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AULA 7

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História moderna: da formação do sist. Internac.
Aula 7: O mundo das ideias: a in�uência do pensamento
ilustrado
Apresentação
Nesta aula, abordaremos como as ideias iluministas repercutiram na
América e na Europa. Analisaremos alguns movimentos que se
valeram destes princípios, como a Incon�dência Mineira no Brasil e a
independência dos Estados Unidos, bem sucedida em seu projeto de
estabelecer uma nova nação.
Objetivo
Reconhecer os princípios do iluminismo presentes na formação
dos estados contemporâneos;
Diferenciar as diversas teorias formuladas pelos �lósofos
iluministas;
Avaliar a importância do pensamento ilustrado para a crise do
antigo regime.
O Antigo Regime versus iluminismo
Como vimos anteriormente, o
iluminismo é o conjunto de
ideias econômicas, políticas e
�losó�cas que questionam as
teorias absolutistas e o Antigo
Regime.
Já o Antigo Regime é uma das
muitas expressões que usamos
com frequência, mas que
raramente paramos para avaliar
seu signi�cado. Ela se
popularizou no século XIX,
através do trabalho de Alexis de
Tocqueville.
Tocqueville utilizava a noção de
Antigo Regime para caracterizar
a França entre os séculos XVI e
XVIII, absolutista, mercantilista,
religiosa e estamental, ou seja,
com pouca mobilidade entre as
classes sociais.
 Fonte:
https://conhecimentocientifico.r7.com/iluminismo-
novas-ideias-que-clarearam-o-mundo/.
Progressivamente, o uso desta expressão passou a designar outros
reinos europeus, na mesma época e com características
semelhantes, como Portugal.
 Massacre dos huguenotes em Paris, em agosto de 1572. (Fonte: https://pt.wikipedia.org/)
Podemos dizer que o modelo de sociedade visto anteriormente é o
principal alvo das críticas iluministas.
A centralização de poder e o afastamento da população da
administração pública são apontados como exemplos de atraso e
tirania.
O Estado do Antigo Regime deveria, de acordo com o pensamento
ilustrado, ser reformado ou extinto, para dar lugar a um sistema
político moderno, e que de fato atendesse às necessidades da
população como um todo e não só de algumas classes, como o clero
e a nobreza.
É importante ressaltar que o iluminismo está profundamente ligado
ao contexto da Idade Moderna, especialmente a movimentos como o
renascimento e o humanismo, que valorizavam o homem e a razão.
Não é surpresa que muitas obras
iluministas foram perseguidas pela
igreja católica e acabaram queimadas
nas fogueiras da inquisição. A
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perseguição ao pensamento ilustrado
acabou por fazer com que ele se
desenvolvesse, sobretudo, em reinos
 onde a in�uência católica era
menos relevante, como na anglicana
Inglaterra.
1

Os três estados do Antigo Regime: o clero, a nobreza e a burguesia (Fonte:
https://www.todamateria.com.br/antigo-regime/).
Estado do Antigo Regime é tão duramente criticado pelos iluministas
por estes entenderem que esta estrutura política não dá conta das
necessidades e anseios de uma população onde uma burguesia
atuante proporcionou o desenvolvimento do comércio e das cidades.
Quando falamos sobre a questão da importância das cidades, temos
que considerar que a vida urbana cria vínculos muito diferentes da
vida camponesa.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula7.html
Teorias contratualistas - Locke
A proximidade, o sentimento de
comunidade e, além disso, o acesso a
diversas mercadorias fazem com que
a população urbana tenha uma
mentalidade muito diferente dos
habitantes do campo.
A difusão de ideias, o contato com a imprensa, com livros e pan�etos,
acaba por fazer com que na cidade surjam discussões sobre os
direitos políticos e tenha inicio uma reivindicação pela maior
participação do povo no Estado, cuja insatisfação é um dos fatores
determinantes da crise e consequentemente da queda do sistema
absolutista.
Na aula anterior, ao falarmos
sobre Thomas Hobbes,
de�nimos a questão do
contratualismo, certo? Mas
essas teorias contratualistas não
se restringem aos �lósofos que
defendem o absolutismo, mas
também àqueles que se
contrapõem a este sistema,
como Locke e Rousseau.
Entretanto, o contrato social
defendido por eles é bem
diferente daquele proposto por
Hobbes, já que previa um Estado
reformulado segundo princípios
diferentes do Estado absoluto.
 John Lock: Um explorador do
entendimento humano (Fonte:
https://novaescola.org.br).
A palavra iluminismo costuma nos remeter aos pensadores
franceses, já que a França era o modelo de absolutismo da Idade
Moderna. Mas esse movimento atingiu diversos lugares da Europa e
teve representantes das mais diferentes nacionalidades, como o
inglês John Locke . Ele acreditava que, ao nascer, o indivíduo
fosse uma tábula rasa, como um quadro em branco.
Todos os homens nascem iguais e não são, a princípio, nem bons
nem maus. Na medida em que adquirem experiências diversas, vão
tendo seu caráter e suas personalidades moldadas pela vida em
sociedade.
Dessa forma, há uma enorme valorização da educação como
fundamental para a formação de homens justos e bons. Em ensaio
sobre o entendimento humano, ele explica sua teoria:
2
"Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um
papel branco, desprovida de todos os caracteres, sem
quaisquer ideias; como ela será suprida? De onde lhe
provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada
fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase
in�nita? De onde apreende todos os materiais da razão e
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http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula7.html
do conhecimento? A isso respondo, em uma palavra, da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado
e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento."
Locke, John. Ensaio sobre o entendimento
Locke e a política
Do ponto de vista político, sua obra, Dois ensaios sobre o governo,
critica a doutrina do direito divino e o Estado absolutista.
"Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à
liberdade e à propriedade constituem para Locke o cerne do
estado civil e ele é considerado por isso o pai do
individualismo liberal."
Weffort
Dessa forma, a grande preocupação deste �lósofo é conciliar a
liberdade inerente ao indivíduo, seu direito natural, com a manutenção
da ordem social e política. A defesa do direito natural, comum a
Hobbes e Rousseau é chamada de jusnaturalismo.
A um Estado legítimo cabe formular leis que garantam os direitos
naturais do homem e mantenham a ordem social. Caso isso não
ocorra, esse Estado deixa de ser legítimo, tornando- se tirânico ou
obsoleto e podendo ser substituído.
Teorias contratualistas - Jean-
Jacques Rousseau
"O poder absoluto arbitrário ou o governo sem leis �xas
estabelecidas não se podem harmonizar com os �ns da
sociedade e do governo, pelo qual os homens
abandonassem a liberdade do estado de natureza para
sob ele viverem, se não fosse para preservar-lhes a vida,
a liberdade e a propriedade, e para garantir-lhes, por meio
de regras estabelecidas de direito e de propriedade, a paz
e a tranquilidade."
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret,
2006, p. 101.
 Jean-Jacques Rousseau (Fonte: Wikipedia).
Outro importante contratualista foi o suiço
Jean-Jacques Rousseau, que viveu no século
XVIII e uma de suas principais obras é Do
contrato social. Rousseau defende a
existência do bom selvagem, o homem em
seu estado natural.
Diferente de Hobbes, que acreditava que o
homem natural era comparável a um lobo,
para Rousseau, o homem natural é bom
desde o nascimento, sendo corrompido
somente através da vida em sociedade.
Entretanto, ele reconhece que este homem
natural é pouco inclinado a estabelecer laços
de sociabilidade.
Dessa maneira, para que exista a sociedade,
o homem deve abandonar seu estado de
natureza primitivo. Rousseau escreveu sobre
temas diversos, mas, além de seus escritos
políticos, chamam a atenção os trabalhos
dedicados à educação, como Emílio,
publicado em 1762.
Para muitos analistas, este �lósofo é consideradoum romântico, pois
suas ideias idealizam o homem em seu estado de natureza e
entendem a vida em sociedade como um mal inevitável.
Dessa forma, traça propostas para tornar este convívio social mais
justo e igualitário, através da existência de um estado legítimo e
soberano.
Suas teorias políticas, expostas no contrato social, foram
fundamentais para a formação de uma democracia burguesa que, em
�nais do século XVIII, acabaria por derrubar o poder absoluto na
França, durante a Revolução Francesa.
Dentre os lemas desta revolução, “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade”, foi o ideário de liberdade que mais atraiu Rousseau e
sobre o qual ele teceu as mais cuidadosas observações, sendo
considerado um dos fundamentos básicos de toda sua obra .3
"O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se
aprisionado. O que se crê senhor dos demais não deixa
de ser mais escravo do que eles. Como se deu esta
transformação? Eu o ignoro. O que poderá legitimá-la?
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula7.html
Reorganização do Estado
absolutista
Creio poder resolver esta questão. Se considerasse
somente a força e o efeito que dela deriva, eu diria: 
 
Quando um povo é obrigado a obedecer e o faz, age
acertadamente; mas logo que possa sacudir esse jugo e o
faz, age ainda melhor pois, recuperando sua liberdade
pelo mesmo direito com que esta lhe foi roubada, ou ele
tem o direito de retomá-la ou não o tinham de subtraí-Ia.
Mas a ordem social é um direito sagrado que serve de
base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se
origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções."
ROUSSEAU, Jean Jacques.  O contrato social e outros escritos SP: Cultrix,
1965.  P. 21-22.
A reorganização do Estado
absolutista é o tema que mais
preocupou e atraiu a atenção
dos �lósofos da época, tanto
dos teóricos que apoiam o
regime, quanto aqueles que o
condenam.
Os contratualistas apontaram
problemas de ordem e ética e
dos princípios morais que o
Estado deixava de lado.
Entretanto, o �lósofo francês
Charles de Montesquieu:
compreendia e apoiava esta
corrente de pensamento, mas
acreditava que, para haver de
fato uma mudança na política
que não �casse somente no
plano das ideias, era necessária
a reorganização do próprio
regime do Estado no qual o
poder, concentrado nas mãos do
rei, deveria ser dividido entre
outras instâncias, que tinham
como objetivo �scalizar umas às
outras e evitar os abusos e os
excessos cometidos em nome
do rei.
 Fonte: https://fee.org/.
"Há três espécies de governo: o republicano, o
monárquico e o despótico. Para descobrir-lhes a natureza,
basta a ideia que deles têm os homens menos instruídos.
Suponho três de�nições ou, antes, três fatos: um, que o
governo republicano é aquele em que todo o povo, ou
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apenas uma parte do povo, tem o poder soberano; o
monárquico, aquele em que uma só pessoa governa, mas
por meio de leis �xas e estabelecidas; enquanto, no
despótico, uma só pessoa, sem lei e sem regra, tudo
conduz, por sua vontade e por seus caprichos."
(MONTESQUIEU, Charles. Do espírito das leis. São Paulo: Difel, 1852)
Separação dos poderes
Para controlar o abuso de poder, Montesquieu elabora a teoria da
separação de poderes em executivo, legislativo e judiciário.
o poder executivo é aquele que administra, e pode ser exercido
pelo rei ou, nos dias atuais, pelo presidente da república, por
governadores e prefeitos;
o legislativo é encarregado de criar as leis do país;
o judiciário, de fazer cumpri-las.
Saiba mais
Suas ideias se basearam no sistema de governo inglês, a monarquia
parlamentar. Na Inglaterra, o parlamento é dividido em duas câmaras,
em uma estrutura que já existe há séculos e que permanece até
nossos dias; a Câmara dos Lordes, formada pelo clero e por
membros da nobreza e a Câmara dos Comuns formada por membros
do povo.
Constituição dos Estados Unidos
Esse sistema, chamado de bicameral, foi considerado como o modelo
de democracia e administração para Montesquieu. Dessa forma, ele
defende a existência dos três poderes vistos.
A obra de Montesquieu
in�uenciou também a
elaboração da Constituição dos
Estados Unidos, que entrou em
vigor no ano de 1787. 
Dentre as in�uências iluministas,
na elaboração da Constituição
norte-americana, além de
Montesquieu, podemos também
citar o pensador escocês David
Hume.
Entretanto, se Montesquieu
defendia que, quanto maior a
nação, mais difícil de governá-la,
Hume ia pelo caminho oposto,
pois defendia a grandeza
nacional:
 Constituição dos Estados Unidos (Fonte:
Google).
"Apesar de as pessoas como um órgão serem incapazes
de governar, caso elas se dispersarem em pequenas
unidades (tais como colônias individuais ou estados) elas
são mais susceptíveis de se submeter à razão e à ordem;
a força das correntes populares (populismo) e marés são,
em grande medida, quebrada."
Hume, David. Ensaios: Morais, Políticos e Literários
"Suas ideias fora incorporadas por James Madison, um dos
colaboradores da Constituição dos Estados Unidos e defensor do
federalismo. Sob esta ótica, não importaria a extensão territorial de
uma nação, mas a obediência às leis propostas pelo Estado.
Não é à toa que a justiça é um dos valores mais caros a Hume,
defendendo que toda a lei só é valida e legítima se tiver como objetivo
o bem comum. Hume também in�uencia sobremaneira o
pensamento positivista e o desenvolvimento do pensamento liberal,
desenvolvido por outro escocês, seu contemporâneo, Adam Smith."
Atenção
Cabe lembrar que esta constituição, fortemente in�uenciada por
ideias iluministas, está em vigor até os dias de hoje e possui apenas 7
artigos e em 2 séculos de vigência, sofreu 27 emendas.
Em contrapartida, o Brasil já teve 7 constituições desde a
independência, e a constituição de 1988, que está em vigência possui
250 artigos e diversas emendas.
Adam Smith e o mercantilismo
Smith, considerado o “pai da
economia moderna”,
desenvolveu, em sua obra
fundamental A riqueza das
nações, publicada em 1776, os
princípios do liberalismo
econômico, uma das mais
importantes vertentes do
sistema capitalista.
Se até então vimos as críticas
políticas ao sistema
absolutismo, veremos com
Smith uma crítica às práticas
econômicas do Estado absoluto:
o mercantilismo.
Já vimos, em aulas anteriores,
que o mercantilismo se baseia,
sobretudo, no controle total da
economia pelo Estado, baseado
em diversos princípios, como,
por exemplo, o estabelecimento
de monopólios.
 Fonte: Shuterstock.
Para Adam Smith, o controle da economia por parte do Estado limita
o seu desenvolvimento e provoca crises econômicas que se tornam
cada vez mais graves à medida que a in�uência estatal se torna cada
vez mais forte.
Dessa forma, ele defende a não intervenção do Estado na economia e
a livre-concorrência. Segundo esta teoria, se o estado não interferir, a
economia tende a regular-se por si mesma.
Se dois indivíduos comercializam o mesmo produto, a tendência é
que tenham preços competitivos para atrair seus consumidores. O
preço pode variar devido a diversos fatores como mão de obra,
qualidade do produto, demanda etc.
Entretanto, os dois vendedores, concorrentes entre si, farão o possível
para ter sucesso em seus negócios e por isso, tenderão a praticar um
preço justo, em sua mercadoria, para que não percam consumidores
para seu concorrente.
A livre-concorrência permitiria o completo desenvolvimento do
mercado, bem como o investimento em inovações tecnológicas cujo
objetivo fosse baratear os custos da produção e, portanto, do produto
�nal.
"Todo homem, contanto que não transgrida as leis da
justiça, permanece plenamente livre para seguir a estrada
apontada por seu interesse e para levar onde lhe
aprouver sua indústria e seu capital. O soberano se
encontra inteiramente livre da responsabilidade de ser o
superintendente da indústria dos particulares, tendo
apenas três deveres para cumprir: defender a sociedade
de todo ato de violência ou de invasão; protegertanto
Neoliberalismo
quanto possível todo membro da sociedade da injustiça
ou da opressão de qualquer outro membro; exigir e
manter certas obras públicas e certas instituições."
Smith, Adam. A riqueza das nações
Atenção
É claro que a teoria de Smith não leva em consideração os vícios
inerentes ao sistema capitalista quando este estivesse plenamente
desenvolvido, como a formação dos cartéis onde diversos
fornecedores de um mesmo serviço combinam um preço comum
entre si e eliminam qualquer possibilidade de concorrência.
Entretanto, quando foi formulada, a teoria liberal ia de encontro aos
interesses burgueses, para quem a interferência do Estado em seus
negócios era prejudicial e limitante.
Compreender os fundamentos
do liberalismo é importante não
só para entendermos o
iluminismo, mas também a
realidade econômica que vemos
nos dias de hoje.
Benjamin Constant
O liberalismo in�uenciou outro pensador, o suíço Benjamin Constant.
Estas teorias foram a base de
uma vertente do capitalismo
amplamente adotada, em
diversos países do mundo, no
século XX. Com a crise do
capitalismo liberal, os estados
adotaram uma nova política, o
neoliberalismo, do qual tanto
falamos atualmente.
 Fonte: https://lab.org.uk/chile-the-first-
dictatorship-of-globalisation/.
O primeiro país a adotar este sistema foi o Chile, no período da
ditadura militar de Augusto Pinochet.
Se Adam Smith pregava o afastamento do Estado na economia, no
neoliberalismo há um Estado, mas este não gera diretamente os
assuntos econômicos, mas sim, os regula.
Podemos citar como exemplo as agências reguladoras que existem
no Brasil. Elas não determinam o preço dos serviços básicos, como
fornecimento de energia elétrica ou telefonia, mas estabelecem um
teto máximo para as tarifas destes serviços.
O que podemos perceber é que, as ideias formuladas há 200 anos
foram tão importantes para o desenvolvimento do Estado moderno e
muitas delas são praticadas por diversos governos ainda hoje.
Constant viveu entre os séculos
XVIII e XIX e sua obra 4
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula7.html
dialoga com boa parte dos
�lósofos iluministas que o
precederam.
Tem in�uência particular a obra
de Montesquieu e sua proposta
de separação de poderes.
Embora Constant defenda a
separação, ele não acredita no
esvaziamento do poder real e
acredita que ao rei devem ser
dados poderes de chefe de
Estado, ainda que sejam
limitados pelos demais poderes.
Mesmo que o rei detivesse
poderes administrativos, estes
não deveriam permitir a
imposição de uma tirania.
 Benjamin Constant (Fonte: Wikipedia).
"Todo o despotismo é, pois, ilegal; nada pode sancioná-lo,
nem mesmo a vontade popular que ele alega. Por que ele
se arroga, em nome da soberania do povo, um poder que
não está compreendido nesta soberania, e não é somente
a mudança irregular do poder que existe, mas a criação
de um poder que não deve existir.
CONSTANT, 1974
In�uências iluministas
O liberalismo in�uenciou outro pensador, o suíço Benjamin Constant.
Não é somente no texto
constitucional de 1824 que
podemos perceber as in�uências
iluministas, no Brasil, e no resto
do ocidente.
Na França, a revolução que
mudou o mundo e deu início à
Era Contemporânea, a
Revolução Francesa de 1789,
pôs em prática as ideias
elaboradas por diferentes
�lósofos ao longo do século
XVIII.
Mas é na América que as ideias
propagadas, na Europa,
encontram maior eco.
 Pintura "A Liberdade Guiando o Povo" (Fonte:
Wikipedia).
O movimento de independência
dos Estados Unidos, de 1776 e a
constituição deste país, de 1787
tiveram clara in�uência
iluminista, bem como os
diversos movimentos
emancipacionistas ao longo do
continente.
Não é à toa. Os iluministas defendem o racionalismo, a liberdade
política e comercial e a participação popular, princípios que eram
defendidos e desejados pelas colônias, submetidas ao jugo
metropolitano.
As elites coloniais, tanto as brasileiras quanto os criollos da América
espanhola encontravam, nos ideais iluministas, a base teórica que
fundamentaria os movimentos emancipacionistas que eclodiriam no
século XIX.
Notas
Reinos 1
No caso da França, embora fosse um reino católico, tinha um grande
número de habitantes que professavam a religião protestante, os
chamados huguenotes.
As regiões protestantes ou que tivessem uma maior tolerância religiosa
(que não era o caso dos ibéricos já que Portugal e Espanha eram reinos
fortemente católicos), se tornaram campo fértil para a propagação das
ideias iluministas.
John Locke 2
Locke viveu na Inglaterra do século XVII e é considerado um dos
fundadores do empirismo �losó�co. Falamos de empirismo quando
estudamos sobre René Descartes, lembra? Assim como Descartes,
Locke valorizava a experiência e a ciência para a formação do homem.
Obra 3
Podemos apontar, portanto, como contribuições que se destacam na
obra dos contratualistas Rousseau e Locke, a discussão acerca do
direito natural e da relação entre estado e sociedade, na qual o homem
abre mão de seu direito à liberdade em prol da ordem social
proporcionada pelo estado.
Obra 4
É esse o pensamento que, no Brasil, dará origem ao poder moderador,
instituído pelo imperador Dom Pedro I, na constituição de 1824.
Entretanto, no caso brasileiro, o imperador valeu-se das ideias deste
iluminista para estabelecer um poder superior aos demais e que, no �nal
das contas, fez com que toda a administração brasileira estivesse
submetida as suas vontades.Referências
BODIN, J. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna
através de textos. São Paulo: Contexto, 1999. p. 61-62
BOSSUET Jacques Benigne Política tirada da sagrada escritura In:
BOSSUET, Jacques-Benigne. Política tirada da sagrada escritura. In:
FEITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa:
Plátano, 1977.
GIANNETTI, E. A respeito da �loso�a de Thomas Hobbes. In: Vícios
privados, benefícios públicos? a ética na riqueza das nações – p.81. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Próxima aula
Antecedentes das revoluções inglesas;
O republicanismo de Cromwell;
A restauração monárquica.
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