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FERIAS (1) AULA DATA 04-09-20

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PERÍODOS DE DESCANSO: FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS 
Definem-se como o lapso temporal remunerado, de frequência anual, constituído de diversos dias sequenciais, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e de sua inserção familiar, comunitária e política. (Godinho)
Objetivos das Férias 
As férias atendem, inquestionavelmente, a todos os objetivos justificadores dos demais intervalos e descansos trabalhistas, quais sejam, metas de saúde e segurança laborativas e de reinserção familiar, comunitária e política do trabalhador
Normatização Aplicável 
A partir de 23.9.1999, a Convenção 132 da OIT, regulatória das férias, entrou em vigor no País, ensejando o debate sobre conflito de normas jurídicas em face do próprio texto da Consolidação (Título II, Capítulo IV da CLT: arts. 129 a 153). Na verdade, contudo, o referido diploma internacional, concluído pela OIT em 1970, já havia inspirado a redação do novo capítulo celetista de férias, que passou a vigorar no Brasil em 1977 (arts. 129 a 153, CLT).
CARACTERIZAÇÃO 
Alguns caracteres destacam-se na estrutura e dinâmica do instituto das férias. Trata-se de seu caráter imperativo (do que deriva sua indisponibilidade), sua composição temporal complexa (conjunto unitário de dias sequenciais, proporcionalmente estipulados), a anualidade de ocorrência das férias, a composição obrigacional múltipla do instituto e, por fi m, sua natureza de período de interrupção
A CLT atenuou parte dos efeitos dessa imperatividade (e indisponibilidade consequente), ao permitir a conversão pecuniária de 1/3 das férias obreiras (o chamado abono celetista de férias).
 Contudo, a vontade bilateral das partes e mesmo a coletiva negociada não podem ir além dessa exceção aberta pela ordem jurídica heterônoma estatal. 
Composição temporal complexa das férias. 
Estas, efetivamente, são compostas por um conjunto unitário de dias sequenciais — dias que se acoplam, formando uma unidade, um todo complexo. As férias-padrão, no Brasil, são de 30 dias (ou 20 dias úteis, anteriormente, no caso do empregado doméstico, ou módulo ainda menor, no caso de contratos em regime de tempo parcial, antes da Lei n. 13.467/2017)(3). Ou seja, ainda que haja conversão de 1/3 de tais férias, permanece um bloco unitário de dias integrando a parcela trabalhista em exame. Isso significa que as férias não podem ser pulverizadas ao longo do ano, por meio do gozo intercalado de pequenos grupos de poucos dias a cada vez — tal prática frustraria, inteiramente, o instituto, mantendo o empregador em mora a seu respeito. Esclareça-se, nesse tópico, que a CLT brasileira tem autorizado, no máximo, o parcelamento das férias em duas frações não inferiores a 10 dias; apenas a partir da Lei n. 13.467/17 (vigência a contar de 11.11.2017) é que se passou a permitir o fracionamento em três frações (nova redação do § 1º do art. 134 da CLT, inserida pela Lei n 13.467/2017). No caso de trabalho em regime de tempo parcial, com duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas, admitia-se o módulo unitário integral de apenas 8 dias de férias anuais (texto original do art. 130-A, VI, CLT); evidentemente, com a uniformização de prazos de gozo de férias efetivada pela Lei n. 13.467/2017, os critérios dos contratos empregatícios comuns e dos contratos empregatícios em regime de tempo parcial passaram a ser os mesmos.(
§ 1º do art. 134 da CLT (introduzida pela Lei n. 13.467/2017), ao permitir a fruição das férias em até três períodos, fixou, taxativamente, que um desses períodos fracionados “não poderá ser inferior a quatorze dias corridos”. 
Composição obrigacional múltipla.
 Citem-se, por exemplo, a obrigação de fazer do empregador, ao determinar a data de férias do obreiro, dispensando-o dos demais compromissos contratuais; a obrigação empresarial de dar, através do pagamento antecipado do salário do período de férias, acrescido do terço constitucional e, se for o caso, do valor da conversão de parte das férias, além, ainda, de metade do 13º salário (se requerido este pagamento tempestivamente pelo obreiro); por fim, a obrigação empresarial de não fazer, consistente na omissão do empregador de requisitar qualquer serviço ao obreiro no período de férias, sob pena de frustração do instituto. 
Natureza de interrupção contratual das férias. Durante seu gozo, o obreiro susta a principal de suas obrigações contratuais (prestação laborativa), preservando, contudo, a efetividade de seus direitos trabalhistas.
É o que faz o jurista Amauri Mascaro Nascimento, citando 5 princípios: anualidade; remunerabilidade; continuidade; irrenunciabilidade; proporcionalidade
férias
Direito do trabalhador;
Dias de direito;
Terço constitucional;
Abono pecuniário;
Normas coletivas podem inserir gratificação no retorno das férias;
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
AQUISIÇÃO DAS FÉRIAS E SUA DURAÇÃO 
Ponto de vista sócio juridico
Férias
Relação direta entre assiduidade e aquisição de férias e entre assiduidade e lapso temporal de duração das férias (noção de proporcionalidade das férias.
FÉRIAS
EXEMPLO / PLANEJAMENTO
Aquisitivo
 Concessivo
Gozo 
01/04/XX a 31/03/YY
01/04/YY a 31/03/ZZ
01/06/YY a 30/06/YY
PLANEJAMENTO
12 meses trabalhados
12 meses subsequentes
Descanso
FÉRIAS
PROVIDÊNCIAS LEGAIS
Obrigações
1) Aviso
2) Cálculo
4) Registro
3) Pagamento
Aquisição do Direito a Férias 
art. 130, caput, e art. 130-A, caput, CLT)
Período aquisitivo
Lapso temporal, denominado de período aquisitivo, corresponde a cada ciclo de 12 meses contratuais (art. 130, caput, e art. 130-A, caput, CLT). 
No cômputo do período aquisitivo de férias, cada fração temporal do mês/calendário superior a 14 dias conta-se como um mês (art. 146, parágrafo único, CLT). 
Caso tenha o contrato duração inferior a 12 meses, evidentemente que o período aquisitivo das respectivas férias será menor, ajustando-se à efetiva extensão do prazo contratual. 
O aviso-prévio, mesmo indenizado (e também a parcela proporcional: Lei n. 12.506/2011), integra o período aquisitivo de férias, uma vez que é parte do tempo de serviço obreiro para todos os fi ns (art. 487, § 1º, in fi ne, CLT)
FÉRIAS
Fechamento da folha mensal, contabilização: 1/12 por mês trabalhado ou fração não inferior a 15 dias + 1/3 constitucional.
 
		
PROVISÃO/EXEMPLO
Salário mensal de R$ 3.600,00,
1/3 do salário = R$ 3.600,00 / 3 = R$ 1.200,00.
Provisão mensal = 1/12 de R$ 4.800,00 = R$ 400,00
PROVISÃO
PERÍODO AQUISITIVO
PROVISÃO
FÉRIAS
	Mês	Avos	Valor Mensal	Acumulado
	Abril/XX	1/12	400,00	400,00
	Maio/XX	2/12	400,00	800,00
	Junho/XX	3/12	400,00	1.200,00
	Julho/XX	4/12	400,00	1.600,00
	Agosto/XX	5/12	400,00	2.000,00
	Setembro/XX	6/12	400,00	2.400,00
	Outubro/XX	7/12	400,00	2.800,00
	Novembro/XX	8/12	400,00	3.200,00
	Dezembro/XX	9/12	400,00	3.600,00
	Janeiro/YY	10/12	400,00	4.000,00
	Fevereiro/YY	11/12	400,00	4.400,00
	Março/YY	12/12	400,00	4.800,00
FÉRIAS
Composição do valor bruto das férias, considerando o salário da provisão:
Férias 30 dias............................. R$ 3.600,00
1/3 Constitucional....................... R$ 1.200,00
Valor bruto das férias.................. R$ 4.800,00
O trabalhador receberá o valor correspondente acima, com a dedução dos descontos legais.
PAGAMENTO
FÉRIAS
Composição do valor bruto das férias, com a opção do abono pecuniário (mesmo salário):
Férias 20 dias......................... R$ 2.400,00 	
1/3 Constitucional................... R$ 800,00
Abono Pecuniário 10 dias....... R$ 1.200,00
1/3 Constitucional do abono... R$ 400,00
Valor bruto das férias.............. R$ 4.800,00
O trabalhador receberá o valor bruto acima, já com a dedução dos descontos legais.
PAGAMENTO
(3.600,00/30x20)
(3.600,00/30x10)
FÉRIAS
Composição do valor bruto das férias, considerando-se 7 faltasinjustificadas no período aquisitivo:
Férias 24 dias.................... R$ 2.880,00	
1/3 Constitucional.............. R$ 960,00	
Valor bruto das férias......... R$ 3.840,00
A folha de pagamento contabilizará: 24 dias de férias e 6 dias de salário proporcional.
PAGAMENTO
(3.600,00/30x24)
Reflexo das HE nas Férias
Dados:
Salário mensal de R$. 1.500,00;
Salário-hora de R$ 6,81;
Admissão: 01/02/XX
Média horas extras (quadro):
Total horas extras 50% / 12 = 32 h;
Total horas extras 100% / 12 = 8 h
FÉRIAS
	Mês/ano	50%	100%
	Fev/XX	25	4
	Mar/XX	18	6
	Abr/XX	32	8
	Mai/XX	30	12
	Jun/XX	28	13
	Jul/XX	22	6
	Ago/XX	24	8
	Set/XX	29	10
	Out/XX	36	9
	Nov/XX	44	8
	Dez/XX	52	7
	Jan/YY	44	5
20
Valor das médias:
(6,81 + 50%) x 32 h = R$ 326,88 
(6,81 + 100%) x 8 h = R$ 108,96 		
 Total		= R$ 435,84 
Base de cálculo das férias:	 Valor bruto das férias:
Salário mensal.. R$ 1.500,00	 Férias 30 dias R$ 2.023,00
Média HE 50%.. R$ 326,88	 1/3 Constituc. R$ 674,33
Média HE100%..R$ 108,96 Total.................R$ 2.697,33
DSR médias..... R$ 87,16
Total bruto........ R$ 2.023,00
DSR no mês das férias:
25 d. úteis, 4 dom e 1 feriado
R$ 435,84 / 25 x 5 = R$ 87,16
REFLEXO HE NAS FÉRIAS
FÉRIAS
Fatores Prejudiciais à Aquisição das Férias 
Férias 
Formas 
O primeiro desses fatores prejudiciais à aquisição das férias diz respeito à ausência injustificada ao trabalho pelo obreiro por mais de 32 dias ao longo do respectivo período aquisitivo (art. 130, IV, CLT). Neste caso, o empregado perde todo o seu direito a férias, no correspondente período.
O art. 133, CLT - não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo, deixar o emprego, não sendo readmitido em 60 dias de sua saída. (accessio temporis) 
 Também sofrerá as mesmas consequências elisivas aquele que permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias (a denominada licença remunerada)
Fatores 
Férias
Prejudiciais a aquisição das férias
Também terá suas férias prejudicadas o empregado que deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação total ou parcial dos serviços da empresa (a propósito, esta hipótese é também autorizativa de certo tipo de prorrogação de jornada, para compensar a anterior paralisação, conforme art. 61, § 3º, CLT, e art. 7º, XVI, CF/88 — prorrogação estudada no Capítulo XXIII desta obra). Os efeitos prejudiciais deste fator estão, porém, condicionados a uma formalidade: desde março de 1995, é necessária a comunicação, pela empresa, à Superintendência Regional do Trabalho (antiga DRT) e sindicatos obreiros, 15 dias antes, das datas de início e término da paralisação, afi xando aviso nos locais de trabalho (§ 3º, art. 133, CLT — conforme Lei n. 9.016/95).
Fatores 
Férias
Prejudiciais a aquisição 
O último dos fatores prejudiciais à aquisição das férias arrolado pelo art. 133 da CLT é a circunstância de o empregado receber da Previdência Social, por mais de 6 meses, embora descontínuos, prestações de acidentes de trabalho ou de auxílio-doença. Evidentemente que este fator somente produz seu efeito elisivo das férias caso os afastamentos previdenciários tenham se verifi cado ao longo do correspondente período aquisitivo. Prejudicado o período aquisitivo pela ocorrência de um dos fatores acima, o novo período aquisitivo iniciar-se-á tão logo o empregado retorne ao serviço (art. 133, CLT).
Situações Especiais 
Art 131 e 132 CLT
1. O empregado afastado para prestação de serviço militar. Dispõe a lei que seu tempo de trabalho anterior à apresentação ao serviço militar será computado para fins de cálculo do período aquisitivo de férias, caso o obreiro retorne ao emprego em 90 dias da data da correspondente baixa (art. 132, CLT). 
2 Empregada gestante. Estabelece a ordem jurídica que o período de afastamento por licença- -maternidade, ou em virtude de aborto, será computado normalmente no respectivo período aquisitivo (art. 131, II, CLT).
 3. E mpregado afastado por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS, desde que o afastamento não seja superior a 6 meses, embora descontínuos. Dispõe a lei que o tempo de afastamento computa-se no período aquisitivo de férias (art. 131, III, CLT, conforme Lei n. 8.726, de 1993).
Situações Especiais 
Férias 
Art 131 a 132 CLT
A quarta das situações legalmente tipifi cadas diz respeito a empregado com contrato suspenso para responder a inquérito administrativo ou em face de prisão preventiva (ou prisão temporária — adequando-se o velho texto celetista às alterações do Direito Processual Penal). 
Caso seja esse empregado impronunciado ou absolvido, computar-se-á seu tempo de afastamento no correspondente período aquisitivo de férias (art. 131, V, CLT)
Duração das Férias Adquiridas
A duração do instituto das férias abrange, três situações distintas, segundo a ordem justrabalhista: 
o padrão geral dos empregados; 
os trabalhadores submetidos a contratos sob regime de tempo parcial (até 11.11.2017, data em que a Lei n. 13.467/2017 unificou também esta situação ao padrão geral da CLT);
 por fim, os empregados domésticos. 
Duração genérica 
Das férias 
Duração Genérica das Férias — A regra geral de duração das férias, no sistema trabalhista do País, é de 30 dias corridos, ressalvados prazos menores em função do número de faltas injustificadas do empregado no respectivo período aquisitivo (art. 130, CLT).
A tabela celetista que estabelece a relação entre faltas injustificadas e o prazo de duração das férias assim se estrutura: Faltas Injustificadas Férias (Dias Corridos) 
até 5 - 30
de 6 a 14 -24
de 15 a 23 - 18
 de 24 a 32 - 12
Situações especiais
 Duração em Contratos de Tempo Parcial —e inserção do novo § 7º no art. 58-A da CLT.
Restrições Específicas - aplicar aos contratos sob regime de tempo parcial os critérios gerais da CLT sobre a duração das férias adquiridas pelo empregado (tabela genérica do art. 130 da Consolidação).
)
 Duração em Contratos Domésticos-
CONCESSÃO E GOZO DAS FÉRIAS
Período concessivo ou de gozo das férias.
 Concessão Regular das Férias (Período Concessivo) O período regular de concessão das férias, situado no curso do contrato, denomina-se período concessivo ou período de gozo (ou ainda período de fruição). Ele se posiciona nos 12 meses subsequentes ao termo final do período aquisitivo das férias (art. 134). Constitui-se, portanto, no lapso temporal de 12 meses imediatamente seguinte ao respectivo período de aquisição das férias. 
racionamento das Férias em Três Períodos (Lei n. 13.467/2017) — A Lei da Reforma Trabalhista alterou alguns desses pontos normativos da CLT, de maneira a permitir o fracionamento da fruição das férias individuais “em até três períodos”, desde que “haja concordância do empregado” (novo texto do § 1º do art. 134 da CLT). Para a nova regra, um desses períodos “não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos” (art. 134, § 1º, conforme redação conferida pela Lei n. 13.467, vigente desde 11.11.2017
Fracionamento das Férias em Três Períodos (Lei n. 13.467/2017) — A Lei da Reforma Trabalhista alterou alguns desses pontos normativos da CLT, de maneira a permitir o fracionamento da fruição das férias individuais “em até três períodos”, desde que “haja concordância do empregado” (novo texto do § 1º do art. 134 da CLT). Para a nova regra, um desses períodos “não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos” (art. 134, § 1º, conforme redação conferida pela Lei n. 13.467, vigente desde 11.11.2017
Poderá abranger também trabalhadores menores de 18 anos e maiores de 50 anos, tendo sido revogada a determinação em sentido contrário contida no § 2º do art. 134 da Consolidação (Lei n. 13.467/17, art. 5º, I, “f”). A Lei da Reforma Trabalhista, contudo, preferiu não estender o fracionamentotripartite para as férias coletivas, uma vez que não alterou a regra inserida nos arts. 139 a 141 da CLT (gozo em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias corridos — § 1º do art. 139, CLT).
Época de Concessão das Férias — O mês de concessão/fruição das férias será aquele que “...melhor consulte os interesses do empregador” (art. 136, caput, CLT)
Três restrições legais à prerrogativa empresarial de definição da época de gozo das férias: em primeiro lugar, é necessário que a fruição recaia dentro do período concessivo (restrição absoluta).
 Em segundo lugar, o estudante menor de 18 anos tem direito a fazer coincidir suas férias trabalhistas e escolares (art. 136, § 2º, CLT). Trata-se também de restrição de caráter absoluto.
 Em terceiro lugar, os membros de uma mesma família têm direito (condicionado, é bem verdade) de usufruírem suas férias no mesmo período, se o desejarem, e se disto não resultar prejuízo para o serviço (art. 136, § 1º, CLT).
Concessão de férias
Férias 
Reforma trabalhista 
A Lei n. 13.467/2017 inseriu uma quarta restrição, vigente apenas no tocante às férias concedidas a partir de 11.11.2017. Diz o novo § 3º do art. 134 que se mostra “vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado”.
Concessão Extemporânea das Férias
Férias 
As férias têm de ser concedidas pelo empregador ao obreiro no lapso temporal de 12 meses imediatamente seguinte ao respectivo período de aquisição da parcela trabalhistas
.
Os efeitos oriundos da ordem justrabalhista em tais situações de concessão extemporânea de férias: em primeiro lugar, mantém-se a obrigação de o empregador conceder as férias.
Em segundo lugar, mantém-se, obviamente, o direito de o empregado gozar as férias ainda não concedidas
Em terceiro lugar, a remuneração das férias extemporaneamente concedidas será dobrada (art. 137, caput)
Em quarto lugar a penalidade administrativa incidente sobre o empregador faltoso. De fato, dispõe a CLT que cópia da decisão transitada em julgado tratando da fi xação judicial da data de gozo das férias extemporaneamente concedidas deverá ser “...remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fi ns de aplicação da multa de caráter administrativo” (art. 137, § 3º).
Férias individuais são aquelas cuja fixação da data de gozo consuma-se de modo específico com respeito ao trabalhador envolvido. O procedimento de fixação é individualizado, ainda que a data e pagamentos coincidam com os efetivados a outros trabalhadores da mesma planta empresarial.
 Coletivas, por sua vez, são férias cuja fixação da data de gozo consuma- -se de modo genérico com respeito a uma pluralidade de trabalhadores envolvidos, que se submetem às regras comuns estabelecidas. 
Férias Coletivas:
Comunicação ao MTE, Sindicato e trabalhadores;
Concessão (exemplos):
em 2 períodos: 15 dias e 15 dias; 10 dias e 20 dias. 
	(proibição de período inferior a 10 dias).
 
em 3 períodos: 14 dias no mínimo, 8 dias e 8 dias.
	(proibição de período inferior a 5 dias). 
FÉRIAS COLETIVAS E FÉRIAS PARCELADAS
FÉRIAS
REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS
Cálculo da Remuneração 
Cálculo Salarial 
Parcelas Integradas
 Parcelas Não Integradas
Remuneração Simples
Art. 146, CLT — as chamadas férias simples. Essa remuneração (com o terço constitucional) é calculada, como visto, considerando-se a data de início de fruição das férias (art. 142, CLT).
Remuneração Dobrada A remuneração em dobro das férias é cabível apenas no caso de férias vencidas, caput do art. 137 da CLT. Tal entendimento está, há tempos, pacifi cado na jurisprudência (Súmula 81, TST
Natureza Jurídica da Dobra — No que diz respeito à natureza jurídica da dobra de férias, não há dúvida de que, tratando-se de férias vencidas pagas na rescisão do contrato, elas não terão caráter salarial.
Terço Constitucional de Férias é a parcela suplementar que se agrega, necessariamente, ao valor pertinente às férias trabalhistas, à base de um terço desse valor. À fi gura tem sido consignada também a equívoca denominação de “abono constitucional de férias”
Conversão Pecuniária das Férias (Abono Pecuniário) 
Conversão Pecuniária e Contratos em Regime de Tempo Parcial - Nesse quadro, nas férias gozadas a partir de 11.11.2017, podem ser aplicadas, sim, as regras do art. 143, caput e §§ 1º e 2º da CLT, que regulam a conversão pecuniária de 1/3 das férias dos empregados, aos trabalhadores vinculados a regime de tempo parcial de trabalho. 
FÉRIAS E EXTINÇÃO DO CONTRATO: EFEITOS
São férias vencidas aquelas cujos períodos de aquisição e de fruição já se consumaram, sem que o obreiro as pudesse gozar. Nas férias vencidas, o empregador encontra-se, portanto, necessariamente inadimplente. 
Férias simples são aquelas cujo período de aquisição já se completou, sem que se tenha esgotado, ainda, o respectivo período de gozo. Neste caso, embora o obreiro já tenha direito adquirido à parcela de férias, não se encontra o empregador inadimplente quanto à sua data de gozo. Registre-se que tanto as férias vencidas quanto as simples são parcelas integradas ao patrimônio do empregado, uma vez que já completado seu período de aquisição. 
Férias proporcionais, por sua vez, são aquelas cujo próprio período de aquisição ainda não se completou (não havendo sequer se iniciado, desse modo, o respectivo período de gozo
Férias Vencidas e Extinção Contratual A extinção do contrato após a fluência do período concessivo das férias enseja o surgimento das férias vencidas. Estas, como se sabe, serão devidas sempre pelo valor dobrado (art. 146, CLT). arts. 142 e 148 da CLT). 
Férias Simples e Extinção Contratual A extinção do contrato no curso do período concessivo, já ultrapassado o período de aquisição, enseja o surgimento das férias simples. Estas, conforme já analisado, serão devidas sempre pelo valor simples (art. 146, CLT). 
Férias Proporcionais e Extinção Contratual A extinção do contrato no curso do período aquisitivo das férias enseja o surgimento das férias proporcionais
NATUREZA JURÍDICA DAS FÉRIAS 
Natureza jurídica é o posicionamento classificatório de uma figura do Direito no conjunto de figuras próximas. 
A pesquisa acerca da natureza jurídica permite o encontro da sistematicidade do Direito ou de ramo seu componente, através da distribuição e aproximação lógica de seus diversos institutos integrantes
Terão natureza salarial as seguintes parcelas de férias: a) a parcela devida e paga ao obreiro (e seu terço constitucional), a título de férias (“remuneração de férias”), durante o contrato de trabalho; b) a parcela remuneratória de férias (e seu terço constitucional), devida mesmo após o contrato, desde que para estritos fi ns de cotejo hierárquico de créditos na falência (arts. 148 e 449, CLT)
Não terão natureza salarial as seguintes verbas de férias: 
a parcela dobrada (apenas a dobra) concernente às férias vencidas (art. 137, CLT), sejam férias gozadas extemporaneamente durante o contrato, sejam férias vencidas indenizadas após rompido o contrato (ou indenizadas na rescisão). A natureza dessa dobra é, como examinado, não salarial (apenação e reparação). Note-se, a propósito, que o Diploma Previdenciário n. 8.212/91 (art. 28, § 9º, “d”), com redação da Lei n. 9.528, de 1997, reconhece o caráter indenizatório da dobra de férias, excluindo a verba do salário de contribuição previdenciário. 
b) as parcelas devidas e pagas ao obreiro (e seu terço constitucional), a título de férias não gozadas (vencidas, simples ou proporcionais), na rescisão do contrato ou após a extinção deste. A natureza dessas parcelas é indenizatória (conforme também reconhecido pelo art. 28, § 9º, “d”, Lei n. 8.212/91, com redação oriunda da Lei n. 9.528/97). 
c) o “abono celetista de férias”, resultante da conversão de parte das férias em pecúnia (arts. 143 e 144, CLT). A natureza dessa parcela é claramente indenizatória (independentementeda referência nessa linha feita pelo art. 144 da CLT — que acentua tal caráter, é claro). 
d) as parcelas suplementares pagas ao empregado no instante de início do gozo de férias (“abono” ou “gratifi cação” convencional, regulamentar ou normativa de férias), por força do contrato, regulamento empresarial ou norma coletiva, desde que não suplantem o equivalente a 20 dias de salário mensal obreiro (art. 144, CLT)
PRESCRIÇÃO: REGRAS APLICÁVEIS 
Prescrição é, como se sabe, a extinção da pretensão, correspondente a um direito, em virtude do esgotamento do prazo para o seu exercício. Ou, caso se prefi ra, a perda da exigibilidade judicial de um direito (ou pretensão) em consequência de não ter sido exigido pelo credor ao devedor durante certo lapso de tempo legalmente fi xado.(16) A prescrição atinge direitos patrimoniais e, assim, também a parcela de férias. Contudo, no caso dessa verba trabalhista, há dualidade de critérios no tocante à contagem do prazo prescricional prevalecente no Direito brasileiro (CF/88, art. 7º, XXIX; novo art. 11, CLT). 
Contagem em Função do Término do Período Concessivo 
A prescrição das férias, durante a fl uência do contrato de trabalho, conta- -se do término do respectivo período concessivo, isto é, logo em seguida ao termo fi nal do período de gozo da parcela.
Contagem em Função do Término do Contrato de Trabalho Ocorrendo, entretanto, ruptura do contrato de trabalho, o critério de cálculo da prescrição será distinto. Contar-se-á a prescrição do fi m do contrato de trabalho para as prestações de férias que tenham na ruptura contratual um fator de antecipação de seu vencimento. 
2 - Na provisão de férias, o valor de 1/12 avos mensal será composto do salário do empregado mais 1/3 de:
( ) ABONO
( ) ADICIONAL
( ) GARANTIA 
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO
1 - Ao ser admitido na empresa, e ao completar doze meses de trabalho, o empregado terá completado o seu período concessivo de férias. (FALSO ou /VERDADEIRO?)
 
CAIRO JUNIOR, J. Curso de Direito do Trabalho. Salvador: Juspodivm, 2017.
DELGADO, Mauricio GodinhoCurso de Direito do Trabalho. 2019

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