Libras de que dispõe e que já estudou; 
13) Deverá se esforçar para dar assistência aos alunos, esclarecendo suas dúvidas 
sobre Libras; 
14) Deverá ter paciência com os alunos Surdos e com os Ouvintes que têm mais 
dificuldade em aprender a Libras; 
15) Deverá se manter neutro e tratar os alunos com igualdade, sem dar preferências 
aos alunos mais inteligentes ou que já saibam um pouco mais a Libras; 
16) Deverá manter uma atitude neutra durante o transcurso do curso, evitando 
interferências e opiniões pessoais não relacionadas às aulas; 
17) Deverá saber controlar as emoções e não levar os problemas pessoais para a 
turma; 
18) Deverá refletir e cumprir essas recomendações sobre ÉTICA PROFISSIONAL e 
POSTURA DO(A) INSTRUTOR(A), procurando aprimorá-las. 
 
LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010. 
 
Regulamenta a profissão de Tradutor e 
Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - 
LIBRAS. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da 
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. 
Art. 2o O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 
2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e 
interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. 
 Art. 3o (VETADO) 
Art. 4o A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras - Língua 
Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de: 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.319-2010?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-532-10.htm
I - cursos de educação profissional reconhecidos pelo Sistema que os 
credenciou; 
II - cursos de extensão universitária; e 
III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino 
superior e instituições credenciadas por Secretarias de Educação. 
Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser 
realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, 
desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso 
III. 
Art. 5o Até o dia 22 de dezembro de 2015, a União, diretamente ou por 
intermédio de credenciadas, promoverá, anualmente, exame nacional de proficiência 
em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. 
Parágrafo único. O exame de proficiência em Tradução e Interpretação de Libras 
- Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo 
conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, linguistas e tradutores e 
intérpretes de Libras de instituições de educação superior. 
Art. 6o São atribuições do tradutor e intérprete, no exercício de suas 
competências: 
I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e 
surdos-cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-
versa; 
II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais - Língua Portuguesa, as atividades 
didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis 
fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos 
curriculares; 
III - atuar nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos 
concursos públicos; 
IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim das 
instituições de ensino e repartições públicas; e 
V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos 
ou policiais. 
Art. 7o O intérprete deve exercer sua profissão com rigor técnico, zelando pelos 
valores éticos a ela inerentes, pelo respeito à pessoa humana e à cultura do surdo e, 
em especial: 
I - pela honestidade e discrição, protegendo o direito de sigilo da informação 
recebida; 
II - pela atuação livre de preconceito de origem, raça, credo religioso, idade, sexo 
ou orientação sexual ou gênero; 
III - pela imparcialidade e fidelidade aos conteúdos que lhe couber traduzir; 
IV - pelas postura e conduta adequadas aos ambientes que frequentar por causa 
do exercício profissional; 
V - pela solidariedade e consciência de que o direito de expressão é um direito 
social, independentemente da condição social e econômica daqueles que dele 
necessitem; 
VI - pelo conhecimento das especificidades da comunidade surda. 
Art. 8o (VETADO) 
Art. 9o (VETADO) 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 1º de setembrode 2010; 189o da Independência e 122o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto 
Fernando Haddad 
Carlos Lupi 
Paulo de Tarso Vanucchi 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-532-10.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Msg/VEP-532-10.htm

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