Buscar

Zoonoses por fungos

Prévia do material em texto

15/09/2020
1
Profa. Ma. Ana Lúcia Borges de Souza Faria
CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES 
FÚNGICAS
 Micoses superficiais dermatomicose: pele e pêlo
 Micoses cutâneas ou dermatofitose: pele, pêlo, unhas
 Micoses subcutâneas: pele e tecido conjuntivo
 Micoses sistêmicas: órgãos internos
 Micoses oportunistas
DERMATOFITOSES (TINEA OU 
TINHA)
 Infecções em superfícies ricas em queratina 
e causadas por fungos designados de 
Dermatófitos.
Etiologia
 Trichophyton
 Microsporum
 Epidermophyton
Morfologia
 Trichophyton
Crescimento rápido
Aspecto algodonoso
Macroconídios claviformes e isolados
Microconídios em maior quantidade
Espirais podem estar presentes
Morfologia
 Microsporum
Crescimento rápido
Aspecto algodonoso ou pulverulento
Numerosos macroconídios fusiformes 
Poucos microconídios
15/09/2020
2
Morfologia
 Epidermophyton
Crescimento lento
Aspecto aveludado
Numerosos macroconídios claviformes, 
isolados ou em cachos 
Microconídios inexistentes
Habitats e Hospedeiros 
 E. floccosum
 M. audouinii
 T. mentagrophytes
 T. rubrum
 T. tonsurans
1) Antropofílicos
Habitats e Hospedeiros 
 M. canis
 M. gallinae
 T. verrucosum
 T. mentagrophytes
2) Zoofílicos (causadores de infeccões no homem)
Habitats e Hospedeiros 
 M. gypseum
 M. cookei
 M. nanum
 T. simii
3) Geofílicos causadores de infecção no homem
Fatores Condicionantes
 Condição nutricional
 Condições de higiene
 Lesões na pele
 Umidade
 Endocrinopatias
 Antibióticos
PATOGENICIDADE
 pêlo: ataca camada superficial alcançando folículo
piloso.
 invade novos folículos radialmente, então surgem
placas ou lesão isolada com componente inflamatório
e microabscessos.
 os pêlos tornam-se quebradiços e caem surgindo
alopécia cicatrial permante.
15/09/2020
3
PATOGENICIDADE
 pele: lesão radial bem definida com centro
descamativo e bordos eritematosos, microvesiculosos.
 unha: início pela borda livre atingindo superfície e área
subungueal (filamentos micelianos septados).
Manifestações Clínicas
 Localização: pele lisa e glabra.
 Aspecto: placas circulares com bordas vesiculares e
avermelhadas. Apresenta prurido, descamação e fissuras.
 Principais agentes: M. canis e T. mentagrophytes.
1) Tinea corporis
Tinea corporis
Manifestações Clínicas
 Localização: pés e espaços interdigitais.
 Aspecto: agudo - pruriginosa, vesicular e avermelhada;
crônica - pruriginosa, descamação e fissura.
 Principais agentes: T. rubrum, T. mentagrophytes e E.
floccosum.
2) Tinea pedis
15/09/2020
4
Tinea pedis
Manifestações Clínicas
 Localização: virilha.
 Aspecto: lesão eritematosa, descamativa e pruriginosa.
 Principais agentes: T. rubrum, T. mentagrophytes e E.
floccosum.
3) Tinea cruris
Tinea cruris
Manifestações Clínicas
 Localização: couro cabeludo. Infecção interna e/ou externa
nos pêlos.
 Aspecto: placas circulares de alopecia com pontas de cabelo
curtas ou cabelo quebrado dentro do folículo.
 Principais agentes: M. canis e T. tonsurans
4) Tinea capitis
Tinea capitis
Favo
Quérion
15/09/2020
5
Manifestações Clínicas
 Localização: unhas.
 Aspecto: unhas espessadas ou com fragmentação,
despigmentadas, sem brilho e, às vezes, distorcidas.
 Principais agentes: T. rubrum, T. mentagrophytes e E.
floccosum.
5) Tinea unguium
Tinea unguium
Tinea unguium
Diagnóstico
 Exame direto: KOH 10-20%
 Cultura: Agar Sabouraud glicose com antibióticos
 Identificação de pêlos infectados (UV)
TRATAMENTO
 Tópico
Derivados azólicos - miconazol
- clotrimazol
- oxiconazol
- outros
15/09/2020
6
TRATAMENTO
 Sistêmicos
– Griseofulvina: 10 a 20mg/Kg/d ou 500mg/d
– Itraconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 100mg/d
– Fluconazol: 5 a 10mg/Kg/d ou 150mg/sem
– Terbinafina: 62,5mg/d (20Kg)
125mg/d (20-40Kg)
250mg/d (>40Kg)
MICOSES SUBCUTÂNEAS
• DEFINIÇÃO: ESPOROTRICOSE
– Doença contagiosa que acomete eqüinos, felinos,
bovinos e humanos.
– Caracteriza-se pelo desenvolvimento de nódulos e
úlceras cutâneas nos membros.
– Fungo encontrado em algumas plantas (“doença da
roseira”).
• AGENTE ETIOLÓGICO:
– Sporothrix schenckii
Características Gerais
Agente etiológico: Sporothrix schenckii
Fungo dimórfico que vive em vegetações.
Cresce na forma de bolor, produzindo hifas
septadas e ramificadas e conídios.
Em culturas, as colônias jovens são de coloração
negra e brilhante e com o envelhecimento se
tornam felpudas.
Produção de pequenos tumores subcutâneos.
A maioria dos indivíduos apresenta anticorpos
específicos a esporotriquina.
 Patogenia 
Nódulo granulomatoso local
Penetração do S. 
schenckii
Drenagem para linfáticos com 
espessamento e aspecto em corda
Trauma na pele
15/09/2020
7
DIAGNÓSTICO MICOSES SISTÊMICAS
 CRIPTOCOCOSE
 A doença é causada pelo fungo Cryptococcus
neoformans, que é uma levedura saprofítica,
encapsulada. Existem duas variedades desta espécie:
neoformans e gatti.
MICOSES SISTÊMICAS
 Fonte de infecção: pássaros (pombos) e morcegos
 Via de eliminação: fezes 
 Via de transmissão: contágio direto via aerógena 
(inalação de pó)
 Porta de entrada: trato respiratório
 Susceptível: bovinos, eqüinos, caprinos, ovinos, 
cães, gatos, primatas, homem
PATOGENIA
 Após a penetração do agente no organismo, ocorre um
foco no pulmão (foco primário).
 Em seguida, por disseminação via hematógena,
ocorrem focos nas meninges e no cérebro.
 Também podem ocorrer focos na pele, mucosas, ossos
e outros órgãos. A mortalidade em humanos é de 12%.
SINTOMAS
 Homem:
 febre, dor toráxica, hemoptise,
 massa granulomatosa (nódulos únicos ou
múltiplos no Rx),
 pápulas e abcessos na pele, com posterior
ulceração, dor de cabeça, rigidez na nuca,
distúrbios visuais, meningite cripotocócica.
DIAGNÓSTICO
 Exame direto: isolamento em cultura e/ou
detecção do antígeno em fezes de reservatórios,
material de biópsia e líquor.
Cultura em ágar Sabouraud
15/09/2020
8
MICOSES SISTÊMICAS
 HISTOPLASMOSE
 DEFINIÇÃO:
 A histoplasmose é uma zoonose causada por um fungo,
transmitida por morcegos e aves.
 Possui alta taxa de infecção em áreas endêmicas (forma
assintomática predomina – 90%).
 Sua ocorrência está associada a locais com alta concentração
de fezes de morcegos (cavernas, minas abandonadas, túneis)
 AGENTE ETIOLÓGICO:
 Histoplasma capsulatum
 H. capsulatum var. capsulatum – cães e gatos
 H. capsulatum var. farciminosum – linfangite epizoótica
eqüina
 H. capsulatum var. duboisii – humano
 cresce bem nos solos ricos em substâncias orgânicas,
com PH ácido - onde há dejeções de aves de criação,
morcegos ou pássaros.
 Fungo dimórfico: Histoplasma capsulatum
- Fase parasitária: semelhante à levedura (37ºC)
- Fase saprofítica (solo): micélio filamentoso com macro e 
microconídeos.
 EPIDEMIOLOGIA:
 Fonte de infecção: morcegos e aves (suas fezes
ajudam a proliferação da fase saprofítica).
 Via de eliminação: fezes.
 Via de transmissão: contágio direto via aerógena
(inalação de pó).
 Porta de entrada: trato respiratório.
 Susceptível: mamíferos e homem são hospedeiros
acidentais.
 PATOGENIA:
 A infecção, quase sempre, é produzida pela inalação da
fase filamentosa do fungo, que então penetra até o
alvéolo pulmonar, invadindo os linfonodos hilo-
mediastinais e disseminando-se pela corrente
sanguínea.
 Essa fungemia é assintomática e permite que o agente
parasite todos os tecidos do sistema monocítico-
fagocitário - pulmões, fígado, baço, linfonodos e
estruturas linfáticas do tubo digestivo.
15/09/2020
9
 SINTOMAS:
 HUMANOS:
 Forma pulmonar aguda: semelhante a gripe, pode passar
despercebida.
 Forma pulmonar crônica: acomete pessoas com mais de 40
anos, com enfermidade pulmonar pré-existente. Semelhante à
tuberculose pulmonar, com formação de cavidades, com curso
de meses a anos.
 Forma disseminada: é a mais grave, acometendo pessoas
muito jovens ou muito velhas. Hepatoesplenomegalia, febre,
prostação, pneumonia, hepatite, endocardite, ulceração de
mucosas.
FORMA DISSEMINADA
FORMA PULMONAR
 DIAGNÓSTICO:
 Epidemiológico Clínico
 Micológico
 Visualização direta
 Cultura
 Teste cutâneo
 Radiologia de apoio
Micromorfologia das colônias de Histoplasma capsulatum
revela a presença de muitos macroconídeos. Colônia de Agar 
Sabouraud corante Azul de Lactofenol. 
 CONTROLE:
 AMBIENTAL:
 aspersão de formol 3% sobre fezes; 
 uso de máscaras; 
 Umidificar as fezes.
MICOSES OPORTUNISTAS
Micoses oportunistas são infecções cosmopolita
causada por fungos de baixa virulência mas ao
encontrar condições favoráveis como distúrbios do
sistema imunológico desenvolvem poder patogênico
invadindo os tecidos.
Fatores intrínsecos (próprios dos hospedeiro):
neoplasias, diabetes, hemopatias, AIDS, velhice,
gravidez e todas as doenças que alteram a imunidade
celular.
Fatores extrínsecos: Antibioticoterapia,
corticosterapia, cirurgias de transplante e ambientes
hospitalares contaminados.
15/09/2020
10
CANDIDÍASE – CANDIDOSE – MONILÍASE
Agente etiológico => Fungos do gênero Candida s.p.
Candida albicans
Transmissão => origem endógena e exógena (intra-
hospitalar).
O fungo tem poder invasor em pessoas com doenças
crônicas, debilitados por tratamento prolongado com
antibióticos e drogas imunossupressoras.
PATOGÊNIA
 Mucosa oral (estomatite ou sapinho) – placas brancas,
isoladas ou confluentes, aderentes à mucosa, com
aspecto membranoso, rodeadas por halo eritematoso.
Pacientes gravemente enfermos e recém-nascidos de
mãe com candidíase vaginal.
Fig. 01 - Candidíase da mucosa oral
PATOGÊNIA
 Mucosa vaginal – lesões semelhantes à boca com
corrimento.
- Pacientes grávidas, diabéticas ou com terapêutica
antimicrobiana prolongada.
- No homem = balanite (infecção da glande) como DST.
Fig. 02 – Candidíase como DST
15/09/2020
11
MICOTOXICOSES
• Micotoxinas: metabólitos tóxicos produzidos por
fungos microscópicos.
• Micotoxicoses: intoxicações resultantes da ingestão de
alimentos contaminados com micotoxinas (centeio,
trigo).
Fungos produtores de toxinas:
Aspergilus, Penicillium, Fusarium, Claviceps
• Ação mutagênica e teratogênica
• efeito agudo: deterioração da função hepática e renal
• carcinoma hepático - crônico

Continue navegando