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TRABALHO SEMINÁRIO AVANÇADO - TEORIAS PSICODINÂMICAS FREUD JUNG-1

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Universidade Estácio de Sá 
Campus Santa Cruz 
Psicologia 
 
ALEXANDRE DE BARCELOS 
ANDRÉ LUÍS ALVES 
DANIELE NOVAES 
LEGIANE LUDOLF 
LILIAN DO VAL 
MATHEUS HENRIQUE 
 
TRABALHO SOBRE AS TEORIAS PSICODINÂMICAS DE FREUD 
E JUNG 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Setembro/2020. 
ALEXANDRE DE BARCELOS 
ANDRÉ LUÍS ALVES 
DANIELE NOVAES 
LEGIANE LUDOLF 
LILIAN DO VAL 
MATHEUS HENRIQUE 
 
 
 
 
 
TRABALHO SOBRE AS TEORIAS PSICODINÂMICAS DE FREUD 
E JUNG 
 
Trabalho apresentado para obtenção 
de nota a Disciplina Seminários 
Avançados em Psicologia, ministrada 
pelo Professor Alexandre Villalba, 
Curso de Psicologia da Universidade 
Estácio de Sá, Campus Santa Cruz 
 
 
Rio de Janeiro 
Setembro/2020. 
 
INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como objetivo trazer uma breve explanação das Teorias 
Psicodinâmicas desenvolvidas por Sigmund Freud e Carl Gustav Jung. 
Analisaremos os principais pontos de cada Teoria e suas principais diferenças. 
O conceito de teoria psicodinâmica pode parecer único e unitário, mas a verdade 
é que inclui muitas maneiras de entender a mente humana. Ao falar sobre teorias 
psicodinâmicas, estamos falando sobre um conjunto heterogêneo de 
perspectivas que têm sua origem em concepções de processos mentais 
derivados da psicanálise. Teoria psicodinâmica é realmente uma coleção de 
teorias psicológicas que enfatizam a importância de discos e outras forças em 
funcionamento humano, especialmente impulsos inconscientes. A abordagem 
sustenta que a experiência da infância é a base para a personalidade e 
relacionamentos adultos. Teoria psicodinâmica originou em teorias psicanalíticas 
de Freud e inclui quaisquer teorias baseadas em suas ideias, incluindo os de 
Anna Freud, Erik Erikson, e Carl Jung. 
• Teoria psicodinâmica é composta por um conjunto de teorias psicológicas 
que surgem a partir das ideias que os seres humanos são muitas vezes 
impulsionados por motivações inconscientes e que a personalidade adulta 
e relacionamentos são frequentemente o resultado de experiências da 
infância. 
• Teoria psicodinâmica originou nas teorias psicanalíticas de Sigmund 
Freud, e inclui qualquer teoria baseada em suas ideias, incluindo o 
trabalho de Carl Jung, Alfred Adler, e Erik Erikson. Ele também inclui as 
teorias mais recentes, como relações de objeto. 
Nesse sentido, todos compartilham com a teoria freudiana a ideia de que existem 
conflitos intrapsíquicos entre o consciente e o inconsciente, sendo um dos 
principais objetivos da terapia ajudar o paciente a entender e gerenciar o 
conteúdo inconsciente (trazendo à consciência). 
Entre finais de 1890 e 1930, Sigmund Freud desenvolveu uma variedade de 
teorias psicológicas com base em suas experiências com pacientes durante a 
terapia. Ele chamou sua abordagem à terapia psicanálise e suas ideias tornou-
se popular através de seus livros, como A Interpretação dos Sonhos. Em 1909, 
ele e seus colegas viajaram para a América e deu palestras sobre a psicanálise, 
espalhando ideias de Freud ainda mais. Nos anos que se seguiram, foram 
realizadas reuniões regulares para discutir teorias e aplicações da psicanálise. 
Freud influenciou uma série de grandes pensadores psicológicos, incluindo Carl 
Jung e Alfred Adler, e sua influência continua até hoje. 
Foi Freud quem primeiro introduziu o termo psicodinâmica. Ele observou que 
seus pacientes apresentaram sintomas psicológicos com nenhuma base 
biológica. No entanto, estes pacientes foram incapazes de parar os seus 
sintomas, apesar de seus esforços conscientes. Freud argumentou que, se os 
sintomas não poderiam serem evitados por vontade consciente, eles devem 
surgir a partir do inconsciente. Portanto, os sintomas eram o resultado da 
vontade inconsciente opondo-se à vontade consciente, uma interação ele 
apelidou de “psicodinâmica”. 
Teoria psicodinâmica formada para abranger qualquer teoria decorrente de 
princípios básicos de Freud. Como resultado, os termos psicanalíticos e 
psicodinâmicos são frequentemente usados alternadamente. No entanto, há 
uma distinção importante: o termo psicanalítico se refere apenas às teorias 
desenvolvidas por Freud, enquanto as referências psicodinâmicas prazo ambas 
as teorias de Freud e aqueles que são baseados em suas ideias, incluindo de 
Erik Erikson teoria psicossocial do desenvolvimento humano e conceito de Jung 
arquétipos. Na verdade, tantas teorias são abrangidas pela teoria psicodinâmica, 
que é muitas vezes referida como uma abordagem ou uma perspectiva, em vez 
de uma teoria. 
Teoria psicodinâmica tem vários pontos fortes que são responsáveis por sua 
relevância continuada no pensamento psicológico moderno. Primeiro, que 
contabiliza o impacto da infância na personalidade adulta e saúde mental. Em 
segundo lugar, ele explora os impulsos inatos que motivam o nosso 
comportamento. É desta forma que a teoria psicodinâmica é responsável por 
ambos os lados do debate natureza / criação. Por um lado, ele aponta para a 
forma como os processos inconscientes pessoas mentais nascem com influência 
seus pensamentos, sentimentos e comportamento. Por outro lado, enfatiza a 
influência das relações de infância e experiências sobre o desenvolvimento 
posterior. 
Como mencionamos, existem muitas teorias e terapias psicodinâmicas. Abaixo 
estão alguns dos mais conhecidos. 
• Psicologia individual de Adler 
• Teoria analítica de Jung 
• Perspectiva interpessoal de Sullivan 
• A teoria das relações com objetos 
• Teoria da psicoterapia dinâmica breve 
• Terapia baseada em transferência 
• Terapia baseada na mentalização 
Como já mencionado acima, este trabalho não tem a pretensão de fazer um 
estudo sobre todas as Teorias Psicodinâmicas, mas destacaremos a Teoria 
Psicodinâmica de Freud e a Teoria Analítica de Jung. A seguir abordaremos os 
principais pontos defendidos por cada uma dessas Teorias. 
 
 
I. O INCONSCIENTE FREUDIANO 
O conceito de inconsciente é o ponto central da teoria psicanalítica. Freud, 
através da sua experiência clínica diz que o psiquismo não se reduz ao 
consciente e que certos conteúdos só são possíveis à consciência após serem 
superadas certas resistências. Revelou que a vida psíquica é povoada de 
pensamentos eficientes embora inconscientes, de onde se originavam os 
sintomas. Freud localiza o inconsciente não como um lugar anatômico, mas um 
lugar psíquico, com conteúdos, mecanismo e uma energia específica. O 
inconsciente faz parte da primeira tópica do aparelho psíquico construída por 
Freud partir da interpretação de sonhos publicada em 1900. Em muitos textos 
freudianos o inconsciente é assimilado ao recalcado, porém, reserva-se um lugar 
para conteúdos inatos, filogenéticos, que constituem o núcleo do inconsciente. 
Os conteúdos do inconsciente são representantes da pulsão que esta fixados 
em fantasias, histórias imaginárias, concebidas como manifestações do desejo, 
que é um dos polos do conflito defensivo. Os desejos inconscientes tendem -
se á realização, restabelecendo os sinais ligados às primeiras vivências de 
satisfação, através do processo primário. Freud propõe explicar o aparelho 
psíquico como uma construção tópica. Assim sendo, de acordo com o lugar que 
ocupa dentro do aparelho psíquico, o inconsciente só pode ter acesso à 
consciência por meio do sistema Pré-consciente consciente. Freud em seu artigo 
de 1915 sobre o inconsciente, justifica o conceito de inconsciente como 
necessário, partindo de um pressuposto de que os dados da consciência 
apresentam um grande número de lacunas. Seja, em pessoas sadias ou 
doentes, correm atos psíquicos, para os quais a consciência não oferece 
explicações. Algumas dessas lacunas são lembranças encobridoras. Os atos 
falhos, os sonhos e os sintomas psíquicos que só podem ser elucidados via do 
inconsciente (FREUD, 1915). 
Os atos falhos ou lapsos foram um dos primeiros fenômenos para as quais Freud 
voltou a sua atenção.Eles são indícios seguros do determinismo psíquico e dos 
motivos inconscientes, ou seja, que tais comportamentos possuem significado e 
não ocorrem casualmente. Esquece-se o nome de alguém, mas sabe-se que 
outros nomes são lembrados ou sugeridos não correspondem ao nome 
esquecido. Ouve-se algo que não foi dito realmente, escreve-se o que não era 
intenção de escrever. Todos os atos falhos baseiam-se no esquecimento, porém, 
nenhuma pessoa sadia está alheia do a esses esquecimentos (GARCIA -ROZA, 
2007). 
De acordo com Laplanche & Pontalis (2001), os atos falhos consistem naquilo 
cujo resultado visado não foi atingido. O sujeito atribui às ações que não 
conseguiu realizar bem, como derivadas de sua distração ou ocorridas por 
acaso. Freud demostrou que os atos falhos possuem compromisso entre 
intenção do sujeito e o recalcado. Sendo assim, ato falho é ato bem sucedido ao 
nível do inconsciente, pois o desejo inconsciente realiza-se nele de uma forma 
clara e visível em uma análise. 
 
 
II. TEORIA FREUDIANA 
A psicanálise, bem como a abordagem teórica da psicodinâmica em 
Psicologia foram postuladas por Sigmund Freud (1856-1939). A Psicanálise visa 
a compreensão da origem e tratamento de transtornos e afecções de cunho 
mentais. É pautada em processos mentais inconscientes e é geralmente 
intitulada como a “psicologia profunda”. 
Sob as lentes da psicanálise é possível promover a consciência de padrões de 
emoções e comportamentos inconscientes, desadaptativos e habitualmente 
recorrentes. E como um elo, permite que aspectos anteriormente inconscientes 
do self se integrem e promovam homeostase, cura e expressão criativa. 
O que é psicanálise e quais as bases fundamentais que a 
elencaram? 
A escola psicanalítica ressalta a influência do inconsciente e suas reflexões no 
comportamento. Freud afirmou que a mente humana se divide em três 
instâncias: o id, o ego e o superego. 
As principais bases da teorização Freudiana são: os estágios psicossexuais, o 
inconsciente e o simbolismo dos sonhos. Tais estudos tiveram como 
emolduração, casos clínicos e estudos de casos vivenciados pelo teórico em 
questão. 
Referenciais históricos da Psicanálise 
Um ícone também relacionado à Psicanálise é Erik Erikson. Este teórico ampliou 
os postulados Freudianos e ressaltou a temática e a relevância do crescimento 
nos diferentes estágios da vida. A teoria Psicossocial da personalidade de 
Erikson é ainda na atualidade um marco referencial na compreensão do 
desenvolvimento humano. 
Se pudéssemos tecer uma trama compositiva teríamos que a Psicanálise é uma 
instrumentação que colabora para que indivíduos compreendam processos 
internalizados, desbravando horizontes e impulsos inconscientemente 
irreconhecíveis. Atualmente, Psicanálise possui algumas vertentes como: a 
terapêutica psicanalítica, a psicanálise aplicada (que vincula preceitos 
psicanalíticos a circunstâncias do cotidiano), bem como a neuropsicanálise (que 
https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicanalise/
https://www.vittude.com/blog/personalidade/
estabelece um elo entre a aplicabilidade da neurociência às questões 
psicanalíticas, como sonhos e repressão). 
 
Pressupostos da psicanálise 
Freud com base em seus estudos, acreditava que indivíduos podiam obter a cura 
de suas patologias através da evocação de conteúdos inconscientes na esfera 
consciente modificando a percepção. O alvo da terapêutica psicanalítica é 
conferir liberdade à emoções, sentimentos e experiências reprimidas, isto 
é, tornar consciente aspectos e particularidades inconscientes. É ter uma 
experiência catártica, de cura, através do processo de livre associação. A 
sintomática de patologia manifestas ou formações do inconsciente são 
ocasionadas por afecções latentes e de caráter oculto (experiências 
traumáticas). 
 
 
 
 
 
 
Mecanismos psicanalíticos 
O corpo é a fonte básica de toda experiência mental. 
Determinismo psíquico: nada acontece ao acaso: causas inconscientes. 
Consciente: pequena fração da mente. Há ainda, as instâncias do pré-
consciente e inconsciente. 
PULSÃO: 
• Fonte; 
• Força; 
• Objeto; 
• Objetivo. 
 
PSICANÁLISE: 
• Inconsciente; 
• Pulsão; 
• Recalque; 
• Transferência. 
 
FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE: 
• Sonhos; 
• Atos falhos; 
• Chistes. 
 
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/sintomas-psicologicos-nos-jovens-provocados-pela-relacao-entre-pais-e-filhos/
Pulsões: motivação que leva a algo. Todas possuem: fonte, finalidade, 
pressão) força e objetivo. As pulsões são algo que se produz entre o psíquico e 
o somático. Uma energia instaladora que funda todo o aparelho psíquico. 
Pulsões básicas: Vida (Eros) X Morte (Tanatos). 
Libido: energia aproveitável para as pulsões de vida. 
Catexia: investimento em energia libidinal. O emprego inadequado pode ser o 
pivô de problemáticas que são objetos de estudo para a Psicanálise. 
Fases Psicossexuais 
Satisfação dos desejos no decorrer do desenvolvimento – Complexo de Édipo. 
Édipo Rei é um personagem da mitologia grega e também uma tragédia escrita 
por volta de 427 a.C. pelo dramaturgo Sófocles (496-406 a.C.). 
Trata-se de uma das tragédias gregas mais emblemáticas da história do teatro 
na Grécia. É baseada no mito de édipo e citada pelo filósofo grego Aristóteles 
em sua obra “Poética”. Freud estabelece um link entre tal tragédia e a situação 
edipiana no desenvolvimento humano. 
FASE ORAL: primeiros meses; desejo saciada pela boca (alimentação). A 
oralidade mal resolvida pode ocasionar depressão e estimulação oral excessiva. 
Dependência química (fumante). 
FASE ANAL: desejo saciado no controle da micção e evacuação (2 a 4 anos). 
Traços de obsessão e controle excessivo podem ser indícios de analidade mal 
resolvida. 
FASE FÁLICA: prazer através dos órgãos genitais; temores (castração). Marca 
decisiva do Complexo de Édipo (até 4-5 anos). 
PERÍODO DE LATÊNCIA: deixa de focar relações parentais até a puberdade 
(desinvestimento na sexualidade). 
FASE GENITAL: consciência da sexualidade, satisfação erótica e interpessoal. 
O Paradigma da Histeria 
 
 
Percurso do Tratamento 
 
No tocante ao sintoma, Freud postula que o mesmo se fundamenta como 
formação substitutiva do desejo recalcado na instância do inconsciente, e que 
emerge quando do malogro do recalque (fracasso ou falibilidade do esquema 
de recalque). 
Formações do Inconsciente, formações de compromisso ou formações 
substitutas 
“As Cinco Lições”: Após explanar acerca do mérito da psicanálise ser atribuído 
à Breuer, e de mencionar aos ouvintes sobre os trilhos essenciais dessa clínica 
destacando o lugar da transferência e da diferenciação entre doenças de cunho 
orgânico e conversões histéricas, sobre o método hipnótico que promove a 
catarse, Freud postula e encerra a primeira lição em “As cinco lições” ressaltando 
o determinismo psíquico na cisão da personalidade entre as esferas do 
inconsciente e consciente. Sendo o primeiro, lugar de onde fluem as 
formações do inconsciente por meio das quais a técnica psicanalítica iria operar. 
Dando continuidade discorre sobre sua inserção pelo curso em que Charcot, que 
apropriava-se do método hipnótico para trazer alívio aos pacientes acometidos 
por histeria e perturbações psíquicas. Ainda, menciona o trabalho de Janet e sua 
correspondência com sua visão de cisão da personalidade. A conclusão 
Freudiana sobre tal cisão é entendida como oriunda de uma dinâmica conflitante 
entre as forças psíquicas contrastantes consciente e inconsciente, 
reafirmando, desta maneira o determinismo psíquico no tocante às formações 
do inconsciente. A partir desta clínica, pode enfatizar o papel da resistência no 
tratamento, o que o leva a destacar o pivô ou agente da cisão: o recalque. 
 
 
 
 
As leis das Formações do Inconsciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURAS 
Neurose 
(recalque/repressão) 
Psicose (foraclusão)Perversão (desmentido) 
TIPOS CLÍNICOS 
Histeria (insatisfação) 
Obsessão 
(impossibilidade -
pensamentos) 
Conversões histéricas 
(corpo) 
 
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Sintoma 
Sonhos 
Atos falhos 
Chistes 
A Mente Consciente e Inconsciente 
O aqueduto da mente inconsciente abrange todas as coisas que habitam fora da 
percepção consciente. Estes conjuntos podem ser constituídos de memórias e 
registros da primeira infância, desejos e impulsos ocultos. Segundo Freud, o 
inconsciente abriga coisas que podem ser desagradáveis ou até mesmo 
inaceitáveis socialmente. Exatamente por esse motivo e pela possibilidade de 
gerarem dor ou conflito, elas são enclausuradas no inconsciente. 
Apesar dessa gama de pensamentos, recordações e impulsos habitem em 
fronteiras fora da consciência, estes emaranhados continuam a influenciar o 
pensamento, ações e comportamentos ou atitudes. Em casos particulares essa 
influência pode gerar produções negativas, adoecimento e sofrimento psíquico. 
A mente consciente abriga todo o arsenal que compõe a consciência. Os 
conteúdos da mente consciente são produtos da ciência, aprendizado, 
experienciação, cuja evocação torna-se mais acessível. 
O chiste 
Na 3º Lição, Freud discorre sobre outras tipologias de formações inconscientes 
ou formações substitutivas do desejo inconsciente deformado. A primeira 
tipologia mencionada é o chiste, espécie de pensamento alusivo, de discurso 
indireto. Seria como dizer sem efetivamente dizer... 
Estruturas da Personalidade: O Id, o Ego e o Superego 
ID (ISSO): inconsciente, reservatório de toda a energia, movido pelo desejo. 
Apenas o Princípio do prazer é regulatório. Primeira instância psíquica e se situa 
como reservatório das pulsões e de onde emanam as exigências de satisfação 
impostas ao eu. É considerado uma instância radicalmente insconsciente, que 
se faz presente de forma silenciosa no ato da fala, podendo se expressar 
também nos fenômenos da agressividade e destrutividade humana. 
EGO (EU): contato com a realidade externa, mediador (vontades-
possibilidades). A tarefa é garantir saúde, segurança, equilíbrio. Freud postula 
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/como-a-psicoterapia-pode-ser-util-em-pessoas-com-dificuldade-no-desejo-sexual/
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/sobre-a-importancia-de-curar-a-dor/
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/os-conflitos-do-divorcio/
que o EU, não é o senhor em sua própria casa e se situa como instância 
responsável pelos mecanismos de defesa e como mediador entre as exigências 
do ISSO e das interdições do SUPEREU. 
SUPER EGO (SUPER EU): atua como juiz ou sensor sobre o ego. É considerado 
por Freud como herdeiro do Complexo de Édipo e funciona como uma instância 
censuradora, que impõe ao EU a impossibilidade de satisfazer os impulsos 
originados do ISSO. Atua em nosso psiquismo como instância da moralidade e 
sustenta o sentimento de culpa no EU. 
Os mecanismos de defesa do ego 
Um mecanismo de defesa é uma estratégia de utilização do EGO para se 
proteger de situações ansiolíticas. Esse mecanismo ferramental e defensivo 
criam um escudo ou “tamponar” para evitação de aspectos desagradáveis, 
angustiantes ou insuportáveis e suas migrações para as imediações da 
consciência. Esses mecanismos entram em ação para minimizar sofrimentos e 
inadequações. 
Técnicas psicanalíticas 
O terapeuta psicanalítico possui uma gama de técnicas. Dentre elas podemos 
destacar algumas como: como incentivo para o cliente desenvolver insights 
sobre seu comportamento e os significados dos sintomas, incluindo borrões de 
tinta, parapraxias, associação livre, interpretação (incluindo análise de sonhos), 
análise de resistência e análise de transferência. 
1) Teste de Rorschach 
 Considerando à natureza dos mecanismos de defesa e à inacessibilidade das 
forças determinísticas que operam no inconsciente, a mancha de tinta em si 
não possui um significado estabelecido. Ela é ambígua e pouco clara. Mas a 
real relevância tangencia a projeção inconsciente que o paciente atribuirá a ela, 
ou seja, o significado que dará possivelmente terá relação com mecanismos do 
inconsciente. O borrão de tinta é conhecido como um teste projetivo, pois o 
paciente “projeta” significações de sua mente inconsciente para dar sentido ou 
nexo a mancha de tinta. 
2) Deslizamento Freudiano ou “Ato falho” 
Os conteúdos inconscientes, pensamentos e sentimentos podem ser 
transferidos para a mente consciente assumindo a forma de parapraxias, 
popularmente conhecidas como lapsos freudianos, lapsos de língua ou atos 
falhos. O deslizamento Freudiano acontece quando o paciente diz algo que 
intencionalmente não pretendia dizer. Uma exemplificação clara seria a troca de 
nome de pessoas (o indivíduo chama o novo parceiro pelo nome de um anterior). 
3) Associação Livre 
Uma técnica simples de terapia psicodinâmica é a associação livre. Consiste em 
possibilitar que o paciente fale o que quiser, não se ocupando com possíveis 
críticas ou censuras. Que fale tudo o que lhe ocorrer à mente, mesmo que 
considere errado, desapropriado, sem sentido, e , sobretudo quando lhe for 
desagradável ocupar-se daquele pensamento. Isso possibilitaria o acesso aos 
complexos recalcados. 
4) Análise dos Sonhos 
De acordo com Freud, a análise dos sonhos é “um percurso real para o 
inconsciente”. Ele argumentou que a mente consciente é como um sensor, mas 
é menos vigilante quando estamos dormindo. O trabalho do sono é o processo 
que conduz à deformação e transformação dos pensamentos oníricos 
inconscientes em conteúdos manifestos do sonho. Nesse trabalho acentua-se 
os processos psíquicos diferenciados, processos que nomeou como: 
condensação e deslocamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Transferência 
Toda experiência psicanalítica se sustenta no conceito de transferência, a partir 
do qual Freud extraiu todos os conceitos psicanalíticos. 
Segundo Freud (1912, p.107-8), “através da junção de predisposições inatas 
(corpo com suas zonas erógenas) e influências durante os anos de infância 
(relações sociais que moldam a libido – complexo de Édipo), todas as pessoas 
adquiriram uma determinada idiossincrasia ao conduzirem sua vida amorosa, de 
onde provém as condições que a pessoa estabelece para o amor, as pulsões a 
satisfazer e as metas almejadas. Isso resulta em um clichê (ou vários deles), que 
ao longo da vida é repetido regularmente, é reeditado, na medida em que as 
condições externas e a natureza dos objetos amorosos assim o permitem.” 
Freud sustenta que através do somatório das predisposições inatas ao qual se 
refere ao corpo composto por suas zonas erógenas, bem como, pela influência 
durante os anos em que a infância se desliza pautada pela emolduração do 
Complexo de Édipo e relações interpessoais (sociais), que esculturam a libido 
do indivíduo; estes ao conduzirem de forma cíclica ou alicerçada na repetição as 
 
 
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Condensação/ Deslocamento 
Conteúdo Manifesto Pensamentos Latentes 
representações de seu cotidiano, vida amorosa, pulsões e metas, assumem um 
caráter de singularidade, particularidade e especificidades individualmente 
características. O sintoma é o invólucro do desejo. A transferência se estabelece 
e se intensifica no processo analítico, como obstáculo e como veículo de cura. 
Faz-se característico da estrutura neurótica transferir, e tal fato ocorre 
independente da experiência analítica. É como dois trilhos paralelos apontados 
a uma direção, mas independentes. A transferência impulsiona a experiência 
analítica e fraciona-se em três categorias: transferência positiva, atribuída ao 
amor, transferência negativa, correlata ao ódio e transferência erótica, que se 
caracteriza no direcionamento ao analista, de forma direta ou a algo relacionado 
a este. Sendoassim, a importância da transferência se dá através do 
apontamento de um lugar. A partir daí o sujeito irá resignificar o objeto. O término 
do processo analítico representa o extermínio ou a dissolução da transferência. 
As moções libidinais que determinam a vida amorosa se dividem em dois 
percursos distintos: 
1) Passam pelo pleno desenvolvimento psíquico, inclinando-se para a realidade, 
à disposição da personalidade consciente, constituindo uma parte desta. 
2) Outrora detida em seu desenvolvimento, se expandiu na fantasia ou 
permanece totalmente no inconsciente, sendo desconhecida para a 
consciência da personalidade. 
TIPOLOGIAS DE TRANSFERÊNCIA 
• Transferência positiva= relação com o amor; 
• Transferência erótica (voltada para o analista) = erotismo; 
• Transferência negativa= relação com o ódio. 
 
O término da análise = extermínio da transferência. 
 
III. JUNG 
Falaremos brevemente sobre Carl Gustav Jung, criador da Psicologia Analítica 
também chamada de Psicoterapia Junguiana. 
Com ênfase na importância da psique individual, a jornada pessoal e a 
totalidade. 
Jung propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida e 
introvertida, arquétipo e inconsciente coletivo, para Jung nascemos com uma 
herança biológica. 
Nascido em 26/07/1875, na Suíça era filho de um pastor protestante, se formou 
em Psiquiatria, sua tese de doutorado foi sobre o comportamento de um jovem 
de 15 anos que era médium e atuava em cultos. 
Sua primeira obra publicada foi “A psicologia da demência precoce em 1907, 
neste mesmo ano iniciava-se uma amizade com Sigmund Freud que durou por 
cerca de 6 anos. Jung acreditava que a proximidade com Freud mesmo 
discordando de conceitos Freudianos como: Sexualidade infantil, complexo de 
Édipo e libido, possibilitaria a ele confirmação de hipóteses. 
Jung faleceu em 06/07/1961. 
Uma de suas frases emblemática é essa “Conheça todas as teorias, domine 
todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma 
humana.” 
Jung acreditava que enfatizar a questão erótica que psicanálise tinha era um 
ponto unilateral, uma visão reducionista da motivação e comportamento 
humano. O conceito central da psicologia analítica é a individuação - o processo 
psicológico de integração dos opostos, incluindo o consciente e o inconsciente, 
mantendo, no entanto, a sua autonomia relativa. 
 
 
IV. TEÓRIA ANÁLITICA DE JUNG 
Jung levou adiante a ideia de Freud de que somos guiados não por Deus ou pelo 
destino, mas de que somos motivados e controlados pelos processos internos 
da nossa própria mente em especial pelo inconsciente. Passou a investigar a 
fundo os elementos constituintes do inconsciente e seus mecanismos. 
Jung dividiu a Psique humana em três partes: o Ego (consciente), o Inconsciente 
Pessoal e o Inconsciente Coletivo. 
O modelo de Jung é um dos principais modelos neo-freudianos. A partir desse 
modelo, trabalhamos com aspectos como sonhos, expressões artísticas, 
complexos (organizações inconscientes de experiências emocionais não 
reconhecidas) e arquétipos (imagens herdadas que compõem nosso 
inconsciente coletivo). O objetivo dessa terapia é alcançar o desenvolvimento de 
uma identidade integrada, tentando ajudar o sujeito a levar em conta o que Jung 
interpretou como forças inconscientes. 
Veremos a seguir alguns pontos principais da Teoria de Jung: 
LIBIDO – Jung considera que a energia psíquica por detrás das imagens e 
símbolos é denominada libido, que na realidade é apenas uma metáfora ou um 
construto operacional para possibilitar um entendimento dos processos 
psíquicos. “Libido” resume fundamentalmente o laço afetivo entre o sujeito e um 
objeto fora do mesmo, indicando apenas a motivação ou inclinação desse sujeito 
em direção a este objeto. Operacionalmente, a libido pode ser descrita em dois 
aspectos complementares, o regressivo e o progressivo. O aspecto regressivo é 
orientado para dentro do próprio sujeito, suas fantasias, memória e sua história 
pregressa e o aspecto progressivo orienta-se para fora do sujeito, para os 
objetos externos, para os projetos e o tempo futuro (Jung, 1957/1985c). 
EGO – O ego para Jung é o centro da consciência e não o centro da 
personalidade como dizia Freud. É a estrutura Psíquica que funciona como 
gerente dos aspectos consciente da mente, lida com as experiências do sujeito 
e não se envolve com processos e elementos inconscientes como os traumas. 
SELF – O Self, por sua vez, segundo a Teoria Junguiana é o centro da 
personalidade, lidando tanto com os processos conscientes como inconscientes. 
A interação entre o ego e o Self é constante e permite que, com esforço e 
sabedoria esta interação realize um dos mais belos processos do ser humano, o 
Processo de Individuação. Jung considerou a individuação como o processo 
central do desenvolvimento humano. Podemos, assim dizer que a individuação 
é o processo de formação e particularização do ser individual, é o 
desenvolvimento do indivíduo psicológico como ser distinto. É, portanto um 
processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da personalidade 
individual. (Carl Jung,1991) segundo Jung a individuação é um processo de 
tornar o indivíduo inteiro, um renascimento psíquico. 
INCONSCIENTE PESSOAL – O inconsciente Pessoal é a estrutura da Psique 
onde estão armazenadas toda a memória, sentimentos e ideias reprimidas, 
desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. É um reservatório de todo material 
que já foi consciente, porém foi esquecido ou reprimido. Tudo aquilo que o Ego 
não suporta é transferido da Consciência para o Inconsciente Pessoal. Este nível 
da Psique é comparado a um receptor, pois ele tem a função de receber todas 
as atividades psicológicas e todos aqueles conteúdos que não conseguem se 
harmonizar com o processo de Individuação e com o Consciente. 
INCONSCIENTE COLETIVO – Essa Teoria fala ainda de um Inconsciente 
Coletivo, que seriam uma estrutura onde ideias e tendências inatas, que foram 
transmitidas de geração para geração, estão armazenadas. Um reservatório de 
imagens latentes, que são nomeadas como “imagens primordiais”, ou seja, 
representam o desenvolvimento mais primitivo da psique. 
Esses conteúdos do Inconsciente Coletivo são na realidade potencialidades pré-
dispostas, que podem ser desenvolvidas ou não pelo sujeito. Essas 
potencialidades são chamadas de “Arquétipos”. 
ARQUÉTIPOS – Os Arquétipos têm uma base biológica, sendo compartilhados 
pelos seres humanos através das gerações. Como dito anteriormente são 
potencialidades que podem ou não serem desenvolvidas a depender das 
experiencias do sujeito. Cada Arquétipo tem elementos individualizados, frutos 
da consciência e do inconsciente Pessoal de cada pessoa. Os Arquétipos se 
desenvolvem de forma Autônoma e com personalidade própria. 
No Inconsciente Coletivo existe uma infinitudes de Arquétipos que podem se 
desenvolver, mas os principais Arquétipos listados por Jung são: Persona, 
Sombra, Anima, Animo, Grande Mãe, Velho Sábio e Self. 
Persona – Esse arquétipo é a imagem que nós passamos de nós mesmos 
para as outras pessoas. A persona não corresponde de forma perfeita a 
quem nós somos e não revela todos os traços de nossa personalidade. Isso 
porque ela está conformada às normas da sociedade. 
Grande mãe – O arquétipo da Grande Mãe está relacionado aos 
comportamentos e às representações que foram feitos da figura materna 
ao longo do tempo, que podem ser positivos ou negativos. Assim sendo, a 
mãe é vista tanto como fonte da vida quanto como detentora do poder de 
destruição. 
Sombra – Esse arquétipo consiste em características do sujeito que ele 
tenta esconder de outras pessoas. Características não aceita e que ficam 
reprimidas no inconsciente. Muitas vezes como forma de defesa o sujeito 
projeta em outras pessoas o conteúdo reprimido na Sombra. Jung entendia 
que é necessário reconhecer essas característicaspara que sejamos 
inteiros de fato. 
Velho sábio – O arquétipo do Velho Sábio é a representação da sabedoria. 
Ele motiva as pessoas a conhecerem os mistérios da vida e a procurarem 
por pessoas que exerçam o papel de liderança sobre si. 
Anima e Animus – Esses arquétipos são a imagem espelhada do nosso 
sexo biológico. Assim sendo, o Animus é a energia masculina que existe 
na mulher (lado racional) e a Anima é a energia feminina que existe no 
homem (o lado emocional). Pode ser muito difícil para algumas pessoas 
reconhecerem a Anima ou o Animus em si. 
Herói – O arquétipo do herói é aquele que vence os seus objetivos ou então 
que é subjugado por ele. Esse Arquétipo frequentemente busca reprimir a 
sombra a fim de alcançar o bem da sociedade. 
Self – Esse arquétipo é uma tendência que nós temos de buscar o estado 
de autorrealização, autoconhecimento e equilíbrio. 
COMPLEXOS – Para Jung, o trauma pode ser comparado a uma ferida psíquica. 
Daí pode-se facilmente representar o trauma como um complexo. O Complexo 
seria um conglomerado de ideias, pensamentos, imagens, que se ligam entre si 
e possuem uma carga intensa de emoções afetiva, que se organizam em torno 
de um ou mais Arquétipo. Podem ser entendidos como memórias congeladas e 
reprimidas de momentos traumáticos. 
O complexo não está sob o controle da vontade e, por esta razão, possui 
autonomia psíquica. Ou seja, os complexos são autônomos e se comportam 
como seres independentes. De acordo com Jung, os complexos são caminhos 
que podem nos levar ao Inconsciente. Eles são responsáveis pelos Sonhos e 
por algumas atitudes cotidianas. Muitas vezes os Complexos são conteúdos que 
geram perturbações à consciência, por possuírem muita energia psíquica. Eles 
emergem do inconsciente para a consciência, e a pessoa é ameaçada de perder 
o controle sobre suas emoções, e de certa forma sobre o seu comportamento. 
 
 
V. PRINCIPAIS DIFERENÇA ENTRE AS TEORIAS 
Em 1901, Jung teve o primeiro contato com a obra de Freud pelo livro A 
Interpretação dos Sonhos. De primeira, Jung confessou que não deu a 
importância devida às teorias Freudianas, mas depois de dar uma atenção maior 
passou a defender a divulgar a psicanálise pela Europa. 
1906 – Jung envia a Freud um livro seu em que cita diversas vezes a 
Interpretação dos Sonhos. Freud responde a carta, agradece, mas diz que já 
tinha comprado um exemplar. A partir disso eles vão trocar 359 cartas, contendo 
informações sobre seus sonhos, análises, confidências e onde discutiam casos 
clínicos. 
Em 1907 Jung vai da Suíça até a Áustria a convite do Freud e eles tem o primeiro 
contato presencial, que resulta numa conversa de 13 horas ininterruptas. 
Eles se aproximaram e ganharam intimidade. Freud, 19 anos mais velho, 
adquiriu um sentimento paternal por Jung e o via como um “príncipe herdeiro”, 
seu sucessor como defensor da psicanálise. 
Entre Freud e Jung floresceu uma amizade muito forte, o que, em última 
instância desapareceu devido aos confrontos entre suas diferenças teóricas. As 
terapias psicodinâmicas de Freud e Jung possuem divergências, certas 
diferenças em sua conceituação, que iremos citar as principais partir de agora. 
As principais diferenças entre Freud e Jung podem ser vistas na ideia do 
inconsciente, análise de sonhos e sexualidade. 
 
Sobre o inconsciente 
Segundo a teoria de Freud, a mente humana é composta de três partes: o 
consciente, pré-consciente e inconsciente. Destas três, Freud enfatizou a 
importância do inconsciente, uma vez que não era acessível e abriga os medos, 
necessidades egoístas, motivos violentos, e instintos imorais do ser humano. Ele 
acreditava que as expressões inconscientes aparecem em sonhos, lapsos de 
fala e maneirismos. 
Jung acreditava que a psique humana é composta de três componentes, 
nomeadamente, o ego, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. 
O ego é a mente consciente, que inclui os sentimentos e memórias que um 
indivíduo tem consciência. O inconsciente pessoal é idêntico ao inconsciente 
freudiano onde os medos escondidos, memórias e desejos estão armazenados. 
Aqui, a diferença entre Freud e Jung pode ser destacada através da ideia do 
inconsciente coletivo. Este inconsciente coletivo é a região construída por 
informações e impressões herdadas pela família e indivíduos de fora, através de 
história e composição genética. 
• Tanto Freud quanto Jung acreditavam que a psique humana possui três 
componentes. 
• Enquanto Freud dividiu a psique em: inconsciente, pré-consciente e o 
consciente, Jung dividiu em ego, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. 
• A principal diferença entre Freud e Jung, quando se trata da psique, é a inclusão 
do inconsciente coletivo de Jung. 
 
Análise dos sonhos 
Freud acreditava que os sonhos eram uma representação dos sentimentos 
reprimidos do inconsciente, que eram principalmente de natureza sexual. Ele 
afirmou que durante o sono, essas emoções reprimidas viriam à tona na forma 
de sonhos. Assim, ele viu uma necessidade de analisar esses sonhos para 
compreender a mente do indivíduo. 
Jung acreditava que a análise dos sonhos era importante, pois criava uma porta 
de entrada para o inconsciente. Ao contrário de Freud, Jung acreditava que os 
sonhos não mostravam sempre os desejos sexuais que eram reprimidos, mas 
imagens simbólicas, que levavam a uma variedade de significados, não só no 
passado, mas também no futuro. Ele era contra a ideia de ter uma interpretação 
estrita para cada sonho. 
• A análise dos sonhos era considerada importante para ambos, mas Jung 
acreditava que não são todos os sonhos que derivam seu significado de 
associações sexuais, e podem ter implicações criativas que vão além do 
passado, para o futuro. 
 
Sexualidade 
As teorias de Freud abundam em ideias de sexualidade e desejos sexuais. Isto 
pode ser visto claramente em seu conceito de complexo de Édipo durante os 
estágios psicossexuais. Isso se refere ao desejo sexual com o qual a criança do 
sexo masculino vê a mãe e abriga um ressentimento e ciúme em relação ao pai 
– que a criança visualiza como uma competição. Isso pode até mesmo levar à 
ansiedade de castração. O complexo de Electra é o oposto deste próprio 
conceito onde a criança do sexo feminino abriga ressentimento e ciúme da mãe 
e desejo sexual para com o pai. 
Quando se fala da ideia de sexualidade, Jung rejeitou o complexo de Édipo, e 
considerou o vínculo entre pais e filhos como baseado no amor, carinho e 
segurança. Ele também acreditava que a concentração de Freud sobre a 
sexualidade era excessiva e que a energia libidinal pode ter diferentes saídas, e 
não só através da sexualidade. 
• Jung rejeitou os conceitos de Complexo de Édipo e Complexo de Electra nos 
estágios psicossexuais do desenvolvimento. 
• A associação que Freud fez da energia libidinal com o instinto sexual foi 
rejeitada e recebeu um significado mais amplo por parte de Jung. 
 
CONCLUSÃO 
Apesar de Freud ter sido o percurso das Teorias Psicodinâmicas e de seus 
estudos terem grande influências sobre outras Teorias nesse mesmo campo de 
estudos da Psicanálise. Percebemos nesse trabalho que os estudos que 
surgiram após a Teoria Freudiana, apesar de toda influencia que sofreram, 
trouxeram outros pontos de vista sobre o assunto da Dinâmica do Psiquismo 
Humano. 
Este trabalho buscou trazer um relato descritivo das Teorias Psicodinâmicas de 
Freud e Jung e destacar suas principais diferenças. Esperamos ter alcançado ao 
final desta explanação os nossos objetivos e que o leitor desse material tenha 
tido a possibilidade de conhecer um pouco mais sobre os assuntos aqui tratado. 
Não tivemos a pretensão de abordar de forma profundo cada tema aqui 
mencionado, pois necessitaríamos de um espaço maior e não era esse o objetivo 
deste trabalho, mas esperamos ter conseguido tratar de cada tema de maneira 
clara e compreensível a todos. 
 
 
 
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