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PREMATURIDADE E CRESCIMENTO FETAL RESTRITIVO

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1 
 
PREMATURIDADE E CRESCIMENTO FETAL RESTRITIVO 
Anualmente, muitos bebês brasileiros nascem com idade gestacional menor que 37 
semanas, sendo considerado importante problema de saúde pública, além da principal causa de morte nos 
primeiros 5 anos de vida. Uma assistência médica humanizada e especializada, aliada às tecnologias 
presentes nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais tem sido bastante promissora para a sobrevida 
de recém-nascidos prematuros com muito baixo peso ao nascer (RNMBPN) e recém-nascidos com extremo 
baixo peso ao nascer (RNEBPN). 
DEFINIÇÕES GERAIS 
→ Período neonatal: intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 27 dias, 
23 horas e 59 minutos. 
→Período neonatal precoce: intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança 
atinge 6 dias, 23 horas e 59 minutos. 
→Período neonatal tardio: intervalo de tempo que vai do 7º dia até o momento em que a criança atinge 27 
dias, 23 horas e 59 minutos. 
→Idade gestacional: duração da gestação medida do primeiro dia do último período normal de menstruação 
até o nascimento; expressa em dias ou semanas completos. 
→Idade pós-natal: é o período de tempo que decorre do nascimento até a data presente. 
→Idade corrigida: é a idade pós-natal menos o número de semanas que faltou para completar 40 semanas 
(subtrair da idade pós-natal a diferença entre 40 semanas e a idade gestacional). É usada para avaliação do 
crescimento e desenvolvimento da criança após o termo. 
→Peso de nascimento: primeiro peso do recém-nascido (RN) obtido após o nascimento. 
→Relação do peso de nascimento com idade gestacional: reflete a qualidade de crescimento fetal e permite 
a determinação de risco para problemas perinatais. 
PREMATURIDADE 
→PREMATURIDADE: É classificada como o nascimento com menos de 37 semanas completas de gestação 
(menos de 259 dias) a partir do primeiro dia do último período menstrual – não leva em consideração o peso. 
→O conhecimento da idade gestacional é fundamental para caracterizar a prematuridade e para isso, a datação 
da gravidez deve levar em conta a certeza da data da última menstruação (DUM) e sua concordância com a 
ultrassonografia obstétrica realizada até 12 semanas ou, pelo menos, duas ultrassonografias compatíveis até 
20 semanas. 
→A prematuridade é uma síndrome clínica complexa; é um processo que se inicia muito antes da gestação, 
determinada por fatores socioeconômicos, estilo de vida e de trabalho, que interagem de maneira complexa 
aos fatores biológicos determinando o nascimento prematuro. O grau de prematuridade é determinado pela 
idade gestacional e frequentemente se associa a quadros de desnutrição fetal. 
→Prematuridade é a principal causa de morbidade e morte perinatal - síndrome do desconforto respiratório, 
hemorragia intracraniana, enterocolite necrosante e sepse. 
→Maior morbimortalidade quando abaixo de 32 semanas. 
→A morbidade é elevada no grupo de recém-nascidos que sobrevivem e diretamente relacionada aos 
distúrbios respiratórios e às complicações infecciosas e neurológicas. Avaliações do desenvolvimento infantil 
revelam distúrbios funcionais do sistema nervoso central (SNC) que comprometem principalmente as funções 
2 
 
neuromuscular, cognitiva, visual e auditiva, repercutindo em desvantagens neurológicas e psicológicas ao 
longo de toda a vida do indivíduo. 
Alta Mortalidade + Alta Morbidade + Sequelas Tardias + Alto Custo à Saúde Pública 
 
INCIDÊNCIA 
→No Brasil estima-se que 6,7% dos nascimentos sejam prematuros, sendo este um dos fatores de risco mais 
importantes para a mortalidade infantil. Apenas 0,7% dos nascimentos são pós-termo. 
→Cerca de 8% dos nascidos vivos no país são baixo peso (< 2.500 g), sendo este outro fator de risco para 
mortalidade infantil. 
→Cerca de 2/3 dos recém-nascidos com peso inferior a 2.500 gramas são prematuros. #prematuridade e 
baixo peso não são sinônimos. 
→Das mortes em crianças com menos de 5 anos de idade, há uma porcentagem crescente ocorrendo no período 
neonatal. Cerca de 57% das mortes nesta faixa etária ocorrem no primeiro mês de vida, sendo aproximadamente 
36% atribuíveis a nascimento prematuro. 
→Ao longo de quase duas décadas, a taxa de BPN apresentou aumento, principalmente em função da elevação 
do número de partos prematuros. As mulheres que têm o primeiro filho antes do termo são consideradas de 
risco para a recorrência de parto prematuro. 
→De acordo com a SBP (2017), em 2015, a prematuridade representou a principal causa de mortes em 
crianças menores de 5 anos, em todo o mundo. No Brasil, de acordo com o estudo Global Burden of Disease 
(GBD) - Brasil 2015, uma parceria do MS-Brasil e do Institute of Health Metrics and Evaluation (IHME) da 
Universidade de Washington, Estados Unidos, as complicações associadas à prematuridade vêm ocupando o 
primeiro lugar nas causas de óbitos nos primeiros cinco anos de vida, desde os anos 90. Apesar da queda 
notável nos últimos 25 anos, permanece um número significativo de óbitos potencialmente evitáveis relacionados 
à prematuridade e sensíveis à atenção efetiva no pré-natal, parto e período neonatal. 
→A taxa de prematuridade no Brasil está estimada em 11,5% do total de nascimentos, cerca de 345.000 
crianças do total de cerca de 3.000.000 de nascimentos. Os pretermos tardios representam a grande maioria 
dos prematuros, em torno de 74% do total, seguido pelos menores de 32 semanas (16%) e de 32-33 semanas 
(10%), de acordo com o Projeto Nascer no Brasil. 
 
FATORES DE RISCO 
→Em 50% dos casos o parto prematuro vai ser considerado de etiologia desconhecida. 
→Todavia, quando se é possível associar a fatores maternos e fetais, eles são classificados em: 1. 
Epidemiológicos; 2. Obstétricos; 3. Ginecológicos; 4. Clínico-cirúrgicos; 5. Genéticos; 6. Iatrogênicos 
EPIDEMIOLÓGICOS 
→Baixo nível socioeconômico: fatores associados (A incidência de parto prematuro é maior em populações de 
baixa renda socioeconômica e em pacientes que não recebem assistência pré-natal; No mundo nascem cerca de 
15 milhões de prematuros anualmente e aproximadamente 90% desses prematuros concentram-se em países 
pobres ou em desenvolvimento.) 
• De acordo com Nelson, famílias de baixa renda apresentam taxas elevadas de desnutrição, anemia e 
doenças de acompanhamento pré-natal inadequado; de uso inapropriado de medicamentos, de 
3 
 
complicações obstétricas e de história materna de reprodução ineficiente (abortos, natimortos, 
prematuridade e BPN). 
→Ambientais: dióxido de nitrogênio: aumento em 25%. 
→Nutrição inadequada: evidências ainda não suficientes. 
→Idade materna: <18 anos ou > 40 anos. 
→Estresse físico: literatura não uniforme. 
→Estresse psicológico crônico: ativa eixo hipotálamo-hipófise-adrenal materno e fetal: ↑ produção do hormônio 
liberador de corticotrofina → liberação de catecolaminas → estimulação dos receptores alfa no útero → 
hipercontratilidade uterina. 
→Tabagismo 
→Consumo de drogas: cocaína ↑ 3x/risco 
OBSTÉTRICOS 
→Alterações hormonais: progesterona como responsável pela quiescência uterina. Aumento da relação 
estrógeno/progesterona: um dos principais fatores para aparecimento das contrações uterinas. 
(efeitos da progesterona →destacam-se: diminuição dos receptores de estrógenos, inibição da síntese de 
ocitocina, diminuição da formação de gap junctions, aumento da síntese de receptores beta, diminuição do 
cálcio livre intracelular e aumento do cálcio nos depósitos (retículo sarcoplasmático)) 
(O predomínio estrogênico promove a síntese de receptores de ocitocina, a formação de gap junctions no 
miométrio, a síntese de prostaglandinas as alterações bioquímicas no tecido conjuntivo cervical e a 
degradação do colágeno.) 
→Incompetência cervical – dilatação cervical precoce 
→Sangramentos de primeiro trimestre: ↑ 2x RR. 
→Sangramentos de segundo trimestre: ↑ 3x RR – Efeito contrátil da trombina.→Placenta prévia e Deslocamento Prematuro de Placenta (DPP): efeito contrátil _ indicação de interrupção 
– fatores relacionados a isquemia da placenta (nível de calcificação da placenta, por ex) 
→Polidrâmnio: sobredistensão uterina. 
→Gemelidade: 10% dos prematuros. ↑ morbidade materna associada. 
→Rotura Prematura de Membranas Ovulares: associada a 30-40% dos PMT (PreMaTuridade) 
→DHEG – doença hipertensiva específica da gestação 
→Malformações fetais 
→CIUR (Crescimento Intrauterino Restrito): alterações isquêmicas da placenta levam ao estresse fetal 
crônico → liberação de hormônios hipotalâmicos (CRH - Hormônio Liberador de Corticotrofina, ocitocina) e 
adrenais (cortisol)→ aumento da contratilidade uterina. 
→Partos prematuros anteriores: 
➔Fator de risco clínico mais importante para a prematuridade espontânea. 
➔1 em cada 4 com PMT atual tem antecedente de prematuridade espontânea. 
➔Suposições: IMC menor, contrações uterinas mais frequentes e colos uterinos mais curtos. 
4 
 
GINECOLÓGICOS 
→Alterações anatômicas do colo 
uterino ou História de cirurgia extensa 
ou amputação do colo uterino: 
incompetência cervical. 
→Malformações uterinas: ocorre 
prematuridade espontânea ou eletiva 
em 25 a 50% dos úteros didelfo, 
bicorno e septado → contrações 
uterinas mais frequentes + 
incompetência cervical. Útero septado 
relacionado com Deslocamento 
Prematuro de Placenta (DPP). 
→Miomatose (sangramentos comuns) 
CLÍNICO-CIRÚRGICOS 
• INFECÇÕES: Produtos bacterianos, como lipopolissacarídios ou mediadores inflamatórios (IL-1, IL-6, TNF e 
prostaglandinas), secundários à resposta imunológica materna, desencadeariam o aparecimento das contrações 
uterinas e alterações do colo uterino. 
→Associação com 40% dos casos de PMT. 
→Corioamnionite: importante causa de parto prematuro espontâneo. Quanto menor a IG, maior a frequência 
de infecções na cultura de líquido amniótico, principalmente abaixo de 30 a 32 semanas. 
→Infecções vaginais também aumentam o risco (vaginose, Trichomonas vaginalis…). Controverso: amostra 
coletadas após a modificação do colo. 
→Outros focos: ➔ITU (Infecção do Trato Urinário): infecção bacteriana mais comum nesse período, 
assim como a bacteriuria assintomática. ➔Periodontite: ↑ o risco em até 7x. 
→Doenças maternas (diabetes; HAS; nefropatias; cardiopatias; hiper ou hipotireoidismo não compensados...) 
→Procedimentos cirúrgicos na gravidez 
GENÉTICOS 
→ Necessita estudos adicionais. Fatos como (1) mulheres prematuras ao nascer terem maior risco de 
prematuridade, (2) risco aumentado de prematuridade com o mesmo parceiro e (3) novo parceiro reduz risco 
em 1/3 sugerem predisposição genética. 
1. Iatrogênicos 
→Erros de datação em cesarianas eletivas (US tardio) e intervenções desnecessárias em fetos de risco. 
CLASSIFICAÇÃO DO RN 
→ A classificação de RN é importante para prever e identificar as afecções mais comuns no RN. Através da 
classificação do RN, podemos predizer se RN tem maior ou menor chance de desenvolver alguma patologia e 
isso possibilita que a equipe atue rapidamente, prevenindo e tratando as afecções 
 
A classificação do RN pode se dar quanto: 
• Idade gestacional 
• Peso ao nascer 
• Peso em relação à idade gestacional 
 
5 
 
Pré-termo = prematuro: IG < 37 semanas 
• Pré-termo tardio: IG entre 34 semanas e 36 semanas e 6 dias (corresponde a 74% dos casos) 
• Pré-termo moderado: IG entre 32 semanas e 33 semanas e 6 dias 
• Muito pré-termo: IG entre 28 semanas a 31 semanas e 6 dias 
• Pré-termo extremo: IG < 28 semanas 
 
 
• Os gráficos abaixo mostram as curvas para determinar AIG, PIG, GIG 
 
 
 
 
6 
 
→A prematuridade pode ser classificada segundo a sua evolução clínica decorrente de 2 situações: espontânea 
ou eletiva. 
→Na prematuridade espontânea, em que ocorre trabalho de parto prematuro, a etiologia geralmente é 
multifatorial ou desconhecida, responsável por cerca de 75% dos casos, o que dificulta as estratégias 
preventivas. 
→Por outro lado, na prematuridade eletiva a gestação é interrompida em virtude de complicações maternas 
- por exemplo, doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) e outras doenças maternas - e/ou fetais 
- por exemplo, restrição do crescimento fetal (RCF) ou sofrimento fetal - e corresponde a 25% dos casos. 
CRESCIMENTO INTRAUTERINO ADEQUADO (CIU) 
→Considera-se como Crescimento 
Intrauterino Adequado (CIU) quando 
o peso e outras medidas para 
determinada idade gestacional se 
situa entre o percentil 10 e 90 da 
curva. 
• Diversos parâmetros podem ser 
analisados, como: diâmetro biparietal, 
a medida do fêmur e a circunferência 
abdominal 
• → Somente o peso ao nascer é 
insuficiente para se analisar uma 
situação de crescimento fetal 
restrito. Dessa forma, o índice 
ponderal de Rohrer (peso em g 
dividido pelo cubo do comprimento em cm) ou outras razões de proporção, como perímetro cefálico 
para o peso ou comprimento, podem ser utilizados para o melhor diagnóstico de uma inadequação 
do crescimento intraútero. 
• → A faixa de normalidade é definida como o peso entre os percentis 10 e 90 de determinada curva. Os 
RN com peso entre os percentis 10 e 90 são considerados Adequados para a Idade Gestacional 
(AIG); aqueles abaixo do percentil 10 são Pequenos para a Idade Gestacional (PIG); e os acima do 
percentil 90 são grandes (GIG). 
→Quando comparado a um RN prematuro com peso apropriado, o RN com RCIU apresenta peso reduzido ao 
nascimento e pode aparentar uma cabeça desproporcionalmente grande em relação ao corpo; lactentes de ambos 
os grupos têm gordura subcutânea escassa. 
→A ultrassonografia é um exame muito útil para estimativa da idade gestacional e avaliação do peso fetal, 
bem como para quantificação do líquido amniótico, análise morfológica da placenta e detecção de 
malformações fetais. 
→A curva de crescimento não é uniforme durante todo o período da gestação, e a velocidade de ganho ponderal 
apresenta quatro períodos, que são: 
• Fase inicial até 16ª semana: fase de crescimento lento, com uma média de ganho ponderal de 10 
g/semana. 
• 17ª até a 27ª semana: fase de crescimento acelerado, com uma média de ganho ponderal de 85 
g/semana; 
• 28ª até 37ª semana: fase de crescimento máximo, alcançado uma média de 200 g/semana; 
• A partir da 37ª semana: fase de desaceleração com um ganho ponderal reduzido para 70 g/semana. 
7 
 
→No primeiro trimestre, o parâmetro que melhor se correlaciona com a idade gestacional é o comprimento 
cabeça-nádega. A partir do segundo trimestre, o diâmetro biparietal passa a ser o índice mais fidedigno para 
esta função. 
CRESCIMENTO INTRAUTERINO RESTRITIVO 
 RN que não atingiram intraútero todo o seu potencial de crescimento 
 Definimos crescimento intrauterino restrito (CIUR) quando a curva de peso fetal se afasta do 
percentil 10. 
→O crescimento inadequado esta 
associado principalmente à privação de 
nutriente (causas fetais, placentárias) 
A adequação do peso para a idade 
gestacional é um importante indicador 
clínico de morbidade neonatal, além de 
ser um fator de risco para mortalidade 
e atrasos do desenvolvimento. 
→Configura- se como uma das principais 
complicações da gravidez e está 
associada a elevados índices de 
morbidade e mortalidade perinatal e na 
infância. 
→A adaptação fetal ao suprimento 
limitado de nutrientes pode levar a 
alterações permanentes em sua fisiologia 
e em seu metabolismo, dando origem a 
doenças que surgirão posteriormente, na 
idade adulta, como HAS, 
hipercolesterolemia, coronariopatias e 
diabetes. 
→A confirmação diagnóstica é realizada 
apenas após o nascimento, quando o peso 
do recém-nascido for inferior ao 
percentil 10 para a idade gestacional, 
segundo curvas padrão especificas de 
cada população; 
→O diagnóstico só é possível diante da 
determinação exata da idade gestacional; 
→O acompanhamento obstétrico adequado durante o pré-natalé de suma importância para o diagnóstico do 
CIUR. As gestantes com fatores de risco devem receber maior atenção no que se refere ao crescimento 
fetal. Datando-se a gestação, podem-se valorizar as medidas da altura uterina e os futuros exames 
ultrassonográficos. 
→No período pós-natal, o recém-nascido é classificado como pequeno para a idade gestacional. 
→A incidência de CIUR varia de acordo com a população estudada, os fatores de risco envolvidos, os critérios 
utilizados para o cálculo da idade gestacional e a curva-padrão utilizada. 
8 
 
→Os termos CIUR e PIG não devem ser usados como sinônimos, pois, apesar de se aproximarem em um sentido 
geral, eles possuem definições muito diferentes. O termo PIG indica que o recém-nascido está com o peso 
abaixo do percentil 10, sendo essa uma medida estática, que leva em consideração apenas o peso para 
uma determinada idade gestacional; várias etiologias determinam um RN PIG, dentre elas causas 
patológicas e não patológicas, como é o caso dos bebês “constitucionalmente” PIG, crianças sem qualquer 
anormalidade orgânica cujo peso de nascimento é determinado pela influência genética. São neonatos pequenos, 
a termo, porém sem nenhum aumento da morbimortalidade em relação aos neonatos AIG (Adequados para a 
Idade Gestacional). Esses PIG constitucionais são comuns em famílias de pais de baixa estatura, mães 
primíparas ou com história prévia de PIG em outras gestações. Diferentemente, quando nos referimos a feto 
ou RN com CIUR, estamos afirmando que ele apresenta uma curva de peso abaixo do percentil 10 
decorrente de um processo patológico. Trata-se de uma medida evolutiva e necessariamente secundária 
a um processo de doença que prejudica o ganho ponderal fetal, seja de origem materna (ex.: doença 
hipertensiva específica da gravidez), placentária (ex.: placenta prévia) ou do próprio feto (ex.: anomalias 
cromossômicas). 
→A maioria dos RNs com CIUR é PIG, mas nem todo PIG é um CIUR, ou seja, nem todo RN que nasce pequeno 
sofreu algum processo de doença durante a gestação. 
→Cerca de 2/3 dos neonatos baixo peso (< 2.500 g) são prematuros e que 1/3 dos neonatos baixo peso (< 2.500 
g) são PIG. 
#FORMAS DE PREDIZER CIUR 
➢ Ganho Ponderal Materno 
→O ganho de peso materno 
insuficiente deve nos alertar 
para a possibilidade de 
crescimento fetal diminuído. 
O peso materno deve ser 
aferido em cada consulta de 
pré-natal e, para seu 
acompanhamento, pode-se 
utilizar a curva de Atalah, 
que relaciona o índice de 
massa corporal (IMC) 
materno com a semana de 
gestação. O gráfico é dividido 
em quatro faixas: baixo peso, 
peso adequado, sobrepeso e 
obesidade. 
 
➢ Medida da altura uterina 
→Medida da altura uterina com fita métrica menor do que a esperada constitui sinal clínico suspeito para CIUR. 
(da sínfise púbica ao fundo uterino) 
➢ Ultrassonografia 
→ São importantes as medidas do diâmetro biparietal (OBP), da circunferência cefálica (CC), da 
circunferência abdominal (CA), da relação circunferência cefálica/circunferência abdominal (CC/CA), do 
9 
 
comprimento do fêmur (F) e da relação comprimento do fêmur/circunferência abdominal (F/CA), Entre essas 
medidas, CA é um dos marcadores mais importantes do estado nutricional do feto, por refletir o volume do 
fígado e da gordura subcutânea abdominal; Além disso, a medida do volume de líquido amniótico tem grande 
valor prognóstico, pois sua diminuição é indicativa de queda da diurese fetal decorrente da insuficiência 
uteroplacentária. 
DOPPLERVELOCIMETRIA 
→ Diante do diagnóstico de RCI (Restrição do Crescimento Uterino), a Dopplervelocimetria constitui o próximo 
exame a ser solicitado. Ela permite diferenciar o feto pequeno por insuficiência placentária do pequeno 
constitucional, além de proporcionar a avaliação do grau de insuficiência placentária. 
→Inicialmente devem ser avaliadas as artérias umbilicais; 
→ Uma vez estabelecido o diagnóstico da insuficiência placentária, é importante que se avalie a resposta fetal 
à hipoxemia, ou seja, se há comprometimento do território arterial e venoso fetal. 
→ O estudo da artéria cerebral média (ACM) fetal informa sobre a redistribuição do fluxo sanguíneo para os 
territórios mais nobres (centralização), em decorrência da hipóxia. A diminuição do índice de pulsatilidade da 
ACM reflete vasodilatação secundária à hipóxia. 
CLASSIFICAÇÃO DO CIUR 
→O CIUR pode ser classificado de acordo com a etiopatogenia em 3 grupos – em que o comprometimento 
fetal e o seu prognóstico dependiam do agente agressor, da fase comprometida da gestação e da duração 
do estímulo nocivo. 
1. Tipo I – Simétrico 
-Referente àquele em que o processo de doença atua sobre o feto desde o início da gravidez. Sendo que 
geralmente o agente agressor está intrinsecamente relacionado ao bebê, interferindo sobre ele desde a 
embriogênese. 
-Tem-se o comprometimento da multiplicação celular (hiperplasia) e número de células, resultando em um feto 
que cresce proporcionalmente pouco desde o início da gestação, com peso, comprimento e perímetro cefálico 
abaixo do percentil 10. 
-As principais causas são as síndromes genéticas, malformações, infecções congênitas, radiação, drogas 
teratogênicas, hipertensão materna grave 
2. Tipo II – Assimétrico 
→É aquele em que o processo de doença atua a partir do 3º trimestre de gravidez, na fase de aumento de 
volume celular (hipertrofia). 
→Os fetos vão apresentar uma restrição desproporcionada do crescimento, com a cabeça e os membros 
relativamente poupados (acima do percentil 10) e tronco de tamanho comprometido (abaixo do percentil 10). 
→As principais causas são as doenças que cursam com insuficiência placentária, como desnutrição materna ou 
ao início (ou exacerbação) tardio de doença vascular materna (pré-eclâmpsia, hipertensão crônica, ou ainda, ex.: 
cardiopatia, nefropatia, pneumopatia maternas, hipertensão, colagenoses, diabetes, tabagismo, cocaína) e, em 
menor grau, doenças intrínsecas fetais. 
3. Tipo Intermediário 
→Corresponde aquele em que o agente agressor age no 2º trimestre de gravidez, afetando tanto a fase de 
hiperplasia quanto de hipertrofia. Assim, produz-se um feto com tamanho desproporcionado, mas de modo 
menos marcante que no tipo I. 
10 
 
→Sua identificação clínica é bastante difícil. 
→As principais causas são a desnutrição, o álcool, tabagismo e determinados fármacos. 
OS NEONATOS COM CIUR APRESENTAM MAIOR INCIDÊNCIA DE PROBLEMAS FETAIS, 
COMO: 
-Morte fetal: causada por hipóxia prolongada, acidose metabólica, infecção ou anomalias congênitas; 
-Asfixia perinatal: a hipóxia crônica ligada à redução do fluxo uteroplacentário no momento do parto predispõe 
à síndrome de aspiração meconial e à asfixia perinatal; 
-Hipoglicemia: os fetos com CIUR possuem estoques reduzidos de glicogênio, reduzida gliconeogênese, 
hiperinsulinismo e aumento do consumo tissular de glicose pela hipóxia crônica, todos fatores que predispõe à 
ocorrência de hipoglicemia no pós-parto; 
-Policitemia – hiperviscosidade: a hipóxia prolongada leva ao aumento dos níveis de eritropoetina, que por sua 
vez estimula a proliferação do setor eritroide da medula óssea; (A policitemia é consequência da elevação da 
eritropoetina fetal decorrente da hipóxia crônica intrauterina. Com a hiperviscosidade sanguínea surgem outras 
complicações, como insuficiência cardíaca. trombose cerebral e insuficiência respiratória. Em decorrência da 
insuficiência 
placentária podem 
surgir outras 
anomalias 
hematológicas além 
da policitemia, como 
aumento de hemácias 
nucleadas 
plaquetopenia e 
leucopenia). 
• Um tipo de câncer 
do sangue que 
pertence ao grupo 
das doenças 
mieloproliferativas. 
Ela acontece devido 
a uma mutação das 
células da medula, 
que afeta 
principalmente a 
produção de glóbulos 
vermelhos (hemácias 
ou eritrócitos) 
• Eritropoetina – 
substância que controla a eritropoiese – é uma citocinapara eritrócitos precursores da medula óssea 
-Hipotermia: os neonatos com CIUR têm menor gordura subcutânea, fato que associado à hipoglicemia e à 
hipóxia predispõe à hipotermia. 
 
 
11 
 
➢ Consequências a longo prazo da CIUR 
→A maioria dos recém-nascidos com crescimento restrito no termo recupera suas medidas de estatura e 
peso na primeira infância (cerca de 80% deles recuperam suas medidas no primeiro ano de vida); entre aqueles 
que não se recuperam até 2 anos, cerca de 50% mantêm-se pequenos na idade adulta. 
→Estudos demonstram também a associação entre o crescimento fetal reduzido e a presença de fatores de 
riscos cardiovasculares na vida adulta, como hipertensão arterial, níveis séricos elevados de triglicérides e 
baixas concentrações séricas de lipoproteína transportadora de colesterol de alta densidade (HDL), além de 
resistência à insulina. (ainda é um pouco incerto e precisa de mais estudos na área). 
FATORES DE RISCO PARA CIUR 
→ Em cerca de 40% dos casos, a etiologia é desconhecida. 
→Todavia, quando presentes podem ser de origem: 1. Fetal; 2. Placentária, 3. Materno, 4. Ambientais ou ainda, 
pode haver associação entre esses. 
1. Fatores Fetais 
→Alterações genéticas e malformações congênitas – estima-se que cerca de 10% dos casos de RCF estejam 
associadas a cromossomopatias; e 38% dos fetos com cromossomopatias apresentam RCF (trissomias 
autossômicas dos cromossomos 13, 18 e 21; triploidias, as síndrome de Turner; os mosaicismos); Malformações, 
como defeitos abertos do tubo neural, acondroplastia, condodistrofia e osteogênese imperfeita; Os defeitos 
cardíacos mais frequentemente associados à RCF incluem a tetralogia de Fallot, a hipoplasia de câmaras 
esquerdas, a estenose pulmonar e o defeito do septo interventricular. 
→Infecções: responsáveis por ~5 a 10% dos casos; podem ser causadas por vírus, bactérias ou protozoários; 
As infecções virais, além de causar placentite, levam a viremia fetal (vírus da rubéola, citomegalovírus, vírus 
da imunodeficiência humano – HIV, varicela-zóster e herpes-vírus); Das infecções por protozoários, sabe-se 
que a toxoplasmose aguda e a malária podem causar RCF. 
→Gestação múltipla – anomalias genéticas são mais frequentes na Gemelidade, sobretudo nos monozigóticos; 
as placentas monocoriônicas dão origem a fetos menores do que as dicoriônicas. → um estudo mostrou que 
gemeralidade aumenta 25x chance de prematuridade 
2. Fatores Placentários 
→Alterações placentárias: placenta prévia associa-se a RCF em cerca de 15% dos casos, em função de um 
prejuízo na função placentária decorrente de um sítio de implantação deficiente, além da perda constante de 
sangue; tem também a placenta circunvalada, os corioangiomas, a inserção velamentosa de cordão e a artéria 
umbilical única, que também se relacionam com RCF. 
→Insuficiência placentária: diminuição da perfusão uteroplacentária levando a baixa oxigenação fetal; é 
causado pela invasão inadequada do trofoblasto intravascular, impedindo as mudanças fisiológicas, 
principalmente das artérias miometriais 
3. Fatores Maternos 
→Síndromes Hipertensivas: presentes em ~30 a 40% dos casos de RCF; estão relacionadas ao 
comprometimento vascular placentário; 
→Cardiopatias: presença de cardiopatia materna predispõe à RCF; a cardiopatia reumática é a mais frequente 
no Brasil, em especial a estenose mitral – 90% dos casos; tem-se um baixo débito cardíaco fixo, com diminuição 
da oxigenação materna e fetal. 
12 
 
→Anemias: todos os tipos podem comprometer o crescimento fetal, mas, as hemoglobinopatias e, 
principalmente, a anemia falciforme, são as mais importantes; a falciforme, além de diminuir muito a oxigenação 
fetal, eleva a viscosidade do sangue e permite a formação de trombos a nível placentário. 
→Diabetes Mellitus: comprometimento vascular avançado no sítio de implantação placentária com diminuição 
do fluxo uteroplacentário. 
→Doenças autoimunes: qualquer doença autoimune materna com envolvimento vascular associa-se à RCF; a 
principal é o lúpus eritematoso sistêmico (LES) a presença de imunocomplexos na membrana basal do 
trofoblasto, além da vasculite placentária, explica a insuficiência placentária encontrada nesses casos. A 
presença de hipertensão arterial e de comprometimento renal toma o prognóstico ainda pior. 
→Trombofilias (hemofilia): caracterizam-se por alterações da coagulação sanguínea associadas a predisposição 
para tromboses e para várias complicações fetais e neonatais, entre elas a RCF; podem ser adquiridas ou 
hereditárias 
→Desnutrição: quando presente no primeiro e no segundo trimestres, acomete a fase de hiperplasia celular, 
resultando em lesões irreversíveis, principalmente na esfera neurológica. 
4. Fatores Ambientais 
→Estresse; ansiedade, depressão → supõem-se que levam a redução do fluxo placentário (mecanismo exato 
ainda desconhecido) 
→Estilo de vida: uso de drogas; tabagismo; alcoolismo; medicações 
ASPECTOS OBSERVADOS NOS RN PRÉ-TERMO E NAQUELES COM CRESCIMENTO FETAL 
RESTRITO QUE NECESSITAM DE CUIDADOS ESPECIAIS 
→Ambos são grupos considerados de alto risco - os primeiros por “não estarem prontos ainda” em razão do 
menor tempo para crescimento e maturação gestacional; os outros por não terem recebido, sobretudo, 
suprimentos suficientes para enfrentarem a transição para a vida extrauterina e os dias subsequentes ao 
nascimento. 
REGULAÇÃO TÉRMICA 
→RN pré-termo e os com CIUR apresentam mais dificuldade para controlar sua temperatura corporal. 
→Isso se dá em função de fatores, como: relação menor entre a massa e a superfície corporal, aumentando 
a sua perda de calor; menor quantidade de gordura marrom, a grande responsável por geração de calor no 
RN; maior permeabilidade epidérmica; e manuseio excessivo a que muitas vezes estão submetidos, favorecendo 
maior perda de água corporal e temperatura. 
→Logo, esses grupos de bebês estão mais sujeitos a quadros de hipotermia, na presença de temperaturas mais 
baixas, e de hipertermia quando a temperatura ambiente é excessiva. 
→O conceito de ambiente térmico neutro diz respeito à temperatura ambiente em cada RN, que dependendo 
dos dias de vida e peso ao nascer, pode manter a sua temperatura corporal com menor consumo de oxigênio e 
alteração do seu metabolismo basal. 
→As formas de medida de temperatura corporal podem ser por via retal, axilar ou cutânea. Em virtude dos 
riscos ocorridos com a medição da temperatura retal em neonatos, a medição axilar é a mais recomendada e a 
faixa normal, independentemente do peso ou da idade gestacional, devendo ficar entre 36,5 e 37,5°C. 
13 
 
 
HOMEOSTASE METABÓLICA 
GLICOSE 
→Principal substrato para o cérebro em condições fisiológicas normais. 
→Existe uma relação linear entre as concentrações de glicose plasmática do feto e da mãe – ao clampear o 
cordão umbilical, cessa-se esse fornecimento. 
→ Os RN a termo e muitos prematuros normais conseguem manter inicialmente um nível glicêmico de 
normalidade a partir da quebra de suas reservas de glicogênio, produzindo um suprimento contínuo de glicose 
na ordem de 4 a 6 mg/kg/min. 
→No entanto, os RN prematuros, notadamente os de baixo peso ao nascer, por causa de várias condições 
adversas (menor reserva de glicogênio, maior propensão a asfixia, distúrbios respiratórios, infecções), e 
naqueles com retardo de crescimento também a policitemia, há acentuada chance de desenvolverem 
hipoglicemia. 
→A hipoglicemia neonatal presente nesses casos relaciona-se à redução dos estoques de glicogênio hepático e 
miocárdico, ao decréscimo da neoglicogênese hepática e à redução do tecido adiposo 
→ < 47 mg/dL, tanto para RN a termo quanto pré ‑termo, devam ser considerados como baixos, principalmente 
ao se levar em consideração que, acima desse patamar, tem ‑se mais certeza de não ocorrer dano cerebral por 
deficiência de aporte de glicose à célula nervosa. 
→Devido ao fato de nem sempre haver manifestações clínicas,deve-se aferir, rotineiramente e de forma 
sistemática, os níveis glicêmicos por meio das fitas reagentes de glicose, dos RN de risco, já a partir das 
primeiras horas de vida. 
→Medidas para a prevenção da hipoglicemia são feitas com a introdução precoce do leite materno e, de 
preferência, não pasteurizado. 
 
CÁLCIO 
→É um íon importante na homeostase metabólica, atuando em vários processos do metabolismo e da 
estabilidade da membrana celular, na contração muscular e na condução do potencial de ação entre feixes 
nervosos. 
→É transferido da mãe para o feto por transporte ativo, principalmente durante o terceiro trimestre da 
gestação. 
→Considera ‑se hipocalcemia quando o nível de cálcio sérico total está abaixo de 8 mg/dL (2 mmol/L) ou o de 
cálcio ionizável, abaixo de 4,4 mg/dL. Alguns autores aceitam os valores mínimos para o RN pré ‑termo como 7 
mg/dL de cálcio total. Entre os fatores responsáveis pela hipocalcemia neonatal nos RN pré ‑termo e com 
14 
 
crescimento fetal restrito, destacam‑ ‑se a interrupção precoce do fornecimento de cálcio pelo cordão 
umbilical, a asfixia neonatal e a hipercalcitoninemia. 
→ A hipocalcemia decorre da prematuridade (pelo atraso na introdução de leite para o recém-nascido) e da 
ocorrência de hipóxia (por sobrecarga de fósforo devido à lesão celular, aumento dos níveis séricos de 
calcitonina e diminuição do fluxo de cálcio para o líquido extracelular quando se corrige a acidose). 
 
MAGNÉSIO 
→Atravessa livremente a barreira placentária e acumula‑se no feto principalmente no primeiro trimestre da 
gestação, e 60% do magnésio corporal encontra ‑se depositado no tecido ósseo. 
→Nos trimestres subsequentes, essa transferência ocorre na faixa de 3 a 5 mg/dia. 
→O transporte ativo transplacentário do magnésio é diferente do cálcio, que precisa manter níveis fetais 
maiores que o materno. Considera‑se hipomagnesemia valores séricos < 1,6 mg/dL. 
→Como a hipomagnesemia reduz a secreção e a ação do paratormônio, os quadros de hipomagnesemia são 
frequentemente acompanhados por hipocalcemia. 
 
FÓSFORO 
→Fica predominantemente nos tecidos moles, na forma de ésteres de fosfato, e no fluido extracelular, na 
forma de íons inorgânicos de fosfato. Dada a sua larga distribuição no corpo, suas funções metabólicas 
apresentam influência marcante no metabolismo energético, na composição das membranas celulares, na 
estrutura dos nucleotídeos e na mineralização óssea. 
 
DOENÇA METABÓLICA ÓSSEA 
→RN prematuros têm risco aumentado 
para desenvolverem doença óssea 
secundária ao reduzido conteúdo mineral, 
também denominado de raquitismo da 
prematuridade. 
→O maior acréscimo fetal de cálcio 
(Ca++) e fósforo (P) ocorre durante o 
último trimestre de gravidez, como 
consequência, a criança prematura 
quando não suplementada com 
quantidades adequadas de cálcio, 
fósforo e vitamina D, pode desenvolver 
osteopenia e/ou raquitismo. 
→Fatores predisponentes: prematuridade 
extrema, ventilação mecânica prolongada, 
uso de diuréticos e corticosteroides, 
nutrição parenteral prolongada, icterícia 
colestática e alimentação enteral com 
baixo teor mineral. 
15 
 
→A incidência é inversamente proporcional à idade gestacional e ao peso ao nascer, podendo ser estimada em 
50% para RN com peso < 1000 g ao nascer e de 30% para os menores de 1.500 g. 
→O leite humano é o ideal na alimentação enteral do pré-termo, entretanto, apresenta quantidades inadequadas 
de cálcio, fósforo, zinco e outros nutrientes para alimentação do recém-nascido de muito baixo peso ao 
nascimento, havendo necessidade de usar aditivos para aumentar o valor calórico, proteico e minerais, 
principalmente de cálcio e fósforo. (No cálculo da quantidade de cálcio e fósforo a ser administrada a um prematuro 
deve ser descontado o conteúdo do leite humano suplementado ou da fórmula do pré-termo. O fosfato tricálcico deve ser 
oferecido a cada 6 horas.) 
→A oferta precoce de dieta enteral e a maior oferta de cálcio e fósforo por via parenteral e enteral a esse 
grupo vulnerável têm diminuído a incidência desses casos. 
→A investigação laboratorial da DMO deverá ser iniciada na UTI Neonatal, utilizando marcadores bioquímicos 
no soro e urina. 
→Obs. Vitamina D: A absorção do cálcio depende do estado da vitamina D, da solubilidade dos sais de cálcio, 
da qualidade e quantidade da ingesta de gorduras. As exigências de vitamina D são influenciadas pelo conteúdo 
ao nascimento, que depende da duração da gestação e do status da vitamina D materna. 
 
ÁGUA CORPORAL E SÓDIO 
→ No período fetal, praticamente 90% do peso corporal é constituído por água e esse valor decresce para 80% 
nos prematuros e aproximadamente 75% nos RN a termo. Ao mesmo tempo que ocorre essa perda gradual de 
água total do organismo, ocorre também uma mudança na distribuição dela entre os diferentes compartimentos, 
com perda maior da água extracelular e ganho da água intracelular, proporcionalmente. 
→No RN pré ‑termo, há uma perda considerável de água por via transepidérmica, sendo maior quanto menores 
forem o peso e a idade gestacional. Isso se deve tanto à imaturidade da pele (pobreza de estrato córneo com 
queratinização insuficiente) quanto à grande superfície em relação à massa corpórea nessas crianças. 
→Esses RN precisam de medidas preventivas adequadas, como incubadoras com fonte de calor radiante; 
ambiente térmico neutro com alta umidificação (60% a 90%); envolver os RN com plástico também favorece a 
manutenção da temperatura e diminui a perda hídrica etc. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
→O bom funcionamento do sistema respiratório no período neonatal é extremamente importante, uma vez que 
esse sistema é o sítio das principais causas de morbimortalidade neonatal. 
→Cinco sinais tornam‑se importantes na avaliação de um padrão respiratório adequado para o RN: frequência 
respiratória, retrações da caixa torácica, batimentos das asas do nariz, gemidos respiratórios e cianose. 
→O padrão predominante na respiração neonatal é o dito periódico, o que significa que entre incursões 
respiratórias regulares ocorrem pequenas pausas de 5 a 10 segundos sem que haja bradicardia. 
→A frequência respiratória oscila entre 40 e 60 incursões por minuto e, pela particularidade de ser periódica, 
a melhor maneira para aferi‑la é contar quantas incursões ocorrem em 2 minutos e depois dividir por 2. 
→Devido a alta maleabilidade da caixa torácica (alta complacência), retrações subesternais, intercostais e 
subcostais aparecem ao mínimo sinal de desconforto respiratório. Quanto pior o desconforto, maior a 
intensidade dessas retrações, que são provocadas pela forte contração do diafragma em uma tentativa de 
aumentar a pressão negativa intrapleural. 
16 
 
→Os RN são excelentes respiradores nasais, logo, uma resistência nasal contribui para a maior resistência à 
entrada de ar, o alargamento das asas nasais é um movimento realizado por ele para minimizar essa resistência. 
→ O gemido é um som observado à expiração. Ele traduz maior fechamento da glote, aumentando a resistência 
à saída do ar e consequente aumento da capacidade residual funcional, o que melhora o volume pulmonar e a 
relação ventilação ‑perfusão. 
→A cianose central é mais bem observada ao exame da língua e da mucosa oral e é um importante indicador de 
falha na oxigenação. Como a cianose se deve à presença de hemoglobina reduzida e como a curva de dissociação 
oxigênio ‑hemoglobina no período neonatal é deslocada para a esquerda, a avaliação de uma oxigenação adequada 
necessita de recursos de monitoração não invasiva (oximetria de pulso) e laboratorial (gasometria, hemograma), 
principalmente nos casos de desconforto respiratório com anemia ou policitemia. 
 
• Retardo na absorção de líquido alveolar 
→Durante a vida intrauterina, os espaços alveolares são preenchidos por um líquido secretado pelo epitélio 
alveolar que exerce uma função de distensão desses espaços, oque é fundamental para o crescimento pulmonar. 
Sua produção varia entre 3 e 5 mL/kg e chega a atingir 20 a 30 mL/kg de peso. 
→No período do nascimento, tem-se a absorção desse líquido por capilares e linfáticos, liberando os alvéolos 
para o preenchimento de ar. Quando esse líquido não é absorvido, leva à dificuldade respiratória no período 
neonatal. 
 
• Síndrome do desconforto respiratório 
→Antes referida como doença de membranas hialinas, é a forma clássica dominante de dificuldade respiratória 
entre os RN pré ‑termo, sendo importante causa de morbimortalidade. 
→Os sinais de desconforto respiratório surgem logo após o nascimento e intensificam-se se medidas adequadas 
não forem prontamente tomadas. 
→A sua fisiopatologia está relacionada à deficiência de surfactante intra‑alveolar, o que leva ao colabamento 
dessas estruturas, alterando a relação ventilação ‑perfusão e provocando hipoxemia. 
→ A administração à gestante com risco de parto prematuro de corticoide antes do termo é a principal medida 
preventiva para diminuir a prevalência desses casos. 
→Após o nascimento, a utilização de surfactante exógeno por via endotraqueal e o estabelecimento de suporte 
respiratório com pressão positiva contínua nas vias aéreas são medidas fundamentais no tratamento. 
 
• Doença pulmonar crônica (displasia broncopulmonar é a mais frequente) 
→Quanto menor o peso e a idade gestacional ao nascimento, maiores e mais prolongadas serão consequências – 
como a dependência de oxigênio por tempo prolongado. 
→Além da imaturidade pulmonar, outros fatores também estão envolvidos na gênese da doença pulmonar, como: 
fatores inflamatórios, infecciosos, uso do oxigênio e de ventilação mecânica. 
 
 
 
 
17 
 
• Apneia da prematuridade 
→Definida como uma interrupção da entrada do fluxo de ar nas vias aéreas superiores, por um período de 15 a 
20 segundos, quer isso aconteça por uma pausa dos movimentos respiratórios ou não. 
• →Podem ser classificadas como central, quando essa ausência de fluxo decorre inicialmente por uma 
interrupção dos movimentos respiratórios sem associação a um processo obstrutivo alto; 
• obstrutiva, quando a interrupção ao fluxo aéreo acontece mesmo observando ‑se movimentação da 
caixa torácica; 
• mista, que consiste essencialmente primeiro na interrupção do fluxo aéreo por um colabamento das 
vias aéreas superiores, seguindo‑se de concomitante pausa na movimentação da caixa torácica. 
→As apneias mistas correspondem a 50 a 75% dos casos, enquanto as obstrutivas, 10 a 20%, e as centrais, 10 
a 25%. 
→Utilização de metilxantinas (teofilina e cafeína) – promovem o aumento da sensibilidade dos receptores ao 
CO2, aumentam o volume‑minuto, potencializam o trabalho do diafragma, diminuem a sensibilidade à depressão 
respiratória pela hipóxia e diminuem a respiração periódica. 
→Outra modalidade terapêutica muito utilizada é a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), através 
do uso de prongas nasais, máscara nasal ou facial, com pressões entre 2 e 5 cmH2O e diferentes concentrações 
de oxigênio. 
→Alternativa efetiva é associação de ambas também. 
 
ASPECTOS NUTRICIONAIS 
→Após o nascimento, deve ser 
propiciado ao RN pré ‑termo 
condições nutricionais para não 
interromper o crescimento que 
ocorria intraútero e para 
prevenir o catabolismo proteico. 
→Deve-se realizar instalação 
precoce de soluções de glicose 
com aminoácidos específicos 
para prematuros (oferecendo 
até 3 g/kg/dia já no primeiro dia 
de vida para os com peso < 1000 
g) e eletrólitos. 
→O TGI do prematuro ainda não está completamente desenvolvido (ruídos hidroaéreos, microbiota) e por isso, 
caso seja administrado a dieta, pode haver infecções no neonato (como colite necrotizante, ílio paralítico). Por 
isso, o leite materno, nesses casos, de preferência da própria mãe, é o melhor a ser administrado precocemente 
→A nutrição parenteral é feita naqueles RN que não tem o TGI ainda desenvolvido e a alimentação oral pode 
gerar doenças 
→Mães HIV fazem suplementação com outros leites, podendo ser feito suplementação alimentar 
→A oferta gradual de soluções lipídicas, também adequadas, deve ser proporcionada, assim como a de vitaminas 
e oligoelementos. 
→A dieta enteral deve ser prontamente instituída, privilegiando ‑se o uso do leite da própria mãe. 
18 
 
(No acompanhamento do crescimento pós‑natal, têm sido utilizadas curvas apropriadas de peso, comprimento 
e perímetro cefálico. As curvas de Fenton e mais recentemente as do estudo Intergrowth têm sido as 
recomendadas). 
→ Após a alta hospitalar, o aleitamento materno exclusivo deve ser incentivado pelo máximo de tempo 
possível, posteriormente, a introdução alimentar deve ser orientada pelo pediatra. 
→ Toda a informação acerca dos cuidados com as mamas, estímulo e ambiente tranquilo para amamentar 
deverá ser reforçada antes da alta, para garantia do adequado aleitamento materno. Os prematuros são em 
geral mais sonolentos, necessitam ser acordados para mamar, o tempo de mamada varia muito entre eles, 
sempre observando não ultrapassar quatro horas de intervalo entre elas. 
Caso a criança esteja recebendo fórmula enriquecida com ferro, deve-se considerar o aporte fornecido pelo 
leite e completar com sulfato ferroso até atingir a dose desejada. 
MÉTODO CANGURU NO MODELO BRASILEIRO E ASSISTÊNCIA NEONATAL DO RN DE 
BAIXO PESO AO NASCER 
→ O Método Canguru, como preconizado no modelo brasileiro, é diferente do tradicional modelo idealizado na 
Colômbia no final da década de 1970, pois o modelo nacional visa a uma mudança no paradigma da atenção ao RN 
de baixo peso, da sua mãe e da sua família, trazendo para o cerne dessa proposta uma abordagem 
interdisciplinar, humanizada, caracterizada por forte conhecimento das questões psicoafetivas e biológicas que 
envolvem a gestação, o nascimento e o cuidado pós-natal de um bebê de baixo peso. 
→ Assim, a humanização do cuidado inicia-se no oferecimento do que há de melhor em tecnologia da atenção 
perinatal, reforçada pelo conhecimento de todas as particularidades sociais, psicológicas e de cuidados técnicos 
propriamente ditos, necessários para essa fase da vida. Hoje ele está implantado em várias maternidades e 
unidades neonatais brasileiras 
VANTAGENS DO MÉTODO: 
• Aumenta o vínculo mãe-filho; 
• Diminui o tempo de separação mãe-filho, evitando longos períodos sem estimulação sensorial; 
• Estimula o aleitamento materno, favorecendo maior freqüência, precocidade e duração da amamentação; 
• Proporciona maior competência e amplia a confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo peso, 
mesmo após a alta hospitalar; 
• Favorece um controle térmico melhor; 
• Reduz o número de recém-nascidos em unidades de cuidados intermediários devido à maior rotatividade 
de leitos; 
• Proporciona um relacionamento melhor da família com a equipe de saúde; 
• Favorece a diminuição da infecção hospitalar; 
• Diminui a permanência hospitalar. 
 OS 10 MANDAMENTOS DO MÉTODO CANGURU: 
1. - O bebê DEVE ficar na POSIÇÃO CANGURU, ‘amarrado’ entre os seios da mãe, DIA E NOITE. 
2. - A mãe PODE: comer e passear com o bebê. Quando a mãe for tomar banho ou usar o banheiro, o bebê 
pode ser colocado na cama. Neste momento, lembrar de LIGAR O AQUECEDOR DO QUARTO. 
3. - A MAMÃE AQUECE O BEBÊ, com o seu corpo. O contato é direto da pele do bebê com a pele da mãe 
e a roupa só atrapalha. Então o bebê deve ficar somente com fraldas, meias e gorro. 
4. - Roupas, mantas e cobertores protegem mas NÃO AQUECEM o bebê, que pode ficar frio (hipotermia), 
não engordar e ficar doente. 
19 
 
5. - O prematuro às vezes ‘esquece’ de respirar (apnéia). Quando está no canguru, a RESPIRAÇÃO DA 
MÃE ‘LEMBRA’ AO BEBÊ DE RESPIRAR durante todo o tempo. 
6. - O prematuro ‘golfa’ muito e na POSIÇÃO CANGURU fica mais PROTEGIDO DE SE ENGASGAR com 
o vômito. Depois que o bebê mamar fique com ele na posição, sentadapor meia hora. 
7. - Quando o bebê for COLOCADO NA CAMA, não deve ficar diretamente sobre o colchão, use um 
travesseiro ou cobertor dobrado, para que ele fique elevado,‘QUASE SENTADO’. DEPOIS DE MAMAR, 
o bebê deve ficar DEITADO DE LADO apoiado em um rolinho ou travesseiro para não se virar, isto 
evita que ele se engasgue quando ‘golfar’. 
8. - A mãe DEVE: dormir com o bebê ‘amarrado’ na posição canguru e dormir em posição ‘quase sentada’. 
9. - O bebê NUNCA deve dormir na cama ao lado da mãe e NEM "solto" sobre a mãe. Os riscos de acidente 
são reais. 
10. - O melhor ALIMENTO PARA O BEBÊ PREMATURO È O LEITE DE SUA PRÓPRIA MÃE. Este é um 
presente de "saúde" que SÓ VOCÊ pode dar ao seu bebê. 
Com o nascimento de um bebê pré-termo, normalmente os pais não têm tempo para ver, tocar e cuidar do bebê. 
Nesse caso, o apoio recebido por parte da equipe de saúde é fundamental para facilitar que os pais possam ver 
e tocar seu bebê logo após o nascimento, caso as condições de saúde deste o permitam. 
 
CRITÉRIOS PARA ALTA E SEGUIMENTO AMBULATORIAL APÓS A ALTA HOSPITALAR 
→ A preparação para a alta hospitalar do pré-termo é iniciada tão logo o recém-nascido começa a 
coordenar sucção e deglutição, alimenta-se via oral sem sonda e controla bem a temperatura corporal, 
mesmo que ainda não tenha peso suficiente para ir para casa. É um tempo de orientação multiprofissional junto 
à família para que esta compreenda as necessidades e se prepare para receber o novo componente familiar. 
O médico neonatologista e ou pediatra que acompanha a internação deve ter conhecimento e sensibilidade para 
prever o melhor momento para iniciar com orientações sistematizadas referentes à alta hospitalar. 
→O prematuro é considerado pronto para a alta quando: 
1. Demonstrar estabilidade fisiológica. 
2. For constatado que seus pais e/ou cuidadores estão treinados, com conhecimento e habilidade para 
alimentá-lo, prestar os cuidados básicos do dia a dia e de prevenção, administrar medicações e detectar 
sinais e sintomas de doenças. 
3. Estiver concluído o plano de alta e tomadas as providências para que as necessidades relativas ao 
cuidado domiciliar e médico sejam devidamente atendidas. 
4. Tiver garantido o acesso a seguimento ambulatorial para monitorização do crescimento, do 
desenvolvimento e intervenção preventiva e terapêutica. 
5. Capacidade para alimentar-se exclusivamente por via oral, sem apresentar engasgo, cianose ou 
dispneia, em quantidade suficiente para garantir um crescimento adequado (mínimo de 20 gramas 
por dia, por pelo menos 3 dias consecutivos). 
6. Capacidade de manter temperatura corporal normal, estando vestido e em berço comum, a uma 
temperatura ambiente de 20 a 25 °C. 
7. Função cardiorrespiratória estável e fisiologicamente madura, sem apneia ou bradicardia por um 
período de 8 dias. 
→ Quanto menor o peso e a idade gestacional ao nascer e quanto maior a gravidade da doença neonatal, 
maior será o tempo para atingir essas competências fisiológicas. 
→O Avanço tecnológico tem aumentado a sobrevida dos nascidos pré-termo, todavia, em relação a redução da 
mortalidade no período neonatal, a incidência de morbidades crônicas que envolvem déficit de crescimento e 
20 
 
atraso no neurodesenvolvimento entre os sobreviventes não tem reduzido de forma significativa. Ou seja, a 
presença de morbidades em níveis variados faz do adequado acompanhamento após a alta hospitalar uma 
extensão dos cuidados empregados na UTI Neonatal. 
→É necessário estabelecer prioridades no acompanhamento após a alta. 
→ Todo programa de seguimento da criança de alto risco, para ser bem sucedido, deverá ser iniciado durante 
a internação hospitalar. 
→Após a alta hospitalar, os RN prematuros devem ter assegurado um esquema de acompanhamento ambulatorial 
que propicie uma vigilância criteriosa do seu crescimento e desenvolvimento. 
→Na organização do seguimento ambulatorial é fundamental o trabalho em equipe, com papéis bem 
estabelecidos e definidos de cada membro da equipe, logo, uma equipe bem treinada de médicos (pediatras, 
neuropediatras, oftalmologistas), enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e assistentes sociais deve 
trabalhar de forma integrada. 
→A família deve ser bem orientada quando aos cuidados com o RN; com relação ao calendário vacinal; próximas 
consultas; 
→Orientações a fim de manter o interesse das famílias em trazer os ex-prematuros nas consultas: 
1. Sempre enfatizar aos pais a importância do seguimento. 
2. Construir desde o início uma boa relação médico-paciente. Deve-se estabelecer um vínculo entre toda 
a equipe que está acompanhando o RN e sua família. 
3. Manter endereço e meios de contato sempre atualizados. 
4. Enviar, sistematicamente, lembretes aos cuidadores para atualizar do cartão vacinal da criança, assim 
como dicas de cuidados na sazonalidade (doenças do inverno, como gripes e resfriados; e do verão, como 
epidemias de dengue, picadas de insetos, etc.) 
5. Priorizar avaliações abrangentes nas consultas, a fim de evitar deslocamentos em diferentes dias 
para o cardiologista, neurologista, oftalmologista, por exemplo. 
6. Se necessário, a depender de cada realidade e situação, realizar visitas domiciliares à família. 
→ A primeira revisão 
ambulatorial deve ser organizada 
no momento da alta, e todas as 
demais revisões devem ser 
agendadas logo após cada revisão 
de seguimento. 
→Obs: as necessidades e 
realidades de cada RN pré-termo 
devem ser levadas em 
consideração no momento de 
decidir o intervalo entre cada 
consulta, por exemplo, pré-
termos de extremo baixo peso 
podem necessitar de consultas 
mais frequentes que outros que não nasceram com o peso tão prejudicado. 
→Além disso, tem-se a utilização do anticorpo monoclonal contra o vírus sincicial respiratórios para menores 
de 30 semanas de idade gestacional ao nascimento, sendo esse um ponto importante. 
21 
 
→Orientações claras e detalhadas são importantes para tranquilizar, dar segurança aos pais ou 
cuidadores, prevenir os principais problemas dos dias subsequentes à alta e garantir a continuidade dos 
cuidados gerais e de saúde à criança. Recomenda-se que as principais orientações sejam fornecidas também 
por escrito, visto que o volume de informações é grande, além de receitas, exames laboratoriais e rotina de 
consultas. 
→Os pais necessitam receber orientações sobre a possibilidade de seu bebê apresentar atrasos no 
desenvolvimento, por ser prematuro, e da eventual necessidade de acompanhamento por profissionais 
especializados em estimulação e correção de vícios posturais que possam ocorrer. 
→É normal que exista insegurança por parte da mãe quanto aos cuidados com o filho e até mesmo um medo de 
não conseguir oferecer o mesmo cuidado que o hospital, portanto, elas devem ser encorajadas pela equipe, 
lembradas que seu bebê já está maior, mais amadurecido e pronto para iniciar uma vida normal ao lado da sua 
família. Incentivar as mães a realizar tarefas como trocas fraldas, banhos e vestir seu filho ainda na unidade 
neonatal são medidas que auxiliam no vínculo e transmitem segurança; incentivar que os pais iniciem a 
administração dos medicamentos que precisarão dar continuidade antes que o RN receba alta, para já se 
sentirem seguros também (sendo importante ensiná-los a reconhecer sinais de toxicidade). 
→Orientar a dar banhos em locais sem corrente de ar. Não agasalhar em excesso. Não permitir contato com 
pessoas doentes e nem locais muito aglomerados (afim de se evitar infecções). Atualização do calendário vacinal. 
MÉTODOS PREVENTIVOS PARA AS COMPLICAÇÕES DA PREMATURIDADE 
→ O melhor acompanhamento do prematuro, de forma supervisionada e interdisciplinar, garantirá o 
investimento em sobrevida anteriormente realizado com esses pacientes nas unidades de tratamento intensivo: 
menores taxas de reinternações, menor índice de infecções nos primeiros anos de vida dessas crianças, 
melhorestaxas de crescimento e neurodesenvolvimento, adequada inclusão na escola e potencial de aprendizado 
e inserção na sociedade na vida adulta. 
→A atenção com a vacinação é de suma importância, pais ou cuidadores devem ser informados sobre as vacinas 
que a criança já recebeu durante a internação. O prematuro deve ser vacinado de acordo com sua idade 
cronológica, seguindo o calendário oficial, nas mesmas doses e intervalos das crianças maiores, devendo-se 
evitar atraso vacinal durante a longa permanência na UTI. 
→Nos recém-nascidos abaixo de 1.500 gramas de peso de nascimento, iniciar com nutrição parenteral total nos 
casos em que não há condições de alimentação enteral. Fornecer 40 mg/Kg de cálcio (4 ml/Kg de gluconato de 
cálcio a 10%) e 50 mg/Kg de fósforo (0,5 ml/Kg de fosfato ácido de potássio). A melhor relação cálcio/ fósforo 
para mineralização óssea é 1.7:1. Assim que as condições clínicas do paciente permitirem, iniciar com a 
alimentação enteral, preferentemente com leite humano, inicialmente com a enteral mínima e aumentar 
paulatinamente o volume. 
→Oferecimento de um aporte adequado de oxigênio, afim de evitar uma hiperóxia e consequentemente vir a 
desenvolver Retinopatia da Prematuridade (ROP - é uma doença ocular retiniana vasoproliferativa que ocorre em 
recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso ao nascimento) 
PREVENÇÃO AO NASCIMENTO DE RN PREMATURO E COM CIUR 
→Realização de projetos educacionais que aumentem o nível de escolaridade da população (notadamente a 
materna), o que efetivamente melhora a noção do cuidado do indivíduo com a sua própria saúde, além de propiciar 
ascensão social e econômica; estabelecimento de ações de ampla cobertura para a assistência ao pré ‑natal e a 
acessibilidade a um sistema de saúde de qualidade; campanhas para evitar o tabagismo, o uso do álcool e de 
drogas ilícitas; prevenção e tratamento adequado das afecções crônicas. 
22 
 
 
CUIDADOS CLÍNICOS AO RN PREMATURO 
→Os cuidados intensivos neonatais apresentam características específicas, inerentes à estrutura, processo e 
resultado. 
→Condições vitais: realizada concomitantemente com as manobras de recepção do RN quando são apreciadas 
a integridade cardiorrespiratória e a neuromuscular. Para se demonstrar as condições de nascimento é 
estabelecido o índice de Apgar no 1º e 5º minutos de vida que inclui a avaliação da frequência cardíaca, 
esforço respiratório, tono muscular, irritabilidade reflexa e cor. 
 
→Devem ser avaliados: 
• Desconforto respiratório: avalia o 
esforço e ritmo respiratório. A presença 
de dificuldade respiratória pode revelar 
tanto comprometimento pulmonar (doença 
de membrana hialina, aspiração de mecônio, 
pneumotórax, etc.) como extrapulmonar 
(acidose, malformação cardíaca, hérnia 
diafragmática, atresia de coanas, etc.). 
• Traumas obstétricos: lesões de pele, de 
partes moles, fraturas, lesões do sistema 
nervoso central, do sistema nervoso 
periférico e lesões viscerais. 
• Defeitos externos: malformações 
externas que exigem atendimento de 
urgência, como onfalocele, gastrosquise, 
extrofia de bexiga, meningomielocele, 
síndrome de Pierre-Robin. 
• Exame dos orifícios: atresia de coanas; 
atresia anal, atresia esofágica. 
• Exame da placenta e cordão umbilical: as alterações grosseiras na placenta e cordão umbilical podem 
auxiliar no cuidado neonatal e contribuir para o esclarecimento diagnóstico de situações como 
desnutrição, asfixia, infecções, etc. 
REFERÊNCIAS 
Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria – 4ª Edição 
Zugaib – Obstetrícia, 3ª Edição; Capítulos 35 e 36 
Departamento Científico de Neonatologia – SBP, 2017 
Manual de neonatologia – Secretaria de Estado da Saúde – 2015 
Seguimento Ambulatorial do Prematuro de Risco, SBP – Departamento Científico de Neonatologia – 2012 
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https://www.youtube.com/watch?v=vH4WiqUhQSM&ab_channel=LearningPediatrics 
link mostrando como que pesquisa na pratica o escore de Ballard 
https://meet.google.com/linkredirect?authuser=0&dest=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DvH4WiqUhQSM%26ab_channel%3DLearningPediatrics

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