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ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES SELETIVOS DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISCS) → Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina, Paroxetina e Sertralina Ações Usos Terapêuticos Farmacocinética Efeitos Terapêuticos Inibem especificamente a captação da serotonina, apresentando uma seletividade de 300 a 3.000 vezes maior para o transportador de serotonina do que para o de norepinefrina. Isso contrasta com os ADTs e os ICSN, que inibem a captação de norepinefrina e de serotonina não seletivamente. ISCSs têm escassa atividade bloqueadora em receptores muscarínicos, A-adrenérgicos e H1- histamínicos. Como têm efeitos adversos diferentes e são relativamente seguros, mesmo em dosagens excessivas, os ISCSs substituíram os ADTs e os IMAOs como fármacos de escolha no tratamento da depressão. O escitalopram é o S-enantiômero puro do citalopram Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Os antidepressivos, incluindo os ISCSs, em geral precisam de 2 semanas para produzir melhora significativa no humor, e o benefício máximo pode demorar até 12 semanas ou mais. Os pacientes que não respondem a um antidepressivo podem responder a outro, e aproximadamente 80% ou mais respondem a pelo menos um antidepressivo. Síndrome da interrupção: particularmente os fármacos com meias-vidas mais curtas e metabólitos inativos. A fluoxetina tem o menor risco de causar a síndrome de interrupção, devido à sua meia-vida mais longa e ao metabólito ativo. Os possíveis sinais e sintomas incluem cefaleia, mal-estar e sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo e alterações no padrão de sono. Depressão, para a qual eles são tão eficazes quanto os ADTs. Vários outros transtornos psiquiátricos também respondem favoravelmente aos ISCSs, incluindo transtorno obsessivo compulsivo, de pânico, de ansiedade generalizada, de estresse pós- -traumático, de ansiedade social, além de transtorno disfórico pré-menstrual e bulimia nervosa (fluoxetina). Bem absorvidos após administração oral. Os picos séricos ocorrem em média entre 2 e 8 horas. Alimentos têm pouca influência na absorção (exceto com a sertralina, cuja absorção aumenta com a alimentação). Meia-vida entre 16 e 36 horas. Ocorre extensa biotransformação pelo citocromo P450 (CYP450) e conjugação com glicuronídeo ou sulfato. Fluoxetina→ meia-vida de 50 horas S-norfluoxetina, metabólito ativo → meia-vida de 10 dias. Está disponível como preparação de liberação prolongada, permitindo uma dosificação semanal. A fluoxetina e a paroxetina são potentes inibidores da isoenzima CYP450 (CYP2D6), responsável pela eliminação dos fármacos ADTs, antipsicóticos e alguns antiarrítmicos e B-antagonistas adrenérgicos. Outras isoenzimas CYP450 (CYP2C9/19, CYP3A4, CYP1A2) estão envolvidas com a biotransformação do ISCS e podem também ser inibidas em vários graus pelos ISCSs. As dosagens de todos esses fármacos devem ser reduzidas em pacientes com insuficiência hepática. Cefaleia, sudoração, ansiedade e agitação, efeitos TGI - náuseas, êmese e diarreia, fraqueza e cansaço, disfunções sexuais, alterações de massa corporal, distúrbios do sono (insônia e sonolência) e interações farmacológicas. São associados com hiponatremia, especialmente em pacientes idosos e naqueles cuja volemia esteja diminuída ou que estejam fazendo uso de diuréticos. Uso em crianças e adolescentes: devem ser observados quanto ao agravamento da depressão e a pensamentos suicidas com o início ou mudança de dosagem. Fluoxetina, sertralina e fluvoxamina: para uso em crianças no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo, fluoxetina e escitalopram: para tratar a depressão infantil. Superdosagem: não causam arritmias cardíacas, com exceção do citalopram, que pode causar prolongamento do intervalo QT. Convulsões são possíveis porque todos os antidepressivos podem baixar o limiar convulsivo. Têm potencial de causar síndrome serotonínica, especialmente se forem usados em presença de IMAO ou outro fármaco fortemente serotoninérgico → hipertermia, rigidez muscular, colapso cardiovascular, sudoração, mioclonia (contração, tremor ou espasmo involuntário do músculo) e alterações no estado mental e nos sinais vitais. INIBIDORES SELETIVOS DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISCS) → Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina, Paroxetina e Sertralina Citalopram Fluoxetina Paroxetina Sertralina Posologia: 20 mg, 1x/dia. Utilizar por VO, pode ser administrado com ou sem alimentos. A dose deve ser reduzida na IH e na IR moderada a grave. Efeitos adversos: sonolência, náusea, boca seca, agitação, rash, prurido, disfunção sexual, diarreia, tremor. O uso concomitante com IMAO é contraindicado. Apesar de ter sua farmacocinética alterada em idosos, é uma alternativa para esses pacientes, pois não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular. Posologia: Iniciar com 20 mg/dia, VO pela manhã e ir aumentando conforme a resposta ao tratamento. Nos idosos pode iniciar o tratamento com 10 mg/dia. Administrar durante ou logo após as refeições para evitar efeitos gastrintestinais, administrar pela manhã em dose única. Contraindicação: Uso de IMAOs nas duas últimas semanas (deve ser obedecido um intervalo de cinco semanas entre os fármacos caso a fluoxetina estiver sendo usada e tiver de ser iniciado um IMAO). Usar com cuidado em pacientes com diabete melito, história de epilepsia ou pacientes que tomam diversos medicamentos. Ajustar a dose em pacientes com IH ou com cirrose. Efeitos adversos: insônia, ansiedade, cefaleia, diminuição da libido, náusea, diarreia, anorexia, boca seca, fraqueza, tremor, , faringite, hipertensão, dor torácica, tontura, rash, prurido, impotência, perda ou ganho de peso, visão borrada, tosse. Interações: é um potente inibidor de diversas enzimas do citocromo P450, o que faz com que apresente um amplo perfil de interações medicamentosas. Podem aumentar os níveis de fluoxetina: fluconazol, cetoconazol, genfibrozila, AINEs, sulfonamidas, nicardipina e pioglitazona. Gestação: é um dos antidepressivos de escolha quando for indispensável o seu uso no terceiro trimestre de gestação. É secretada no leite materno em doses baixas, sendo considerada segura durante a amamentação. Posologia: Iniciar com 10 mg/dia para testar a tolerância do paciente, se não ocorrerem efeitos adversos passar para 20 mg/dia. Dose máxima de 60 mg. A suspensão deve ser gradual para evitar sintomas da retirada, reduzindo-se 10 a 20 mg a cada 5-7 dias. Administrar por VO, com ou sem alimentos. Em dose única a noite, se produzir insônia, utilizar pela manhã. Contraindicada: Uso de IMAO nas duas últimas semanas. Efeitos adversos: tontura, insônia, náusea, boca seca, constipação, diarreia, distúrbios da ejaculação, diminuição da libido, visão borrada. Apesar de ter sua farmacocinética alterada em idosos, é uma alternativa para esses pacientes, pois não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular e possui poucos efeitos anticolinérgicos. Usar com cautela em pacientes com diabete melito. Posologia: Na depressão e na tensão menstrual, iniciar com 50 mg/dia, VO, em dose única diária pela manhã, ou a noite , se ocorrer sonolência. Pode ser administrada junto às refeições para minimizar os efeitos adversos gastrintestinais. Ajustar dose na IH. Contraindicação: Uso concomitante com IMAO (Uso de IMAO nas duas últimas semanas). Efeitos adversos: insônia, sonolência, tontura, cefaleia, fadiga, boca seca, diarreia, náusea, distúrbios da ejaculação, diminuição da libido, palpitação, agitação, ansiedade, tremor, parestesia, visão borrada. Lactação: considerada um dos antidepressivos de primeira linha para ser usado durante a lactação. É segura em idosos, pois não apresenta efeitos sobre o sistema cardiovascular. Além disso, tem perfil favorável de interações,o que é um aspecto a ser considerado, especialmente em idosos, que frequentemente usam diversos fármacos. INIBIDORES DA CAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NOREPINEFRINA (ICSN) → Desvenlafaxina, Duloxetina, Venlafaxina e Levomilnaciprana Venlafaxina e desvenlafaxina Duloxetina Levomilnaciprana Venlafaxina, desvenlafaxina, levomilnaciprana e duloxetina são denominados ICSNs, podem ser eficazes no tratamento de depressão em pacientes nos quais os ISCSs foram ineficazes. A depressão com frequência é acompanhada de sintomas dolorosos crônicos, como dor lombar e dor muscular, contra os quais os ISCSs são relativamente ineficazes. Essas dores são, em parte, moduladas por vias de serotonina e norepinefrina no SNC. Tanto os ICSNs como os ADTs, com sua inibição da captação de serotonina e de norepinefrina, são eficazes algumas vezes para aliviar a dor associada com a neuropatia diabética periférica, a neuralgia pós-herpética, a fibromialgia e a dor lombar. Os ICSNs têm pouca atividade em receptores adrenérgicos alfa, muscarínicos ou histamínicos e, assim, têm menos efeitos adversos mediados por esses receptores do que os ADTs. Podem causar síndrome de interrupção se o tratamento for suspenso de modo súbito. Eles são considerados seletivos por não apresentarem afinidade por outros receptores (muscarínicos, histaminérgicos e adrenérgicos), diferentemente dos tricíclicos. São fracos inibidores da recaptação da dopamina. Venlafaxina→ potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina. Produz inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato da isoenzima CYP2D6. Posologia: 75 mg/dia administrada em duas tomadas de 37,5 mg. Apresenta FF de liberação lenta: 75-150 mg, 1x/dia VO, ambas as FF devem ser ingeridas com alimentos Não é recomendada na lactação. Efeitos adversos: náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação, constipação, ansiedade e disfunção sexual. Em doses elevadas, pode ocorrer aumento da PA e da FC. Desvenlafaxina→ metabólito ativo, desmetilado da venlafaxina. A atividade clínica e o perfil de efeitos adversos da desvenlafaxina são similares aos da venlafaxina. Inibe a captação de serotonina e norepinefrina em todas as dosagens. É extensamente biotransformada no fígado em metabólitos inativos e deve ser evitada em pacientes com disfunção hepática. Posologia: Iniciar tratamento com 30 mg, VO, 1x/dia com o objetivo de atingir a dose máxima de 60 mg/dia. Efeitos adversos: TGI são comuns, incluindo náuseas, xerostomia e constipação. Insônia, tonturas, sonolência, sudoração e disfunção sexual também são observadas. Pode aumentar a PA e a FC. Ela é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a concentração de fármacos biotransformados por essa via, como os antipsicóticos. O aumento da dose deve ser feita gradualmente, em um período de 3 semanas. A retirada deve ser gradual para evitar a síndrome da retirada. Pode ser ingerida com ou sem alimentos. Não é recomendada na lactação. É um enantiômero do milnaciprana (um ICSN antigo usado contra a depressão na Europa e contra a fibromialgia nos EUA). O perfil de efeitos adversos é similar ao dos demais ICSNs. É biotransformado primariamente pela CYP3A4 e, assim, a atividade pode ser alterada por indutores ou inibidores desse sistema enzimático. ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS → Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona e Vortioxetina Bupropiona Mirtazapina São um grupo misto de fármacos que têm ação em vários locais diferentes. Não têm nenhum mecanismo de ação comum. Alguns são bloqueadores fracos da captação de monoamina Resposta terapêutica demorada como ADT e IMAO Ação curta Efeitos colaterais indesejáveis e toxicidade aguda variáveis, porém mais fracas que dos ADT. Inibidor da captação de dopamina e norepinefina fraco, aliviando os sintomas de depressão. Também é útil para diminuir a fissura por alguma substância e atenuar os sintomas de abstinência da nicotina em pacientes que tentam parar de fumar, transtornos de déficit de atenção/hiperatividade, episódio depressivo do transtorno bipolar de humor. Efeitos adversos → boca seca, sudoração, nervosismo, tremores e um aumento dose-dependente do risco de convulsões. A incidência de disfunções sexuais é baixa. É biotransformada pela CYP2B6, e o risco de interações entre fármacos é relativamente baixo, considerando que poucas substâncias inibem ou induzem essa enzima. Pode inibir a CYP2D6 e, assim, aumentar a exposição a substratos dessa isoenzima. Seu uso deve ser evitado em pacientes sob risco de convulsões ou naqueles que sofrem de transtornos de alimentação, como bulimia. É o único inibidor da recaptação de noradrenalina e de dopamina atualmente disponível para tratamento da depressão maior. Não possui efeitos sobre os receptores serotonérgicos, muscarínicos, histamínicos e α adrenérgicos. Aumento da liberação de NA Vertigem, ansiedade e convulsões Segura em superdosagens 300mg por dia distribuídas em três tomadas ao longo do dia e não se recomenda doses superiores a 450mg. Deve-se monitorar a pressão arterial Usar com cautela em pacientes com risco de suicídio, em uso concomitante de fluoxetina ou de antiparkinsonianos e após a suspensão de álcool ou de benzodiazepínicos. Aumenta a neurotransmissão de serotonina e norepinefrina, servindo como antagonista nos receptores pré-sinápticos A2. Além disso, parte da atividade antidepressiva pode ser relacionada ao antagonismo de receptores 5-HT2. Esse fármaco é sedativo devido à sua potente atividade anti- histamínica, mas não causa os efeitos adversos antimuscarínicos dos ADTs, nem interfere na função sexual, como os ISCSs. Frequentemente, ocorre aumento do apetite e da massa corporal. É acentuadamente sedativa, o que pode ser uma vantagem em pacientes deprimidos com dificuldade para dormir. Inibidor da noradrenalina e de serotonina com mecanismo alternativo ao bloqueio de recaptação em relação aos outros antidepressivos. Ela bloqueia os receptores A2 adrenérgicos pré-sinápticos centrais e os receptores 5-HT2 e 5HT3 pós-sinápticos da serotonina. É um potente antagonista dos receptores H1 histamínicos e moderadamente potente antagonista dos receptores A1 adrenérgicos e colinérgicos muscarínicos. ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS → Bupropiona, Mirtazapina, Nefazodona, Trazodona, Vilazodona e Vortioxetina Nefazodona e trazodona Vilazodona Vortioxetina São inibidores fracos da captação de serotonina. Seus efeitos terapêuticos parecem estar relacionados com a capacidade de bloqueio dos receptores 5-HT2A pós-sinápticos (antagonistas). São sedativos provavelmente devido à potente atividade bloqueadora H1. A trazodona é usada comumente extrabula para o controle da insônia. Trazodona→ bloqueia os receptores histamínicos, produzindo sedação. O bloqueio dos receptores A1 adrenérgicos é responsável pelo risco de priapismo. Nefazodona→ associada ao risco de hepatotoxicidade, é um fraco inibidor da noradrenalina com algum efeito ansiolítico. O antagonistmo dos receptores A1 adrenérgicos é pequeno, mas é suficiente para predispor os pacientes à hipotensão ortostática. Ambos são antagonistas leves a moderados nos receptores A1, o que contribui para ortostasia e tonturas. Inibidor da captação de serotonina e agonista parcial em 5- HT1A. Embora a extensão da contribuição da atividade do receptor 5- HT1A para seu efeito terapêutico seja desconhecida, esse possível mecanismo de ação torna-o singular entre os ISCSs. Efeitos adversos → é similar ao dos ISCSs, incluindo o risco da síndrome de descontinuação se for interrompido abruptamente. Usa como mecanismo de ação sugerido para tratar a depressão uma combinação de inibição da captação de serotonina, agonismo 5-HT1A e antagonismo 5-HT3 e 5-HT7. Não está claro em que extensão as outras atividades alémda inibição da captação de serotonina influenciam o efeito geral da vortioxetina. Efeitos adversos → nauseas, êmese e constipação, que podem ser esperados devido a seus mecanismos serotoninérgicos. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT) → Amitriptilina, Amoxapina, Clomipramina, Desipramina, Doxepina, Imipramina, Maprotilina, Nortriptilina, Protriptilina e Trimipramina Mecanismo de Ação Ações Usos terapêuticos Farmacocinética Efeitos Adversos Bloqueiam a captação de norepinefrina e serotonina (5HT) no neurônio pré-sináptico e, portanto, se fossem descobertos atualmente, poderiam ser eferidos como ICSNs, exceto pelas diferenças nos efeitos adversos dessa nova classe de antidepressivos. Incluem as aminas terciárias imipramina (o protótipo do grupo), amitriptilina, clomipramina, doxepina e trimipramina, e as aminas secundárias desipramina e nortriptilina (o metabólito N- desmetilado da imipramina e amitriptilina, respectivamente) e protriptilina. Maprotilina e amoxapina são antidepressivos “tetracíclicos” e comumente são incluídos na classe geral dos ADTs. Pacientes que não respondem a um ADT podem se beneficiar de outro fármaco desse grupo. A maioria tem ação prolongada com metabólitos ativos Superdosagem: confusão, mania; disritmias cardíacas. Interagem com álcool, anestésicos, ag. hipotensivos, AINES e não devem ser administrados com IMAO. Inibição da captação do neurotransmissor → ADTs e amoxapina são inibidores potentes da captação neuronal de norepinefrina e serotonina no terminal nervoso pré-sináptico. Maprotilina e desipramina são inibidores relativamente seletivos da captação de norepinefrina. Bloqueio de receptores → ADTs também bloqueiam os receptores serotoninérgicos, A-adrenérgicos, histamínicos e muscarínicos. Ainda não se sabe se alguma dessas ações é responsável pelo benefício terapêutico dos ADTs. Contudo, as ações nesses receptores provavelmente são responsáveis por muitos dos seus efeitos adversos. A amoxapina também bloqueia os receptores 5-HT2 e dopamina D2. Melhoram o humor e o alerta mental, aumentam a atividade física e reduzem a preocupação mórbida de 50 a 70% dos indivíduos com depressão. O início da melhora do humor é lento, necessitando de 2 semanas ou mais. A resposta do paciente pode ser usada para ajustes da dosagem. Após a resposta terapêutica, a dosagem pode ser reduzida gradualmente para melhorar a tolerância, a menos que ocorra recaída. Dependência física e psicológica raramente foram registradas. Exige a retirada lenta para minimizar a síndrome de descontinuação e os efeitos colinérgicos de rebote. Janela terapêutica pequena → fatal 10-15x a dose terapêutica São eficazes no tratamento de depressão moderada e grave. Alguns pacientes com transtorno de pânico também respondem aos ADTs. Imipramina→ usada para controlar a enurese em crianças com mais de 6 anos; contudo, tem sido amplamente substituída por desmopressina e tratamentos não farmacológicos (alarmes de enurese). Os ADTs particularmente a amitriptilina → usados para auxiliar a prevenção da enxaqueca e tratar síndromes de dor crônica (dor neuropática), em inúmeras condições em que a causa da dor é desconhecida. Dosagens baixas de ADT, especialmente doxepina→ podem ser usadas contra insônia. • A cardiotoxicidade decresce na seguinte ordem: AMITRIPTILINA CLOMIPRAMINA NORTRIPTILINA IMIPRAMINA • Menor efeito hipotensor: NORTRIPTILINA • Anticolinérgicos Bem absorvidos após administração VO. Por sua natureza lipofílica, são amplamente distribuídos e facilmente penetram o SNC. Como consequência da biotransformação de primeira passagem muito variável, os ADTs têm biodisponibilidade baixa e inconsistente. São biotransformados pelo sistema microssomal hepático (e assim podem ser suscetíveis aos fármacos que induzem ou inibem as isoenzimas CYP450) e são conjugados com ácido glicurônico. São excretados como metabólitos inativos pelos rins. Efeito clínico: 10-14 dias a 6 semanas O bloqueio dos receptores muscarínicos leva a visão turva, xerostomia, retenção urinária, taquicardia sinusal, constipação e agravamento do glaucoma de ângulo fechado. Afetam a condução cardíaca de modo similar ao da quinidina e podem causar arritmias que ameaçam a vida em situação de dose excessiva. Bloqueiam os receptores A- adrenérgicos, causando hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia reflexa. Imipramina→ mais provável de causar hipotensão ortostática. A sedação pode ser significativa, especialmente durante as primeiras semanas do tratamento, e está relacionada com a capacidade que esses fármacos têm de bloquear os receptores H1 histamínicos. Aumenta de massa corporal. Disfunção sexual ocorre em uma minoria de pacientes, e a incidência é menor do que a associada com o ISCS. Devem ser usados com cautela nos pacientes com transtorno bipolar, pois podem causar alteração para comportamento maníaco. Têm índice terapêutico estreito (5-6 x da dose máxima diária de imipramina pode ser letal). Os pacientes deprimidos que são suicidas devem receber somente quantidades limitadas desses fármacos e devem ser observados de perto. Podem agravar certas condições médicas, como hiperplasia prostática benigna, epilepsia e arritmias preexistentes. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (IMAO) → Fenelzina, Selegilina, Tranilcipromina e Isocarboxazida Mecanismo de Ação Ações Usos terapêuticos A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos, fígado e intestino. No neurônio, a MAO funciona como “válvula de segurança”, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de neurotransmissor (norepinefrina, dopamina e serotonina) que possa vazar das vesículas sinápticas quando o neurônio está em repouso. IMAO→ pode inativar reversível ou irreversivelmente a enzima, permitindo que as moléculas do neurotransmissor fujam da degradação e, se acumulem dentro do neurônio pré-sináptico e vazem para o espaço sináptico. Os quatro IMAOs disponíveis atualmente para o tratamento da depressão incluem fenelzina, tranilcipromina, isocarboxazida e selegilina. Selegilina→ usada também no tratamento da doença de Parkinson. É o único antidepressivo disponível em sistema de administração transdérmico. O uso de IMAOs é limitado devido às complicadas restrições de dieta exigidas durante a utilização desses fármacos. A maioria dos IMAOs, como a fenelzina, forma complexos estáveis com a enzima, causando inativação irreversível. Isso resulta em aumento dos estoques de norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos neurônios e subsequente difusão do excesso de neurotransmissor para a fenda sináptica. Inibem a MAO não só no cérebro, mas também no fígado e no intestino, onde catalisam desaminações oxidativas de fármacos e substâncias potencialmente tóxicas, como a tiramina, que é encontrada em certos alimentos. Os IMAOs mostram elevada incidência de interações com fármacos e com alimentos. Selegilina→ administrada na forma de adesivo transdérmico pode produzir menor inibição da MAO hepática e intestinal em dosagens baixas, porque se evita a biotransformação de primeira passagem. Embora a MAO esteja completamente inibida após alguns dias de tratamento, a ação antidepressiva dos IMAOs, como a dos ISCSs, ICSNs e ADTs, é retardada em várias semanas. A selegilina e a tranilcipromina apresentam efeito estimulante tipo anfetamina, o qual pode causar agitação e insônia. MAO-A: Metaboliza NA, 5-HT, DA → Efetivos contra depressão MAO-B: Metaboliza DA, Selegilina inibe a MAO-B → Antiparkinsoniano A inibição pode ser seletiva ou inespecífica e ainda reversível ou irreversível. São indicados para pacientes deprimidos que não respondem ou são alérgicos aos ADTs ou que apresentam forte ansiedade. Uma subcategoria especial de depressão, denominadadepressão atípica, pode responder aos IMAOs preferencialmente. Devido ao risco de interações entre fármacos e entre fármaco e alimentos, os IMAO são considerados os fármacos de última escolha em vários centros de tratamento. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE (IMAO) → Fenelzina, Selegilina, Tranilcipromina e Isocarboxazida Farmacocinética Efeitos Adversos Moclobemida Tranilcipromina São bem absorvidos por administração VO. A regeneração de enzima, quando é inativada irreversivelmente, varia, mas em geral ocorre várias semanas depois de terminar a administração do fármaco. Assim, quando houver troca de antidepressivos, deve haver um intervalo mínimo de 2 semanas após o fim do tratamento com IMAO e o início de outro antidepressivo de qualquer outra classe. Os IMAOs são biotransformados no fígado e excretados rapidamente na urina. Hepatotoxicidade Hipotensão ortostática Estimulação excessiva do SNC Crises hipertensivas Interações: com precursores de aminas → L- Dopa e com alimentos que contém tiramina (queijos, vinhos, laticínios) → “Síndrome do queijo” Graves, frequentemente imprevisíveis, devido a interações com fármacos e alimentos. Tiramina → presente em alimentos como queijos envelhecidos e carnes, fígado de aves, peixes em conserva ou defumados e vinhos tintos normalmente é inativada pela MAO no intestino. Indivíduos tratados com IMAO são incapazes de degradar a tiramina presente na dieta e ela causa liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em “crise hipertensiva” com sinais e sintomas como cefaleia occipital, rigidez no pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmias cardíacas, convulsões e possivelmente colapso. Fentolamina ou a prazosina→ são úteis no tratamento da hipertensão induzida por tiramina. Sonolência, hipotensão ortostática, visão turva, xerostomia e constipação. Devido ao risco de síndrome de serotonina, o uso de IMAO com outros antidepressivos é contraindicado. Tanto os ISCSs quanto os IMAOs precisam de um período de eliminação, de 2 semanas no mínimo, antes da administração de fármaco do outro tipo, com exceção da fluoxetina, a qual deve ser suspensa no mínimo 6 semanas antes de iniciar o IMAO. Os IMAOs têm várias outras interações críticas com fármacos, e é necessária cautela quando forem administrdos concomitantemente. Reversível MAO-A Promove o alívio de sintomas tais como exaustão, falta de iniciativa e dificuldades de concentração, não afeta a capacidade de atenção. Sofre efeito de 1a passagem (BD=60%) Posologia: Iniciar o tratamento com 150 mg, 2x/dia e ir aumentando gradualmente até 600 mg/dia. A retirada deve ser gradual para evitar síndrome de retirada. Administrar imediatamente após as refeições. IMAO não seletivo e irreversível Boa absorção pelo TGI, metabolizada por oxidação no fígado de forma rápida, e eliminada por via renal e biliar. Administrar pela manhã e após almoço Posologia: Iniciar com 10 mg, 2x/dia, e ir aumentando 10 mg em intervalos de 1-3 semanas Evitar uso na IH e IR Antidepressivos Tetracíclicos MIANSERINA MAPROTILINA Moclobemida Tranilcipromina Bloqueio dos receptores A2, 5 HT2 e H1 Nenhum efeito sobre a captação de monoamina Sedação, convulsões, reações de hipersensibilidade Ausência de efeitos da atropina e cardiovasculares Posologia: dose de 60 mg/dia Inibidor seletivo da captação de NA Efeitos indesejáveis semelhantes ao da atropina Sedação, convulsões, erupções alérgicas, toxicidade aguda semelhante aos ADT Posologia: 25 a 75 mg em 3 tomadas diárias ou 1 x/dia ao deitar Dose máxima de 150 mg/dia Não possui ação sobre a serotonina e dopamina. Reversível MAO-A Promove o alívio de sintomas tais como exaustão, falta de iniciativa e dificuldades de concentração, não afeta a capacidade de atenção. Sofre efeito de 1a passagem (BD=60%) Posologia: Iniciar o tratamento com 150 mg, 2x/dia e ir aumentando gradualmente até 600 mg/dia. A retirada deve ser gradual para evitar síndrome de retirada. Administrar imediatamente após as refeições. IMAO não seletivo e irreversível Boa absorção pelo TGI, metabolizada por oxidação no fígado de forma rápida, e eliminada por via renal e biliar. Administrar pela manhã e após almoço Posologia: Iniciar com 10 mg, 2x/dia, e ir aumentando 10 mg em intervalos de 1-3 semanas Evitar uso na IH e IR TRATAMENTO DA MANIA E DO DISTÚRBIO BIPOLAR Lítio Outros fármacos Tratamentos Sais de lítio → usados aguda e profilaticamente no tratamento de pacientes bipolares. É eficaz no tratamento de 60 a 80% dos pacientes que exibem mania e hipomania. Embora vários processos celulares sejam alterados pelos sais de lítio, o mecanismo de ação é desconhecido. Seu índice terapêutico é extremamente baixo, e os sais de lítio podem ser tóxicos. Efeitos adversos → cefaleia, xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas e sedação. Os efeitos adversos devidos a níveis plasmáticos mais elevados indicam toxicidade e incluem ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusão e convulsões. A função tiroidiana pode diminuir e deve ser monitorada. É eliminado pelos rins, e a administração em pacientes com insuficiência renal requer cautela, para pacientes com insuficiência hepática, pode ser a melhor escolha. Antiepiléticos como a carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina foram aprovados como estabilizadores do humor para transtornos bipolares. Outros fármacos que podem amenizar os sintomas de mania incluem os antigos (clorpromazina e haloperidol) e os novos antipsicóticos. Os antipsicóticos atípicos risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina também são usados no tratamento da mania. Quetiapina, lurasidona e a combinação de olanzapina e fluoxetina foram aprovadas para depressão bipolar. Bulimia nervosa → imipramina, amitriptilina, fluoxetina Depressão → Antidepressivos tricíclicos (ATC’s), Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS’s), Inibidores da monoaminoxidase (IMAO’s) Síndrome de estresse pós-traumático → fluoxetina e clomipramina Transtorno obsessivo-compulsivo → Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS’s), Antidepressivos tricíclicos (ATC’s) Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) → fluoxetina e imipramina Transtorno do pânico → Antidepressivos tricíclicos (ATC’s), Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS’s) Transtorno afetivo bipolar → Sais de lítio, Antipsicóticos, Anticonvulsivantes Farmacocinética Geral
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