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Formulacoes teorico-metodologicas dos processos grupais

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30/09/2022 12:11 Formulações teórico-metodológicas dos processos grupais
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03750/index.html# 1/59
Formulações 
teórico-metodológicas 
dos processos grupais
Prof. Pedro Vítor Souza Rodrigues
Descrição
Compreensão dos processos grupais a partir de diferentes prismas teóricos, bem como de metodologias de
intervenção no trabalho com grupos.
Propósito
Conhecer os processos grupais é fundamental para capacitar profissionais na avaliação das realidades
grupais com parâmetros consistentes, além de intervir e desenvolver na área do fortalecimento de unidade
grupal, lideranças, resolução cooperativa de conflitos, suporte social, terapia de grupo, produtividade em
equipe e regulação e provisão emocional entre os membros de um grupo.
Objetivos
Módulo 1
Aportes teóricos e diferenças entre psicoterapia de grupo e
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Aportes teóricos e diferenças entre psicoterapia de grupo e
dinâmica de grupo
Reconhecer a evolução científica sobre os processos grupais, evidenciando a constituição das
experiências humanas nas interações interpessoais.
Módulo 2
O grupo operativo de Pichon-Rivière
Analisar a técnica sobre o manejo de grupos operativos, para coordenar pessoas centradas na
objetivação, produção e resolução de uma tarefa em comum.
Módulo 3
O psicodrama de Jacob Moreno e as maiorias e minorias de Kurt
Lewin
Analisar processos e intervenções psicodramáticas, bem como as relações de poder, autonomia e
dignidade constituídas entre minorias e maiorias.
Módulo 4
O processo grupal para W. Schutz e os grupos de Carl Rogers
Reconhecer o processo cíclico baseado nas necessidades interpessoais e a facilitação nos grupos de
encontro, gerando autoconhecimento, espontaneidade, autenticidade, empatia e validação.
Introdução
Os seres humanos são sociais. Isso significa que a coletividade potencializa suas capacidades, eleva suas
chances de sobrevivência e atende suas necessidades socioemocionais. As organizações grupais nos

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distinguem dos demais seres vivos, favorecendo a evolução tecnológica, qualidade de vida e felicidade
individual.
Como grupos, formamos papéis importantes da personalidade, acumulamos e trocamos conhecimentos
úteis sobre a natureza, rompemos dificuldades que sozinhos não conseguiríamos, coordenamos projetos
grandiosos e complexos, elevamos a felicidade porque nossas necessidades e problemas também podem
ser atendidos ou resolvidos por outros por meio de uma rede cooperativa de troca de serviços e produtos.
Entretanto, não basta ser dotado de sociabilidade, capaz de integrar e formar grupos, e não usar esse
potencial de modo eficaz. Vamos estudar os processos grupais que operam entre as pessoas e suas mais
sofisticadas estratégias de intervenção nessas realidades, de acordo com cada situação específica.
O primeiro passo será conhecer a origem e as variadas linhas de estudo sobre grupos, abordando autores
como Lewin, Pichon-Rivière, Moreno, entre outros. Cada um com seu lugar e importância. Bem como os
aspectos constituintes dos processos grupais.
Em seguida, iremos nos aprofundar nos estudos de Pichon-Rivière e os grupos operativos, focados na
realização de tarefas.
Também o trabalho de Lewin, que metaforizou a partir da física sobre os campos psicológicos constituídos
relacionalmente; e as articulações entre minorias e maiorias psicológicas – grupos que se distinguem em
termos de autonomia e dignidade grupal.
Veremos a fundamentação e metodologia psicodramática de Moreno, que teorizou sobre a formação de
papéis complementares e revivência dramática e terapêutica de conflitos internos.
Além disso, como os grupos vivenciam ciclicamente fases motivadas pelas necessidades interpessoais de
cada membro – modelo sistematizado por Schutz.
Por fim, a promoção terapêutica de autoconhecimento, espontaneidade e autenticidade dos grupos de
encontro, teorizados por Rogers.
Todo esse conteúdo pode atender a expectativas e demandas de contextos cotidianos, familiares,
escolares, universitários, industriais, militares, religiosos, clínicos, comunitários, hospitalares, corporativos e
institucionais diversos.
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1 - Aportes teóricos e diferenças entre psicoterapia de
grupo e dinâmica de grupo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a evolução cientí�ca sobre os
processos grupais, evidenciando a constituição das experiências humanas nas interações
interpessoais.
Grupos e experiência humana
Ao longo da vida participamos de diversos tipos de grupos. Conhecemos o social nos grupos familiares,
depois temos envolvimento com grupos da escola, nossos colegas de turma. Muitos de nós também
podemos constituir grupos religiosos ou clubes, assim como também é muito presente a necessidade dos
grupos de trabalho.
Temos grupos de amigos que incluem as pessoas que mais gostamos de ter por perto; inclusive
programamos o nosso lazer com essas pessoas também. Por exemplo, se você gosta de jogar futebol toda
quinta-feira, você tem aí um grupo de lazer. Hoje, com o impacto da acessibilidade virtual, temos até grupos
nas redes sociais.
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Conviver com grupos é algo comum e inerente à nossa vida toda. O tempo todo estabelecemos algum tipo
de interação. Pensando na história da espécie (filogênese), nos primórdios, os grupos eram importantes
para elevar o grau de proteção, poder e domínio diante de grupos rivais. A solidariedade e lealdade
favoreciam o enfrentamento de ameaças externas. Você pode considerar que em uma luta corpo a corpo
com um urso ou leão, o ser humano perderia. Mas seres humanos unidos poderiam ter maiores chances.
Isso significa que há uma força do ser humano que aparece no agrupamento.
Nesses grupos também nos reconhecemos e formamos nossa identidade particular, além de assegurarmos
a sobrevivência. É uma condição necessária para a vida humana, pois somos seres gregários, que vivemos
em uma tensão na busca pela identidade individual e identidade grupal.
O que é um grupo?
Mas o que é um grupo? Em geral, os autores convergem à ideia de que para existir um grupo deve haver
interação entre seus membros e objetivos comuns. Ações encadeadas entre duas ou mais pessoas, a fim de
atender necessidades ou resolver problemas em comum, produzindo uma satisfação agregada. Grupos são
a família, a escola, o trabalho, a igreja, o clube etc.
Os membros se comunicam, tomam consciência de uma finalidade comum e se organizam para realizar
esse projeto. Estão sujeitos a partilhar visões de mundo e exercer papéis complementares dentro do grupo.
Segundo o filósofo Sartre, os grupos existem quando há uma interação dinâmica e recíproca para atender
um objetivo no qual um depende dos demais. Uma interdependência. Cada um se torna alguém com quem
se pode contar (BETTONI; ANDRADE, 2002).
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Podemos distinguir basicamente alguns tipos de grupo. Vejamos a seguir:
São estabelecidos a partir de pressupostos como autoridade, hierarquia, normas e tarefas
específicas, como em empresas e escolas. A institucionalização acontece quando as pessoas
gradualmente vão estabelecendo regularidades em suas condutas para favorecer o viver coletivo e o
desempenho de suas tarefas.
Se constituem de relações mais flexíveis, com o papel de proporcionar satisfação emocional aos
seus membros, como nas amizades ena família.
São formados por vínculos que têm o objetivo de defender ideias acerca de questões fundamentais
da humanidade, em torno de temas como sustentabilidade, família, política etc.
Os objetivos de um grupo podem ser implícitos ou explícitos. É interessante que um grupo tenha clareza de
suas metas para selecionar as melhores direções e meios de ação, além de permitir que o progresso seja
mensurado para acompanhar a qualidade da produtividade. Em geral o foco é diminuir custos e aumentar
recompensas. Por isso, um coordenador deve conhecer e saber motivar as dinâmicas individuais e grupais,
para que as forças se integrem, harmonizem e dirijam aos objetivos do grupo.
Aspectos constituintes dos processos grupais
Coesão de grupo
Existem vários aspectos que formam os processos grupais. Confira:
Grupos formais 
Grupos informais 
Grupos ideológicos 
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Papéis
Normas
Coesão
Coalizão
Cooperação
Con�ito
Liderança
Poder
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Dentro dos grupos, exercemos simultaneamente papéis sociais diferentes, definidos pelo grupo e
determinantes de seus processos. São modos de conduta sem os quais o grupo não funciona. Por exemplo,
na faculdade você pode exercer o papel de aluna; em casa, você desempenha os papéis de esposa e mãe.
Observa-se que todo grupo tem suas normas formais ou informais para governar
de modo específico ou geral as condutas de seus membros. Normas são
expectativas ou padrões comportamentais compartilhados entre todo o grupo para
avaliar desalinhamentos ou inadequações de ação, pensamento e sentimento.
Quando um comportamento individual fica desalinhado ou contra essas normas,
consequências podem ser aplicadas.
Há um processo de coesão quando os participantes se identificam com os mesmos objetivos e vivem
aquele espírito de pertencimento coletivo. Considerando esse aspecto, quanto maior for a coesão grupal,
melhores as chances de conduzir os membros à satisfação. Pois todos seguem as mesmas influências,
harmoniosa será a comunicação entre eles e também mais eficiente a produtividade. A coesão gera
harmonia, que não deve ser confundida com ideias homogêneas. A homogeneização intelectual aparece em
ambientes grupais autoritários e opressores que impõem verdades absolutas.
No caso de membros de um grupo apresentarem interesses que expressem vantagens para uma ação
conjunta, poderemos notar um processo de coalizão que instaura um movimento cooperativo. Cooperação
implica colaborar em comunidade. Isso significa pressupor valores comuns, conservá-los e interagir
reciprocamente.
Con�itos e liderança
Os aspectos conflitivos de um grupo podem levar a prejuízos nas relações ou podem ter o potencial de
Reconhecimento
Status
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alavancar a vida coletiva. Pode existir uma situação de conflito quando diferentes membros buscam a
mesma coisa, como prestígio ou poder. Por outro lado, conflitos podem surgir quando ideias são impostas,
concorrências são estabelecidas, disputas nocivas são levadas adiante, faltando comunicação paciência e
respeito.
Nem sempre diversidade gera adversidade. Conflitos podem ser um motor de crescimento se forem
resolvidos de forma clara, respeitosa, aberta e flexível, ocasionando integração ou desintegração do grupo.
Assim, coesão é a força de união, mas coerção é a força de pressão.
O grupo pode se fechar ao meio externo e oprimir o meio interno. Ninguém nem nada entra, nem
informações novas (censura); bem como seus membros não podem criar novas formas de ação
(tradicionalismo). O excesso de coesão forma um grupo fechado e opressor.
Um grupo pode ser liderado por um líder ou por um subgrupo. Em geral, normas grupais podem também
substituir o uso do poder. Diminuindo a tensão entre os integrantes. O compartilhamento coeso de normas
pode ser mais interessante do que demonstrações de poder de um líder.
Um grupo pode ser liderado por um líder ou por um subgrupo. Em geral, normas grupais podem também
substituir o uso do poder. Diminuindo a tensão entre os integrantes. O compartilhamento coeso de normas
pode ser mais interessante do que demonstrações de poder de um líder.
Uma liderança é caracterizada pela capacidade de motivar e influenciar os liderados, contribuindo com a
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realização dos objetivos. Nem sempre tem a ver com hierarquia. Um líder pode ser:
Autocrático
Quando concentra poder por meio da coerção.
Democrático
Quando representa a decisão da maioria.
Permissivo
Quando é omisso e cada um age ao seu modo.
A seguir, podemos observar dentro de um grupo três elementos inter-relacionados:
O poder é a faculdade de exercer a autoridade ou o direito de deliberar;
O reconhecimento é uma necessidade humana na qual nosso valor pessoal é afirmado mediante nossa
relação com o outro;
O status refere-se a uma posição de destaque ou privilégios dentro do grupo.
Evolução cientí�ca sobre processos grupais
Dinâmica de grupo de Kurt Lewin
Antes da abordagem científica, a Filosofia já se debruçava sobre fenômenos sociais. Por exemplo, na obra A
República, de Platão; ou em A Política, de Aristóteles. Confira as principais teorias científicas nesse âmbito:
Teoria de campo, de Kurt Lewin.
Teoria socionômica, de Jacob Moreno.
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Foi Kurt Lewin que introduziu a expressão “dinâmica de grupo” no contexto científico, em 1944. Os estudos
nessa área foram enfatizados com o objetivo de investir no desenvolvimento de novas tecnologias para
solucionar problemas sociais.
Esse autor estabeleceu novos rumos para a psicologia social. Quais processos operam nas realidades
grupais? Quais são os princípios que regem os grupos? Como intervir nos grupos? Que técnicas são mais
funcionais? Que tipos de liderança são mais eficazes? Que forças psicológicas e sociais influenciam
grupos? Como grupos influenciam seus membros e vice-versa? Atualmente, a dinâmica de grupo é
amplamente aplicada em campos como: gestão de pessoas, comunidades, sala de aula, treinamento,
clínica, corporações etc.
Nesse sentido, no início do século XX, surgiram movimentos de estudo experimental dos pequenos grupos,
que podem ser caraterizados em três correntes:
1. A individualista, de base freudiana, com interesse em demonstrar influências inconscientes no
comportamento social;
2. A culturalista, com base na antropologia, com objetivo de evidenciar determinantes sócio-históricos;
3. A behaviorista, que pretendia estudar os fenômenos sociais em laboratório.
Autores relevantes nos estudos sobre grupos
Atualmente, a dinâmica de grupo tem uma abrangência multidisciplinar, reunindo áreas como Psicologia
social, Antropologia, Sociologia, Serviço social, Psicoterapia, Administração e Educação.
Grupos de encontro, de Carl Rogers.
Os grupos operativos, de Pichon-Rivière.
Teoria das necessidades interpessoais, de William Schutz.
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Conheça a seguir os autores relevantes no campo de estudo sobre grupos!
Para esse autor o grupo é mais do que a soma das partes. Lewin aborda a realidade grupal
considerando-a como uma totalidade dinâmica e interativa sobre a qual atuam forças que
impulsionam ou que restringem.
Desenvolveu, a partir de 1936, estudos no ramo da sociometria dos pequenos grupos e psicoterapiagrupal. O psicodrama conta com dois pilares essenciais: a espontaneidade e a criatividade. Essa
concepção foi importante para humanizar a Psiquiatria, pois esses aspectos também podem existir
no universo da loucura. Esse trabalho permite a revivência dramática de situações em grupo,
superando os limites da interação verbal.
Dentro da visão humanista, criou a abordagem centrada na pessoa e desenvolveu os “grupos de
encontro”. Em linhas gerais, essa proposta objetiva, de forma não diretiva, o autoconhecimento de
seus participantes para melhorar a autenticidade nas relações interpessoais.
Conheceu Freud e se interessou pela psicanálise, considerava o ser humano como sempre incluído
em grupos. Isso é fundamental para o desenvolvimento do psiquismo porque nos grupos são
produzidos e compartilhados conhecimentos. Também apontou que existem cargas trazidas pelos
indivíduos que, além de sociais, também são históricos. Sobretudo há uma contradição na formação
dos grupos, pois os membros querem e não querem, ao mesmo tempo, participar do grupo.
Lewin (1890-1947) 
Jacob Levy Moreno (1889-1974) 
Carl Rogers (1902-1987) 
Enrique Pichon-Rivière (1907-1977) 
William Schultz (1925 2002) 
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Teórico sobre as relações interpessoais, observa que todos os grupos parecem decorrer de um
processo cíclico de três fases, que correspondem basicamente às necessidades humanas de
inclusão, controle e afeição. A vida grupal consiste nessas fases, independentemente do tamanho do
grupo.
Diferenças entre dinâmica de grupo e psicoterapia de
grupo
O termo “dinâmica de grupo”
O termo “dinâmica de grupo” pode ter três significados. Pode se referir ao campo de estudo das forças que
agem sobre os grupos e afetam seus membros. Ou corresponder ao tipo de influência dinâmica que um
grupo pode exercer sobre as condutas de seus participantes, a partir da integração de fatos ambientais e
psíquicos que coexistem ali dentro. A dinâmica de um grupo significa que a mudança em um participante
afeta todos os demais, altera o estado do grupo como um todo.
Por último, também pode abranger atividades de interação entre três ou mais pessoas, a partir de uma meta
específica, gerando conexão, avaliação ou desenvolvimento entre os membros participantes. Não são
apenas atividades lúdicas e recreativas, são exercícios com embasamento teórico.
Nesse sentido, as dinâmicas reúnem variados recursos, como técnicas de atuação de papéis, estratégias de
debates, de observação e de feedback para os processos coletivos. O objetivo comum é que determina a
existência do grupo; o grau coesão é determinado pelo valor atribuído ao objetivo, vice-versa; e a clareza do
William Schultz (1925-2002) 
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objetivo determina a força de ação do grupo, vice-versa.
Psicoterapia de grupo
Na psicoterapia de grupo, a realidade grupal funciona como um espaço terapêutico, caracterizando-se por
relações acolhedoras, empáticas e democráticas entre os participantes. Possibilitando, assim,
interpretações e transformações que transcendem aos encontros grupais.
A psicoterapia de grupo pode ser uma parte de um tratamento maior. Pode contribuir para a recuperação e
reabilitação dos indivíduos. Normalmente, os membros possuem um problema semelhante. Em outros
casos, pacientes com menos dificuldades apoiam os que têm mais dificuldade.
Além do contato com o psicoterapeuta ou mediador do processo, a pessoa conta também com a escuta e
colaboração dos outros participantes. O terapeuta é um membro do grupo, apesar de sua função específica.
s
A psicoterapia de grupo proporciona troca de experiências, favorece relações
interpessoais, compartilhamento de questões internas e íntimas, oferece uma
ocasião para ser ouvido, reinstala coletivamente a esperança e motivação.
Aposta na força da interação grupal para produzir mudanças de comportamento significativamente.
Enfatiza-se a ideia de que “estamos todos no mesmo barco”, propiciando catarses grupais acompanhadas
por reflexões a partir de múltiplos pontos de vista dos participantes.
É fundamental que todo o processo seja conduzido com base em uma ética de psicoterapia grupal.
Mantendo o sigilo e confidencialidade, pois nenhum participante pode discutir a história pessoal de um
membro com terceiros. Deve-se manter as sessões livres de julgamento, humilhação ou assédio.
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Prática de dinâmica de grupo em psicoterapia de grupo
Neste vídeo, o especialista reflete acerca da prática de dinâmica de grupo em psicoterapia de grupo,
destacando exemplos da atuação do psicólogo como facilitador dos processos grupais.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Grupos não são amontoados de pessoas. Para existir um grupo deve haver interação entre seus
membros e objetivos comuns, a fim de atender necessidades ou resolver problemas, produzindo uma
satisfação agregada. Sobre o fenômeno dos grupos, podemos afirmar que
Parabéns! A alternativa B está correta.
Ao mesmo tempo em que os membros mantêm suas particularidades, também partilham de
cosmovisões e papéis. Como um diagnóstico grupal antecede intervenções, não existem regras
absolutas que funcionam para todos. Os grupos podem ter objetivos explícitos e implícitos entre seus
membros.
A o que funciona para um grupo funciona para outros.
B os membros partilham visões de mundo e exercem papéis complementares.
C intervenções grupais antecedem uma análise da realidade grupal.
D todo objetivo de grupo é explicitado entre os membros.
E os membros perdem suas particularidades ao adentrar a um grupo.
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Questão 2
Os membros exercem papéis diferentes dentro do grupo. Sem os papéis, o grupo não pode funcionar.
Então, sobre a teoria dos papéis é correto afirmar que
Parabéns! A alternativa A está correta.
Os papéis são modos de conduta, segundo as possibilidades comportamentais do repertório de cada
um; mas os membros podem exercer diferentes papéis simultaneamente. São definidos no grupo, sob
complementaridade, e determinam os processos grupais.
A os papéis são modos de conduta.
B os membros só podem exercer um papel por vez.
C os papéis não são definidos pelo grupo.
D papéis não afetam os processos do grupo.
E os papéis podem superar o repertório comportamental da pessoa.
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2 - O grupo operativo de Pichon-Rivière
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a técnica sobre o manejo de grupos
operativos, para coordenar pessoas centradas na objetivação, produção e resolução de uma
tarefa em comum.
Contribuições de Pichon-Rivière
A dialética grupal
Enrique Pichon-Rivière (1907-1977).
Enrique Pichon-Rivière foi um psiquiatra e psicanalista suíço, um dos principais autores das teorias grupais,
promovendo um enfoque ao sujeito contextualizado. Propôs a passagem da psicanálise à psicologia social.
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Criador da abordagem de grupos operativos, inaugurando uma nova maneira de intervir nos grupos.
Em 1956, organizou a “experiência de Rosário” junto com cinco psicanalistas, na qual30 profissionais
viajaram até Rosário durante um fim de semana para uma experiência comunitária chamada de laboratório
social, que contou com cerca de mil pessoas. A partir daí, conceitualizou o trabalho de grupos operativos.
Pichon-Rivière, então, elaborou um modo de compreender a estrutura e o funcionamento dos grupos, como
também modos de intervenção, objetivando instrumentalizá-los para a aprendizagem e transformação. Os
grupos operativos visam sempre operar em determinada tarefa – a aprendizagem.
Grupo é um conjunto de pessoas ligadas no tempo e espaço que se propõe explícita ou implicitamente a
realizar uma tarefa articulando uma rede de papéis com base nos vínculos que estabelecem entre seus
membros.
Um construto importante é a contradição. Pichon-Rivière acreditava que as contradições são inerentes a
todo o grupo e resumiu-as em cinco pares contraditórios universais:
Velho versus novo;
Necessidade versus satisfação;
Explícito versus implícito;
Sujeito versus grupo;
Projeto versus resistência à mudança.
Considerou que o processo grupal é caracterizado por uma dialética, na medida em que é permeado por
contradições. O grupo não é uma fotografia, é um fenômeno de constante movimento e mudança. Há uma
realidade grupal contraditória em contínua transformação, pois os contrários se interpenetram. Sua tarefa
principal é justamente analisar essas contradições.
O grupo subsiste por meio de um permanente movimento cíclico de estruturação, desestruturação e
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reestruturação – a espiral dialética, pois há um processo que acontece a partir de um aparente paradoxo
entre ser social e subjetivo ao mesmo tempo. Em outras palavras, eu sou um eu pessoal e também um outro
social que está em mim.
A tarefa central do grupo é analisar sistematicamente as contradições e, para isso,
analisa-se o aqui e agora no grupo, os fenômenos e as interações, os processos de
assunção e a atribuição de papéis.
A transformação acontece quando há diálogo, interação e troca. Construindo sentidos na mesma direção ou
em sentidos contraditórios, mantendo o movimento permanente, dialético e espiral.
A teoria do vínculo
Na vivência do grupo, cada pessoa vai internalizando padrões comportamentais de relacionamento, que
interdependem, complementam-se com os papéis dos outros, constituindo uma história vincular. Toda
forma de agir, comunicar, pensar e sentir influenciará no funcionamento desse grupo.
Cada pessoa tem papéis a cumprir, por exemplo. Os vínculos representam o status de articulação interna
dos membros da família. Ou seja, a mãe é a mãe, nunca poderá ser a tia, a não ser de seu sobrinho. O pai é o
pai, nunca poderá ser mais ninguém.
A teoria do vínculo considera o indivíduo como resultante do interjogo entre o sujeito e os objetos internos e
externos, em relação de interação dialética, que se expressa por meio de certas condutas, como as que
podemos ver a seguir:
Teoria das relações de objeto
Sujeito para o objeto há relação unidirecional.
T i d í l
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Teoria do vínculo
Sujeito para sujeito há uma relação bidirecional e de mútua afetação.
O estudo dos vínculos internos e externos é um dos principais objetos da psicoterapia analítica, pois o
levantamento da forma particular como o indivíduo estabelece seus vínculos, permite conhecer também sua
dinâmica mental.
O vínculo externo é o vínculo que ocorre em relação ao outro. O vínculo interno se origina dos processos
internos, influenciados por vínculos anteriores.
Existem os vínculos normais e suas alterações, denominadas vínculos patológicos, que podem ser descritos
como:
Vínculo paranoico
Caracterizado pela desconfiança e exigência que o sujeito experimenta em relação aos outros.
Vínculo depressivo
Caracterizado pelo sentimento de estar carregado de culpa permanente.
Vínculo obsessivo
Caracterizado pelo controle e ordem.
A técnica dos grupos operativos
Tipos de papéis no grupo
Quando articulamos a história individual dos integrantes e os elementos que caracterizam o próprio grupo,
percebemos a origem dos papéis de cada indivíduo no grupo.
Os papéis surgem na interação com o outro, pois dependem de complementaridade: mãe-filho, chefe-
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empregado, médico-paciente, professor-aluno. Papéis são condutas organizadas para atender necessidades
individuais e grupais.
Os papéis instituídos você pode conferir a seguir:
Coordenador
Tem a função de melhorar a articulação entre os membros.
Observador
Registra a história do grupo.
Integrantes
Organizam-se em funções variadas em prol das metas do grupo.
Os papéis não instituídos são:
Torna explícito o que estava implícito. É o membro do grupo que levanta questões ou dúvidas que
são do interesse comum.
Surge quando o grupo não aceita o que foi explicitado pelo porta-voz. É um membro que o grupo
elege para descarregar suas dificuldades. É culpado por todas as desgraças e acontecimentos
inconvenientes que ocorrem no grupo. É aquele que recebe as cargas negativas do grupo.
O porta-voz 
O bode-expiatório 
O líder de mudança 
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Aparece quando o grupo aceita a tomada de consciência facilitada pelo porta-voz. Ele é seguido
pelos demais membros, em dois vieses: a liderança positiva, que motiva e constrói; ou a liderança
negativa, em que prevalece o egoísmo e a desestruturação do grupo.
O participante que tem atitudes que buscam aliviar a tensão. Incentivando o grupo à fuga, gerando
obstáculo para o cumprimento daquilo que deve ser feito.
Características do grupo operativo
A técnica do grupo operativo pauta-se na dimensão psicossocial e de aprendizagem do ser humano. É uma
técnica não diretiva que transforma uma situação grupal em um campo de investigação ativa.
Ela visa evidenciar os obstáculos do grupo para realização da tarefa proposta. A tarefa precisa promover
integração e aprendizagem. E pode ser explícita ou implícita. Tarefa é o que pode ser feito em um grupo.
Todo grupo ou vínculo precisa de um fazer.
O processo pressupõe:
A tarefa explícita ou como o grupo se dispõe (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento);
A tarefa implícita (o modo como cada integrante vivencia o grupo e revê suas questões internas);
O enquadre, que são os elementos fixos (o tempo, a duração, os papéis, os momentos do grupo, a
frequência, a função do coordenador e do observador).
Esse processo grupal também depende de três condições básicas:
Motivação para a tarefa
Mobilidade nos papéis
Disponibilidade para mudanças
A tarefa explícita não pode ocupar todo o tempo de interação, pois precisa considerar a tarefa implícita que
oportuniza um tempo em que será discutida a vivência dos membros: o que vocês pensaram? Como foi
para vocês?
O sabotador 
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De modo geral, os momentos do grupo operativo são os seguintes:
Momento de confusão ou baixa clareza na mente dos membros, impossibilita a realização da tarefa
e eles são tomados por seus desconfortos emocionais. Quando há uma dissociação não elaborada
entre pensamento, sentimento e ação.
Momento de elaboração dos medos e confusões, superação de estereotipias, promoção de um
contato ativo com a realidade e estabelecimento de estratégias para resolver a tarefa. Quando há
uma integração entre pensar, sentir e agir.
Momento do novo resultante das mudanças estabelecidas. Quando há uma organização da
subjetividadeindividuais e coletivas.
O primeiro passo é investigar necessidades e interesses dos membros que participam de grupos. Se é um
grupo de tarefa, é importante evidenciar a razão da formação do grupo, condução e por que ser direcionada
assim. As pessoas chegam com necessidades prévias para satisfazerem nos grupos.
Formação e avaliação dos grupos operativos
Processo de formação dos grupos operativos
Nos grupos operativos, cada indivíduo é estimulado a vivenciar a experiência grupal nos níveis emocionais e
conceituais. O grupo é uma unidade de interação fundamental para o desenvolvimento das pessoas.
Acompanhe agora o processo que acontece para início de um grupo, articulado por meio de quatro
Pré-tarefa 
Tarefa 
Projeto ou trabalho 
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conceitos:
Para Pichon-Rivière, a aprendizagem acontece na experiência concreta de interação, o que pressupõe o
contato com as pessoas pela comunicação verbal ou não verbal, conscientemente ou não.
Quando interações frequentes se aprofundam, temos a formação de vínculos, que ligam sujeitos, mas não
os tornam iguais, uma vez que cada um mantém suas cargas históricas e pessoais. A partir daí, se o
indivíduo conseguir sair de si e se orientar ao outro, ele poderá se reconhecer no grupo.
Esse descentramento não anula os elementos pessoais de cada um, mas permite que se tornem membros
Aprendizagem
Interação
Vínculo
Descentramento
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com maiores encontros.
Um aspecto interessante é o paradoxo de desejo e temor na participação em grupos, pois o indivíduo leva
seus dados subjetivos que serão confrontados pela realidade grupal. Suas concepções e modos de ação
podem ser enriquecidos ou modificados pela interação. Há uma angústia em notar que seu narcisismo está
sendo questionado, porque suas fantasias podem ser restritas e equivocadas. O descentramento modifica
as percepções individuais para o pensamento em comum, permite a queda do individualismo e a
criatividade no interjogo eu-outro.
Como avaliar o processo interacional de um grupo?
Para avaliar o processo interacional de um grupo, alguns critérios foram desenvolvidos. Confira!
A�liação e pertença
Quanto ao grau de identificação e assunção da tarefa.
Cooperação
Desenvolvimento de papéis variados e complementares para ter eficiência na tarefa.
Pertinência
Relaciona-se ao grau de centração na tarefa.
Comunicação
Diz respeito ao compartilhamento de mensagens.
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O coordenador apenas facilita a comunicação entre os integrantes, para que o grupo em si seja operativo, a
fim de ultrapassar os obstáculos na resolução da tarefa. Assim, o grupo se desenvolve na capacidade de
administrar o conhecimento, pensar criticamente e de agir de forma transformacional.
Veja que não é o coordenador, mas o próprio grupo que está no centro de seu processo de aprendizagem e
transformação. O grupo é o protagonista na produção de sua saúde e na construção dos sentidos que dão
significado à experiência humana.
Quando o grupo fica preso em uma contrariedade e não consegue superar essa espiral dialética, observa-se
uma paralisia do movimento grupal. Nessa hora, pode ocorrer uma intervenção do coordenador, que ajuda a
restabelecer o ciclo dialético. O coordenador não participa da tarefa, não entra na discussão nem interfere
no conteúdo. Ele apenas observa a estrutura que o processo grupal toma, verificando o andamento dialético
do grupo.
Grupo operativo: a tarefa de aprender a aprender
Neste vídeo, o especialista reflete sobre o grupo operativo, destacando a tarefa como estratégia para
desenvolver a competência de aprender a aprender.
Aprendizagem
Quanto à apropriação de novas informações.
Tele
Sobre reencontros realistas e verdadeiros entres membros, sem problemas transferenciais.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Pichon-Rivière foi um dos principais autores das teorias grupais e conceituou sobre o trabalho com
grupos operativos. Um de seus conceitos principais é a dialética grupal, que
Parabéns! A alternativa A está correta.
Naturalmente, a realidade grupal é permeada por contradições em contínua transformação e que se
interpenetram. Há um fenômeno de constante movimento e mudança a partir dessa tensão paradoxal
entre ser social e subjetivo ao mesmo tempo. Então, o foco principal de análise do grupo é no aqui e
agora dos seus processos.
A postula que as contradições são inerentes ao grupo.
B compreende os grupos como entidades estáveis e estruturadas.
C orienta que tarefa do grupo é analisar os fenômenos históricos.
D considera a serenidade e estabilidade entre ser social e subjetivo ao mesmo tempo.
E orienta que a tarefa é analisar os fenômenos que haverão de acontecer no grupo.
Questão 2
A teoria do vínculo propõe que em todo interior de um grupo as relações são caracterizadas pelos
papéis e funções de cada um e exigem ações que se completam com o modo de viver o grupo e
pertencer a ele. Nessa perspectiva da teoria do vínculo, considera-se que
A os vínculos são sempre unidirecionais, pois dependem da iniciativa de uma pessoa.
B
a forma como o indivíduo estabelece seus vínculos permite conhecer também sua
dinâmica mental.
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3 - O psicodrama de Jacob Moreno e as maiorias e
minorias de Kurt Lewin
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar processos e intervenções psicodramáticas,
Parabéns! A alternativa B está correta.
Na vivência do grupo, cada pessoa vai internalizado condutas, por isso revela suas dinâmicas mentais.
Os vínculos representam o status de articulação interna de um grupo, sempre em interação dialética.
Constituindo-se também nas relações bidirecionais de sujeito para sujeito.
C os vínculos são formandos em contextos estáveis, estruturados e harmoniosos.
D os papéis exercidos nos vínculos são a todo momento dados por alguém de fora.
E os vínculos são como pessoas de fora interpretam o funcionamento de um grupo.
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p p ç p
bem como as relações de poder, autonomia e dignidade constituídas entre minorias e
maiorias.
O psicodrama de Moreno
A teoria dos papéis
No princípio era o grupo, no fim o indivíduo. Essa é a concepção Jacob Moreno, criador do psicodrama, que
aprimorou muitas intervenções para o trabalho em grupo. Veremos que os dois pilares dinâmicos do
psicodrama são a espontaneidade e a criatividade. Espontaneidade envolve a capacidade de estar presente
ativamente. Criatividade é aproveitar melhor seus recursos disponíveis. São características inatas que
também podem ser estimuladas e treinadas.
Mas qual é a diferença entre psicoterapia de grupo e psicodrama de grupo?
Moreno observa que nas sessões grupais, onde ocorrem muitas interações verbais, um membro do grupo
pode experimentar um problema com tanta força e significado, que as palavras apenas não são
satisfatórias para expressá-lo.
Então, se as palavras não dão conta, ele pode ter a necessidade de atuar esse problema. Isto é, uma
necessidade de estruturar um episódio, de vivê-lo de uma forma que seja possívelexterná-lo. Ele percebe
que atuar é construir uma cena em que se possa viver o conflito que emergiu na sessão de grupo.
Ou seja, estamos em uma sessão de grupo na qual predomina o verbal, mas emerge uma necessidade
natural de agir ou de ir para uma cena para enxergarmos a realidade. Nesse momento, saímos de uma
sessão de grupo e entramos em uma sessão de psicodrama de grupo.
Abre-se um espaço para montagem da cena, ao mesmo tempo em que outros participantes do grupo
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podem se envolver igualmente em contrapapéis e participar também dessa encenação.
O condutor do psicodrama de grupo oficializa e autoriza o membro que é possível encenar seus conflitos
mais difíceis. Para provar isso, recomenda a colocação de um palco na sala ou a designação de uma área
especial para que a cena seja construída.
O psicodramatista diz que esse espaço é reservado à construção das cenas, onde tudo pode acontecer, do
real ao imaginário, é um espaço de liberdade total. O convite é para experimentarmos o que acontece na
ação, como se tivéssemos uma lupa para nos aproximar e assistir de perto.
Cada um experimenta essa cena dentro do seu papel. Os papéis são os meios pelos quais a pessoa
interage, que sempre requerem um contrapapel. O membro que trouxe a questão vai protagonizar,
considerando que ela ressoou a todos, porque de alguma forma todos foram tocados por ela. O psicodrama
de grupo é marcado por uma questão que emerge em uma pessoa, mas que ecoa em todos.
O nosso “eu” é desenvolvido a partir do desempenho de papéis. A formação de um papel envolve três fases.
Veja:
Tomada de papel (role-taking)
É a adoção de um papel já existente, pronto.
Jogo de papéis (role-playing)
Avança com mais liberdade, permitindo variações por meio de atos espontâneos.
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É natural que esse processo ocorra com base em uma aprendizagem mimética. É desempenhando, na
prática, que se formam novos papéis.
Os instrumentos da metodologia psicodramática
Entre os instrumentos da metodologia psicodramática, temos o palco, que é um espaço vivo e
multidimensional, além de ser flexível para a construção conjunta da cena. Local onde será representado o
mundo intersubjetivo. Veja agora a descrição dos demais instrumentos:
Coordena todo o movimento dramático grupal, ele é o psicodramatista, é o agente terapêutico, com a
função de dirigir, analisar, ampliar e incrementar a cena. Também encaminha os participantes a
alcançarem uma espontaneidade máxima.
É o indivíduo que representa o drama. É o ator central, aquele que se ofereceu à ação primeiramente,
doou o seu íntimo, e se ofereceu para representar seu mundo privado.
São os atores coadjuvantes. São os veículos que compõem o cenário e contracenam com o
protagonista. Representam personagens reais ou imaginários do mundo interno do protagonista e
mantêm o protagonista aquecido na produção da cena.
Criação de papéis (role-creating)
Fase em que há possibilidade de uma livre expressão da espontaneidade e criatividade.
Diretor 
Protagonista 
Egos auxiliares 
Pl t i
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É composta pelos demais participantes. São beneficiados pela entrega do protagonista, tendo seus
conflitos internos trabalhados e ajudam o protagonista especialmente na etapa de
compartilhamento.
O processo psicodramático
As etapas da metodologia psicodramática
Um processo psicodramático é organizado e coordenado por meio de três situações, que perpassam um
começo (aquecimento), meio (ação ou dramatização) e final (compartilhamento). Confira um pouco mais
sobre cada situação:
É um momento verbal ou corporal, que visa incentivar a espontaneidade, diminuir a tensão e
propiciar um ambiente de acolhimento.
O coordenador conscientiza sobre a importância da disponibilidade para conviver naquele espaço e
momento. Reforça a dedicação de todos àquele contexto e àquelas pessoas, para evitar desvios
relacionados ao mundo externo. As pessoas se preparam para um clima de proximidade que facilita
a encenação conjunta.
O aquecimento específico começa no momento da construção da cena, projetando os personagens,
o tema e o cenário. Atinge-se o objetivo dessa fase quando as pessoas se apresentam confortáveis,
tranquilas e atentas, bem como envolvidas com a temática ou proposta daquele encontro.
Plateia 
Aquecimento 
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Na segunda etapa, o tema do encontro é abordado e focalizado. É o momento ápice do encontro,
porque permite um envolvimento emocional com a ação dramática, construída pela participação de
todos. É a grande obra grupal.s
O coordenador vai convidando as pessoas a participarem da cena. Assim, os pensamentos e as
fantasias vão se concretizando em atos. De fato, o protagonista presentifica suas questões internas,
representando-as no contexto dramático. Não há script. Tudo é criado espontaneamente. s
A realidade é colocada em drama, possibilitando a criação de soluções e alternativas às
adversidades. É importante reforçar que a construção dessa cena acontece no cenário terapêutico –
um espaço seguro onde o membro poderá reviver a sua questão.
Na terceira etapa, o grupo volta ao verbal. Um momento de comentários para compartilhar sobre o
acontecimento dramatizado. Aqui, compartilhar significa uma abertura para que cada membro relate
como foi tocado ou como se sentiu durante esse processo dramático, pois consideramos que a
plateia não está fora do palco. Ela está dentro da cena dramatizada. E isso pode ter ativado outras
lembranças que podem ser relatadas. Além disso, abordar se a cena foi resolutiva ou não.
É muito importante evitar críticas, julgamentos e conselhos para não gerar resistência ao
Ação 
Compartilhamento 
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compartilhamento livre. Os membros precisam ficar em condição de igualdade.
Essa fase consiste em uma catarse grupal. O coordenador encaminha os participantes para uma
reflexão cognitiva sobre os procedimentos e mudanças para novos papéis. É uma etapa pedagógica
que visa a ações posteriores.
Ocorre um esfriamento das emoções para processamento de novas visões. Também é a hora de
uma despedida afetiva, preparando os participantes para um retorno ao mundo externo, com novas
aquisições.
Técnicas da metodologia psicodramática
A seguir, vamos descrever três técnicas do psicodrama.
Técnica do duplo
Um ego auxiliar se posiciona ao lado do protagonista e o imita, visando facilitar sua
expressão e comunicação dos conteúdos. Assim, vendo-se no ego auxiliar, o protagonista
tende a identificar aqueles movimentos em si mesmo.
Técnica do espelho
Acontece quando o ego auxiliar assume o papel do protagonista, que se torna espectador de
si mesmo, pois passa a observar na plateia os próprios movimentos que estão sendo
representados. O protagonista observa, mas volta à cena para que a dramatização continue.
Técnica de inversão de papéis
Quando as pessoas intercambiam seus papéis, expressando o modo como uma vê a outra. É
como ver o outro, a partir de si mesmo, e ver a si mesmo a partir do ponto de vista do outro.
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Processos de maioria e minoria de Kurt Lewin
Contribuições de Kurt Lewin
Kurt Lewin (1890-1947), considerado precursor da psicologia social, inaugurou a ciência dos pequenosgrupos, abordando a realidade do sociogrupo e dos psicogrupos (centrados em si mesmo).
Influenciado pela psicologia da Gestalt, entendia que não é possível conhecer o todo por meio de suas
partes e elaborou a teoria do campo sob dois postulados:
O ser humano responde a uma totalidade de fatos coexistentes;
Esses fatos são interdependentes e resultam em um campo dinâmico.
Fatos ambientais e psíquicos coexistem e influenciam todos os participantes. Isso aponta para forças
dinâmicas, formando um espaço de vida ou espaço vital que contém a pessoa e seu ambiente psicológico.
Esse espaço não físico é subjetivo e afeta a ocorrência de condutas. Dentro desse campo psicológico, há
linhas de força (como no “eletromagnetismo”) que atraem e significam as percepções.
Ambiente psicológico é o que acontece dentro de mim e coexiste com o que
acontece dentro de você, em meio a um espaço externo compartilhado.
Para Lewin, todo comportamento tem objetivos subjacentes. A tensão gerada por uma motivação leva a
pessoa a tentar satisfazer suas necessidades dentro do grupo. Quando não há uma barreira, experimenta a
frustração. As discussões em grupo têm o papel de dissolver essas barreiras impeditivas e identificar qual é
a dinâmica daquele grupo e como ela pode ser facilitadora para a mobilidade em direção aos objetivos de
cada pessoa.
Exemplo
Alguém pode permanecer em uma rede social de um clube que participou há anos. Então, esse campo
continua exercendo uma dinâmica sobre sua vida. A questão é qual a motivação de permanecer nesse
grupo.
Há uma distinção também entre grupos primários e secundários. Os primários são os que escolhemos. Os
secundários são os que não escolhemos, mas acabamos pertencendo a eles. Quando um universitário
escolheu seu curso e sua instituição, não sabia quais seriam as pessoas que entrariam na mesma época
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que ele e comporiam sua turma.
Uma força psicológica pode ter valência positiva quando favorece a satisfação da motivação, ou negativa
quando representa ou causa frustrações. A primeira carga atrai e a segunda repulsa.
Maioria e minoria psicológica
Lewin lutou na Primeira Guerra Mundial. Por ser judeu e ser perseguido, teve que ir para os Estados Unidos
como refugiado. Ele passou a elucidar a psicologia das minorias judias – por que esses seres humanos
sofrem humilhações por pertencerem a um grupo? Chegando aos construtos de maioria e minoria
psicológica.
Esses construtos não têm a ver com quantidade. A visão demográfica é diferente da visão psicológica. Um
grupo minoritário demograficamente pode ocupar uma posição de maioria psicológica.
Maioria corresponde a um grupo de pessoas com estruturas para se autodeterminar. É uma questão de
autonomia. Minoria, por outro lado, engloba grupos que não têm autonomia para se posicionar e se afirmar.
Portanto, ficam à mercê de outros grupos. Sua autonomia fica comprometida.
As minorias dependem de que a maioria as tolere no meio no qual elas estão inseridas. Muitas vezes, essa
aceitação depende da manifestação de comportamentos aceitáveis segundo as maiorias.
A maioria dispõe de estruturas, de um estatuto, percebem-se em posse de plenos direitos e de poder para se
autodeterminar como um grupo. As minorias não percebem como possuindo os mesmos direitos, não
podem ser afirmar, não são validados e se reconhecem em estado de tutela. Ficam no lugar de bode
expiatório, de acordo com os interesses e sentimentos da maioria da qual dependem. A agressividade é
deslocada em direção a esses grupos.
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Comparativamente, as minorias são como a fase da adolescência, na qual o indivíduo é marcado pela
corrida da autonomia, sendo perpassado por relação de temor, crises e imitações, devendo desenvolver a
sua autocrítica e coragem. Mas as minorias discriminadas são aquelas que possuem um destino de
dependência de um grupo majoritário e podem vir a sofrer variadas discriminações. Já as privilegiadas se
reúnem com interesses específicos próprios. Toda minoria psicológica é minoria discriminada. Toda maioria
psicológica tende a tornar-se um grupo privilegiado.
As minorias podem se localizar em uma camada mais central, indicando que elas se ajustam mais
facilmente às instituições, costumes e tradições. Ou nas camadas periféricas, revelando maior flexibilidade
e mobilidade.
Ainda assim, as minorias localizadas nas camadas periféricas podem estar sujeitas, mas não aceitam essa
posição passivamente. Isto é, suportam com má vontade. Mantêm uma resistência ou ilusão de aceitação
por parte da maioria. Os membros marginais de uma minoria acreditam que os seus sucessos facilitam sua
aceitação social. Porém, quanto mais se sobrassem, mais se arriscam a ser perseguidos.
As minorias encontram-se na luta por um estado de equilíbrio. Alguns membros das minorias se sentem
inferiores, perdem a fé e, portanto, posicionam-se em favor da assimilação da cultura do grupo majoritário –
operação de forças de coesão ou centrípetas. Outros cultivam a ilusão de buscar semelhanças entre sua
própria cultura e a cultura majoritária – operação de forças centrífugas, de busca pela inclusão.
Relações de poder, autonomia e dignidade
Neste vídeo, o especialista reflete os processos de maioria e minoria de Kurt Lewin, destacando as relações
de poder, autonomia e dignidade.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Moreno foi um autor que também aprimorou as intervenções no trabalho com grupos. Sua obra
evidenciou uma distinção entre psicoterapia de grupo e psicodrama de grupo, a partir da observação de
que
Parabéns! A alternativa C está correta.
Atuar é construir uma cena em que se possa viver aquele conflito que emergiu na sessão de grupo,
superando a interação somente verbal. As demais alternativas referem-se a outras linhas teóricas.
A as minorias psicológicas ficavam sujeitas às maiorias.
B os processos grupais discorrem com base em necessidades interpessoais.
C as palavras podem não dar conta, gerando uma necessidade de atuar o problema.
D cada mudança individual afeta a dinâmica do grupo como um todo.
E o facilitador pode acompanhar o grupo de forma não diretiva.
Questão 2
Lewin elaborou os conceitos de minoria e maioria psicológicas. Esses construtos não são
demográficos, pois não têm a ver com quantidade. As características centrais que os distinguem
revelam o grau diferente de
A autonomia e autodeterminação.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03750/index.html# 42/594 O processo grupal para W Schutz e os grupos de Carl
Parabéns! A alternativa A está correta.
Maioria refere-se a um grupo de pessoas com estruturas para se autodeterminar. Minoria abrange
grupos que não têm autonomia para se posicionar e se afirmar. As demais alternativas referem-se a
outras linhas teóricas.
B espontaneidade e criatividade.
C força e contradição.
D aproximação ou afastamento afetivo.
E individualidade e grupalidade.
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4 - O processo grupal para W. Schutz e os grupos de Carl
Rogers
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o processo cíclico baseado nas
necessidades interpessoais e a facilitação nos grupos de encontro, gerando
autoconhecimento, espontaneidade,autenticidade, empatia e validação.
Teoria das relações interpessoais e fase da inclusão
A teoria das relações interpessoais
Em 1958, William Carl Schutz (1925-2002) criou uma teoria sobre as relações interpessoais, elencando três
necessidades para explicar melhor as interações humanas. Confira:
A partir da perspectiva das necessidades, observou que um grupo se integra assim que essas carências
interpessoais são satisfeitas. Considerando também que apenas em grupo e pelo grupo elas podem ser
adequadamente atendidas, as necessidades alicerçam movimentos dentro do grupo, que podem ser
classificados em fases. Todos os grupos e de qualquer tamanho passam por essas fases.
Essa ordem não é rígida. Mas a natureza da vida em grupo tende a determinar primeiro uma reflexão se o
indivíduo quer mesmo ficar ou não nesse grupo. Depois avaliar o grau de influência que poderá exercer nele.
Inclusão
Controle
Afeto
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E então concluir o nível de proximidade pessoal que as pessoas poderão exercer.
Compreender esse modelo simplifica a investigação das fontes de desequilíbrios grupais.
Esquematicamente, inclusão é sobre estar dentro ou fora; controle é sobre estar por cima ou por baixo; e
afeição é sobre estar próximo ou afastado. Vivenciar bem cada fase, permite aos membros se
desenvolverem continuamente no grupo.
A fase da inclusão
Quando falamos da necessidade de inclusão, a ideia é que “nenhum homem é uma ilha”, pois o ser humano
não vive isolado, somos seres de vínculos. E nessas interações com as pessoas, construímos o nosso ser. O
autoconceito é formado na relação com o outro. O objetivo é definir as fronteiras entre o eu e o grupo.
A pergunta-chave que o indivíduo tem é: Quero ou não pertencer a esse grupo? A ansiedade presente é o
medo da exclusão. O indivíduo pode vivê-la de forma passiva, esperando ser incluído. Ou de forma ativa,
buscando tal pertencimento. Serei aceito? Quem me aceitará? O que posso fazer para ser aceito? O que
esperam de mim?
A fase de inclusão não requer necessariamente fortes e significativas conexões emocionais. É mais uma
questão sobre o processo de formação grupal. O indivíduo analisa as pessoas e suas ideias para saber se
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está no grupo certo. Ele também busca atenção e valorização pelos demais integrantes do grupo.
A pessoa procura identificar-se e encontrar sua posição no centro ou na periferia do grupo. Algumas
pessoas convivem anos em determinado grupo, mas dizem sentir que não pertencem verdadeiramente a
ele.
Nessa fase, o indivíduo pode usar a desculpa da autossuficiência para existir sem os outros. Ou dizer que as
pessoas não o entendem. Pode sentir que não tem valor algum, porque ninguém deu atenção a ele. Há um
medo de ser insignificante.
O supersocial pode buscar ser notado, receber todo tipo de atenção, mas por trás teme ser ignorado. Ou
seja, suas inseguranças são as mesmas do subsocial. A reação à insegurança é que é oposta, pois não
suporta ficar sozinho. Por isso, esforça-se para atrair a atenção de qualquer jeito. Pode usar a estratégia de
controle, tentando ser poderoso; ou de afeto, tentando ser querido.
Já o socializado se sente bem tanto sozinho quanto acompanhado. Pode participar muito ou pouco em uma
situação grupal. Independentemente sente que tem valor e que é importante.
Fases do processo grupal
A fase do controle
Temos a necessidade de controle, que considera o processo de tomar decisões em conjunto em áreas de
poder e influência e autoridade. O controle abrange a influência sobre o grupo. Ou seja, a responsabilidade
de cada um perante o grupo. Para assumir autoridade é preciso bancar responsabilidades. Podem ocorrer
confrontos onde os indivíduos medem suas forças.
A pergunta da fase de controle é: Quero ser líder ou liderado? É uma interrogação
sobre poder, liderança e influência. Ou sobre obediência e dependência. A
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ansiedade tem a ver com o medo de ser incompetente. Quem está controlando
esse grupo? Quem tem autoridade sobre quem? Que poder eu tenho?
Podemos observar os abdicadores, que frequentemente adotam atitudes infantis e evitam responsabilidade,
delegando-a aos mais carismáticos.
Enquanto outros se sentem rejeitados e passam a cobiçar poder e querem assumir tudo sozinhos – são os
autocratas.
Mas existe a figura dos democratas, que se sentem mais socializados e almejam um lugar de controle do
grupo que partilha responsabilidades.
Tanto o abdicrata quanto o autocrata podem se sentir incapazes de realizar obrigações. A resposta é que é
diferente. O primeiro abdica do poder, enquanto o segundo é fanático pelo poder.
O democrata é que apresenta equilíbrio. Uma vez que ele se sente confortável dando ordens ou não,
seguindo ou obedecendo. Dependendo do que couber na situação, em cada momento. Em última instância,
ele se sente competente.
A fase da afeição ou abertura
Refere-se às proximidades pessoais e emocionais entre as pessoas. Há uma busca de integração
emocional e os membros se comunicam verbalmente ou não, com os seguintes sentimentos:
Cooperação
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O questionamento que aparece é:
Até onde desejo ser próximo ou estar distante dos outros indivíduos do meu grupo?
Estar próximo sem ser intimista demais. Estar distante sem ser rejeitado ou rejeitar.
A ansiedade tem a ver com sentimentos de proximidade. Quem gosta de mim?
Como o grupo expressa afeição? Que tipo de amizade desejo ter? Que
consideração tenho pelo outro?
Dentro de um espectro, podemos considerar três tipos de indivíduos, veja:
Dentro de um espectro, podemos considerar em um extremo o subsocial – aqueles indivíduos que
tendem ao retraimento e introversão. Temem não ser amados e sentem dificuldades em se
aproximar afetivamente dos outros, o que pode levar a padrões de evitação de elos íntimos.
Carinho
Apoio ou inveja
Hostilidade
Ciúmes
O subsocial 
O supersocial 
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No outro extremo, o supersocial – quando há uma tendência à extroversão. Tentam aliviar de forma
extrema a ansiedade de serem rejeitados e procuram estar bem próximos das outras pessoas.
Podem usar a manipulação como técnicas de relacionamento.
No meio desse espectro, encontra-se o sociável – quando interagir com as pessoas não é uma
dificuldade significativa. Desenvolvem uma intimidade saudável, pois são capazes de dar e receber
afeto genuíno.
O subsocial evita vínculos afetivos, enquanto o supersocial tenta ser próximo de todos. O primeiro pode se
ater a relações superficiais, temendo não ser querido. O segundo quer ser querido para aliviar o medo de
não o ser. Já o sociável se sente bem tanto em uma relação íntima quanto em uma situação de
distanciamento emocional.
O grupo de encontro
Psicologia humanista de Carl Rogers
Dentro de uma visão humanista, Carl Rogers – criador da abordagem centrada na pessoa – desenvolveu o
“grupo de encontro”. O objetivo é o autoconhecimento dos participantes para melhorar a autoaceitação e
autenticidade nas relações interpessoais.
O grupo de encontro é vivencial e de crescimento, no qual um pequeno grupo é orientado de forma não
diretiva por um facilitador, que os incentiva a superar seus bloqueios e promover a autenticidade direta e
aberta nas relações com os outros.
Consiste em uma vivência intensiva com o propósito de aumentar o autoconhecimento e melhorar a
qualidadede suas relações interpessoais entre os participantes.
São grupos pequenos, com aproximadamente oito a dezoito membros. São relativamente não estruturados
em termos de planejamento, de intervenções ou número de sessões. Também é importante falar sobre
como surgiu a experiência de grupos na prática e no desenvolvimento da abordagem centrada na pessoa.
O supersocial 
O sociável 
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A abordagem com grupos surgiu naturalmente a partir da experiência clínica de Rogers, nos anos 1970,
porque ele tinha um interesse na facilitação de processos de relações humanas. Essa prática é uma
aplicação da abordagem centrada na pessoa no contexto grupal, quando Rogers estava mais voltado para
relacionamentos interpessoais e processos sociais.
Um grupo de encontro é uma vivência pessoal, potencializada pelo coletivo e pela diversidade presente em
determinados tempo e espaço em que os pacientes se reúnem. É um espaço em que as pessoas se revelam
de forma mais profunda em função de um convívio que estabelece vínculos de confiança e cuidado entre os
participantes. É importante considerar que nenhum grupo é igual ao outro. Mesmo que uma pessoa troque
de grupo, ela já não é mais aquela que participou dos grupos passados.
Os compartilhamentos entre os membros do grupo podem ocorrer de múltiplas formas, tais como pela fala,
pelo silêncio, pelo gesto, pelo sorriso. No seu ritmo, o membro pode reconhecer e revisitar suas
experiências, seus processos de vida, dentro de um clima de confiança no qual ele pode compartilhar
livremente.
É um clima de autoconfiança no qual todos se sentem acolhidos e podem se revelar como se a pessoa, em
um momento, falasse sobre si e passasse, então, a falar de si. Ao colocar sua questão individual diante do
grupo, tendo a confiança de que será acolhida, há uma expectativa de perceber alternativas de experienciar
aquilo de um modo mais significativo para cada um dos presentes.
O grupo ajuda a atender a necessidade de confirmação do ser humano onde ele tem a possibilidade de se
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expressar e ser ouvido. Ali a pessoa pode ser ela mesma. Essas vivências de grupo permitem um caminhar
compartilhado. Pois esse contexto coloca as pessoas em contato e permite que elas ampliem a
consciência e os seus limites nas relações.
O grupo de encontro é uma fonte de relações próximas e verdadeiras onde sentimentos, emoções e
pensamentos podem se manifestar espontaneamente sem o medo de serem censurados.
O objetivo principal de um grupo de encontro é promover o crescimento pessoal e o aperfeiçoamento da
comunicação e das relações interpessoais por meio de um processo experiencial que acontece quando há
contato entre as pessoas.
A reciprocidade ocorre na medida em que eu me vejo quando o outro diz de si. Então, eu me vejo quando eu
digo de mim e quando o outro diz dele. Nisso está a potência de um coletivo.
Para algumas pessoas, mesmo ficar em silêncio durante um encontro de grupo pode fazer sentido para
elas. Sua simples presença ali. O silêncio também pode ser um compartilhamento.
O facilitador nos encontros grupais
O encontro não deve se centrar na figura do facilitador. Na intenção de contribuir com o grupo, o facilitador
pode atrapalhar, quando tenta passar alguma sabedoria sua ou administrar sua própria visão, como se
fosse um sábio que tem algo significativo a dizer. O facilitador espera o movimento do grupo, com
intervenções mínimas e sempre na direção de facilitar o crescimento pessoal e favorecer a expressão e
comunicação das pessoas para uma troca de experiências.
O facilitador não conduz o grupo. Ele participa do movimento do grupo, pois também é afetado pelas
questões que vão sendo mobilizadas no grupo. E é a partir dessa afetação do terapeuta que ele pode
facilitar o processo grupal.
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Os membros do grupo escolhem os objetivos de cada encontro e as direções pessoais a partir dessa
experiência. Nesse sentido, a dinâmica de interação do grupo é sempre em uma perspectiva do imediato, o
que acontece no momento. Mas o facilitador não inflexibiliza com a regra de que só pode ser falado sobre o
aqui e agora.
Ele apenas naturalmente reage mais aos sentimentos presentes do que aos passados.
O facilitador desenvolve um clima psicológico de segurança para redução de defesas e para que os
membros tenham a liberdade de expressar o que estão pensando ou sentindo naquele momento. É preciso
paciência e deixar que cada participante se comprometa ou não com o grupo.
O grupo de encontro acontece com base na necessidade humana de relações
próximas e verdadeiras, em que sentimentos podem ser manifestados
espontaneamente sem rejeição, censura ou dominação.
Experiências profundas podem ser colocadas, arriscando novas formas de comportamento dentro de uma
situação em que tudo é conhecido e aceito. Assim se torna possível algum desenvolvimento.
Re�exões observadas no grupo de encontro
Tendências dos processos grupais
Os encontros não são estruturados. Existem 15 tendências observadas que não são um modelo a ser
seguido, mas reflexões que acontecem ao longo do encontro, podendo ocorrer de forma simultânea.
Vejamos cada uma a seguir:
Fase de hesitação
Motivada pela não estruturação do grupo, de não ter um objetivo específico ou delimitado. Pode causar
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desconforto nos participantes, visto que eles não sabem qual é o objetivo daquele encontro. Nessa
perspectiva, o facilitador não tem responsabilidade de dirigir o grupo. Quem dirá o que fazer? Quem é
responsável por nós? Muitas vezes, essa confusão aparece por meio de um silêncio embaraçoso. Pode
ocorrer uma fala mais cerimoniosa de alguém, ou superficial, tipo aquela conversa tímida de sala de
espera, um sentimento de frustração ou uma ideia de que aquele grupo não vai dar continuidade ao
processo.
Resistência à expressão ou explorações pessoais
Desconforto inicial do processo e os membros do grupo vão se expressando gradualmente. Movimento
inicial mais tímido, pois o valor que eu atribuo ao meu eu interior está sujeito a várias flutuações, depende
das reações das pessoas a minha pessoa. Posso mostrar um “eu social” e guardar um “eu verdadeiro” e
mais íntimo para mim. Uma tendência a cobrir o eu interior, mais inseguro; e revelar o eu exterior, que
atende às expectativas sociais. Como saberei que é seguro me mostrar? É seguro ir mais longe e
profundo?
Descrição de sentimentos passados
Devido a resistência inicial, as pessoas falam de suas emoções e pensamentos no passado como se
fossem algo distante delas. Discursam sobre o que é exterior ao grupo. Mas a ideia dos encontros é
colocar como isso está sendo vivenciado naquele momento.
Expressão de sentimentos negativos
Algum membro do grupo pode atacar outro ou a figura do líder. Revelando um estresse por ele não
oferecer uma orientação clara ao grupo. Esses atritos avaliam, na prática, a liberdade e confiança no
grupo. Esse grupo é um lugar seguro ou me arrependerei?
Expressão e exploração do material com signi�cado pessoal
Pode-se favorecer ao grupo a revelação de algo muito significativo para um dos membros. Essa revelação
acontece porque o membro entende que ele tem liberdade para se expressar, ainda que seja arriscada.
Esse se torna o seu grupo. Surge a coragem para mostrar facetas pessoais mais íntimas.
Expressão de sentimentos interpessoais imediatos no grupo
Encontros também podem favorecer a expressão de sentimentos interpessoais (positivos ou negativos),30/09/2022 12:11 Formulações teórico-metodológicas dos processos grupais
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de acordo com o que acontece no encontro. Possibilitam feedbacks entre os membros, sobre como se
sentiu ou de que se lembrou diante do relato de alguém, por exemplo.
O desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no grupo
Aplicam uma capacidade terapêutica própria do grupo dentro dessa experiência intensiva de
compartilhamentos. As pessoas têm uma capacidade natural para tratar de um modo útil, simples e
terapêutico a dor e o sofrimento uns dos outros.
A aceitação do eu e o começo da mudança
O sujeito começa a se expressar a partir do movimento do grupo mostrando quem ele é, revelando os
seus sentimentos, seus pensamentos de uma forma autêntica e espontânea. Essa autoaceitação é a base
que favorece a mudança de comportamento.
O estalar das fachadas
Perspectiva de que o sujeito começa a diminuir o uso das suas máscaras sociais e passa a se mostrar de
forma verdadeira. O próprio grupo pode ficar impaciente e não aceitar que a essa altura alguém ainda viva
atrás de uma fachada. O movimento do grupo pode variar: rasgar uma máscara; ou ser delicado,
encorajando o participante a contar a história real.
O indivíduo é objeto de reação por parte dos outros
Esse “eu autêntico” é objeto de reação de feedback – positivo ou negativo – dos outros membros do
grupo. A pessoa acumula dados sobre como é visto pelos outros. Vai recebendo informações e dados
sobre ela mesma. Algumas vezes esse feedback ocorre de forma suave, mas em outras, de forma brutal.
Confrontação
Nessas colocações sobre o comportamento do outro, também podem ocorrer confrontos mais
elaborados.
Relações de ajuda de fora do grupo
Há a possibilidade de ajuda mútua fora do grupo terapêutico. Rogers identificou e observou as pessoas se
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ajudando fora do processo. Um membro torna-se disponível para o outro.
O encontro básico
Há uma tendência central e altamente humanizada no processo grupal das pessoas empatizarem umas
com as outras, pois diante da expressão de sentimentos que antes estavam reprimidos, elas se conectam
e se sentem completamente próximas umas das outras. Essa empatia não é apenas cognitiva, de
perceber ou avaliar o que o outro está sentindo. É identificar a vulnerabilidade que você sente, a partir da
dor do outro. Isso contribui também para a autoaceitação e para a aceitação e confiança no outro.
Expressão de sentimentos positivos e intimidade
Com essa empatia, o grupo começa a expressar sentimentos mais positivos e de intimidade, pois
estabelece uma sensação crescente de calor humano, espírito de grupo e confiança.
Mudanças de comportamento no grupo
Começam a aparecer mudanças de comportamento nos participantes, que podem ser notados: gestos,
formas de falar, tom da voz, às vezes, para mais forte ou para mais suave. Normalmente, para um tom de
voz mais espontâneo, menos artificial e com mais sentimento.
Há riscos nesses processos grupais quando um veterano interfere negativamente, roubando a
espontaneidade, pois acredita que já domina “as regras do jogo”. Outro risco é que o clima de afeto e
intimidade dê margem para atrações sexuais que venham a perturbar as relações. Também o problema de
se ver implicado em uma dificuldade que revelou publicamente, para a qual não estava preparado. Por fim, a
deficiência mais evidente é a de não conseguir transferir os ganhos para fora do grupo, em outros
ambientes.
FIRO-B e relações interpessoais
Neste vídeo, o especialista reflete sobre a ferramenta FIRO-B e as necessidades de inclusão, controle e
afeição, destacando os modos de interação humana em diferentes grupos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Schutz observou que um grupo se integra a partir do momento em que carências interpessoais são
satisfeitas. Uma das necessidades teorizadas por Schutz é a de controle, que diz respeito
Parabéns! A alternativa D está correta.
A necessidade de controle corresponde à segunda fase e está ligada às áreas de poder, influência e
autoridade. O membro mede sua força e capacidade de influência sobre os demais.
A à vinculação ou não ao grupo.
B ao nível de aproximação que permitirá vivenciar nas relações com os outros membros.
C ao quanto se sente pertencente ao grupo.
D ao grau de influência que poderá exercer no grupo.
E ao grau de consideração e apoio tem e espera dos outros.
Questão 2
O objetivo geral do trabalho rogeriano com o grupo de encontro é promover o autoconhecimento de
seus participantes para melhorar a autoaceitação e autenticidade nas relações interpessoais. Outra
característica relevante é
A o foco na realização de uma tarefa específica.
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Considerações �nais
Embasados teoricamente nas perspectivas dos autores abordados, podemos diagnosticar e intervir nos
processos das mais variadas realidades grupais.
Como são múltiplas as demandas grupais, os responsáveis pela formação, condução ou facilitação
precisam estar aptos a coordenar grupos centrados na resolução de conflitos, produção de objetivos,
promoção de suporte social, provisão emocional, desenvolvimento psicológico e preservação da dignidade.
A partir dessa base, gestores ou responsáveis por trabalhos de grupos podem transcender a compreensão
dos processos individuais, para potenciar pessoas coletivamente, segundo o interesse de cada membro e
do grupo em si, alinhando forças e acelerando resultados, sob orientação ética focada nessas condições.
Parabéns! A alternativa E está correta.
No grupo de encontro, a pessoa pode ser ela mesma e atender suas necessidades emocionais durante
as interações. Esse trabalho é orientado de forma não diretiva por um facilitador. Os
compartilhamentos entre os membros do grupo acontecem de múltiplas formas: pela fala, pelo
silêncio, gesto ou sorriso. Considerando que nenhum grupo é igual ao outro, sempre há ineditismos e
cada pessoa se transforma continuamente.
B a orientação diretiva do facilitador.
C a possibilidade de repetir as vivências grupais.
D as interações consistirem em processos verbais.
E
a possibilidade de atender necessidades humanas, como de confirmação e ser
escutado.
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Podcast
Para encerrar, ouça as contribuições teóricas dos processos grupais, com exemplos de desafios e boas
práticas do psicólogo no trabalho com grupos.

Referências
BETTONI, R. A.; ANDRADE, M. J. N. A Formação dos Grupos Sociais em Sartre. Revista Eletrônica UFSJ, n. 4,
p. 67-75, jul. 2002.
LEWIN, K. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1978.
LEWIN, K. Teoria de campo em ciência social. São Paulo: Pioneira, 1965.
MORENO, J. L. Psicoterapia de grupo e psicodrama. Campinas. SP: Livro Pleno, 1999.
MORENO, J. L. Fundamentos do psicodrama. São Paulo: Summus Editorial, 1983.
MORENO, J. L. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1983.
PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ROGERS, C. R. Grupos de encontro. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
SCHUTZ, W. Profunda Simplicidade: uma nova consciência do eu interior. São Paulo: Ágora, 1989.
SCHUTZ, W. Psicoterapia pelo Encontro. São Paulo: Atlas, 1978.

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