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- etiologia - diagnóstico - tratamento - E-BOOK Carlos Deyver de Souza Queiroz William Eduardo Pirola Prefácio Índice Radioterapia Mucosite Oral Disfunções Salivares (Hipossalização e Xerostomia) Cárie de Radiação Cândidose Oral Osteorradionecrose 04 08 16 21 26 29 Ra pi ra te dio a Radioterapia 05 william eduardo pirol a ‘’ ‘‘ ‘‘ Radioterapia william eduardo pirol a ’‘ - - - Modalidades de Radioterapia - - - Neoajuvante: Diminuir a massa tumoral para facilitar a cirurgia, com intuito de uma cirurgia mais conservadora; Adjuvante: Quando a radioterpaia é associada a quimioterapia, comum em tumores na região de cabeça e pescoço; Curativa: Radioterapia utilizada como principal tratamento em casos que cirurgia não é possível ser realizada; Paliativa: Melhora da dor e redução de sangramento, sem nalidade curativa ‘‘ ‘‘ 06 Radioterapia william eduardo pirol a ’ ‘ 07 Mu co si te o ral william eduardo pirol a ’‘ 09 Mucosite Oral william eduardo pirol a ’ ‘ 10 Classicação da Mucosite Oral de acordo com a OMS Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Ausente, mucosa e gengiva saudáveis. Presença de descoloração, ausência de lesões orais dieta normal. Presença de Lesões orais, sem alteração na alimentação do paciente. Presença de lesões orais, diculdade na realização de dieta sólida. Paciente opta por alimentos líquidos Presença de Lesões orais profundas, impossibilidade de dieta via oral. Durante todo o tratamento, a mucosa oral passa por uma série de alterações relacionadas à interação da radiação ionizante com o tecido celular. Esse processo inicia-se com um edema e eritema, uma vez que existe uma vasodilatação, o paciente não apresenta lesões orais no início, porém já se queixa de sensibi- lidade dolorosa. As dores mais intensas têm início posteriormente ao aparecimento das lesões ulceradas. A mucosa oral passa a ter áreas com tecido conjuntivo exposto recoberta com exsudato fibrinoso. As dores são intensas, pois além da lesão ulcerada, existe um processo inflamatório intenso, e essa sensação dolorosa intensificada quando há contato com alimentos ou produtos de higiene oral. Mucosite Oral william eduardo pirol a ’‘ 11 ’‘ O paciente pode ser acometido por atrofia nas papilas linguais, fazendo com que haja uma associação entre disfagia e odinofagia. O pacien- te perde o apetite por alteração no paladar e apresenta dores ao mastigar e deglutir. O risco de infecção por microrganismos oportunistas também precisa ser levado em consideração durante todo o pro- cesso. Basicamente, o paciente apresenta uma maior predisposição para infecções oportunistas, como anorexia, caquexia, e desidratação, além de importante comprometimento em sua qualidade de vida. Em diversos casos, a utilização de sonda nasogástrica precisa ser levada em conta a fim de melho- rar o estado geral do paciente. É comum o paciente apresentar alterações relacio- nadas ao sono e à depressão em períodos com mucosite oral, por uma importante interferência entre o tratamento oncológico e a saúde mental. Vista tais a l t e r a ç õ e s , o a c o m p a - nhamento do paciente com o cirurgião dentista é indispen- sável para uma melhora no quadro de mucosite oral. tratamento Mucosite Oral william eduardo pirol a 12 Os cuidados orais em pacientes oncológicos são indispensáveis. Principalmente em pacientes submetidos a radioterapia em região de cabeça e pescoço. A instrução de higiene oral é fator indispensável du- rante todo o tratamento, assim como em qualquer outra fase da vida do paciente, durante o tratamento oncológico devemos levar em consideração uma série de alterações e complicações. Portanto, intensificar a higiene oral torna-se necessário. A higiene oral deve ser realizada com auxílio de escova dental, creme dental e fio dental, assim como em qualquer outro momento, porém, com cuidados redobrados. O paciente deve tomar cuidado para evitar lesões traumáticas cau- sadas durante a higienização, pois a cicatrização será mais demorada, ocasionando dores mais intensas. Os pacientes apresentam uma mucosa oral mais friável, mais sensível, portanto deve-se evitar a utilização de alimentos ácidos. tratamento Mucosite Oral william eduardo pirol a 13 Deve-se evitar também o consumo de alimentos condimentados, por estarem associados a uma piora da sensibilidade na mucosa oral. Todo processo de alimentação estará alterado, portanto, o paciente apresenta uma maior tendência no consumo de alimentos mais pastosos e adocicados, ato que influencia na higiene oral. A utilização de substitutos salivares auxilia em casos que a hipossalivação também está presente, principalmente para melhorar a sensibilidade da mucosa que fica mais friável e sensível. A laserterapia de baixa intensidade tem ganhado cada vez mais força na odontologia. O laser deve ser utilizado desde a prevenção da mucosite oral. Devemos lembrar que a mucosite é dose-dependente, dessa forma, quanto maior a dose da radioterapia, maiores serão as sequelas da mucosite oral. A radioterapia possui dose cumulativa, ou seja, o paciente faz um sessão de radioterapia em um dia, no dia seguinte, esta dosagem presente nas células não será degradada, e sim acumulada, aumentando as chances de alterações orais. Existe uma série de protocolos para a utilização da laserterapia, e a industria tem apresentado aparelhos cada vez mais simplificados em sua utilização. Sendo necessário na maioria das vezes configurar o tipo de laser - vermelho (660nm) ou infavermelho (880nm), - e o tempo, - que geralmente são 10 segundos por ponto de aplicação. tratamento Mucosite Oral william eduardo pirol a 14 As aplicações de laserterapia devem ser iniciadas de forma preventiva (D-1), ou seja, um dia antes do paciente realizar a radioterapia, e continuar as aplicações de forma preventiva até o surgimento das lesões orais. Quando há presença de lesões orais, o tratamento passa a ser curativo. Na laserterapia preventiva, todos os pontos da mucosa oral devem ser contemplados com o laser, levando em consideração que a amplitude de aplicação é em média 1cm , nestes casos opta-se pela utilização do laser vermelho. Quando há presença de lesões orais, deve-se man- ter as aplicações preventivas em locais da cavidade oral onde não há presença de lesões, e intensificação da laserterapia na região das lesões orais. Na região das lesões, precisamos lançar mão também da frequência infravermelho, que proporci- ona uma melhor analgesia, além do processo de reparação teci- dual através da regulação do ciclo celular. Regiões tumorais e áreas de crescimento ósseo, como na rafe palatina em pediatria devem ser evitadas na utilização da laserterapia. 2 tratamento Mucosite Oral william eduardo pirol a ’‘ 15 - Instrução de Higiene Oral - Clorexidina 0,12% - Laserterapia de Baixa Intensidade - Substitutos Salivares (Saliva Articial) - Anestésicos tópicos Assim como foi discutido neste capítulo, a sensação dolorosa prove- niente da mucosite oral é um fator delimitante na alteração nutr ic ional do paciente. Sendo assim, o profissional pode orientar o paciente na utilização de anestésicos tópicos em gel ou spray prévio À alimentação. Nesses casos, o acompanhamento com o profissional é estre- mamente impor-tante. Ainda associado à higiene oral, a Clorexidina 0,12% é um produto muito importante nestes casos. Apesar de seus efeitos colaterais, a utilização da clorexidina 0,12% auxilia na prevenção de infecções oportunistas, já que o paciente estará com o tecido conjuntivo exposto em cavidade oral, isto é, em um ambiente com muitos microrganismos. Géis de clorexidina para serem utilizados na região da lesão também são importantes. Porém nem todos os pacientes conseguem realizar o bochecho com a substância. No entanto, nesses casos, podemos orientar o paciente em realizar a higienização com auxiliode uma gaze embebida na clorexidina, passando delicamente na região com maior sensibilidade. Dis fun ções Sa liva res Disfunções Salivares (Hipossalivação e Xerostomia) carlos deyver queiroz ’‘ de meid a A disfunção salivar de uma maneira geral, é a maneira mais ampla de caracterizar as alterações salivares nos pacientes s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o oncológico com radioterapia de câncer de cabeça e pescoço, tanto quantitat ivas e qual itat ivas durante, e muitas vezes sendo uma alteração irreversível após a terapia. A hipossalivação e a xerostomia, são duas condições que vão causar um grande impacto na saúde bucal e qualidade de vida dos pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço: a hipossalivação e a xerostomia. Estes dois termos, na grande maioria das vezes têm causado confusão nos cirurgiões- dentistas, sendo de grande importância sua compreensão e diferenciação para o conclusão de um diagnóstico correto e plano de tratamento adequado. Outro dado im- portante é que as disfunções salivares podem ocorrer de- vido ao uso contínuo de m e d i - c a m e n t o s p a r a t ratamento de doenças sistêmicas, que em grande parte, após a suspensão da medicação, a saliva pode voltar ao seu padrão normal. 17 Disfunções Salivares (Hipossalivação e Xerostomia) carlos deyver queiroz ’‘ de meid a 18 Disfunções Salivares (Hipossalivação e Xerostomia) carlos deyver queiroz ’ de meid a 19 ‘ Salivação em Repouso (mL/min) Salivação Estimulada (mL/min) Interpretação > 0,2 0,1 - 0,19 <0,1 > 0, 0,7 - 0,99 <0,7 Normal Baixo Fluxo Hipossalivação Para o diagnóstico da hipossalivação, o teste de sialometria pode ser aplicado, sendo avaliado o volume do fluxo salivar. Existem dois tipos de fluxo salivar: estimulado e não estimulado sendo sua análise distintas. A (boca seca) é definida como sintoma Xerostomia subjetivo (sensação) da secura bucal. Os principais sintomas relatados pelo paciente são: ressecamento da mucosa bucal, dor, secura, sensação de sede e deficiência na estabilidade das próteses dentárias. O diagnóstico da xerostomia ocorre através de questionamento direto ao paciente, por se tratar de uma condição subjetiva. Tal problema, a patologia está relacionada ao uso de medicamentos, idade, respiradores bucais ou sem uma causa especifica além da radioterapia. Isso não significa que sempre vai estar relacionada à hipofunção das glândulas salivares, mas autores afirmam que a redução do fluxo em 50% já resulta na sensação de boca seca. Disfunções Salivares (Hipossalivação e Xerostomia) carlos deyver queiroz ’ ‘ 20 de meid a tratamento Incialmente, durante o tratamento da xerostomia inicialmente o cirurgião-dentista cabe orientar o paciente quanto à ingestão de água, bebidas e alimentos sem açúcar, ácidos e cítricos, instruções de higiene bucal, prescrição de m e d i c a ç õ e s c o m o s o l u ç õ e s , s p r a y e g é i s substitutos/hidratantes (saliva artificial). O na grande tratamento da hipossalivação maioria das vezes, já tem um resultado na queixa da xeros- tomia. Que consiste na cirurgia para transferência cirúrgica das glândulas salivares maiores, proteção do campo de radiação cérvico-facial, medicamentos (pilorcarpína, betanecol, cloridrato de cevimelína, acupuntura e laserterapia de baixa potência como bioestimulador das glândulas salivares. Cárie deRa di ação Cárie de Radiação carlos deyver queiroz de meid a 22 ’ ‘ A cárie de radiação é um efeito notório, na grande maioria dos pacientes que se submetem a tratamento oncológico de radioterapia em região de cabeça e pescoço, devido a possíveis efeitos colaterais que podem se desenvolver devido à radioterapia. Mesmo com a evolução dos métodos aplicados, ainda assim pode atingir o tecido saudável próximo ao local irradiado. É importante enfatizar que o motivo do aparecimento deste tipo de cárie é totalmente diferente da cárie dentária comum. O desenvolvimento da cárie como efeito colateral depende da dose da radiação aplicada. Doses acima de 45 Gy, há um aumento significativo na probabilidade do seu desenvolvimento. E para ocorrer a cárie comum ocorre pelo acúmulo de placa bacteriana sobre a superfície dental sobre a superfície dental por muito tempo. Cárie de Radiação carlos deyver queiroz de meid a 23 ’‘ radiação. Nesses casos, as lesões, frequentemente, tornam- se severas nas regiões cervicais e incisais dos dentes e, se não tratadas, podem progredir rapidamente. Esta complicação acontece, principalmente, por disfunção das glândulas salivares e hipossalivação, já discutido em outro capitulo deste E-book. No entanto, atualmente, discute-se um possível efeito direto da radioterapia sob os tecidos duros den tá r ios , aumentando sua suscep t ib i l i dade à desmineralização e à cárie. É reconhecido que o seu desenvolvimento está associado a uma alteração pós radioterápica que ocorre nas glândulas salivares maiores, alterando o seu produto qualitativa e quantitativamente. De fato, a hipossalivação e alteração nos constituintes salivares são os principais fatores etiológicos para o desenvolvimento deste tipo de cárie. No entanto, tem sido aceito que danos diretos causados pela radiação à estrutura dentária podem acelerar a progressão da cárie. Estudos têm demonstrado alterações morfológicas e físicas em dentes humanos após radioterapia. Uma das pri- meiras consequências da radioterapia é o desen- volvimento de cárie. Pacien- tes irradiados possuem um maior risco para o desenvol- vimento de um processo carioso rápido e desenfrea- do, conhecido como cárie de Cárie de Radiação carlos deyver queiroz de meid a 24 ’ ‘ O esmalte é composto de 1-2 % de material orgânico, 3-4 % de água em peso e 92-96 % de matéria inorgânica organizada em prismas, cuja orientação determina o comportamento anisotrópico do esmalte e inuencia suas propriedades. A dentina é composta de 70 % de material inorgânico, 18 % de matriz orgânica e 12 % de água, com várias propriedades e componentes estruturais, que conferem propriedades direcionais (anisotropia) ao tecido e têm efeitos profundos na sua resistência à tração. A radiação no esmalte e na dentina pode influenciar nas suas estruturas nano-mecânicas, diminuindo a resistência da estrutura dentária à tração final e à fratura. Já para os dentes restaurados, a irradiação afeta a ligação de compósitos à base de resina. Tais alterações, por sua vez, podem acelerar o processo de evolução da cárie. Cárie de Radiação carlos deyver queiroz ’ ‘de meid a tratamento 25 Cáries relacionadas à radiação podem aparecer nos primeiros três meses após tratamento radioterápico. Portanto, todos os esforços devem ser focados na prevenção, o que pode ser feito através de um bom tratamento odontológico pré-redioterapia, avaliação dental frequente e cuidados trans e pós radioterapia, que inclui o uso de fluoreto auto-aplicável. O manejo restaurador de cáries por radiação pode ser um desafio e o cirurgião-dentista deve considerar o substrato dental alterado e o ambiente oral hostil ao selecionar a técnica e o material restaurador. Aconselhamento aos pacientes antes e depois da radioterapia pode ser realizado na tentativa de prevenção das complicações do tratamento radioterápico. Tem sido preconizado para prevenção e controle da cárie por radiação, rigorosa higiene oral, bochecho diário com flúor 0,05%, diminuição da ingestão de alimentos cariogênicos e bochecho de soluções ou preparações artificiais de saliva para estimular a remineralização. No tratamento é recomendado o uso de cimento ionômero de vidro nas restaurações provisórias. Cárie de Radiação carlos deyver queiroz ’ ‘ 05 de meid a tratamento TEXTO ARIAL 20pt TEXTO Humnst777 BlkCn BT 20pt Can di do o ral se Candidose Oral william eduardo pirol a ’ 27’ O principal agente etiológico da candidose oral éo fungo: Candida albicans. Sua manifestação clínica é caracterizada pela presença de placas brancas removíveis com a raspagem, podendo apresentar-se ainda nas formas pseudomem- branosa ou eritematosa Diversas alterações relacionadas ao paciente ir- radiado, uma delas, é a alteração no fluxo salivar, assim como já foi discutido neste e-book. A Cândida albicans faz parte da flora bucal, quan- do o paciente apresenta alterações sistêmicas, diversos fatores porem favorecer o crescimento desse patógeno oportunista, provocando infecção na mucosa oral, vaginal. O diagnóstico se dá por meio do exame clínico. Candidose Oral william eduardo pirol a 28 tratamento ’ ‘ O tratamento da candidose oral se dá pela administração de antifúngicos tópicos ou sistêmicos, como por exemplo a nistatina ou fluconazol. A Instrução de higiene oral também deve ser realizada da melhor forma possível; portanto, pode-se utilizar como auxílio a Clorexidina 0,12%, além da higienização oral convencional com escova, creme dental e fio dental. Deve-se também realizar a remoção das próteses orais, e caso haja necessidade da utilização das pró- teses, elas devem ser muito bem higienizadas. Cárie de Radiação carlos deyver queiroz ’ ‘ 05 de meid a tratamento TEXTO ARIAL 20pt TEXTO Humnst777 BlkCn BT 20pt Oste orradi one crose Osteorradionecrose carlos deyver queiroz ’‘ 30 de meid a Osteorradionecrose foi descrita incialmente por Regaud em 1922, e era caracterizada por alterações ósseas após a irradiação, denominada de “osteíte de radiação”. Também classicada como necrose óssea avascular e necrose por irradiação. Osteorradionecrose carlos deyver queiroz ’‘ 31 de meid a A radiação reduz o potencial de vascularização dos tecidos. As consequentes condições hipovascular e hipóxia colocam em risco a atividade celular, formação de colágeno e capacidade curativa de ferida. Com os vasos alterados, o fluxo sanguíneo diminui, bem como os nutrientes e as células de defesa. Sem nutrientes e sem defesa, toda a estrutura dos ossos maxilar e mandibular sofre degeneração. Os efeitos da radiação observa diminuição da atividade osteoblástica e osteocística, fibrose dos espaços medulares e fibrose periostal. O s f a t o r e s m a i s c o m u n s r e l a c i - onados à osteorradio- necrose em mandíbula, incluem higiene bucal de- ficiente, doença periodon- tal, abcesso dento alveo- lar, cáries extensas, locali- zação anatômica do tumor, doses excessivas de radioterapias, exodontias durante ou no período pós radioterapia, próteses dentárias mal adaptadas. Há uma grande variedade de sinais e sintomas que caracterizam a osteorradionecrose, que vão desde erosão óssea superficial até fratura patológica. As características clínicas mais comuns para o diagnóstico são dor local, trismo, halitose, exposição óssea, drenagem de secreção e fistulização para pele ou mucosa. Contudo, muitos casos são assintomáticos, sendo suspeitados pela presença de uma área com osso desvitalizado. Osteorradionecrose carlos deyver queiroz de meid a A maioria desses sinais e sintomas surge após meses ou até anos depois da exposição à radiação. Quando o início dos sintomas ocorre em um intervalo menor que dois anos após a radiação, a doença é chamada de precoce e, g e r a l m e n t e , e s t á r e l a c i o n a d a a a l t a s d o s e s de radiação. Quando o intervalo após a radiação e início dos sintomas é maior que dois anos, é dita osteorradionecrose tardia, e acredita-se que esteja relacionada a um trauma em um ambiente com tecido que tenha sofrido hipoxia. 32 Osteorradionecrose carlos deyver queiroz de meid a tratamento 33 ’ ’ O tratamento da osteorradionecrose ainda tem sido um grande desafio ao clínico, devido à dificuldade no diagnóstico e manejo. Atualmente, existe um consenso no manejo da osteorradionecrose; inicialmente, a abordagem deve ser de maneira conservadora através de: Debridamento e limpeza da ferida cirúrgica antimicrobiana (irrigação digluconato de clorexidina 0,12%); Antibioticoterapia; Cirurgias de pequeno porte (sequestrectomia).