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FICHAMENTO - ANTROPOLOGIA JURÍDICA

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FICHAMENTO – CULTURA UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO 
Vítor Neri Donato de Barros 
 
O livro apresenta o conceito antropológico de cultura. Abordando um assunto 
amplo que acarreta diversas discussões no âmbito da antropologia. O livro 
também possui uma linguagem acessível, facilitando a aprendizagem sobre o 
tema, mas de maneira que não aprofunda completamente, apenas introduzindo 
conceitos e debates a respeito. Se baseando, sobretudo, na utilização de 
exemplos próximos a realidade brasileira e analisando a diversidade cultural da 
espécie humana como um todo. 
O livro se divide em duas partes, onde a primeira metade trata sobre o conceito 
de cultura através da perspectiva de manifestações iluministas, transcorrendo 
até autores modernos e na segunda metade aborda a influência da cultura no 
comportamento social atuando para diversificar a humanidade, não obstante a 
unicidade biológica. Assim, o livro cumpre o papel de abordar conceitos iniciais 
das matérias de antropologia 
 
Parte I – Da natureza da cultura ou da natureza à cultura. 
Dilema da conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da 
espécie humana. A preocupação com a diversidade de modos de 
comportamento entre diferentes povos. O choque entre distintas culturas e a 
identificação com a sua própria cultura. O conflito entre padres e indígenas na 
primeira fase da história do Brasil, e a influência dos conceitos culturais que 
levam um povo a se barbarizar ou se identificar com culturas distintas. 
Outro fator que também se mostrou determinante para o desenvolvimento das 
culturas é o clima e relevo, como aponta o texto. O livro aponta diversos 
exemplos onde os fatores culturais refletem diferenças sociais em diversos 
métodos e modelos de vida. Critica, porém, as teorias que atribuem capacidades 
específicas inatas a determinadas raças, o que possibilita a hierarquização e 
discriminação. 
A antropologia acredita que as diferenças genéticas não são determinantes para 
as diferenças culturais. Não havendo correlação entre a distribuição entre os 
caracteres genéticos e os caracteres culturais. Ainda, diferencia a espécie 
humana anatomicamente e fisiologicamente através do dimorfismo sexual, 
entretanto, resta provado que tais diferenças biológicas não justificam as 
diferenças comportamentais existentes entre pessoas de sexos diferentes, pois 
consiste na esfera puramente biológica e não uma determinação 
comportamental. 
Apesar dos fatores geográficos serem facilitadores ou não de determinados 
comportamentos sociais, não é possível admitir que a ideia do determinismo 
geográfico, como uma ação mecânica das forças naturais sobre uma 
humanidade que simplesmente é receptiva. Adotando uma posição de que a 
cultura age de forma seletiva, e não casual, sobre seu meio ambiente. Sendo a 
própria cultura o fator determinante para decisões seletivas. 
O livro apresenta uma construção histórica do conceito de cultura através do 
tempo, apresentando o homem como o resultado do meio cultural em que foi 
socializado. O indivíduo é herdeiro de um longo processo acumulativo, que 
reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas várias gerações 
antecedentes. Que se expressa através da manipulação adequada e criativa 
desse patrimônio cultural, permitindo inovações e invenções. Sendo todas, 
resultado de um esforço coletivo da comunidade. 
Também aborda a temática do ofuscamento do instintos humanos através do 
desenvolvimento da cultura, o que não se dá completamente, uma vez que a 
criança ao nascer busca o seio materno e instintivamente realiza o movimento 
de sucção, o que irá se repetir em diversos momentos do seu desenvolvimento 
infantil em diversas situações. Até o ponto em que suas ações passam a ser 
determinadas não mais pelos instintos, mas pela imitação dos padrões culturais 
da sociedade. 
Sendo, para tanto, a comunicação um processo cultural, que fortalece a troca de 
valores e costumes. A linguagem humana é um produto da cultura, e não existiria 
cultura se o homem não fosse capaz de desenvolver um sistema articulado de 
comunicação através da linguagem. Sendo todo o comportamento humano 
originado a partir da utilização de símbolos, e dependente da continuidade 
desses símbolos. 
A evolução humana a partir de seus ancestrais também se mostram como 
fatores condicionantes da cultura, uma vez que a cultura se desenvolveu 
simultaneamente com o próprio aparelho biológico humano, e por isso, 
compreende uma característica da espécie humana, assim como o bipedismo e 
o volume cerebral adequado. 
As teorias modernas sobre cultura admitem três afirmações: culturas são 
sistemas, ou seja, padrões de comportamento socialmente transmitidos, que 
servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos 
biológicos. Incluindo as tecnologias, o modo de vida social, econômico, político, 
religioso entre outros. As mudanças culturais são processo de adaptação 
equivalente à seleção natural. E a tecnologia, a economia de subsistência e os 
elementos da organização social formam o domínio mais adaptativo da cultura. 
Entretanto, não há possibilidade de compreensão exata dos fenômenos 
culturais, ou do conceito de cultura, pois está atrelado ao próprio conceito da 
natureza humana. 
 
Parte II – Como operar a cultura. 
Nesta segunda parte, o livro procura apontar de uma maneira prática, a atuação 
da cultura e de qual forma ela molda uma vida. A herança cultural, desenvolvida 
através das gerações condicionou a reagir depreciativamente em relação 
aqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria de determinada 
comunidade. Surgindo atos discriminatórios relacionados a comportamentos 
desviantes. 
A tendência de aproximação ou repúdio a determinadas culturas, reforça o 
conceito de “nós e os outros”, expressados em níveis diferentes. A divisão ocorre 
sob a forma de parentes e não parentes, a quem destinamos tratamentos 
diferenciado. Essa projeção no plano extra grupal resulta nas manifestações 
nacionalistas ou formas mais extremas de xenofobia. Discriminar os que são 
diferentes, porque pertencem a outro grupo, é um costume que pode ser 
encontrado dentro de qualquer sociedade. 
A cultura também é capaz de afetar alguns fatores fisiológicos, como em casos 
drásticos em que povos foram tirados de seu ambiente natural e escravizados 
desenvolvendo uma frustração a ponto de suicidarem-se e até exemplos mais 
práticos como o horário de almoço ser um fator que determina a necessidade e 
fome das pessoas. A cultura também pode provocar cura de doenças 
imaginárias ou reais, onde se acredita nos meios de cura através da cultura e 
rituais. 
Entretanto, a participação cultural não se dá de maneira totalitária, os indivíduos 
não são capazes de propagar todos os seus fatores culturais, pela infinidade de 
elementos culturais. Desde as sociedades mais complexas até aquelas onde a 
especialização refere-se somente as diferenças determinadas pelo sexo e idade. 
Mas é necessário um conhecimento mínimo da totalidade cultural para que o 
indivíduo consiga operar dentro do mesmo. 
Cada cultura possui uma coerência em seus fatores determinantes, e tal 
coerência somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence. Muito 
do que acreditamos ser uma ordem natural é na verdade fruto de um 
procedimento cultural. As culturas ordenam a seu modo o mundo que a 
circunscreve e que esta ordenação dá um sentido cultural à aparente confusão 
das coisas naturais. 
Cada sistema cultural está sempre em mudança, caracterizando a dinamicidade 
da cultura. Entender essa dinâmica, é importante para atenuar o choque entre 
as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Sendo fundamental para 
a humanidade a compreensão das diferenças entre os povos e suas culturas, e 
também necessário entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo 
sistema. Preparando o homem para enfrentar a constantee admirável mudança 
do mundo.