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REQUISITOS PARA A EXECUÇÃO E PARA A EXIGIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO 1. Previsão legal (Art. 783 a 788, CPC). 2. Documento indispensável à propositura da ação executiva (CPC, art. 783). 3. Espécies de títulos executivos: a) judiciais (CPC, art. 515); b) extrajudiciais (Art.784, CPC). 4. Opção entre o processo de conhecimento e o de execução (CPC, art. 785). 5. Quando a ação executiva poderá ser instaurada (CPC, art. 786). 6. Ação executiva de obrigações bilaterais (CPC, art. 787). 7. Ação de execução no caso do cumprimento defeituoso da obrigação (CPC, art. 788). Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível O requisito mais importante é a presença do título executivo extrajudicial, não há ação de execução se não houver título executivo extrajudicial que a suporta, esse título deve ter 3 qualidades: líquido, certo e exigível, se o documento no qual se insere a obrigação do devedor para com o credor, for líquido (conhece-se seu valor/objeto), quanto a sua formação não houver dúvida (é formado de acordo com a legislação), há exigibilidade (teve seu vencimento),em regra não pode ser exigida obrigação antes que ela vença, exceto em caso de decretação de insolvência civil do devedor. na execução por quantia certa, uma vez decretada a insolvência civil por decisão transitada em julgado vence-se antecipadamente todas as obrigações do devedor, mas a regra é que se não houver vencimento não pode-se pedir a execução. O título executivo extrajudicial é fundamental para que a execução seja exigida, se não houver o credor deve esperar obter o título executivo para processar a ação. Quando estudamos o cumprimento de sentença vimos que o legislador traz relação de documentos chamado títulos executivos judiciais, no art 515 (fala de sentença condenatória civil, sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença estrangeira homologada pelo STJ, sentença arbitral), fazendo relação de documentos considerados títulos executivos judiciais. Quando o réu não cumpre a obrigação após decisão é possível entrar com o cumprimento de sentença (art 513 - 538 cpc). O legislador chama de cumprimento de sentença, mas na realidade não se trata apenas de sentença o objeto desse procedimento, mas também decisões interlocutórias de mérito. Os títulos executivos extrajudiciais o legislador traz a relação relação no 784 é meramente exemplificativa (por exemplo o contrato de honorários advocatícios,que está previsto no estatuto da OAB, mas também se demonstra título executivo extrajudicial), sendo que pode haver mais que não estão descritos no rol, como por exemplo o título executivo, uma vez vencido o título, formada a obrigação e observando a disposição que o regula há um título executivo extrajudicial. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; São chamados tipos de Cambiais, normalmente encontrados em relações comerciais. Uma vez vencido, com valor conhecido e se esse título estiver em conformidade com a legislação que o regula será título executivo extrajudicial. II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; Muitas vezes acaba-se fazendo um documento público sem necessidade, há determinados doc. que possuem necessidade de serem públicos para terem validade (por ex. casamento); mas para constituição de título executivo extrajudicial não necessariamente precisa ser um documento público. Sem as devidas formalidades exigidas pela lei, o doc não é título executivo extrajudicial. IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; O ministério público não possui poder para homologar, ele possui poder para referendar, não há necessidade de se referendar o título para que tenha mais valor, é possível fazê-lo, mas não há necessidade. (qualquer acordo feito pode ser levada a essas figuras para referendar). (difere-se em caso de assuntos que necessitam de homologação judicial). Quando há interesse de incapazes o MP tem participação, mas deve haver homologação judicial. V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; O legislador determina que apenas o seguro de vida em caso de morte pode ser título extrajudicial, excluindo possibilidade de seguro de vida em caso de acidente, pois quando se há acidente, deve ser discutida a extensão da indenização, não sendo líquida e devendo haver uma ação para definir tal liquidez. O contrato de seguro de vida em caso de acidente não é título executivo extrajudicial, legislador restringe ao seguro de vida em caso de morte. VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; Enfiteuse- era direito real, parecido com arrendamento, que tinha como objeto terras rurais, a pessoa entregava a terra para outra explorar por prazo estipulado, era pago um valor anual, chamado foro ou laudêmio. O senhorio ou proprietário cobra o enfiteuta (aquele que explora a terra), onde o enfiteuta nega-se a pagar; nesse caso munido daquele contrato não precisará entrar com ação de conhecimento para executar o enfiteuta, o executa para receber o foro (prestação anual) ou laudenho (10 prestações que o enfiteuta deve executar para rescindir o contrato de enfiteuse. Em ambos os casos se não cumpre pode ser feita a execução do contrato). Hoje a enfiteuse não existe mais, sendo extinta no cc de 2002, não é contemplado mais como direito real pelo cc. Foram extintas as novas enfiteuses aplicando esse dispositivos àquelas já existentes VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; O código anterior não previa encargos de locação como créditos a serem executados. São obrigações propter rem, onde ficava a encargo do locador o pagamento, legislador do código atual trouxe permissão para a execução de além do crédito locatário os encargos acessórios decorrentes do imóvel, já que o acessório segue o bem principal, permitindo,assim, que se execute os créditos condominiais. IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; A fazenda pública lança o tributo e quando não paga-se o tributo registra a inadimplência, com isso a fazenda pública extrai a cópia do registro, chamada de CDA (cópia de dívida ativa), a qual acompanha a petição inicial sendo este o título executivo extrajudicial, podem ser cumuladas quantas forem as CDAs desde que sejam contra o mesmo devedor . Pelo fato de ser a fazenda pública a credora, alguns confundem achando que a CDA é um título executivo judicial, mas não é, é extrajudicial. X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; Vem no mesmo sentido que o inciso XIII. Condominio edilicio- condominios os condôminos têm suas partes (cotas) plenamente individualizada, as despesas condominiais são rateadas entre os condôminos; antes o credor deveria entrar com ação ordinária para cobrar os valores não pagos; mas atualmente serve como título executivo desde que documentalmente comprovado. XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; É a possibilidade do tabelião cobrar o que ficoudevido a ele. Ao ir no tabelionato há uma tabela determinada pelo poder judiciário (o tabelionato funciona mediante delegação do poder público judiciário) descrevendo os valores referentes a cada ato de serviço que deve ser pago, pode ocorrer da pessoa não pagar o ato ao cartório, sendo necessário que execute esse titulo executivo extrajudicial. Não são todos os atos praticados pelo tabelionato que são pagos, há alguns também referente a justiça gratuita. XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. § 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. O legislador diz que não são somente esses títulos que são títulos executivos judiciais. Com o título executivo extrajudicial, onde o devedor não pagou o valor do título, o oficial de justiça cita o devedor em ação anulatória (objetivo de anular o título); mesmo havendo essa ação o legislador diz que não será coibida a propositura da ação de execução. Se já há ação anulatória, quando a ação de execução for proposta será por dependência, procede-se a execução no mesmo juízo, o juiz quem observará haverá ou não necessidade de suspender a execução, se anulará ou não a execução, a anulatória pode ser prejudicial à execução quando julgada procedente, pois o título perderá a validade e a execução fundamentada nele deve ser extinta. § 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação Uma decisão de mérito estrangeira pode ser válida/executada no Brasil desde que haja autorização prévia dada pelo STJ, chamada Juízo de derivação. O país estrangeiro pede que a sentença (decisão de mérito estrangeira) seja executada no Brasil, STJ instaura o procedimento juízo de derivação e avalia se os requisitos exigidos pela lei brasileira estão presentes na homologação, se for ele homologa, a decisão estrangeira, entala, será válida no Brasil também é executada pela justiça comum federal. O legislador diz que no título executivo extrajudicial estrangeiro não precisa dessa autorização, exige que o título esteja de acordo com as exigências da legislação no paí onde foi feito; satisfeita essas exigências e estando delimitado no título que a obrigação deve ser prestada no Brasil poderá ser executado no Brasil independente do juízo de derivação. Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. O título executivo extrajudicial pode ser executado, assim como o título judicial, mas em procedimentos diferentes. Tanto o título quanto a decisão judicial possuem a mesma força de execução. No CPC anterior não era permitido, atualmente é possível, por exemplo quando o título ainda possui questões a serem discutidas, o título executivo torna-se de prova, de conhecimento comum. Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título O credor pode apenas exigir o cumprimento da obrigação quando estiver vencido caso o devedor não a cumprir ou cumprir de forma inadequada o título deve ser líquido, mas há docs que o valor final para se chegar deve ser feito um cálculo, para isso é feito as memórias de cálculo. Se não for possível chegar só valor apenas com o cálculo o Doc não é líquido nem executivo. Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. Obrigação bilateral ambas as partes têm deveres. Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. O credor não é obrigado a aceitar a obrigação de forma diferente do que foi pactuado.
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