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Controle motor

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Controle motor 
Beatriz Rithiely 
 
• Envolve funções relacionadas ao movimento: planejamento, controle individual de 
músculos, momento da execução, ajuste postural adequado. 
 
• Natureza e causa do movimento 
 Percepção → informação ao SNC de corpo e do ambiente 
 
• Cognição 
 Atenção, motivação, situações emocionais 
 
• Processo motor/ação 
 
• Tarefa fundamental do sistema motor → Transformação de uma ideia em um plano de 
movimento 
 
APRAXIA 
 
• Desordem do movimento aprendido 
• “Transformação” fica comprometida. 
• Decorrente de lesões em diversas partes do encéfalo. 
• Comum em pacientes com lesões no hemisfério esquerdo do cérebro ou na parte anterior do 
corpo caloso. 
 
• Apraxia ideomotora 
 Elabora mentalmente a tarefa, mas não consegue executá-la 
 
• Apraxia ideativa 
 Imita o movimento, mas não o faz sob comando. 
 
• Fisioterapia em neurologia → Consiste na reaquisição de capacidades motoras funcionais 
para a vida cotidiana e no aumento da eficiência dos movimentos. 
 
TEORIAS SOBRE O CONTROLE MOTOR 
 
TEORIA DOS REFLEXOS 
 O reflexo é a base para o comportamento motor. 
 Um estímulo, provoca uma reação. 
 Não há motricidade sem estímulo sensitivo. 
 Refutada por Taub (1958,1980) – pesquisas com macacos. 
 
 Verifica o reflexo como unidade básica da motricidade. O cérebro manda um estímulo o 
receptor capta e acontece uma resposta pelo sistema musculoesquelético. 
 
• Limitação 
 Não explica a capacidade de aprender movimentos novos mesmo sem sensibilidade 
preservada e nem os movimentos voluntários. 
 
• Implicações clínicas 
 O retreinamento do controle motor para as capacidades funcionais deve se concentrar na 
ênfase ou na redução do efeito de vários arcos reflexos (Exs: utilização de reflexos para 
obtenção de função – Ex. RTCA, PNF - reflexo de estiramento, tapping...) 
 
TEORIA HIERARQUICA 
 
• O sistema nervoso apresenta uma estrutura hierárquica: centros superiores controlam/inibem 
os centros inferiores 
 
• Limitação 
 Não explica o controle inferior sobre o superior (ex: papel da medula espinhal como gerador 
central) Ex: Reflexo de retirada ao tocar uma panela quente 
 
• Implicações clinicas 
 Lesões nas regiões corticais podem deflagrar reflexos a partir de níveis mais baixos. (Ex: 
liberação piramidal) 
 Útil para explicar movimentos balísticos que não dependem de feedback sensorial 
 
• O tratamento é baseado na inibição da liberação exagerada ação dos reflexos anormais e 
facilita movimentos automáticos e voluntários mais normais. (Bertha Bobath, 1948) 
 
TEORIA DO PROGRAMA MOTOR 
 
• Os padrões motores são armazenados para depois serem utilizados. 
• O movimento é realizado independente do efetor. 
• Movimento gerado por estimulo sensitivo ou a nível central 
• Geradores de padrão central de movimento. 
 
 
• Limitação 
 Não considera variáveis esqueléticas e ambientais x sistema musculoesquelético. 
 Não considera a influência da posição inicial do membro e força da gravidade. 
 CPG não pode ser considerado o único determinante para gerar movimento. 
 
• Implicações clinicas 
 Para a produção do movimento não há a necessidade de input sensorial. Não são os reflexos 
que produzem o movimento. O próprio gerador central do padrão motor é capaz de produzir 
o movimento. 
 
• Um conjunto de comandos musculares que são estruturados antes que a sequência de um 
movimento se inicie e que permite que toda a sequência seja executada sem influência do 
feedback periférico. (Keele, 1968) 
 
• Embora esteja claro que a organização central de movimentos é a principal fonte de controle 
motor, é também óbvio que a informação sensorial modifica esses comandos de várias e 
importantes maneiras. (RODRIGUES DE PAULA et al, 2007) 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK SENSORIAL 
 
• Ex: Paciente com neuropatia sensorial periférica – apesar da falta de sensibilidade nas mãos 
e pés, ainda pode dirigir um automóvel. Ao comprar um carro novo, não conseguiu mais 
dirigir, readquirindo o carro antigo. 
 
• O que aconteceu??? 
Sem o feedback sensorial dos membros inferiores e superiores, ele era incapaz de atualizar os 
comandos centrais armazenados para dirigir, adaptando-os às sutilezas da nova posição ao 
dirigir. Assim, o feedback sensorial também é utilizado para atualizar as instruções do sistema 
de comando motor central, de forma que os movimentos subsequentes sejam realizados com 
maior precisão. 
 
TEORIA DOS SISTEMAS 
 
• Forças extrínsecas e intrínsecas atuam sobre o corpo 
• Ativação simultânea de diferentes áreas do SNC, responsáveis pela execução do movimento. 
• Não fala de programa motor, mas de controle dos graus de liberdade para o controle do 
movimento. 
 
• Limitação 
 Generalista 
 Necessita de explicações sobre a interação do organismo com o ambiente 
 Pouco mensurável, muitas variáveis 
 
• Implicações clínicas 
 
 Importância de entender o corpo como um sistema mecânico: o movimento não é 
determinado apenas pelas respostas do SN, deve-se considerar também o sistema 
osteomuscular. 
 
ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NO CONTROLE MOTOR 
 
• Receptores 
• Músculos esqueléticos 
• Medula espinhal 
• Tronco encefálico 
• Cerebelo 
• Córtex cerebral 
 
FUNÇÕES DO LOBO FRONTAL 
 
• Consciência. 
• Início do movimento em resposta à solicitação do ambiente. 
• Capacidade de julgamento. 
• Controle das reações emocionais. 
• Controle das expressões verbais. 
• Capacidade de recordar hábitos e movimentos. 
 
FUNÇÕES DO LOBO PARIETAL 
 
• Atenção visual. 
• Percepção sensorial. 
• Movimentos voluntários dirigidos. 
• Manipulação de objetos. 
 
FUNÇÕES DO LOBO OCCIPITAL 
 
• Visão 
 
FUNÇÕES DO LOBO TEMPORAL 
 
• Audição 
 
• Memória 
• Percepção visual – Lembrar da gnosia/agnosia visual 
• Classificação de objetos 
 
ÁREA DE BRODMANN 
 
• Divisão do cérebro humano em 52 regiões diferentes, criando um “mapa” do cérebro. 
 
• Córtex Motor Primário (Área 4) 
 Anterior ao sulco central 
 As células corticais disparam antes 
do início do movimento 
 Lesões: Atrofia mm. Contralateral 
 
• Córtex Pré Motor (Área 6) 
 Face lateral do cérebro, anterior à 
área 4 
 Projeções cerebelares 
 Movimentos sugeridos pelo exterior 
 Correção corporal 
 
• Área Motora Suplementar (Área 8) 
 Face medial do hemisfério, anterior 
à área 4 
 Projeções com núcleos da base 
 Movimentos sugeridos internamente (memória motora), postura, movs. proximais 
 Lesões: D. Parkinson (pistas visuais p/ bom desempenho motor) 
 
TRONCO ENCEFALICO 
 
 Respiração. 
 Frequência cardíaca. 
 Deglutição. 
 Reflexos necessários a visão e audição. 
 Controle do SNA (ex: suor, PA, T). 
 Ritmo do sono e vigília. 
 Funções vestibulares. 
 
 
 
 
 
 
CEREBELO 
 
• Coordenação dos movimentos 
voluntários. 
• Equilíbrio. 
• Algumas funções de memória para atos 
motores aprendidos. 
• Lesões: Movs. Incoordenados 
(disdiadococinesia, dismetria), tremor de 
ação. 
 
 
NÚCLEOS DA BASE 
 
• Caudado (localizado no cérebro); 
• Putâmen (localizado no cérebro); 
• Globo Pálido (localizado no cérebro); 
• Núcleo subtalâmico (localizado 
inferiormente ao tálamo e lateralmente ao 
hipotálamo); 
• Substância Negra (é um núcleo no 
mesencefálo). 
 
 
 
 Funções 
 Não fazem conexões com os MTN inferiores → não são ordenadores do movimento, 
mas coordenadores 
 
• Recebem informação do córtex cerebral, regulando: 
 Postura 
 Contração, tônus e força muscular 
 Movs articulares 
 Sequências de movimentos 
 Participação nas funções cognitivas: Habilidades automáticas, repetitivas, aprendidas 
(Ex: tocar piano) - corpo estriado 
 
 
• Lesões → Movimentos involuntários (hiper e hipo), alterações posturais, alteração de 
reações de equilíbrio e endireitamento 
 Doença de Parkinson (↓ dopamina na subst. negra) 
 Coréias (globo pálido, n. subtalâmico) 
 
NUCLEOSDA BASE + CEREBELO 
 
• Ajustam a atividade nos tratos descendentes 
• Auxiliam o córtex motor na avaliação dos comandos enviados às unidades motoras e do 
movimento que está sendo executado 
 
MEDULA ESPINHAL 
 
 Vias motoras descendentes (eferentes) 
 
• Vias extrapiramidais 
 Responsáveis pela movimentação automáticas, 
involuntária e de ajustes ou correções de 
movimentos voluntários (postura). 
 
• Vias piramidais 
 Componente voluntário da motricidade 
OBS: AS VIAS FUNCIONAM JUNTAS 
 
 Vias motoras descendentes 
(Piramidais) 
 
• Trato Córtico Espinhal Lateral 
(70%) 
 
 Origina-se nas áreas de 
planejamento motor e no córtex 
 Controla os movimentos finos 
distais e seletivos 
 
• Trato Córtico Espinhal Anterior (30%) 
 Origina-se nas áreas de planejamento motor e no córtex 
 Movimento dos grupos musculares proximais dos membros 
 
 
 Vias motoras descendentes (Extra-Piramidais) 
 
• Trato Rubro-Espinhal 
 Origina-se no núcleo vermelho do mesencéfalo 
 Controle dos mm. distais dos membros 
 
• Trato Retículo-espinhal 
 Origina-se na formação reticular. 
 Responsável pelos movimentos voluntários e automáticos dos mm. axiais e proximais dos 
membros 
 É o mais importante dos tratos extra-piramidais 
 
 Vias motoras descendentes (Extra-Piramidais) 
 
• Trato Vestíbulo-Espinhal 
 Origina-se nos núcleos vestibulares 
 Atuam para manter o equilíbrio na postura ereta 
 
 Trato Tecto-espinhal 
 Origina-se no tecto mesencefálico (colículo superior) 
 Responsável por participar das reações de orientação sensório motora 
 
ETAPAS DO MOVIMENTO VOLUNTÁRIO 
 
• 1- Decisão (córtex sensorial e pré frontal, 9-12): 
 O mov. voluntário só pode ser realizado se antes tivermos informações sensoriais (in put) 
que localizem nosso corpo no espaço (visuais, auditivas, somática e proprioceptivas). 
 
• 2- Planejamento (área motora suplementar, cortéx motor primário, cerebelos e áreas 
relativas à memória): 
 Converte a intenção das ações motoras em estratégias concretas para realizá-las 
 Área ativada quando o indivíduo apenas pensa no ato motor sem realizá-lo. 
 
• 3- Início (área 4) 
• 4- Execução (Tratos descendentes, vias piramidais) 
• 5- Controle (conexões do cerebelo e núcleos da base com o córtex motor).

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