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POLÍTICAS PÚBLICAS
Tema: Políticas Públicas de Saúde
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso sobre Políticas Públicas
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Autora
Meike Marly Schuberth
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Meike Marly Schubert
Sonia Adriana Weege
Tatiana Milani Odorizzi
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Joice Carneiro Werlang 
José Roberto Rodrigues
1
 Políticas Públicas de Saúde 
Políticas Públicas
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POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
O acesso universal, integral e equânime à assistência em saúde é um direito de 
todos e um dever do Estado, garantido pela Constituição. Contudo, para além das 
obrigações do governo, a saúde também é uma responsabilidade coletiva, que 
implica na participação da população nos processos de melhoria e no progresso 
da qualidade de serviços. (SCHMIDT, 2015, p. 12) 
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao estudo que faremos sobre o Sistema de Saúde brasileiro. 
Este tema levará você a refletir sobre a realidade da saúde pública em nosso país e os seus desafios 
para assegurar o atendimento a todo cidadão com dignidade e em igualdade de condições. 
A gestão do sistema nacional de saúde é bastante complexa, se pensarmos em atingir 
de forma equânime todas as pessoas que dependem do serviço público num contexto com 
desigualdades e desafios sociais aos governos. Concorda Zetzsche (2014, p. 3) ao dizer que “Cuidar 
da saúde significa manter a nação em condições de progresso e trabalho, com uma população 
saudável e menores índices de adoecimento e transmissão de doenças”.
O sistema de saúde brasileiro engloba uma rede de serviços prestados por instituições 
públicas e privadas aos cidadãos que se utilizam de uma multiplicidade de atendimentos. 
Considerado exemplo de política pública pelo acesso universal à população, demanda ainda maior 
participação da sociedade nos conselhos e conferências municipais de saúde para o efetivo controle 
social na administração pública. 
O fortalecimento da política pública de saúde depende, sobretudo, de investimentos que 
assegurem as ações e programas que impulsionem os indicadores de saúde a um nível favorável; 
é fundamental a melhora da infraestrutura, com a ampliação e modernização dos locais de 
atendimento, qualidade dos serviços oferecidos e capacidade técnica dos profissionais 
contratados para a gestão.
Competência administrativa, visão política e gerencial, profundo conhecimento 
da história do país e de sua dinâmica social, visão epidemiológica e crítica, e 
visão ontológica – visão de respeito e reconhecimento do ser humano – (alvo 
dos programas e políticas de saúde) são requisitos mais que necessários 
àquele ou àquela que vai trabalhar em gestão de saúde, quer seja de caráter 
público ou privado. (ZETZSCHE, 2014, p. 4)
EmENTA
Conceito de redes de atenção à saúde. Saúde como direito de todos e dever do Estado. 
Programas de atenção à saúde.
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 Políticas Públicas de Saúde 
Políticas Públicas
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FIGURA 19 – AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS
FONTE: Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/images/PDF/apresentao-integra-datafolha203.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2015. 
A partir desta reflexão, podemos enfatizar a importância da política pública de saúde no 
contexto social brasileiro e a necessidade de gestão técnica com profissionais habilitados. A 
relevância do tema foi abordada no Exame Nacional do Estudante – ENADE (2013) e propomos 
a você que leia e responda.
A saúde para os brasileiros, segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisas Datafolha 
(2014), é considerada o serviço público mais importante; mas diariamente o usuário se depara 
com problemas, como a falta de médicos, filas de espera nas emergências e nos hospitais, 
demora para realização de cirurgias e hospitais sem recursos financeiros. 
3
 Políticas Públicas de Saúde 
Políticas Públicas
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AUT
OAT
IVID
ADE �
A questão da saúde no Brasil é complexa e dependente da atuação 
dos vários agentes que a compõem. Cada um desses agentes, 
governo, organizações e sociedade, têm suas responsabilidades 
sobre a qualidade da saúde no Brasil. Ao governo cabe 
desenvolver políticas e realizar investimentos adequados, 
dentro de um planejamento ao longo do tempo; às organizações 
compete executar essas políticas, como também prestar serviços 
à população com qualidade; e a sociedade, por seu lado, deve 
aderir às ações preventivas promovidas pelo governo e pelas 
organizações, assim como deve ter uma postura ativa, autônoma 
e corresponsável, em relação à sua qualidade de vida. 
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_
GESTAO_HOSPITALAR.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015.
FONTE: Disponível em: <http://www.ivancabral.com>. Acesso em: 23 
ago. 2013.
Considerando a figura e o trecho acima, redija um texto 
dissertativo sobre o papel e (ou) funções do gestor público no 
contexto da qualidade da saúde no Brasil. 
2 CONCEITO DE SAÚDE
Temos como conceito de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (USP, 2015): 
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na 
ausência de doença ou de enfermidade”. 
Esta concepção de saúde induz a novas condutas quanto à promoção de saúde e 
prevenção de doenças. O indivíduo é inserido numa rede de cuidados permanentes, visando 
maior qualidade de vida, mesmo que aconteça a doença. A vida mais saudável demanda novos 
hábitos que incluem a alimentação adequada, lazer, convívio social, esportes e atividade física 
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 Políticas Públicas de Saúde 
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como práticas diárias. 
Mesmo o doente crônico aprende a conviver melhor com a doença, tornando-se menos 
dependente da assistência médica, adquirindo hábitos que ajudam na melhora do estado de 
saúde. É o que Zetzsche (2014, p. 13) define como “comportamentos mais saudáveis e que 
desenvolva o seu autocuidado, possibilitando que, desta forma, este acabe vivendo mais e 
melhor depois de seu adoecimento, por mais incrível que isto pareça, à primeira vista”. Neste 
contexto, percebe-se que a população está adotando um estilo de vida mais saudável, com 
atitudes de prevenção para a saúde física e mental; este movimento se estende a outros 
ambientes, como exemplo, no trabalho e na educação, visto que a qualidade de vida está 
diretamente relacionada ao modo como as pessoas vivem. 
As cidades devem oferecer espaços coletivos, parques, praças, centros de convivência, 
para que a comunidade usufrua de qualidade de vida, o que comprovadamente vem reduzindo 
os custos em serviços médicos e assistenciais nos municípios. 
FIGURA 20 – ESPAÇO DE LAZER
FONTE: Disponível em: <http://brubrinq.com.br/noticias/parques-publicos-valorizam-espacos-nas-
cidades>. Acesso em: 
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 Políticas Públicas de Saúde 
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Esta é uma realidade possível, de acordo com Zetzsche (2014, p. 9): 
[...] a amplitude do escopo de ações em saúde vai abranger intervenções e 
estratégias nos mais variáveis setores, como meio ambiente, sustentabilida-
de, manejo agrícola, controle de endemias e pandemias, definição dos níveis 
aceitáveis de desenvolvimento e qualidade de vida, saneamento básico, ma-
nejo de recursos hídricos e naturais, ambientesde trabalho, acesso ao lazer, 
educação, moradia, entre tantos outros, pois é nestas boas condições de vida 
que a saúde é mais fácil de se obter e de se conservar. 
A transformação social, a partir da saúde, busca incutir nas pessoas atitudes frente a 
fatores de influência negativa, como, por exemplo, a mídia com a demasiada publicidade de 
produtos alimentícios industrializados, que não trazem benefícios à saúde e contribuem para a 
obesidade e sobrepeso; ou ainda, o álcool e cigarro, que levam a problemas comportamentais 
e afetam a família. 
[...] a obesidade na população brasileira está se tornando bem mais frequente 
do que a própria desnutrição infantil, sinalizando um processo de transição 
epidemiológica que deve ser devidamente valorizado no plano da saúde co-
letiva. As doenças [...] estão relacionadas, em grande parte, com a obesidade 
e com práticas alimentares e estilos de vida inadequados. (BRASIL, 2008, p. 
14 apud ZETZSCHE, 2014, p. 265)
Além dos problemas decorrentes da vida moderna que afetam a saúde da população, 
temos ainda doenças epidemiológicas como dengue, malária e tuberculose, por exemplo, e 
que causam a morte de milhões de pessoas no mundo todo e são decorrentes da miséria, da 
precariedade no abastecimento de água potável, do saneamento básico e pela falta de acesso 
aos serviços públicos de saúde e educação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 
a globalização fortaleceu esse processo de disseminação de doenças ao redor do mundo, 
principalmente pelo contingente de populações imigratórias. 
Frente a este conhecimento, trouxemos a questão do Exame Nacional do Estudante 
– ENADE (2013) que trata deste tema, para que possas refletir a partir destas considerações 
apresentadas, compreender as relações entre saúde pública e as desigualdades sociais e suas 
terríveis consequências para a humanidade. Leia e responda a questão que segue:
AUT
OAT
IVID
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento 
básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. 
Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico 
ainda é muito associada à pobreza, afetando, principalmente, 
a população de baixa renda, que é mais vulnerável devido 
à subnutrição e, muitas vezes, à higiene precária. Doenças 
relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e a 
deficiências na higiene causam a morte de milhões de pessoas 
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 Políticas Públicas de Saúde 
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todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda (PIB per capita inferior 
a US$ 825,00). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 88% 
das mortes por diarreia no mundo são causadas pela falta de saneamento básico. 
Dessas mortes, aproximadamente 84% são de crianças. Estima-se que 1,5 milhão de 
crianças morra a cada ano, sobretudo em países em desenvolvimento, em decorrência 
de doenças diarreicas. No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, especialmente 
as diarreias, representam, em média, mais de 80% das doenças relacionadas ao 
saneamento ambiental inadequado (IBGE, 2012). 
Com base nas informações e nos dados apresentados, redija um texto dissertativo 
acerca da abrangência, no Brasil, dos serviços de saneamento básico e seus impactos 
na saúde da população. Em seu texto, mencione as políticas públicas já implementadas 
e apresente uma proposta para a solução do problema apresentado no texto acima.
 
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_GESTAO_HOSPITALAR.pdf>. 
Acesso em: 6 maio 2015.
3 SAÚDE: DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO
 
A Constituição da República Federativa de 1988 dispõe em seu art. 196: “A saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
No Brasil temos um sistema de saúde garantido pela Constituição Federal, que se 
constitui no Sistema Único de Saúde – SUS. 
Para Campos et al. (2006, p. 531 apud ZETSZCHE, 2014, p. 87), o SUS é:
[...] o arranjo organizacional do Estado Brasileiro que dá suporte à efetivação 
da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes 
desta política. Compreende um conjunto organizado e articulado de serviços 
e ações de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde 
existentes nos âmbitos estadual, municipal e nacional, e ainda os serviços 
privados de saúde que o integram funcionalmente para prestação de serviços 
aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratados ou 
conveniados para tal fim. O SUS foi instituído com o objetivo de coordenar e 
integrar as ações das três esferas de governo e pressupõe a articulação de 
subsistemas verticais (de vigilância e assistência à saúde) e subsistemas de 
base territorial – estaduais, regionais e municipais – para atender de maneira 
funcional às demandas por atenção à saúde. 
Historicamente, a população brasileira era desassistida de assistência médica e, 
quando acometida de doença, recorria às crenças e à medicina natural; o auxílio ao povo era 
feito pelas Santas Casas de Misericórdia. Somente a partir da industrialização no país e dos 
movimentos sindicalistas é que o Estado passa a atuar na área da saúde, com a criação das 
caixas de aposentadoria e pensão, mas que permitiam somente aos contribuintes o acesso 
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 Políticas Públicas de Saúde 
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à assistência médica, enquanto a maior parcela da população ficou à margem deste direito. 
Durante o período militar, a iniciativa privada passa a ter participação no sistema com os 
convênios e planos de saúde.
Estas medidas contribuíram para a Reforma Sanitária que levou à criação do SUS, que, 
segundo Arouca (1998) apud Zetzsche (2014, p. 79), 
[...] nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e 
estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências 
regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se 
na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, 
mais de cinco mil representantes de todos os segmentos da sociedade civil 
discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir 
na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do 
cidadão e um dever do Estado.
 Posteriormente, em 1990, foi promulgada a Lei Orgânica do SUS, com as Leis nº 8.080 
e nº 8.142, que têm como base de sustentação os princípios norteadores do Sistema Único 
de Saúde brasileiro:
•	 Princípio da Universalidade: estabelece a todos o direito de atendimento pelo Sistema 
Único de Saúde. 
•	 Princípio da Integralidade: relaciona dois aspectos do SUS, o primeiro refere-se à 
compreensão do ser humano biopsicossocial que requer um atendimento em sua 
integralidade; e o segundo aspecto integra as ações do Sistema Único de Saúde para 
este atendimento integral entre os diferentes níveis de complexidade de atenção à saúde. 
•	 Princípio da Igualdade: possibilita as mesmas condições de acesso ao Sistema Único de 
Saúde neste país, onde ninguém pode solicitar um atendimento diferenciado, seja um 
pedido por apadrinhamento político, ou pelo nível social, raça, gênero. 
Na visão de Cony (2014), o SUS pode ser considerado como direito humano: “[...] é 
a maior conquista do povo brasileiro em política pública e é um sistema que é referência em 
saúde para o mundo, sob a ótica gravada na Constituição de que o SUS é um direito de todos 
e um dever do Estado e evoluindo para a compreensão de que é um direito humano”.
4 AS REDES DE ATENÇÃO Em SAÚDE
O funcionamento do Sistema Único de Saúde conjuga uma rede de serviçosdenominada 
Rede de Atenção à Saúde, que classifica os atendimentos em níveis de atenção primária, 
secundária e terciária, conforme a exigência do serviço que será prestado ao usuário. A rede 
compreende-se em âmbito estadual e regional, numa articulação interfederativa, onde serviços 
de saúde são executados em uma região de Saúde determinada por um espaço geográfico 
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de municípios limítrofes, que segundo o Decreto nº 7.508/2011, será “delimitado a partir 
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de 
transportes compartilhados [...]”. 
Trata-se de uma organização complexa, que identifica os diversos atendimentos por 
meio de um Mapa da Saúde, que segundo decreto, faz a distribuição “[...] de recursos humanos 
e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos 
indicadores de saúde do sistema”.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) atua a partir da Unidade Básica de Saúde ou USF 
– Unidade de Saúde da Família, onde inicia o trabalho junto à comunidade. As consultas são 
realizadas pelo médico generalista e, se for necessário, encaminha aos médicos especialistas 
que integram o setor de atenção secundária. 
A Unidade Básica de Saúde realiza os atendimentos em nível de atenção primária “[...] 
enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de 
saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção”. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 4 apud ZETZSCHE, 2014, p. 32)
A pesquisa do Instituto Datafolha (2014) mostra que o usuário busca o atendimento na 
Unidade de Saúde. 
FIGURA 21 – SAÚDE PÚBLICA 
FONTE: Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/images/PDF/apresentao-integradatafolha203.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2015. 
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No setor de atenção secundária, adentramos em Policlínicas de especialidades, 
Ambulatórios e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Do setor terciário fazem parte 
os hospitais especializados, Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), Centros de Hemodiálise, 
entre outros. Os encaminhamentos feitos aos usuários são formais, por meio de referências 
e contrarreferências, que são os registros das consultas e procedimentos utilizados pelos 
médicos e agentes de saúde. 
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Pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se ofertam 
determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. 
Os domicílios, as unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais 
especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de 
apoio psicossocial, as residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais 
podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o ambulatório de 
pronto atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a 
maternidade, a unidade de terapia intensiva, a unidade de hospital/dia, entre 
outros. Todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes para 
que se cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam, 
apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 4 apud ZETSCHE, 2014, p. 32).
Vejamos um exemplo de atendimento em rede: 
O sr. José é portador de doença mental leve diagnosticada durante a infância, mas os 
pais não procuraram um tratamento na época; a partir da visita do agente comunitário a domicílio, 
o sr. José foi encaminhado para a Unidade Básica de Saúde (que faz seu acompanhamento 
clínico, e o reencaminhou também para o CAPS - Centro de Atenção Psicossocial). Foi feito o 
cadastro na ESF (Estratégia de Saúde Familiar) e no CAPS, e as crises puderam ser cuidadas 
sem internação. O sr. José também tem hipertensão e por isso é acompanhado pela Unidade 
de Saúde Básica e consulta-se com a médica deste, que prescreve os seus medicamentos. 
Como o sr. José é viúvo e mora sozinho, o agente comunitário tem feito visitas com frequência, 
para saber se está tomando a medicação corretamente. 
Neste exemplo, podemos verificar como um usuário pode ter o seu cuidado compartilhado 
entre uma equipe de atenção primária, a unidade de saúde da família, e uma equipe de atenção 
secundária, a equipe do CAPS. 
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 Políticas Públicas de Saúde 
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5 DIVERSOS ATENDImENTOS Em SAÚDE 
Para desenvolver a política pública de saúde é preciso, inicialmente, diagnosticar a 
condição de saúde da população brasileira. Segundo as informações divulgadas pelo Ministério 
da Saúde, a estimativa de vida do brasileiro aumentou para 72,7 anos em média, passando a 
viver mais tempo; em contrapartida, a taxa de natalidade decresceu de 6,2 filhos por mulher 
nos anos 60 para 1,8 filhos por mulher até 2009. 
Nesta perspectiva, constatamos que a população no Brasil está envelhecendo, as 
pessoas vivem mais tempo e nascem menos crianças; e o índice de mortalidade aumentou 
devido a doenças crônicas que afetam 79,1% dos idosos de 65 anos ou mais, segundo Mendes 
(2012, p. 34-35 apud ZETSCHE, 2014, p. 21). “Ademais, 31,3% da população geral, em torno 
de 60 milhões de pessoas, têm doenças crônicas, e 5,9% dessa população total têm três ou 
mais dessas doenças crônicas”.
Diariamente, o SUS presta atendimento a milhares de usuários que furtivamente 
adoecem, necessitando de intervenção médica, realização de exames, cirurgias e internações 
em hospitais; são considerados atendimentos de problema agudo, pois quando solucionado, 
o paciente é liberado. Para o atendimento de gestantes ou usuários de drogas, álcool e/ou 
portadores de doenças sexualmente transmissíveis, que necessitam de acompanhamento, é 
requerido o agendamento da consulta. 
O atendimento a domicílio feito pelo médico da Unidade Básica de Saúde visa atender 
as pessoas impossibilitadas de deslocamento em virtude de graves acidentes, por exemplo. 
São realizados os procedimentos mais comuns de recuperação, por meio de curativos e 
fisioterapia; além destes, também se incluem aqui o atendimento a pacientes acometidos das 
doenças ocupacionais como LER e DORT, o que leva um grande número de trabalhadores à 
incapacidade funcional. 
No entanto, muitos atendimentos seguem uma inversão do modelo de atenção à saúde, 
“[...] demandado pela maioria das pessoas e denominado de queixa conduta”, como afirma 
Zetzsche (2014, p. 23). Após a consulta e a prescrição de exames, o paciente sente-se melhor 
e desiste dos exames. Os sintomas ressurgem e a doença se instala com gravidade, e o retorno 
ao médico é inevitável, o que representa um alto custo para o SUS, e maior ganho para a 
iniciativa privada pela quantidade de exames de alto custo, e para a indústria farmacêutica, 
pela quantidade de medicamentos. 
5.1 POLÍTICAS DE SAÚDE E PROGRAMAS ESPECÍFICOS 
Pela complexidade de atuação do SUS em todo o território nacional, criaram-se políticas 
nacionais para o combate de doenças e prevenção em saúde, coordenadas pelo Ministério da 
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O Brasil detém a tecnologia para a fabricação de muitas das vacinas 
utilizadas nas campanhas de saúde pública do país. A Fiocruz – Fundação 
Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantã, em São Paulo, são 
considerados centros de excelência para a fabricação de imunobiológicos. 
Ambas as instituições são órgãos públicos. (ZETZSCHE, 2014, p. 244) 
Saúde e operacionalizadasem programas específicos no combate a doenças. 
No Brasil, temos a política de saúde operacionalizada por programas presentes em 
todo o país, vejamos alguns destes programas no quadro a seguir:
QUADRO 11 – DEMONSTRATIVO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS ESPECÍFICOS DE 
SAÚDE
POLÍTICA 
PÚBLICA/PROGRAmA
OBJETIVO
PROVAB
Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica 
(PROVAB) - Estimular a formação do médico para a real necessidade 
da população brasileira e levar esse profissional para localidades com 
maior carência para este serviço.
PROGRAMA 
ACADEMIA DA SAÚDE
Desde 2011, o Ministério da Saúde vem promovendo a 
implantação e implementação de polos da Academia da Saúde nos 
municípios brasileiros. Os polos são espaços físicos dotados de 
equipamentos, estrutura e profissionais qualificados, com o objetivo 
de contribuir para a promoção da saúde e produção do cuidado e de 
modos de vida saudáveis da população.
MAIS MÉDICOS
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de 
melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, que 
prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de 
saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e 
ausência de profissionais.
MELHOR EM 
CASA
Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes com 
agravos de saúde, que possam receber atendimento humanizado, em 
casa, e perto da família.
FARMÁCIA 
POPULAR
O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do 
Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais 
comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria de 
Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede 
privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular".
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CARTÃO 
NACIONAL DE SAÚDE
Cartão Nacional de Saúde é um instrumento que possibilita a 
vinculação dos procedimentos executados no âmbito do Sistema Único 
de Saúde (SUS) ao usuário, ao profissional que os realizou e também 
à unidade de saúde onde foram realizados. Para tanto, é necessária a 
construção de cadastros de usuários, de profissionais de saúde e de 
unidades de saúde. A partir desses cadastros, os usuários do SUS e os 
profissionais de saúde recebem um número nacional de identificação.
PRONTO 
ATENDIMENTO
UPA 24h
As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h são estruturas 
de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde 
e as portas de urgência hospitalares, onde, em conjunto com estas, 
compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências.
HUMANIZASUS
A Política Nacional de Humanização existe desde 2003 para 
efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e 
gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas 
solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.
DOAÇÃO DE 
ÓRGÃOS
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), instituído pelo Decreto 
n° 2.268, de 30 de junho de 1997, é a instância responsável pelo controle 
e pelo monitoramento dos transplantes de órgãos, de tecidos e de partes 
do corpo humano, realizados no Brasil.
PNAN – 
POLÍTICA NACIONAL 
DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada 
no ano de 1999, integra os esforços do Estado brasileiro, que por meio de 
um conjunto de políticas públicas propõe respeitar, proteger, promover e 
prover os direitos humanos à saúde e à alimentação. A completar-se dez 
anos de publicação da PNAN, deu-se início ao processo de atualização e 
aprimoramento das suas bases e diretrizes, de forma a consolidar-se como 
uma referência para os novos desafios a serem enfrentados no campo da 
alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde (SUS).
SAMU
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 tem 
como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido alguma 
situação de urgência ou emergência de natureza clínica, cirúrgica, 
traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras, que possa 
levar ao sofrimento, a sequelas ou mesmo à morte. Trata-se de um 
serviço pré-hospitalar, que visa conectar as vítimas aos recursos que elas 
necessitam e com a maior brevidade possível.
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 Políticas Públicas de Saúde 
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PROGRAMAS 
DE CONTROLE DE 
CÂNCER- 
POLÍTICA 
NACIONAL 
DE ATENÇÃO 
ONCOLÓGICA
O câncer de mama é o mais incidente na população feminina 
mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não 
melanoma. Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas no 
Brasil desde meados dos anos 80 e foram impulsionadas pelo Programa 
Viva Mulher em 1998. O controle do câncer de mama foi reafirmado como 
plano de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento 
do câncer, lançado pela presidente da República em 2011.
QualiSUS - REDE QualiSUS - Rede é um projeto formalizado a partir de Acordo de 
Empréstimo com o Banco Mundial, com a finalidade de contribuir para a 
organização de redes regionalizadas de atenção à saúde no Brasil.
FONTE: Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/gestao-da-
saude-publica>. Acesso em: 5 jun. 2015.
Neste cenário, o trabalho da Vigilância Epidemiológica é fundamental para prever as 
ações que o Estado deve realizar a partir da coleta de informações do perfil epidemiológico 
da população. A Vigilância Epidemiológica acompanha a evolução de determinadas doenças 
e adota medidas que impedem que as pessoas sejam expostas ao contágio de doenças 
transmissíveis.
Trouxemos para você, acadêmico, um pouco do contexto que foi construído durante 
longos anos por nosso sistema de saúde brasileiro. Ele ainda está em construção, adaptação, 
com novas propostas surgindo diariamente, afinal, é um grande desafio a concepção de saúde 
de qualidade para todos.
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RESPOSTAS AUTOATIVIDADES
Questão página 3:
R.: Padrão de resposta
Espera-se que no texto estejam descritas as funções e o papel do gestor hospitalar: na 
promoção da saúde; na garantia da qualidade do serviço prestado; na utilização e aplicação 
adequada dos recursos; no cumprimento de normas; em conformidade com as políticas públicas 
de saúde; no comportamento ético e responsável em relação à população e à sua equipe de 
trabalho; na implantação de processos humanizados; no aprimoramento tecnológico e científico; 
como elemento integrador dos demais agentes do sistema de saúde – governo, sociedade e 
população. Enfim, espera-se que seja dado destaque ao gestor como o agente responsável 
pela realização e gestão de todo o complexo processo da qualidade da saúde no Brasil. 
Questão página 5 e 6:
R.: Em termos de atendimento à proposta, espera-se que o estudante estabeleça relação entre 
a qualidade do serviço de esgotamento sanitário e de tratamento da água para o agravamento 
do número de casos de internação e morte por diarreia entre a população brasileira: geralmente, 
quanto maior a abrangência dos serviços, menor a ocorrência de internações por essa moléstia 
e menores os gastos com os tratamentos de saúde. Espera-se, também, que o estudante 
mencione pelo menos duas políticas públicas implementadas para buscar resolver o problema 
e que proponha uma ação visando contribuir para a sua solução.
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REfERêNCIAS BIBLIOGRáfICAS
BRASIL. Constituição da República federativa do Brasil de 1988.São Paulo: 
Nilobook, 2013.
 
BRASIL. Decreto nº 7508, de 28 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.planalto.
gov. br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/D7508.htm>. Acesso em: 5 jun. 2015.
CONY, Jussara. Portal FENAFAR. federação Nacional dos farmacêuticos. São
Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.fenafar.org.br/portal/todos-os-artigos/1-
ultimasnoticias/ 1944-dois-milhoes-de-assinaturas-pelos-10-para-a-saude.html>. 
Acesso em: 3 maio 2015.
SCHMIDT, Paul. Jornal de Santa Catarina. Blumenau, 2015. Disponível em: <http://
www.santa.com.br>. Acesso em: 28 maio 2015.
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
Caixa postal n° 191 - CEP: 89.130-000 - lndaial-SC
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