Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Comunicação e Gestão de Recursos Hídricos 2 Sumário Apresentação................................................................................................................................................................ 3 Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos..................................................................................... 6 Resumo da Unidade 1.................................................................................................................................................... 17 Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social..................................................................... 19 Resumo da Unidade 2.................................................................................................................................................... 34 Unidade 3 - Canais de Comunicação e Formas de Relacionamento................................................. 35 Resumo da Unidade 3.................................................................................................................................................... 50 Unidade 4 - Planejamento de Comunicação................................................................................................... 51 Resumo da Unidade 4.................................................................................................................................................... 60 Referências Bibliográficas........................................................................................................................................... 61 Expediente Coordenação: Cláudia Dianni (Assessora de Comunicação Social | ANA) Diagramação: Raylton Alves (ANA) Ilustrações: Produtiva TI Pesquisa: Verônica Lima (Produtiva TI) Equipe ANA: Ana Carolina Braz, Daniel Cardim, Marcela Coelho e Natália Sampaio Este material é parte integrante do curso Comunicação e Recursos Hídricos, que integra o catálogo de cursos da Agência Nacional de Águas em cumprimento ao Art. 4º, XV, da Lei nº 9.984/2000, que confe- re à ANA a atribuição de “estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos”. Os conteúdos desta públicação podem ser reproduzidos, desde que citada a fonte. 3 Apresentação A Comunicação faz parte da gestão estraté- gica das instituições, entidades, órgãos e or- ganizações. O reconhecimento da sociedade é meio e fim para a existência dessas organi- zações. Por isso, o estabelecimento de uma comunicação eficiente e eficaz com seus pú- blicos, interno e externo, é fundamental, prin- cipalmente para uma legislação e um siste- ma (de recursos hídricos) desenvolvidos para serem descentralizados e participativos. No entanto, a disponibilização de informações ainda não é suficiente para a sensibilização e mobilização da sociedade para as questões que envolvem a gestão dos recursos hídricos e tampouco para os processos comunicativos entre os entes do Sistema Nacional de Ge- renciamento de Recursos Hídricos, ou seja, órgãos gestores de recursos hídricos, cole- giados (comitês de bacia e conselhos de re- cursos hídricos) e agências de bacia, que são os braços executivos dos comitês. Em uma organização articulada em formato sistêmico, como é o caso do SINGREH, a comunicação cumpre um papel fundamental. Veja nesta animação sobre o Comitê de bacias, como o sistema de recursos hídricos é multidisciplinar e possui diversos públicos, o que requer uma comunicação democrática, transparente e eficiente. http://www2.ana.gov.br/Paginas/impren- sa/Video.aspx?id_video=80 Apesar da importância do tema, a disponi- bilização de informações e a compreensão da sociedade sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIN- GREH) ainda são insuficientes. Talvez isso deccorra também do fato de que por muito tempo a água tenha sido considerada um recurso natural renovável e abundante que poderia atender, sem maiores restrições, a qua- se todos os seus usos. Mas a partir da segun- da metade do século passado, o crescimento demográfico, o uso intensivo da água nos pro- cessos produtivos e a poluição gerada pelas atividades humanas provocaram, mesmo em regiões úmidas, uma drástica reavaliação dos conceitos sobre recurso renovável e abundante. As sociedades de vários países industriali- zados conscientizaram-se dos graves riscos que corriam caso não mudassem a manei- ra de administrar o uso e o aproveitamento de suas águas. Desde então, muitos países começaram a incorporar em suas políticas e legislações novos modelos para administrar e cuidar de seus recursos hídricos. No Brasil, não foi diferente. Nestas últimas dé- cadas ocorreram significativas transformações na área de recursos hídricos. Se de um lado certos problemas tornaram-se mais graves e complexos, por outro, ampliaram-se as opor- tunidades de discussão e de soluções, além de ter sido criado um arcabouço jurídico ins- titucional a partir da Constituição Federal de 1988 e da promulgação da Lei 9.433 de janei- ro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIN- GREH). No entanto, a Lei e o Sistema ainda são desconhecidos da sociedade. Quase dez anos depois da criação da Lei, uma pesquisa conduzida pela organização não governamental WWF, em dezembro de Voltar ao Sumário http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/Video.aspx?id_video=80 http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/Video.aspx?id_video=80 http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/Video.aspx?id_video=80 4 Portanto, é necessário criar as bases para am- pliar e democratizar as discussões sobre os te- mas relacionados a água de forma a estimular o permanente diálogo e aumentar o poder da sociedade por meio da informação e da par- ticipação na implementação e acompanha- mento da Política Nacional de Recursos Hídri- cos, fortalecendo os canais de comunicação existentes, criando novos, e aperfeiçoando os meios de interlocução social. No entanto, a disponibilização de informações ainda não é suficiente para a sensibilização e mobilização da sociedade para as questões socioambientais que envolvem a gestão dos recursos hídricos e tampouco para os proces- sos comunicativos entre os entes do SINGREH, ou seja, órgãos gestores de recursos hídricos, colegiados (comitês de bacia e conselhos de recursos hídricos) e agências de bacia, que são os braços executivos dos comitês. Em uma organização articulada em formato sistêmico, como é o caso do SINGREH, a comunicação cumpre um papel fundamental. E isso não é verdade apenas para o SINGREH. A comunicação é condição básica para a con- vivência humana que, com o desenvolvimen- to tecnológico, tem se tornado uma das áreas mais importantes na sociedade, à medida que é requisitada como forma de mediação de to- das as relações sociais na atualidade. Atualmente é indispensável refletir sobre a melhor forma de utilizar tecnologia e comuni- cação, dois conceitos que se confundem e se misturam cada vez mais. No caso da gestão pública, tanto a busca por in- formações quanto o monitoramento das ações realizadas podem ganhar muito com a utiliza- ção correta dos recursos da tecnologia e da co- municação, com os quais é possível fortalecer a ideia de cidadania, estimulando a visão de que cada pessoa é também parte do processo de gerenciamento dos recursos coletivos. Os brasileiros acostumaram-se a acompanhar notícias sobre a seca no semiárido nordestino e a evolução das ações de mitigação e convi- 2006 entre mais de mil pessoas em 207 mu- nicípios, apontou que: Cerca de dez anos depois da pesquisa do WWF, o estudo “Transparência na Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil”, conduzido em 2015 pela ONG Article 19 em parceria com o Grupo de Acompa- nhamento e Estudos em Governança Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), revelou a fragilidade da disseminação de informações so- bre recursos hídricos, tema que não tem sido consideradoestratégico pelos governos. O estudo mostrou que os 26 estados e Distrito Federal variam entre 0 e 65, em um índice que vai até 100 pontos, que indica a transparência das informações nas páginas eletrônicas ins- titucionais dos órgãos gestores estaduais de recursos hídricos. Apenas três estados alcan- çaram resultado acima de 50. Apresentação 5 vência com a seca promovidas por várias es- feras de governo. Nos últimos anos, porém, a convivência com secas inesperadas e históri- cas no Sudeste e as incertezas geradas pelas oscilações climáticas aumentaram o interesse da imprensa e da sociedade pelo tema. Sob uma perspectiva geral, as ações de co- municação apoiam a divulgação da gestão integrada dos recursos hídricos e a imple- mentação da Política Nacional de Recursos Hídricos. Sob o ponto de vista estratégico, a comunicação deve contribuir para a redução dos conflitos reais e potenciais de uso da água e dos eventos hidrológicos críticos, como se- cas e inundações e, fundamentalmente, para a percepção da conservação da água como valor socioambiental fundamental. A gestão dos recursos hídricos é um tema ain- da pouco conhecido e discutido nos debates públicos, especialmente nos meios de comu- nicação. Mesmo que a realidade de escassez hídrica esteja se tornando cada vez mais pre- sente em diversas cidades brasileiras, a maio- ria das notícias e discussões fazem referência a ações reativas a essas situações decorrentes de má utilização dos recursos hídricos, e não a ações de prevenção ou acompanhamento da gestão e do planejamento desses recursos. Diante desse cenário, torna-se cada dia mais necessário pensar na comunicação como parte das estratégias de gestão dos recursos hídricos. Isso porque quanto mais informa- ções de qualidade sobre o tema circularem, maiores serão as possibilidades de melhorias significativas na conservação e uso susten- tável da água, de modo a influenciar positi- vamente os valores e hábitos ambientais da sociedade. Ou seja, o planejamento de comu- nicação é muito importante para a gestão de recursos hídricos, porque é parte significativa na composição do planejamento de gestão a ser construído pelo Sistema Nacional de Ge- renciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Para contribuir no cumprimento desta mis- são, a Agência Nacional de Águas oferece o curso Comunicação e Gestão de Recursos Hídricos, entre as várias opções de seu catá- logo de cursos do Programa de Capacitação em Recursos Hídricos. No ambiente virtual de cada unidade do cur- so, você terá acesso a textos complementares, vídeos e spots, ao resumo de aprendizagem de cada unidade, além de recomendação de leituras e referências bibliográficas. Apresentação 6 Unidade 1 Comunicação: Origem e Fundamentos A comunicação é um conceito amplo, que pode ser aplicado em diversas dimensões. Comuni- cam-se as células do nosso corpo, assim como podemos considerar a comunicação uma con- versa entre duas pessoas, ou mesmo essa que estamos estabelecendo por meio desta inter- face. Também é considerado comunicação o telejornal que diariamente fornece informações sobre os mais diversos assuntos. A comunicação para a gestão de recursos hídricos requer estratégias e habilidades para desenvolver todas essas modalidades e há técnicas adequadas para cada uma dessas situações em formato de oficinas, workshops, seminários, coletivas de impren- sa, meios eletrônicos ou comunicação digital como veremos mais adiante. Como surgiu a comunicação? O desenvolvimento da linguagem humana re- monta à pré-história, mas podemos considerar a sociedade grega, nos primórdios da demo- cracia, como principal marco para o desenvol- vimento da linguagem enquanto instrumento de persuasão argumentativa por meio da re- tórica. Esse fato é importante porque a busca por uma argumentação é a base para a cons- trução da linguagem corriqueiramente utiliza- da nos meios de comunicação. O principal autor que sistematizou o estudo e a discussão sobre a retórica foi Aristóteles, que vi- veu entre 384 e 322 a.C. A partir de sua obra a retórica ganhou bastante importância, e seu es- tudo permitiu a ascensão de muitos oradores e escritores especializados em argumentar com base nos estudos aristotélicos. É desta época a primeira sistematização da comunicação em: Aristóteles explicou assim a retórica, que sis- tematiza os meios para conseguir persuadir: Inventio: escolha dos argumentos; Dispositio: ordenamento dos argumentos; Elocutio: estilo para expressar os argumentos; Actio: estilo comportamental e gestual; Memoria: capacidade mnemônica para ex- por os argumentos. E dividiu a persuasão, ou seja, aquilo que se quer demonstrar, em três componentes: A comunicação pode ser feita de diversas formas DIRETA Quando se dá no encontro de duas pessoas. INDIRETA Quando as pessoas estão distantes e dependem de alguma forma de mediação, seja uma carta, e-mail, livro ou mesmo jornais, revistas, rádio, entre outras formas de mediação. INTERPESSOAL Aquela em que dois indiví- duos trocam algum tipo de informação por meio de de- terminada linguagem, como a fala, a escrita ou gestos. GRUPAL, INTERGRUPAL OU MASSA No caso da comunicação de massa, precisa ser fei- ta por meio de um suporte técnico multiplicador. LOCUTOR DISCURSO OUVINTE Voltar ao Sumário 7 Ethos: Remete ao caráter, credibilidade e confiança do interlocutor. Está diretamente ligado ao conceito de ética; Pathos: Remete à paixão e está relacionado aos sentimentos da audiência. Relaciona-se com o que hoje conhecemos como empatia; Logos: Remete especificamente ao conheci- mento ou à razão lógica da própria mensagem. Esses três aspectos formam, segundo os es- tudos aristotélicos, a base da argumentação retórica, que se configura como um proces- so dinâmico, e não um fenômeno estático. Observe o esquema: A prensa de Gutenberg Desde esse período até a Idade Média, o controle da comunicação esteve nas mãos de quem detinha o poder político-econô- mico e, na maioria das vezes, religioso. A revolução dessa conjuntura só viria com a invenção da prensa mecânica por Johannes Gutenberg no século XV, por volta de 1450. Invenção decisiva para o início da democra- tização dos registros escritos. A invenção da prensa mecânica também é considerada a origem da Imprensa, já que permitiu a reprodução de textos de forma mais rápida e barata, abrindo a possibilidade para o surgimento dos primeiros periódicos. Hoje é essencial pensar na argumentação e nos conceitos envolvidos em tal processo para analisar os meios de comunicação. A todo o tempo as audiências desses meios estão ex- postas a argumentos que tentam persuadi-las em algum aspecto: seja para consumir algo, ou para corroborar uma ideia, um discurso, ou mesmo a versão de um fato ocorrido. Conceitos e Práticas em Comunicação Social Já que conhecemos as origens dessa forma de argumentação pública, vale também en- tendermos as principais correntes teóricas e alguns intelectuais que analisam os meios de comunicação e seus argumentos para refletir sobre como a contribuição desses intelectuais pode nos ajudar a pensar estra- tégias para divulgar conteúdos em gestão de recursos hídricos. Principais Correntes Teóricas em Comunicação Entre os anos de 1920 e 1960, foram desen- volvidas várias teorias nos Estados Unidos. No final da década de 1940, estudos dos matemáticos e engenheiros do setor de te- lecomunicações Claude Shannon e Warren Weaver resultaram na Teoria Matemática da Comunicação, que popularizou o “Sistema Geral de Comunicação”. Teoria Matemática da Comunicação Trata-se de uma teoria de perspectiva pura- mente técnica. A fonte produz a mensagem que será codificada pelo emissor e a mensa- gem, transmitida para o receptor que irá deco- dificá-la. Tudo isso por meio de um canal des- tinado a algo ou alguém, ou seja, o foco não está na mensagem e em seu significado ou in- terpretação, mas na acuidade da transmissão e na quantidadede informação transmitida. É importante ressaltar que o termo “infor- mação” remonta às raízes latinas informatio, cujo significado se aproxima da ideia atual de “moldar” ou “dar forma”, enquanto o ter- mo comunicação comunicare significa tornar comum ou partilhar. No entanto, a Teoria Ma- 8 Outras correntes ampliaram o uso do termo informação ao incorporar a interpretação, ou seja, o significado que as informações carre- gam em si ou os significados que a elas são atribuídos. Foram incorporadas outras áreas do conhecimento, como os estudos da Psico- logia. O Behaviorismo, iniciado a partir de 1913 por John B. Watson (foto), baseado no mode- lo de estímulo e resposta como “motores do comportamento humano”, influenciou várias teorias, como por exemplo a que ficou conhe- cida como Agulha Hipodérmica. Teoria Hipodérmica Surgiu no período entre guerras e seu nome alude à agulha da seringa de injeção por des- crever a capacidade dos meios de comuni- cação de inserir conteúdo. Essa teoria consi- derou as massas um todo homegêneo, sem olhar as diferenças individuais. A mensagem atingiria o público e o levaria a agir com uma resposta. A Teoria Hipodérmica, que explorou o caráter manipulador da comunicação, foi a base de livros sobre propaganda e propagan- da de guerra. O foco estava no emissor. Teoria Funcionalista Já a Teoria Funcionalista, herdeira do Positivis- mo de Auguste Comte, buscou compreender os fenômenos sociais e a função de todos os elementos no processo comunicativo, conside- rando a diversidade e a relação entre os indiví- duos, a sociedade e o meio de comunicação, criando o termo Cultura de Massa. Os funcio- nalistas consideraram as expectativas e neces- sidade de satisfazer o público. O foco foi deslo- cado para o receptor. Principal expoente des- sa teoria, Harold Las- swell desenvolveu um esquema em que consi- derava o meio por onde a informação é enviada, da teoria matemática, mas também o paradig- ma clássico aristotélico da comunicação: temática da Comunicação populariza a uti- lização da palavra informação como ‘trans- missão linear de dados’. Transmissão linear de dados Vejamos como seria a aplicação desse con- ceito, por exemplo, na transmissão de dados captados pela Rede Hidrometeorológica Na- cional, que monitora o Brasil. John B. Watson Fonte: https://www.timetoast.com/timelines/john-b-watson--2 Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos 9 Teoria do Poder da Mídia O sociólogo Paul F. Lazarfeld escreveu sobre o Poder da Mídia e aprofundou a compreensão so- bre a cultura popular, assim como sobre os pa- drões de comportamento e transformações so- ciais provocadas pela mídia que teria substituído a cultura popular pelo gosto popular. Segundo a teoria, a mídia cria controles sobre os indivíduos. O excesso de informação entorpeceria a sensibi- lidade do público e causaria desinteresse. Essa teoria colocou o foco na mensagem e na sua in- fluência sobre a sociedade e criou o modelo do fluxo de comunicação em duas etapas, segundo o qual as audiências são estratificadas e também influenciam seus grupos de relacionamento com os conteúdos que recebem, o que deu origem ao conceito de Opinião Pública. Essas teorias fi- cam conhecidas como Escola Americana. Nos anos 50 também ganhou notoriedade a Escola de Palo Alto (Califórnia), de Gregory Benson, que passou a ser chamada Teoria da Nova Comunicação e apresentou um mo- delo circular, segundo a qual a transmissão da informação se dá de maneira constante e impõe um comportamento. Em linhas gerais, segundo essa Teoria, não é possível não se comunicar, pois não apenas a comunicação gera comportamento como o próprio com- portamento é uma forma de comunicação, portanto, a comunicação é processo de re- troalimentação e seus efeitos (ou retornos) geram novas ações de comunicação. Confira abaixo a ilustração do Modelo circular da Teo- ria da Nova Comunicação. Paralelamente à Escola Americana, a Escola de Chicago, entre 1910 e 1940, conduziu suas pesquisas de forma empírica desenvolvendo o conceito de ciência social da comunicação. Os estudos da comunicação ganharam um caráter multidisciplinar ao incorporar conheci- mentos das áreas de Sociologia, Antropologia, Linguística, além da Semiótica e Semiologia, que se referem aos sistemas de significação, ou dos signos, e se dedicam a compreender como o homem percebe o que o rodeia, sen- do muito aplicadas nas áreas de cinema, das artes visuais, por exemplo. Na Europa, concomitante à Escola America- na, as pesquisas que se destacaram foram as mais críticas aos comportamentos sociais e contexto político e econômico da época. EXEMPLO QUEM? (Emissor) Agência Nacional de Águas (ANA) DIZ O QUÊ? (Mensagem) Será autorizada captação de água no reservatório em dias alternados EM QUE CANAL? (Meio) Sites, rádios, jornais, TVs e mí- dias sociais PARA QUEM? (Receptor) Setores usuários de recursos hídricos do reservatório COM QUE EFEITO? Alerta. Redução de consumo FEEDBACK (Retorno) Economia de fato, dúvidas de usuários, debates, protestos Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos 10 elementos da cultura humana em relação a um sistema ou estrutura mais abrangente, re- forçou o caráter multidisciplinar da Comunica- ção, incorporando preceitos da antropologia, linguística, filosofia, semiologia e os estudos de mitologia e vida cotidiana, como os de: Roland Barthes: Semiologia e estudos de mitologia Um grande expoente dessa escola para quem os veículos são propagadores de mitos. Se- gundo ele, mitos encerram em si um sistema de comunicação, ou seja, uma mensagem ou um modo de significação. Barthes também se destacou nos estudos sobre a estrutura da linguagem da fotografia e chamou aten- ção para a mensagem fotográfica contida na composição, que pode sofrer interferências do fotógrafo ou de edição. Ele discutiu a ima- gem como aparelho reprodutor de ideologias e criou dois termos para analisar as imagens fotográficas: Studium Elementos visuais que nos tocam de forma impessoal e são relativos a valores morais, humanos ou culturais. Punctum Elementos ou detalhes que saltam da foto- grafia e nos atingem “como uma flecha”. Vamos pensar? O que para você seriam studium e punctum nas imagens ao lado? A Escola de Frankfurt, cuja principal contribui- ção é conhecida como Teoria Crítica da Socie- dade, se inspirou no materialismo de Karl Marx e Friedrich Engels e reuniu um círculo de filóso- fos e cientistas sociais que se uniram no fim da década de 20 e foram fortemente influenciados também por Freud e Nietzsche. Seus principais integrantes e herdeiros foram Theodor Ador- no, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Leo Löwenthal, Erich Fromm. Entre os conceitos mais importantes cunhados por essa escola está o de “Indústria Cultural”, que discutiu os efeitos da reprodução em massa e da pressão mercadológica na arte e na produ- ção artística, o que estabeleceria novos padrões estéticos transformando a cultura em mercado- ria. Criou o conceito de “cultura de massa”. A Escola de Frankfurt apontou os meios de comunicação de massa como responsáveis pela propagação da padronização dos bens culturais, ou seja, os meios de comunicação foram analisados como mais um instrumento integrado à lógica do mercado. Entre os anos 50 e 60 a Escola Francesa, ins- pirada pelo estruturalismo, que considera os Fonte: http://www.filigranadesign.com.br/editorial/wp-content/uplo- ads/2012/05/capa_cultura-de-massa.jpg Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos 11 Represa Atibainha Enchente Clayton de Souza / O Estado de S. Paulo Zig Koch / Banco de Imagens ANA Gado ilhado no Pantanal Tragédia de Mariana Clayton de Souza / O Estado de S. Paulo Rio São Francisco Zig Koch / Banco de Imagens ANA Catraca Livre Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos Eraldo Peres / Banco de Imagens ANA Semiárido do Nordeste 12 dando origem à Escola Latino-Americana de Comunicação.Apesar de não estar concen- trada em uma única instituição, essa escola se refere a diversos pesquisadores latino-a- mericanos que se posicionaram em torno de temas como dominação, hegemonia, resis- tência, liberdade de informação, comunica- ção de massa, dependência, etc. Tais temas emergiam do próprio contexto so- cioeconômico e cultural que marcaram aque- le momento histórico, principalmente as crises econômicas, o fortalecimento das ideologias políticas, a redução dos direitos sociopolíticos e da liberdade de expressão, além da questão do subdesenvolvimento. Teoria da Dependência A Teoria da Dependência, que tratou das des- vantagens econômicas e geopolíticas dos países periféricos e exploração pelos países ricos do centro, influenciou de forma decisiva os estudos dessa escola. A ideia era construir teorias originais e condizentes com o contex- to latino, superando o subdesenvolvimento e criando possibilidades para o surgimento de diferentes formatos de meios de comunica- ção, sob paradigmas culturais essencialmen- te latino-americanos. Dentre os expoentes dessa escola, destacam-se, entre outros: Luiz Beltrão Luiz Beltrão, primeiro doutor de comuni- cação do Brasil, desenvolveu o conceito Folkcomunicação que trata de pesquisar as formas de comunicação não hegemônicas, ligadas direta ou indiretamente ao folclore popular, que grupos minoritários ou margi- nalizados encontram para transmitir conte- údos a seus pares – sejam ideias, opiniões, informações de interesse coletivo. A Folkco- municação organizada por Beltrão tornou-se a primeira teoria genuinamente brasileira. Exemplos de Folkcomunicação são os folhe- tos de cordel (foto), grafites, apresentações de cantadores populares (como os repentis- tas), entre outras formas. Na França vários intelectuais de diferentes áre- as se destacaram por criticar a comunicação de massa, como Jean Baudrillard, que entre outros pontos, discutiu a sociedade de con- sumo. Para ele, a comunicação de massa cria verdades absolutas e uma realidade construí- da que chamou de hiper-realidade. Ele usou a expressão Simulacro: simulação para confun- dir e criar necessidades. Já Pierre Bordieu chamou a televisão de “es- pelho de Narciso”. Em seu livro Sobre a Tele- visão, ele discute o modo como se produz a notícia e sua pasteurização. Para ele, a mídia é conservadora ao escolher algumas notícias em detrimentos de outras. O autor fez algu- mas provocações interessantes. Veja como você responderia às perguntas ela- boradas pelo autor ao considerar o que divulgar com relação à gestão de recursos hídricos. Se- gundo Bordieu, é preciso questionar o seguinte: “O que tenho a dizer está destinado a atingir todo mundo? ” “Estou disposto a fazer de modo que meu discurso, por sua forma, possa ser entendido por todo mundo? ” “Será que ele merece ser entendido por todo mundo? ” Teoria Crítica Na América Latina, a partir da década de 1960, foi principalmente a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt que influenciou os es- tudos sobre comunicação em um contexto de efervescência política em diversos pa- íses – principalmente durante as ditaduras, Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos 13 Assista ao vídeo da Rede Mocoronga de Co- municação Popular em Tapajós e Anapiuns e reportagem da Rádio Nacional. As pesquisas de Beltrão dialogam intimamen- te com os estudos em torno da Comunicação Comunitária, que buscavam compreender como se organizavam e funcionavam as for- mas de comunicação populares, em contextos de pequenas comunidades que buscavam al- ternativas aos grandes meios de comunicação do País, como por exemplo, pequenas comu- nidades ribeirinhas, às vezes até isoladas em muitas bacias hidrográficas brasileiras, como na Amazônia, por exemplo. Paulo Freire Outro grande expoente da comunicação co- munitária foi Paulo Freire, educador que de- fendeu a importância da comunicação nos processos educativos, sobretudo nas zonas rurais do País. Ele também foi um crítico dos meios de comunicação de massa e da forma como os destinatários dos conteúdos produ- zidos eram tratados como receptores passi- vos sem relação dialógica. Educomunicação Com o desenvolvimento cada vez maior das tecnologias da informação, a relação entre comunicação e educação ganha força, inau- gurando o conceito de “Educomunicação”, termo utilizado pela primeira vez pelo ar- gentino Mario Kaplún, quando remetia mais à ideia de leitura crítica da mídia. Na acep- ção mais ampla, foi utilizado pela primeira vez pelo pesquisador Jesús Martin-Barbero, outro importante ícone da Escola Latino-A- mericana mais contemporânea, que se de- dicou a estudar a comunicação a partir das culturas populares na América Latina. As discussões em torno do conceito de “Edu- comunicação” deram origem a um curso específico de graduação, hoje ainda pouco oferecido em universidades brasileiras. Esse termo se refere a práticas pedagógicas que Luís Ramiro Beltrán Juan Díaz Bordenave Mario Kaplún Armand Mattelart Paulo Freire Luiz Beltrão Literatura de cordel Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos http://radioagencianacional.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/audio/2017-04/um-talho-de-mandacaru-faz-agua-de-barreiro-boa-de-beber-sem 14 poradas, como a sincronicidade, a velocida- de e a anarquia. A comunicação passa a po- der ser feita a qualquer momento. Segundo Eugenio Trivinho, André Lemos, entre outros autores, a internet permitiu um caleidoscó- pio (veja-o na próxima página) onde são vei- culados textos, vozes, imagens e animações por computadores, tablets e celulares. Manuel Castells Para o sociólogo espanhol Manuel Castells, novas tecnologias da informação estão inte- grando o mundo em redes interligadas glo- balmente, que se tornam fonte de formação, orientação e desorientação da sociedade. Paara ele a Internet é, acima de tudo, uma criação cultural (A Galáxia da Internet, 2003). Considerado o principal analista da era da informação e das sociedades conectadas em rede, Castells einvestiga os efeitos da informação sobre a economia, a cultura e a sociedade em geral. Professor emérito da Universidade do Sul da Califórnia, Los Ange- les, e da Universidade da Califórnia, Berke- ley, Ele também é autor da trologia A Era da Informação - A Sociedade em Rede (1996); O Poder da Identidade (1997); Fim do Milênio (1998) e do livro O Poder da Comunicação (2009), entre outros. consideram não apenas os recursos tecnoló- gicos da comunicação, mas também e prin- vipalmente os processos comunicacionais, especialmente sua produção e recepção, sob uma perspectiva mais democrática e crítica. A “Educomunicação” e o pensamento de Paulo Freire são as bases inspiradoras do subprograma IV.3 – Comunicação e Difusão de Informações em Gestão de Recursos Hí- dricos do Plano Nacional de Recursos Hídri- cos, cujo objetivo é difundir conceitos, inicia- tivas e demais informações relativas à Gestão dos Recursos Hídricos para o conjunto da sociedade em regiões e bacias hidrográficas, fortalecendo os canais de comunicação exis- tentes e possibilitando a criação de novos canais de interlocução social. A “Educomunicação” também é citada na Resolução 98 (março de 2009) do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que estabe- lece princípios, fundamentos e diretrizes na área de informação e educação, no âmbito da Gestão Integrada de Recursos Hídricos, do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Redes e Comunicação Digital Marshall McLuhan Nos anos 60, o canadense radicado nos EUA Marshall McLuhan ficou conhecido por vis- lumbrar a Internet quase trinta anos antes de ser inventada. É dele o termo Aldeia Global. McLuhan queria dizer que o progresso tecno- lógico levaria as pessoas a viver como em uma aldeia, em que todos poderiam se comunicar. Entre seus livros, os mais famosos são A Men- sagem é o Meio e A Galáxia de Gutemberg. Com a popularização da Internet a partir dos anos 90, outros termos foram incorporados aos estudosda comunicação, como ciberes- paço e cibercultura. O foco deixou de ser o esquema tradicional de emissor, receptor e mensagem e a transmissão da comunicação eletrônica. Outras preocupações foram incor Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos Marshall McLuhan 15 O americano Noam Chomsk, professor de linguística do Massachusetts Institute of Te- chnology (MIT) é conhecido por suas análi- ses críticas sobre o poder de manipulação que a mídia exerce nos Estados democráti- cos modernos (Mídia: Propaganda Política e Manipulação (2002) Comunicação Pública Para o planejamento de recursos hídricos, o conhecimento básico das teorias é tão impor- tante quanto a discussão da importância da comunicação e da transparência dos proces- sos de divulgação de informações, tendo em vista o caráter público dos recursos. Além de ser uma estratégia que contribui para a manutenção do espírito público no ge- renciamento dos recursos, a Comunicação Pública também se caracteriza por ser um eixo importante na busca por participação e controle sociais satisfatórios para atingir a efi- ciência na gestão desses recursos. Várias atividades inerentes à gestão pública estão diretamente ligadas a práticas da Co- municação Pública. Algumas delas são: Promover e avaliar ações de interesse público; Dar destaque às demandas sociais, estimu- lando a criação de políticas públicas; Promover um melhor entendimento da so- ciedade sobre as funções do setor público, estimulando a participação social e a consci- ência da cidadania, entre outras. Essas atividades pressupõem o entendimen- to de que a comunicação deve ser institucio- nalmente incorporada ao conjunto de ações e estratégias definidas para o relacionamento da instituição com o público. No caso da gestão dos recursos públicos, tal como a gestão dos recursos hídricos, o pla- nejamento estratégico da comunicação deve buscar garantir, portanto, a transparência dos processos e o esclarecimento de conceitos necessários para que o recurso possa ser uti- lizado de forma racional e respeitando sua di- mensão coletiva. Além disso, a Comunicação Pública é essencial para estimular e susten- tar a participação social direta ou indireta nos processos de gestão, influenciando na for- mulação e condução das políticas públicas. A divulgação de informações de interesse público deve contemplar a diversidade do público e estabelecer estratégias que con- Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos CURIOSIDADES Você sabia que a Bíblia foi o primeiro livro impresso por Gutemberg em mea- dos do século XV? E que o filósofo francês e teórico da co- municação Jean Baudrillard inspirou o filme “O Show de Truman” do australiano Peter Weir (1998), em que a vida do personagem principal se passava dentro de um set de filmagem de programa de televisão? O francês também foi fonte inspiradora da trilogia Matrix dos irmãos Wachowski (1999). O personagem principal da saga cibernética, o hacker Neo, guardava seus programas no fundo falso do livro Simula- cros e Simulações (Baudrillard, 1981). 16 e Propaganda e demais fazem parte de um composto de comunicação e suas funções são tidas como potenciais quando integradas a um único objetivo, de forma que a sinergia da informação permita que a comunicação seja eficiente e os objetivos e resultados, amplia- dos. Em um ambiente diverso como as bacias hidrográficas brasileiras, em que as mensagen são dirigidas a um público heterogêneo que varia de comunidades ribeirinhas, com poucos ou nenhum conhecimento sobre o tema, a es- pecialistas em recursos hídricos, é necessário usar os mais diversos tipos de ferramentas e estratégias, de carro de som a mídias digitais. É preciso ter em mente que a gestão da co- municação deve buscar antecipar-se aos fa- tos e apresentar uma política eficaz e trans- parente, com mensagens que estejam de acordo com as estratégias definidas. Por isso, ganha importância a capacitação técnica dos profissionais que atuam na área, que devem desenvolver uma visão multidisciplinar de to- das as atividades da comunicação. O profissional precisa estar preparado para de- senvolver mensagens adequadas, selecionar o canal de divulgação ideal e decidir a compo- sição que será utilizada e, finalmente, adminis- trar todo processo e mensurar os resultados. A prática da comunicação pública e integra- da requer conhecimentos sobre as formas e meios possíveis de comunicação, e sobre a rotina e o papel dos diferentes profissionais envolvidos no processo, além das ferramen- tas utilizadas por eles. Este será o tema de nossa próxima unidade. siderem a diversidade social, já que o bem público serve a toda a sociedade. Da mesma forma que os recursos hídricos devem contar com uma gestão integrada, dada a diversida- de de seus usuários, também a comunicação deve incorporar a ideia de integração. Comunicação Integrada Consiste no conjunto articulado de esforços, ações, estratégias e produtos planejados e desenvolvidos com o objetivo de agregar valor e consolidar a imagem ou uma mensa- gem específica junto aos diversos públicos de interesse. Para Philip Kotler, o conceito de Comunicação Integrada abrange a análise das funções estratégicas de cada atividade de comunicação e sua integração contínua e permanente, somando esforços para que a mensagem seja concisa e uniforme. Para Margarida Kunsch, a Comunicação Integra- da é uma visão holística das várias modalidades, ou seja, comunicação institucional, interna e mercadológica (quando for o caso). A Comunicação Integrada é um conceito que se fortalece cada vez mais no contexto das instituições, porque considera a posição de- cisiva da comunicação nos mais diversos pro- cessos que compõem as relações sociais das entidades. Com o advento das mídias sociais, ela ganha ainda mais importância, já que as interfaces comunicacionais na internet pas- sam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Todas as especialidades da comunicação de- nominadas de ferramentas, como Jornalismo, Relações Públicas, Marketing, Publicidade Unidade 1 - Comunicação: Origem e Fundamentos 17 Principais conceitos aprendidos nesta unidade: Comunicação interpessoal e mediada Podemos diferenciar a comunicação inter- pessoal e a comunicação mediada identi- ficando a existência de um suporte técnico para a realização desta última, enquanto a comunicação interpessoal se resume ao contato direto entre dois indivíduos. Origem da comunicação Os estudos da comunicação remontam à dis- cussão sobre retórica elaborada por Aristóte- les. O autor refletiu sobre e detalhou o pro- cesso argumentativo a partir dos conceitos de ethos, pathos e logos, que corresponde- riam, respectivamente, ao caráter e credibili- dade do interlocutor/comunicador, empatia em relação à mensagem, e ao conhecimento lógico da própria mensagem. Gutenberg A invenção da prensa mecânica também é considerada como a origem da imprensa, já que permitiu a reprodução de textos de for- ma mais rápida e barata, tornando a informa- ção cada vez mais acessível e menos exclu- siva. A invenção de Gutenberg contribui de forma decisiva para que a argumentação e a persuasão tenham se consolidado como ins- trumentos da vida pública e da democracia. Estudos e principais correntes teóricas em comunicação Escola Americana A comunicação é entendida de forma linear, com foco na transmissão quantitativa de in- formações: cada mensagem é diferenciada de acordo com a quantidade de informações transmitidas, que podem ser medidas esta- tisticamente – esse modelo é estreitamen- te ligado aos estudos e desenvolvimento da eletrônica e das tecnologias digitais. Escola de Frankfurt Questiona e analisa os impactos sociais dos grandes meios de comunicação e das tecno- logias informacionais no contexto da segunda metade do século XX. Um dos conceitos mais importantes cunhados por essa escola foi o de “indústria cultural”, que discutiu os efeitos da reprodução em massa e da pressão mer-cadológica para a arte e a produção artística, que estabeleceria novos padrões estéticos. Escola Latino-Americana de Comunicação Faz referência a diversos pesquisadores la- tino-americanos que se posicionaram em torno de temas como dominação, hegemo- nia, resistência, liberdade de informação, comunicação de massa, dependência, entre outros, no contexto socioeconômico e cultu- ral que marcou a América Latina na segunda metade do século XX sob crises econômi- cas, fortalecimento das ideologias políticas, redução de direitos sociopolíticos e da li- berdade de expressão, além da questão do subdesenvolvimento. Emergem dessa esco- la os conceitos de Comunicação Comunitá- ria e Educomunicação, que refletem sobre o papel central da comunicação na educação e na formação cultural dos cidadãos. Comunicação Pública Importante instrumento que mantém o espí- rito público no gerenciamento de recursos, promovendo a divulgação de informações necessárias para que a gestão se dê de for- ma transparente e responsável. Dentre as práticas de Comunicação Públicas, é possí- vel citar: promover e avaliar ações de inte- resse público; dar destaque às demandas Resumo da Unidade 1Voltar ao Sumário 18 sociais, estimulando a criação de políticas públicas; promover um melhor entendimen- to da sociedade sobre as funções do setor público, estimulando a participação social e a consciência da cidadania, entre outras. Comunicação Integrada A Comunicação Integrada é um conceito que se fortalece cada vez mais no contexto das instituições, porque considera a posição decisiva da comunicação nos mais diversos processos que compõem as relações sociais das entidades. A comunicação é entendida de forma ampla como estratégia de ação com o objetivo de construir uma imagem pública sólida (sobre uma instituição ou as- sunto), nos mais diversos meios de comuni- cação disponíveis atualmente. Resumo da Unidade 1 19 Unidade 2 Conceitos e Práticas em Comunicação Social Comunicação social e seus profissionais No Brasil, a gestão dos recursos hídricos é feita por bacia hidrográfica e são vários os se- tores usuários de uma bacia hidrográfica. Por isso, o público a quem é preciso se dirigir é sempre amplo e variado, portanto, para fazer as mensagens chegarem até cada público é preciso trabalhar com o conceito de comu- nicação integrada, como vimos na Unidade I. Para isso, é importante conhecer quem são os profissionais especializados e quais são as ferramentas de comunicação. A importância e os impactos da comunicação na sociedade, como vimos no capítulo ante- rior, pressupõe a responsabilidade social dos profissionais que trabalham com a difusão de informações. Essa responsabilidade diz res- peito a ética e transparência na divulgação de informações verdadeiras, já que a circulação de informações é fonte para a formação da “opinião pública” sobre a gestão de recursos hídricos, seus instrumentos e eficiência. Esse pressuposto deve basear as ações em qualquer meio de comunicação eleito para uma determinada ação, sob pena de colocar em risco a credibilidade do Sistema Nacio- nal de Gestão de Recursos Hídricos. Infor- mações incorretas fornecidas ou divulgadas erroneamente devem ser corrigidas. Vamos falar sobre isso mais adiante. Agora vamos conhecer os profissionais de comunicação e suas ferramentas de trabalho. São profissionais responsáveis por redigir, organizar e transmitir as informações em de- terminados veículos de comunicação, prin- cipalmente nos meios de comunicação tra- dicionais: jornais, rádios, revistas, televisões. Atualmente, os jornalistas estão utilizando cada vez mais diferentes plataformas de di- vulgação de informações, tais como os blo- gs e os perfis em mídias sociais. Além disso, a atuação dos jornalistas também pode se diferenciar de acordo com suas funções. Ob- serve as principais delas a seguir. Principais funções do jornalismo Reportagem: nessa função, o jornalista é res- ponsável por buscar, apurar e transmitir as in- formações relevantes para a construção de uma reportagem ou matéria jornalística, inde- pendentemente do veículo de comunicação. Edição: essa função é responsável por revisar e adequar as reportagens escritas ou gravadas pelos repórteres antes da publicação ou trans- missão através do rádio e da TV. Produção: a responsabilidade do produtor é viabilizar o trabalho do repórter, fazendo con- tatos e marcando encontros para entrevistas que vão gerar as matérias jornalísticas. Nor- malmente esse profissional trabalha para pro- gramas de televisão, jornalísticos ou não. O produtor também pode propor temas para as reportagens, além de realizar uma pesquisa prévia sobre o assunto, que vai orientar o re- pórter na apuração das informações. Assessoria de imprensa: essa função é ligada às instituições e empresas que buscam visibi- lidade de seus temas na sociedade. O profis- sional de assessoria de imprensa é responsá- Voltar ao Sumário 20 Radialistas Os radialistas são profissionais que trabalham com as questões técnicas de transmissão de informação via ondas de rádio, em veículos de comunicação que utilizam esse suporte técni- co. Embora o nome do profissional remeta às transmissões pelo rádio, também inclui profis- sionais que trabalham viabilizando tecnica- mente a transmissão de informações em te- levisões. Também são conhecidos como pro- fissionais de rádio e TV. Publicitários Profissionais especializados em estratégias de marketing e publicida- de ou propaganda, que visam a promover um produto, marca ou ideia ligada a uma instituição ou empresa. Esses pro- fissionais se envolvem em todos os processos que constituem esse tipo de divulgação. Designers São profissionais responsáveis por criações gráficas, logotipos, marcas, entre outras iden- tidades visuais relacionadas a uma instituição, empresa, ou ente público. Também podem de- senvolver, junto com um profissional de programação gráfica na internet, a identi- dade visual para sites, blogs, portais, entre outros veículos online. Relações publicas Profissional que tem como função sistematizar e organizar as atividades na área de comunica- ção e informação de uma empresa ou institui- ção, prezando pelo bom relacionamento entre vel por entrar em contato com a imprensa para chamar a atenção de assuntos que interessem à instituição que representa que sejam divul- gados, ou seja, para sugerir e ajudar na produ- ção de matérias (atuação ativa). Ele também atende jornalistas, quando procurado (atuação passiva), de veículos de comunicação para fornecer informações interessantes ou pres- tar esclarecimentos sobre a entidade que re- presenta. Geralmente, o assessor de imprensa também é responsável por apurar informações e redigir matérias para os canais de comunica- ção da instituição, mas com a diferença de que os temas sobre os quais escreve estão ligados à instituição na qual trabalham. Por isso, é muito importante ter em mente que o jornalista que representa um veículo de co- municação, ou seja, trabalha para a Imprensa, apura informações em nome da sociedade e seu interesse é sobre fatos noticiosos, não im- portando se são positivos ou negativos para a instituição que ele procura. Já o assessor de imprensa trabalha principalmente com fatos positivos para a instituição que representa, com o objetivo de divulgar esses fatos. Ele também intermedeia a relação com a impren- sa quando há fatos negativos ou difíceis. Portanto, não se esqueça: Jornalista que tra- balha na Imprensa não faz assessoria para a sua instituição. Ele apura fatos! Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 21 tal entidade e seus públicos de interesse. Atuam diretamente, por exemplo, com pronunciamen- tos oficiais, eventos institucionais, em parceria com assessores de imprensa no atendimento a jornalistas, lançamentos de campanhas institu- cionais, entre outras atividades. O que é notícia? É considerado Notícia um fato inédito (ou no- vidadesobre fato já existente) relevante e de interesse público, portanto, abrangente. Do latim, “notícia” significa notoriedade. Uma vez identificada a notícia, esse fato deve ser redigido em texto informativo, de forma sim- ples, direta, objetiva e imparcial. A notícia não deve incluir a opinião do jornalista ou veículo de comunicação. Entrevistados podem revelar sua opinião, nunca o repórter. Trataremos do tema Opinião mais adiante. Notícia é fato atual e de interesse social e não pessoal. É muito importante definir a abran- gência de impacto e interesse da notícia para saber a que público se destina, portanto, em que veículos deve ser veiculada. Por exemplo, a qualidade da água nos rios brasileiros é notí- cia de abrangência nacional, por isso, o esfor- ço de divulgação deve ser nacional, inclusive quanto ao alcance dos veículos de imprensa para quem se oferece a notícia. Já a instituição da cobrança pelo uso da água em uma determinada bacia hidrográ- fica pode ser fato relevante para os usuá- rios locais ou para quem mora naquela ba- cia, portanto, é notícia para veículos locais. Uma reunião para discutir a implementação da cobrança será um assunto relevante para os membros do comitê e para os setores usuários de recursos hídricos da Bacia, por exemplo, portanto, boas alternativas de di- vulgação para essa notícia pode ser o site institucional, o boletim de notícias enviado aos públicos de interesse da Bacia Hidrográ- fica ou ainda um e-mail marketing para es- ses públicos de interesse. É muito importan- te reconhecer a abrangência da notícia para modular o esforço e a estratégia de divulga- ção. Não se deve oferecer notícia de pouca relevância e abrangência a grandes veículos de comunicação, nem esconder notícias re- levantes de amplo impacto em veículos de pouca circulação ou audiência. Confira a se- guir alguns exemplos de notícias. Vídeo Relevância nacional: Jornal da Record 22/03/2011 – http://arquivos.ana.gov.br/vi- deos/20110322_ReportagemEspecialsobreo- AtlasBrasilporRegiao-Record.flv Relevância local: Jornal de Piracicaba 22/03/2016 – http://www.jornaldepiracicaba. com.br/cidade/2016/03/pcj_comemora_co- branca_pelo_uso_da_agua Interesse Localizado: Site do CBH PARA- NAPANEMA http://paranapanema.org/oficinas-discu- tem-plano-estrategico-para-bacia-do-para- napanema/ Uma notícia poder ser “quente”, quando tem prazo de validade para ser veiculada, geral- mente no próprio dia da apuração, devido à transmissão do mesmo tema por veícu- los concorrentes ou porque no dia seguinte será passado, ou “fria”, quando pode ser vei- culada a qualquer momento, pois foca em um fato permanente ou de maior duração. E a notícia pode ser exclusiva, quando é di- vulgada por um único veículo. Essas são os denominados “furos de reportagem”. Lead É a denominação que se dá para o início dos textos jornalísticos, geralmente o primeiro parágrafo, onde devem aparecer as princi- pais informações sobre o tema tratado. A de- nominação vem da palavra em inglês lead, que significa “conduzir, liderar”. Ou seja, as in- formações do lead conduzem a forma como o tema vai ser tratado, ao concentrarem as principais informações a serem transmiti- das. Geralmente, o lead responde às seguin- tes perguntas: ‘quem?’, ‘o quê?’, ‘quando?’, ‘onde?’, ‘como?’ e ‘por quê?’ cujas respostas conduziriam a um “resumo” do tema a ser tratado de forma objetiva. Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social http://arquivos.ana.gov.br/videos/20110322_ReportagemEspecialsobreoAtlasBrasilporRegiao-Record.flv http://arquivos.ana.gov.br/videos/20110322_ReportagemEspecialsobreoAtlasBrasilporRegiao-Record.flv http://arquivos.ana.gov.br/videos/20110322_ReportagemEspecialsobreoAtlasBrasilporRegiao-Record.flv http://www.jornaldepiracicaba.com.br/cidade/2016/03/pcj_comemora_cobranca_pelo_uso_da_agua http://www.jornaldepiracicaba.com.br/cidade/2016/03/pcj_comemora_cobranca_pelo_uso_da_agua http://www.jornaldepiracicaba.com.br/cidade/2016/03/pcj_comemora_cobranca_pelo_uso_da_agua http://paranapanema.org/oficinas-discutem-plano-estrategico-para-bacia-do-paranapanema/ http://paranapanema.org/oficinas-discutem-plano-estrategico-para-bacia-do-paranapanema/ http://paranapanema.org/oficinas-discutem-plano-estrategico-para-bacia-do-paranapanema/ http://paranapanema.org/oficinas-discutem-plano-estrategico-para-bacia-do-paranapanema/ 22 Radio Televisão Podendo ser uma matéria isolada ou várias matérias encadeadas que integram uma re- portagem especial, que comporta uma mo- dalidade de texto semelhante, mas com maior extensão, que permite um texto com recursos e linguagem mais elaborados. Veja abaixo um exemplo de reportagem sobre os 100 anos da seca de 1915. Reportagem especial do jornal cearense Di- ário do Nordeste – http://diariodonordeste. verdesmares.com.br/cadernos/regional/me- morias-de-cem-anos-1.1217405 Algumas diferenças importantes Agora que já sabemos o que é uma maté- ria, vamos compreender a diferença entre matéria, artigo, editorial e nota, pois é mui- to comum uma certa confusão entre esses produtos jornalísticos. Artigo Em jornalismo, é o texto que expressa uma opinião pessoal ou de um grupo específico, geralmente publicado em jornais ou sites de notícias que possuem espaços dedicados à opinião de colaboradores frequentes ou con- vidados para expressarem suas opiniões so- bre um assunto em discussão pela sociedade no momento da publicação. Podem repre- sentar um importante espaço de divulgação de conceitos institucionais, tendo como base um assunto de interesse público. Mas o arti- go sempre é assinado por uma pessoa física ou fala em seu próprio nome, que represen- ta uma instituição. O especialista, ou assessor de imprensa da instituição que o especialis- ta representa, pode procurar o veículo onde tem interesse que o artigo seja publicado e submetê-lo à seleção do veículo, que recebe dezenas de proposta de artigos por dia. Geral- mente, o espaço do artigo é pré-definido pelo jornal, site ou revista, portanto, vale a pena se informar e enviar o artigo já no tamanho ade- quado. Veja a seguir um exemplo. As respostas às essas perguntas devem estar no primeiro e no segundo parágrafo (suble- ad), de preferência. A estrutura do texto jor- nalístico é chamada de “pirâmide invertida”, pois as informações mais relevantes devem aparecer nos primeiros parágrafos. Nos pará- grafos seguintes surgem outras informações por ordem decrescente de importância. Con- fira abaixo exemplo de Lead. Reportagem Globo 21/01/2016 – http://g1. globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/ noticia/2016/01/novo-predio-do-forum-tera- -inauguracao-oficial-em-uberaba.html Termos e conceitos recorrentes na prática da comunicação Cada profissão possui um vocabulário especí- fico e com a comunicação não é diferente. Os vários profissionais listados anteriormente convivem entre si, dada a interdependência de suas funções e atividades. Nesse contexto, desenvolvem diversos tipos de produtos co- municacionais, utilizam jargões e expressões próprias da área profissional, estabelecem pa- râmetros de comportamento que contribuem para desempenhar seus papéis. Para melhor compreensão desse ambiente profissional e seus produtos, vamos apresen- tar a seguir algumas definições que compõem o universo da comunicação. Matéria ou reportagem jornalística Reportagem é processo investigativo, de apu- ração e de produção que vai resultar em uma matéria jornalística, ou seja, é o formato dado à notícia. Deve ter linguagem objetiva que visa a in- formar sobre algum assunto, apresentando fatos, exemplos, argumentos e opiniões de especialis- tas ou pessoas envolvidas com o tema. Deve se- guir o princípio da imparcialidade, ouvindo todos os lados interessados no fato noticioso que está sendo reportado. Pode ser publicado em: Impresso Digital Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/memorias-de-cem-anos-1.1217405 http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/memorias-de-cem-anos-1.1217405http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/memorias-de-cem-anos-1.1217405 http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/01/novo-predio-do-forum-tera-inauguracao-oficial-em-uberaba.html http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/01/novo-predio-do-forum-tera-inauguracao-oficial-em-uberaba.html http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/01/novo-predio-do-forum-tera-inauguracao-oficial-em-uberaba.html http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2016/01/novo-predio-do-forum-tera-inauguracao-oficial-em-uberaba.html 23Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 24 Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 25Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social Editorial Muito semelhante ao artigo jornalístico, di- fere no fato de que representa a opinião do veículo de comunicação. Geralmente trata de temas sensíveis à população e fatos em voga na sociedade e possuem um local fixo dedicado à opinião do jornal, portal de no- tícias ou revista. Quando telejornais expres- sam sua opinião, geralmente o âncora iden- tifica que se trata da opinião do telejornal. Veja o exemplo abaixo: Nota É uma informação curta, normalmente de um parágrafo no máximo, de caráter de uti- lidade pública ou política ou social. Bastante usado por colunistas políticos ou sociais, ge- ralmente a fonte da informação não é iden- tificada (informação em off, como veremos melhor na próxima unidade). Fonte É a denominação corriqueira que os jornalis- tas dão aos especialistas ou personalidades a quem recorrem para falar de determinado assunto. O termo metafórico é utilizado em todos os contextos de produção de informa- ções, sejam mais tradicionais, como jornais e TVs, sejam nas novas formas de transmis- são de informações por meios digitais. Uma boa fonte é aquela que busca estabelecer um bom relacionamento profissional com os jornalistas, pois será consultada como fonte de informação, possui boas informações que são consideradas notícias e está disponível para ser consultada para dar informações ou conceder entrevistas. Repare que, no exemplo anterior, as principais fontes são os presidentes dos comitês de ba- cias hidrográficas. Veja na imagem a seguir. Entrevista Processo de perguntas e respostas que o jornalista promove junto às fontes para bus- car informações e dados relevantes para a construção de uma reportagem. No caso de jornais impressos, quando se trata de uma fonte importante e relacionada a um tema relevante, a publicação da íntegra das per- guntas e respostas passa a ser o foco do jornalista. Nesses casos, o texto publicado pode ser chamado de entrevista “pingue- -pongue”, por causa do formato de pergun- tas e respostas. Observe o exemplo. 26 Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 27Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 28 assessores de imprensa ou entre jornalistas e suas fontes de informações. Também é um termo usado de forma genérica para se refe- rir a um assunto que pode ser transformado em matéria. Uma boa pauta é um assunto onde há notícias com as características des- critas anteriormente, que rende matérias ou furos de reportagem. Aviso de Pauta A pauta também pode se originar de uma prática muito recorrente entre os assessores de imprensa, que é o envio para os jornalis- tas de um texto curto e direto, com o obje- tivo de avisar sobre um fato, geralmente um evento, que irá ocorrer em breve. Release O release é um tipo de texto jornalístico muito semelhante às matérias, que tem como ob- jetivo chamar a atenção de jornalistas e veí- culos de comunicação para um tema espe- cífico. O nome se origina na expressão press release, que no inglês se refere à divulgação para a imprensa. Com o uso corriqueiro, a expressão foi reduzida apenas a release. O formato dos releases tem, cada vez mais, se aproximado de matérias e reportagens, for- necendo informações cada vez mais deta- lhadas e completas para o jornalista, já que com o desenvolvimento tecnológico a fun- Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social Infográfico Muito semelhante ao artigo jornalístico, difere no fato de que representa a opinião do veículo de comunicação. Geralmente trata de temas sensíveis à população e fatos em voga na so- ciedade e possuem um local fixo dedicado à opinião do jornal, portal de notícias ou revista. Quando telejornais expressam sua opinião, geralmente o âncora identifica que se trata da opinião do telejornal. Veja o exemplo abaixo: São recursos que ajudam a compreender o assunto da reportagem por meio da visuali- zação gráfica de dados. O infográfico a seguir complementa a compreensão da entrevista exemplificada no item anterior. Observe: Pauta Texto que orienta o jornalista no desenvolvi- mento de uma reportagem, uma pauta con- tém as principais informações sobre o tema, dados complementares, informações sobre as possíveis e mais indicadas fontes, além de orientações sobre as melhores abordagens do tema. Pode ser apresentado de diversas maneiras, a depender do veículo de comuni- cação. Os assessores de imprensa também podem organizar pautas a serem enviadas como sugestões para jornalistas nas reda- ções. Geralmente, estas sugestões surgem das próprias conversas entre jornalistas e 29 ção do jornalista tem se tornado mais com- plexa, o que exige cada vez mais tempo do profissional. Veja exemplo: Reportagem: http://www2.ana.gov.br/Paginas/ imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12800 Coletiva de Imprensa São eventos que as instituições, entidades, empresas ou mesmo personalidades orga- nizam para comunicar ou esclarecer deter- minada informação a vários meios de comu- nicação ao mesmo tempo. Geralmente são organizadas com pouca antecedência, já que refletem a necessidade de esclarecer even- tos ou notícias importantes de última hora e são adequados apenas para informar, escla- recer, divulgar ou prestar contas sobre fatos relevantes de grande interesse público. Um ou vários oradores fazem uma introdu- ção do assunto e logo após os jornalistas presentes realizam as perguntas que julga- rem convenientes. São abertas a todos os veículos e imprensa, mediante credencia- mento prévio ou não, e se diferem de en- contros de relacionamento com a imprensa que são eventos menores feitos para estrei- tar relações, explicar fatos de forma didática sem que haja notícia a ser divulgada neces- sariamente. Diferente das coletivas, os en- contros de relacionamento com a imprensa são organizados com um ou mais jornalistas convidados, geralmente aqueles que acom- panham o setor de recursos hídricos ou meio ambiente, por exemplo. Mailing É uma forma de organização dos contatos im- portantes para o relacionamento na área de comunicação. A denominação vem da palavra em inglês mailing, que significa “correspon- dência”. Ou seja, trata-se da organização de informações que auxiliam no contato e corres- pondência (em especial via e-mail) com ato- res importantes para a realização do trabalho na área de comunicação. Pode conter dados como: telefone, área de atuação, e-mail e site. Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social Quanto mais segmentado o mailing, melhor eficiência da comunicação a ser enviada, já que é muito mais interessante que a informa- ção chegue até o interlocutor que realmen- te vai utilizar a informação, do que a men- sagem ser enviada para um público pouco definido, que provavelmente irá ignorá-la. É importante que o mailing não seja muito complexo para ser acessado, pois o obje- tivo é facilitar o trabalho do profissional de comunicação e não o confundir. Outro fator importante para a eficiência do mailing é sua atualização constante, já que é comum que haja dinamismo sobretudo em relação a nú- meros telefônicos e endereços eletrônicos. Newsletter A newsletter é uma forma de organização de informações a serem enviadas para um mai- ling específico,seja na forma impressa ou digital. Geralmente, apresenta textos curtos, que destacam um assunto, um produto ou uma ação específica. Na versão eletrônica, que é a mais utilizada atualmente, esses tex- tos remetem a links para páginas de mídias sociais ou websites referentes ao assunto que está sendo destacado. Quando não utilizam links, podem ser organi- zados com textos mais longos e reportagens. A denominação vem do inglês e significa “bo- letim de notícias”. Por isso, o termo pode ser usado como sinônimo de boletim informativo. Atualmente os boletins eletrônicos são con- siderados mais práticos e econômicos que as revistas impressas, pois dispensam gas- tos com impressão e distribuição. Confira na próxima página o exemplo do Boletim Água, newsletter da Agência Nacional de Águas. Deadline É o limite máximo de tempo disponível para a conclusão de um material de comunicação para viabilizar sua publicação ou realização. É um termo muito utilizado por jornalistas porque há um horário limite para que a notí- cia seja incluída na próxima edição do jornal, revista ou telejornal, etc. http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12800 http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12800 30 Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 31 enquadramentos da câmera, utilização de do- cumentos e fotografias, etc. Veja o exemplo: Link do Vídeo - https://www.youtube.com/ watch?v=hEUJLcWIX8M Campanhas especiais É quando uma instituição ou empresa preten- de chamar atenção sistemática para um assun- to ou fato específico, durante um determinado período de tempo, pode lançar através de seus canais de comunicação uma campanha espe- cial, na qual explica o tema e reúne o maior número de informações relacionadas ao tema. As campanhas são uma forma de sensibilizar o público de maneira organizada e estratégica. Elas podem utilizar instrumentos complemen- tares para alavancar a campanha, tais como ví- deos, mídias sociais, seminários, etc. Exemplo da Campanha: “Eu viro carranca para defender o Velho Chico” Confira a campanha completa: http://cbhsao- francisco.org.br/virecarranca/ Slogan Frase curta, de efeito forte e fácil memorização que guarda uma mensagem capaz de fazer as pessoas se lembrarem de uma causa, empre- sa ou produto. O ideal é que tenha um concei- to por trás da ideia, ou seja, um criativo argu- mento persuasivo. O termo em inglês provém do gaélico “sluagh-ghairm” que significa “grito de guerra”. E é mesmo, já que a ideia é chamar a atenção. Lembra-se da campanha do rio São Francisco que vimos anteriormente? Clipping Seleção de reportagens e matérias dos mais diversos meios de comunicação que citam determinado assunto ou instituição interes- sada. É uma prática muito utilizada para mo- nitorar como a Imprensa está cobrindo um assunto, como a instituição ou assunto está sendo retratado, se de forma positiva, nega- tiva ou neutra, ou como a sociedade está de- batendo ou interpretando um tema. A deno- minação vem do inglês e remete à ideia de “recortes de jornais”. No entanto, hoje, com a diversificação dos meios de comunicação, o clipping é feito em todos os tipos de ve- ículos, inclusive em mídias sociais. Existem empresas específicas que oferecem o servi- ço de clipping de materiais para as mais di- versas instituições, que trazem informações quantitativas e qualitativas. Vídeos Institucionais São instrumentos audiovisuais que auxiliam na divulgação de conceitos, campanhas, en- tre outras mensagens importantes para a ins- tituição ou empresa que pretende divulga-los. São muito úteis no caso da gestão de recursos hídricos, porque podem explicar de forma di- dática os temas ligados à gestão. Link do Vídeo - https://www.youtube.com/ watch?v=Ypr9v48_B34 Os vídeos também podem apresentar animações que auxiliam nas explicações didáticas, com o objetivo de facilitar a compreensão para os mais diversos tipos de público. Veja o exemplo: Link do Vídeo - https://www.youtube.com/ watch?v=Iye8mZexCSM Vídeo – documentário É um tipo de vídeo que apresenta uma realidade específica com vistas a sensibilizar o espectador para aquele assunto. Geralmente utiliza lingua- gem muito próxima do jornalismo, mas pode explorar técnicas mais subjetivas, bem como recursos complementares, como trilha sonora, Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social https://www.youtube.com/watch?v=hEUJLcWIX8M https://www.youtube.com/watch?v=hEUJLcWIX8M http://cbhsaofrancisco.org.br/virecarranca/ http://cbhsaofrancisco.org.br/virecarranca/ https://www.youtube.com/watch?v=Ypr9v48_B34 https://www.youtube.com/watch?v=Ypr9v48_B34 https://www.youtube.com/watch?v=Iye8mZexCSM https://www.youtube.com/watch?v=Iye8mZexCSM 32 Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social O slogan é: “Eu viro Carranca para Defender o Velho Chico”. Logotipo ou logomarca É a representação visual ou gráfica que identifica a marca de uma instituição, empresa ou campa- nha. Além de ser visualmente agradável, deve ter uma ideia criativa, ou seja, deve significar algo e, assim como o slogan, carregar algum concei- to. Por exemplo, a logomarca da Agência Nacio- nal de Águas, é formada por ondas de água que formam as letras A e N. Esse conceito fica claro nesta vinheta: https://www.youtube.com/wat- ch?v=JtshF-n-mis&list=PLdDOTUuInCuz6SWIi- Qttv0Wf9JnpcWlNS Briefing É um conjunto de informações, uma cole- ta de dados para o desenvolvimento de um trabalho de comunicação. Ele contém as informações básicas necessárias para fazer um plano de comunicação, um vídeo insti- tucional ou um evento, por exemplo. O ideal é que além do documento com as informa- ções e a demanda básica sobre o produto de comunicação a ser produzida, haja também uma reunião de briefing entre a área de co- municação e a área técnica que demanda o produto. Leia no ambiente virtual o exemplo de um briefing para a produção de um plano de comunicação para a fictícia Bacia do Rio Cristal. Faremos algumas referências a este exemplo ao longo do curso. IMPORTANTE Para uma boa comunicação sobre recursos hídricos, não podem faltar imagens, como fotografias e vídeos. Por isso, não deixe de organizar um Banco de Imagens, para usá- -las em suas ações de comunicação e dis- ponibilizá-las para a Imprensa. Lembre-se do bordão: Uma Imagem Vale Mais do que Mil Palavras! Cada foto deve conter pelo menos as seguintes informações: Local e data; Identificação das pessoas que apare- cem na foto com nome e cargo; Legenda: uma frase curta que resuma ou complemente a principal informação da imagem; Palavra chave para facilitar a busca; Crédito (autor da foto); Informações sobre direitos autorais. DICA Com o advento da fotografia digital, a quan- tidade de fotos registradas tem aumentado exponencialmente. Atualmente há aplicati- vos específicos, como o GeoSetter (gratui- to), ou as ferramentas como o Adobe Bri- dge e o Adobe Lightroom, que permitem inclusão de metadados, que são informa- ções básicas relacionadas a uma imagem que facilitam a sua busca e identificação, inclusive com georreferenciamento por GPS. Veja no exemplo da próxima página uma fotografia com informações inseridas por meio do Geosetter. Muitos outros con- ceitos e definições poderiam ser aqui lis- tados, no entanto, acreditamos que esses já são suficientes para a compreensão das rotinas dos profissionais de comunicação. Palavra chave para facilitar a busca; Crédito (autor da foto); Informações sobre direitos autorais. https://www.youtube.com/watch?v=JtshF-n-mis&list=PLdDOTUuInCuz6SWIiQttv0Wf9JnpcWlNS https://www.youtube.com/watch?v=JtshF-n-mis&list=PLdDOTUuInCuz6SWIiQttv0Wf9JnpcWlNS https://www.youtube.com/watch?v=JtshF-n-mis&list=PLdDOTUuInCuz6SWIiQttv0Wf9JnpcWlNS 33Unidade 2 - Conceitos e Práticas em Comunicação Social 34 Principais conceitos aprendidos nesta unidade: Profissionais de comunicação As ações de comunicação na sociedade po- dem ser exercidas por diversosprofissionais, que desempenham diferentes papeis: jorna- listas, radialistas, publicitários, designers e re- lações públicas compõem a gama de atores que fazem da comunicação uma profissão. Dentre esses, os jornalistas merecem aten- ção especial, já que podem atuar em diversas frentes, como assessoria de imprensa, repor- tagem, edição, produção, entre outras. Termos e conceitos da comunicação Alguns importantes conceitos foram apresen- tados, como num glossário dos principais ter- mos utilizados no dia a dia pelos profissionais da comunicação: notícia, pauta, lead, briefing, clipping, campanha, seminários, entre outros termos foram descritos para facilitar o proces- so de aprendizagem sobre o planejamento de comunicação. São conceitos importantes aos quais os comitês de bacia podem sempre recorrer para sanar dúvidas e planejar ações de comunicação da melhor maneira possível. DICA Vale conhecer e pesquisar as principais empre- sas de comunicação que atuam no seu municí- pio ou região. Muitas vezes, as empresas podem oferecer consultorias ou serviços acessíveis, que podem render um alto índice de divulgação das ações. Cabe ao comitê decidir a melhor forma de buscar e utilizar recursos para isso. IMPORTANTE Nessa unidade descrevemos diversas fun- ções que devem ser exercidas por profissio- nais. Recomendamos, sempre que possível, que esses profissionais sejam consultados e contratados. No entanto, essa longa descri- ção de conceitos também tem como objetivo familiarizar os integrantes dos comitês de ba- cia com os termos utilizados recorrentemen- te na área de comunicação, a fim de esta- belecerem relacionamentos com jornalistas e outros profissionais. A aproximação com o universo da comunicação e seus profissionais pode render boas pautas e matérias, espon- taneamente. Mantenha seus contatos com profissionais da comunicação em dia! Resumo da Unidade 2 Voltar ao Sumário 35 Unidade 3 Canais de Comunicação e Formas de Relacionamento CANAIS DE COMUNICAÇÃO: FORMA E CON- TEÚDO – PEQUENA INTRODUÇÃO Quando escolhemos uma ferramenta de comu- nicação para transmitir nossos conteúdos, ou seja, nossas mensagens, é necessário conhecer o potencial e as limitações de cada ferramenta. Para se relacionar com um veículo de Imprensa, por exemplo, é preciso entender sua complexi- dade, as principais características de seu funcio- namento, e o que o influencia. Isso é importante porque forma e conteúdo são extremamente dependentes, ou seja, para circular, as informa- ções são diretamente vinculadas ao suporte técnico utilizado para a veiculação. Por isso, é importante compreender cada es- pecificidade para refletirmos o comportamento necessário para um diálogo eficaz com os meios de comunicação e qual ferramenta escolher. A IMPRENSA Inicialmente, vale destacar a forma mais tradicio- nal da comunicação social, que é a transmissão de informações por meio dos veículos de co- municação tradicionais: jornai.s, revistas, rádios e emissoras de televisão. Utiliza-se aqui o termo “imprensa” para designar esses meios de comu- nicação e seus correspondentes na internet, por- que é uma palavra ainda muito utilizada para se referir a esses espaços de produção jornalística. Sua origem remonta ao próprio surgimento da prática do jornalismo, que inicialmente era uma atividade intrínseca ao processo de impressão de materiais em papel, jornais, boletins, circula- res, etc. Com o surgimento de diferentes veícu- los de comunicação, a atividade se diversificou, mas o termo continuou sendo utilizado para in- dicar a atividade realizada por jornalistas. Desde seu surgimento, o papel do jornalismo (da imprensa) se caracterizou por se basear em re- lacionamentos sociais. Isto é, para abordar uma área técnica ou assunto, os jornalistas precisam interagir em alguma medida com os temas a serem cobertos. Por isso, relacionar-se com os jornalistas, de modo a difundir um assunto entre esses profissionais, é uma das principais estra- tégias para a divulgação de um tema nos meios de comunicação tradicionais. Como já afirmado neste curso, levar o tema da gestão dos recursos públicos para o debate na esfera pública faz parte da responsabilidade social que os meios de comunicação têm (ou deveriam ter) para com a democracia. Esse re- lacionamento pode ser promovido de diversas formas. A principal delas, por se tratar da forma mais comum nos meios de comunicação “tra- dicionais” (jornais, rádio e televisão) é tornar-se uma fonte confiável para os jornalistas. Para isso, não basta ser um bom especialista sobre um assunto. É necessário também difun- dir entre os jornalistas a necessidade de falar sobre o assunto, destacando a importância do tema para a construção da sociedade e para a vida das pessoas. Mas, de que modo é possível sensibilizar os jornalistas para as informações de interesse público? A resposta a essa pergunta deve contemplar alguns aspectos importantes, que são apresentados a seguir. Qualidade e interesse da informação Conhecer e respeitar a rotina dos jornalistas Respeitar a “natureza” do veículo de comunicação O relacionamento profissional Voltar ao Sumário 36 Unidade 3 - Canais de Comunicação e Formas de Relacionamento Qualidade e interesse da informação A primeira e mais importante estratégia de sensibilização é a qualidade da informação que será divulgada. Jornalistas buscam infor- mações de interesse da população, ou seja, relevantes para a sociedade, principalmente quando as consequências dos fatos informa- dos são capazes de influenciar uma parcela significativa da sociedade em geral ou de uma determinada região. Em jornalismo, o conceito de “valor-notícia” está diretamente relaciona- do a essa estratégia, pois se refere à expressi- vidade do tema para a comunidade onde será veiculada. Para determinar o valor-notícia, os jornalistas utilizam alguns parâmetros, chama- dos de critérios de noticiabilidade. Ineditismo: as informações inéditas são mais relevantes do que as informações já publicadas. Improbabilidade: quanto mais inesperada a informação, mais expressiva ela será. Interesse: quanto mais pessoas afetadas pelas informações transmitidas, maior inte- resse ela terá. Apelo: a informação será mais importante, quanto mais curiosidade causar entre os in- terlocutores. Proximidade: quanto maior a proximidade geográfica, mais importante e significativa ela se torna. Empatia: a identificação dos públicos diante das informações também é muito significativa. Proeminência: quanto mais pessoas públi- cas envolvidas, mais interessante se torna a informação. Impacto: quanto mais impactante for a in- formação, maior será a probabilidade de ser publicada. Interesse humano: as informações podem fazer referência a histórias de vida, que podem des- pertar a atenção da sociedade por seu exemplo. Além desses critérios, utilizados para carac- terizar uma informação em notícia, é valido ressaltar que as informações sobre um tema específico também devem se destacar diante de outras tantas informações, relacionadas a outros temas, que podem ser divulgadas. No caso do exemplo que usamos para mos- trar um briefing, na unidade 2, o da Bacia do Rio Cristal, uma notícia que destacasse o as- soreamento nos lagos dos reservatórios das duas usinas hidrelétricas instaladas da Bacia, Esmeralda e Rubi, que tem impacto direto na captação das águas e na disponibilidade da água para a geração de energia, seria de am- plo interesse regional, tendo em vista a ame- aça direta ao fornecimento de energia para a população, podendo causar aumento na tarifa e até mesmo racionamento de água e de energia. Por outro lado, uma reunião para decidir questões internas do comitê de bacia não será importante para o público amplo, nem vai chamar a atenção num contexto de outras notícias possíveis. IMPORTANTE Muitas vezes, uma informação pode não ser de interesse do público mais amplo, mas pode ser interessante para o público interno.
Compartilhar