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Direito Internacional Público: Origem e Aplicação

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Direito Internacional Público
Para entendermos como o Direito Internacional Público se manifesta no nosso dia a dia, precisamos voltar um pouco na história para entender a sua origem e seu desenvolvimento, até chegarmos na sua concepção atual. Ao contrário do que imaginamos, por mais que o nome “Direito Internacional” nos faça pensar que esta matéria está um tanto distante de nossa realidade, ela se verifica mais perto e presente do que pensamos.
iStock 2017
Situação-problema
João Maria foi processado, julgado e condenado pelo crime de desacato. O advogado de João alega que a conduta praticada pelo seu cliente não deve ser considerada criminosa, pois o artigo 13 do Pacto de São José da Costa Rica garante o direito à liberdade de expressão e ao pensamento. Você está atuando como consultor jurídico com o objetivo de demonstrar ao Tribunal que o referido crime é incompatível com o Direito Internacional. Por isso é preciso analisar as seguintes questões:
Por que as normas de Direito Internacional devem ser observadas pelo Judiciário brasileiro?
De que forma elas podem influenciar a aplicação da legislação interna?
Quais as regras de hierarquia das normas internacionais no sistema brasileiro?
Explore a linha do tempo e conheça a evolução do direito internacional.
1º fase
2º fase
3º fase
4º fase
O Direito Internacional Antigo, também chamado de “Direito das Gentes”, essencialmente composto por normas que regulavam as relações entre comunidades desde a antiguidade oriental até a Idade Moderna.
Não se pode dizer que havia um Direito internacional propriamente dito, como hoje o concebemos, principalmente pela inexistência da concepção de Estado nacional neste período.
Há dois acontecimentos em que ocorre a afirmação do Direito Internacional clássico. Hugo Grócio, conhecido como o pai do Direito Internacional, escreve o famoso “O Direito da Guerra e da Paz”, publicado em 1625, e em 1648 ocorre a chamada Paz de Vestfália, que consistiu na assinatura dos tratados de Munster e Osnabruck, que marcaram o fim da Guerra dos 30 anos e o efetivo surgimento do Direito Internacional como uma ciência autônoma e sistematizada, voltada a regular as relações entre os Estados.
Esta fase teve início com o final da Primeira Guerra Mundial, após a assinatura do Tratado de Versalhes (1919). Essa fase inicia-se pela necessidade de cooperação para o enfrentamento de fenômenos transfronteiriços. Com o fim da Primeira Grande Guerra, os Estados passaram a perceber a necessidade de cooperação, com isso começaram a surgir as primeiras Organizações Internacionais.
A atual fase, denominada como Humanização do Direito Internacional, teve início com a intensificação do processo de globalização. É nesta fase que surge o jus cogens (direito cogente), as obrigações internacionais de caráter erga omnes, ou seja, aqui é que os Estados se obrigam à observância dessas obrigações, mesmo sem terem dado expressamente a sua anuência, conforme veremos mais detalhadamente adiante.
Pois bem, então o que seria o Direito Internacional? O que este ramo da ciência jurídica tutela? Primeiro precisamos esclarecer que, didaticamente, este ramo jurídico é dividido entre Público e Privado. Clique nas abas a seguir e conheça suas definições.
Direito Internacional Público
Pode ser definido como o conjunto de normas e princípios que regulam as relações entre Estados, Organizações internacionais e outros entes no seio da comunidade internacional.
Direito Internacional Privado
Diversas teses surgiram para tentar explicar o fundamento do Direito Internacional. As duas que mais se difundiram foram agrupadas e divididas em duas correntes: a voluntarista e a objetivista. Clique nas abas e conheça-as.
Voluntarista
Objetivista
Já segunda corrente surgiu justamente para contrapor o argumento da vontade, fundada na ideia de superioridade das normas internacionais frente às normas estatais e na sua autonomia e independência da vontade dos Estados. Dentro da corrente objetivista, a teoria que ganhou destaque e teve mais adeptos, permanecendo viva até os dias atuais, é a que fundamenta a obrigatoriedade das normas internacionais na regra do pacta sunt servanda, extraído do direito contratual.
No tocante à hierarquia das normas no plano internacional, ao contrário do que ocorre com as normas de Direito Interno, estatal, as normas internacionais não possuem uma hierarquia entre elas, ou seja, estão todas em um mesmo patamar, um tratado não se sobrepõe hierarquicamente a outro, não estão em uma pirâmide no plano internacional. Portanto, pode-se dizer que existem normas taxativas e inderrogáveis, que se sobrepõem  às demais.
E como essas normas de Direito Internacional se relacionam com o Direito Interno dos Estados? Não podemos esquecer que estamos falando de normas que regem a sociedade internacional, mas que esta é compostas por Estados que possuem, cada um, seus ordenamentos jurídicos próprios. Desta forma, precisamos estudar como essas normas adquirem relevância dentro da ordem interna dos Estados.
Existem duas principais teorias que pretendem explicar a relação do Direito Internacional com o Direito Interno, a Teoria Dualista e a Teoria Monista. Explore a galeria.
A Teoria Dualista ganha esse nome porque defende que o Direito Interno e o Direito Internacional são sistemas jurídicos distintos e independentes. Para os defensores dessa teoria, o Direito Internacional trata das relações entre Estados, enquanto que o Direito Interno regula a relação entre indivíduo/indivíduo e indivíduo/Estado. Logo, de acordo com essa teoria, o Direito Internacional é um mundo completamente separado do Direito Interno, seriam dois sistemas com fundamentos distintos, não havendo nenhuma comunicação direta e imediata entre eles. Assim, a norma jurídica de um sistema não pode valer, como tal, no seio do outro.
A Teoria Monista defende uma concepção antagônica a essa. Para os defensores dessa Teoria, o Direito é um só e, em oposição ao entendimento dualista, não aceita a existência de dois sistemas jurídicos distintos e independentes. Para os monistas, o Direito Internacional e o Direito Interno são dois elementos de um só conceito que se dirige ao indivíduo. Sendo assim, o Direito Internacional é adotado por meio de uma recepção automática no ordenamento interno e se aplica como tal, assim caso a norma possua autoaplicabilidade e caso não seja uma norma autoaplicável, ela deve ser transformada em direito doméstico.
Portanto, o Monismo parte do pressuposto da existência de uma hierarquia entre as normas internacionais e as normas do ordenamento interno, e, no caso de dúvida sobre a posição hierárquica de cada qual, os defensores dessa teoria divergem por dois caminhos: um que entende que as normas de direito internacional são hierarquicamente superiores, o primado do direito internacional, e outro que entende que as normas de direito interno são superiores, o de primado do direito interno.
A teoria a ser adotada no que tange a relação do Direito Interno com o Direito Internacional fica a cargo de cada Estado, entretanto devemos lembrar que ambos estão casa vez mais interligados e possuem inúmeros pontos de convergência. Nesse sentido, a jurisprudência internacional tem sido invariável ao reconhecer a primazia do Direito Internacional.

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