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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) DEFINIÇÃO: grupo de neoplasias originadas em células progenitoras hematopoiéticas ou em células-tronco primitivas com potencial de multilinhagem. É uma doença clonal neoplásica heterogênea, caracterizada pela proliferação de precursores mieloides, resultando no seu acumulo na medula óssea e no sangue periférico. Tais células neoplásicas são capazes de se dividir e proliferar, mas não de se diferenciar. → leucemia mais comum em adultos (80%); → pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a idade média é de 65 anos; 3 a 5 novos casos para 100 mil hab. mas o nº de casos sobre para 12,2/100 mil hab em idosos; → mais frequente no sexo masculino; 5 ♂/ 3 ♀ → acomete todos os grupos étnicos, mas é mais frequente em caucasianos do que em negros, índios norte-americanos e asiáticos.; → MS: leucemias (aguda e crônica) ocupam o 8º lugar entre as neoplasias malignas mais prevalentes. São sintomas de curta duração e inespecíficos (fraqueza, astenia e perda ponderal) A apresentação clínica pode ser dividida em dois grupos de síndromes: ▪ Síndrome da falência medular; ▪ Síndrome tumoral. Síndrome da falência medular → o tecido hematopoiético é substituído por células blásticas leucêmicas, o que leva a redução dos constituintes normais do sangue: o Anemia por diminuição de hemácias (palidez, astenia, escotomas, vertigem e dispneia. o Baixa de leucócitos leva a infecções. o Redução de plaquetas causa sangramentos, púrpuras, petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragias oculares e no SNC. Síndrome tumoral → infiltração dos órgãos com hipertrofia gengival, adenomegalias, hepato e/ou esplenomegalia, infiltração da pele e neuro-meninges. → desconhecida na maioria dos casos, principalmente naqueles em que é primaria ou de novo; → minoria: doenças genéticas como síndrome de Down (risco 10 a 8 vezes maior), síndromes que cursam com falência medular congênita e situações clinicas de instabilidade cromossômica; → exposição ambiental ou ocupacional e agentes carcinogêneos, tabagismo, derivados do petróleo, radiação ionizante e drogas quimioterápicas. → a LMA pode ser a evolução final de alguma doença hematológica maligna, como a síndrome mielodisplásica e neoplasias proliferativas crônicas ou benignas (anemia e hemoglobinúria paroxística noturna). Desconhecida. Contudo, acredita-se que sua origem ocorra numa célula iniciadora de leucemia (célula-tronco primitiva multipotente com mutação). Estas células em características biológicas parecidas com as normais, são raras, quiescente, mas capaz de autorrenovação e expansão local, sendo responsável pela sustentação e propagação da LMA → modelo atualmente aceito. A heterogeneidade da LMA seria consequência da capacidade variável destas células. A progressão p/ a leucemia deve-se a uma serie de eventos que agem em conjunto com o inicio na expansão clonal de uma célula-tronco leucêmica recém formada. Duas etapas: (1) vantagem proliferativa e (2) interferência na diferenciação hematopoiética → aberrações genéticas que rompem os genes que codificam os fatores de transcrição necessários para a diferenciação mieloide normal Genética t(8;21) e inv16 rompem os genes CBF alfa e CBF beta, respectivamente. Estes genes codificam polipeptídeos que se unem um ao outro para formar um fator de transcrição necessário p/ a hematopoese. Os rearranjos criam genes quiméricos que codificam proteínas de fusão, interferindo na função dos polipeptídeos unidos e bloqueiam a maturação da célula mieloide. Apesar disso, esse rearranjo não causa leucemia isoladamente. Tirosina-quinases que sofrem mutação cooperam com as aberrações do fator de transcrição para a produção de LMA. - A t(15;17) cria um gene que codifica um fusão entre o receptor de ácido retinóico alfa e uma porção da proteína PML. Normalmente, na presença de ácido retinóico, o RAR alfa interage com fatores de transcrição p/ ativar genes necessários a diferenciação granulocítica. Contudo, a proteína de fusão PMLRAR alfa interage com repressores transcricionais, inibindo a maturação granulocítica. - A t(15;17) com a LMA apresenta mutações no FLT3, um receptor de tirosina-quinase que ajuda na proliferação e sobrevida celular. Obs. t = translocação = rearranjo cromossômico Leucemias secundarias causadas por exposição a agente quimioterápicos – ocorre em 3 a 5 anos pôs exposição e geralmente associada a SMD. Pode, também, envolver alterações no 11q23 que aparecem após uso de agentes inibidores de topoisomerase II – entre 12 a 18 meses e não associado a SMD. Ç Unindo dados da OMS com a FAB, a LMA é subdivida em 4 categorias: (1) aberrações genéticas correlacionadas com terapia e prognostico; (2) LMA que surgem pós uma MDS ou com aspectos similares a MDS; (3) LMA relacionado com a terapia; (4) LMA sem aspectos. Estas ultimas são subdividas de acordo o grau de diferenciação e na linhagem dos blastos. Considerada urgência: alta mortalidade em função da anemia, trombocitopenia e neutropenia. Anamnese: história previa do paciente (fatores de risco), presença de doenças pré-existentes que possam interferir ou modificar um possível tratamento e história familiar. Exame físico: minucioso, estado geral do paciente, potenciais riscos e intercorrências relacionadas a LMA, avaliar o nível de desempenho (escala ECOG/Karnofsky). Obs. na suspeita de abcessos perirretais e vaginais em neutropênicos, evitar exames invasivos que podem causar infecções. Avaliação laboratorial: hemograma completo com analise de diferenciação dos leucócitos o 75% - Trombocitopenia < 100 x 109/L e 25% - plaquetas <25 x 109/L → diagnostico o 15 x 109/L – mediana ao diagnóstico. o Células blásticas no sangue periférico o Exames gerais: renal, hepático, hemostasia, sorologias, parasitologias, entre outros. Obs. função cardíaca = raio x do tórax, ECG e eco – terapia. Obs. A contagem de células leucêmicas no sangue é muito variável Mielograma: aspiração da medula óssea no esterno ou crista ilíaca p/ esfregaço → presença de pelo menos 20% de blastos mieloides na medula óssea. Exceto em casos com certas anormalidades citogenéticas que são consideradas determinantes da leucemia. É feita a contagem de mieloblastos, monoblastos, megacarioblastos → esta biopsia deve ser realizada em paciente com punção seca, idosos ou na suspeita de leucemia secundaria. Obs. leucemias com componente monocítico → monoblastos e promonócitos são equivalentes a blastos. Imunofenotipagem por citometria de fluxo das células leucêmicas: uso do painel de anticorpos com critério de >20% de células com o marcador. Cariótipo com banda-G: componente obrigatório, anormalidade encontrada em 55% dos pacientes, relacionados ao prognostico da doença e ao planejamento terapêutico. Em muitos casos as alterações citogenéticas estão relacionadas a subtipo morfológico e clinico da doença. Este subtipo pode ser → favorável, intermediário e desfavorável. Diagnostico → classificação → prognostico → estabelecimento da terapia mais adequada para a obtenção da remissão, sobrevida livre da doença e cura. 60% atingem remissão completa com a quimioterapia, mas apenas 15% a 30% permanecem livres por mais de 5 anos. Tratamento de suporte: visa compensar os aspectos clínicos da doença com transfusões de hemocomponentes apenas para manter hemoglobina em torno de 10g/Dl e plaquetas > 20 x 109/L Terapia especifica: indução da remissão visando reduzir a população de células leucêmicas de 1012 → 109 células. Utilizado para todos os tipos de LMA, exceto LPA, com três dias de antracíclico e sete dias de citarabina. Remissão completa obtida em 60 a 80% dos casos; Obs. a remissão é considerada quando há recuperação dos parâmetros hematológicos após a quimioterapia de indução, Causadas por t(8;21) e inv16: quimioterapia convencional,principalmente na ausência de algumas mutações; Causadas por sucessão MDS ou terapia genotóxica: transplantes de medula; Causada por t(15;17): tratada com doses farmacológicas de ATRA combinadas com quimioterapia convencional, além de sais arsênicos que causam degradação da PMLRAR alfa. O tratamento em idosos: eles apresentam baixo nível de desempenho, maior incidência fenótipo de multirresistência a drogas, menor porcentagem citogenética favorável e taxa de RC mais baixa. • Discutir com a família. • Indução da remissão proporciona melhor qualidade de vida e deve ser encarada como objetivo primário. • Tratamento baseado no controle da leucometria com hidroxiureia e regime de suporte transacional (hemácias e plaquetas) para melhor qualidade de vida. o Gene BRC-ABL detectado por analise cromossômica ou PCR o Primeiro sintoma é um desconforto no abdome causado por esplenomegalia ou dor aguda no quadrante superior esquerdo devido ao infarto espênico; o Maior incidência na quinta ou sexta década de vida
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