Buscar

obrigação de fazer LATAM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE PORTO VELHO – RO 
 
 
 
Ciley Carvalhinho Domingues, viúva, autônoma, escrito sob o CPF: 075.577.278-43, RG nº 19.335.116-x SSP/RO, telefone: 69.99279 1488 / 69.98474-7406 residente e domiciliado Av. Eng. Anysio da Rocha Compasso, condomínio Brisas do Madeira, bloco 03, apto 602, Porto Velho – Rondônia, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu procurador devidamente constituído, nos termos da inclusa procuração, com fundamentos no artigo 24 da Lei nº 6.515/77, e nos 1.571 e seguintes, do diploma civil, com base nos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
                          
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS
Em face de TAM LINHAS AEREAS S/A., escrita sob o CNPJ: 02.012.862/0001-60 - Inscrição Estadual Nº 112.347.127.116, com sede na Av. Verbo Divino, n° 2001, andares 3° conj. 31 e 2, 4° conj. TEL: 69 3218 8033 / 3252 3262, na cidade de Porto Velho – Rondônia, pelas razões de fato e de direito expostas:
I – DA JUSTIÇA GRATUITA 
DA JUSTIÇA GRATUITA Inicialmente, afirma o autor que, de acordo com o artigo 4º da Lei nº 1.060/50 com redação introduzida pela Lei nº 7.510/86 e artigo 99 do Novo CPC, não tem condições de arcar com eventual ônus processual sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. Diante disso, requer seja concedido o beneficio da Justiça Gratuita, considerando  que  caso  o  pleito  não  seja  deferido  poderá  haver  prejuízo para o autor. 
 
II – DO PRAZO EM DOBRO 
O Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade FARO pede seja aplicado o disposto no parágrafo § 3º do Artigo 186 do Código de Processo Civil de 2015, concedendo PRAZO EM DOBRO para toda e qualquer manifestação nos autos. 
III - DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Com fulcro no artigo 319, VII, do código de processo civil, é requerida a realização prévia de conciliação, com a finalidade de celeridade processual, como também, uma resolução pacifica entre as partes
III – DOS FATOS 
Verifica-se que a requerente adquiriu serviço oferecido pela requerida, através de seu sítio eletrônico (www.latam.com.br). Trata-se de serviço no qual a empresa oferece desconto no valor de 80% para viagens emergenciais em casos em que haja falecimento ou enfermidade de parentes e/ou familiares, comprovados mediante certidão de óbito ou documentação específica.
A requerente adquiriu a passagem de ida no dia 08/10/2019, para embarque no dia 10/10/2019 no valor de R$ 1.271,79 (um mil duzentos e setenta e um reais e setenta e nove centavos), obtendo, posteriormente, ressarcimento parcial no valor de R$ 885,34 (oitocentos e oitenta e cinco reais e trinta e quatro centavos), aproximadamente 70%. Entretanto, quando solicitado o desconto da passagem de volta, a requerida negou-se, com a justificativa de que não poderia ocorrer intervalo de tempo maior do que 07 (sete) dias entre a data do óbito e da viagem, além de que fora utilizado "localizador diferente" (a passagem de ida foi comprada separada da data de volta). Ocorre que a passagem de ida foi adquirida em 08/10/2019, ainda com a paciente hospitalizada, que veio a óbito apenas em 10/10/2019, ou seja, a princípio, não seria uma viagem com volta determinada.
Ao questionar sobre as regras aplicáveis à oferta, foi encaminhado link por e-mail, mas que direcionada apenas para a página de "dúvidas", e que não especificavam tais requisitos (quantidade de dias entre a viagem e o óbito e necessidade de emissão de ambas as passagens no mesmo localizador). 
A requerente entrou em contato diversas vezes com a requerida, a qual continuou a negar todas suas solicitações, inclusive abrindo reclamação em sítio eletrônico (www.reclameaqui.com.br), no qual a requerida veio a responder.
A empresa constituiu regras de forma genérica, concedendo descontos para pessoas que necessitam viajar por questões de óbito e enfermidade, não especificando qualquer detalhamento ou quantidade de dias a permanecer no seu destino. Portanto, requer a devolução parcial da passagem de volta na mesma proporção concedida na passagem de ida, qual seja, 70%.
IV – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA 
Segundo o artigo 300 do CPC, que trata da tutela antecipatória, é necessário para a sua concessão que o juiz se convença da verossimilhança da alegação contida na petição inicial, desde que devidamente provada nos autos, bem como que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. 
A prova inequívoca se vislumbra cabalmente nesta lide através das provas presentes nos autos, que fortificam o fato do requerente ter sito cobrado indevidamente, de modo que para evitar possível dano gerado pelo corte no fornecimento de energia, levando em consideração que estão sendo discutidas 7 (sete) faturas de fornecimento elétrico. A verossimilhança da alegação se identifica com o fummus boni juris e o periculum in mora, a qual está patente, pela exposição fática acima apresentada, que dão conta, notadamente, da essencialidade do serviço, o que proíbe a interrupção abrupta, em face do inadimplemento de contas mensais. 
Eis alguns posicionamentos jurisprudenciais acerca da tutela antecipatória: 
STJ RECURSO ESPECIAL Nº 1995.00.06514-2/SP SEGUNDA TURMA REL. MIN. ADHEMAR MACIEL  UNÂNIME DJ 06/10/1997: 
A antecipação de tutela serve para adiantar, no todo ou em parte, os efeitos pretendidos com a sentença de mérito a ser proferida ao final. Já a cautelar visa a garantir o resultado útil do processo principal. Enquanto o pedido de antecipação de tutela pode ser formulado na própria petição inicial da ação principal, a medida cautelar deve ser pleiteada em ação separada, sendo vedada a cumulação dos pedidos principal e cautelar num único processo.  
Segundo a documentação acostada a esta Inicial, encontra-se devidamente provado que o Autor preenche os requisitos do artigo 300 do Codex Adjetivo Civil, estando resguardado pelos dispositivos legais supracitados. É patente, também, que caso o Autor tenha que aguardar por uma sentença de mérito ao final da ação, sofrerá até lá danos irreparáveis, notadamente de cunho material (impacto diretamente na renda familiar), comprometendo assim a eficácia da prestação jurisdicional, no tocante ao desiderato de propiciar uma justa guarida ao direito do litigante. 
Estão, portanto, configurados a verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, que enseja, neste particular, a concessão de tutela antecipatória, para que a EMPRESA ressarça os valores pagos pelo Autor, até a sentença final, que, sem sombra de dúvidas, confirmará a antecipação da tutela ora requerida. 
 
 
V – DO DIREITO / FUNDAMENTOS 
6.1 - Da Responsabilidade Objetiva da Ré 
A Constituição Federal prevê que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade causem a terceiros. 
O art. 37º, § 6º, da Magna Carta, preceitua expressamente a responsabilidade dos entes prestadores de serviços públicos, in verbis: 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
O legislador, conforme prescreve o artigo predito, não se preocupou apenas em determinar a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de direito público, pelos danos causados a terceiros no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las, preceituou, também, de forma clara e precisa, que as pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviços públicos ficam sujeitas as mesmas regras jurídicas impostas àquelas, respondendo, desta forma, objetivamente pelos danos causados a terceiros, quando da prestação de serviços públicos. 
Evoluímos no sentido de que também esta responde objetivamente pelos danos que seus empregados, nessa qualidade, causarem a terceiros, pois como dissemos precedentemente,não é justo e jurídico que só a transferência de uma da execução de uma obra ou de um serviço originariamente público a particular descaracterize sua intrínseca natureza estatal e libere o executor privado das responsabilidades que teria o Poder Público se o executasse diretamente, criando maiores ônus de prova ao lesado. 
Assim, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas de direito privado prestadoras de serviço público baseia-se no risco administrativo, sendo objetiva. 
Com essa assertiva a Constituição consagra a idéia de que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado respondem pelos danos que seus funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, mas tem ação regressiva contra o agente quando tiver havido culpa deste, de forma a não ser o patrimônio público desfalcado pela sua conduta ilícita. 
Basta, portanto, a ocorrência do dano resultante da atuação administrativa, independente de culpa. A norma é aplicável à Administração direta e indireta (inclusive para as fundações), bem assim às prestadoras de serviços públicos, ainda que constituídas sob o domínio do direito privado. 
A obrigação de reparar danos decorre de responsabilidade civil objetiva. Se o Estado, por suas pessoas jurídicas de direito público ou pelas de direito privado prestadoras de serviços públicos, causarem danos ou prejuízos aos indivíduos, devem reparar esses danos, indenizando-os, independentemente de ter agido com dolo ou culpa. 
Sendo a EMPRESA, ora Ré no presente feito, pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos, deverá a mesma submeter-se a responsabilidade objetiva prevista no art. 37, § 6º da Carta Magna, respondendo desta forma pelos prejuízos morais ou materiais que seus agentes causarem, independente da averiguação de seu estado de culpa ou dolo. 
Os danos morais causados pela promovida ficaram patentes quando esta efetuou a suspensão do fornecimento de água, sem motivo aparente, causando ao autor o transtorno. 
Ante o comportamento ilegal e vexatório promovido pela Ré, ainda com o agravante do requerente ser idoso, ter dificultado a resolução administrativa da situação, não ter notificado o autor do possível corte, deverá a reclamada ser responsabilizada pelos danos morais e materiais causados ao Autor. 
6.2 – Da responsabilidade aquiliana da Ré 
Mesmo que não houvesse expressado determinação legal da responsabilidade civil objetiva da Ré, esta, diante da forma ilegal e injusta com que procedeu ao efetuar a cobrança indevida ao autor, teria sua responsabilidade civil prevista no art. 186 do novo Código Civil, que prescreve: 
“Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
A presente querela há de ser analisada dos seguintes aspectos, doutrinariamente, chamados de pressupostos da obrigação de indenizar: 
A responsabilidade aquiliana da Ré ficou devidamente demonstrada, quando esta, diante de um ato ilegal (cobrança em desacordo com o acordado e dificultar o devido acesso às informações), causou ao Autor a humilhação de ver sua idoneidade econômica prejudicada, ante o descrédito que tal atitude gerou por parte dos vizinhos em achar que o mesmo não cumpria mais com os seus compromissos, devendo este, ser ressarcido pelos danos morais provocados pela Ré. 
6.3 - Dos Danos Morais 
Após longo embate doutrinário e jurisprudencial sobre a possibilidade de indenização do dano moral, a questão foi completamente superada por imposição de mandamento lapidarmente insculpido no art. 5º, inc. X, da Constituição de 1998: 
São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano moral ou material decorrente dessa violação. 
 
Seguindo a mesma linha de pensamento do legislador constituinte, o legislador ordinário assim dispôs sobre a possibilidade jurídica da indenização pelos danos morais, prescrevendo no art. 6º, VI, da Lei 8.078/90: 
Art. 6º – São direitos básicos do consumidor: 
(…)VI a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos; 
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue, em parte, as conseqüências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a reparação pecuniária de um dano moral imposta ao culpado representar uma sanção justa para o causador do dano moral. 
A ilustre civilista Maria Helena Diniz, com a precisão que lhe é peculiar, assim se tem manifestado sobre a existência dos danos morais: 
Não se trata como vimos de uma indenização de sua dor, da perda sua tranqüilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebido, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento. 
A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação, pois o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de prova de prejuízo de ordem material. 
Na mesma linha de raciocínio, a orientação emanada do Colendo Superior tribunal de Justiça é no sentido de que o valor da indenização por danos morais deve ser entregue ao prudente arbítrio do juiz que motivadamente deve atender à peculiaridade de cada caso concreto e tomar em consideração à sua dupla finalidade: reparatória e pedagógica. A primeira visa dar uma satisfação à vítima pelo dano sofrido, enquanto que a segunda tem o propósito de desestimular eventual reincidência do autor da lesão. Evidentemente o resultado final também leva em consideração as possibilidades e necessidades das partes de modo que não seja insignificante, a estimular a prática do ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento indevido da vítima. 
 
VI – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requerem digne-se Vossa Excelência em determinar: 
1. Inicialmente seja concedida TUTELA ANTECIPADA, determinando que a EMPRESA, seja obrigada a realizar o ressarcimento dos valores na proporção divulgada em percentual igual à passagem de ida (70%), nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil. 
2. A citação da parte Ré, na sua filial, no endereço indicado na qualificação, nos termos do art. 18, inciso II, da Lei 9.099/95, sob pena de confissão e revelia. 
3. Que seja reconhecido o direito a indenização por danos morais, condenando a EMPRESA no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
4. Que faça incidir sobre o valor da condenação juros de mora e atualização monetária, da data que se iniciou o ato abusivo por parte da Ré, até a data do efetivo pagamento. 
5. A condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (CPC, art. 20). 
6. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente provas documentais já acostadas ou que se anexe aos autos a posteriori, oitiva do Autor e de testemunhas, a qual as arrolará no prazo legal, ou as apresentará em audiência, como faculta a Lei dos Juizados, ficando desde já especificado estas provas, para produção durante a instrução. 
Atribui-se a presente causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais.
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Porto Velho, 30 de outubro de 2020. 
Advogado
OAB
DANDÁRA MORAIS ALVES
MATRICULA: 100547

Continue navegando