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DESENVOLVIMENTO DO OLHO

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DESENVOLVIMENTO DO OLHO 
INTRODUÇÃO 
O olho possui origem embriológica diversificada tanto da 
ectoderma de superfície que irá originar o cristalino e o 
epitélio da córnea, da neuroectoderma que origina a 
porção nervosa do olho que é a retina neural e retina 
pigmentada e o mesênquima cefálico (mesoderma + 
células da crista neural) que irá originar parte córnea e os 
músculos ciliares e da íris, além da placa coroide e da 
esclera. 
CRISTALINO E RETINA 
Tanto a retina como o cristalino, além de todas outras 
estruturas que compõe o olho serão originadas de uma 
vesícula primaria encefálica denominada prósencéfalo 
que posteriormente dará origem ao telencéfalo e ao 
diencéfalo, onde surgirá a primeira evidencia do olho 
organismo. Por volta do 22º dia de desenvolvimento do 
embrião surge na parede do prósencéfalo, futuro 
diencéfalo, SULCO ÓPTICO que corresponde a primeira 
evidencia de aparecimento do olho. 
 
Mais ou menos no 24º dia de desenvolvimento, esse sulco 
optico sofre um processo de evaginação e origina uma 
estrutura denominada de vesícula óptica, como se fosse 
uma “bolsinha” que possui as paredes continuas com o 
neuroepitélio do diencéfalo e a cavidade dessa vesícula 
está continua também com a luz do canal neural. Essa 
vesícula se conecta com o diencéfalo pelo pedículo óptico. 
Além dessa vesícula ser circundada pelo mesênquima 
cefálico (mesoderma + células da crista neural). 
 
A vesícula óptica agora formada inicia-se movimentos 
internos: a parede mais distal dessa vesícula sofre uma 
invaginação em direção a parede mais proximal, dando 
origem a uma estrutura vesicular semelhante a uma taça 
denominado de cálice óptico composto por duas paredes, 
uma interna e outra externa, sendo a parede externa 
margeada inicialmente células mesenquimais de 
preenchimento e por um epitélio de revestimento. 
 
Todo esse processo de invaginação da vesícula óptica é 
realizado por uma indução do ectoderma nesse local 
assim como a vesícula óptica induz o ectoderma de 
superfície a se invaginar e formar uma outra porção que 
se separa do ectoderma denominada de placa do 
cristalino ou placa da lente. A placa sofre invaginação e se 
separa do ectoderma, dando origem a uma outra 
estrutura denominada de vesícula do cristalino. 
Entre o espaço do cálice óptico formado a partir da 
invaginação da vesícula óptica e a vesícula do cristalino 
originado a partir da invaginação do ectoderma de 
revestimento, aparece células mesenquimais que irão 
secretar uma matriz gelatinosa transparente que será 
denominada de corpo vítreo, e futuramente chamada de 
humor vítreo (entre o cristalino e a retina). 
 
O cálice óptico posteriormente irá originar a retina que 
será subdividida ainda em retina neural, mais próxima da 
lente, composta pelos fotorreceptores (bastonetes e 
cones) e a retina pigmentar composta por melanina e 
outras células. Já a vesícula da lente dará origem ao 
cristalino ou lente futuramente. Todo esse processo até 
a formação da vesícula do cristalino ocorre mais ou menos 
até o 33º dia de desenvolvimento do embrião. 
CRISTALINO 
O cristalino será inicialmente originado partir da vesícula 
do cristalino que sofreu invaginação e separou-se de todo 
o ectoderma de revestimento. Com a formação completa 
da vesícula, as células da parede posterior da vesícula do 
cristalino se diferenciam para formar fibras primarias do 
cristalino que irão obliterar a luz da vesícula por completo 
e originar o cristalino em si. 
Essa diferenciação das células e formação das fibras desse 
tipo inicia-se mais ou menos na 7ª semana do embrião, 
próximo do início do terceiro mês. Essas fibras expressam 
proteínas cristalinas do tipo α, β e γ garantindo toda a 
transparência do cristalina como uma lente e as fibras do 
tipo secundarias surgem a partir do 3º mês. 
Já as células anteriores da vesícula do cristalino, que são 
células epiteliais anteriores da córnea não se modificam e 
possuem capacidade proliferativa ao longo de toda a vida 
do indivíduo. 
 
Para fins didáticos é como se as fibras primarias e depois 
as secundarias transformassem o cristalino em espécie de 
um “novelo de lã”, em que toda a luz dessa vesícula é 
tampada. 
RETINA 
A retina é oriunda do cálice óptico e subdividida em duas 
porções distintas: a porção mais interna ou mais próxima 
do olho é denominada de retina neural composta pelos 
fotorreceptores, cones e bastonetes, que irão receber a 
luz proveniente do ambiente e ajustada pelo cristalino na 
fóvea. 
Já a porção mais afastada do olho e do cristalino é a retina 
pigmentar composta por melanina especialmente, sendo 
uma camada mais fina que a camada neural. Entre essas 
duas camadas existem um espaço intrarretinal que depois 
desaparece ao longo do desenvolvimento e as camadas 
ficam praticamente juntas, mas sem fusão. Quando há o 
que se chama de descolamento da retina é quando ambas 
camadas se separam uma da outra devido algum contexto 
físico na região. 
 
E posteriormente, o pedículo óptico, que é aquela porção 
que liga a vesícula ao diencéfalo e agora liga a retina ao 
diencéfalo irá originar posteriormente o que se denomina 
de nervo óptico, responsável por levar informações dos 
olhos para o sistema nervoso central para interpretar esse 
estimulo visual. 
A retina neural, mais espessa, se subdivide em duas outra 
camadas: a camada neuroblástica interna e a camada 
neuroblástica externa. As camadas neuroblástica interna 
e externa formam a camada celular definitiva da retina 
neural. Tudo isso ocorre apenas no 8º mês de gestação e 
de desenvolvimento. 
As células fotorreceptoras cones e bastonetes provem da 
camada neuroblástica externa, compondo a primeira 
camada da retina, enquanto as células ganglionares que 
os axônios se acoplam em fibras neuronais que vão em 
direção ao nervo optico, são originadas da neuroblástica 
interna, mais profunda e afastada da superfície do olho. 
 
A diferenciação da retina é extremamente complexa e por 
isso que demora tanto para ocorrer, especialmente ao se 
tratar dos cones e bastonetes que são fotorreceptores 
que recebem estimulo luminoso, principalmente quando 
se tem pouco estimulo, e os cones são especificamente 
células que possuem função de distinção das cores. 
Essa distinção das cores é determinada pela capacidade 
de determinados tipos de cones (S, M ou L) de detectar 
comprimentos de ondas específicos, o que garante essa 
diferenciação de cores. Problemas relacionados aos cones 
específicos gera uma doença conhecida como daltonismo 
em indivíduos. 
NERVO ÓPTICO 
O nervo optico é originado a partir do pedículo óptico e 
que com o passar do desenvolvimento vai sofrendo uma 
obliteração da sua luz pelas fibras axonais provenientes 
das células ganglionares até que essa região seja toda de 
certa forma preenchida. 
 
A mielinização das fibras nervosas inicia-se no período 
tardio do desenvolvimento fetal, a partir do 7º mês e se 
estende durante o primeiro ano pós-natal. Vale lembrar 
que existe um vaso sanguíneo importante que segue no 
meio do canal optico responsável por vascularizar a retina 
principalmente. 
Esses vasos sanguíneos chegam no canal optico por uma 
estrutura denominada de fissura óptica, resultante de um 
invaginação na porção da retina que permite a passagem 
dos vasos sanguíneos. Em outras palavras, a fissura ótica 
possui como principal objetivo permitir a passagem de 
vasos sanguíneos que irrigam tanto a retina como a lente 
ou cristalino (que posteriormente perde vascularização) e 
a artéria hialoide ao longo do desenvolvimento sofre uma 
degeneração na região do humor vítreo, ficando presente 
apenas a porção proximal, denominada de artéria central 
da retina. 
 
CORÓIDE E ESCLERA 
Essas duas camadas envolvem externamente a porção do 
cálice optico, circundando toda essa estrutura do olho e 
correspondendo a cerca de 2/3 de todas as estruturas do 
órgão. Ambas são compostas por células mesenquimais 
que se encontravam em volta do cálice optico,sendo a 
porção mais interna e mais próxima do cálice denominada 
de coroide e a porção mais externa e mais afastada do 
cálice optico denominada de esclera. 
A coroide é uma camada interna, vascular e pigmentada 
que possui principal função de suprimento sanguíneo da 
retina, auxiliando a artéria central da retina nesse mesmo 
processo. Já a esclera é uma camada externa e fibrosa que 
possui função de sustentação e proteção de estruturas 
internas do olho, por isso formada por fibrina e rígida. 
 
CÂMARA ANTERIOR, CÓRNEA E PUPILA 
A câmara anterior, a córnea e a membrana pupilar que 
futuramente será denominada de pupila irão se originar 
das células mesencefálica encontradas no espaço entre a 
vesícula do cristalino e o ectoderma de revestimento. São 
as estruturas mais anteriores do olho, e logo se formadas 
anteriormente a todas as outras estruturas. 
A câmara anterior se origina a partir da apoptose das 
células mesenquimais na região entre o cristalino ou lente 
e o ectoderma de revestimento. Ou seja, a apoptose das 
células mesenquimais nesse local dão origem a um espaço 
que vai ser posteriormente preenchido por humor aquoso 
sendo esse espaço denominado de câmara anterior. 
Indo por camadas, a camada de células mesenquimais 
que se localizam entre o cristalino e o vacúolo formado 
para a câmara anterior é denominada de membrana ou 
camada pupilar que futuramente dará origem a pupila, 
bem próxima ao cristalino, praticamente em contato. 
Já na camada mais externa, anteriormente ao vacúolo ou 
a câmara anterior se forma em conjunto de células do 
mesênquima e células do ectoderma de revestimento 
uma estrutura conhecida denominada de córnea, a partir 
de uma diferenciação desse conjunto de células. 
 
Ao longo do desenvolvimento do olho, membrana pupilar 
vai se degenerando até formar a estrutura pequena que é 
denominada de pupila. Essa degeneração da membrana 
permite que tenha uma comunicação entre a porção do 
cristalino, humor aquoso que posteriormente preenchera 
a região da câmara anterior e outras estruturas do olho. 
 
ÍRIS E CORPO CILIAR 
Nas porções mais anteriores do cálice óptico ou ainda nas 
porções onde a retina neural e a retina pigmentar elas se 
encontram, ocorre um processo de diferenciação celular 
que originará a íris e o corpo ciliar. 
A íris envolve a parte mais externa do cristalino, e possui 
função de controle da passagem de luz pelo cristalino a 
partir da dilatação ou contração da pupila, ou seja, ao se 
dilatar, a íris reduz a pupila e logo, entra menos luz, ao se 
contrair, a íris aumenta a pupila e entra mais luz, devido a 
necessidade do organismo. Por isso que em ambientes 
escuros a pupila se dilata e em ambientes claros a pupila 
contrai. 
Além disso, por ser formada pela retina neural e também 
pela retina pigmentada, a íris possui uma porção que é 
pigmentada, conferindo a coloração dos olhos e a porção 
não pigmentada. O mesênquima origina o estroma da 
pupila responsável por conferir sustentação, além do 
esfíncter da pupila e músculos dilatadores da pupila são 
derivados da crista neural, sendo um dos únicos músculos 
do corpo humano com origem do ectoderma. 
O corpo ciliar são estruturas originadas assim como a íris 
da porção anterior do cálice optico, porem um pouco mais 
afastado do cristalino, localizando-se atrás da íris. Essas 
estruturas são responsáveis por possuir musculatura do 
tipo suspensória que controla movimentos do cristalino 
de expansão ou contração conforme a necessidade focal 
do olho. 
Além disso, essas estruturas são responsáveis produzir o 
humor aquoso que irá percorrer a câmara posterior que é 
localizada entre a íris e o cristalino, em um pequeno local 
espaçado até chegar na câmara anterior, onde irá nutrir 
tanto o cristalino quanto a córnea. 
 
Nessa imagem anterior é possível observar o caminho que 
o humor aquoso percorre desde sua produção no corpo 
ciliar, percorre a câmara posterior, passa pelo canal e logo 
chega na câmara anterior onde se acumula. Em casos de 
o canal estiver obstruído, esse liquido se acumula câmara 
posterior e leva ao aumento de pressão intraocular, o que 
gera problemas de visão, conhecido como glaucoma. 
 
PÁLPEBRAS 
As pálpebras são formadas por dobras de ectoderma de 
superfície ou de revestimento com centro mesenquimal 
que surgem cranial e caudalmente à córnea que está se 
desenvolvendo. Essas pálpebras permanecem aderidas 
até mais ou menos 26 a 28 semanas de desenvolvimento. 
O espaço entre a pálpebras e a córnea é denominado de 
saco conjuntivo ou conjuntiva, local de inflamação em 
casos de conjuntivite já as glândulas lacrimais são 
formadas a partir de imaginações de ectoderma apenas 
na 6ª semana após o nascimento.

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