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MENTE GRUPAL
WILLIAM MCDOUGALL
1920
CAMPUS RESENDE – MARCELO RENÓ ARBEX
Resende, 14 de setebro de 2020
PSICOLOGIA INDIVIDUAL, DE GRUPO E SOCIAL
Psicologia de grupo como uma parte da psicologia social – a primeira só lida com a vida do grupo, a segunda tem que explicar a influência do grupo no indivíduo.
A psicologia abstraiu o indivíduo, concebendo-o fora do contexto social e do grupo.
2
PSICOLOGIA ABSTRATA E PROBLEMAS CONCRETOS
A psicologia abstrata fica distante dos problemas concretos, como questões de certo e errado, questões de normas e padrões de conduta.
A urgência dos problemas concretos demanda respostas imediatas para uma orientação prática da vida humana em todas as esferas da vida, para formar leis, instituições, governos e associações.
3
PONTO DE VISTA NORMATIVO E POSITIVO
Nas ciências humanas, a pesquisa é confundida pelo esforço de mostrar como as coisas devem ser; quanto mais antiga a teoria, mais o ponto de vista normativo era mais predominante.
Ciências sociais foram se tornando positivas ao invés de normativas. Foram também levando mais em consideração a psicologia.
4
VISÃO INGÊNUA
Ignorando os métodos e descobertas psicológicas formulou-se uma visão ingênua (senso comum) do ser humano.
Inventou-se coisas como: instinto religioso, instinto de subordinação ou de organização; egoísmo e altruísmo como as duas forças mestres da mente (Comte); consciência ou moral como algo inerente ao espírito humano.
5
PSICOLOGIA CONCRETA
Necessita-se de uma psicologia mais concreta do que a velha psicologia individual.
O interesse crescente em problemas genéticos, estimulados pelo trabalho de Darwin, levaram a atenção dos psicólogos para os problemas da gênese do desenvolvimento da mente humana – na raça (espécie) e no indivíduo. 
6
PROCESSOS SOCIAIS
Ficou claro que ambos os processos (desenvolvimento individual e evolução da espécie) são essencialmente sociais – envolvem a interação entre indivíduo e ambiente social.
O ser humano é um indivíduo em um sentindo incompleto, pois é uma unidade em um vasto sistema de forças vitais e espirituais que agem com objetivos que ninguém pode prever.
7
FUNÇÃO DAS UNIDADES
A função das unidades é transmitir essas forças de forma não modificada, pois só podem influenciá-las de forma infinitesimal.
Primeiro deve-se estudar os princípios gerais do grupo e depois os tipos e exemplos de grupos; depois entende-se o indivíduo.
8
SOCIEDADE
A sociedade tem uma vida mental que não é a soma das vidas mentais das suas unidades, é uma espécie de espírito coletivo.
A sociologia é mais ampla do que a psicologia coletiva ou de grupo (sociedade ampla sofre múltiplas influências, como do clima, da economia, etc).
9
ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS INDEPENDENTES
Sociedades de longa duração e organizadas adquirem estrutura e características que são independentes das características dos indivíduos.
10
MUDANÇA VAGAROSA
Torna-se um sistema de forças que tem vida própria, tendências próprias, poder de moldar seus componentes individuais e poder de se perpetuar como um sistema idêntico a si mesmo.
Tal sistema está sujeito a uma mudança que só pode ser vagarosa e gradual.
11
ACIMA DO INDIVÍDUO
Mesmo que não se admita comunicações ou influências entre mentes além dos canais normais de sensopercepção ou movimentos corporais, deve-se reconhecer alguma coisa acima do individual, uma mente coletiva.
12
FORÇAS PROPOSITIVAS
A mente aqui entendida como um sistema mental organizado de forças propositivas ou mentais que toda sociedade altamente organizada possui, que não é abarcado pela mente de nenhum indivíduo.
O pensamento e ação do ser humano como um membro da sociedade é diferente quando ele é um ser isolado.
13
INDIVÍDUO E SOCIEDADE
Mente grupal não está contida na mente de nenhum membro específico, opera sobre cada um apenas por ser algo indefinidamente maior, mais poderosa e mais completa que a soma dos indivíduos.
Os interesses da sociedade são diferentes dos interesses das pessoas. A sociedade tem ideais e metas mais altos que os princípios de qualquer indivíduo.
14
MULTIDÃO E ORGANIZAÇÃO
Ocorre um paradoxo: a mente do indivíduo rebaixa na multidão, mas é só na participação na vida grupal que o ser humano se torna completo, sobe acima do nível de selvageria.
É a organização do grupo que pode conter as tendências degradantes da multidão. Melhores formas de organização tem influência enobrecedora. 
15
INDIVÍDUO E GRUPO
Quando um número de pessoas pensa e sente e age juntas, as operações mentais e as ações de cada membro do grupo podem ser muito diferentes do que aconteceria na situação de um indivíduo isolado.
Mesmo conhecendo o indivíduo, não podemos prever seu comportamento em grupo.
16
VARIÁVEIS
Para isso, teríamos que estudar as interações entre membros e grupos, entre o grupo como um todo e cada membro, as formas e níveis (variados) de organização do grupo e sua influência na vida do grupo.
Relações entre pessoas do grupo podem não ter história prévia ao grupo (é o caso da multidão).
17
RELAÇÕES ENTRE MEMBROS
Relações entre os componentes do grupo podem ter surgido de três maneiras:
1 – antes de se juntarem em grupo
2 – durante a existência do grupo
3 – O grupo continua a existir independente do indivíduos que o formam, sendo que um indivíduo que entra no grupo agora já é definido por uma posição na estrutura do grupo
18
ORGANIZAÇÃO
Quanto mais organizado, mais complexa a psicologia do grupo.
Temos que estudar primeiro a simplicidade de uma multidão desorganizada.
Vários indivíduos no mesmo lugar não constituem uma multidão, se cada um está buscando seus próprios objetivos, independente uns dos outros.
19
CONSCIÊNCIA DO GRUPO
Mas se algo acontece e todos tem atenção para o mesmo objeto e tem a mesma emoção em algum nível, forma-se o fundamento das condições da vida mental coletiva.
A consciência em relação ao grupo na mente de cada membro é parte importante de formas mais desenvolvidas de coletividade.
20
CONDIÇÕES PARA A AÇÃO MENTAL COLETIVA
As condições para a ação mental coletiva são: objeto comum da atividade mental, modo de sentir comum em relação ao objeto e algum grau de influência recíproca entre os membros do grupo (consciência de si não é um critério!).
Deve haver algum grau de similaridade mental entre os indivíduos que compõem o grupo. 
21
HOMOGENEIDADE
Quanto mais homogêneos os indivíduos reunidos, mais prontamente eles formam uma multidão mental.
Todas as reuniões não fortuitas são aptas a terem um nível de homogeneidade mental. 
22
EXALTAÇÃO DAS EMOÇÕES
Ocorre exaltação ou intensificação das emoções mais forte em públicos frente a eventos artísticos ou religiosos. 
Essa intensificação das emoções é um dos principais fatores de atração do grupo.
23
LIMITAÇÕES DA INDIVIDUALIDADE
No grupo, o indivíduo para de ter consciência da própria individualidade e de suas limitações. 
O isolamento do indivíduo o oprime, ele busca o prazer da onda de emoções intensificadas do grupo.
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MEDO
Perigo evoca o mesmo sentimento em quase todos, quase ninguém fica indiferente: gera o pânico coletivo. 
Todos os outros impulsos e tendências são suprimidos, levando a cada um se salvar por si.
25
SIMPATIA PRIMITIVA
É o princípio da simpatia primitiva que explica a intensificação coletiva da excitação instintiva.
Cada instinto, com sua característica de emoção primária e impulso específico, é capaz de ser excitada em um indivíduo pela expressão da mesma emoção em outra pessoa (adaptação cognitiva ou perceptiva do instinto).
26
DIFUSÃO DO MEDO
O medo pode espalhar só pela expressão das pessoas com medo, a multidão não precisa ter visto o objeto ou fato que causa medo.
Outras emoções primárias mais simples podem espalhar através da multidão de forma similar, mas não tão rapidamente quanto no caso do medo.
27
INDUÇÃO SIMPÁTICA
Em todo caso a causa principal da intensificação das emoçõesé a ação recíproca entre os membros do grupo, de acordo com o princípio da indução simpática da emoção em um indivíduo pela expressão dos outros.
A intensificação impede a crítica da emoção sentida pelo indivíduo no grupo, o que é sentido como prazeroso.
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CONSCIÊNCIA DE SI NÃO É NECESSÁRIA
Existe um funcionamento psíquico coletivo então, mas essa mente grupal não tem consciência de si mesma.
Como foi visto anteriormente, ele define o psiquismo de forma que a consciência não seja um critério imprescindível (sistema organizado de forças intencionais, com objeto e emoções em comum e influência recíproca entre os membros).
29
EMOÇÕES TOSCAS E EMOÇÕES GENEROSAS
Alguns tipos de emoções são mais aptos do que outras para espalhar através da multidão, como os tipos mais toscos de emoções (que são mais comuns), que não pressupõe a existência de sentimentos desenvolvidos e refinados. 
Emoções mais generosas são mais fáceis de tomar a multidão do que as malignas, que seriam vergonhosas de se expor.
30
EXEMPLOS DE EMOÇÕES GENEROSAS E MALIGNAS
Então a admiração por um ato nobre, uma indignação moral contra um ato de crueldade vai mover mais prontamente a multidão do que autopiedade ou inveja ou sentimento de vingança.
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MENOS CONSIDERAÇÃO COM OUTROS
A multidão é mais apta a expressar sentimentos que implicam menos consideração e preocupação com os outros, representando a média moral e refinamento que seus membros mostrariam sem a influência do grupo. 
Uma pessoa pode apreciar cenas de brutalidade e sofrimento que se estivesse sozinha evitaria ou tentaria interromper.
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DIMINUIÇÃO DA AUTOCONSCIÊNCIA E DA RESPOSABILIDADE
Ver alguém ser jogado no chão, por exemplo, nos repugna, mas em um esporte nos excita.
Isso acontece porque o indivíduo, na multidão, perde parte de sua autoconsciência e de si mesmo como uma personalidade distinta; diminui também o sentido de sua responsabilidade pessoal.
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PROCESSO INTELECTUAL
Processo intelectual das multidões simples:
Grupos são responsáveis por julgar, decidir e criar regras tão errôneas ou falhas que mesmo o membro menos inteligente do grupo poderia ter feito melhor.
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ALCANCE E SUGESTIONABILIDADE
Isso porque ideias e raciocínio tem que ser alcançável até pelos menos inteligentes do grupo.
Isso também pode ser explicado pela sugestionabilidade.
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PODER DA MULTIDÃO
A multidão impressiona cada um de seus membros com seu poder, suas capacidades desconhecidas, suas ilimitadas e misteriosas possibilidades, o que faz as pessoas se tornarem sugestionáveis a ela.
O número em si já afeta o indivíduo, mas esse fator é aumentado pela demonstração de emoções pela multidão.
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DIMINUIÇÃO DA INTELECTO E DA RESPOSABILIDADE
A excitação emocional e diminuição do senso de responsabilidade diminui o nível do processo intelectual.
A responsabilidade dividida é o motivo de algumas decisões serem tomadas por um júri e por câmaras legislativas. As pessoas na multidão não se preocupam com reputação, pois recai no todo, não se tem consciência do grupo como um todo.
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MENOR AUTOCONTROLE E DELIBERAÇÃO
O grupo não é estimulado a exercer cuidado e autocontrole e deliberação crítica ao formar seus julgamentos e chegar nas decisões ou executar tarefas coletivamente – como no ditado “corporação não possui consciência”.
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ORADOR
O orador, para mobilizar a multidão, deve se garantir na ridicularização dos oponentes e elogios sem medida aos amigos; bajulação; argumento ad hominem (ataque as características da pessoa e não a suas ideias); indução por simples enumeração de alguns exemplos marcantes; analogias óbvias e superficiais; evocação de representação vívida de imagens ao invés de ideias abstratas.
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MOBILIZAR A MULTIDÃO
O orador também deve se utilizar de afirmações e reiterações confiantes e demonstração de emoções grosseiras, para mobilizar a multidão.
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FUNCIONAMENTO PSÍQUICO DIFERENTE 
Então, o funcionamento psíquico no grupo é diferente do individual; os resultados são variados, pois o grupo não expressa as tendências individuais do membro médio, nem a massa dos menos inteligentes e refinados membros.
Pode ser que nenhum membro sozinho demonstraria ou tentaria agir da maneira da multidão.
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RESOLUÇÃO, VOLIÇÃO E AÇÃO
A multidão é incapaz de decisão e volição, pois depende de autoconsciência desenvolvida e sentimento de autorreferência
Ações na multidão são resultado de vários impulsos que são coletivamente evocados. 
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IMPULSO OU DESEJO
Pode existir consciência coletiva do objetivo e que os indivíduos queiram atingi-lo, ou seja, pode existir propósito.
Mas esse impulso ou desejo não pode ser estabelecido, fortalecido, renovado, receber suporte ou ser mantido, em oposição a outro impulso que pode surgir.
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AUTORREFERÊNCIA
As ações da multidão simplória não é a expressão da vontade geral, nem resultado das vontades de seus membros; não é simplesmente volitivo em seu sentido real, mas sim impulsivo, comparável a ações do animal.
Se o sentimento de autorreferência individual surge, os indivíduos deixam de fazer parte da multidão.
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LÍDER
Multidão é então inconstante e inconsistente, podendo ir de um extremo ao outro. 
Incapacidade de resolução e volição e a sugestionabilidade leva a multidão ser induzida a seguir como líder qualquer um que consiga sugerir a como desejável qualquer curso de ação.
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RESUMO
Resumo das características da multidão simples: excessivamente emocional, impulsiva, violenta, inconstante, inconsistente, irresoluta e extrema na ação, emoções grosseiras e sentimentos pouco refinados, sugestionabilidade extrema, despreocupação na deliberação, rapidez no julgamento, incapacidade de qualquer coisa que não a simples e imperfeitas formas de razão.
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MAIS CARACTERÍSTICAS
Além disso, é facilmente manipulada, falta de autoconsciência, de autorreferência e de sentido de responsabilidade, aptidão para ser carregada pela consciência de sua própria força, produzindo manifestações de um poder absoluto e irresponsável. 
É o comportamento como de uma criança mal-educada e de uma paixão selvagem não civilizada em uma situação estranha.
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ALMA DO POVO
Na multidão existe então uma interação de forças, mas que não é determinada pela existência de um sistema organizado de relações entre os membros.
Essa organização é a característica do que podemos chamar de mente, então não podemos atribuir uma mente para a multidão simples, não organizada. 
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GRUPO ALTAMENTE ORGANIZADO
Uma condição que eleva o comportamento do grupo temporário e desorganizado para um plano mais alto é a presença de um objetivo comum definido na mente de seus membros.
Isso diminui a inconstância e a submissão à impressões distrativas e sugestionabilidade opostos ao objetivo comum.
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VONTADE DE CADA UM
Agora existe uma vontade coletiva; a questão é verdadeiramente resolvida por cada um dos membros, então é verdadeiramente volitiva.
Mas pode ser somente a vontade de cada um, unidos em um objetivo, e não uma vontade realmente coletiva (se houver diferença entre as vontades, alguém mais poderoso pode garantir a cooperação).
50
CONDIÇÕES
Cinco condições para elevar a vida mental coletiva para um nível mais alto do que a multidão desorganizada:
1 – Grau de continuidade de existência do grupo (material ou formal) – de indivíduos ou do sistema de posições ocupadas por uma sucessão de indivíduos (normalmente as duas).
51
IDEIA DE GRUPO
2 – Ideia adequada de grupo formada na mente dos indivíduos – de sua natureza, composição, funções e capacidades. 
A difusão dessa ideia entre membros do grupo, o que constitui a autoconsciência da mente grupal, teria pouca eficiência ou importância se isso não fosse, como na ideia do próprio indivíduo, um sentimento de algum tipo.
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SENTIMENTO DE GRUPO
Esse sentimento quase inevitavelmente se tornaria organizado sobre essa ideia e é a principal condição de seu crescimento em riqueza desentido.
O sentimento de grupo se torna fonte de emoções e dos impulsos para ação e tem como seus objetos o próprio grupo e suas relações com outros grupos.
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INTERAÇÃO
3 – A interação (especialmente conflito e rivalidade) do grupo com outros grupos similares animados pelos diferentes ideais e objetivos e influenciados por diferentes tradições e costumes.
É importante porque promove autoconhecimento e sentimento próprio, mas não é uma característica absolutamente essencial. 
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TRADIÇÕES E ORGANIZAÇÃO
4 – A existência de um conjunto de tradições e costumes e hábitos nas mentes dos membros do grupo determinando suas relações um com outro e para o grupo como um todo.
5 – A organização do grupo, consistindo na diferenciação e especialização das funções de seus constituintes – individuais e de classes dentro do grupo.
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AUTORIDADE EXTERNA
Um grupo cuja organização é mantida e imposta por uma autoridade externa é pouco superior a uma simples multidão.
Só exibe um maior controle de impulsos e uma maior continuidade na direção das atividades. Mas essas qualidades são devidas a um poder de controle externo e não a uma expressão real de uma vida mental coletiva.
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INSTÁVEL
O primeiro objetivo desse poder que manteria tal organização deve sempre ser de prevenir e suprimir a vida coletiva, proibir reunião e discussões públicas, tornando difíceis as comunicações entre as partes e impondo uma disciplina rígida.
 Esse tipo de organização é essencialmente instável.
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EFICIÊNCIA
Mesmo em um grupo de um tipo simples, se as cinco condições estiverem presentes, fica favorecida a vida coletiva e aumentam os níveis de eficiência.
A organização assegura que, enquanto o objetivo comum da ação coletiva é deseja por todos, a escolha dos meios é deixada para aqueles mais qualificados e na melhor posição de deliberar e escolher.
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DIFERENÇA
Diferente da multidão simples, no grupo bem organizado, as ações se tornam realmente volitivas, o que é expressão um grau de inteligência e moralidade muito maior do que a média dos membros do grupo, pela exaltação das emoções e cooperação organizada em deliberação, acima dos mais altos membros.
59
AUTORREFERÊNCIA
A autorreferência abrange objetos com os quais nos identificamos, formando um “self” mais amplo, gerando amor pelos outros e pelo grupo
É a extensão do sentimento de autorreferência de cada membro do grupo para o grupo como um todo que liga o grupo unido e torna a coletividade individual capaz de vontade coletiva.
60
VOLIÇÃO COLETIVA
A volição coletiva não é o mero direcionamento de todas as vontades para o mesmo objetivo.
É a motivação das vontades de todos os membros do grupo por impulsos despertados no sentimento comum pelo todo do qual fazem parte.
61
NÍVEIS DE AÇÕES COLETIVAS
Existem cinco níveis de ações coletivas:
1 – Uma ação coletiva puramente impulsiva, como o pânico;
2 – Desejos individuais reunidos, mas cada um por si só.
3 – A cooperação por necessidade, para atingir objetivos individualizados.
62
COOPERAÇÃO E COLETIVIDADE
4 – Cooperação e desejo comum, mas a partir de motivos diferentes;
5 – Objetivo do grupo como um todo, que, quando atingido, vai beneficiar a coletividade.
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COMUNICAÇÃO
A ideia de uma associação surge quando um desejo ou objetivo está presente na mente de muitos.
 A comunicação entre eles se torna imediatamente um instrumento através do qual a associação se constitui. 
64
GRUPO COMO INSTRUMENTO
E contanto que essa ideia do grupo como um instrumento para obter o objetivo comum persista na mente dos indivíduos, a associação continua a existir 
Temos como exemplo as instituições escolares e religiosas. Nesse sentido, o grupo organizado é o contrário da multidão fortuita.
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CONFIANÇA
O líder pode realizar funções intelectuais importantes, mas sua função mais essencial é a da confiança.
A confiança é difundida através da sugestão e contágio emocional ao invés de por apreciação puramente intelectual.
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AUTOCONSCIÊNCIA E LEALDADE
Autoconsciência do grupo é a principal condição de elevação da sua vida mental coletiva e comportamento acima do nível da violência meramente impulsiva e inconstância irracional da turba.
A ideia do todo, presente na mente de cada membro, torna-se um poder que pode manter o grupo todo unido, a despeito das dificuldades físicas e morais.
67
VONTADE E NÍVEL INTELECTUAL
O espírito do grupo torna possível a verdadeira vontade coletiva, tornando as ações do grupo muito mais resolutas e efetivas.
Também aumenta o nível intelectual do grupo – cada membro subordina seu julgamento e opinião ao todo; em um grupo organizado, a opinião coletiva vai ser superior ao indivíduo médio.
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MELHORES MENTES
As melhores mentes, agem sabendo da que podem contribuir com o agrupamento, e essa vai ser a influência predominante.
Todos os membros, então, desejando um objetivo comum, aceitam os meios escolhidos pela deliberação coletiva organizada.
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AÇÃO
Executando as ações decididas, o grupo se apropria dos objetivos imediatos e os deseja verdadeiramente a favor do todo.
Então isso não ocorre através de uma obediência impensada e mecânica ou com relutância.
70
MORAL
O espírito do grupo ajuda a elevar o moral. O grupo todo organizado incorpora certos sentimentos tradicionais, especialmente de admiração por certas qualidades morais, coragem, resistência, honestidade e obediência alegre. 
71
CONTÁGIO
Tais sentimentos, permeando o todo, é incutido em todo membro, especialmente nos novos, através da sugestão em massa e contágio simpático. 
72
SENTIMENTOS MORAIS TRADICIONAIS
O novato vê todos aceitarem sem questionar os sentimentos morais tradicionais e expressar confiantemente julgamentos morais sobre conduta e caráter através desses sentimentos, e demonstrar reações emocionais correspondentes através de atos. 
73
COMPARTILHAMENTO
Logo o novo membro compartilha as mesmas emoções por contágio, vem a ele com toda a força irresistível da opinião mantida pelo grupo e expressa de forma unanime. 
A força não é só dos números, mas do prestígio acumulado por todo grupo, prestígio da experiência e da idade.
74
AUMENTAR O MORAL
Aumentar o moral não é feito apenas por exemplo, sugestão ou contágio emocional, mas por apelar para o espírito do grupo. 
Cada membro do grupo, impregnado pelo sentimento coletivo, se torna “guardião do irmão”. Cada um sente interesse na conduta de cada outro membro, pois a conduta de cada um afeta a reputação do todo.
75
DISCIPLINA
O desenvolvimento do espírito do grupo, com seu apropriado sentimento de pertencimento ou devoção pelo todo e por suas partes, é a essência da disciplina.
Cada membro do grupo pode prever as ações de seus companheiros em todas as circunstâncias normais e, portanto, contar com essa cooperação em direção ao fim comum, que é o objetivo essencial e a justificativa de toda a vida em grupo.
76
MENTE GRUPO X MENTE INDIVIDUAL
O espírito grupal teve uma função importante na vida dos humanos desde as eras primitivas.
Mas não podemos dizer que a mente coletiva veio antes da mente individual. 
As duas podem ter sido atingidas em paralelo e reagindo uma a outra em promoção recíproca.
77
PRAZER E SATISFAÇÃO
O prazer na consciência de fazer parte de um grupo deriva da sensação de poder e segurança, garantia da simpatia e da cooperação, suporte moral e físico, fonte de opiniões sedimentadas.
A satisfação do impulso gregário é maior ou mais completo quanto mais parecidos forem os indivíduos unidos.
78
INVIDUALIDADE
Ao longo da história da civilização, a individualidade foi aumentando, e o ser humano pode se emancipar de grupos.
Mas o ser humano não pode ficar sozinho, não pode viver feliz só como indivíduo, ele deseja e busca se integrar em um grupo, tornando menor a carga da responsabilidade individual, do julgamento, da decisão e do esforço.
79
SUBSTITUIÇÃO
Também foi acontecendo uma substituiçãode grupos naturais e involuntários por grupos artificiais voluntários.
Desejo por satisfações encontradas no grupo são de primeira importância, predominando sobre o desejo de alcançar qualquer fim particular pela ação cooperativa.
80
EGOÍSMO
Espírito grupal como um grande agente socializador. É o principal, se não o único fator que leva o ser humano para além do plano do puro egoísmo.
O espírito grupal destrói a oposição e o conflito entre o individualismo grosseiro e as tendências altruístas de sua natureza.
81
SENTIMENTO EXPANDIDO
Seu sentimento de si-mesmo se estende ao grupo mais ou menos completamente, e então ele é movido a desejar e trabalhar pelo bem-estar do grupo, pelo sucesso, honra e glória do grupo.
Grupos parecidos que não são rivais podem compartilhar membros.
82
HIERARQUIA
Existem grupos mais amplos que englobam grupos menores que se fortalecem em relação ao sentimento de preocupação consigo mesmo.
Existe então uma hierarquia harmoniosa que vai desde a família até a nação, cada grupo menor estando contido no maior e se reforçando mutuamente em relação ao sentimento de grupo.
83
FORTALECIMENTO
Sentimento de pertença a um grupo facilita o sentimento de pertencimento a outros, principalmente se são relacionados; fortalece o sentimento de coletividade e impede os sentimentos egoístas.
84
SISTEMAS POLÍTICOS
A partir dessa visão, existem alguns sistemas políticos fadados ao fracasso: 
Como a ideia de uma disciplina rígida, na qual não se questiona a autoridade.
Isso destrói os sentimentos egoístas, ao invés de usá-los, e destrói também a individualidade.
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PERTENCIMENTO
Um outro sistema político é o da devoção ao todo, ao invés de aos pequenos grupos.
Mas pessoa não consegue conceber o pertencimento a algo tão amplo quanto uma nação, a não ser se baseando no sentimento em relação ao grupo pequeno; o grupo menor mobiliza mais os sentimentos egoísta e altruístas.
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RIVALIDADE
Além disso, a rivalidade entre grupos possui vantagens, como liberar as energias humanas.
Um outro sistema político pode liberar e harmonizar a energia dos homens na sua extensão total, desenvolvendo no indivíduo uma hierarquia de sentimentos grupais de acordo com o curso natural do desenvolvimento.
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CONFLITO
Conflito entre os grupos é menos prejudicial que entre pessoas; percebe-se que a outra pessoa também é movido por sentimento de grupo (e não por sentimentos egoístas) e é visto como indivíduo.
Mesmo que queira se destruir o grupo, respeita-se o oponente.
88
CONDIÇÃO PRIMÁRIA
A aquisição de conhecimento do grupo e formação do sentimento de ligação é favorecido por algo que marque o grupo de alguma forma, como um nome ou uma insígnia.
Definição do grupo na mente dos membros vai ser a condição primária de crescimento do espírito grupal.
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CONCEPÇÃO
A concepção do grupo é a de um todo, mas também de todas as suas partes componentes e indivíduos e do entendimento de suas relações entre si.
O sentimento de grupo predominante é o de pertencimento. Autorreferência e sentimento desenvolvido diferem, pois o segundo envolve devoção pelo grupo por si só e pelos membros. 
90
SENTIMENTO DE GRUPO
O sentimento do grupo é a síntese da autorreferência e das tendências altruístas, harmonizadas para suporte mútuo de reforçamento.
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ALTRUÍSMO PURO
O grupo existe antes e depois do indivíduo. 
O sentimento de grupo inclui tendência altruísta pura, capaz de idealização em um nível alto e produzindo satisfação mais duradouras e profundas que o mais refinado sentimento de si mesmo.
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PROCESSOS
Tanto o conhecimento do grupo quanto o crescimento do sentimento do grupo são amplamente estimulados por dois processos, na ausência dos quais o espírito de grupo pode atingir apenas um modesto desenvolvimento. 
Os dois processos são: relações livres dentro do grupo e relações livres entre o grupo e outros grupos.
93
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