Buscar

Cadernos Magis - Processo Civil

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Cadernos MAGIS – Processo Civil 
0 
Sumário 
Normas Fundamentais Do Processo Civil ...................................................................... 10 
1. Aspectos iniciais ................................................................................................. 10 
2. Princípios Informativos ...................................................................................... 10 
2.1. Princípio informativo lógico ....................................................................... 10 
2.2. Princípio informativo Jurídico ..................................................................... 11 
2.3. Princípio informativo Político ...................................................................... 11 
2.4. Princípio informativo Econômico ................................................................ 11 
3. Princípios fundamentais do Processo Civil ......................................................... 11 
3.1.Devido processo legal .......................................................................................... 11 
3.2. Contraditório .................................................................................................... 13 
3.3. Princípios dispositivo e inquisitivo ................................................................... 14 
3.4. Princípio da Cooperação ................................................................................... 15 
3.5. Princípio da fundamentação ..............................................................................17 
3.6. Princípio da Isonomia ou Paridade De Armas ................................................. 18 
3.8. Princípio da Publicidade ................................................................................... 18 
3.9. Princípio da boa-fé processual.......................................................................... 19 
3.10. Princípio da duração razoável do processo ..................................................... 21 
3.11. Princípio da primazia do julgamento de mérito .............................................. 23 
4. Ordem cronológica dos julgamentos .................................................................. 23 
JURISDIÇÃO: ................................................................................................................. 24 
1. Aspectos gerais ................................................................................................... 24 
1.1. Conceito e observações gerais ..................................................................... 24 
2. Finalidades da Jurisdição: .................................................................................. 28 
3. Características da jurisdição ............................................................................... 28 
3.1.1. Lide .............................................................................................................. 29 
3.1.2. Inércia ......................................................................................................... 29 
3.1.3. Definitividade .............................................................................................. 30 
3.1.4. Substitutividade .......................................................................................... 31 
3.1.5. Unidade ....................................................................................................... 32 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
1 
3.1.6. Imparcialidade ............................................................................................ 32 
3.1.7. Exercida mediante processo ....................................................................... 32 
3.1.8. Proibição de controle externo ..................................................................... 32 
3.1.9. Declaratória ................................................................................................. 32 
3.1.10. Criativa (em outro aspecto) ....................................................................... 32 
4. Equivalentes jurisdicionais: ............................................................................... 33 
4.1. Pelas Partes: ................................................................................................ 33 
4.2. Por terceiros: ................................................................................................... 36 
4.2.1. Solução de conflitos por tribunal administrativo ....................................... 36 
4.2.2. Arbitragem: Lei 9307/96. ........................................................................... 36 
5. Princípios da jurisdição .......................................................................................... 39 
5.1. Princípio da inércia: ........................................................................................ 39 
5.2. Princípio da investidura: ................................................................................ 40 
5.3. Princípio da territorialidade: .......................................................................... 40 
5.4. Princípio do juiz natural: ................................................................................ 41 
5.5. Princípio da indelegabilidade: ........................................................................ 42 
5.6. Princípio da indeclinabilidade: ....................................................................... 43 
5.7. Princípio da inevitabilidade: ........................................................................... 43 
5.8. Princípio da inafastabilidade da jurisdição .................................................... 43 
6. Espécies de jurisdição ............................................................................................ 44 
6.1. Pelo critério que a exercem: ............................................................................ 44 
6.2. Pela posição hierárquica: ................................................................................ 45 
6.3. Pela natureza do objeto da demanda judicial ................................................. 45 
7. A problemática da jurisdição voluntária: ............................................................... 45 
7.1. Conceitos: ....................................................................................................... 45 
7.2. Teorias sobre a Jurisdição Voluntária: ........................................................... 45 
7.3. Características da Jurisdição Voluntária: ....................................................... 46 
7.4. Exclusão da Jurisdição: .................................................................................. 46 
7.5. A jurisdição voluntária e o CPC/2015: ............................................................ 47 
8. Jurisdição Internacional (“Competência”) ............................................................ 47 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
2 
8.1. Princípios/critérios de direito internacional: ................................................. 47 
8.2. Critérios: ......................................................................................................... 48 
8.2.1. Jurisdição Nacional exclusiva: .................................................................... 48 
8.2.2. Jurisdição nacional concorrente: ................................................................ 49 
Competência: Arts. 42 a 66 do CPC ................................................................................ 50 
1. Conceito: ............................................................................................................. 50 
2. Dos Critérios para fixação da competência: ....................................................... 50 
2.1. Matéria: ............................................................................................................. 51 
3. Regime Jurídico da Competência: .......................................................................... 51 
3.1. Competência Absoluta: Art.
64 do CPC ............................................................ 51 
3.2. Competência relativa: ........................................................................................... 52 
4. Regras de Competência no CPC .............................................................................. 52 
4.1. Regra Geral Art. 46 caput e §§ e Art. 48 a 50:................................................... 52 
4.2. Regras Especiais: Arts. 47 e 53: ........................................................................ 53 
4.2.2. Regras do Art. 53 do CPC: ............................................................................. 53 
4.3. Perpetuação da Competência (artigo 43 do CPC) ............................................ 55 
4.4. Causas de modificação da competência relativa (território ou valor da causa) – 
Arts. 54 e seguintes: .......................................................................................................... 57 
4.5. Competência da Justiça Federal: ...................................................................... 59 
4.6. Conflito de competência: .................................................................................. 60 
AÇÃO: .............................................................................................................................. 61 
1. Acepções da palavra ação ................................................................................... 61 
1.1. Sentido constitucional da palavra ação ....................................................... 61 
1.2. Sentido material .......................................................................................... 61 
1.3. Ação como ato ............................................................................................. 62 
2. Teorias da ação: .................................................................................................. 63 
2.1. Teoria Civilista ou Imaentnista da ação: ..................................................... 63 
2.2. Teoria Concreta da ação: ............................................................................. 64 
2.3. Teoria Abstrata da ação: ............................................................................. 64 
2.4. Teoria Eclética da ação: ............................................................................... 65 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
3 
3. Condições da ação: ............................................................................................. 66 
3.1. Legitimidade: .............................................................................................. 67 
3.2. Interesse de agir: ..............................................................................................71 
1.1.1. interesse-utilidade ........................................................................................71 
1.1.2. interesse-necessidade...................................................................................71 
1.1.3. interesse-adequação .....................................................................................71 
1.2. Verificação das condições da ação: ................................................................. 72 
1.3. Carência de ação: ............................................................................................ 73 
1.4. Elementos da ação: ......................................................................................... 74 
1.4.1. Partes ........................................................................................................... 74 
1.4.2. Causa de pedir ............................................................................................. 74 
1.4.3. Pedido .......................................................................................................... 75 
1.4.4. Importância dos elementos da ação:........................................................... 75 
PROCESSO: .................................................................................................................... 75 
1. Aspectos introdutórios: ...................................................................................... 75 
2. Pressupostos processuais: .................................................................................. 76 
1.1. Pressupostos processuais de existência: ..................................................... 77 
1.2. Pressupostos processuais de validade: ....................................................... 79 
2.1.1. Competência (absoluta): ............................................................................. 79 
2.1.2. Imparcialidade: ........................................................................................... 79 
2.1.3. Inicial apta: ................................................................................................. 79 
2.1.4. Capacidade para estar em juízo/capacidade processual:............................ 79 
2.1.5. Citação válida: ............................................................................................. 79 
1.3. Pressupostos negativos: ............................................................................. 80 
1.4. Consequências da violação dos pressupostos: ........................................... 80 
1.4.1. Violação de pressuposto de existência: ...................................................... 80 
1.4.2. Violação de pressuposto de validade ......................................................... 80 
1.5. Questões acerca das nulidades (artigos 276 a 283) ........................................ 81 
EXCEÇÃO: ...................................................................................................................... 83 
1. Noções Gerais .......................................................................................................... 83 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
4 
2. Espécies: ............................................................................................................. 84 
LITISCONSÓRCIO: ........................................................................................................ 85 
1. Noções Gerais: .................................................................................................... 85 
1.1. Conceito: ..................................................................................................... 85 
1.2. Requisitos básicos para a formação: ............................................................... 85 
2. Espécies: ............................................................................................................. 85 
2.1. Quanto à Posição Processual: Litisconsórcio ativo, passivo e 
misto/bilateral/recíproco .................................................................................................. 85 
2.2. Quanto ao momento de sua formação: Litisconsórcio inicial e ulterior ........ 86 
2.3. Quanto ao resultado: Litisconsórcio unitário e simples (ou comum) ............ 87 
2.3.1. Simples: ....................................................................................................... 87 
2.3.2. Unitário: ...................................................................................................... 87 
2.4. Quanto à obrigatoriedade ou origem: Facultativo e necessário ..................... 88 
2.4.1. Facultativo: .................................................................................................. 88 
2.4.2. Necessário: .................................................................................................. 88 
2.4.3. Litisconsórcio multitudinário: .................................................................... 88 
2.5. Outras denominações: .................................................................................... 89 
2.5.2. Litisconsórcio eventual: .............................................................................. 89 
2.5.3. Litisconsórcio anômalo: ..............................................................................
89 
2.5.4. Litisconsórcio alternativo: .......................................................................... 89 
2.5.5. Litisconsórcio pendular: ............................................................................. 89 
2.5.6. Intervenção litisconsorcial voluntária ou “no curso da instância”: ............ 90 
2.5.7. Intervenção iussu iudicis............................................................................. 91 
3. Regime jurídico do litisconsórcio: Art. 117 e 229 CPC ....................................... 91 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: ................................................................................. 92 
1. Introdução às intervenções de terceiros ............................................................. 92 
1.1. Conceitos fundamentais .............................................................................. 92 
1.2. Fundamentos das intervenções de terceiros ............................................... 92 
2. Espécies de intervenção de terceiros: ................................................................. 93 
2.1. Introdução: .................................................................................................. 93 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
5 
2.2. Classificações das intervenções de terceiro................................................. 93 
3. Intervenções em espécie: .................................................................................... 94 
3.1. Assistência: Art. 119/124 ............................................................................. 94 
3.2. Denunciação da lide: Art. 125/129 CPC ...................................................... 99 
3.3. Chamamento ao processo: ........................................................................ 105 
3.4. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: Art. 133/135 CPC
 108 
3.5. Amicus Curiae: Art. 138 CPC ..................................................................... 111 
3.6. Intervenção especial ou anômala da Fazenda Pública (artigo 5º, Lei nº 
9.469/97): 114 
JUIZ E MINISTÉRIO PÚBLICO: ................................................................................... 115 
1. Juiz: Artigos 139 a 148 CPC: .............................................................................. 115 
1.1. Introdução .................................................................................................. 115 
1.2. Imparcialidade: (impedimento e suspeição – arts. 144 e 145 do Novo CPC)
 116 
2. Ministério Público: Arts. 176 a 181 CPC ............................................................ 119 
2.1. Regras comuns do MP parte e fiscal ......................................................... 120 
2.2. Regras do MP “Fiscal” da ordem jurídica: ................................................ 120 
2.3. O papel do MP: ........................................................................................... 121 
TUTELAS PROVISÓRIAS: Arts. 294 a 311 .................................................................... 121 
1. Noções introdutórias: ........................................................................................ 121 
1.1. Características comuns das tutelas provisórias: ....................................... 122 
1.2. Características comuns das tutelas de urgência: antecipada e cautelar ... 123 
2. Tutela de Evidência: ......................................................................................... 124 
3. Tutela Antecipada: (satisfativa provisional de urgência) ................................. 125 
3.1.Tutela Antecipada Antecedente: Arts. 303 e 304 CPC .................................... 125 
4. Tutela Cautelar: (conservativa provisional de urgência) ................................. 128 
4.1. Procedimento: ........................................................................................... 128 
5. Tutela de Evidência ........................................................................................... 131 
5.1. Hipóteses de cabimento: Art. 303, I a IV ................................................... 131 
5.2. Fluxograma: .............................................................................................. 133 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
6 
6. Considerações finais: ........................................................................................ 133 
6.1. Beneficiários da tutela provisória ............................................................. 134 
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO: ........................................ 134 
1. Da formação do processo: ................................................................................ 134 
2. Da suspensão do processo (artigos 313 a 315 do CPC) ..................................... 135 
1.6. Morte ou incapacidade .............................................................................. 135 
1.7. Convenção das partes ................................................................................ 135 
1.8. Pela arguição de impedimento ou suspeição ............................................ 135 
1.9. Admissão do IRDR .................................................................................... 136 
1.10. Quando a decisão de mérito depender: .................................................... 136 
1.11. Força maior ............................................................................................... 136 
1.12. Fato sujeito à apreciação do Tribunal Marítimo: ...................................... 136 
1.13. Incisos VIII, IX e X .................................................................................... 136 
2. EXTINÇÃO DO PROCESSO: Art. 316 a 317 ..................................................... 137 
NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL: ......................................................................... 138 
PROCEDIMENTO COMUM ......................................................................................... 138 
1. Introdução: ....................................................................................................... 138 
1.1. Fluxograma: .............................................................................................. 140 
2. Petição inicial: ................................................................................................... 141 
2.1. Requisitos da inicial: Art 319 ..................................................................... 141 
2.2. O pedido e suas especificações: ................................................................. 144 
2.3. Cumulação de pedidos: Arts. 326 a 329 CPC ............................................ 145 
3. Atitudes do juiz diante da inicial: ..................................................................... 147 
4. Citação (artigo 238 e seguintes): ...................................................................... 150 
4.1. Formas de citação: .................................................................................... 150 
4.2. Efeitos da citação válida ............................................................................ 152 
4.3. Audiência para autocomposição: artigo 334 ............................................. 152 
5. Respostas do Réu: Arts. 335 a 342 CPC ........................................................... 153 
5.1. Aspectos Gerais: .............................................................................................. 153 
5.2. Contestação: Artigos 335 a 342, do CPC. .................................................. 155 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
7 
5.3. Reconvenção: Art. 343 CPC ...................................................................... 160 
5.4. Revelia: Artigo 344 e 346, do CPC. ........................................................... 162 
6. Providências preliminares: Artigo 347 a 353, do CPC. .................................... 163 
7. Saneamento e organização do processo: Artigo 357, do CPC. ......................... 163
7.1. Providências: ............................................................................................. 164 
7.2. Espécies de saneador: ............................................................................... 165 
7.3. Observações finais: .................................................................................... 165 
8. Fase Instrutória: ............................................................................................... 166 
8.1. Teoria Geral da Prova: .................................................................................... 166 
8.2. Poderes instrutórios do juiz: Art. 370 ....................................................... 170 
8.3. Sistema de valoração da prova: Art. 371 ................................................... 170 
8.4. Prova emprestada: .................................................................................... 170 
8.5. Objeto da prova: ......................................................................................... 171 
8.6. Ônus da prova: Art. 373 ............................................................................ 172 
8.7. Meios de prova: Provas em espécie ........................................................... 173 
8.8. Sequência da prova no processo: .............................................................. 176 
8.9. Audiência de instrução, debates e julgamento: Art. 358 a 368 ................ 176 
9. Sentença: Artigo 203, §1º; artigo 316; artigo 485 e artigo 487. E também artigo 
485 a 495. 177 
9.1. Conceito: .......................................................................................................... 177 
9.2. Primazia pelo julgamento do mérito: Artigo 488, do CPC ....................... 179 
9.3. Elementos da sentença: Artigo 489, do CPC ............................................ 180 
9.4. Princípio da congruência: Artigo 492 ....................................................... 182 
9.5. Classificação das sentenças: ...................................................................... 184 
10. Coisa julgada: Artigos 502 e seguintes. ............................................................ 186 
10.1. Conceito: ................................................................................................... 186 
10.2. Requisitos para coisa julgada .................................................................... 186 
10.3. Limites da coisa julgada ............................................................................ 187 
10.4. Eficácia preclusiva da coisa julgada: Artigo 508, do CPC. ........................ 188 
MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÃO: .................................................................. 189 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
8 
1. Noções gerais: ................................................................................................... 189 
2. Remessa necessária: Art. 496 ........................................................................... 190 
2.1. Cabimento ................................................................................................. 190 
2.2. Princípios .................................................................................................. 190 
2.3. Dispensas da remessa: .............................................................................. 190 
3. Recursos: Art. 994 e seguintes .......................................................................... 191 
3.1. Conceito: .................................................................................................... 191 
3.2. Princípios recursais: .................................................................................. 193 
3.3. Pressupostos recursais ou requisitos de admissibilidade ......................... 195 
3.4. Juízo de admissibilidade .......................................................................... 200 
3.5. Mérito Recursal ........................................................................................ 200 
3.6. Efeitos dos Recursos: ............................................................................... 200 
3.7. Recursos em espécie: ................................................................................ 203 
SISTEMAS DE PRECEDENTES NO CPC: .................................................................... 221 
1. Introdução: ....................................................................................................... 221 
2. IAC - Incidente de assunção de competência: Art. 947 .................................... 221 
2.1. Conceito/finalidade: ................................................................................. 221 
2.2. Requisitos: ................................................................................................. 221 
2.3. Procedimento: ........................................................................................... 222 
3. IRDR – Incidente de resolução de demandas repetitivas: Artigos 976 a 987, CPC
 222 
3.1. Conceito/finalidade: ................................................................................. 222 
3.2. Requisitos: ................................................................................................. 223 
3.3. Procedimento: ........................................................................................... 223 
EXECUÇÃO:.................................................................................................................. 224 
1. Teoria Geral da Execução: ................................................................................ 224 
1.1. Introdução ................................................................................................. 224 
1.2. Requisitos para qualquer execução:.......................................................... 225 
1.3. Legitimidade ............................................................................................. 226 
1.4. Competência: ............................................................................................ 227 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
9 
1.5. Responsabilidade patrimonial: ................................................................. 227 
1.6. Fraudes do devedor ................................................................................... 227 
1.7. Princípios: ................................................................................................. 228 
2. Cumprimento de sentença................................................................................ 230 
1.1. Regras Gerais: ........................................................................................... 230 
2.1. Cumprimento de sentença de quantia certa: artigos 523 e seguintes. ..... 231 
2.2. Cumprimento de sentença de quantia certa de alimentos: Artigos 528 e 
seguintes. 233 
2.3. Cumprimento de quantia certa contra a Fazenda Pública: Artigos 534 e 535
 235 
2.4. Cumprimento nas obrigações de fazer, não fazer e entrega de coisa: Artigos 
536 a 538 236 
3. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL ................................................... 238 
3.1. Execução por entrega de coisa: Art. 806 a 813 ......................................... 238 
3.2. Execução da obrigação de fazer e não fazer: Art. 814 a 823 ..................... 240 
3.3. Execução de quantia certa: Artigo 824 e seguintes .................................. 242 
 
 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
10 
Normas Fundamentais Do Processo Civil 
O novo CPC traz em sua porta de entrada um estudo das normas fundamentais do 
processo civil, assim nos 12 primeiros artigos o legislador estrutura o novo sistema, trazendo 
suas normas idealizadoras dos quais emanam todo restante do Código. 
1. Aspectos iniciais 
Conforme dito acima, o Novo Código de Processo Civil adota também como um norte a 
seguir o rol de “normas fundamentais”, que estruturam o modelo do processo civil brasileiro, 
servindo como norte para a compreensão das demais normas jurídicas
processuais. 
A doutrina aponta que os 11 primeiros artigos traduzem-se em princípios norteadores já 
o décimo segundo artigo prevê a ordem cronológica de julgamento, outra novidade no sistema, 
entretanto, trata-se de uma regra. 
Segundo a doutrina, os princípios fundamentais do processo assinalam a linha pela 
qual o ordenamento processual civil definirá, em sua inteireza, as diretrizes que 
nortearão a prestação da tutela jurisdicional, seja a partir das normas processuais ou 
na busca interpretativa de conhecer-lhes a finalidade. O certo é que os princípios constituem 
o substrato do direito, muitas vezes implícitos no ordenamento jurídico. 
Assim os princípios1 fundamentais do processo civil são aqueles necessários para que 
o processo siga seu curso sem qualquer tipo de mácula ou vício que o invalide2, sendo 
que sem a observância de sua imperatividade, a norma jurídica perde a sua energia 
fundamenta, pois em verdade, os princípios constituem a célula nuclear do direito. 
2. Princípios Informativos 
São aquelas normas de caráter denso, geral e abstrato, que incidem sobre qualquer regra 
de cunho processual tenha ela caráter constitucional ou infraconstitucional, 
independentemente do tempo ou lugar em que se apliquem. 
O Prof. Cândido Dinamarco aponta quatro, que servem de lastro para regular toda e 
qualquer regra processual, sendo eles os princípios informativos 1. Lógico; 2. Jurídico; 3. 
Político e 4. Econômico. 
2.1. Princípio informativo lógico 
Segundo este princípio a lógica do processo é aproximar o juiz da verdade a partir 
de uma sequência ordenada de atos, que possibilite uma justa composição aos conflitos 
de interesse apresentados. 
Petição inicial  Respostas  produção de provas  Sentença. 
 
1 O professor indica para um aprofundamento do tema a obra do Prof. Humberto Ávila, Teoria 
dos Princípios, da Ed. Malheiros. 
2 O professor faz uma analogia com os princípios básicos da “boa educação” ensinados, as vezes, 
pelos pais, para que se forme o caráter do cidadão. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
11 
Nesse sentido, importante distinguir o processo do procedimento, pois, Segundo a 
doutrina, figuras diferentes: 
i. Processo é o meio colocado a disposição do cidadão para a solução de eventuais 
conflitos de interesses. 
ii. Procedimento: é a sequência de atos visando um provimento jurisdicional 
exarado pelo Estado-Juiz. 
2.2. Princípio informativo Jurídico 
Traduz-se na necessidade que tem todo processo em atender estritamente às disposições 
legais, desenvolvendo seus atos segundo a lei vigente, busca-se “evitar surpresas” às partes. Ex. 
Previsão de apresentação de testemunhas no prazo assinalado ou no prazo legal. 
2.3. Princípio informativo Político 
Traduz-se na necessidade de que as regras processuais estejam e conformidade com o 
regime político adotado pelo sistema à época em que foi criado. 
Esse princípio tem lugar na medida em que todo o ordenamento jurídico de um país 
reflete o momento político/histórico em que foi criado, p. ex. Lei de Crimes Hediondos foi 
criado reflexamente à onda de crimes violentos na década de 90. 
Nesse sentido, deve ser possível reconhecer na ideia do legislador qual era a situação 
política da época em que a norma foi criada, o que fornece uma forma de sistematização do 
ordenamento jurídico. 
O processo deve ter seu maior rendimento possível, cumprindo sua instrumentalidade3 
sem grandes sacrifícios às partes. 
2.4. Princípio informativo Econômico 
Trata-se da necessidade de que as regras processuais possibilitem efetivamente o acesso 
à justiça a todos com o mínimo de dispêndio. 
O acesso à justiça é uma garantia de respeito ao princípio da inafastabilidade da 
jurisdição, insculpido no Art. 5º, inciso XXXV da Constituição Federal. 
Orienta os operadores do direito à obtenção máxima de rendimento. Ex.: modalidades 
de intervenção de terceiros. 
3. Princípios fundamentais do Processo Civil 
3.1.Devido processo legal 
3.1.1. Nomenclatura 
Devido processo legal é a tradução da expressão: “due process of law”, sendo que a 
tradução é realizada ao pé da letra, mas, rigorosamente, “of law” significa “em conformidade 
com o direito”. 
 
3 O processo não é um fim em si mesmo, ou seja, é um instrumento para que se alcance um 
objetivo fim, que é a resolução do conflito de interesses posto à análise do Estado-Juiz. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
12 
Dessa forma, pode-se afirmar que o direito não é apenas a lei, mas um conjunto de 
normas do qual a lei faz parte. 
A expressão devia ser retraduzida para “processo em conformidade com o direito”, é por 
isso que alguns doutrinadores entendem que hoje se deve falar em “devido processo 
constitucional”4. 
3.1.2. Modelo constitucional do processo brasileiro 
Ao conjunto de normas processuais constitucionais dá-se o nome de “modelo 
constitucional do processo brasileiro”, previsto na Constituição e produzido a partir do devido 
processo legal. 
“Fair Trial”, “processo justo” e “processo equitativo” são três expressões sinônimas do 
devido processo legal. São variações terminológicas acerca do mesmo tema. 
A que “processo” se refere a garantia constitucional? Processo, na Constituição, significa 
“qualquer método de produção de norma jurídica”. Portanto, pode-se falar em devido processo 
legal legislativo, devido processo legal administrativo e devido processo legal jurisdicional. 
Neste tópico, será estudado o devido processo legal jurisdicional civil. 
Obs.: Fala-se, hoje, em devido processo legal privado. No âmbito das relações privadas, 
o devido processo também deve ser observado, p.ex. suspensão do clube de associado que 
importuna o presidente, de imediato, sem a observância do devido processo legal privado (sem 
contraditório, por juiz imparcial etc.). O Supremo já decidiu que o devido processo legal se 
aplica às relações privadas, trata-se da aplicação da tese de que os direitos fundamentais têm 
eficácia horizontal5. 
3.1.3. Devido processo legal formal e substancial 
O devido processo legal passou a ser encarado em duas dimensões. Passou-se a admitir 
que ele tem uma dimensão formal e outra substancial. 
À dimensão formal (procedural due process), deu-se o nome de devido processo legal 
processual ou procedimental, tem por conteúdo as garantias processuais, o contraditório, 
o juiz natural e imparcial, um processo com a duração razoável, obrigatórias para o exercício 
da Jurisdição. 
 
4 Trata-se de um preciosismo teórico que pode ser objeto de questionamento. O termo “due 
processof law” existe desde 1354, antes dele, falava-se em “law of the land”, expressão que surgiu em 
1037. 
5 Eficácia horizontal dos direitos fundamentais é a eficácia dos direitos fundamentais nas relações 
privadas. Eficácia vertical dos direitos fundamentais é a eficácia dos direitos fundamentais nas relações 
entre Estado e cidadão. No Brasil, portanto, a tese já foi consagrada pelo STF, e o exemplo paradigmático 
é o devido processo legal. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
13 
No sentido substancial6 (substantive due process), o devido processo legal diz respeito 
ao campo de elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade 
legislativa abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da 
aplicação concreta das normas jurídicas. Funciona como controle das arbitrariedades do 
Poder Público, por ser originariamente voltado neste sentido. 
Assim, é dizer que o Processo devido é o que produz decisões razoáveis e 
proporcionais, pois, uma lei desproporcional é produto de um processo legislativo indevido 
substancialmente, ainda que todas as formalidades tenham sido observadas. 
3.2. Contraditório 
O processo é um procedimento estruturado em contraditório. O princípio do 
contraditório
é reflexo do princípio democrático na estruturação do processo, devendo ser 
visto, portanto, como exigência para o exercício democrático de um poder. 
Encontra-se previsto constitucionalmente no Art. 5º, inciso LV, e é uma garantia literal 
do Novo Código de Processo Civil, que o insculpe em seus Arts. 9º e 10º. 
Art. 9º: Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
ouvida. 
Parágrafo único: O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701 (ação monitória). 
Art. 10: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda 
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
3.2.1. Dimensões do princípio do contraditório 
O princípio do contraditório, assim como o devido processo legal, uma vez que dele 
derivado e deve ser compreendido em duas dimensões: 
i) Formal: significa o direito de ser ouvido, de participar de um processo que lhe 
diga respeito; 
Esse é o conteúdo mínimo do princípio do contraditório e concretiza a visão 
tradicional a respeito do tema. De acordo com esse pensamento, o órgão jurisdicional efetiva a 
garantia do contraditório simplesmente ao dar ensejo à ouvida da parte. 
ii) Substancial: é o direito de poder influenciar a decisão. 
Não adianta permitir que a parte simplesmente participe do processo, apenas isso não é 
o suficiente para que se efetive o princípio do contraditório, vez que é necessário que se permita 
 
6 O termo foi desenvolvido nos Estados Unidos sob o raciocínio de que um processo devido não é 
apenas aquele em que se observam exigências formais: devido é o processo que gera decisões jurídicas 
substancialmente devidas. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
14 
que ela seja ouvida, é claro, mas em condições de poder influenciar a decisão do 
magistrado, de interferir com argumentos, ideias, alegando fatos. 
O contraditório é, portanto, o direito de participar do processo de um modo 
que seja permitido influenciar na decisão. Daí a existência do direito à prova, que tem 
fundamento constitucional e é conteúdo do aspecto substancial do contraditório. 
Em razão dessa dimensão substancial do contraditório, fala-se no dever de consulta do 
juiz, tratado quando do estudo do princípio da cooperação. 
3.2.2. Contraditório e congruência 
O princípio do contraditório relaciona-se com o princípio da congruência (segundo o 
qual o juiz deve decidir de acordo com o que foi pedido). Isso porque impor essa limitação ao 
magistrado é garantir que o réu somente será condenado com relação ao que ele foi demandado 
e pôde opinar, participar, influenciar. Limitar o objeto da decisão, portanto, é concretizar a 
garantia do contraditório. 
3.2.3. Contraditório e ampla defesa 
A indissociabilidade do contraditório e da ampla defesa decorre do fato de que a ampla 
defesa é a dimensão substancial do contraditório. Falava-se em contraditório e ampla 
defesa na época em que o contraditório era entendido em seu aspecto formal. Hoje, com essa 
dimensão substancial, não há mais que se falar em ampla defesa, cujo conteúdo vem sendo 
esvaziado. 
3.3. Princípios dispositivo e inquisitivo 
3.3.1. Modelos tradicionais de organização do processo 
Os diversos países do Ocidente estruturaram seus processos segundo dois grandes 
modelos de organização, agrupados de acordo com o modo de distribuição dos poderes do Juiz 
no processo: i) modelo de processo dispositivo; e ii) modelo de processo inquisitivo. 
3.3.1.1. Processo/Principio dispositivo 
Processo dispositivo é aquele em que há um protagonismo das partes na gestão 
do processo. 
O processo, aqui, é encarado como coisa das partes e o papel do juiz é basicamente julgar 
e fiscalizar a lei. Fala-se, também, em processo adversarial. Em processo penal, usa-se a 
expressão “processo acusatório”, para designar a mesma coisa. 
Sempre que houver a referência ao princípio dispositivo, se está designando o processo 
em que cabe às partes a tarefa de condução do processo, por serem elas as 
interessadas. Observar o princípio dispositivo é, portanto, observar o processo dispositivo. Diz-
se que os países de common law, de um modo geral, adotam esse modelo. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
15 
3.3.1.2. Processo inquisitivo 
Processo inquisitivo é aquele em que há um protagonismo do Juiz na condução 
do processo. 
O Juiz é um gestor do processo, privilegiando as oportunidades em que pode agir 
do ofício, pois ele interfere, entendendo que o processo não é de interesse das partes, mas de 
interesse público (ou seja, processo é coisa pública, não das partes). Esse modelo costuma ser 
adotado pelos países de civil law. 
3.3.1.3. Modelo adotado pelo Brasil 
Não existe processo dispositivo ou inquisitivo em todos os seus aspectos. Há sempre uma 
combinação de dispositividade e inquisitividade, o que leva parte da doutrina a afirmar que 
houve adoção a um sistema misto. 
O processo, portanto, será dispositivo ou inquisitivo a depender da predominância de 
um ou outro aspecto. 
Entretanto, a regra geral no sistema do Novo Código de Processo Civil é de um 
processo dispositivo. 
3.4. Princípio da Cooperação 
 
Conforme vistos acima, os modelos ou princípios inquisitivo e dispositivo traduzem a 
concepção mais tradicional da doutrina. 
Hoje, todavia, o Novo Código de Processo Civil consagra em seu Art. 6º o chamado de 
“modelo cooperativo” ou princípio da cooperação que prevê: 
Art. 6º:Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se 
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
3.4.1. Conceito 
Processo cooperativo é aquele em que não há protagonismos na gestão, na 
condução do processo, que será gerido por uma comunidade de trabalho gerada pelos 
sujeitos do processo (autor, réu e juiz), cada qual com seus interesses, que estarão todos em 
posição simétrica, de equilíbrio e diálogo. 
Sem hierarquias e protagonismos, com o objetivo de produzir uma decisão justa. O Juiz 
sobressai no momento da decisão, único momento do processo em que a assimetria se revela. 
O professor Cássio Scarpinella Bueno entende que todos os princípios processuais 
servem de base para que haja o nascimento do princípio da cooperação. 
3.4.2. Tripé do princípio da cooperação 
Esse modelo cooperativo seria, para a doutrina que o defende, o adequado para o estado 
democrático e solidário. Acrescentando-se ao princípio democrático e solidário o devido 
processo legal, chega-se à base constitucional do modelo cooperativo (o tripé do “princípio da 
cooperação”: democracia, solidariedade e devido processo legal). 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
16 
O princípio da cooperação é um novo princípio de processo que impõe um novo modelo 
devido, com base na democracia e na solidariedade. 
O princípio da cooperação, portanto, exige uma condução simétrica do processo, 
sem protagonismos, em decorrência do princípio democrático e da 
solidariedade. 
A cooperação nasceu no direito obrigacional (credor e devedor), para dizer que ambos 
têm de cooperar para que a solução do litígio seja a mais justa possível. 
A boa-fé na obrigação gera às partes deveres de cooperação, o que demonstra 
ser possível a cooperação em partes antagônicas. O processo arbitral não significa, de plano, a 
cooperação: também deve haver cooperação na arbitragem. 
O princípio da cooperação impõe um dever de conduta ética no processo. Em Portugal, 
o princípio é tratado pela doutrina como norma programática. 
3.4.3. Consequências práticas da adoção do princípio da cooperação: 
O princípio da cooperação impõe deveres de conduta ao juiz: 
i) dever de esclarecimento: 
O juiz tem o dever de esclarecer os seus posicionamentos
para as partes, para facilitar o 
diálogo, e o dever de pedir esclarecimentos às partes. Se o magistrado não entende o que a 
parte postula, não pode indeferir a postulação sob o fundamento de que não entendeu. 
Acontece muito de o juiz não aceitar uma postura por não entendê-la (não admitir o recurso se 
não compreender as razões dele). 
ii) dever de prevenção: 
Se vislumbrar algum defeito processual, o juiz tem o dever de apontá-lo e dizer como ele 
deve ser corrigido. O dever de prevenção é o dever de evitar que o processo morra inutilmente. 
A cooperação tem tudo a ver com a boa-fé, pois torna o processo mais leal, mais ético e qualifica 
o contraditório.7 
iii) dever de consulta: 
De acordo com o princípio da cooperação, o juiz tem o dever de consultar as partes sobre 
questão de fato ou de direito, ainda que conhecível ex officio, que seja relevante ao julgamento 
da causa e que não tenha sido ainda objeto de debate. 
Ex.: no curso do processo, o juiz verifica que a lei é inconstitucional, questão essa que até 
então não havia sido suscitada por nenhuma das partes. Deve ele abrir a oportunidade às partes 
de se manifestarem acerca daquela inconstitucionalidade, antes de julgar com base nela. 
 
7 O STJ já decidiu que o Juiz não pode indeferir a petição inicial sem dar à parte a oportunidade 
de aditá-la. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
17 
A Lei de Execução Fiscal, em seu art. 40, § 4º, diz que o juiz pode conhecer de ofício 
acerca da prescrição tributária, mas deve ouvirantes a Fazenda Pública. O dispositivo consagra 
o dever de consulta (o qual vem também consagrado em inúmeros dispositivos do NCPC): 
Art. 40 (...) § 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo 
prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a 
prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) 
iv) dever de auxílio: 
Alguns doutrinadores acrescentam um quarto dever: o juiz teria o dever de auxiliar as 
partes na formulação de suas pretensões8. 
3.5. Princípio da fundamentação 
A fundamentação é exigência constitucional, prevista no Art. 93, inciso IX da 
Constituição Federal, segundo o qual todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de 
nulidade. 
Nessa esteira, o Novo Código de Processo Civil trouxe em seu Art. 11, uma reprodução da 
norma constitucional, entretanto, a grande inovação no sistema em relação ao tema é a 
presença de limites que o código prevê para que a decisão seja efetivamente fundamentada. 
Tais limites encontram-se no Art. 489, § 1º e incisos do Novo Código de Processo Civil, 
segundo o qual, além do relatório e do dispositivo, é elemento essencial da sentença 
o seu fundamento, oportunidade em que o juiz analisará as questões de fato e de 
direito, mas não só, pois a lei passa a “não considerar como devidamente fundamentada 
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão que”: 
Art. 489, § 1º: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados9, sem explicar o motivo concreto de 
sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
 
8 Didier, esse princípio não cabe no ordenamento jurídico brasileiro, o que não acontece, por 
exemplo, na Alemanha. Esses autores importaram a ideia daquele país, sem adaptá-la ao Brasil. 
9 Ex. invocar o princípio da “dignidade da pessoa humana” para fundamentar a decisão, sem 
explicar com o que o princípio se relaciona efetivamente com o caso concreto. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11051.htm#art6
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
18 
julgamento ou a superação do entendimento10. 
Assim, pode-se concluir que fundamentar, na perspectiva do atual modelo de processo, 
representa ir além da mera enunciação formal dos ditames que devem regular o 
caso concreto. 
Trata-se, pois, da exigência que obriga o julgador a esmiuçar (atento ao princípio da 
concretude) como, quando, e porque optou por emanar esta ou aquela decisão. 
A partir de um jogo de palavras, não raro compreendido por todos, afigura-se 
plenamente possível afirmar que, atualmente, exige-se mais do que mera motivação, exige-se 
a motivação da motivação. Decisório insuficientemente ou não motivado representa ato 
jurídico nulo. 
3.6. Princípio da Isonomia ou Paridade De Armas 
O princípio encontra-se expressamente previsto no Art. 7º do Novo Código de Processo 
Civil: 
Art. 7º: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à 
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo 
contraditório. 
Assim, não há mais espaço, no modelo atual, para o simples beneficiamento judiciário 
de uma parte em detrimento de outra, fundado, apenas, em ideologia erigida à condição de 
dogma no passado, entretanto, ainda é lícito ao legislador tratar, de forma assimétrica, os 
contendores, justificando-se tal atitude pela necessidade de equiparar processualmente os 
materialmente desiguais, trata-se da faceta substancial do princípio. 
É importante lembrar que o principio tem lastro constitucional, previsto no Art. 5º, 
caput, inciso I. 
3.8. Princípio da Publicidade 
O processo, para ser devido, tem de ser público. Isso significa que não se admite processo 
secreto, a Constituição Federal trata do tema em vários dispositivos, em especial o já citado 
Art. 93, inciso IX e também no inciso X. 
O Novo Código de Processo Civil no já citado Art. 11 traz disposições sobre o tem mas, o 
Art. 8º do mesmo diploma o consagra expressamente: 
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do 
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 
 
10 O novo sistema processual traz duas figuras do direito norte americano, cuja importância dos 
precedentes é largamente observada, trata-se do distinguishing (hipótese em que um precedente 
invocado pelas partes difere-se do caso analisado no julgamento e do overruling, trata-se da 
superação do entendimento invocado no caso. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
19 
 
Entretanto, ainda persiste eventuais restrições ao princípio que podem ser 
exemplificadas em duas situações: 
i) Casos em que haja interesse público que justifique a restrição: aqui, 
haverá um juízo de ponderação entre a publicidade e o outro interesse público 
envolvido; 
ii) Casos em que se deve preservar a intimidade das pessoas. 
Observe-se ainda que o princípio da publicidade está intimamente ligado com a regra da 
fundamentação, pois trata-se de uma decorrência desse princípio. 
Com a motivação, o juiz dá a todos as razões de seu convencimento e permite que elas 
sejam controladas pela opinião pública, trata-se de um aspecto externo da publicidade11. 
3.9. Princípio da boa-fé processual 
O processo, para ser devido, tem de ser ético, leal, se pautar na boa-fé, pode-se apontar 
como fundamento constitucional,
segundo o STF, o devido processo legal. 
A doutrina entende, contudo, que o princípio da boa-fé (que inclui a boa-fé processual) 
deriva de outras normas, como da igualdade, da solidariedade, da dignidade da pessoa 
humana. 
É certo que a boa-fé é extraível de todos esses princípios, mas, como se trata da boa-fé 
processual, faz mais sentido extraí-la do devido processo legal. 
O Novo Código de Processo Civil tratou de consignar expressamente o princípio, que 
deve ser observado por quem de “qualquer forma participa do processo”, conforme a letra do 
Art. 5º: 
Art. 5º: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé. 
3.9.1. Boa-fé e assédio processual 
Assédio processual é o exercício abusivo de direitos no processo (o “bulling processual”), 
como o caso do Juiz que impõe conciliação sob a ameaça de julgar contra. A boa-fé existe no 
processo justamente como forma de evitar práticas como essa. 
 
11 Há uma questão muito atual acerca da publicidade processual. No Brasil, há uma experiência 
peculiar de transmissão ao vivo das sessões do STF. Isso é bom, por um lado, por ampliar o acesso à 
informação jurídica, mas há quem questione se essa não seria uma publicidade excessiva, a ponto de 
prejudicar a qualidade das próprias decisões. Há quem defenda que as decisões deveriam ser mais 
consensuais: um tentando convencer o outro, com mais conversa. Hoje, os Ministros apresentam seus 
votos prontos. Nos EUA, os julgamentos da Suprema Corte são secretos e as decisões chegam prontas. 
Os que defendem essa tese são: Virgílio Gomes da Silva (USP) e Conrado Hübner(FGV). Percebeu-se 
que, quando as câmeras são ligadas, o julgamento muda. 
 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
20 
O princípio da boa-fé se estrutura em uma cláusula geral (por isso se fala em 
cláusula geral da boa-fé). Como dito, cláusula geral é texto, da qual se pode extrair um 
princípio. Essa cláusula geral, como visto é o art. 5º, do CPC. 
3.9.2. Boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva 
Boa-fé subjetiva é um fato. É a crença de estar agindo corretamente, regularmente, 
licitamente. É um estado anímico. Esse fato, às vezes, é levado em consideração pelo legislador, 
para proteger aquele de boa-fé e punir o de má-fé. Má-fé subjetiva é saber que se age 
incorretamente. 
Boa-fé objetiva não é um fato, mas uma norma, que impõe comportamentos eticamente 
exigidos (de acordo com o padrão de moralidade exigido). Objetivamente correto é o 
comportamento correto independentemente de suas crenças: a análise é objetiva. Verifica-se 
se ele está compatível com o padrão de conduta eticamente exigível. Pouco importa que o 
sujeito acredite estar agindo corretamente. 
Princípio da boa-fé e boa-fé objetiva são sinônimos. Alguns civilistas usam a expressão 
“princípio da boa-fé objetiva”. A Didier, não parece uma designação correta, pois não existe 
um princípio da boa-fé objetiva, pois a boa-fé subjetiva não é norma, é fato. Princípio da boa-
fé objetiva, segundo ele, é um exagero. 
3.9.3. Rol exemplificativo de comportamentos ilícitos por contrários ao 
princípio da boa-fé 
No processo, exige-se a boa-fé objetiva, que em ultima análise é um padrão ético de 
comportamento. 
Entretanto, uma norma tão indeterminada gera certa insegurança, por isso, a doutrina e 
a jurisprudência buscam verificar a concretização do princípio da boa-fé processual (buscam 
precisar qual a eficácia do princípio da boa-fé processual). 
Dessa forma, construiu-se, ao longo dos anos, um rol exemplificativo de 
comportamentos considerados ilícitos, por contrários ao princípio da boa-fé: 
i) Abuso do direito processual: 
Abuso de poderes processuais é um comportamento ilícito por violar o princípio da boa-
fé. “Abuso do direito é um ilícito atípico”: não existe uma lista de condutas abusivas. A conduta 
será abusiva, e, portanto, ilícita, sempre que contrariar a boa-fé. 
O abuso de direto é difícil justamente por conta de sua indeterminação. Exemplo de 
conduta abusiva é, mais uma vez, o do juiz que força acordo. Outro é o de recorrer contra texto 
expresso de Súmula, repetindo argumentos superados, sem acrescentar nada novo à discussão. 
Como punir o abuso do direito processual? O princípio da boa-fé impõe comportamentos 
éticos de modo que tal violação gera a ilicitude da conduta, ainda que não expressamente 
tipificada. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
21 
ii) Venire contra factum proprium12: 
Venire contra factum proprium é o comportamento contraditório a um 
comportamento anterior. Se um comportamento de uma pessoa induz a outra a acreditar 
que aquela continuará se comportando em determinado sentido, essa mudança de 
comportamento é ilícita, em virtude da confiança gerada de que haveria comportamento em 
sentido contrário. 
O venire contra factum proprium é um princípio tão importante, tão grave, que é 
proibido na ética da guerra (como levantar a bandeira branca para fazer tocaia ao adversário, 
que virá capturar o rendido). É crime de guerra, ainda que não sejam hastear bandeira branca 
ou tentar surpreender o inimigo. 
O venire pressupõe a existência de duas condutas isoladamente lícitas, mas a 
contrariedade em relação à primeira torna a segunda ilícita, fazendo a parte confiar que a outra 
agiria daquela forma. 
Exemplos da aplicação do venire no processo: 
i) o sujeito desiste do processo e, homologada a desistência, ele recorre; 
ii) o executado oferece bem à penhora e o juiz aceita. Vem o executado, posteriormente, 
e diz que o bem é impenhorável; 
iii)o juiz indefere uma prova dizendo que não há necessidade de provas e julga 
improcedente por falta de provas. 
iii) deveres de cooperação: os mesmo deveres de cooperação estudados anteriormente 
são também decorrência da boa-fé. 
iii) a aplicação da boa-fé torna ilícitas todas as condutas animadas pela má-fé: em 
todos os outros casos estudados acima, não há necessidade de análise da má-fé. 
Mas isso não significa que a má-fé não seja ilícita. 
3.10. Princípio da duração razoável do processo 
3.10.1. Noções gerais 
O processo, para ser devido, tem de ter duração razoável, dessa forma, o art. 5º, LXXVIII, 
da Constituição Federal, diz que a todos é garantido um processo com duração 
razoável. 
Art. 5º (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
12 A denominação completa do princípio é: nemo potest venire contra factum proprium. Ou, para os 
mais próximos, venire. Tu quoque, supressio, surrectio, duty to mitigate the loss e adimplemento 
substancial não serão tratados aqui, pois seria invadir demais a matéria civil. Todavia, todas essas 
figuras de abuso de direito estão também proibidas no processo. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
22 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)13 
Uma vez ser certo que a entrega da prestação jurisdicional tardia mais se aproxima de 
uma não prestação, compeliu-se o Estado a reconhecer, em favor de todo e qualquer 
jurisdicionado, um direito à razoável duração do processo, ou melhor, o direito de gozar 
de uma prestação jurisdicional tempestiva, nesse sentido é que o Novo Código de 
Processo Civil em seu Art. 4º, : 
Art. 4º: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
3.10.2. Duração razoável e celeridade 
O princípio da duração razoável não se confunde com a celeridade, até por que 
rigorosamente, inexiste um princípio da celeridade, isso porque o processo não tem de ser 
rápido14. 
A rapidez não é um valor necessário do processo, durante o tempo, a ciência processual 
tem sido construído um processo devido, com contraditório, produção de prova, recursos etc, 
tudo isso atrasa a prestação jurisdicional. 
Um processo
devido tem de demorar, o que não se admite, todavia, é que essa demora 
seja irrazoável, assim o tempo razoável é o necessário para assegurar aquelas 
garantias. 
Dessa forma, não há como saber, a priori, qual é o tempo que o processo tem de durar, 
por isso, correta a opção do constituinte seguida pelo legislador infraconstitucional, pelo uso 
de um termo indeterminado (“duração razoável”): é preciso investigar caso a caso para saber 
se a demora é razoável ou não. 
Isso gera uma insegurança, ampliando as possibilidades para o Juiz. Todavia, esse tipo 
de norma indeterminada (com cláusulas gerais, que conferem maior poder ao juiz) são uma 
característica do direito contemporâneo. 
3.10.3. Critérios de razoabilidade da duração do processo 
A doutrina começou a investigar os critérios a serem levados em consideração para a 
aferição da duração razoável do processo, desenvolvidos pela jurisprudência do Tribunal 
Europeu de Direitos Humanos, que há muitos anos enfrenta esse problema. Aquela 
jurisprudência permitiu que se fizesse uma sistematização do assunto. 
 
13 Houve uma celeuma doutrinária, pois antes de 2004 parte da doutrina entendia que o princípio 
era implícito e, para outros, explícito, porque previsto no Pacto de São José da Costa Rica. O princípio, 
portanto, existia, ora por conteúdo do devido processo legal, ora por previsão no Pacto. Essa discussão, 
todavia, não tem mais importância, senão histórica. 
 
14 Não se fala em processo rápido, tanto é verdade que na Europa, o princípio é chamado de 
“princípio do processo sem dilações indevidas”. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
23 
São critérios da duração razoável o processo: 
i) Complexidade da causa: 
Uma causa mais complexa durará mais; uma menos complexa tem de durar menos. Uma 
causa como a do mensalão, com 39 réus, cada um processado por muitos crimes, não tem como 
ser rápida. 
ii) Comportamento das partes: 
Às vezes, a demora se deve aos incidentes criados pelas partes, protelando, 
procrastinando o feito de modo temerário (ex.: indicar testemunha residente na Ilha de 
Marajó). 
iii) Comportamento do juiz: 
Causa irrazoável demora o juiz que não decide, que engaveta o processo, que “empurra o 
processo com a barriga”, que abre sucessivas oportunidades às partes para manifestação. 
iv) Estrutura do juízo: 
Deve ser levada em consideração a estrutura do juízo para se verificar se há ou não 
razoabilidade na duração do processo. 
3.11. Princípio da primazia do julgamento de mérito 
O novo ordenamento tem como ideia eliminar todos os percalços que passa o processo 
para que se chegue, efetivamente, a um julgamento de mérito, ou seja, para que a lide posta 
em juízo seja apreciada pelo magistrado, pondo fim ao eventual conflito de interesses. 
Para tanto, o Novo Código de Processo Civil prima por sanar tantos vícios quantos forem 
possíveis para que o julgamento aconteça, sendo dever do julgador a diligência nesse sentido. 
Pode-se citar como exemplos os Arts. 317 e 488 do Novo Código de Processo Civil: 
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte 
oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à 
parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. 
A ideia de apreciação meritória também reflete na análise dos recursos eventualmente 
interpostos contra as decisões, sendo assim interessante que os mesmos efetivamente sejam 
conhecidos e julgados pelo Tribunal, tanto é verdade que o Art. 932, parágrafo único, incumbe 
ao relator do recurso: 
Art. 932: Incumbe ao relator: 
(...) 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 
5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a 
documentação exigível. 
4. Ordem cronológica dos julgamentos 
O art. 12 do Novo CPC cria uma ordem cronológica de julgamento para os processos em 
primeiro grau e nos tribunais. Nos termos do caput do dispositivo legal, uma vez sendo os 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
24 
autos conclusos para a prolação de sentença ou acórdão, o órgão jurisdicional atenderá 
preferencialmente à ordem de conclusão para a prolação de referidas decisões. A 
mesma regra vem consagrada para o escrivão ou chefe de secretaria no art. 153 15do Novo CPC 
para a publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão preferencialmente à ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão. 
 
JURISDIÇÃO: 
1. Aspectos gerais 
1.1. Conceito e observações gerais 
Jurisdição16 é a função atribuída a um terceiro imparcial de realizar o direito de 
modo imperativo, reconhecendo, efetivando, protegendo situações jurídicas, concretamente 
deduzidas em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para se tornar 
indiscutível. 
Pode-se escalonar o conceito acima, exprimindo dele algumas características da jurisdição: 
(a)função atribuída a terceiro imparcial (substitutividade17) (b)de realizar o Direito de modo 
imperativo, (imperatividade18) (c) reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (d) 
concretamente deduzidas (e) em decisão insuscetível de controle externo (f) e com aptidão para tornar-
se indiscutível (ânimo de definitividade). 
a. Poder atribuído a terceiro imparcial 
Jurisdição é o poder exercido por alguém que não faz parte do conflito. Por isso, a 
Jurisdição é um exemplo de heterocomposição. Não basta, todavia, ser terceiro. Esse terceiro 
tem de ser imparcial. Há um aspecto objetivo (o fato de o sujeito ser um terceiro) e um subjetivo 
(o fato de o sujeito ser imparcial). 
Ser imparcial é ter imparcialidade. Ter imparcialidade é não ter interesse na causa. É 
tratar as partes de forma igual. A imparcialidade é uma exigência da igualdade. Ser terceiro é 
 
15 Art. 153: O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá preferencialmente à ordem cronológica 
de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. 
16 Segundo Chiovenda, jurisdição “é a função do Estado que tem como escopo a atuação da 
vontade concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de 
particulares ou de outros órgãos públicos”. 
17 A substitutividade não é a possibilidade de se substituir a vontade das partes pela vontade do 
julgador, por óbvio, mas sim à uma decisão do Estado-juiz, representado pelo magistrado, à luz da 
análise do caso e da aplicação da legislação pertinente à ele. 
18 Manifestação de um poder que se impõe de forma imperativa (imperatividade), mas o 
Estado pode autorizar o exercício da função jurisdicional por agentes privados (arbitragem). 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
25 
não ser parte: impartialidade. Há quem traduza impartialidade, do italiano, para 
“terceiridade” (esse termo não pegou). 
Não se deve confundir imparcialidade com neutralidade, um atributo que não cabe a 
seres humanos. Seres humanos não são neutros, têm as suas experiências, seus valores. Tudo 
o que é humano toca ao homem de alguma maneira. Juiz nenhum é neutro, não se fala mais 
em neutralidade do juiz. É um adjetivo que não serve para qualificar juiz. 
Chiovenda, um dos pilares da formação da ciência do processo, disse há 100 anos que a 
marca da jurisdição é a substitutividade. Substitutividade é exatamente isso: o juiz, ao julgar, 
substitui a vontade das partes pela dele. Ele se coloca entre as partes, justamente por se tratar 
de uma heterocomposição. 
A Jurisdição é monopólio do Estado? Como poder que é, a jurisdição é manifestação da 
soberania, que é do povo, mas exercida pelo Estado. Nesse sentido, é o Estado que exercerá a 
Jurisdição.
O fato de se dizer que a Jurisdição é monopólio do Estado não significa que somente 
ele a exercerá. O Estado pode reconhecer que outros entes não-estatais exerçam a Jurisdição. 
Assim o exercício da jurisdição não é monopólio do Estado, que pode autorizá-lo. Na 
Espanha, existem desde a Idade Média Tribunais Populares, “Tribunais Costumeiros”, que 
julgam determinados conflitos e funcionam, sendo reconhecidos pela Constituição. O Estado 
Brasileiro reconhece a arbitragem. Um ente privado que exerce, mediante autorização, a 
jurisdição estatal. 
b. Mediante um processo 
A jurisdição, no Brasil, somente se exerce processualmente, como garantia do devido 
processo legal. Não há jurisdição instantânea. 
c. Reconhecer, efetivar ou proteger situações jurídicas concretamente 
deduzidas 
A jurisdição atua sempre diante de uma situação concreta, um problema. O Juiz não é 
filósofo, doutrinador. A Jurisdição é o poder que atua por encomenda. O Juiz precisa de um 
caso. 
Se a Jurisdição sempre atua diante de situações concretas, sabe-se que é sobre aquela 
situação afirmada que recairá a coisa julgada. 
O juiz, diante de uma situação concreta, pode reconhecer, efetivar ou proteger 
determinado direito. 
Essa situação concreta deduzida costuma ser uma lide (um conflito). O normal é a 
Jurisdição atuar sobre conflitos, o que não quer dizer que ela sempre resolva conflitos. Há 
situações concretas não conflituosas levadas à apreciação jurisdicional. 
Ex.: autorização judicial para a mudança de nome. Nesse caso, não há lide alguma, mas 
um problema concreto a ser resolvido. Numa ADI existe uma situação concreta deduzida: o 
STF é chamado a decidir se determinada lei é ou não inconstitucional. 
d. Modo imperativo e criativo 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
26 
Jurisdição é poder, império, ordem, soberania. Não é consulta, análise, não realiza 
diagnóstico. Jurisdição sem império teria a mesma natureza de recomendação de psicanalista. 
A imperatividade é, portanto, marca da jurisdição. 
Ao julgar, o juiz cria, inova. O juiz é chamado a resolver um problema em que o legislador 
não pensou. O legislador trata da questão em abstrato. O Juiz é chamado a tratar do caso de 
forma concreta. Ele não pode se recusar a decidir alegando a ausência de lei. A obrigatoriedade 
de julgar, portanto, necessariamente vem acompanhada do poder criativo. 
Quem interpreta cria, como visto. Cria norma. A Jurisdição é uma atividade que produz 
normas. Elas não vêm somente do Legislativo. As leis veiculam normas, mas há outras que vêm 
de outros veículos (contrato, regimento interno de uma faculdade, decisões judiciais). O 
contrato é norma produzida com base na lei. A lei traça as diretrizes para que se produzam 
normas. 
A jurisprudência cria duas espécies de normas: 
i) norma individual do caso concreto: o caso, submetido ao juiz, tem de possuir uma 
norma específica para ele. É o produto principal da atividade jurisdicional. 
Ex.: A deve a B; A perde o mandato para o partido B; 
ii) norma geral, construída a partir de um caso concreto, para regular casos futuros 
semelhantes. Essa norma geral é chamada de precedente judicial. 
Uma empresa vai ao Judiciário questionando o pagamento de ICMS. Terá, do STF, uma 
declaração de inexigibilidade no caso concreto. Nessa hipótese, estará dizendo não só que 
aquela sapataria não deve como nenhuma das outras sapatarias deve. É justamente por isso 
que as partes citam acórdãos ou súmulas em suas petições e neles o juiz fundamenta suas 
decisões. 
A Súmula é justamente a consagração dessa norma geral produzida pelo Judiciário. Esse 
é o papel do Judiciário: interpretar os programas trazidos pela lei a partir de um caso. O 
processo traz o direito em movimento, o direito interpretado, e não o direito abstrato, geral. 
e. Decisão insuscetível de controle externo 
Nenhum outro Poder (Executivo, Legislativo) pode controlar a decisão jurisdicional. É a 
única decisão de Poder insuscetível de controle externo. Lei e ato administrativo podem ser 
judicialmente controlados. 
Somente se controla a jurisdição jurisdicionalmente. Ou seja, só a jurisdição controla a 
jurisdição. 
f. Aptidão para a coisa julgada material 
Coisa julgada é uma estabilidade exclusiva da jurisdição. É uma estabilidade tamanha 
que limita a própria jurisdição. É uma marca da jurisdição. Lei não faz coisa julgada. Coisa 
julgada administrativa é a preclusão no âmbito administrativo. 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
27 
Para Didier, os dois atributos acima (insuscetibilidade de controle externo e aptidão para 
a produção de coisa julgada material) são os que distinguem a jurisdição das demais funções 
do Estado. 
Finalmente, segundo Cândido Rangel Dinamarco, o termo jurisdição pode ser analisado 
sob três aspectos distintos: i. Poder; ii. Função e iii. Atividade. 
i. Jurisdição como Poder: a jurisdição representa o poder estatal de interferir 
na esfera jurídica dos jurisdicionados, aplicando o direito objetivo ao caso 
concreto e resolvendo a crise jurídica que os envolve. Não mais se compreende 
que o poder jurisdicional não se limita a “dizer” o direito, mas também de “impor” 
o direito. 
ii. Jurisdição como Função: a jurisdição é o encargo atribuído pela CF, em regra 
ao Poder Judiciário (função típica), e excepcionalmente, a outros Poderes 
(função atípica) de exercer concretamente o poder jurisdicional19. 
iii. Jurisdição como Atividade: a jurisdição é o complexo de atos praticados, 
no processo, pelo agente estatal investido de jurisdição. 
Obs.: Características20: 
I. Una (ideia de poder estatal único e indivisível). 
II. Imparcial (tem que ser exercida por juiz isento - não impedido, nem suspeito). 
III. Lide: Hoje em dia todo mundo sabe que não precisa ter lide. Basta ter um caso 
concreto. Pode ser ameaça de lesão a direito ou, simplesmente, uma situação 
individual relevante. 
IV. Inércia – regra: só quando provocado. Existe exceção. O juiz atua de oficio só 
em alguns procedimentos de jurisdição voluntária. São eles: arrecadação dos 
bens do ausente; herança jacente. 
V. Decisão definitiva: porque gera coisa julgada material. 
Obs.: Lembrar que excepcionalmente não gera coisa julgada a ação civil pública e a ação 
popular improcedentes por falta de provas21. Não há coisa julgada quando decide tutela 
provisória. Ressalva: salvo quando a medida cautelar é indeferida pela prescrição ou 
decadência do direito material. 
VI. Substitutiva: porque o juiz substitui as partes na solução do conflito. 
 
19 A função jurisdicional não é privativa do Poder Judiciário, como se constata nos 
processos de impeachment do Presidente da República, realizados pelo Poder Legislativo (art. 49, IX 
e art. 52, I, ambos da CF), ou nas sindicâncias e processos administrativos conduzidos pelo Poder 
Executivo (art. 41, § 1º, II, CF), ainda que nestes casos não haja definitividade. 
20 Serão aprofundadas em item próprio. 
21 Obs.: Daí temos a coisa julgada ‘secundum eventum litis’ 
Cadernos MAGIS – Processo Civil 
28 
VII. Declaratória (do direito da parte): significa que ela só reconhece direitos e não 
cria direitos. O juiz não cria direito para você; ou você já tem o direito e ele certifica na 
sentença. 
VIII. Criadora (da regra e não do direito): a decisão de mérito cria a regra no caso 
concreto. Toda decisão de mérito sempre cria regra no caso concreto. Às vezes cria 
precedentes. São duas faces da mesma moeda: se eu olhar para as partes é só 
declaratória; se eu olhar para regra também cria, isso não quer dizer que é contraditório. 
IX. É exercida mediante processo. 
X. Não admite controle externo. As decisões jurisdicionais do Poder 
Judiciário não podem ser revistas por nenhum outro órgão. 
Obs.: o CNJ só exerce controle administrativo sobre os tribunais e juízes. 
2. Finalidades da Jurisdição: 
São quatro fins  Jurídicos; Sociais; Educacionais E Políticos.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando