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1 genérico no sangue ao longo do tempo é igual ao do de referência. Medicamento similar Chamado também de equivalentes, surgem depois da queda de patente. Possuem o mesmo fármaco e a mesma dose que o de referência. Os similares não necessitam do teste de bioequivalência, só necessitam das quantidades corretas do fármaco no medicamento. Outrossim, alguma características do medicamento original podem ser alteradas, como o encapsulamento. Além disso, os similares são vendidos com menos rigor e com muito menos custo. Todavia, existem similares equivalentes que podem ser trocados pelos de referência(tem uma tarja EQ). Normalmente, não pode substituir o genérico ou o de referência. Fármacos “me too” Fármacos com algumas pequenas modificações de outros fármacos que burlam o período de patente. Farmacocinética Introdução Estuda as alterações temporais desde quando o fármaco é administrado até quando ele é eliminado (excreção e metabolização). É sempre estudado a [ ] dos fármacos no organismo durante esse período. São 5 etapas: ● absorção, ● biodisponibilidade, ● distribuição, ● biotransformação, ● excreção. Aplicação da farmacocinética Serve para fazer o monitoramento terapêutico do fármaco: determinação de doses terapêuticas (com novos fármaco), ajuste de dose e sua relação plasmática (existem fármacos que dependem do organismo da pessoa), redução dos eventos indesejados ([ ] máx e tmáx, tempo para [ ] máxima). Transporte de fármacos Existem 3 etapas que precisam fazer transporte: ● Absorção: do meio externo para a corrente externa ● Distribuição: de um compartimento corpóreo a outro ● Excreção: para fora do organismo ABSORÇÃO É a entrada do fármaco na corrente sanguínea. Ocorre após a ingestão, desintegração e dissolução no trato gastrointestinal (TGI), na via oral; trata-se do local de administração até o acessos sistêmico. O transporte do fármaco ocorre por barreiras biológicas, depende de transportadores específicos e características da substância. Se o fármaco é de ação sistêmica (passa pelo sangue), é necessário a sua absorção. Barreiras biológicas na absorção: ● Membranas plasmáticas, limitam a difusão aquosa; para um fármaco ser absorvido ele deve atravessar pelo menos duas membranas. ● Pele: passagem passível de ↓fármacos MUITO lipossolúveis (várias camadas de células). ● Mucosas: apresentam zonas de oclusão entre células; passagem passiva de compostos lipossolúveis; passagem mediada por moléculas carreadoras (proteínas) 2 OBS! Existem fármacos que não necessitam de absorção, ex: colírio e pomadas. OBS! o TGI é considerado como meio externo. Mecanismos de transporte ● Difusão simples: depende da lipossolubilidade, tamanho, peso molecular e [ ] do fármaco. Ex: gases anestésicos e hormônio esteróides. ● Filtração: mecanismo que permite o atravessamento de substâncias pela membrana (canal iônico, aquaporinas e entre outras). Ex: água, uréia, metanol e gases. ● Difusão facilitada: seletivo; a favor do gradiente eletroquímico; saturável. Ex: glicose e aminoácidos. ● Transporte ativo: seletivo; contra o gradiente eletroquímico; saturável. Ex: Na/K. ● Endocitose/pinocitose: transporte de peptídeos, proteínas e fármacos complexos. Ex: insulina, vit. B12. ● Exocitose: liberação de partículas . Ex: neurotransmissores e hormônios Fatores que modificam a absorção de fármacos ● Solubilidade do fármaco (polaridade): hidrossolúveis (o bastante para se dissolver em meio líquido) e lipossolúveis (o suficiente para atravessar membranas). Coeficiente de partição (Cp): é a preferência de uma substância de ficar em meio aquoso ou liposo, é a razão entre (vontade de ficar no óleo)/(vontade de ficar na água), para o fármaco ter uma solubilidade boa, ele necessita ter Cp moderadamente elevado. ● Características físico-química dos fármacos: bases e ácidos fracos se dissociam de acordo com o pH do meio. O constante de dissociação (pKa), ajuda nessa análise. ● Influência do pH na forma química dos fármacos: H pKa logp − = [produtos][reagentes] Quando pH<pKa, os ácidos fracos se mantêm protonados (favorece o reagente), nas bases fracas os produtos são favorecidos, para a neutralização do meio com o OH-. Em meios com pH=pKa, as [ ] de produtos e reagentes serão a mesma em ácidos e bases fracos. Quando o pH>pKa, os ác. tendem a se reportar para neutralizar a quantidade de OH-, para as bases, elas tendem a ficar na forma molecular, pois já há uma grande quantidade de OH- no meio. O modo como se encontra a substância no meio é importante para saber a sua solubilidade, compostos ionizados são polares(hidrossolúveis), compostos moleculares são apolares(lipossolúveis). Compostos muito hidrossolúveis (iônicos), podem ficar presos em meio aquoso e não conseguirem passar pelas membranas plasmáticas (absorção), fato chamado de aprisionamento iônico. OBS! somente pelo pKa, não têm como saber se o composto é uma base ou um ácido. 3 Neste caso, quando a aspirina chega à urina, ela está muito iônica, sendo levada com a urina facilmente, já a petidina, ao chegar lá, não está tão ionizada assim, logo, a sua eliminação vai ser um pouco mais difícil (porém, a sua absorção é muito difícil, enquanto a absorção da aspirina é muito fácil). Todavia, é relevante ressaltar que existem transportadores iônicos que driblam um pouco da regra de apenas compostos moleculares vão atravessar a membrana. Normalmente, quanto mais forte o eletrólito, menor a sua absorção (tem menos compostos moleculares). Em determinadas situações no organismo, o pH muda (como em inflamações) e altera o efeito do fármaco. ● Concentração do fármaco no local de absorção: quanto maior for a diferença de [ ] entre compartimentos, maior a absorção do fármaco ou substância (difusão). ● Inativação/degradação de fármacos: interação com alimentos (Ca+2, Fe+2/+3, Mg+2), interação com outros fármacos, alteração do pH local e utilidade (alimentação), ex: leite, eno, suco de laranja, coca-cola e etc. ● Área da superfície de absorção: é a principal determinante da velocidade de absorção (mucosa intestinal, endotélio pulmonar e peritônio), 90% da absorção é no TGI. ● Circulação local: quanto mais irrigado pelo sangue o tecido, mais facilmente a sua absorção. São 3 formas de observar diferenças na circulação local. ○ Intrínseco do tecido, tecidos diferente apresentam diferentes absorções. ○ Extrínseca por patologia, devido a alguma patologia (inflamação), o tecido fica mais irrigado, melhorando a sua absorção (pomadas anti inflamatórias). ○ Extrínseca por fatores externos, podendo ser maneiras farmacológicas (cafeína aumenta a vasodilatação do TGI ou a fenilefrina, que faz o contrário) ou não (compressas de água quente aumentam a circulação).. ● Forma farmacêutica (fatores farmacotécnicos): a forma farmacêutica determina a facilidade de absorção pelo organismo. 5 fatores determinam isso ○ Área de contato, quanto mais desintegrado o fármaco + fácil a absorção ○ Polimorfismo, fármacos podem ser cristais ou amorfos ○ Sais de fármacos, tem a solubilidade maior na água ○ Sistema de liberaçãocontrolada/retardada, diminuição da velocidade de degradação devido aos revestimentos utilizados. ○ Volume de água vs. absorção: quanto mais água ingerido, mais 4 facilmente ele se dissolve em solução aquosa para ser absorvido. ○ Constância da substância, importante em fármacos passados na pele (líquido, pasta, gel, loção e etc..). ● Vias de administração: as diferentes formas de administrar o fármaco altera a velocidade e a magnitude de absorção, regida por todos os fatores anteriores juntos. Vias locais de administração Fármacos de uso local são os de uso tópico (passado próximos ao alvo, não há necessidade de absorção) ○ Cutâneo (dermatológicos) ○ Intranasal ○ Auricular ○ Oftálmico ○ Vaginal (óvulo, comprimido, creme) ○ Penina (intracavernosa) ○ Uretral Temos, também, as vias de administração sistêmicas, que necessitam de absorção. ● Enteral ○ Oral ○ Sublingual ○ Retal ● Transcutânea ● Parenteral ○ Subcutânea ○ Intramuscular ○ Intravascular ○ Intradérmica ○ Respiratória ○ Intra-articular ○ Epidural/Intratecal ○ Intracardíaca ○ etc… Via oral (enteral) A absorção pode ocorrer no estômago, intestino delgado, intestino grosso e reto. (1 a 3 hr). As formas farmacêuticas utilizadas são de cápsula/comprimidos (podem ser de liberação controlada, com a utilização de envoltórios ou polímeros de agregação) e formas líquidas (absorção mais rápida). As desvantagens são: ● Perda de muitos fármacos por metabolização: ○ Efeito de 1ª passagem hepática; ocorre a filtração dos fármacos antes deles atingiram a circulação sistêmica (perda de fármacos). ○ Metabolismo intestinal; existem algumas enzima que metabolizam fármacos ○ aumento da eliminação pré-sistêmica ● Necessidade de dissolução do medicamento (em sólidos) ● Variação de pessoa para pessoa no pH do organismo, na alimentação e na motilidade (velocidade que passa pelo intestino) ● Irritação gástrica, vômitos ou diarréias ● Inativação de compostos (proteínas, por exemplo, desnaturam) ● Pouca absorção de substâncias complexas, grandes e polares. Vantagem da via oral ● Via de ação local no próprio TGI (antiácidos e microbianos) ● Múltiplas opções de formas farmacêuticas ● Cômoda, bem aceita e mais acessível ● Assistência em sobredose, ou seja, pode retirar um fármaco que pode ser tóxico (indução de vômito, lavagem gástrica e etc) Via sublingual (enteral) 5 Todo o fármaco é absorvido na boca; o assoalho oral é altamente vascularizado e o transporte mucoso é rápido. Desvantagem: ● O fármaco necessita ter alta lipofilicidade e dissolução Vantagens: ● Utilizada em uso emergencial ● Evita 1ª passagem hepática (vai direto pra circulação sistêmica) Via retal (enteral) Via com alta vascularização, com absorção muito rápida. Pode ser de efeito local ou sistêmico (vai pro sangue). Pode ser utilizados enemas (administração de líquidos) e supositórios. Desvantagens: ● Tabu ● Depende da dissolução e motilidade do meio Vantagens: ● Evita irritação gástrica e vômitos ● Uso em coma e inconsciência ● Pediatria, geriatria e psiquiatria ● Evita 1ª passagem hepática Vias parenterais Vantagens: ● Pacientes que não cooperam ● Fármacos pouco absorvidos ● Ação rápida ou retardada (dependendo do local adminis.) ● Efeito local ou sistêmica ● Evita efeito de 1ª passagem ● Sana problemas de adesão a tratamentos (injeções em determinados locais podem durar muito tempo no corpo) ● Correção de desequilíbrios de fluídos Desvantagens: ● Pessoal treinado ● Assepsia e complicações correlatas ● Inconveniente cronicamente ● Reversibilidade complicada (quase nula) ● Desconforto e fobia Via intravascular (parenteral) Vantagens: ● Dispensa absorção (100% disponível) ● Melhor controle na manutenção de níveis plasmáticos (em bolo, de vez, ou contínuo) ● Hemoterapia (soro, plasma ou substitutos plasmáticos) Desvantagens ● Veículo aquoso e solução homogênea ● Alterações bruscas no pH e pressão osmótica, hemólise, liberação de substância endógenas e etc.) Existem duas vias intravasculares, intravenosa e intra-arterial. ● Intravenosa: diluição do fármaco e distribuição sistêmica. ● Intra-arterial: “concentração” pré-sistêmica (vai pro braço, depois veia, depois organismo) do fármaco. Existem alguns fármacos que alteram o pH, logo, ao serem colocados na artéria podem danificar a região e causar até necrose. Intramuscular (parenteral) A velocidade de ação é menor do que a i. v. Dependendo da forma farmacêutica, a absorção pode ser rápida (fármacos aquoso/solúvel) ou lenta/mantida em depósito (oleosa/cristalizada). A via i. m. depende da circulação local, absorção rápida (ex: deltóide) ou lenta (glúteo), isto é, músculo pequenos e grandes. Podem ajudar como adjuvantes vasoconstritores. Subcutânea ou hipodérmica (parenteral) É a via mais lenta devido a sua pouca vascularização; liberação lenta e sustentada; 6 adjuvantes proteolíticos; utilização de adjuvantes proteolíticos para maior absorção. Vantagem: ● Depósito melhor tolerado (há menor vascularização, logo, menor irritação do local) Desvantagem: ● Adm. de volumes pequenos Vias transcutâneas (ou percutânea) Fármacos que são aplicados na pele, mas tem o objetivo de chegar na circulação sistêmica; absorção lenta e sustentada. Vantagens: ● Evita a 1ª passagem hepática ● Alta adesão e controle do tratamento Desvantagens: ● Pele com atividade metabólica ● Alterações estruturais locais Adjuvantes podem facilitar a penetração cutânea. OBS! os dois últimos são utilizados em fármacos de uso tópico (dermatológicos) Escolha da via de administração Escolha multifatorial e individualizada ● Natureza do fármaco e forma farmacêutica ● Ação desejada e alvo (sistêmico ou local) ● Rapidez e duração do efeito ● Idade e condições do paciente ● Duração do tratamento (melhor comprimidos do que injeção) ● Adesão do paciente ao esquema terapêutico Principais diferenças das vias clássicas ● Pico máximo e [ ] plasmática ao longo do tempo ● Velocidade de absorção e duração do efeito BIODISPONIBILIDADE Mede a proporção de fármaco que vai ser disponível no sangue após a absorção. É a chegada do fármaco não-inativado no sangue, chamado de biodisponibilidade sistêmica. Existe ainda a biodisponibilidade biofásica, que é a proporção do fármaco que chega ao local de ação. Influência multifatorial da biodisponibilidade ● Forma farmacêutica: estado físico, excipientes (componentes do remédio além do fármaco), veículo. ● Fármaco: inativação no TGI, absorção incompleta e a primeira passagem hepática. ● Interações no TGI: alimentos (o fármaco fica mais tempo no estômago ou interagem com esses) e outras drogas junto com o fármaco. ● Paciente: pH local (do paciente), fluxo sanguíneo, estrutura local, variação genética e patologias. Estudo da biodisponibilidade 7 A área abaixo da curva determina a biodisponibilidade. A ascensão da curva é a porção pré-Cmáx (absorção), o decréscimo da curva, após o pico, é devido a distribuição nos tecidos e a eliminação. Janela terapêutica é a área entre a concentração efetiva mínima (CIM) para a resposta desejada e a concentração efetiva máxima (CEM) para não haver a resposta adversa. Quanto maior a janela, maior seu índice terapêutico (IT), que é o grau de segurança dofármaco. Para diferentes pacientes, determinados fármacos podem ter biodisponibilidades diferentes com a mesma concentração de de fármaco. A janela terapêutica é a área em amarelo. Em geral, quanto maior a absorção do fármaco, maior sua biodisponibilidade A biodisponibilidade não demonstra por si só se o medicamento genérico é igual ao medicamento tradicional (bioequivalência), pois, muitas vezes, apesar dos diferentes medicamentos apresentarem a mesma área de biodisponibilidade, podem ter perfis cinéticos diferentes, isto é, podem ter Cmáx antes (sem efeito) ou depois (efeito tóxico) da janela terapêutica. Existem fármacos com a IT muito baixa, perfil estudado com base na janela terapêutica da sua biodisponibilidade, assim, esses fármacos têm a sua manipulação restrita em farmácias, pois a manipulação pode causar diversas variações na curva de biodisponibilidade. Tempo de meia vida (t1/2) É o tempo necessário para a [ ] plasmática de um fármaco cair pela metade, independente do seu meio de administração. Esse tempo é intrínseco da droga, sua formulação, facilidade de metabolismo (eliminação) e de entrada nos tecidos (distribuição). A partir de 3 t1/2 ocorre um equilíbrio da concentração plasmática do fármaco. Após de 5 t1/2 há a eliminação “completa” do fármaco. De acordo com o t1/2, pode-se prever a duração do efeito e regime posológico (período de 8 quanto em quanto tempo deve tomar o medicamento). Normalmente, o regime posológico vai ser igual ao tempo de meia vida, para manter a [ ] do fármaco. Nesse caso, por exemplo, a linha preta é a infusão i. v. do fármaco em 28mg/hr, a laranja é a v. o. em 8/8 hrs 224mg, a azul é a v. o. 24/24 hrs 672mg. É importante analisar, na linha vermelha, que após 3t1/2 a concentração inicial e final do fármaco a cada regime posológico se mantém constante, pois a [ ] inicial das “outras tomadas” não variam a partir de então. Se a pessoa esquecer de tomar o medicamento na hora certa, devemos analisar a toxicidade do fármaco; se o fármaco não for muito tóxico, a pessoa deve tomar assim que possível (se ultrapassar da janela terapêutica não tem muito problema); mas, se o fármaco for muito tóxico, ela deve esperar o próximo horário para não passar da janela e, depois, retomar o ciclo depois dos 5t1/2 vida. Em antibióticos, se não for muito tóxico, é melhor a paciente tomar o mais rápido possível para não haver o selecionamento da bactérias mais resistentes. DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS Consiste no transporte do fármaco entre compartimentos corpóreos do organismo. Transporte entre meio intravascular para o tecido-alvo, esse processo ocorre por meio do sangue. Fármaco livre = fármaco biodisponível no sangue Apenas formas livres dos fármacos migram entre compartimentos. Isto é, fármacos ligados à outros componente não são transportados. Esse transporte leva em consideração também a quantidade de água ou gordura entre indivíduos (neonato e homens têm mais água, idosos e mulheres mais gordura). Translocação seletiva de fármacos Transportes feitos por intermembranas: ● Transportadores carreadores de soluto (SLC): transportam a favor do gradiente; transporte passivo ou ativo secundário e saturável; locais desse transporte: intestino, rim, fígado, SNC e etc. Tipos: ○ OCTs (transportadores de cátions orgânicos); ex: dopamina, colina, metformina, cisplatina e cimetidina ○ OATs (ânions orgânicos); ex: uratos, prostaglandinas e probenecida, etc. CASO DA METFORMINA: Atua no caso do diabetes tipo II (pessoa com resistência a insulina). Esse fármaco entra no fígado, por meio das OCTs para aumentar a sensibilidade da insulina no fígado, alterando os receptores. Assim, pessoas com alteração nessas OTCs, não conseguem ter esse controle. 9 CASO DA CISPLATINA: atua no combate ao câncer, mas tem grande nefrotoxicidade. Nesse caso, utiliza-se um fármaco para competir com a cisplatina em se conectar com OCT, diminuindo a sua entrada nos rins (que não é o seu alvo de ação). ● Transportadores de ligação com ATP (ABC): ocorre contra o gradiente, ativo e saturável; ocorre no rim, TGI e SNC. No SNC, existem as glicoproteínas P, que jogam os fármacos para fora do SNC (seletividade de barreiras e resistência contra fármacos). Esses transportadores atuam em todas as etapas de transporte: absorção, metabolismo, excreção e distribuição. Existem fármacos que apresentam preferência por compartimentos, sendo isso, ocasionado por características intrínsecas dos fármacos e dos tecidos, o que auxilia, muitas vezes, na facilidade desses fármacos em chegarem aos seus destinos alvos. Esse fato é regido pela polaridade (hidrossolúvel e lipossolúvel) e capacidade de interação do fármaco. Por exemplo, de acordo com a lipossolubilidade do fármaco: Nesse caso, a [ ] do fármaco na imagem é de acordo com a sua solubilidade, que aumenta da esquerda para a direita. Principais fatores determinantes para a distribuição seletiva do fármaco: ● Afinidade por proteínas e componentes plasmáticos. ● Permeabilidade em barreiras biológicas naturais. Proteínas e componentes plasmáticos Drogas muito lipossolúveis só conseguem ser transportados por proteínas plasmáticas, enquanto as muito hidrossolúveis são transportados pelo plasma. Todavia, as que estão no meio termo da polaridade são transportadas parte no plasma parte nas proteínas. Os fármacos só conseguem ser transportados aos seus locais alvos se estiverem dissolvidos no plasma (fração livre). Logo, fármacos muito hidrossolúveis têm mais facilidade de chegar aos seus tecidos alvos, passar pela biotransformação no fígado e serem eliminado no rim, enquanto os muito lipossolúveis ficam muito tempo no plasma ligado às proteínas (menor saída da circulação), por fim, os fármacos meio termo ficam tempo médio no organismo, pois ficam parte hidrossolúvel e parte lipo. Ou seja, drogas lipossolúveis vão ter ↑ solubilidade aparente (ligados a proteínas plasmáticas); ↓ saída da circulação (↓difusão); ↓metabolismo/excreção (↑ t1/2); ↑ permanência (reservados); ↓ efeito terapêutico (↓ % livre). Ocorre o contrário em subs. hidrossolúveis (menos o 1º) Principais componentes de transporte: ● Albumina: proteína mais presente no sangue, função geral, transporta ácido fracos, contém 2 sítios de ligação ● Transferrina: transporte de ferro, função específica 10 ● alfa1-glicoproteínas ácida: transporta drogas alcalinas ● Lipoproteínas: transportam drogas lipofílicas e não ionizadas OBS! quanto maior a utilização dessas proteínas no transporte, maior a saturação delas e maior a quantidade de fármacos livres no plasma. Em casos de hipoproteinemias, facilita-se efeitos tóxicos dos fármacos, devido ao ↑ da fração livre plasmática. Motivos de hipoproteinemias ou diminuição do uso das proteínas: ● menor síntese de proteínas: desnutridos, hepatopatias, jovens e idosos. ● maior saturação (hipoproteinemia aparente): muitos lipídios no sangue, muita bilirrubina (gordurosa), gestação (muitos hormônios nos sítios de ligação). ● maior eliminação das proteínas: nefropatias. ● Alterações gerais; queimaduras, inflamações,distúrbios de tireoide e etc. ● Disputa entre fármacos por sítios de ligação plasmática Barreiras entre compartimentos Restringem o acesso de diversas substâncias; individualizam sistemas; função protetora e seletiva. Duas principais: barreira hemato-encefálica e barreira placentária. Barreira hemato encefálica (BHE): apresentam junções oclusivas + astrócitos periendoteliais; reduz a passagem de substâncias endógenas e exógenas; mantém o microambiente nervoso (K+, Na+, Ca+2...). Alguns fatores podem garantir o acesso a barreira: ● elevada lipossolubilidade ● maior permeabilidade na zona gatilho do vômito ● perda da integridade da BHE (meningites e esportes de alto impacto) Alguns componentes podem ser, depois de passarem pela BHE, extrusidos por glicoproteínas P. Barreira placentária: Isola circulação materna/fetal; permeável a anticorpos (IgG), microorganismos (varíola, herpes, toxoplasmose) e hormônios; barreira metabolicamente ativa (apresenta enzimas de degradação de compostos que possam passá-la). Diversos fármacos, todavia, podem ultrapassam a barreira e terem ação teratogênica e tóxica. Reservatórios corporais Principal deles é o tecido adiposo; sequestro de fármacos lipossolúveis, serve como um reservatório. Assim, com a ↓ [sérica], ↓ efeito, ↓ eliminação, ↑ duração, ↑t1/2. Logo, a ação de fármacos e sua compartimentalização na gordura varia entre gênero, idade e obesidade. Além disso, outros tecidos podem funcionar como reservatórios, como o fígado (para a cloroquina) e os ossos (para a tetraciclina e o Pb). Volume de distribuição (Vd) É o volume hipotético necessário para dissolver todo o fármaco do organismo em concentração igual a [sérica (do sangue)]. d V = [sérica] [total no corpo] 11 Em fármacos com ↑ [extravascular], o organismo terá ↑ Vd, pois a [sérica] será baixa, necessitando de muito volume para dissolver todo o fármaco do organismo na mesma [sérica]. Portanto, em fármacos com ↑ [sérica], o Vd será ↓, pois necessitará de pouco volume para chegar na [sérica]. Em situações de fármacos com Vd = 1 (menor valor possível), o fármaco fica totalmente no plasma sanguíneo. OBS! Quanto maior a lipossolubilidade do fármaco, maior seu Vd. Conjugado fármaco-anticorpo ou fármaco-substrato Por meio desse conjugado (ligação), podemos melhorar a distribuição desse fármaco, evitando os efeitos tóxicos do fármaco em outros compartimentos do organismo, pois o anticorpo ou substrato(antígenos ou enzimas) que vão ser retidos apenas pelo tecido alvo. Utilizados em quimioterapia antineoplásica e antibacteriana. Com esse processo há o aumento da seletividade tecido-específica, chamado de princípio da bala mágica. OBS! Geralmente, enquanto o fármaco está conjugado, ele está em sua forma inativa. ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS = BIOTRANSFORMAÇÃO + EXCREÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO (METABOLIZAÇÃO) Envolve órgãos e tecidos como, fígado, pulmões, TGI, pele, placenta e etc (todos os tecidos apresentam atividade biotransformadora, mas uns mais que outros). Objetivo da biotransformação ● Diminuir a atividade biológica do fármaco (perder seu efeito); determinados fármacos podem ter sua atividade aumentada com esse processos ● Aumentar a polaridade dos fármacos (eliminação pela urina, fezes) Metabolismo hepático Principal órgão com ativ. metabólica e enzimática. Contém diversos transportadores SLC e ABC em suas células para a maior captação de xenobióticos. Além disso, o fígado consegue captar os fármacos ligados às proteínas plasmática. O fígado apresenta essas características, pois apresenta diversas enzimas microssomais no RE. Os fármacos metabolizados no fígado podem ser levados de volta ao sangue ou levados para a bile (excretados pelas fezes) A metabolização dos fármacos ocorre em duas fases: ● FASE I: degradação molecular e alterações químicas dos grupos reativos (hidrólises, hidroxilações e etc.); ocorre no fígado, pulmão, pele e em outros tecidos ○ pode gerar metabólitos inativos ou ativos e metabólitos tóxicos ou não. ○ A maioria das reações de Fase I, ocorrem em uma família de enzimas, chamada de Citocromo P450 oxidase (CYP); essa família consegue metabolizar moléculas altamente solúveis por meio do seu 12 grupo heme férrico (oxi-reduções, pois o ferro ora se encontra em forma férrica ora em forma ferrosa, o que leva ao transporte de e-) ○ permite o acoplamento da fase II ● FASE II: reações de conjugação, fase sintética de outras substâncias (acoplamento); ○ ocorre somente no fígado; ○ agregam estruturas polares endógenas (maior hidrossolubilidade), ○ elimina compostos altamente reativos por meio do acoplamento (detoxificação) ○ conjugação com glicuronídeos, glutationa (epocler), sulfato e etc. Eliminação pré-sistêmica É o efeito da 1° passagem, que ocorre durante a absorção (diminuição da biodisponibilidade por adm. oral). Assim, necessita-se de uma alta dose por adm. v.o. pois muita % do fármaco será biotransformado, principalmente, no fígado, pulmão e intestino. Pró-fármacos São substâncias adm. na forma inativa, pois eles se tornam ativos após a metabolização deles, fato que leva ao aumento da biodisponibilidade e do t1/2. Contorna e depende da eliminação pré-sistêmica. Essas substância são adm. por v.o. Alterações enzimáticas e metabolismo com o uso dos fármacos Indução enzimática Certos fármacos lipofílicos (se movimentam mais fácil pelas membranas) podem interagir com o núcleo e aumentar a síntese de enzimas metabolizantes desses compostos e/ou de outros. As desvantagens disso é a perda do efeito do fármaco (tolerância cinética, pela indução de maior metabolização) Inibição Enzimática Competições ou inibições de diversos compostos pelas mesmas enzimas podem causar efeitos tóxicos, pois há a diminuição da metabolização de certos compostos devido à falta de enzimas. Ex: antietanol (metronidazol). Polimorfismo genético e variação individual As taxas metabólicas são diferentes em uma mesma população. Além disso, há variações de quantidade e funcionamento enzimático interespécies (animais diferentes) e intra-espécies (etnias, gêneros, homem metaboliza +, e idades, adulto metab. +, e fatores extrínsecos diferentes). OBS! De acordo com o metabolismo, o fármaco vai , necessariamente, ficando mas hidrofílico. 13 OBS! Não necessariamente os compostos devem passar pela Fase I primeiro e, depois, pela Fase II, existem substâncias que podem não passar por tais fases. EXCREÇÃO Vias de eliminação ● urinária (polares) ● fecal (apolares) ● pulmonar ● mamária ● suor e etc. Exceção de fármaco inalterados Exige balanço entre características polares e apolares (urina ou fezes) e, em geral, podem ser absorvidos antes da excreção. Fármacos de ação nas vias de excreção são eliminados quase inalterados (vão ser muito polares) e dependem da ação renal. Por meio de transportadores específicos ou difusão Composto que passaram pelas Fases de metabolização são transportados por transportadores (não conseguem atravessar as membranas); certas substâncias mais lipossolúveis (normalmente os inalterados) conseguem atravessar as membranas dos néfrons e serem eliminados. Sendo assim, o bloqueiodesses transportadores altera a eliminação das substâncias (aumento da biodisponibilidade e do t1/2). Excreção urinária A excreção na urina é calculada por um balanço entre a filtração, secreção e reabsorção nos néfrons; 20% do sangue bombeado é filtrado pelos rins, essa % varia com cardiopatias e nefropatias. ● Filtração glomerular (20% da depuração) ○ drogas relativamente lipossolúveis e/ou com baixo peso molecular e que estejam livres no plasma ○ varia com a pressão sanguínea ○ transporte passivo sem transportadores ● Secreção tubular (80% da depuração) ○ transportes ativos/passivos (uso de transportadores, OCTs, OATs e ABCs) ○ transporte de substâncias que estejam ligadas à proteínas plasmática, moléculas polares (metabolizados) e/ou substâncias de alto peso molecular ○ processo deficiente em neonatos (sem maturação do sist. urinário) ○ a competição por transportadores de secreção pode aumentar o t1/2 dos compostos que passariam por essas transmembranas (utilizado clinicamente). Ou então, a competição de transportadores de reabsorção podem diminuir o t1/2 dos compostos que seriam ser reabsorvidos. ● Reabsorção tubular ○ formas polares são pouco reabsorvidas (aprisionamento iônico). ○ urinas podem ser ácidas (dietas proteicas) ou alcalinas (vegetarianos). Assim, por exemplo, bases fracas, em urinas ácidas, vão tender a ficar ionizadas, diminuindo a reabsorção e aumentando a excreção. Analogamente, bases fracas, em urinas básicas, tendem a ficar na 14 forma molecular, aumentando a reabsorção e diminuindo a excreção. ○ Logo, uma maneira de aumentar ou diminuir a reabsorção das substância é mexer o pH da urina (básico=NaHCO3, ácido=vitamina C) ● Depuração renal (clearance): é a relação volume/tempo, que mostra o volume de plasma que o rim filtra e consegue remover completamente determinado soluto em um certo período; indica o funcionamento renal. Ao decorrer da idade, há uma diminuição do clearance. Logo, em jovens, há uma alta depuração, o que aumenta a eliminação e diminuição do t1/2 das substâncias. Excreção biliar-fecal (ciclo de retenção entero-hepático) Compostos polares podem ser secretados na bile (conjugado de ácidos biliares); certos fármacos podem ser absorvidos novamente no TGI (ciclo de retenção); pessoas com hepatites e cálculos de vesícula têm dificuldade nessa excreção. Excreção mamária (pH=6,8) Tem importância toxicológica ao latente (drogas podem passar para os filhos). pH>7: elimina mais ácidos; pH<7 (mastite): elimina bases. Eliminação pulmonar Eliminação de gases anestésicos; pessoas com baixa frequência respiratória têm dificuldade nela. Excreção sudorípara/sebácea Pouca importância em humanos Fármacos com cinética de saturação Certos fármacos, podem diminuir, ao longo do tempo, os mecanismo de eliminação, tendendo a se acumular no organismo. Isso pode ocorrer por saturação de proteínas plasmática e dos depósitos teciduais. O primeiro gráfico é da cinética linear e o outro, de saturação. Alterações na cinética de eliminação Com o aumento da [soluto] no organismo, podendo se por problemas na excreção ou na metabolização, há diversos danos hepático e renais. Já com a aceleração da eliminação, podendo ser devido à indução de enzimas, há uma diminuição da [soluto]. Dessa forma, é importante o controle de dose e regime posológico para cada paciente.
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