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INTRODUÇÃO AO ESTUDOS DOS TECIDOS

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SUMÁRIO
1. Introdução ao estudo dos tecidos ....................... 3
2. As células ..................................................................... 3
3. A matriz extracelular ................................................. 4
4. Os órgãos ...................................................................... 5
5. Os tecidos básicos do organismo ....................... 6
6. Tecido epitelial ........................................................... 7
7. Tecido conjuntivo .....................................................27
8. Tecidos muscular e nervoso ................................42
Referências bibliográficas ........................................45
3INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
1. INTRODUÇÃO AO 
ESTUDO DOS TECIDOS
Para iniciarmos o estudo dos tecidos, 
é preciso saber o que eles constituem 
e como são constituídos. Os tecidos 
são formados por duas unidades bá-
sicas: as células e a matriz extracelu-
lar. Uma associação de diferentes ti-
pos de tecidos dá origem a um órgão. 
Dessa forma, em um corte histológi-
co é possível fazer a identificação de 
determinado órgão ao se observar a 
associação entre os diferentes tipos 
teciduais. O corpo humano é forma-
do por quatro tipos básicos de teci-
dos – epitelial, conjuntivo, muscular 
e nervoso –, que serão detalhados 
mais à frente. 
Célula muscular Tecido muscular Órgão (bexiga) Sistema (urinário)
Uretra
Bexiga
Ureter
Rim
Figura 1. Níveis de organização estrutural do corpo humano. Fonte: Adaptado de OpenStax College, Anatomy & 
Physiology. 
2. AS CÉLULAS 
As células são as unidades funcionais 
e estruturais constituintes de todos 
os tecidos. O corpo humano é com-
posto por mais de 200 tipos celulares, 
cada um responsável por realizar uma 
função diferente. Para tanto, as células 
sofrem diferenciação celular. 
A diferenciação celular é o processo 
através do qual uma célula sofre alte-
rações em seu formato e tamanho, de 
acordo com a função que virá a de-
sempenhar. Essa especialização fun-
cional de cada célula faz com que elas 
consigam atingir uma maior eficácia 
em seu trabalho. 
4INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
3. A MATRIZ 
EXTRACELULAR
Conjuntamente às células, a matriz 
extracelular (MEC) é outro compo-
nente elementar na formação dos te-
cidos. Ela é composta por um com-
plexo de macromoléculas não-vivas. 
Associações dessas moléculas po-
dem até formar estruturas complexas 
e altamente organizadas, como as fi-
brilas de colágeno e as membranas 
basais.
Figura 2. Corte histológico de rim, indicando as mem-
branas basais (setas) situadas em torno do epitélio de 
túbulos renais. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & 
Carneiro
Diferenciação 
celular
Diferenciação 
celular
Possuem 
prolongamentos
Adaptadas para 
a contração e 
relaxamento
São alongadas 
e conectadas
Objetivo de 
converter energia 
química em trabalho 
mecânico
Objetivo de gerar e 
transmitir impulsos 
elétricos
Célula indiferenciada
Células musculares Células nervosas
EXEMPLIFICAÇÃO DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR ENTRE CÉLULAS MUSCULARES E NERVOSAS. 
5INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Fornecer apoio mecânico e sus-
tentação às células e transportar 
nutrientes e metabólitos são as 
funções mais conhecidas da MEC. 
Contudo, além disso, é notável tam-
bém a interação entre a matriz e as 
células. 
As células produzem a MEC e con-
trolam a sua composição, mas, ao 
mesmo tempo, são influenciadas e 
controladas por moléculas da matriz, 
que são reconhecidas e se ligam a 
receptores celulares. Existem, assim, 
junções especializadas que conectam 
as células às macromoléculas encon-
tradas ao redor. Dessa forma, a in-
terrelação entre as células e a matriz 
extracelular responde ativamente às 
exigências do organismo. 
A matriz 
extracelular 
(MEC) pode: 
Modular a sobrevivência 
das células
Influenciar no 
desenvolvimento das 
células
Formar associações 
juncionais com as 
células
Direcionar a atividade 
mitótica das células
Regular a migração das 
células
Modificar a 
morfologia e as 
funções das células
POSSÍVEIS FORMAS DE INTERAÇÃO ENTRE A MEC E AS CÉLULAS
4. OS ÓRGÃOS
Os quatro tipos básicos de tecido se 
associam de diferentes formas e dão 
origem aos diversos órgãos do orga-
nismo. Os órgãos, por sua vez, se or-
ganizam em sistemas e realizam suas 
funções características. 
Os órgãos são estruturados, basi-
camente, em dois componentes: o 
parênquima e o estroma. O parên-
quima é constituído pelas células 
responsáveis pelas funções do ór-
gão, enquanto o estroma é um tecido 
de sustentação, servindo assim de 
apoio para as células do parênquima. 
6INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
basicamente por quatro tipos de teci-
dos: epitelial, conjuntivo, muscular 
e nervoso. Essa classificação leva em 
conta critérios estruturais, funcionais 
e embriológicos dos tecidos. 
Cada um dos tecidos é formado por 
vários tipos celulares característicos 
e por arranjos específicos da matriz 
extracelular, sendo assim possível 
diferenciá-los. Os tecidos epitelial e 
conjuntivo serão abordados mais de-
talhadamente a seguir. 
Tecido epitelial
Tecido muscular
Tecido conjuntivo
Tecido nervoso
O estroma, tal como um tecido de 
sustentação, é formado por tecido 
conjuntivo. Já o tipo tecidual cons-
tituinte do parênquima irá variar de 
acordo com a função do órgão. O pa-
rênquima do intestino, por exemplo, 
é formado pelo epitélio intestinal, en-
quanto o parênquima do pulmão é o 
epitélio respiratório. 
5. OS TECIDOS BÁSICOS 
DO ORGANISMO
Apesar da sua grande complexi-
dade, o corpo humano é formado 
Figura 3. Cortes histológicos dos 4 tipos básicos de tecidos. Fonte: Adaptado de Altas de Histologia – Di Fiori
7INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
SE LIGA! Os epitélios se originam a partir dos três folhetos germinativos em-
brionários. O ectoderma dá origem aos epitélios de revestimento das muco-
sas nasal e oral, ao epitélio da córnea, à epiderme e às glândulas da pele e 
glândulas mamárias. O endoderma origina o fígado, o pâncreas e os epitélios 
de revestimento dos tratos respiratório e gastrointestinal. Por fim, os túbu-
los uriníferos do rim, os epitélios de revestimento dos sistemas reprodutores 
masculino e feminino, o revestimento endotelial do sistema circulatório e o 
mesotélio das cavidades corpóreas são originados a partir do mesoderma.
6. TECIDO EPITELIAL 
O tecido epitelial é formado por célu-
las que revestem superfícies e que 
secretam moléculas. Uma de suas 
características é a escassa presença 
de MEC. 
Endoderma
Ectoderma Mesoderma
Fígado, pâncreas e epitélios 
dos tratos respiratório e 
gastrointestinal.
Epitélios da mucosa oral, da 
mucosa nasal, da córnea, 
epiderme, glândulas da pele e 
glândulas mamárias.
Túbulos uriníferos, mesotélio 
das cavidades corpóreas, 
endotélio dos vasos e epitélios 
dos sistemas reprodutores.
ORIGEM EMBRIONÁRIA DOS EPITÉLIOS
8INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Funções do tecido epitelial
Os epitélios têm as funções básicas 
de revestimento e secreção. É o teci-
do epitelial o responsável pelo reves-
timento das superfícies internas ou 
externas dos órgãos e, também, pelo 
revestimento externo do corpo como 
um todo, através da pele. 
Associados a essa função de reves-
timento, estão também os papéis de 
proteção, de absorção de íons e de 
moléculas e de percepção de estí-
mulos que também são assumidos 
pelo epitélio. Além disso, o tecido epi-
telial pode controlar o movimento 
de substâncias entre compartimen-
tos corporais através da permeabili-
dade seletiva das junções celulares. 
Em adição, o epitélio possui uma ou-
tra função impor-
tante que é a de 
secreção de subs-
tâncias. Tal secre-
ção pode ser feita 
pelas células epi-
teliais de revesti-
mento ou por cé-
lulas epiteliais que 
se especializam 
e se reúnem de 
modo a formar as 
glândulas, estru-
turas especialistas 
no papel secretor. 
Algumas células 
epiteliais possuem a capacidade de 
se contraírem, caracterizando assim o 
mioepitélio. Já as células capazes de 
perceber estímulos formam ochama-
do neuroepitélio, encontrado nos bo-
tões gustativos, nas retinas dos olhos, 
nas células pilosas especializadas do 
ouvido interno e no epitélio olfatório. 
Características das células 
epiteliais 
As células epiteliais apresentam for-
mato poliédrico, isto é, possuem 
muitas faces e podem ter diferentes 
formatos. Podem variar de células 
colunares altas até células achadas, 
chamadas de pavimentosas. O for-
mato do núcleo geralmente acompa-
nha a forma das células, variando de 
esférico a elíptico.
Célula colunar
Célula cúbica
Célula pavimentosa
Células epiteliais 
justapostas
Figura 4. Tipos de células epiteliais. Fonte: smart.
servier.com/
9INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Os epitélios ficam apoiados sobre um 
tecido conjuntivo. No caso dos epitélios 
que revestem as cavidades de órgãos 
ocos, essa camada de tecido conjunti-
vo que os sustenta recebe o nome de 
lâmina própria. Entre as células epi-
teliais e o tecido conjuntivo subjacente 
há uma fina camada de moléculas que 
é chamada de lâmina basal.
As células se encontram justapos-
tas, uma ao lado da outra, havendo 
pouquíssima matriz extracelular 
entre elas. Um aspecto importante 
das células epiteliais é o fato de elas 
se encontrarem firmemente aderidas 
umas às outras, por meio de junções 
intercelulares. 
Membrana plasmática da superfície 
basal da célula
Lâmina basal
Figura 5. Eletromiografia da lâmina basal da córnea humana (50 000x). As setas indicam os hemidesmossomas. Fon-
te: Tratado de Histologia em Cores – Gartner
SE LIGA! A lâmina basal é composta 
por moléculas de colágeno do tipo IV, 
glicoproteínas e proteoglicanos. Ela 
pode estar presente em diversos locais 
nos quais há contato de tecido conjun-
tivo com outras células. Ela possui dis-
tintas funções e é no tecido epitelial que 
a lâmina basal exerce a principal delas: 
promove a adesão das células epite-
liais ao tecido conjuntivo subjacente. 
Os componentes das lâminas ba-
sais são secretados pelas células 
epiteliais, musculares, adiposas e de 
Schawann. A lâmina basal se prende 
então ao tecido conjuntivo por meio 
de fibrilas de ancoragem constituídas 
por colágeno do tipo VII. Em alguns 
casos, as células do tecido conjunti-
vo produzem fibras reticulares que 
10INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
para visualizá-la. À microscopia ele-
trônica, apresenta-se como uma ca-
mada elétron-densa (que aglutina 
elétrons) e, portanto, aparece escure-
cida na imagem.
se associam intimamente à lâmina 
basal, constituindo assim a lâmina 
reticular. 
A lâmina basal não é visível ao mi-
croscópio óptico, sendo necessário 
o uso de um microscópio eletrônico 
Lâmina 
basal
Age como barreira 
de filtração seletiva 
de moléculas entre os 
tecidos
Regula a proliferação e 
a diferenciação celular
Influencia a polaridade 
das células
Organiza as proteínas 
das membranas 
plasmáticas de células 
adjacentesInfluencia o 
metabolismo celular
Serve como caminho e 
suporte para a migração 
de células
Promove a adesão das 
células epiteliais ao 
tecido conjuntivo de 
sustentação
Afeta a transdução de 
sinais através dessas 
membranas
Por meio de 
ligação à fatores de 
crescimento
Por meio de 
fibrilas de ancoragem
FUNÇÕES DA LÂMINA BASAL
11INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
CONCEITO! O nome membrana basal é um outro conceito histológico e é 
comum haver confusão e uso indiscriminado dos termos membrana basal 
e lâmina basal. Membrana basal é a denominação de uma camada situada 
abaixo de epitélios e que pode ser vista ao microscópio óptico quando corada 
pela técnica de ácido periódico de Schiff ou por impregnação com prata. Ela 
é mais espessa que a lâmina basal por incluir também, além da lâmina basal 
propriamente dita, algumas proteínas do tecido conjuntivo das proximidades.
Lâmina própria Lâmina basal Membrana basal
É o conjunto formado 
pela lâmina basal e 
algumas proteínas 
do tecido conjuntivo 
adjacente. 
Delgada lâmina de 
moléculas encontrada 
entre o tecido 
conjuntivo e outros 
tipos celulares. 
Nome dado ao 
tecido conjuntivo 
sobre o qual se 
encontra o epitélio 
de revestimento de 
órgãos ocos. 
Visualizada ao 
microscópio óptico 
quando corada pela 
técnica de ácido 
periódico de Schiff ou 
impregnação de prata.
Visualizada somente 
ao microscópio 
eletrônico. 
X X
DIFERENCIAÇÃO ENTRE LÂMINA PRÓPRIA, LÂMINA BASAL E MEMBRANA BASAL
As células epiteliais são células polari-
zadas, ou seja, possuem um polo api-
cal e um polo basal. A porção da célula 
voltada para o tecido conjuntivo é cha-
mada de polo basal, enquanto a ex-
tremidade oposta é chamada de polo 
apical e está voltada para uma cavida-
de ou um espaço, isto é, para o lúmen 
de um órgão oco ou para o meio exter-
no (no caso da pele, por exemplo). 
Além dessa divisão, as superfícies 
celulares que ficam em contato com 
as células adjacentes são chamadas 
de superfícies basolaterais, por se-
rem contínuas com a superfície que 
delimita a base da célula. É através da 
superfície basolateral que as células 
epiteliais adjacentes se comunicam 
e aderem umas às outras. Para tan-
to, existem algumas especializações 
nessas superfícies, que são abun-
dantes nas células epiteliais e serão 
abordadas a seguir. 
12INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 6. Superfícies e polarização das células epiteliais. Fonte: smart.servier.com/
Especializações da superfície 
basolateral das células epiteliais 
Como já foi dito, as células epiteliais 
encontram-se justapostas e aderi-
das umas às outras. Estruturas as-
sociadas a membrana plasmática 
são, em grande parte, as responsá-
veis pela coesão e pela comunica-
ção entre as células, principalmente 
por meio da ação coesiva das cade-
rinas, uma família de glicoproteínas 
transmembrana. 
Além disso, as membranas basola-
terais das células epiteliais possuem 
algumas especializações, tais como 
a presença de interdigitações e de 
junções intercelulares. Interdigita-
ções nada mais são do que dobras da 
Polo apical
Polo basal
Superfícies basolaterais
membrana plasmática de uma célula, 
que se encaixam às dobras da mem-
brana da célula adjacente, aumentan-
do assim a adesão entre elas. 
Quanto às junções intercelulares, elas 
podem ser de diferentes tipos, ser-
vindo para promover a adesão celu-
lar, para prevenir o fluxo de moléculas 
pelo espaço intercelular ou para ofe-
recer canais de comunicação entre as 
células. São, dessa forma, classifica-
das em junções de adesão (zônulas 
de adesão, desmossomos e hemi-
desmossomos), junções impermeá-
veis (zônulas de oclusão) e junções 
comunicantes ( junções gap). 
13INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Superfície apical
Zônula de 
oclusão
Zônula de 
adesão
Desmossomas
Hemidesmossomas
Espaço 
extracelular
Interdigitação
Junção 
comunicante
Figura 7. Especializações da superfície basolateral das 
células epiteliais. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & 
Carneiro
O termo “zônula” indica que a junção 
forma uma faixa ou cinturão que cir-
cunda toda a célula. As zônulas de 
oclusão costumam assumir a posição 
mais apical da membrana basolate-
ral. Promovem aderência intercelu-
lar forte de modo a vedar o espaço 
intercelular. As zônulas de adesão 
costumam estar após as zônulas de 
oclusão, no sentido ápice-base da su-
perfície basolateral. Se caracterizam 
pela inserção de filamentos de actina 
em placas de material elétron-denso 
contidos no citoplasma subjacente à 
membrana da junção. 
Os desmossomos são um outro tipo 
de junção de adesão. São estruturas 
complexas, em forma de disco, que 
estão contidas na superfície celular e 
que se sobrepõem a estruturas idên-
ticas contidas na membrana da célula 
adjacente. Na face citoplasmática da 
membrana no desmossomo há uma 
placa circular chamada placa de an-
coragem. Eles possuem formato de 
botão, portanto não formam zônulas. 
Figura 8. Desmossomos. Fonte: smart.servier.com/
14INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Os hemidesmossomos possuem 
esse nome por possuírem a estrutu-
ra de metade de um desmossomo. 
Contudo,eles são encontrados na 
zona de contato entre a célula epite-
lial e sua lâmina basal, fazendo assim 
a adesão entre a célula epitelial e a 
lâmina basal e não a adesão célula-
-célula. Enquanto as placas de anco-
ragem dos desmossomos possuem 
caderinas, nos hemidesmossomos 
as placas contêm integrinas, uma 
outra família de proteínas transmem-
brana, que podem agir como recep-
tores para macromoléculas da matriz 
extracelular, como colágeno tipo IV e 
a glicoproteína laminina.
Por fim, as junções comunicantes 
( junções gap) são encontradas em 
qualquer local das membranas la-
terais das células epiteliais, além de 
estarem também em outros tecidos. 
Elas tornam possível o intercâmbio 
de moléculas entre duas células ad-
jacentes, fazendo com que as células 
de alguns órgãos trabalhem de ma-
neira coordenada. Podem atravessar 
essa junção moléculas como AMP e 
GMP, íons e alguns hormônios. 
Figura 9. Junções gap. Fonte: smart.servier.com/
Especializações da superfície 
apical das células epiteliais 
Além das especializações encon-
tradas na membrana basolateral, 
algumas células epiteliais também 
apresentam modificações em sua 
superfície apical que têm como ob-
jetivo o aumento da superfície ou a 
movimentação de partículas. Para 
aumento de superfície, as células 
podem expressar microvilos e este-
reocílios, enquanto para movimento, 
apresentam cílios ou flagelos. 
15INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Os microvilos ou microvilosidades 
são pequenas projeções citoplasmá-
ticas em forma de dedos, que podem 
ser longas ou curtas e possuem feixes 
de actina em seu interior. São obser-
vados principalmente em células que 
exercem intensa atividade absortiva, 
como as células do intestino delgado, 
por exemplo. Isso porque os microvi-
los aumentam a superfície de contato 
entre a membrana apical e o meio ex-
terno, que contém os materiais a se-
rem absorvidos, aumentando assim a 
capacidade de absorção. 
Trama terminal Microvilos
Filamentos de 
actina Glicocálice
Figura 10. Eletromiografia da região apical de célula epitelial do intestino (45 000x). Fonte: Histologia Básica – Jun-
queira & Carneiro
16INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Os estereocílios são prolongamen-
tos longos e imóveis. Eles também 
possuem a função de aumentar a 
área de absorção, facilitando assim 
o transporte de moléculas para den-
tro e para fora das células. São co-
mumente encontrados em células do 
revestimento epitelial do epidídimo e 
do ducto deferente. Podem também 
agir como mecanorreceptores senso-
riais, como acontece nas células pilo-
sas da orelha interna. 
SE LIGA! As células que exercem inten-
sa absorção possuem glicocálice mais 
espessado. Isso faz com que, ao mi-
croscópio óptico, seja facilmente visível 
o conjunto formado pelos glicocálices 
e microvilos. A esse conjunto dá-se o 
nome de borda em escova.
Epitélio de 
revestimento 
simples 
cilíndrico
Borda em 
escova
Tecido 
conjuntivo 
frouxo
Figura 11. Corte de intestino delgado em gran-
de aumento. Fonte: Atlas digital de histologia 
básica - UEL
Estereocílios
Tecido epitelial de 
revestimento 
pseudoestratificado 
cilíndrico com 
estereocílios
Figura 12. Corte de epidídimo em grande aumento. 
Fonte: Atlas digital de histologia básica - UEL
centrais cercados por nove pares de 
microtúbulos periféricos) envolto pela 
membrana plasmática e estão inseri-
dos em corpúsculos basais situados 
logo abaixo da membrana. Essa es-
pecialização é encontrada principal-
mente no epitélio respiratório, onde 
auxiliam na movimentação do muco. 
Os cílios são, por sua vez, prolonga-
mentos móveis. Eles podem realizar 
um rápido movimento coordenado 
de vaivém, de forma a gerar uma cor-
rente de fluidos ou de partículas em 
determinada direção ao longo da su-
perfície do epitélio, às custas de ATP. 
Eles são formados por um arranjo 
de microtúbulos (dois microtúbulos 
17INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Tecido conjuntivo
Células ciliadas
Epitélio pseudoestratificado 
cilíndrico ciliado
Figura 13. Corte de traqueia em grande aumento. Fonte: Atlas digital de histologia básica - UEL
Os flagelos, no corpo humano, são 
encontrados somente nos esperma-
tozoides. Eles são estruturas seme-
lhantes aos cílios, porém mais longos 
e limitados a um por célula, enquanto 
pode haver 250 cílios em uma célula 
ciliada da traqueia, por exemplo. 
Tipos de epitélios 
Os epitélios são divididos em epi-
télios de revestimento e epitélios 
glandulares, de acordo com a sua 
estrutura, arranjo celular e principal 
função. Essa é uma separação didáti-
ca, uma vez que existem epitélios de 
revestimento nos quais há algumas 
células glandulares especializadas 
espalhadas ou mesmo em que todas 
as células são secretoras. 
Caracterização dos epitélios de 
revestimento
Os epitélios de revestimento, como 
evidenciado pelo nome, recobrem a 
superfície externa do corpo e reves-
tem as cavidades internas, tais como 
as grandes cavidades corporais e o lú-
men dos vasos e dos órgãos ocos. As 
células desse epitélio são variam em 
formato e estão dispostas em folhetos, 
com diferentes números de camadas. 
Quanto à quantidade de camadas, os 
epitélios são classificados em simples, 
quando possuem só uma camada de 
células, ou em estratificados, quan-
do há mais de uma camada. Também 
existe uma categoria especial deno-
minada epitélio pseudoestratificado, 
que é formado por apenas uma cama-
da celular, ou seja, todas as células es-
tão apoiadas sobre a lâmina basal, po-
rém seus núcleos são visualizados em 
diferentes alturas, dando a impressão 
se de tratar de um epitélio estratificado. 
18INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
B
A
Membrana basal
Figura 14 A. Epitélio pseudoestratificado. Nota-se que todas as células estão apoiadas na lâmina basal. B: Foto-
miografia do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado das vias respiratórias (540x). Fontes: smart.servier.com/ e 
Tratado de Histologia em Cores – Gartner
De acordo com a forma de suas cé-
lulas, um epitélio pode ser pavimen-
toso, cúbico, colunar (prismático e 
cilíndrico são sinônimos) ou de tran-
sição. Nos epitélios estratificados, 
a classificação se dá pelo formato 
das células da camada mais super-
ficial, isso é, da camada mais distante 
da lâmina basal e, portanto, em con-
tato com a superfície livre. 
Figura 15. Tipos de epitélios de revestimento. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & Carneiro
A camada mais superficial de um epi-
télio pavimentoso é constituída por 
células achadas e de núcleos alonga-
dos. O epitélio cúbico é formado por 
19INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
O epitélio de transição é um tipo ex-
clusivo de epitélio estratificado que é 
encontrado no revestimento da be-
xiga urinária, dos ureteres e da por-
ção inicial da uretra. Nele, as células 
sofrem variação em seu formato a 
depender do grau de distensão ou 
de relaxamento do órgão. Quando a 
bexiga está vazia, as células mais ex-
ternas apresentam aspecto mais glo-
boso, ao passo que quando o órgão 
se enche, as células tornam-se mais 
achatadas e o epitélio parece ser mais 
delgado. 
Figura 16 A: Ilustração do epitélio de transição. B: Corte de bexiga vazia. C: Corte de bexiga cheia. Fontes: Histologia 
Básica – Junqueira & Carneiro e Atlas digital de histologia básica – UEL
Membrana basal
Membrana basal
Lâmina própria
Lâmina própria
Células 
superficiais 
globosas
Células superficiais 
achatadas
Relaxado
Distendido
A
B C
células cuboides e de núcleos arre-
dondados, enquanto no epitélio co-
lunar as células mais superficiais são 
alongadas, sendo o seu maior eixo 
perpendicular à lâmina basal. Nes-
sas células, os núcleos são elípticos e 
acompanham o maior eixo da célula. 
SE LIGA! No epitélio estratificado pa-
vimentoso, as células epiteliais mais 
próximas ao tecido conjuntivo são cha-
madas de células basais. Apesar de o 
epitélio ser classificado como pavimen-
toso devido ao formato das células da 
camada superficial, essas células basais 
costumam ser cúbicas ou prismáticas. 
Elas migram lentamentepara as ca-
madas mais superficiais, na medida em 
estas sofrem descamação, e mudam de 
forma pelo trajeto, se tornando gradati-
vamente mais achadas e alongadas.
20INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
O quadro a seguir elenca os diferen-
tes tipos de epitélios de revestimento 
e os locais onde são encontrados: 
O epitélio estratificado pavimento 
pode ainda ser dividido em epité-
lio estratificado pavimentoso não 
queratinizado e epitélio estratifica-
do pavimentoso queratinizado. O 
primeiro nada mais é daquele que até 
aqui tratamos somente como epitélio 
estratificado pavimentoso. Contudo, 
é importante diferenciá-lo do epitélio 
queratinizado, que é encontrado na 
pele. 
Ambos são tipos epiteliais normal-
mente sujeitos à atrito e forças mecâ-
nicas, porém o epitélio queratinizado 
possui, acima da sua camada celular 
mais superficial, uma camada de que-
ratina que protege e impede a perda 
de líquido pela pele. Essa camada é 
formada pelas células superficiais 
que morrem e tem seu citoplasma 
ocupado por queratina, perdendo seu 
núcleo e organelas.
Figura 17 A. Epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado (509x). A seta indica as células achadas na cama-
da mais superficial. B: Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme da pele (125x). Fonte: Tratado de 
Histologia em Cores – Gartner
A B
Epitélio estratificado pavimentoso não-
queratinizado
Epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado
21INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
EPITÉLIO
SIMPLES
ESTRATIFICADO
PSEUDOESTRATIFICADO
Revestimento do lúmen dos vasos 
sanguíneos e linfáticos (endotélio) e 
das grandes cavidades corporais e 
seus órgãos (mesotélio).
Superfície externa do ovário, parede 
de ductos excretores de glândulas e 
folículos tireoidianos.
Revestimento do lúmen intestinal e 
da vesícula biliar.
Ductos excretores de glândulas 
sudoríparas e folículos ovarianos em 
crescimento.
Membrana conjuntiva do olho.
Revestimento da bexiga urinária, 
dos ureteres e da porção inicial da 
uretra.
Epidídimo e revestimento das vias 
respiratórias calibrosas (do nariz aos 
brônquios).
não-queratinizado
queratinizado
PAVIMENTOSO
DE TRANSIÇÃO
PAVIMENTOSO
CÚBICO
CÚBICO
COLUNAR
COLUNAR
Revestimento de cavidades úmidas 
(boca, esôfago, vagina, canal anal).
Superfície da pele (epiderme).
MAPA MENTAL: TIPOS DE EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO E SUAS LOCALIZAÇÕES
22INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Caracterização dos epitélios 
glandulares
Os epitélios glandulares são aqueles 
formados por células que se especia-
lizaram na atividade de secreção. Es-
sas células podem sintetizar, armaze-
nar e secretar proteínas, lipídeos e/ou 
carboidratos. As moléculas a serem 
secretadas costumam ficar tempora-
riamente armazenadas em pequenas 
vesículas intracelulares chamadas 
grânulos de secreção. 
As glândulas podem ser classifica-
das de acordo com inúmeros crité-
rios. Podem ser uni ou multicelulares, 
sendo a célula caliciforme o melhor 
exemplo de glândula unicelular. Ela 
costuma ser encontrada no revesti-
mento do intestino delgado e do trato 
respiratório.
Figura 18. Epitélio simples colunar do revestimento do intestino. BE indica a borda em escova e C refere-se à célula 
caliciforme. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & Carneiro
As glândulas sempre se formam a 
partir de epitélios de revestimen-
to, por meio de proliferação celular e 
invasão do tecido conjuntivo subja-
cente, somado à diferenciação adi-
cional. Quando as glândulas mantêm 
conexão com o seu epitélio de ori-
gem, elas são chamadas de glându-
las exócrinas, enquanto aquelas que 
perdem essa conexão são classifica-
das como endócrinas. 
23INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 19. Formação das glândulas a partir do epitélio de revestimento. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & 
Carneiro
Epitélio
Lâmina basal
Tecido conjuntivo
Ducto
Porção 
secretora
Porção 
secretora
Formação de uma 
glândula exócrina
Formação de uma glândula 
endócrina folicular
Cordões de células formando uma 
glândula endócrina cordonal
Capilares
Perda das 
células do 
ducto
Proliferação das células e sua penetração 
no tecido conjuntivo subjacente
As glândulas exócrinas sempre pos-
suem duas porções, a porção secre-
tora e os ductos excretores. A parte 
secretora é constituída pelas células 
responsáveis pelo processo secretó-
rio. Os ductos excretores nada mais 
são do que a via de conexão rema-
nescente entre a glândula e o epité-
lio de revestimento que a originou. É 
através deles que o material secreta-
do irá alcançar a superfície do corpo 
ou uma cavidade. 
Essas duas partes das glândulas exó-
crinas são usadas como critérios clas-
sificatórios. Glândulas que possuem 
somente um ducto não ramificado 
são chamadas simples, enquanto 
aquelas que têm ductos excretores 
ramificados são compostas. Segun-
do o formato da porção secretora, 
as glândulas podem ser tubulares, 
quando essa porção possui a forma 
de um tubo, tubulares enoveladas, 
tubulares ramificadas ou acinosas, 
quando a porção secretora é esférica 
ou arredondada. 
24INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 20. Classificação das glândulas exócrinas multicelulares. A porção secretora da glândula está representada em 
verde, enquanto os ductos excretores estão em roxo. Fonte: Tratado de Histologia em Cores – Gartner
Ducto
Porção 
secretora
Tubulosa simples Tubulosa simples 
ramificada Tubulosa simples 
enovelada
Acinosa simples Acinosa simples 
ramificada
Acinosa composta
Tubulosa composta Túbulo-acinosa 
composta
As glândulas endócrinas são aque-
las que perderam sua conexão ao 
epitélio de revestimento, portanto 
não possuem ductos. Dessa forma, 
suas secreções são lançadas ao 
sangue para assim atingir o seu lo-
cal de ação. Elas podem ser classifi-
cadas de acordo com a organização 
de suas células. Nas glândulas cor-
donais as células formam cordões 
anastomosados, entremeados por 
capilares sanguíneos. Já as glân-
dulas vesiculares são aquelas 
constituídas por células que 
formam vesículas ou folícu-
los preenchidos pelo ma-
terial por elas secretado. 
25INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
FIgura 21 A. Corte de tireoide (glândula vesicular). B: Corte de paratireoide (glândula cordonal). Fonte: Atlas digital de 
histologia básica – UEL
A
B
Por fim, as glândulas podem também 
ser classificadas de acordo com a 
forma com que o material secretado 
deixa a célula. Quando a secreção é 
liberada da célula por meio de exoci-
tose somente dos grânulos de secre-
ção, tem-se uma glândula merócri-
na. Quando o produto de secreção é 
liberado juntamente com pequenas 
porções do citoplasma celular api-
cal, temos uma glândula apócrina. 
Já quando o material secretado é eli-
minado em conjunto com todo o ma-
terial celular, havendo destruição da 
célula de secreção, trata-se de uma 
glândula holócrina. 
26INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 22. Modos de secreção: holócrino (A), merócrino (B) e apócrino (C). Fonte: Tratado de Histologia em Cores 
– Gartner
SE LIGA! Dois tipos de glândulas muito comuns e importantes são os ácinos sero-
sos e os túbulos mucosos. 
Os ácinos serosos são pequenas porções secretoras formadas por células colunares 
ou piramidais, com lúmen bastante reduzido e continuado por um ducto excretor. 
Os núcleos das células acinosas são arredondados e situam-se na porção basal 
da célula, que também é ocupada por grande 
quantidade de RNA e por isso é bem corada 
pela hematoxilina. Já a região apical abriga os 
grânulos de secreção, sendo, portanto, corada 
pela eosina. 
Os túbulos mucosos são estruturas alongadas 
e tubulares, que podem ser ou não ramificadas. 
Seu lúmen é dilatado e contínuo ao ducto ex-
cretor. As células são largas e geralmente pira-
midais. Seus núcleos, com cromatina conden-
sada, se coram fortemente pela hematoxilina, 
enquanto o citoplasma se apresenta pouco 
corado.
Figura 23. Ácinos mucosos e serosos. Fonte: http://
saudecelulahumana.blogspot.com/
Célula 
intacta
Secreção
Nova 
célula
Célula em 
desintegraçãoe seu 
conteúdo 
(secreção)
Porção 
destacada 
da célula 
(secreção)
Ácino mucoso
Ácino seroso
27INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
7. TECIDO CONJUNTIVO
Em oposição ao tecido epitelial, o teci-
do conjuntivo é formado por diversos 
tipos celulares e uma grande quanti-
dade de matriz extracelular. 
Figura 24. Visão panorâmica do tecido conjuntivo em 
corte de granuloma dental. Fonte: Atlas digital de histo-
logia básica – UEL
Os tecidos conjuntivos derivam do 
mesoderma. Esse folheto germina-
tivo dá origem às células mesen-
quimais, as células multipotentes do 
embrião que formam o tecido conjun-
tivo embrionário, migrando por todo 
o corpo e gerando os diferentes tipos 
de tecidos conjuntivos. Contudo, em 
algumas áreas da cabeça e do pesco-
ço, o mesênquima também se origina 
das células da crista neural.
Funções do tecido conjuntivo
Apesar de ao tecido conjuntivo se-
rem atribuídas inúmeras funções, tra-
ta-se prioritariamente de um tecido 
de sustentação e preenchimento, 
função essa realizada principalmente 
pela MEC. Além de fornecer supor-
te estrutural ao corpo, por meio dos 
ossos, cartilagens e ligamentos, e aos 
órgãos, formando as cápsulas que os 
envolvem, o tecido conjuntivo tam-
bém serve como um meio de trocas 
de resíduos metabólicos, nutrientes 
e oxigênio entre o sangue e muitas 
células corporais. Também atua na 
defesa e na proteção do corpo, por 
possuir células de resposta imune e 
por formar uma barreira física contra 
a invasão e disseminação de micror-
ganismos. Por fim, o tecido conjuntivo 
também funciona como um local para 
o armazenamento de gordura. 
28INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Composição do tecido conjuntivo 
Como foi citado anteriormente, o te-
cido conjuntivo é formado por abun-
dante matriz extracelular e por diver-
sos tipos celulares, alguns deles fixos, 
isto é, células que ficam apenas no 
tecido conjuntivo, e alguns tipos ce-
lulares migratórios, que migram tam-
bém pela corrente sanguínea. A MEC 
possui uma parte fibrilar e uma não-
-fibrilar. Os componentes do tecido 
conjuntivo serão abordados a seguir. 
A parte fibrilar da MEC é composta 
por diferentes quantidades de fibras 
colágenas, reticulares e/ou elásti-
cas. O sistema colágeno contém fi-
bras de colágeno do tipo I, que são 
inelásticas e resistentes à tração, en-
contradas normalmente na MEC de 
tendões, da derme e da cápsula de 
órgãos. O sistema colágeno possui 
também fibras reticulares, que são 
fibras de colágeno do tipo III que se 
organizam em forma de rede, consti-
tuindo um arcabouço para os órgãos 
hematopoiéticos, sendo encontradas 
na medula óssea, no baço e nos lin-
fonodos. O sistema elástico é cons-
tituído por elastina e microfibrilas 
em proporções diferentes, gerando 
3 diferentes tipos de fibras elásticas, 
apresentados no esquema a seguir: 
UNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO
TECIDO 
CONJUNTIVO
FUNÇÕES
Sustentação e preenchimento
Meio para trocas
Defesa e proteção do corpo
Produção de células sanguíneas
Reserva energética
Reparo tecidual
Sinalização celular
29INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
A parte não-fibrilar da MEC é com-
posta pela substância fundamental 
e pelo fluido tissular. A substância 
fundamental é formada por glicosa-
minoglicanos, proteoglicanos e gli-
coproteínas, juntamente com água. 
A mistura entre a água e os glicosa-
minoglicanos dá à substância funda-
mental um aspecto gelatinoso. Ela 
preenche os espaços entre as células 
e as fibras do tecido e serve, ao mes-
mo tempo, como lubrificante e como 
barreira à penetração de microrganis-
mos devido a sua alta viscosidade. 
TIPOS DE FIBRAS ELÁSTICAS: 
FIBRA 
ELÁSTICA
FIBRA 
ELAUNÍNICA
FIBRA 
OXITALÂNICA
Possui mais elastina do 
que microfibrilas
Possui mais 
microfibrilas do que 
elastina
Possui apenas 
microfibrilas
Derme, artérias, 
pulmões e bexiga
Ao redor das 
glândulas 
sudoríparas
Ligamento 
periodontal
Maior 
elasticidade
Menor 
elasticidade
TIPOS DE FIBRAS ELÁSTICAS E SUAS LOCALIZAÇÕES. 
30INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 25. Fotomicrografia de tecido conjuntivo frouxo (132x). Co indica as fibras colágenas, EF as fibras elásticas e 
GS a substância fundamental. Fonte: Tratado de Histologia em Cores – Gartner
O fluido tissular é uma pequena 
quantidade de fluido que existe no 
tecido conjuntivo, além da substân-
cia fundamental. Ele tem composição 
semelhante ao plasma sanguíneo, 
contendo íons, substâncias difusíveis 
e algumas proteínas plasmáticas de 
baixo peso molecular que atravessam 
a parede dos capilares e vão para os 
tecidos circunjacentes devido à pres-
são hidrostática do sangue. 
31INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
TECIDO 
CONJUNTIVO
CÉLULAS MEC
Parte fibrilar Parte não-fibrilar
Sistema colágeno Substância fundamental
Fluido tissular
Sistema elástico
Fibras colágenas
Fibras elásticas
Fibras reticulares
Fibras elaunínicas
Fibras oxitalânicas
SUBDIVISÕES DA MATRIZ EXTRACELULAR NO TECIDO CONJUNTIVO. 
Células do tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo possui uma 
grande variedade de tipos celula-
res. Alguns tipos especiais de te-
cido conjuntivo possuem células 
específicas, tais como os tecidos 
ósseo, cartilaginoso e sanguíneo. 
O tecido conjuntivo propriamen-
te dito possui células mesenqui-
mais, fibroblastos, fibrócitos, 
32INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
miofibroblastos, células adiposas, 
macrófagos, plasmócitos, mastóci-
tos e leucócitos. 
As células mesenquimais são célu-
las tronco pluripotentes, originárias 
do mesênquima embrionário, que 
existem em pouquíssimas quantida-
des nos adultos, encontradas na pol-
pa dentária e ao redor de alguns 
vasos sanguíneos, por exemplo. Elas 
auxiliam no reparo tecidual, servindo 
basicamente para a regeneração ce-
lular, por poderem se transformar em 
fibroblastos ou miofibroblastos. Pos-
suem um aspecto estrelado ou fu-
siforme devido aos prolongamentos 
citoplasmáticos. 
Célula mesotelial
Célula 
endotelial
Células 
musculares 
lisas
Célula 
mesenquimal 
indiferenciada
Fibroblasto
Osteócito Osteoblastos Condrócito Condroblasto Célula adiposa
Figura 26. Linhagens celulares derivadas de células mesenquimais embrionárias multipotentes. Fonte: Histologia 
Básica – Junqueira & Carneiro
O fibroblasto é a célula mais encon-
trada no tecido conjuntivo e é uma 
célula fixa desse tecido, ou seja, é um 
tipo celular específico do conjuntivo. 
Tem forma alongada ou estrelada 
por conta de seus longos prolonga-
mentos. Seu núcleo é eucromático, 
isso é, com maior quantidade de eu-
cromatina. Essa maior quantidade de 
cromatina ativa e, também, a presen-
ça de um a dois nucléolos evidentes 
indicam a alta atividade de síntese 
proteica realizada por esse tipo ce-
lular. Isso porque a principal função 
dos fibroblastos é sintetizar os com-
ponentes da matriz extracelular, 
produzindo assim fibras colágenas, 
reticulares e elásticas, substância 
33INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
auxiliam na reparação tecidual, por 
meio de ativação pelo fator de cresci-
mento de fibroblastos. 
fundamental e fatores de crescimento, 
estes últimos atuando para a regula-
ção da própria proliferação e diferen-
ciação celular. Os fibroblastos também 
Núcleo de fibroblasto
Núcleo de fibrócito
Feixe de fibras colágenas
Figura 27. Corte de granuloma dental em grande aumento. Fonte: Atlas digital de histologia básica – UEL
Os fibrócitos são a forma 
inativa dos fibroblastos, isso 
porque sua produção pro-
teica é bem reduzida. Eles 
são menores e ovoides. O 
seu núcleo, mais inativo, é 
heterocromático e, por isso, 
mais escuro. Têm quantida-
de menor de retículo endo-
plasmático e de complexo 
de Golgi, em comparação 
aos fibroblastos, nos quais 
essas organelas são bem 
desenvolvidas. Contudo, 
essas células latentes po-
dem ser estimuladas e, en-
tão, se tornarem ativas, vol-
tando a ser chamadas de 
fibroblastos. 
FIgura 28. Desenho esquemático de fibroblasto (esquerda) e fibrócito 
(direita). Fonte: Histologia Básica – Junqueira & Carneiro
Fibroblastos 
ativos
Fibroblastos 
quiescentes(fibrócitos)
34INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
o tecido adiposo, que é um tipo espe-
cial de tecido conjuntivo. 
Até aqui, abordamos as células fixas 
do tecido conjuntivo. A seguir, fala-
remos das células migratórias, que 
podem também ser encontradas no 
sangue. Todas elas possuem função 
de defesa do organismo, fazendo 
parte da resposta imunológica. 
Os macrófagos são muito comuns no 
tecido conjuntivo. Eles são derivados 
dos monócitos do sangue, isto é, são 
os monócitos circulantes que saíram 
da corrente sanguínea e sofreram di-
ferenciações ao adentrar nos tecidos. 
A mudança de nome é devida ao pro-
cesso de amadurecimento e aquisi-
ção de novas características morfoló-
gicas e funcionais. 
Também auxiliando no reparo de le-
sões, temos os miofibroblastos. Tra-
ta-se de uma forma diferenciada de 
fibroblasto, que se especializa depois 
do estímulo do fator de crescimento 
β1 (TGF- β1). Eles possuem filamen-
tos de actina e miosina e atuam na 
contração do tecido cicatricial e de 
glândulas. 
As células adiposas são esféricas e 
grandes e servem para acumular gor-
dura. Por conta desse acúmulo, o nú-
cleo é pequeno e é observado com-
primido na periferia da célula, que 
tem todo o seu citoplasma ocupado 
pela gotícula de gordura. Elas podem 
ser encontradas em pequenos gru-
pos em meio a um tecido conjuntivo 
ou então podem se agrupar formando 
Vacúolos de 
fagocitose
NúcleoNucléolo
Lisossomos
Figura 29. Micrografia eletrônica de um macrófago. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & Carneiro
35INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Os macrófagos podem estar distribu-
ídos por vários tecidos e receberem 
diferentes nomes em cada um deles. 
São, contudo, nada mais do que os 
monócitos especializados que reali-
zam fagocitose nos tecidos, consti-
tuindo o sistema fagocitário mono-
nuclear. Na tabela abaixo está uma 
relação de tecidos onde macrófagos 
são encontrados e o nome essas cé-
lulas recebem. 
SE LIGA! As mudanças principais da 
transformação de monócitos em macró-
fagos são o aumento do tamanho celular 
e o aumento da capacidade de síntese 
proteica, com desenvolvimento do com-
plexo de Golgi, por exemplo. Além disso, 
os macrófagos também apresentam au-
mento de seus lisossomos, uma vez que 
essa é a organela essencial no processo 
de fagocitose, que constitui a principal 
função dessas células. 
TECIDOS E ÓRGÃOS NOME DADO AO MACRÓFAGO
Tecido conjuntivo e órgãos linfoides Macrófago
Fígado Célula de Kupffer
Sistema nervoso Micróglia
Pele Célula de Langerhans
Linfonodos Célula dendrítica
Ossos Osteoclasto
Tabela 1. Relação dos diferentes nomes dados aos macrófagos nos tecidos
Os macrófagos possuem superfície 
irregular, núcleo ovoide, retículo en-
doplasmático proeminente, complexo 
de Golgi bem desenvolvido e muitos 
lisossomos. Têm por principal função 
fagocitar e destruir bactérias, restos 
celulares e substâncias estranhas. 
Além disso, eles apresentam antíge-
nos em sua superfície para os linfó-
citos T CD4, a fim de deflagar a res-
posta imune. Os macrófagos também 
secretam enzimas, como colagenase, 
elastase e lisozima, que são úteis na 
organização da resposta imune e no 
remodelamento dos tecidos, através 
da degradação da MEC. 
A célula gigante de corpo estranho 
é uma aglutinação de macrófagos, 
que se unem com o objetivo de fago-
citar uma partícula grande. 
36INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 30. Corte de pele suturada com fio de algodão. Fonte: Atlas digital de histologia básica – UEL
Os plasmócitos derivam de linfóci-
tos B que tiveram contato com um 
antígeno. Eles têm a função de pro-
duzir anticorpos e, por isso, possuem 
abundância de retículo endoplasmá-
tico rugoso, o que causa a basofilia 
de seu citoplasma. São células gran-
des e ovoides. Seu núcleo é esférico, 
excêntrico e em formato de “roda de 
carroça”, aspecto esse que é gerado 
pela alternância de áreas de eucro-
matina e heterocromatina. Eles são 
mais numerosos no trato gastrointes-
tinal, nos órgãos linfoides e em áreas 
de inflamação crônica. 
Os mastócitos são células grandes, 
ovoides, com núcleo esférico e cen-
tral e citoplasma repleto de grânulos 
muito basófilos. Esses grânulos con-
têm mediadores químicos de reação 
alérgica e de processo inflamatório 
que são liberação quando há ligação 
Fio de algodão
Célula gigante 
multinucleada
do mastócito com receptores do tipo 
IgE. A deflagração e liberação desses 
mediadores gera uma reação de sen-
sibilidade imediata ou anafilaxia. Eles 
são mais comuns nos tecidos conjun-
tivos da pele, do sistema digestório e 
do sistema respiratório. 
Por fim, temos os leucócitos. Essas 
são células oriundas do sangue e 
que circulam pelo tecido conjuntivo. 
A migração para esse tecido ocorre 
mesmo em condições normais (não 
inflamatórias) e se dá por meio de 
diapedese. Como possuem função de 
defesa do organismo, estão presen-
tes principalmente em situações de 
inflamação aguda ou crônica, sendo 
recrutados aos tecidos pela liberação 
de mediadores inflamatórios que os 
atraem. Uma vez no tecido conjunti-
vo, os leucócitos não conseguem re-
tornar ao sangue, com exceção dos 
linfócitos. 
37INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
FIgura 31. Mastócitos, plasmócitos e leucócitos. Fontes: Histologia Básica – Junqueira & Carneiro, hematologia.farma-
cia.ufg.br/ e adam-chromy.cz/
Classificação do tecido conjuntivo
De acordo com a composição celular 
e de matriz extracelular, os tecidos 
conjuntivos podem ser divididos em 
três grandes grupos: tecido conjun-
tivo propriamente dito ou comum, 
tecido conjuntivo de propriedades 
especiais e tecido conjuntivo de su-
porte. O tecido conjuntivo de suporte 
é formado pelos tecidos cartilagi-
noso e ósseo, que não serão deta-
lhados nesse material. O tecido con-
juntivo especial engloba os tecidos 
adiposo, elástico, mucoso, reticular e 
hemocitopoiético.
Mastócitos Plasmócitos
Diferentes tipos de leucócitos
38INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
TECIDO 
CONJUNTIVO
TECIDO CONJUNTIVO 
PROPRIAMENTE DITO
TECIDO CONJUNTIVO DE 
SUPORTE
TECIDO CONJUNTIVO 
DE PROPRIEDADES 
ESPECIAIS
Não modelado
Unilocular
Modelado
Multilocular
FROUXO
TECIDO CARTILAGINOSO
TECIDO HEMOCITOPOÉTICO
TECIDO ELÁSTICO
DENSO
TECIDO ÓSSEO
TECIDO ADIPOSO
TECIDO RETICULAR
TECIDO MUCOSO
TIPOS DE TECIDOS CONJUNTIVOS
O tecido conjuntivo propriamente 
dito é subdividido em duas classes: o 
frouxo e o denso. O tecido conjun-
tivo frouxo suporta as estruturas su-
jeitas a pouca pressão e atrito. É um 
tipo tecidual muito comum e contém 
todos os elementos estruturais típicos 
do tecido conjuntivo, sem predomínio 
de qualquer um dos componentes. 
Tem consistência delicada, é flexível e 
bem vascularizado, não sendo muito 
resistente a trações. 
Esse tipo tecidual preenche espaços 
entre grupos de células musculares, 
suporta as células epiteliais e também 
forma camadas em torno dos vasos 
39INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
sanguíneos. É encontrado também 
nas papilas da derme, na hipoderme, 
nas glândulas e nas membranas se-
rosas de revestimento das cavidades 
peritoneais e pleurais. 
Conjuntivo denso 
não modelado
Conjuntivo frouxo
Figura 32. Corte histológico de pele de rato em fase 
de cicatrização. Fonte: Histologia Básica – Junqueira & 
Carneiro
O tecido conjuntivo denso é adap-
tado para oferecer resistência e pro-
teção aos tecidos. Para tanto, existem 
menos células e predominância das 
fibras colágenas da MEC. Ele é menos 
flexível e mais resistente à tensão que 
o tecido conjuntivo frouxo. Quando 
as fibras colágenas não apresentam 
orientação definida, sendo assim re-
sistente a trações exercidas em qual-
quer direção, ele é classificado como 
tecido conjuntivo denso não-mode-
lado. Já quando as fibras colágenas se 
organizam em feixes paralelos, com 
orientação definida, trata-se de um 
tecido conjuntivo denso modelado. 
Nesse tipo de tecido, as fibras e os fi-
broblastos se alinharam, em resposta 
à forças de trações exercidas em um 
determinado sentido, de modo a ofe-
recer o máximode resistência a essas 
forças. Um exemplo típico desse tipo 
tecidual é observado nos tendões. 
Figura 33. Tecido conjuntivo denso modelado em corte 
de tendão. Fonte: Atlas digital de histologia básica 
– UEL
Dentro dos tecidos conjuntivos de 
propriedades especiais, temos o teci-
do elástico, que não é muito frequen-
te no organismo. Ele é encontrado 
nos ligamentos amarelos da coluna 
vertebral e no ligamento suspensor 
do pênis. É composto por feixes es-
pessos e paralelos de fibras elásticas 
e o espaço entre eles é preenchido 
por delgadas fibras de colágeno e fi-
brócitos. As fibras elásticas conferem 
coloração amarelada e grande elasti-
cidade ao tecido. 
40INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
O tecido reticular é muito delicado e 
forma uma rede tridimensional que 
vai suportar as células de alguns ór-
gãos. Ele é formado por fibras reticu-
lares intimamente associadas a célu-
las reticulares, que nada mais são do 
que fibroblastos especializados na 
síntese desse tipo de fibras. O teci-
do reticular é organizado na forma de 
uma estrutura trabeculada semelhan-
te a uma esponja, dentro da qual célu-
las e fluidos podem se mover. Dessa 
forma, esse tecido cria um ambiente 
especial para os órgãos linfoides e 
hematopoiéticos. Além das células 
reticulares, há também células do sis-
tema fagocitário mononuclear disper-
sas pelas trabéculas. 
O tecido mucoso apresenta consis-
tência gelatinosa devido ao predo-
mínio de matriz fundamental (com-
posta predominantemente por ácido 
hialurônico). Ele é o principal compo-
nente do cordão umbilical, onde é 
chamado de geleia de Wharton. 
Figura 34. Tecido conjuntivo mucoso do cordão umbili-
cal. Fonte: https://bit.ly/2xUugaE
O tecido adiposo é mais um dos te-
cidos conjuntivos de propriedades 
especiais. Ele é composto por células 
adiposas, os adipócitos, e por MEC 
com fibras reticulares. Trata-se de um 
dos tecidos mais abundantes do cor-
po, correspondendo de 20 a 25% da 
massa corpórea de mulheres e de 15 
a 20% da massa de homens, em pes-
soas com peso normal. 
Adipócito
Figura 35. Tecido adiposo unilocular em corte de epi-
glote. Fonte: Atlas digital de histologia básica – UEL
Uma das principais funções desse te-
cido é servir como depósito de ener-
gia sob a forma de triglicerídeos. 
Além disso, ele modela a superfície 
corporal, absorve impactos, serve 
como isolante térmico e ajuda na 
manutenção da posição dos ór-
gãos. Por fim, tem também função 
secretora, eliminando principalmen-
te a leptina, que é um hormônio que 
participa da regulação da quantidade 
de tecido adiposo por influenciar na 
ingesta alimentar. 
O tecido adiposo pode ser de dois ti-
pos: unilocular ou multilocular. O te-
cido adiposo unilocular, também 
41INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
chamado de comum ou amarelo, é o 
mais comum no organismo. É ele o 
constituinte do panículo adiposo (ca-
mada de tecido adiposo encontrada 
sob a pele e distribuída uniformemen-
te pelo corpo). Os locais onde a gor-
dura pode vir a se acumular são in-
fluenciados por diversos fatores, tais 
como sexo, idade, hormônios sexuais 
e hormônios do córtex adrenal.
Suas células são grandes e contêm 
somente uma gotícula de gordura 
em cada. Essa gotícula ocupa quase 
todo o citoplasma, fazendo com que 
o núcleo fique comprimido na perife-
ria celular. Esses adipócitos possuem 
formato esférico se isolados, mas, 
nos tecidos, se apresentam como po-
liédricos devido a compressão entre 
as células adjacentes. Entre os adi-
pócitos pode haver septos de tecido 
conjuntivo, com fibras reticulares que 
sustentam as células, além de vasos 
e nervos. 
Quando há jejum prolongado, des-
truição ou alimentação deficiente em 
calorias, é estimulada, pela noradre-
nalina, a remoção dos lipídeos ar-
mazenados. Uma vez que a gordura 
é eliminada, os adipócitos assumem 
forma poligonal ou fusiforme. Essa 
eliminação dos depósitos gordurosos 
é progressiva: inicia-se nos depósitos 
subcutâneos e depois afeta os de-
pósitos abdominais retroperitoneais 
e do mesentério. Os coxins adiposos 
das mãos e dos pés só são mobili-
zados após situação de desnutrição 
muito prolongada. 
O tecido adiposo multilocular tam-
bém pode ser chamado de tecido 
adiposo marrom. Sua função básica 
é a de geração de calor, sendo assim 
característico dos animais que hiber-
nam, portanto é muito restrito nos se-
res humanos. Ele é encontrado nos 
recém-nascidos, fase em que se faz 
importante esse auxílio à termorre-
gulação. Conforme o indivíduo cresce, 
esse tecido não se multiplica e, dessa 
forma, fica cada vez menor em rela-
ção ao restante da superfície corporal. 
Suas células são menores, poligonais 
e preenchidas não por uma, mas por 
várias gotículas de variados tama-
nhos. As células são ricas em mito-
côndrias e entremeadas por capilares, 
em um arranjo denominado epitelioi-
de. Essa estrutura é importante para 
que o calor gerado por lipólise seja 
transferido ao sangue adjacente ao 
tecido e, então, distribuído pela cor-
rente sanguínea. 
42INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
Figura 36. Os dois tipos de tecidos adiposos, o unilocular e o multilocular, em corte de feixe vásculo-nervoso. Fonte: 
Atlas digital de histologia básica – UEL
Adipócito 
unilocular
Adipócito 
multilocular
8. TECIDOS MUSCULAR E 
NERVOSO
Para finalizar, abordaremos apenas 
os aspectos gerais dos tecidos mus-
cular e nervoso, a fim de compreen-
der como funciona a interrelação dos 
tecidos para a organização dos ór-
gãos. Esses dois tipos teciduais serão 
abordados individualmente em ou-
tros materiais. 
O tecido muscular tem por função 
principal a produção de movimento. 
Para tanto, suas células são alonga-
das e possuem capacidade contrátil, 
ou seja, podem encurtar seu compri-
mento. Esse tecido possui uma quan-
tidade moderada de MEC. 
O tecido nervoso é caracterizado 
pela presença de células com longos 
prolongamentos e pela baixa quanti-
dade de MEC. Sua principal função é 
a transmissão de impulsos nervosos.
43INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
TIPOS
TECIDO 
EPITELIAL
ESPECIALIZAÇÕESCARACTERÍSTICASFUNÇÕES
EPITÉLIO DE 
REVESTIMENTO
EPITÉLIO 
GLANDULAR
SUPERFÍCIE 
APICAL
FORMATO 
POLIÉDRICOREVESTIMENTO
SECREÇÃO
POUCA MATRIZ 
EXTRACELULAR
SUPERFÍCIE 
BASOLATERAL
Porção secretora
Ducto excretores
Adesão
Impermeáveis
Comunicantes
Vesiculares
Cordonais
Ex: traqueia
Ex: epiderme
Ex: lúmen dos 
vasos sanguíneos
Pavimentoso
Cúbico
Colunar
Transição
SimplesMicrovilosProteção
Interdigitações
Junções intercelulares
Cílios
EstereocíliosPercepção de 
estímulos
Flagelos
Glândulas 
exócrinas
Glândulas 
endócrinas
Pseudoestratificado
Estratificado
Formato da célula
Tubulares
Simples
Ramificadas
Enoveladas
Compostas
Acinosas
44INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
TECIDO 
CONJUNTIVO
FUNÇÕESCOMPOSIÇÃOCLASSIFICAÇÃO
SUPORTE ESTRUTURALMECTECIDO CONJUNTIVO 
PROPRIAMENTE DITO
TECIDO CONJUNTIVO DE 
SUPORTE
TECIDO CONJUNTIVO COM 
PROPRIEDADES ESPECIAIS
CÉLULAS
MEIO PARA TROCAS
RESERVA ENERGÉTICA
DEFESA E PROTEÇÃO DO 
CORPO
Substância fundamental
Denso
Cartilaginoso
Hemocitopoiético
Elástico
Sistema colágeno
Especializadas
Fixas
Transitórias
Sistema elástico
Fluido tissular
Frouxo
Ósseo
Adiposo
Reticular
Mucoso
Fibras colágenas
Mesenquimais
Plasmócitos
Catilaginoso
Adipósitos
Fibras reticulares
Fibroblastos
Linfócitos
Condoblasto
45INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Junqueira, Luiz Carlos e Carneiro, José. Histologia básica. 12 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan. 2013.
Gartner, Leslie P. e Hiatt, James L. Tratado de histologia em cores. 3 ed. – Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. 
Di Fiore, Mariano S. H. Atlas de Histologia. 7 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. 
De Andrade, Fábio Goulart e Ferrari, Osny. Atlas digital de histologia básica. 1 ed. – Lon-
drina: UEL, 2014. 
46INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS TECIDOS

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