Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA Agricultura III CULTURA DO TRIGO (Triticum aestivum L.) Origem Acredita-se que o trigo (Triticum aestivum(L.) THELL), como é conhecido hoje, seja originário de gramíneas silvestres que se desenvolviam nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates (Ásia), por volta dos anos 10.000 a 15.000 a.C. Contudo, os primeiros registros encontrados datam do ano 550 a.C., o que leva a concluir que a maioria das características da planta são conhecidas há mais de 2.000 anos. Importância Países produtores: Rússia (Ucrânia), Estados Unidos, China, Índia e França (ofertam 60% da produção, juntos) Estados produtores: RS, SC, PR, GO, DF, MG, MT e BA. Produção: No Brasil sua produção se concentrasse no Sul e Centro-Sul do país, a região Sul é responsável por 90% da produção nacional brasileira. Produtividade: (kg/ha) 1.500 a 2.500 Kg/ha Rendimento (potencial):3,098 kg/ha/ano, mundial:3,240kg/ha/ano Santa Catarina produz 117 mil(ton.), com área de 53.067 ha, em: Campos Novos, Campo Erê, Faxinal dos Guedes, Abelardo Luz e Chapecó, etc.- e sua produção é destinada a farinha de trigo, entre outros. Utilização O trigo fornece cerca de 20% de calorias provenientes de alimentos consumidos pelo homem, possui uma proteína – glúten – não encontrada em outros grãos, o que faz do trigo componente indispensável para muitos alimentos. O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos farinhas (branca e integral) e triguilho. Com as farinhas prepara-se diversos tipos de pão, massas (macarrão, talharim, ...), carne de trigo (glúten), café de trigo, canjicas, bolos, esfilhas, massas (para tortas, empadas, pastéis), panquecas, pizzas e outras. Com o triguilho prepara-se quibes, torta de quibe, tabule, outros. Farelo de trigo (subproduto da obtenção da farinha branca) ou trigo integral adicionado diariamente à mingaus, sopas, outros proporcionam bom funcionamento do aparelho digestivo do humano prevenindo doenças do cólon e reto, apendicites, problemas cardíacos, entre outros. O farelo de trigo é usado em arraçoamento de bovinos, suínos e aves; a palha do trigo pode ser devolvida ao solo (matéria orgânica), ou ser usada como cama para instalação de animais. Botânica Divisão: Magnoliophyta Classe: Angiospermae Ordem:Poales Família: Poaceae (Gramínea) Gênero: Triticum (Lineu, 1753) RAIZ: Seminais ou primárias, permanentes e adventícias CAULE: ereto, cilíndrico, composto por nós e entre nós(ocos)-9 a 12 folhas =número de nós do colmo FOLHAS: possui pilosidade da bainha, são finas e compridas. INFLORESCÊNCIA: flores em grupo de 3 a 5 formam espiguetas que se agrupam em número de 15 a 20, formando espigas. FRUTO: uma cariopse, é seco, pequeno e chamado de grão. Fenologia e implicações básicas de manejo Fenologia ou estádio fenológico Plântula: Germinação da semente a emergência da plantinha na superfície (5 a 7 dias): a partir emergências dá-se a fase de plântula – aparecimento das 3 primeiras folhas verdadeiras (12 a 16 dias). Perfilhamento: Abrem- se as folhas, surgem os perfilhos (7 a 8 unidades), a fase dura 15 a 17 dias. Alongamento: Primeiro nó do colmo, planta cresce, aparece a folha- bandeira (última da planta). Fase dura 15 a 18 dias. No final dá- se o emborrachamento. Espigamento: Emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de enchimento dos grãos. Dura 12 a 16 dias. Maturação: Término de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e espigas secam. Fase dura 30 a 40 dias. Ecofisiologia (Clima e solo) Ciclo da cultura: em torno de 110- 150 dias Temperatura: emergência: Temp. no solo em torno de (15°C) umidade em torno de 120mm.(50-200mm), até o perfilhamento entre (8 e 18 °C) umidade de 55mm/mês(30 a 80mm), fim do perfilhamento ao espigamento entre (8 e 20°C) e chuvas mensais de 40mm; espigamento à maturação em torno de (18°C),chuvas nunca acima de 60mm./mês. Crescimento apropriado:10-24°C Temperatura ideal(set,out,nov):19°C Solo: de textura média (argiloso arenoso), profundos, drenados, férteis, pH 6,0, saturação de bases entre 40 a 60%, em áreas planas ou com pouco declive. Geadas e ventos fortes são danosos ao trigo Umidade: 75-80% no espigamento-enchimento, em outras fases (inferior a 70%) Água (consumo por dia/consumo total): (5 mm por dia/300-600 mm) Época de plantio Época preferencial: SC:25/6 a 20/7, RS:10/6 a 20/7, MS:20/3 a 30/4 Sistema de plantio Convencional Métodos Conservacionistas Semeadura direta Dessecação Semear no limpo (evitar competição com plantas daninhas, resistência de plantas daninhas Qualidade de sementes (germinação, vigor, sanidade, tratamento) Mínimo Plantio Direto Irrigado Rotação de culturas Calagem e Adubação Calagem: com base nos índices SMP Adubação: Nitrogênio Dose Base 15 a 20 kg/ha e cobertura (30-90 kg de N/ha) Áreas baixa latitude e quentes, restringir dose a 40 kg/ha (acamamento) semeadura cedo pode aumentar acamamento Fósforo e Potássio Dose (fator correção custo/preço) Alternativas: adubação corretiva gradual (dois cultivos) /adubação corretiva total Para K:não recomendado para solos arenosos (<20% de argila) ou com CTC<5 cmolc/dm3 Para p:soma da quantidade dos dois cultivos menos a reposição do 2°cultivo.Assim, por exemplo: teor P(baixo), dose:70+50=90 P2O5/ha Semeadura Densidade de semeadura = população de plantas (300-330 sementes aptas/m2) Núm. de plantas/ha: 3.300.000/ha Núm. de plantas/linha: 60 plantas/m linear Espaçamento entre linhas: 17 a 20 cm Profundidade de semeadura: 2 a 5 cm Peso de 1000 sementes: 42g Quantidade de sementes (kg/ha): 333 kg/ha Variedades Disponibilidade de sementes e experiência prévia Características agronômicas Produtividade; Suscetibilidade a doenças; Acamamento; Cultivares suscetíveis e solos férteis. Redutor de crescimento; Debulha; Germinação na espiga. Ciclo (escalonado) Ciclo curto: RS e PR 110 a 130 dias Ciclo médio: RS:130 a 150 dias/ PR: 145 a 160 dias Ciclo longo: acima de 150 dias (RS), ou 160 dias (PR) Rotação de culturas Efeitos sobre a produtividade Soja-Trigo-Soja Redução de patógenos Melhora a condições químicas e físicas do solo Rotação com soja, leguminosas e nabo:(introduzem nitrogênio) Efeitos sobre incidência de plantas daninhas Ciclo diferenciado; Herbicidas; Manejo; Alelopatia Efeitos sobre incidência de doenças Afeta a quantidade de Inóculo Necrotróficos e biotróficos Biotróficos: Transportados pelo vento (sem efeito da rotação) -Necrotróficos: cerca de dois anos de rotação reduz esporos Manejo de Plantas Daninhas Principais plantas daninhas e métodos de controle Competição:30 a 40 dias após a semeadura Medidas preventivas: Sementes isentas de plantas daninhas Rotação de culturas; Controle de plantas daninhas entre safra; Métodos de controle: Culturais; Biológico, Físicos; Químico. As principais plantas daninhas são:azevém,aveia,buva,nabo,ervilhaca, entre outras. Manejo de Pragas Broca-do-colo ou lagarta-elasmo: Elasmopalpus lignosellus Lagarta-militar: (lagarta-do-cartucho-do-milho) Spodoptera frugiperda Lagarta-do-trigo: Pseudaletia sequax Lagarta-dos-capinzais:Mocis latipes Pulgão-verde-dos-cereais: Schizaphis graminum Pulgão-da-raiz: Rhopalosiphum rufiabdominale Pulgão-do-colmo-do-trigo:Rhopalosiphum padi Pulgão-da-espiga-do-trigo:Sitobion avenae Pulgão-da-folha-do-trigo:Metopolophium dirhodum Pulgão-preto:Sipha maydis Coró-das-pastagens: Diloboderus abderus Coró-do-trigo: Phyllophaga triticophaga Percevejo-verde:Nezara viridula Percevejo-do-trigo:Thyanta perditor. Métodos de controle: biológico, físicos; químico. Manejo de Doenças Oídio: Erysiphe graminis Ferrugem da folha:Pucciniatriticina Ferrugem do colmo:Puccinia graminis tritici Helmintosporiose (mancha-marrom do trigo):Helminthosporium sativum Mancha salpicada da folha:Mycosphaerella graminicola Estria bacteriana:Xanthomonas campestris Giberela:Gibberella zeae VNAC (virose do nanismo amarelo da cevada):Barley yellow dwarf virus Brusone: Magnaporthe grisea Podridão comum:Cochliobolus sativus Carvão:Ustilago tritici Colheita Época: Agosto - Setembro. Preferencialmente:13% de umidade (secagem a campo) Atraso na colheita Perdas quantitativas: Debulha Ataque de pássaros/ratos Acamamento Perdas qualitativas: Germinação na espiga Redução do peso do hectolitro Ataque de fungos (grãos ardidos) Pós-colheita Armazenamento-armazenamento dos grãos inicia-se a partir da maturidade fisiológica. Preocupações: umidade, temperatura, impurezas, insetos, danos mecânicos, microrganismos e roedores. Beneficiamento A trilha (debulha)ou separação dos grãos da palha podem ser feitas diretamente após a colheita em trilhadoras estacionárias manuais ou movidas à eletricidade ou gasolina ou óleo diesel com regulagens adequadas. Pode ser feita à mão, e aos feixes são batidos sobre superfície sólida (como troncos de madeira). Para efetuar a trilhagem os grãos devem estar bem secos para se soltarem facilmente das espigas. Após a debulha os grãos de trigo devem ser “abanados’’ com uso de peneiras para eliminar palhas, pedras, paus, torrões e sementes estranhas. dos e limpos os grãos de trigo devem ser secados até que sua umidade atinja valores inferiores a 13% (grão difícil de ser quebrado com dente). Grãos assim secados podem ser armazenados por mais de 12 meses tendo-se o cuidado frequente de verificar presença de pragas de armazenados (gorgulhos e traças). Os grãos podem ser armazenados com eficiência em latas, vedando-se convenientemente, a tampa. O rendimento da lavoura de trigo está entre 1.500 a 2.500 Kg/ha (lavouras irrigadas) de grãos.
Compartilhar