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Processo Civil apostila

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1 | P á g i n a 
 
 Processo Civil 
 10ª Termo 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
O processo de conhecimento se desenvolve em quantas etapas? Temos duas principais: A primeira 
etapa de atividade cognitiva vai até a sentença. Dali em diante vem outra etapa, que é o cumprimento de sentença. 
A primeira etapa se desenvolve em quantas fases? Postulatória, Saneadora, Instrutória e Decisória. São 04. 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste 
Código ou de lei. 
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos 
especiais e ao processo de execução. 
Esse modelo de processo de conhecimento é um modelo que é desenvolvido conforme um conjunto 
de atos processuais que o legislador denomina de procedimento comum. E depois temos os procedimentos 
especiais. 
O processo se diferencia do procedimento. O vinho é o processo, o conteúdo, mas o que o reveste é 
o procedimento. O procedimento comum é feito para atender a maioria dos direitos materiais, enquanto o 
especial para atender particularidades. Completar 
Seja procedimento comum, seja especial, estão dentro do processo de conhecimento. E o processo de 
conhecimento visa atender quais interesses? Sempre que se tiver incerteza, é processo de conhecimento. É para 
crise de certeza sobre a existência do direito. 
Primeiro olhamos para o procedimento especial e DEPOIS para o comum. Pode ser que seja esparso, 
como a Lei do Mandado de Segurança. Então, primeiro olhamos se é um caso especial, e, não sendo, é o comum. 
Agora, se tivermos uma crise de insatisfação, o processo é o de execução. 
Esses procedimentos especiais representam um conjunto de atos processuais previstos pelo legislador 
para atender as particularidades de um determinado direito material. 
 
Quais são as particularidades do procedimento especial? 
▪ Primeira particularidade: Exigências do Direito Material 
Ele é criado para atender especificidades do direito material envolvido na demanda. Nesse sentido, o 
legislador escolheu a dedo essas situações. Do Pagamento em Consignação: Artigo 334/335. O normal seria o 
devedor pagar o credor. Mas ele não paga. Então o pagamento em consignação representa uma forma anômala 
de pagamento. 
 
▪ Segunda Particularidade: Tutela Jurisdicional Diferenciada 
Eles geram uma situação de tutela jurisdicional diferenciada. Quando há uma tutela concedida de 
forma sumária, diferente do que se seguiria numa tutela jurisdicional comum, invertendo-se as fases, é um 
mecanismo de tutela jurisdicional diferenciado. Todas as tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais 
diferenciadas, pois ou são concedidas dentro do processo mas anterior a sentença ou fora do processos principal 
para atender Urgência e Evidência. 
Sempre que houver inversão de procedimento, redução de prazos etc – teremos tutela jurisdicional 
diferenciada. 
E por que estamos falando dessa tutela jurisdicional diferenciada? Porque ela serve para atender 
particularidades e inclusive relativas ao direito material, como o caso da consignação em pagamento. Portanto, 
todos os procedimentos especiais se presta uma tutela jurisdicional diferenciada. Essa é a segunda 
particularidade. 
 
 
▪ Terceira Particularidade: Técnicas Processuais Diferenciadas 
2 | P á g i n a 
 
 Processo Civil 
 10ª Termo 
Os procedimentos especiais são marcados por técnicas processuais diferenciadas. Por exemplo: 
Interdito proibitório. Onde vai se ter a questão de posse nova e posse velha e a liminar, que já e diferenciada, 
porque não exige urgência, apenas evidência. Há matérias de defesa que não pode ser alegada no procedimento 
especial. É essa técnica e NÃO OFENDE O CONTRADITÓRIO porque tem particularidades 
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o 
montante que entende devido. 
 
Então os atos serão diferentes. Por exemplo: petição inicial, contestação, os prazos etc. 
 
Aspectos Legais 
Eles estão num título próprio dentro do processo de conhecimento. Temos de jurisdição voluntária 
(art. 719/770) e os de jurisdição contenciosa (há litígio) (art. 539/718). Também existem procedimentos 
especiais fora do CPC e alguns até antigos. Por exemplo: ação de desapropriação por interesse público (Dec. 
3665/41); Ação Popular (4717/65); Ação Civil Pública (7347/85); Mandado de Segurança (12.016/09); Lei de 
Locação (renovatória e consignação de alugueis). 
Na jurisdição contenciosa, conforme o próprio nome diz, há litígio, uma lide. Enquanto na voluntária 
não há previsão de controvérsia. Mas existe processo e efetiva jurisdição sem controvérsia? 
A doutrina diz: Mas nos procedimentos especiais de jurisdição voluntária existe mesmo jurisdição ou 
são atos administrativos praticados pelo juiz? 
 
Na contenciosa, realmente há uma jurisdição contenciosa, pois o juiz resolve uma crise de certeza. 
completar Mas e numa alienação de coisa indivisível em condomínio? Um quer vender e o outro não que 
comprar. Cabe ação de alienação da coisa comum. Ou, o sujeito que quer sair do condomínio, precisa por fim 
ao condomínio. Não há necessidade de litígio, basta exercer o seu direito. O direito dele é de a, qualquer tempo, 
requerer a sua retirada, a divisão ou, se for indivisível, a venda. Precisa ter litígio aqui? 
Não, pois a saída do condomínio é um direito potestativo e mesmo que o outro não queira, o juiz não 
pode se negar. Como o divórcio litigioso. 
Normalmente, os procedimentos em jurisdição voluntária os direitos são potestativos e, portanto, não 
há lide. Mas há outra característica importante da jurisdição: A substituição da vontade das partes. Mas as 
pessoas acham que só há jurisdição quando o juiz resolve alguma coisa. Por isso surgiram duas correntes: 
1ª corrente – Corrente Clássica/Tradicional: Os procedimentos de jurisdição voluntária não 
representam procedimentos jurisdicionais propriamente dita e sim procedimentos administrativos, pois não tem 
lide. Já se chamava Administração Pública de interesses privados feita pelo juiz. Por exemplo: interdição. Será 
nomeado um curador “Longa manus” do juiz e o MP será fiscal, pedirá prestação de contas e assim em diante. 
Para eles, é mais importante a Lide do que a Substitutividade. PREVALECE. Falam que o CPC 2015 
promoveu conciliação, mediação e técnicas extrajudiciais de solução de conflitos como sinal de que o 
procedimento de jurisdição voluntária não é atividade jurisdicional propriamente dita. 
2ª corrente – Corrente Revisionista: Se desenvolve procedimento jurisdicional pois há a presenta do 
Estado-Juiz substituindo a vontade dos interessados ainda que não haja lide. Para eles, é mais importante a 
Substitutividade do que a Lide. VEM CRESCENDO PORQUE O LEGISLADOR MANTEVE NO CPC 
2015 E ENTÃO E ELE ENTENDE QUE É JURISIDIÇÃO 
3 | P á g i n a 
 
 Processo Civil 
 10ª Termo 
Sábado, 22 de agosto de 2018 
São procedimentos ligados ao processo de conhecimento e ao direito material, tratados pelo legislador 
de forma particularizada, para devolver no máximo possível a tutela jurisdicional, diferenciada, justamente para 
atender as peculiaridades do direito material. Veremos hoje procedimentos de jurisdição contenciosa, porque 
também há o litígio – controvérsia, e o Poder Judiciário precisa agir. 
 
Ação de Usucapião de terras particulares 
Tivemos mudanças quanto ao procedimento. A ação de usucapião de terras particulares e seu 
procedimento especial deixou de existir? Fazemos essa pergunta, porque, se abrirmos no CPC, a partir do artigo 
539 (procedimentos especiais), não vamos encontrar o procedimento especial da ação de usucapião. 
Diferentemente, se buscarmos no CPC antigo, encontraremos.Entretanto, NÃO deixou de existir. 
Se não, não faria sentido o CPC afirmar sobre “aquele que possuir por mais de 15 anos imóvel – 
posse mansa e pacífica”, pode pedir a declaração e se pedir declaração é por intermédio do Poder Judiciário. 
Portanto, não deixou de existir. 
Veja-se: Não é mais procedimento especial porque não está inserido entre eles. De modo particular, 
a usucapião ordinária e extraordinária, que são as mais comuns, será regida pelo procedimento comum (para a 
urbana a lei 6969/81 traz algumas particularidades). Assim, fora isso, o procedimento adotado hoje é o 
procedimento comum. 
Vamos pensar na usucapião extraordinária. Quais são os requisitos dela? 1) Tempo de 15 anos; 2) 
Posse mansa e pacífica e; 3) posse com “animus domni” (PAD). Por exemplo: imóvel em posse de A, tendo o 
vizinho 1, 2 e 3 e, abaixo, o logradouro público. 
 
Ele não tem o título do imóvel. Procura um advogado para se promover uma ação de usucapião do 
imóvel. Dessa ação de usucapião deve serem cientificados os vizinhos, para que eles analisem se não terão 
prejuízo com a ação de usucapião ou se não invadiu a área deles. No CPC 73, em seu procedimento, era expressa 
a necessidade de citação dos vizinhos. 
A posse, da mesma forma da propriedade, é exercida “erga omnes” ewe a coletividade deve respeitar 
esse direito. Por isso, há quem tenha interesse nessa ação. Como a coletividade vai ficar sabendo dessa ação? O 
proprietário mesmo, tem interesse e deve ser citado. Se estiver morto, cita-se os herdeiros e o espólio. Os 
vizinhos também. 
E o resto do mundo que precisa de alguma forma saber? Às vezes alguém tem uma oposição aquela 
hipótese. Então, temos problemas principalmente a citação nesse procedimento, que o CPC 73 previa. Hoje é o 
procedimento comum com algumas particularidades. É um “meio” procedimento especial. É um procedimento 
comum para todos os efeitos porque não há a ação prevista em procedimento especial mas há algumas 
particularidades. 
Há alguns dispositivos que nos ajudam: 
Art. 246. A citação será feita: 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando 
tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. 
Aqui o legislador resolve os problemas dos confinantes, que são os vizinhos. E é uma particularidade 
porque o legislador fala “na ação de usucapião de imóvel”. 
Art. 259. Serão publicados editais: 
I - na ação de usucapião de imóvel; 
Mais uma particularidade. Interessante que o legislador deixou de trata-la como procedimento 
especial mas traz em outros momentos essa particularidade. A publicação do edital dá ciência a um grande 
número de pessoas. Além da citação dos confinantes há necessidade de publicação de edital para que a ciência 
tome conhecimento, maior número possível de pessoas. 
 
Art. 1.071 § 10 Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, 
apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou 
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum 
dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os 
autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a 
petição inicial para adequá-la ao procedimento comum." 
Esse artigo alterou a LRP e passou a prever a modalidade de usucapião extrajudicial, que é um 
procedimento extrajudicial. Aqui o próprio legislador afirma que o procedimento que será adotado é o comum. 
Vamos ver um problema: 
 
Carlos promoveu ação de usucapião extraordinário pelo procedimento comum. Em sede de juízo 
de admissibilidade da petição inicial, o MM. Juiz da demanda extinguiu, liminarmente, o processo 
sem resolução do mérito, sob o argumento de que o autor não esgotou a via administrativa prevista 
no Art. 1071, §10, CPC. Decidiu corretamente o magistrado? 
R: O juiz errou porque o legislador não fala que há necessidade de esgotar via administrativa. A 
jurisprudência é bem clara nesse sentido, num julgamento do começo de setembro de 2018, TJ de 
SP: 
APELAÇÃO nº 1007313-49.2016.8.26.0126 
APELANTE: ADOLFO BURGEMEISTER 
APELADO: JUÍZO DA COMARCA 
COMARCA: CARAGUATATUBA 
JUIZ: JOÃO MÁRIO ESTEVAM DA SILVA 
AÇÃO: USUCAPIÃO ORDINÁRIA VOTO Nº 19852 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO – PROCEDIMENTO EXTRAJUDICIAL PREVISTO 
NO ARTIGO 1.071 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – FACULDADE DA PARTE - 
INDEFERIMENTO DA INICIAL – INVIABILIDADE - DESNECESSIDADE DO 
PRÉVIO ESGOTAMENTO DA VIA EXTERNA PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO - 
SENTENÇA ANULADA - RECURSO PROVIDO 
 
 
 
 
Ação de exigir contas 
• Previsão legal: arts. 550 a 553; 
• Extinção da ação para prestar contas; 
• Requisitos da petição inicial - §1º do art. 550; 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
• Prazo para 15 dias para contestar a demanda, assim como para o autor se manifestar sobre as contas 
apresentadas; 
• Prazo de prestar contas para 15 dias; 
• Contas apresentadas na forma adequada – art. 551; 
• Autorização para apresentação de documentos a posteriori; 
 
▪ Quem pode exigir contas? 
Mandatário, o síndico do condomínio. Essas pessoas precisam prestar contas e de forma espontânea, 
é o mínimo que se espera, que elas prestem contas. Outro exemplo, alguém que tem bens em sua 
responsabilidade; curador, inventariante pelo inventário etc. Se elas não prestarem, alguém pode exigir isso. 
É um nome novo trazido pelo CPC atual. Antes era ação de prestação de contas. 
▪ Extinção da ação para prestar contas 
Não há uma prestação de contas no procedimento especial quando a outra parte não quer recebe-las. 
No CPC de 73 a pessoa poderia se valer do procedimento para apresentar contas ao mandante, se, por exemplo, 
ele não quisesse recebe-las. Será que não é possível o mandatário propor uma ação contra o mandante para 
prestar contas? Não há nenhum impedimento, mas esse “prestar contas” se dará pelo procedimento comum e 
não pelo especial, porque para exigir tem o procedimento especial, mas para prestar contar/dar contas não tem. 
▪ Requisitos da petição inicial 
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para 
que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, 
instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem. 
Não tem muita coisa diferente de qualquer outra petição inicial. 
A petição inicial da ação de exigir contas, os requisitos básicos são os mesmos de toda e qualquer 
petição inicial (art. 319 CPC). Esse é o padrão, com um detalhe: Nos fatos e fundamentos jurídicos do pedido 
(que são um dos requisitos), o legislador afirma que o autor especificará detalhadamente as razões pela quais 
exige as contas. 
O que é esse detalhamento? Significa que não basta dizer “eu tenho direito de exigir contas e quero 
que sejam prestadas’. Tem que falar: “notifiquei o mandatário para prestar contas, ele não prestou; o contrato 
afirma que deve prestar a cada 15 dias e há 45 ele não presta”. Então, não basta uma simples alegação. Sob pena 
do direito dizer intime-se o autor para trazer as razões sob pena de indeferimento, entendendo que a petição 
inicial está incompleta. Pode ser que o mandatário tenha prestado as contas, mas não da forma que o mandante 
concorde. Esse é outro argumento para ajuizar essa ação. 
Ainda, deve estar com os documentos comprobatórios se existirem. Mas todas as petições iniciais 
devem estar instruídas com eles, se existirem. Se for um mandato, o contrato de mandato é indispensável. 
Ademais, há outro detalhe para chamarmos atenção: “requererá a citação do réu par a que as preste 
ou ofereça contestação no prazo de 15 dias”. Esse pedido deve estar EXPRESSOna petição inicial. Qual é o 
principal pedido da ação? Que seja julgada procedente. 
 Mas também temos o pedido de citação e ele é diferente porque temos uma particularidade do 
procedimento aqui. Porque o réu no procedimento comum, seria para apresentar contestação ou audiência de 
conciliação. Porque ele é citado para prestar contas ou contestar. 
Petição inicial recebida, citação expedida, o réu pode optar por qualquer uma das vias, prestar contas 
ou contestar. Se prestar contas, está resolvida primeira parte. Mas há uma segunda parte. O procedimento 
especial da ação de exigir contas tem duas etapas bem distintas. A primeira fase se decide sobre a prestação de 
contas propriamente dita e, num segundo momento, se essas contas prestadas estão bem prestadas e se há ainda 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
a necessidade de cobrar alguma coisa. E, no final, pode haver uma terceira fase, que é o cumprimento de 
sentença. Por exemplo: juiz identifica dentro de uma perícia que o mandatário deve para o mandante dez mil 
reais. 
§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindo-se o 
processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro. 
O capítulo X do Título I é o julgamento conforme estado do processo. Então o que acontece se o réu 
presta contas? O autor será intimado para se manifestar sobre elas. Se ele estiver de acordo ou não (ambos 
casos), o procedimento passa a ser comum. Se estiverem bem prestadas nem precisará de cumprimento de 
sentença. 
▪ Contestação 
Estamos ainda dentro da primeira fase. 
§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com 
referência expressa ao lançamento questionado. 
§ 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355. 
O professor leu o §4º. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, 
quando: 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na 
forma do art. 349. 
Então o juiz julgará, se ele não contestar o pedido, de acordo com o estado que o processo se 
encontrar. não ser que ele haja necessidade de produção de provas, como perícia nas contas. 
Se o réu contesta contrariando, o juiz decidirá se devem ou não ser prestadas as contas. E essa decisão 
de prestar contas marca o fim da primeira fase. 
§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 
(quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar. 
Até agora ele não estava sendo obrigado, mas agora temos uma decisão obrigando ele a prestar contas. 
E aqui estamos no final da primeira fase: a primeira decisão que o juiz dá nessa ação é se devem ou não ser 
prestadas as contas. 
Depois disso, começa-se a segunda fase a partir da necessidade de apresentar as contas. O §6º afirma: 
§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, 
caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a 
realização de exame pericial, se necessário. 
Vejam só: O juiz entendeu que as contas devem ser prestadas. O réu é obrigado a presta-las porque 
há a decisão nos termos do §5º, no prazo de 15 dias. Se ele não apresentar, o legislador diz “sob pena de não lhe 
ser lícito impugnar as que o autor a apresentar”. Ou seja, o réu perde o direito de apresentar as contas. 
Se o autor prestar, o procedimento passa a ser comum porque será discutido se estão corretas ou não. 
Dentro dessa segunda fase, analisaremos se as contas foram bem prestadas ou não. A primeira é se 
tem ou não que prestar contas. A terceira fase é o cumprimento de sentença porque pode ser que haja algum 
crédito em favor da parte. 
Se não apresentar, o risco é grande porque o autor apresentará do modo que ele bem entender. E o 
réu não poderá impugnar segundo o §5º. Isso não ofende o contraditório e a ampla defesa? Não. Não faz sentido 
falar em perda do contraditório aqui, porque ele teve duas oportunidades. Inicialmente para prestar contas ou 
contestar e num segundo momento o juiz obriga ele a prestar contas e ele não presta. O juiz não pode prestar, 
porque a relação jurídica é entre autor e réu e o autor apresenta. É a questão da proibição do comportamento 
contraditório. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Ele pode recorrer. Mas o juiz não é obrigado a aceitar as contas apresentadas pelo autor, tanto que 
pode fazer perícia. 
▪ Prestação de contas 
E na segunda fase, como essas contas devem ser prestadas? O legislador trouxe parâmetros no artigo 
551. 
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a 
aplicação das despesas e os investimentos, se houver. 
O que é forma adequada? A doutrina e a jurisprudência afirma que é a forma mercantil. Crédito, 
débito, resultado etc. Se a parte não tiver condições de apresentar, contrata um contador. Se faz colunas. O autor 
terá um prazo de 15 dias para se manifestar nos termos do §2º do artigo 550. Nessa altura já temos instaurado o 
procedimento comum e NÃO o especial, inclusive com a possibilidade de produção de provas. 
§ 1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo 
razoável para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente 
impugnados. 
Aqui, vamos imaginar que o réu prestou as contas, pormenorizado. O autor ao se manifestar não 
concordou com um item da coluna X, Y e W. O juiz intimará o réu para justificar, documentalmente, aqueles 
números. Isso é para o juiz ter subsídios, porque pode ser necessário contratar um expert e quanto mais subsídios 
documentais, melhor. 
Depois disso, desse contraditório, se houver necessidade o juiz determina realização de prova oral, 
marca audiência, designa perito – enfim, instrução probatória. Logo após a instrução, teremos a fase decisória. 
§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º, serão apresentadas na forma adequada, já 
instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das [ 
despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo. – Não foi lido. 
 
▪ Sentença 
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. 
É o fim da segunda fase. O juiz analisará essas contas. Pode ser que o saldo seja zero. Se tiver saldo, 
vamos para o cumprimento de sentença. Aqui o recurso é apelação. Mas vejamos um problema: 
 
Na primeira fase de uma ação de exigir, o MM. Juiz da causa, por meio de pronunciamento 
judicial, por ele mesmo denominado de sentença, julgou procedente a pretensão do autor. O réu, 
inconformado, apresentou recurso de apelação. Trata-se do mecanismo processual adequado para 
impugnar a decisão? 
Temos aqui uma decisão interlocutória de mérito, agravável pelo artigo 1.015, inciso I do CPC. 
Deveria ser agravo de instrumento. Mas o próprio juiz não chamou a decisão dele de sentença? 
Ele não induziu o réu a erro? Há a questão da fungibilidade aqui. Vejamos: 
 
 
APELAÇÃO Nº: 1007082-22.2017.8.26.0438 
APELANTE: ALEXANDRE DA SILVA TORRES 
APELADO: ESPÓLIO DE MARIA AREIAS TORRES 
COMARCA: PENÁPOLIS 
JUIZ: MARCELO YUKIO MISAKA 
2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo 
APELAÇÃO. FUNGIBILIDADE RECURSAL. Na ação de exigir contas, regulamentada 
pelo CPC/15, a primeira fase é encerrada por meio de decisão interlocutória, nos termos do 
art. 550, § 5º, do CPC/15. O juízo a quo denominou o ato judicial de sentença, fato que levou 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
a erro o recorrente. Ausência de erro grosseiro ou má-fé. Incidência do princípio da 
fungibilidade recursal. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. 
Descumprimento do artigo 1.010, II, do CPC. Ausência de pressuposto de admissibilidade 
recursal. SUCUMBÊNCIA.Matéria cognoscível de ofício. Distribuição do ônus 
sucumbencial que deverá ser levada a efeito quando da prolação da sentença definitiva. 
RECURSO NÃO CONHECIDO, com determinação. 
 
Nesse caso, se aplicou a fungibilidade porque o juiz induziu a parte a erro. Entretanto, vamos 
encontrar na jurisprudência decisões do próprio TJSP que é erro grosseiro e, assim, sendo, não 
cabe fungibilidade. É que aqui tem a particularidade do juiz chamar a decisão de sentença. 
 
 
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro 
administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. 
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer 
no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a 
gratificação a que teria direito e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do 
prejuízo. (não leu esse artigo) 
 
Ações Possessórias 
• Previsão legal: arts. 554 a 568 do CPC 
• Art. 554 – citação nas ações possessórias envolvendo grande número de pessoas; 
• Art. 555 – possibilidade de ser requererem medidas necessárias e adequadas para a tutela 
possessória; 
• Art. 557 – possibilidade da propositura da ação de reconhecimento do domínio contra terceiro; 
• Art. 559 – Caução real ou fidejussória e sua dispensa na hipótese de hipossuficiência; 
 
O legislador quer transformar a posse em propriedade; titular a posse; pois é uma situação fática que 
merece importância do direito. Além da importância que as pessoas dão, ela merece proteção. Um dos efeitos 
da posse é a proteção e o artigo 1.210 garante isso, seja pela reintegração, proteção etc. Inclusive ele pode pela 
suas próprias forças pela legitima defesa da posse (desforço imediato). 
Quando os mecanismos de auto-defesa não são suficientes precisamos nos recorrer ao poder 
judiciário, sob pena do crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
As ações possessórias no CPC tem dois momentos bem distintos, porque na primeira parte, as 
disposições são gerais (art. 554/559). Depois, no 560 em diante temos o procedimento propriamente dito das 
ações possessórias. 
 
 
▪ Citação 
Na parte geral do procedimento das ações possessórias, nós vamos encontrar, por exemplo, a ação 
possessória contra um grande número de pessoas. O que acontecerá quando isso ser necessário? Caso do §1º. 
Art. 554 § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de 
pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação 
por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver 
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 
 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Então, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por 
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação 
de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. O legislador se preocupou em estabelecer o procedimento 
tanto individual, quanto coletivo. E por que o legislador regulamenta isso? Porque aqui no Brasil temos conflitos 
possessórios envolvendo grande número de pessoas. Tanto que o Boulos é líder do movimento social dos sem 
teto. 
Como citar um grande número de pessoas desconhecido? A jurisprudência não sabia lidar com isso 
no passado. Já foi dito: cita o líder do movimento; cita os líderes, por exemplo, dez. Mas e o resto? Já estaria 
bom. 
Mas hoje, o CPC afirma que são todos os ocupantes. A citação que era o grande problema antes. 
Será citação pessoal para os que forem encontrados e citação por edital para os demais. 
 
▪ Princípio da fungibilidade meios 
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça 
do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
Aqui, o princípio da fungibilidade é conhecido como fungibilidade-meios, porque é de instrumentos, 
diferente da recursal. 
 
§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no 
local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. 
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º 
e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio 
locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. (não leu nada disso) 
 
▪ Cumulação de pedidos 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
O professor acha importante citar o artigo 555 porque aqui permite-se a cumulação de pedidos. Então 
pode-se cumular proteção possessória e perdas e danos ou indenização dos frutos. “a priori” não poderiam ser 
cumulados, teria que se promover uma ação própria, mas o legislador permitiu para evitar novos conflitos. 
▪ Medidas Necessárias 
Art. 555. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e 
adequada para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
 
Inciso I: Qual seria essa medida necessária e adequada para evitar esbulho ou turbação? Tanto a 
doutrina, quanto a jurisprudência afirma que seria a imposição de multa (“astreintes”). Mas nada impede dele 
ele fixar alguma que seja mais eficaz. O TJSP já afirmou que o mecanismo/meio adequado é multa pecuniária. 
Inciso II: Aqui modifica-se. Estamos falando de cumprimento da decisão. O juiz tem uma série de 
medidas para fazer valer sua decisão, como a força policial. Fixa multa e mesmo não querendo sair, impõe força 
policial. Até derrubada de parede, desde que não represente um fator de por em perigo a vida das pessoas. E o 
autor pode por isso na inicial. 
 
▪ Pedido contraposto: Desnecessidade de Reconvenção 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a 
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho 
cometido pelo autor. 
O réu, na ação possessória, portanto pode fazer pedido contraposto e não precisa de reconvenção. 
 
▪ Posse e Propriedade: Distinções do Legislador: Possibilidade da propositura da aão de 
reconhecimento do domínio contra terceiro 
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação 
de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. 
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade 
ou de outro direito sobre a coisa. 
 
Aqui o legislador reforçou a exata separação entre posse e direitos reais, em especial a propriedade. 
Assim, enquanto estiver pendente a ação possessória, não pode se discutir a propriedade, não pode se alegar 
propriedade e o juiz não pode reconhecer direito diversa da posse nessa ação. O advogado do autor tem que falar 
que tem posse, não que tem propriedade da coisa. 
 
▪ Caução real ou fidejussória e sua dispensa na hipótese de hipossuficiência 
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado 
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e 
danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, 
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte 
economicamente hipossuficiente. 
É um detalhe novo e uma peculiaridade importante. De pronto o juiz pode autorizar, liminarmente, a 
proteção de posse. Mas como toda liminar, é provisória. Pode ser cassada a qualquer tempo, mas também,ao 
final, confirmada. E se ao final, causou todo um prejuízo pela parte ré e a ação foi julgada improcedente? 
Vamos imaginar, uma liminar de um ano e depois é julgada improcedente. Por isso o réu pode 
requerer uma caução real ou fidejussória que significa garantia. A exceção é dispensar o hipossuficiente de 
prestar caução. 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção 
II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho 
afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, 
contudo, o caráter possessório. (Não foi lido). 
 
 
 
Procedimento Propriamente Dito: 
Da Manutenção e da Reintegração de Posse 
▪ Pretensão do direito material 
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em 
caso de esbulho. 
Aqui o CPC repete o CC. Isso é pretensão do direito material. Repetiu para reforçar a legitimidade 
processual. E qual tem legitimidade? Tanto o possuidor direto e indireto e até contra si. Isso pelo desdobramento 
possessório (p.ex: comodato, locação). Até o possuidor de má-fé tem legitimidade, porque o legislador visa se 
defender contra futuros esbulhos e isso dará uma briga e o juiz deve decidir quem tem a melhor posse. 
 
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 10ª Termo 
▪ Requisitos da petição inicial 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na 
ação de reintegração. 
Temos que transformar isso em requisitos da petição inicial, embora não fale. Para todos os efeitos, 
nos remetemos ao artigo 319. Nos fatos e fundamentos jurídico do pedido, deve-se indicar tudo que está no 561, 
não só indicar. Deve juntar documentos, provar ou fazer prova testemunhal quando não há documentos. E deve 
se dizer que o autor era possuidor, não propriedade, porque tem pessoas que são proprietárias e não tem posse 
há muito tempo e dependendo do tempo, nem tem mais propriedade, já ocorreu usucapião. Isso é a causa de 
pedir. 
O pedido principal é de proteção possessória, que pode ser cumulada com perdas e danos ou 
indenização pelos frutos. 
 
▪ Liminar Possessória 
A posse pode ser concedida liminarmente, sem oitiva da parte contrária (reintegração e reintegração). 
Então, pode se conceder tutela antecipada. Quando ela será concedida? Vejamos o artigo 562. 
 
▪ Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição 
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor 
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a 
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
No caso de pessoa jurídica de direito público, temos uma prerrogativa da Fazenda Pública. Sempre 
quando alguém pedir reintegração ou manutenção de posse contra a Fazenda Pública, o juiz não pode decidir de 
plano, ele deve ouvir, isto é, citar a Fazenda Pública, esperar que ela apresente uma justificativa e somente depois 
a liminar. 
 
▪ Audiência de justificação prévia 
Então, se estiver devidamente instruída na forma do artigo 561, sendo incumbência do autor, o juiz 
pode conceder a liminar, pois os requisitos estão presentes. E se os requisitos do artigo 561 precisar de outras 
provas? Por exemplo: o juiz tem dúvida se tem esbulho ou turbação. Ele indefere de plano? Não, haverá 
audiência de justificação prévia. Será prova oral que possa corroborar com a provação dos requisitos do artigo 
561. 
O réu será citado. Ele precisa comparecer, pode fazer perguntas? Quem tem que provar é o autor. 
Assim, o réu não precisa comparecer em audiência; se comparecer, não levará testemunhas nem fará perguntas. 
E se o réu não for citado, será nulidade absoluta ou relativa? 
Há julgados que falam na jurisprudência que, como é uma audiência em que o autor produzirá provas, 
ele não terá prejuízo nenhum. Em algum momento ele será citado e poderá se defender e caberá recurso. Mas 
nesse caso da audiência não tem nulidade absoluta. Pode gerar nulidade relativa se gerar efetivo prejuízo. 
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção 
ou de reintegração. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Por exemplo: as testemunhas confirmaram o esbulho e o juiz concede ou não a liminar em audiência. 
Se não tiver provas, indefere e produz-se as provas na ação. Porque as provas não se esgotam na audiência. Não 
é uma audiência de instrução no sentido técnico, é para justificar os requisitos do artigo 561. 
 
▪ Prazo da Contestação: 15 dias 
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor 
promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no 
prazo de 15 (quinze) dias. Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo 
para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. 
Junta-se o mandato e 15 dias, concedendo ou não a liminar. Agora, havendo a audiência, correrá 
dela. Agora, se ele não foi citado, não faz sentido contar desde a audiência. Aqui ele tem que ser citado, se não 
será nulidade absoluta. Será por carta ou oficial de justiça, pelos mecanismos cabíveis. 
Da contestação em diante o procedimento será comum. 
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. 
 
▪ Recurso cabível 
Da liminar o recurso cabível é agravo de instrumento porque é decisão interlocutória – tutela 
provisória de tutela antecipada. Da sentença é apelação. 
 
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na 
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de 
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 
(trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. 
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de 
distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. 
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será 
intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à 
efetivação da tutela jurisdicional. 
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do 
Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para 
a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de 
possibilidade de solução para o conflito possessório. 
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. (Não leu nada desse 
artigo) 
 
Interdito Proibitório 
Sua natureza é preventiva. Aqui temos uma ameaça, diferente da manutenção e reintegração em que 
já há o esbulho/turbação. Aqui, pode-se valer sempre que houver essa ameaça de esbulho ou turbação. 
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá 
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em 
que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
Qual é a medida? O legislador afirma que é pena pecuniária. O juiz fixará na decisão. 
E se o comodante pedir para o comodatário deixar o imóvel, isso é ameaça ou esbulho? Isso já chegouna Jurisprudência. Há quem diga que o fato de ser notificado é uma tentativa de esbulho ou atentado a posse, 
mas a Jurisprudência diz que isso não é atentado, é um exercício do direito daquele que é proprietário. 
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
 
Segunda-Feira, 01 de outubro de 2018 
Ação de Consignação em Pagamento 
Eles tem nome então é fácil identificar o direito material envolvido. Porque essa ação é um 
procedimento especial? É uma modalidade incomum de extinção da obrigação, pois o comum é o credor receber. 
Quem paga mal, paga duas vezes. E tudo isso vem do direito material que vimos com o Professor Francisco 
(art. 335 e ss). 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na 
devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar 
incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
A mais comum é o inciso I. Vamos para o CPC agora: 
 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de 
pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. 
Grifamos porque essa lei é o Código Civil ou até mesmo a Lei de Locação (nº 8.245/91, que também 
prevê a consignação de alugueis). E é para que? Pagamento. A especialidade está aqui, pois se equipara o 
deposito em dinheiro ou a coisa ao pagamento voluntário, tendo os mesmos efeitos. Essa é a particularidade 
desse procedimento, conferir efeito de pagamento como se tivesse sido realizado normalmente. 
 
▪ Conceito 
É o procedimento especial de jurisdição contenciosa por meio da qual o devedor ou terceiro deposita 
a quantia ou entrega a coisa nos termos da lei como forma de pagamento. 
 
▪ Obrigações que podem ser objeto desta ação 
Quais obrigações poderão ser consignadas? A obrigação de entrega de coisa certa ou incerta e a de 
dar – pagar quantia. Fazer e não-fazer não. 
 
 
 
▪ Procedimento 
O legislador pensou em duas formas para se consignar. De forma judicial e extrajudicial. 
 
• Extrajudicial 
Aqui não há intervenção do Poder Judiciário, incluindo mediador e conciliador. É entre devedor e 
credor e, ainda, o banco. Esse procedimento é obrigatório? Não, é facultativo. Não precisa ter feito o depósito 
extrajudicial, não funciona como interesse de agir, tanto é que tem o “poderá”. 
I. Pressupostos do Procedimento Extrajudicial 
1 - Para se valer dela, a obrigação deve ser de dar ou de pagar quantia. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
2 – A iniciativa não depende de requerimento, ofício ou petição, nem autorização de ninguém. De 
acordo com o §1º do art. 539 basta o devedor procurar uma instituição bancária oficial, onde houver, e fazer o 
depósito. De preferência, Banco do Brasil, Caixa ou outro banco público. Se não houver, qualquer outro banco. 
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento 
bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta 
com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
E se o gerente recusar ou falar que iria consultar o Jurídico? Não precisa ter conta naquele banco 
porque tem determinação do BAZEN para fazer o depósito, é até uma conta específica. 
 Deve ser dado dados do credor para que o banco mande uma cartinha com aviso de recebimento para 
ele, para que no prazo de 10 dias venha receber. O silêncio dele significará aceitação. Veja-se: 
 
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação 
de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a 
quantia depositada. 
Aqui vem o efeito da consignação, que é o pagamento, pois o devedor será liberado da obrigação e 
isso significa que não incide nenhuma das penalidades da mora (Correção Monetária, Multa, Juros etc). 
 
Agora, se ele comparecer e recusar por escrito: 
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser 
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do 
depósito e da recusa. 
 
Qual é a vantagem desse procedimento? Facilitação, pois pode ser que não haja recusa; Não tem 
custas nem honorários; não precisa de advogado. Já o judicial tem sucumbência, salvo justiça gratuita, se perder 
a ação. Além disso, aqui já pode depositar direto. Assim, se for para a ação dentro de um mês, não precisa pedir 
autorização para fazer o depósito como na judicial, pula-se essa fase do procedimento. 
Se não respeitar o prazo de 01 mês: 
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o 
depositante. 
Desse modo, volta a incidir a mora. Pode realizar esse procedimento mais de uma vez, por exemplo, 
ir em outro banco? Sim. Mas tem que se analisar. Às vezes não resolve mais, porque aqui é uma “justiça com as 
próprias mãos”. 
 
 
 
Se o credor receber o valor, quais os efeitos disso? Vejamos: 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data 
do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
Esse artigo também se aplica ao extrajudicial e desde a data do depósito está liberado. Mas se for 
judicial, desde a data do depósito também mas a ação precisa ser julgada procedente, incidindo a mora dede o 
vencimento da obrigação. 
A Jurisprudência fala que esse procedimento não é compatível com os Juizados Especiais. E, também 
fala que esse procedimento da consignação extrajudicial pode ser utilizada para de alugueis. 
 
Segunda-Feira, 08 de outubro de 2018 
• Judicial 
15 | P á g i n a 
 
 Processo Civil 
 10ª Termo 
 
I. Fase Postulatória: Petição Inicial 
Vamos tentar identificar as particularidades de uma petição inicial em uma ação de consignação em 
pagamento. Como toda e qualquer petição inicial, ela seguirá o padrão do artigo 319 do CPC, porque ele traz as 
linhas mestras da petição inicial. 
E quais são as particularidades? A 1) primeira está ligada ao endereçamento/competência, e 
colocamos / porque o endereçamento sempre está ligado a matéria de competência, pois endereçamos ao jui 
competente e devemos aplicar as regras de competência para tanto. Veja-se: 
 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data 
do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
 
Assim, a competência para a propositura da ação de consignação é o foro do lugar do pagamento. 
Nesse sentido, existe no CPC disposição a cerca disso. O artigo 53 dispõe: 
 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de 
união estável: 
III - do lugar: 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
 
Assim, o artigo 540 repete o 53, III, “d”. Atenção: também devemos verificar o contrato, porque 
pode ser que tenha foro de eleição e ainda as disposições de onde será o pagamento, como do credor, devedor 
ou um terceiro foro. Ainda, por ser foro de natureza territorial, se não for alegada incompetência relativa na 
contestação, a competência se prorrogará por ser relativa, caso proposta em outro foro. 
Também temos 02) a particularidade da causa de pedir, isto é, as causas e fundamentos jurídicos do 
pedido nessa ação. Eles devem ser os mais sucintos possíveis. Deve conter a obrigação, a prova da obrigação, 
se for quantia, entrega de coisa certa ou incerta e o motivopelo qual não houve o pagamento normalmente, isto 
é, um dos motivos do direito material, conforme o artigo 335 do CC. Em suma, dispõe-se qual é a obrigação e 
porque o credor não quis receber. 
Ademais, 03) existem obrigações de entrega de coisa incerta. E ainda, lembremos que pode a escolha 
ser do credor. Pode ser consignada numa entrega de coisa incerta/indeterminada por escolha do credor que será 
réu na ação? Sim. Nos fatos e fundamentos deve se explanar isso, porque terá um reflexo no pedido. 
Outra particularidade: 04) os pedidos da petição inicial. O artigo 542 afirma: 
 
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados 
do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem 
resolução do mérito. 
Devemos ter um pedido expresso na petição inicial para se fazer o depósito da quantia ou coisa, 
quando esta for determinada. Sendo indeterminada, caberá ao autor, que é o devedor. Esse pedido não aparecerá 
na petição inicial se o devedor tiver feito o depósito extrajudicial, houver recusa e ele entrar nos 30 dias seguintes 
– mas somente é possível na modalidade de pagar quantia. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Primeiro se pede autorização para o depósito e, depois, citação para levantar o depósito ou contestar. 
E como será o pedido se na causa de pedir estivermos diante de uma obrigação de entrega de coisa incerta? Por 
exemplo: Entrega 100 mil cereais incertos, o credor que deve escolher no momento da entrega. 
 
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este 
citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do 
contrato, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar 
lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito. 
 
Não será citado para contestar e sim para escolher dentro de cinco dias, se outro prazo não constar da 
lei ou contrato. Então, nesse primeiro momento tem que escolher e não discutir a obrigação e seu cumprimento. 
E se ele não escolhe? O autor entrega o que ele achar. Na sequência, após a escolha da coisa, o devedor terá 
cinco dias para depositar a coisa. Depois de feito o depósito, o réu levantará a coisa ou contestará. 
O pedido principal será “julgar procedente para declarar extinta a obrigação” tendo natureza de 
desconstitutiva ou constitutiva negativa. 
 
Essas foram as particularidades da petição inicial. O resto será como toda e qualquer petição inicial. 
 
II. Juízo de Admissibilidade 
Da mesma forma que qualquer petição inicial. Pode ser negativo, indeferindo a petição inicial (por 
exemplo: falta de legitimidade), sendo que essa decisão tem natureza de sentença, passiva de apelação. 
 Lado outro, se for um juízo neutro, aparentemente não cabe recurso, pois não é uma decisão 
interlocutória, mas como estamos em procedimento especial o art. 1.015 p.u excepciona. Então, o juízo neutro 
pode ser agravável pelo art. 1.015 p.u. Por exemplo: esqueceu a citação, o juiz intima para citar. O mesmo se a 
causa de pedir estiver obscura. 
Por fim, temos o juízo positivo de admissibilidade, estando presentes os requisitos da petição inicial. 
Quais são as consequências? Se for obrigação de pagar quantia e não houve depósito judicial, no juízo de 
admissibilidade o juiz autorizará o autor no prazo de 05 dias a fazer o depósito. Se for entrega de coisa incerta, 
o juiz a receberá para citar o réu escolher, se esta couber a ele, no prazo de 05 dias, ou, conforme o artigo 543, 
escolher que o devedor a faça. 
Devemos chamar atenção aos efeitos do juízo de admissibilidade. Admitida a petição, com juízo 
positivo, o que acontece? Vejamos: 
 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data 
do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
A consequência é o depósito e, cessando os riscos da mora. Se a ação for julgar improcedente, 
retroage-se até a data do depósito. Se procedente, extingue-se a obrigação. 
 
➢ Citação 
Será para: 
1. Levantar o Depósito 
2. Contestar 
Se for citado e levantar o depósito, a obrigação será extinta e ele terá que pagar custas e honorários. 
Ele será condenado pelo princípio da causalidade processual, pois ele deu causa a ação, porque não aceitou o 
pagamento e agora levantou? 
 
17 | P á g i n a 
 
 Processo Civil 
 10ª Termo 
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao 
pagamento de custas e honorários advocatícios. 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação. 
 
Se ele não levantar o pedido, pode contestar. O réu também postula e pode postular pela 
improcedência. 
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o 
montante que entende devido. 
 
Veja que as matérias foram delimitadas, diferentemente do procedimento comum em que o réu, 
normalmente, pode se defender de tudo. Essa é mais uma particularidade do procedimento. Se o legislador 
limitou, deve-se limitar também a causa de pedir. Não tem porque discutir o contrato aqui, para isso tem outras 
demandas. 
Quanto ao inciso IV, se houver alegação de depósito insuficiente, devemos aplicar o parágrafo único 
do artigo 544. Se não, será inadmitida a defesa, é praticamente uma confissão. 
O fato de se alegar insuficiência do depósito gera uma consequência processual: 
 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, 
salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
Rescisão de contrato já nem será possível discutir aqui, é outra coisa. 
 
§ 1º No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a 
consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
 
Então o autor tem 10 dias para depositar a diferença. Se ele não faz, porque não concorda, o réu pode 
pedir o levantamento da quantia incontroversa e o processo continua em relação ao remanescente. 
 
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o 
montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento 
nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. 
 
 O juiz aqui decide mediante sentença (portanto, cabível apelação) sobre a suficiência ou insuficiência 
do recurso. Se declarar suficiente, a obrigação estará extinta. Se for insuficiente, estaremos diante de uma 
sentença condenatória, pois condena o autor a pagar a diferença. 
Todas as vezes que o réu alega insuficiência, portanto, ele faz um pedido em favor dele, pois alegando 
insuficiência, pode gerar uma sentença de insuficiência que gera título executivo judicial. Portanto, essa ação 
pode ter caráter dúplice, pois o réu pode fazer pedido em favor dele independente de reconvenção, é como se 
ele tivesse fazendo um pedido contraposto. A condenação do autor decore de uma alegação do réu aqui. Pode 
ser cumprido nos próprios autos. Essa sentença também é recorrível mediante apelação. 
 
Vamos imaginar, por outro lado, que era caso de recusa ou não. Veja-se: 
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;II - foi justa a recusa; 
 
Se a ação for julgada procedente, será extinta a obrigação e condenado o réu aos honorários 
advocatícios, conforme dispõe o artigo 546: 
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao 
pagamento de custas e honorários advocatícios. 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação. 
 
 
Se for improcedente, voltamos ao artigo 540: 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data 
do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. 
Assim, retroage a data do depósito os riscos da mora, como se não tivesse feito. É sentença, então 
cabe apelação. 
Complemento ao Estudo: Uma das hipóteses em que o artigo 355 é quando há dúvida em quem é o 
credor. Por exemplo: houve uma série de sessões e ele está em dúvida. E quem paga mal, paga duas vezes. Como 
isso reflete na consignação em pagamento? Várias pessoas podem se dizer credoras. 
 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor 
requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
 
Art. 548. No caso do art. 547: 
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas 
vagas; 
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, 
continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o 
procedimento comum. 
Inciso I: Se não aparecer ninguém, o juiz declara extinta a obrigação e declara a coisa vaga - vacante. 
É coisa sem dono e deixa de ser preocupação do devedor. Pode ser arrecadada pelo poder público. 
Inciso II: O juiz analisará se ele é o credor. 
Inciso III: O juiz extingue a obrigação, libera o devedor e ocorrerá uma disputa judicial entre os 
possíveis credores, é uma verdadeira concorrência de credores. Uma decisão interlocutória de mérito 
excluirá/liberará o autor. E isso continuará pelo procedimento comum, nos próprios autos da consignação. 
 
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que couber, ao resgate do 
aforamento. 
 
E se forem prestações sucessivas? Tem que se propor outra ação para consignar outra parcela? 
 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar 
a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o 
faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. 
Sem Formalidades: significa que precisa apenas de uma simples petição pedindo a juntada do 
comprovante de depósito. 
 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Diz a Jurisprudência: O procedimento da ação de consignação é incompatível com os Juizados 
Especiais. 
 
 
Segunda-Feira, 15 de outubro de 2018 
Ações de Família 
É uma inovação do CPC 2015, não tinha no de 73 e 39. Ele é fruto de uma nova realidade, pois o 
direito de família ganhou uma nova roupagem com a CF de 1988 e o CC de 2002, saindo do patrimonialismo 
para a afetividade – são outras vertentes e diretrizes. É uma inovação desde o casamento, união estável, filiação, 
visitação etc. 
 
▪ Definição 
Se trata de um procedimento especial de jurisdição contenciosa que será utilizado para as demandas 
cujas pretensões e interesses estejam relacionados com o direito de família e afins. Dos artigos 693 até 699 temos 
disposições aplicáveis as ações de Família. 
 
▪ Âmbito de Aplicabilidade 
 
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, 
separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. 
Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente 
observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as 
disposições deste Capítulo. 
 
Esse artigo nos ajuda a explicar a aplicabilidade. É um rol meramente exemplificativo, tem outras 
demandas de direito de família que não estão aqui. O legislador cita o caso da “separação aqui”. Pro professor 
ainda existe separação porque se busca separação de corpos aqui, é diferente da pretensão do divórcio. 
Exceção: O parágrafo único traz duas exceções para as ações de família. Uma delas é ação de 
alimentos, pois tem uma lei própria, que também prevê um procedimento próprio (lei 5478/68). E a outra 
exceção são as que versam sobre interesse de crianças e adolescente, que deve ser observado o procedimento 
do ECA, aplicando-se subsidiariamente o CPC a essas demandas. Existem julgados no TJSP que a interpretação 
dessa disposição é de exceção, com interpretação restrita, por exemplo, se aplica a lei especial e 
excepcionalmente o CPC na ação de alimentos. 
 
 
▪ Aspectos Procedimentais 
Quais princípios norteiam esse procedimento? O legislador precisou pensar em um procedimento 
capaz de atender as novas demandas e o ovo modo de ver o direito de família, pelo lado da afetividade, dignidade 
da pessoa humana e solidariedade. 
Devemos ressaltar o princípio da primazia da solução consensual dos conflitos de família. Ele fala 
por si só. Ele está expresso no artigo 694: 
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual 
da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento 
para a mediação e conciliação. 
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 10ª Termo 
Portanto, é um princípio positivado, como uma ordem do legislador aos profissionais que trabalham 
nas ações de família (juízes, advogados, promotores, psicólogos, médicos, assistentes sociais e partes) de que o 
foco das ações de família, o principal é a solução consensual e não a decisão de mérito. É isso que vai guiar o 
procedimento. Todos os esforços devem ser utilizados para a solução consensual 
Como esse princípio se concretiza? 
Através do auxílio de profissionais de outras áreas e, ainda, pela mediação e conciliação. Esse auxílio 
de profissionais de outras áreas é a Equipe Multidisciplinar. Ela será composta por médicos psiquiatras, 
assistentes sociais, psicólogos – não que eles saibam do Direito de Família, mas vão auxiliar na relação familiar. 
 
▪ Audiência de mediação e conciliação 
Temos que fazer um destaque dentro do aspecto procedimental à audiência de mediação e 
conciliação. É o ato processual mais importante desse procedimento. Essa audiência segue o princípio que 
falamos da solução consensual. 
O artigo 344 do CPC prevê e o juiz não é obrigado a designar. E aqui? Por exemplo, o autor flaa na 
ação de divórcio que não tem interesse. Não pode, aqui é obrigatório, pois o legislador diz “deverá” – “ordenará”. 
É um procedimento especial e não há coerência entre o princípio da solução consensual se for facultativa. O 
procedimento deixaria até de ser especial. 
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela 
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e 
conciliação, observado o disposto no art. 694. 
 
• Possibilidade de Divisão da Audiência 
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas 
sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências 
jurisdicionais para evitar o perecimento do direito. 
Uma outra característica é que ela pode ser cindida. A regra da audiência é que seja una, indivisível, 
mas aqui pode ser cindida para premiar a solução consensual. E isso não fere a duração razoável do processo? 
Temos que sopesar os interesses envolvidos aqui, solidariedade familiar etc – e só assim conseguimos ponderar 
esses interesses com o primado constitucional da duração razoável. 
 
▪ Citação 
É outro ato que precisa deatenção dentro dos aspectos procedimentais. Aqui, ela precisa ser pessoal. 
Veja-se: 
Art. 695 § 3º A citação será feita na pessoa do réu. 
É para evitar que outras pessoas que tenham conhecimento de existência da ação de família, que 
normalmente envolve questões sensíveis. 
 
Art. 695 § 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada 
para a audiência. 
Outra questão é que a audiência deve ter pelo menos 15 dias úteis entre a citação, sob pena de 
nulidade. Contamos para trás. 
 Essa citação é diferenciada, pois ela, documentalmente, estará acompanhada do mandado de 
citação. Será os dados principais do processo com a data e horário da audiência. Não terá cópia da petição inicial. 
Art. 695 § 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá 
estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu 
conteúdo a qualquer tempo. 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Não fere o direito de defesa em saber que está sendo processado? Não fere o devido processo legal? 
É inconstitucional? Não fere em razão do princípio que rege o procedimento, da primazia da solução consensual. 
O réu via para audiência desarmado. Está autorizado o acesso aos autos, ainda que não seja entregue junto com 
a citação. É só uma medida eu o legislador entendeu necessário para a solução consensual. 
 
E a participação do Ministério Público? Ele pode agir como parte ou fiscal da lei. Antigamente o MP 
era chamado para atuar em ações de família independente do interesse do menor. E isso incomodava o MP. Por 
isso o CPC 2015 corrigiu isso: 
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse 
de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. 
Agora, será nulidade se nesses casos ele não participar. O STJ, em vários julgados autorizavam o 
suprimento da participação do MP em segunda instâncias se ele não tivesse participado em primeira numa ação 
com interesse de menor, mas na segunda sim, como numa apelação, participasse. Para o professor, acredita que 
será mantido mesmo com o CPC 2015, especialmente que se não ficará comprovado o prejuízo ao menor não 
se declarará nulidade. 
 
▪ Suspensão do processo 
Aqui ela pode ser requerida a qualquer tempo e quanto tempo for necessário para uma solução 
consensual, diferente do procedimento comum que é excepcional. Quem controlará a suspensão do processo? 
O juiz. Pode ficar 05, 06 meses etc. Ele vai vendo se as partes tão tentando se conciliar. 
Art. 694 Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do 
processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento 
multidisciplinar. 
Por exemplo, temos o caso da alienação parental. Em situações eu que tem abuso de incapaz ou 
alienação parental, o legislador exige que tenha um profissional habilitado na audiência de ação de família para 
ajudar na colheita do depoimento. Por exemplo: psicólogo e médico. Evita-se novos constrangimentos e 
confirma-se se teve ou não a alienação parental. 
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação 
parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista. 
É “deverá” e não “poderá’. Pois o profissional ajuda de forma decisiva. 
Por fim, se não houver nenhum acordo, o procedimento deixará de ser especial e passará a ser comum 
observando como diz no artigo 697. 
 
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento 
comum, observado o art. 335. 
O artigo 335 fala da possibilidade do réu contestar em prazo de 15 dias a partir da audiência. Como 
pode ser cindida, conta-se da última sessão. Terá fase saneadora instrutória, decisória (com vistas sempre no 
princípio da primazia da solução consensual). 
O ato principal das ações de família é a audiência. Tanto é que há autores que fala que as ações de 
família não representam um procedimento especial, porque um ato só não é procedimento. Ou dois, caso da 
citação um pouco diferente. 
 
 
§ 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a 
audiência. 
§ 3º A citação será feita na pessoa do réu. 
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 10ª Termo 
§ 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores 
públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a 
depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 
(cinco) dias contados da data do respectivo vencimento. 
 
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do 
deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução 
do mérito. 
 
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha couber ao credor, será este 
citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para 
aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará 
a entrega, sob pena de depósito. 
 
 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo 
se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
§ 1º No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a 
consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o 
montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos 
autos, após liquidação, se necessária. 
 
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao 
pagamento de custas e honorários advocatícios. 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação. 
 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá 
o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Art. 548. No caso do art. 547: 
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas; 
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, 
continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum. 
 
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que couber, ao resgate do 
aforamento. 
 
CAPÍTULO II 
DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 
 
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que 
as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, 
instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem. 
§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindo-se o processo 
na forma do Capítulo X do Título I deste Livro. 
§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com 
referência expressa ao lançamento questionado. 
§ 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355. 
§ 5º A decisão quejulgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 
(quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar. 
§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso 
contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame 
pericial, se necessário. 
 
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a 
aplicação das despesas e os investimentos, se houver. 
§ 1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável 
para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados. 
§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º, serão apresentadas na forma adequada, já 
instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os 
investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo. 
 
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. 
 
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro 
administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. 
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer no 
prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que 
teria direito e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo. 
 
CAPÍTULO III 
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
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 10ª Termo 
 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do 
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão 
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, 
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de 
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 
§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local 
por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. 
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e 
dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da 
publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. 
 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
 
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a 
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
 
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de 
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. 
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou 
de outro direito sobre a coisa. 
 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II 
deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição 
inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, 
contudo, o caráter possessório. 
 
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado 
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz 
designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a 
coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. 
 
Seção II 
Da Manutenção e da Reintegração de Posse 
 
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 Processo Civil 
 10ª Termo 
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso 
de esbulho. 
 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação 
de reintegração. 
 
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição 
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique 
previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a 
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou 
de reintegração. 
 
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, 
nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da 
intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. 
 
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição 
inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, 
deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º 
e 4º. 
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de 
distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. 
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será 
intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à 
efetivação da tutela jurisdicional. 
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do 
Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a 
fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o 
conflito possessório. 
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. 
 
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. 
 
Seção III 
Do Interdito Proibitório 
 
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 10ª Termo 
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá 
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine 
ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
 
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. 
 
CAPÍTULO IV 
DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES 
 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
Art. 569. Cabe: 
I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos 
prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já apagados; 
II - ao condômino

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