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Mecanismos de Ação e Sinalização Celular

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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
BIOQUÍMICA II 
AULA 1 e 2 – SISTEMA ENDÓCRINO 
Mecanismos de Ação e Sinalização Celular 
 INTRODUÇÃO 
O sistema nervoso e o sistema endócrino fazem o 
controle de todo o corpo humano, juntos eles mantêm 
a homeostase. 
No controle endócrino, as glândulas produzem os 
hormônios. Os hormônios são substâncias químicas 
produzidas por um grupo de células e secretadas na 
corrente sanguínea, agindo em células alvos, com 
receptores específicos. 
 
 TIPOS DE SINALIZAÇÃO 
A sinalização endócrina depende da célula que 
produz, a distância da célula-alvo e dessas células 
reconhecerem os hormônios com seus receptores. 
• Parácrina: Células produzem e liberam o hormônio 
no líquido extracelular e eles agem em células 
próximas. 
 
• Autócrina: O hormônio age na própria célula que o 
produziu. 
Ex: IGFs e citocinas. 
• Justácrina: Ocorre pelo contato direto entre células. 
A macromolécula ligada a membrana da célula 
emissora se liga ao receptor da membrana da célula-
alvo. 
 
• Endócrino: Os hormônios são secretados por uma 
célula e viajam pela corrente sanguínea até a célula-
alvo. 
 
• Sináptica: Neurotransmissores são secretados na 
fenda sináptica. 
 
• Intrácrina: O precursor hormonal inativo chaga ao 
órgão alvo e é convertido em um hormônio ativo. 
Ex: Testosterona quando entra na célula mamária é 
convertida em estrogênio. 
• Criptócrina: A substância sinalizadora não sai para o 
meio extracelular. 
Ex: O AMPc pode passar de uma célula para outra 
através de junções GAP, sem passar pelo meio 
extracelular. 
• Ferócrina: Feromônios agem em animais da mesma 
espécie. 
Ex: Flora bacteriana vaginal produz feromônios na 
forma de ácidos graxos de cadeia curta. 
• Fotócrina: É a percepção de luminosidade. Está 
envolvida com o ciclo circadiano. 
• Comunicação via vesículas extracelulares: 
Comunicação feita através de estruturas 
extracelulares, que englobam substâncias, chamadas 
de vesículas. Elas são direcionadas a diferentes tipos 
de células com diferentes receptores, podendo 
causar uma reação positiva ou negativa. 
 
 
CÉLULAS NÃO GLANDULARES 
CÉLULAS / TECIDO SUBSTÂNCIA 
RENAL Eritropoieitina 
ATRIAL E 
VENTRICULAR 
Hormônio Natriurético 
Atrial 
ENDOTELIAL Endotelina 
LEUCÓCITO 
Interleucina e 
interferons 
PLACENTA 
Quase todos os tipos 
de hormônios 
TECIDO ADIPOSO 
Leptina, resistina e 
adiponectina 
TECIDO ÓSSEO 
Fator de crescimento 
dos fibroblastos 
ESTÔMAGO Grelina 
 
2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 
 
 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS 
 
 SOLUBILIDADE 
CIRCULAÇÃO NO 
PLASMA 
MEIA-VIDA NO 
PLASMA 
CONCENTRAÇÃO NO 
PLASMA 
H. PROTEICOS Hidrofílicos Livre Curta (minutos) Muito baixa 
CATECOLAMINAS Hidrofílicos Livre Curta (minutos) Muito baixa 
H. ESTEROIDES Lipofílicos Ligado a proteínas Longa (horas ou dias) Baixa 
H. TIREOIDIANOS Lipofílicos Ligado a proteínas Longa (horas ou dias) Baixa 
 
 
 
HORMÔNIOS PROTEÍNA LIGANTE 
PORCENTAGEM 
APROXIMADA 
DE LIGAÇÃO 
OBSERVAÇÕES 
TIROXINA 
Globulina ligante dos 
hormônios tireoidianos (TBG) 
Albumina 
Transtirretina 
75% 
10% - 15% 
10% - 15% 
Aumento clinicamente significativo na 
gravidez inicial 
TESTOSTERONA 
Globulina ligadora de 
hormônios sexuais (SHBG) 
60% - 70% 
A SHBG é suprimida pela insulina e 
aumentada pelos hormônios 
tireoidianos 
CORTISOL 
Globulina ligante de cortisol 
(CBG) 
75% 
As variações de quantidade da CBG 
podem ser enganosas, assim como é o 
caso da dosagem de cortisol total 
GH 
Proteína carreadora de 
hormônio do crescimento 
(GHBP) 
50% 
A GHBP é um fragmento solúvel do 
receptor GH 
IGF-1 
Proteína ligante ao fator de 
crescimento semelhante à 
insulina tipo III (IGFBP-III) 
75% 
Há 6 IGFBPs que modulam a atividade 
parácrina do IGF-1 e podem ter papéis 
de sinalização por si próprias 
 
LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES 
PROTEICOS Membrana Plasmática 
FATORES DE CRESCIMENTO Membrana Plasmática 
CATECOLAMINAS Membrana Plasmática 
GLICOCORTICOIDES Citosol 
ESTEROIDES Núcleo 
TIREOIDIANOS Núcleo 
 
 
 
 CONCENTRAÇÃO HORMONAL 
A concentração hormonal na célula-alvo é indicada 
por cinco fatores: 
1. Taxa de síntese e secreção dos hormônios. 
2. Proximidade da célula-alvo em relação a fonte do 
hormônio (efeito de diluição). 
3. Afinidade (constante de dissociação Kd) se o 
hormônio apresentar afinidade grande pelas 
proteínas transportadoras ele terá dificuldade de se 
ligar a célula-alvo, se for baixa ele é liberado mais 
facilmente, tendo uma maior quantidade de 
hormônio para se ligar a célula-alvo. 
4. Conversão de formas inativas ou parcialmente 
ativas do hormônio na forma totalmente ativa. Se 
tivermos uma alta quantidade de enzimas de 
conversão teremos mais hormônios ativos. 
5. Taxa de depuração do hormônio a partir do 
plasma, seria a perda do hormônio para outros 
tecidos ou por digestão, metabolismo ou excreção. 
 
A observação desses fatores é importante para 
regulação dos efeitos hormonais, uma vez que 
atuações muito prolongadas ou muito rápidas de 
determinados hormônios poderiam causas disfunções. 
Os hormônios hidrossolúveis circulam livremente pelo plasma, no entanto, precisam de um mecanismo de segundo 
mensageiro intracelular para realizar sua função. Enquanto isso, os hormônios lipossolúveis conseguem atravessar 
a membrana e atuar diretamente em receptores dentro da célula. 
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 MECANISMOS DE AÇÃO E REGULAÇÃO 
O mecanismo de ação hormonal se inicia por sinais 
ambientais ou internos, transmitidos ao SNC e podendo 
envolver o sistema límbico e o hipotálamo. 
O hipotálamo é estimulado a produzir os fatores 
hormonais, que vão atuar em outras glândulas, como a 
hipófise. Essa também produz hormônios que agem 
em diferentes células do corpo. 
Como estão intimamente relacionados, existem 
alças de retroalimentação negativa, podendo elas 
serem longas ou curtas. Essas alças são responsáveis 
pela inibição de uma parte da cascata de produção 
hormonal. 
 
Os hormônios que não entram nas células-alvo 
atuam em receptores da membrana plasmática, os 
quais iniciam uma cascata de sinalização estimulando 
a ação dos segundos mensageiros (AMPc, GMPc, IP3, 
diacilglicerol e cálcio). 
Os receptores são específicos para cada 
molécula, no entanto, em células diferentes eles podem 
gerar uma resposta diferente. Essa pode ser a secreção 
de substâncias, estímulo a expressão gênica, 
contração, catálise enzimática e permeabilidade de 
membrana. 
 
 TRANSDUÇÃO DE SINAL 
• Especificidade: Molécula sinalizadora se encaixa no 
sítio de ligação do receptor complementar, outros 
sinais não se encaixam. 
• Amplificação: Quando enzimas ativam enzimas, o 
número de moléculas afetadas aumenta 
geometricamente na cascata enzimática. 
• Modularidade: Proteínas com afinidades 
multivalentes formam diversos complexos de 
sinalização a partir de partes intercambiáveis. A 
fosforilação fornece pontos de interação reversíveis. 
• Dessensibilização ou adaptação: A ativação do 
receptor dispara um circuito de retroalimentação 
que desliga o receptor ou o remove da superfície 
celular. Internaliza ou destrói o receptor. 
• Integração: Quando dois sinais apresentam efeitos 
opostos sobre uma característica metabólica, como, 
por exemplo, a concentração de um segundo 
mensageiro X, a regulação é consequência da 
ativação integrada dos dois receptores. Comoa 
insulina e o glucagon e a norepinefrina e o cortisol. 
 
 
 
 
ENZIMAS MODIFICADORAS DE HORMÔNIO 
HORMÔNIO ENZIMA SUBSTRATO EFEITO 
TIROXINA Deiodinase tipo 2 Tri-iodotironina 
Gera T3 a partir de T4 quase inativa nos 
tecidos-alvo 
TESTOSTERONA Aromatase Estrogênio 
Desempenha papel importante no 
ovário, gerando estrogênio 
TESTOSTERONA 5α-redutase Di-hidrotestosterona 
Produz um ligante mais potente para o 
receptor de androgênio 
CORTISOL 
11β- hidroxiesteroide 
desidrogenase tipo II 
Cortisona Converte o cortisol em cortisona. 
 
A ação hormonal não é linear, sendo assim, os 
hormônios são lançados na corrente sanguínea, 
atingem diversos órgãos. Por isso, a ingestão de 
hormônios exógenos causa efeitos colaterais. 
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 RECEPTORES 
ACOPLADOS A PROTEÍNA G (metabotrópicos) 
A proteína G é um heterotrímero (α, β, γ e GDP), 
relacionado a uma proteína intra e transmembranar 
composta por 7 α-hélices. 
Quando ativada, o GDP é trocado por GTP e ocorre 
a formação do monômero α-GTP. Esse se separa das 
demais estruturas e age estimulando ou inibindo a 
atividade de uma enzima produtora de segundo 
mensageiro. 
A ação da proteína G pode ser estimulatória, 
formando uma subnunidade Gαs, ou inibitória 
formando uma subunidadade Gis. A quantidade e 
potência delas, definem se terá muita ou pouca 
produção de AMPc. 
• Receptores β-adrenérgicos (músculo, fígado e 
tecido adiposo): 
1. A ligação da adrenalina promove a alteração 
conformacional da estrutura intracelular do 
receptor, a proteína G. 
2. Ocorre a formação do monômero α-GTP, sendo 
chamado de proteína G estimulatória ou Gαs. 
3. A Gαs se move, no plano da membrana 
plasmática, e estimula a adenilil-ciclase próxima. 
4. A adenilil-ciclase é uma proteína integral de 
membrana, com sítio ativo no citoplasma. Ela é 
estimulada a catalisar AMPc a partir de ATP. 
5. A Gαs é uma GTPase e inativa a si mesma por meio 
da conversão do GTP em GDP. Ela dissocia-se da 
adenilil-ciclase e se reassocia com o dímero βγ, 
podendo ser ativada novamente. 
6. O AMPc ativa a proteína-cinase A (PKA), em sua 
forma inativa essa enzima contém duas 
subunidades catalíticas idênticas (C) e duas 
subunidades de regulação (R). O AMPc se ligada 
as subunidades R, causando alterações 
conformações e separando-os das subunidades 
C. 
7. A PKA fosforila e ativa a cinase da fosforilase b, a 
qual ativa a glicogênio-fosforilase b, levando a 
rápida mobilização de glicose através do 
glicogênio. 
 
 
 
 
• Receptores em diversos tecidos: 
1. O glucagon se liga a um receptor de membrana 
acoplado com a proteína G e ativa a adenilil-
ciclase através da Gαs. 
2. O AMPc ativa a PKA, separando as subunidades 
regulatórias das catalíticas. 
3. As subunidades catalíticas adentram o núcleo e 
fosforilam a proteína de ligação do elemento de 
resposta a AMPc (CREB), a qual altera a expressão 
de genes específicos regulados por AMPc. 
 
 
 
AMPc COMO SEGUNDO MENSAGEIRO 
Corticotropina (ACTH) Hormônio luteinizante (LH) 
Hormônio liberador de 
corticotropina (CRH) 
Hormônio estimulante de 
melanócitos (MSH) 
Dopamina Odorantes 
Adrenalina Hormônio da paratireoide 
Moléculas de sabor Prostaglandinas 
Glucagon Serotonina 
Histamina Somatostatina 
Hormônio folículo-
estimulante (FSH) 
Hormônio estimulante da 
tireoide 
DESSENSIBILIZAÇÃO DO β-ADRENÉRGICO 
A proteína GSBY recruta a β-ark para a 
membrana plasmática, onde ela fosforila os 
resíduos de serina encontrados na extremidade 
carboxiterminal do receptor. 
Com isso, a β-arrestina pode se conectar ao 
receptor e “sequestrá-lo” da membrana 
plasmática, armazenando-o em vesículas 
endocíticas. Após sua dissociação o receptor pode 
voltar para a membrana plasmática. 
 
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• Receptores dos hormônios acetilcolina, GRH 
serotonina, TRH, antidiurético, angiotensina II, 
ocitocina e glutamato: 
1. O hormônio se liga ao receptor de membrana e 
altera a conformação da proteína G, formando 
uma subunidade Gαq. 
2. A Gαq ativa a fosfolipase C (PLC), uma proteína da 
membrana plasmática específica para um 
fosfolipídio de membrana (PIP2). 
3. A PLC catalisa o PIP2 produzindo dois segundos 
mensageiros, o diacilglicerol e o IP3. 
4. O IP3 age no retículo endoplasmático, se ligando 
aos canais de Ca2+ e abrindo-os. Com isso, temos 
aumento da concentração de Ca2+ citosólico, o 
qual age como segundo mensageiro, junto com 
o diacilglicerol, ativando a proteína-cinase C 
(PKC). 
5. A PKC fosforila proteínas do citoesqueleto, 
enzimas e proteínas nucleares que regulam a 
expressão gênica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIACILGLICEROL, INOSITOL TRIFOFASTO E CÁLCIO 
COMO SEGUNDO MENSAGEIRO 
Acetilcolina Serotonina 
Agonistas α-adrenérgicos Ocitocina 
Angiogenina Glutamato 
Angiotensina II Luz 
ATP Histina 
Auxina Hormônio antidiurético 
Peptídeo liberador de 
gastrina 
Hormônio liberador de 
gonadotropina (GRH) 
Fator de crescimento 
derivador de plaquetas 
(PDGF) 
Hormônio liberador de 
tireotropina (TRH) 
 
 
 
 
TIROSINA-CINASE 
Os receptores tirosina-cinase (RTK) possuem uma 
região extracelular da membrana plasmática e uma 
região enzimática no citoplasma celular, denominadas 
região α e β, respectivamente. 
A interação do ligante no domínio α, ativa o 
domínio β, o qual corresponde a uma proteína-cinase 
que realiza autofosforilação quando ativada. 
• Receptores proteicos de insulina ativando Grb2 
(INRS) (cascata das MAPK): 
1. Uma molécula de insulina se ligada ao domínio 
α, proporcionando a ativação da atividade 
cinásica e cada subunidade β fosforila três 
resíduos de tirosina, localizados na extremidade 
citosólica desse domínio. 
2. A autofosforilação expõe os sítios de 
reconhecimento dessa enzima, para que ela 
possa fosforilar os resíduos tirosina de outras 
proteínas. 
3. O INRS fosforila o IRS-1. 
4. O IRS-1 se liga ao domínio SH2 da proteína Grb2, 
uma proteína adaptadora, que tem como função 
aproximar a IRS-1 a Sos. 
5. IRS-1 e Sos ligadas atuam como fator de troca de 
nucleotídeos de guanosina (GEF), catalisando a 
substituição do GDP na proteína Ras em GTP. 
6. A Ras atua como um monômero atrelado a GTP, 
ela pode ativar uma proteína-cinase, a Raf-1. 
7. A Raf-1 ativa a MEK, por fosforilação, e a MEK 
ativa a ERK, também por fosforilação. 
8. A ERK age no núcleo controlando alguns efeitos 
biológicos da insulina, como o estímulo a 
transcrição de proteínas essenciais para a divisão 
celular. 
Cerca de metade das drogas agem nos 
receptores acoplados a proteína G. 
 
Os receptores β-adrenérgicos sofrem ação dos β-
bloqueadores prescritos em casos de hipertensão, 
arritmia cardíaca, glaucoma, ansiedade. 
 
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• Receptores proteicos de insulina ativando PI3K 
(INRS): 
1. Uma molécula de insulina se ligada ao domínio 
α, proporcionando a ativação da atividade 
cinásica e cada subunidade β fosforila três 
resíduos de tirosina, localizados na extremidade 
citosólica desse domínio. 
2. A autofosforilação expõe os sítios de 
reconhecimento dessa enzima, para que ela 
possa fosforilar os resíduos tirosina de outras 
proteínas. 
3. O INRS fosforila o IRS-1. 
4. O IRS-1 se liga ao domínio SH2 da PI3K. 
5. A PI3K ativada converte o lipídio de membrana 
PIP2 em PIP3. 
6. A PKB ligada ao PIP3 é fosforilado pela PDK1. 
7. A PKB age fosforilando e desativando a GSK3, 
uma enzima responsável pela fosforilação e 
inativação da glicogênio-sintase (GS), que 
promove a síntese de glicogênio a partir de 
glicose. Dessa forma, temos o estímulo a síntesede glicogênio. 
8. Além disso, a PKB inicia o movimento mediado 
por clatrina dos transportadores de glicose 
(GLUT-4) de vesículas internas para a membrana 
plasmática, estimulando a capitação de glicose. 
 
 
 
• Receptor de eritropoietina (JACK-STAT): 
1. A eritropoietina se liga ao receptor de 
membrana, promovendo a ligação entre eles e a 
autofosforilação. 
2. A JAK ativada fosforila resíduos de tirosina no 
domínio citoplasmático, os quais serviram como 
receptores para outras proteínas. 
3. As STATs se ancoram nesses receptores e são 
fosforiladas e ativadas pelas JAKs. 
4. As STATs se dimerizam via seus domínios SH2. 
5. Dessa forma, elas expõem um sinal que faz com 
que sejam transportadas para o núcleo, onde elas 
agem induzindo a expressão de genes para a 
maturação dos eritrócitos. 
6. A JAK ativada também pode agir por meio da 
ligação de uma proteína adaptadora, a SHC, que 
permite a ligação da JAK com a Grb2, ativando a 
cascata das MAPK, como na insulina. 
 
 
• Receptores do tipo TGFβ: 
1. O receptor se liga ao receptor tipo II, o qual faz a 
fosforilação do receptor tipo I. 
2. O receptor tipo I fosforilado recruta e fosforila a 
smad2 ou smad3. 
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3. A smad dissocia-se do receptor e se 
oligomerizam com o smad4. 
4. O oligômero smad2 ou smad3 e smad4 migram 
para o núcleo e recrutam outras proteínas 
reguladoras. 
 
GUANILIL-CICLASE 
A interação do ligante ao domínio extracelular 
estimula a formação do GMP cíclico (GMPc), como 
segundo mensageiro, a partir de GTP pela gualinil-
ciclase. 
 
CANAIS IÔNICOS (ionotrópicos) 
Abrem-se e fecham-se em resposta a concentração 
do ligante sinalizador ou potencial de membrana. Eles 
geralmente são alvos de neurotransmissores. 
A acetilcolina, serotonina e o glutamato, por 
exemplo, são neurotransmissores excitatórios, que 
abrem os canais de sódio e desencadeiam a 
despolarização da membrana dos neurônios. Já a 
glicina, é inibitória, abrindo os canais de cloro e 
causando a hiperpolarização da membrana. 
 
 
 
 
 COMUTADORES 
Os comutadores biológicos recebem um sinal e 
são ativados, até que outro processo as inative. Eles 
auxiliam na transmissão do sinal pela geração de 
segundo mensageiros ou pela ativação da proteína 
seguinte na via sinalizadora. 
A maior classe de comutadores moleculares são 
proteínas ativadas ou inativadas por fosforilação, pela 
ação de proteínas-cinase e proteínas-fosfatase. 
 
 
 
 
 
DOPAMINA E COCAÍNA 
A dopamina é um neurotransmissor que produz 
a sensação de prazer, ele fica apenas por um 
período no organismo, promovendo uma sensação 
temporária. 
A cocaína age impedindo que a dopamina 
retorne ao neurônio que a eliminou. Com isso, 
temos a sensação de prazer e euforia contínua. 
O uso prolongado dela pode fazer com que o 
cérebro se adapte a esse estado, de forma que ele 
começa a depender desta substância para funcionar 
normalmente, reduzindo a quantidade de 
dopamina nos neurônios. 
Quando o indivíduo para de usar a cocaína, já 
não existe dopamina suficiente nas sinapses, por 
isso, ele tem sintomas como fadiga, depressão e o 
humor alterado. 
 
TÉRMINO DA TRANSDUÇÃO DE SINAL 
A interrupção da ação de transdução de sinal 
pode ocorrer através da dessensibilização do 
receptor por desacoplação da cascata de 
sinalização; internalização do receptor por conexão 
de um agonista; supressão do receptor, o qual é 
internalizado e destruído pela ação dos lisossomos; 
inativação de proteínas, as quais participam da 
cascata de sinalização e pela produção de proteínas 
inibidoras por parte de proteínas da própria cascata 
sinalizatória. 
 
UMA MESMA MOLÉCULA PROMOVE 
EFEITOS DIFERENTES 
O neurotransmissor acetilcolina, por exemplo, 
diminui a velocidade do potencial de ação das 
células cardíacas e estimula a produção de saliva 
pelas glândulas salivares, apesar dos receptores em 
ambas as células serem os mesmos. 
No músculo esquelético, a acetilcolina causa a 
contração das células por se ligar a uma proteína 
receptora diferente. 
Os diferentes efeitos da acetilcolina nesses tipos 
celulares são o resultado de diferenças nas proteínas 
de sinalização intracelular, proteínas efetoras e 
genes que são ativados. 
Assim, o próprio sinal extracelular tem pouco 
conteúdo de informação, ele simplesmente induz a 
célula a responder de acordo com seu estado 
predeterminado, o qual depende da história de 
desenvolvimento da célula e dos genes específicos 
que ela expressa. 
TOXINAS BACTERIANAS 
• Cólera: Impede a hidrólise do GTP ligado a Gαs, 
ativando permanentemente a proteína G. Com 
isso, temos o aumento das concentrações de 
AMPc nos enterócitos, fosforilando os canais de 
cloro por meio da PKA, aumentando o efluxo de 
eletrólitos e água, o que causa a diarreia grave 
característica dessa patologia. 
• Enterotoxina termolábil: Secretada pela E. coli, 
causa a diarreia do viajante, resultante do 
consumo de alimentos e água em locais com 
falta de cuidados sanitários. 
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 INTEGRAÇÃO DAS VIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINALIZAÇÃO CRUZADA (CROSS-TALK) 
A sinalização cruzada ocorre entre diversos tipos 
de receptores, basicamente, a ação de um receptor 
pode afetar a de outro. 
Como exemplo, temos um receptor de insulina 
(INRS), com sua ativação ele sofre dimerização e 
autofosforilação. Posteriormente, temos a 
fosforilação e ativação da IRS-1, essa ativa a PKB, a 
qual fosforila a cauda de serina do receptor β-
adrenérgico, promovendo sua internalização 
(sequestro do receptor). 
Além disso, o INRS afeta outros receptores, 
podendo estimular a cascata RAS e alterar a 
expressão gênica. 
 
A AKAPS é uma proteína de ancoragem, que 
promove a nucleação de complexos 
supramoleculares, reunindo as proteínas associadas 
a uma cascata de sinalização. 
GLUCOCORTICOIDES 
Os glucocorticoides se ligam ao receptor 
citoplasmático e são direcionados ao núcleo, onde 
estimulam a produção de um inibidor IkBα. Esse se 
liga ao NF-kB, o qual fica incapacitado de promover 
a formação de citocinas. 
Dessa forma, o glucocorticoide age suprimindo 
a ocorrência de processos inflamatórios. 
ARGININA E VASOPRESSINA ATUANDO 
NOS TÚBULOS DISTAIS DOS RINS 
Os osmorreceptores identificam a alta 
concentração osmótico no sangue, disparando a 
produção de vasopressinas no hipotálamo, as quais 
são levadas até a neuro-hipófise e são liberadas na 
circulação. 
Na célula-alvo a vasopressina atua em um 
receptor acoplado a proteína G e, 
consequentemente, ativando a PKA, a qual ativa a 
translocação de canais de água (aquaporinas). Com 
isso, temos o aumento da reabsorção de água, que 
é lançada na corrente sanguínea, reduzindo a 
concentração osmótica do sangue. 
 
SÍNDROME METABÓLICA E AGENTES 
INFLATOMATÓRIOS 
O aumento da quantidade de ácidos graxos, 
fazem com que eles se liguem ao receptor TOLL, 
responsáveis por perceber substâncias relacionadas 
a patógenos. Esses disparam as vias de sinalização e 
bloqueiam a PKB e a via IRS pela insulina. 
O receptor de substâncias pró-inflamatórias, 
como o TNF, também ativam vias que bloqueiam a 
via IRS pela insulina e PKB. 
Essas ações causam o aumento da glicemia, não 
adiantando a administração de insulina ou de 
aumento de transportadores de glicose, pois, como 
podemos ver, outros receptores afetam o receptor 
de insulina por cross-talk, causando resistência à 
insulina. 
A forma efetiva de tratamento seria o uso de 
medicamentos para a diminuição dos agentes 
inflamatórios locais, além de exercícios físicos, perda 
de peso e alimentação equilibrada.

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