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GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 EVOLUÇÃO DO DEPARTAMENTO PESSOAL PARA GESTÃO DE PESSOAS AGREGANDO PESSOAS APLICANDO PESSOAS – ORIENTAÇÃO DAS PESSOAS APLICANDO PESSOAS – MODELAGEM DO TRABALHO APLICANDO PESSOAS – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO RECOMPENSANDO PESSOAS – REMUNERAÇÃO RECOMPENSANDO PESSOAS – PROGRAMAS DE INCENTIVO RECOMPENSANDO PESSOAS – BENEFÍCIOS E SERVIÇOS SOCIAIS DESENVOLVENDO PESSOAS – TREINAMENTO DE PESSOAS DESENVOLVENDO PESSOAS – DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS DESENVOLVENDO PESSOAS – DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES MANTENDO PESSOAS – RELAÇÕES COM OS COLABORADORES MANTENDO PESSOAS – GESTÃO DE CONFLITOS MANTENDO PESSOAS – SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA MONITORANDO PESSOAS TENDÊNCIAS PARA GESTÃO DE PESSOAS 06 10 14 18 24 29 36 42 48 54 60 68 73 79 85 92 FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN INTRODUÇÃO O mundo está mudando cada vez mais rápido. A mudança sempre existiu, mas não com a rapidez, profundidade e impacto com que ocorre hoje. E o que acontece fora traz um grande impacto sobre o que ocorre dentro da organização. Na década de 1990, na época pós-Guerra Fria, foi criado o conceito VUCA (em inglês) ou VICA (em português) que era utilizado para explicar a complexidade e as incertezas da situação geopolítica mundial. Após 2008, este começou a ser aplicado, também, no ambiente dos negócios. VUCA é um acrônimo dos termos em inglês: • volatility (volatilidade); • uncertainty (incerteza); • complexity (complexidade); • ambiguity (ambiguidade). Volatilidade: Nada é permanente, tudo muda e com grande facilidade. Essa volatilidade faz com que o mundo empresarial seja bastante desafiador. Incerteza: Refere-se a dúvidas, indecisões e imprecisões. Desta forma, se torna cada vez mais difícil levantar cenários futuros com base em acontecimentos passados. Complexidade: Diz respeito ao desafio de compreender o resultado das inúmeras variáveis de uma determinada situação. Remete-se ainda ao que não está sob o controle do gestor. Ambiguidade: Muitas situações apresentam possibilidades diversas de caminhos, justamente porque podem assumir diferentes sentidos. Assista ao vídeo abaixo para entender melhor este cenário: Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZuEF76Xs_Mw https://www.youtube.com/watch?v=ZuEF76Xs_Mw FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN (Por: Alessandra Alkmim - Palestrante, Educadora Criativa e Professora de Turmas de MBA. Vice-Presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da ACMinas. Diretora de Inovação da ABRH-MG) Neste contexto, o dinamismo, a flexibilidade e a agilidade são essencias. Apesar deste cenário em constante transformação, o papel da gestão de pessoas permanece sendo o de buscar a humanização nas relações. E “Humanizar é levar em consideração as necessidades do outro, é cultivar e praticar pequenos gestos que podem transformar uma vida”. (Patricia Batista) – Tema do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas - CONARH 2019. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 1 EVOLUÇÃO DO DEPARTAMENTO PESSOAL PARA A GESTÃO DE PESSOAS Começaremos o nosso estudo abordando a evolução do Departamento Pessoal (DP) nas organizações. As empresas são formadas por pessoas. E se por um lado as pessoas necessitam do trabalho para garantirem a sua subsistência, as empresas, por sua vez, também, necessitam de talentos humanos para se destacarem nos mercados onde atuam. Contudo, esta relação entre a companhia e o colaborador vem se transformando com o passar dos anos, e desta forma, o departamento pessoal também evoluiu, deixando de atuar apenas como um órgão controlador e passando a exercer um papel estratégico. De acordo com Knapik (2012), podemos destacar três estágios deste departamento: a) Departamento pessoal: apresenta uma gestão burocrática, de fiscalização e de punição. Neste estágio a empresa é mais centralizadora e reconhecida como um órgão de controle. b) administração de recursos humanos: as transformações no mundo e na própria indústria levaram o departamento pessoal a buscar uma visão de recursos humanos. Aqui a gestão apresenta-se mais dinâmica e com foco na motivação e no desenvolvimento das pessoas. c) gestão de pessoas: dimensão mais estratégica, tendo como visão administrar em parceria com as pessoas. O objetivo de um sistema de gestão de pessoas é auxiliar as organizações a desenvolverem competências diferenciadas e a conquistarem consistentemente um desempenho melhor. Os colaboradores são estimulados a assumir, juntamente com a direção da organização, a responsabilidade de levar a empresa a alcançar seus resultados. A área ou departamento de gestão de pessoas é o conjunto de políticas e subsistemas que se preocupa com o gerenciamento estratégico das pessoas e leva à eficácia dos colaboradores em busca dos objetivos pessoais e empresariais (KNAPIK, 2012, p. 53). A Gestão de Pessoas (GP) consiste, ainda, em uma série de atividades integradas e pode ser definida como um conjunto de estratégias, métodos, políticas e práticas que visam FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN administrar os comportamentos internos e potencializar o desenvolvimento da organização. Segundo Chiavenato (2014), a gestão de pessoas pode ser resumida em seis macroprocessos básicos: 1. Processos de agregar pessoas: destinados à identificação, atração e integração de novos talentos na empresa. Incluem o recrutamento e a seleção de pessoas. 2. Processos de aplicar pessoas: utilizados para definir atividades que as pessoas realizarão na organização, orientar e acompanhar seu desempenho. Contemplam a estrutura organizacional, a modelagem do trabalho e a avaliação de performance. 3. Processos de recompensar pessoas: estabelecem elementos para incentivar e motivar as pessoas e satisfazerem suas necessidades individuais. Envolvem remuneração, programas de incentivos e benefícios e serviços sociais. 4. Processos de desenvolver pessoas: aplicados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal dos indivíduos. Integram o desenvolvimento das pessoas, gestão do conhecimento e gestão de competências, educação corporativa, gestão de mudanças, gestão de carreiras e programas de comunicação. 5. Processos de manter pessoas: utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem gestão do clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. 6. Processos de monitorar pessoas: utilizados para acompanhar as atividades das pessoas e aferir resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Seis processos básicos da Gestãode Pessoas Adaptado de Chiavenato (2014, p.14) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Isto está na rede Para manter os processos em harmonia e garantir o alinhamento estratégico da GP, contamos com a forte atuação do gestor de pessoas. Ele tem um papel fundamental, pois orquestra a organização promovendo a maximização do conhecimento e aumentando a vantagem competitiva da organização. Saiba mais assistindo ao vídeo abaixo do filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário brasileiro Mário Sergio Cortella. https://www.youtube.com/watch?v=EdPS5LjT6Ts Isto acontece na prática Na busca desta parceria para, juntamente com o negócio, alcançar as metas, a gestão de pessoas tem buscado trabalhar os seis macroprocessos de forma que eles se entrelacem, se apoiem e reforcem um ao outro. Todos eles possuem o mesmo grau de importância e tê-los estruturados de forma eficiente permite a organização apresentar práticas éticas e socialmente responsáveis, proporcionando qualidade de vida no ambiente de trabalho e trazendo maior valor agregado aos seus produtos e serviços, tornando-se mais competitiva no mercado. Assim, é comum nos dias atuais nos depararmos com organizações que se estruturam a partir de Centros de excelência de gestão onde estão todas as atividades que já são conhecidas e possuem uma descrição formal são direcionadas a um espaço de operações; as atividades novas que requerem maior estudo e alinhamento com a estratégia são encaminhadas a um espaço de especialização e as necessidades pontuais do negócio são encaminhadas a um espaço de parceiros de negócios, uma espécie de consultor interno que apoia os líderes em suas decisões sobre pessoas. Estes 3 espaços trabalham com temas que permeiam os 6 macroprocessos da GP. Anote isso O momento atual exige protagonismo, todos os líderes e colaboradores são estimulados a assumir, juntamente com a direção da organização, a responsabilidade de levar a empresa a alcançar seus resultados. https://www.youtube.com/watch?v=EdPS5LjT6Ts FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Figura Freepik <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”> Negócio foto criado por freepik - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 2 AGREGANDO PESSOAS Após entendermos sobre a evolução do departamento pessoal e quais as características principais da Gestão de Pessoas. Abordaremos, nesta aula, o primeiro processo da GP. Agregar pessoas pode ser conhecido também como o processo de provisão ou de suprimento de pessoas. Iniciaremos falando do Recrutamento de Pessoas. Recrutar significa encontrar e atrair candidatos para vagas de trabalho existentes ou em potencial. Este processo inicia-se a partir de uma vaga e, de posse dos requisitos desta (descrição de cargos, competências necessárias, escolaridade, experiência mínima – quando houver, entre outros atributos), o recrutador começa o seu trabalho, anunciando a vaga ou buscando candidatos potenciais em um banco de talentos. O Recrutamento pode ser interno, externo ou misto. No recrutamento interno a organização divulga a vaga aos seus colaboradores ou busca- os em um banco de dados internos e, caso tenha algum candidato que atenda aos requisitos e o interesse deste pela vaga, a empresa realiza uma movimentação interna. Este formato permite que os colaboradores se desenvolvam e pode aumentar a motivação das equipes. Além disso, é mais econômico e mais rápido. É necessário, entretanto, uma boa avaliação do candidato e transparência durante todo o processo, para evitar sentimentos de favoritismo. O recrutamento externo ocorre quando a empresa publica sua vaga em canais exteriores (revistas, portais, mídias sociais, faz divulgação em escolas etc.) ou realiza buscas a candidatos por meio de banco de talentos ou agências especializadas. Esta opção renova e enriquece as equipes que recebem colegas com experiências diferentes. No entanto, geralmente é mais cara e demorada. Já o recrutamento misto é aquele onde a empresa considera a participação de candidatos internos e externos, priorizando sempre aquele que melhor atender aos requisitos da função. Logo após o recrutamento é realizada a Seleção das pessoas. Na seleção será realizado um filtro dos candidatos. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Em termos mais amplos, a seleção busca entre os vários candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na organização ou que possuam as competências requeridas pelo negócio, visando a manter ou a aumentar a eficiência do desempenho humano, bem como a eficácia da organização” (CHIAVENATO, 2014, p.118). A seleção de pessoas envolve algumas técnicas como: • entrevista de seleção; • prova de conhecimento ou capacidade; • testes psicológicos; • testes de personalidade; • exames médicos; • testes ergonômicos. A cada etapa do processo os candidatos que atingem às exigências são mantidos no processo seletivo e evoluem para uma próxima etapa. Já aqueles que não cumprem os requisitos são excluídos do processo para aquela vaga, mas podem permanecer no banco de dados da organização para outras oportunidades. Os candidatos aprovados em todas as etapas de seleção estarão aptos à contratação. A contratação ou admissão é algo que necessita bastante atenção. A lei que estabelece o processo de admissão é regida pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), que determina os direitos e deveres que as empresas e os colaboradores devem seguir. Primeiramente é preciso conhecer bem os tipos de contrato de trabalho e qual será o contrato utilizado para aquela função (contrato de trabalho por tempo indeterminado, intermitente, por tempo determinado, de experiência, por tempo parcial, de estágio, de aprendiz etc.). E de acordo com o contrato firmado entre a empresa e o colaborador existirão regras específicas a cumprir, previstas em nossa legislação. De posse desta e outras informações como horário de trabalho, valor contratual de salário, pacote de benefícios, jornada de trabalho será possível iniciar a admissão. Para realizar a contratação é necessário verificar se o colaborador possui o número do PIS – Programa de Integridade Social, pois este garante que seja recolhida a contribuição tributária de caráter social a qual financia benefícios como abono salarial e seguro desemprego. Na sequência é necessário realizar um check list dos dados do colaborador e então já é possível formalizar a contratação. Atualmente, todas as informações são lançadas no e-Social (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas) que foi elaborado pelo governo FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN federal, para facilitar a administração de informações relativas aos trabalhadores de forma padronizada e simplificada e instituído pelo decreto nº 8373/2014. Por meio desse sistema, as empresas comunicam ao governo federal, de forma unificada, as informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Isto está na rede Conheça um pouco mais sobre as melhoras práticas de Recrutamento e Seleção acessando o artigo abaixo que está disponível da página empresa de consultoria global Great Place to Work (GPTW), responsável pelo ranking das Melhores Empresas para Trabalhar. https://gptw.com.br/conteudo/artigos/recrutamento-e-selecao/ Isto acontece na prática Algumas empresas têm substituído o termoRecrutamento por Aquisição de Talentos ou em inglês Talent Acquisition (TA). Enquanto o recrutamento foca em um trabalho mais imediato e reativo de encontrar candidatos para as vagas já abertas, a aquisição de talentos traz o conceito de uma atividade cíclica e mais ampliada que antecipa as necessidades futuras da empresa. Empresas que estão com foco em TA valorizam a experiência do candidato e buscam conhecê-los integralmente: sua história, seus valores, seus medos e preocupações, como pensam, agem e tomam decisões, ou seja, vai além do papel organizacional. Uma vez que a organização apresenta com clareza seus propósitos, seus valores, sua cultura e sua proposta de valor, ela é capaz de atrair pessoas que comungam das mesmas práticas que ela (fit cultural). E a partir deste olhar mais amplo para o candidato, se torna mais provável realizar a contratação de pessoas com o mesmo fit cultural e que, por sua vez, possuirão maior probabilidade de motivação, engajamento e permanência na empresa. https://gptw.com.br/conteudo/artigos/recrutamento-e-selecao/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Anote isso É muito importante que todas as etapas de recrutamento e seleção sejam conduzidas com ética e transparência. A cada etapa a empresa precisa retornar aos candidatos. Existem empresas que retornam apenas aos aprovados para a próxima fase. Esta prática, além de provocar ansiedade e frustração na pessoa que fica aguardando o retorno, ainda, pode prejudicar a imagem da empresa como marca empregadora. Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por pressfoto - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 3 APLICANDO PESSOAS – ORIENTAÇÃO DAS PESSOAS Agora que já sabemos como recrutar, selecionar e contratar as pessoas. Vamos conversar sobre como integrá-las à organização. Após a contratação, as empresas iniciam um processo de integração, socialização organizacional ou onboarding. Neste período é apresentado ao novo colaborador: • as regras gerais e códigos de ética e conduta; • as normas e procedimentos internos; • a estrutura organizacional; • os principais produtos e serviços; • as normas de segurança do trabalho; • os EPIs (Equipamento de Proteção Individual), quando aplicável; • as informações ou capacitações inerentes à função; • a área onde irá atuar e seus objetivos macros; • as responsabilidades gerais de sua atividade; • a cultura da empresa, sua missão, visão e valores; Transferir elementos da cultura e os padrões de comportamento valorizados pela organização é muito importante. Toda empresa tem a sua cultura organizacional. A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas que é compartilhado por todos os membros de uma organização. Refere- se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira com que faz seus negócios, a maneira com que trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários (CHIAVENATO, 2014. p.154) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN A cultura é a maneira como as coisas são feitas naquela empresa. Conforme Schein (2009), toda cultura possui três níveis diferentes: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas. Os Níveis da Cultura Fonte: do próprio autor Os níveis da cultura podem ser comparados a um Iceberg onde os artefatos referem-se ao que está na superfície e ao alcance dos olhos, já os valores compartilhados são componentes invisíveis e enraizados e as pressupõe básicas, por sua vez, remetem ao nível mais profundo. • artefatos: o primeiro nível da cultura, o mais superficial, visível e perceptível. Dizem respeito às coisas concretas que cada pessoa vê. Incluem os prédios, uniformes, produtos, serviços. Quando se percorre as fábricas e os escritórios pode-se notar como as pessoas se vestem, como falam, sobre o que conversam, como agem e se comportam, quais as coisas que são importantes e relevantes para elas. • valores compartilhados: o segundo nível da cultura. São invisíveis, enraizados e que definem as razões pelas quais as pessoas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros. Em muitas culturas organizacionais, os valores são criados originalmente pelos fundadores da organização. O excesso de controle e a burocracia podem ser exemplos de valores compartilhados; assim como o espírito de colaboração e participação entre os membros de uma equipe. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • pressuposições básicas: o nível mais profundo e inconsciente da cultura organizacional. São as crenças, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes nas quais as pessoas creem e que influenciam a todos, mas não estão registradas. Todavia apesar de apresentada logo no início, a cultura organizacional é algo que o colaborador irá internalizar com o passar do tempo. A cultura organizacional é disseminada de várias formas, como histórias, rituais, símbolos materiais e linguagem. • histórias e mitos: contos e fatos que remetem ao próprio fundador e/ou momentos críticos e de superação da empresa, geralmente, ancoram o presente no passado e explicam a legitimação das práticas atuais • rituais e cerimônias: sequência de atividades e eventos repetidos que reforçam determinada conduta. As cerimônias de aniversário da empresa e os eventos de fim de ano reforçam aspectos da cultura. • símbolos materiais: a arquitetura do prédio, a disposição das mesas (layout) nos escritórios, o tamanho das salas, a marca, o logotipo e cores são exemplos de comunicação não verbal e de símbolos que definem o grau de igualdade, o nível de autoritarismo, o estilo de trabalho (participativo ou individualista), entre outros. • linguagem: as organizações desenvolvem termos particulares para descrever produtos, serviços, equipamentos, escritórios, pessoas, clientes, fornecedores. A maneira como as falam e se comportam (linguagem verbal e corporal) constituem formas de expressar a cultura. Isto está na rede Segundo artigo publicado pela Live University, empresas que implementam processos sólidos de integração costumam ter uma retenção de funcionários significativa e maior satisfação em níveis gerais de produtividade. Esses benefícios provêm do treinamento onboarding, presente antes mesmo da contratação do colaborador. Leia o artigo na íntegra, no link abaixo. https://liveuniversity.com/o-que-e-onboarding/ https://liveuniversity.com/o-que-e-onboarding/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Isto acontece na prática O mundo vem se transformando e evoluindo rapidamente, por isso, muitas empresas têm realizado trabalhos para fortalecer e evoluir a cultura organizacional. Para isso, é realizado um diagnóstico dos aspectos culturais e feita uma proposta de mudança que indicará: manter aspectos positivos da cultura e que estejam bem disseminados na organização; reforçar elementos alinhados ao propósito e que talvez não estejam tão enraizados na companhia; e eliminar/evoluir práticas que não são sadias ou que não se aplicam mais ao contexto atual. Este diagnóstico pode ser realizado por uma empresa de consultoria ou pela própria gestão de pessoas, de forma participativa, junto com os colaboradores.Na linha da evolução nos dias atuais, frequentemente, são sugeridos incluir ritos e símbolos que estimulem a agilidade, a flexibilidade, a inovação e a adaptabilidade entendendo que estes são aspectos muito importantes para o momento em que vivemos. Anote isso Vale ressaltar que a evolução da cultura organizacional não é algo fácil, normalmente, leva um tempo para amadurecer e somente ocorre quando a liderança a reforça no dia a dia. Assim, não basta ter os valores declarados em uma parede ou durante um evento. É necessário que vivenciá-los. Um exemplo disso é a empresa que tem o valor de criatividade e inovação, mas o líder não reúne sua equipe para solicitar novas ideias e quando estas surgem ele não dá ouvidos. Com o passar do tempo, as pessoas deixaram de contribuir. Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por rawpixel.com - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://rawpixel.com http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 4 APLICANDO PESSOAS – MODELAGEM DO TRABALHO Uma vez integrados e acolhidos é necessário detalhar aos novos colaboradores suas atividades e responsabilidades na nova função. O trabalho em uma organização, mesmo as mais modernas, não pode ser feito ao acaso necessita de organização, planejamento e divisão das tarefas. O primeiro nível de organização refere-se à estrutura organizacional que define como é o funcionamento desta, incluindo hierarquias, áreas, processos e comunicação. A estrutura é uma ferramenta essencial e apoia o alcance dos objetivos, estratégicos, permitindo que todos caminhem em uma mesma direção. Ter uma estrutura definida pode contribuir para que: • processos sejam clarificados e seus indicadores melhorados; • colaboradores sintam-se integrados ao negócio; • análises de escassez ou excesso de recursos sejam realizadas; • estabeleça uma comunicação clara e transparente com colaboradores e com o mercado. Na era da Informação, as organizações necessitam de agilidade, mobilidade, inovação para enfrentar as novas ameaças e oportunidades em um ambiente de intensa mudança e turbulência. Por isso, as estruturas organizacionais estáticas e hierarquicas, como comumente conhecemos, vêm perdendo espaço para modelos dinâmicos com equipes multifuncionais e que são ajustados e redefinidos em razão das mudanças de ambiente e tecnologia. Uma vez definida a estrutura é momento de conversar sobre o cargo e suas atribuições. O cargo consiste em um conjunto de obrigações e responsabilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos. Os cargos são os meios pelos quais a empresa destaca e utiliza as competências dos colaboradores e também compõem a forma de as pessoas realizarem suas atividades e alcançarem os objetivos. Os cargos são descritos e documentados nas organizações. A descrição de cargos é a definição escrita do que o ocupante do cargo faz, como e em que condições o cargo é desempenhado. Deve ser clara, impessoal, apresentar as especificações do cargo, relacionando FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN os conhecimentos, as habilidades e as capacidades necessárias ao desempenho satisfatório do cargo. Descrição de Cargo Classificação do cargo (CBO): xxxxxxxxxx Cargo: Nome do cargo Descrição Sumária É uma síntese das principais responsabilidades e deve retratar a essência do cargo e suas atribuições. Descrição Detalhada (principais atividades) Devem ser descritas as tarefas ou responsabilidades (o que faz?), a periodicidade (quando faz?), pessoas ou processos (como faz?) locais e posturas (onde faz?) e o objetivo a ser alcançado (por que faz?); Especificações do Cargo Formação (Escolaridade): Experiência: Os cargos necessitam estar regulamentados conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). A CBO foi instituída com base legal na Portaria nº 397, de 10.10.2002 e é o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. A CBO é utilizada em registros administrativos como: a Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED, o Seguro Desemprego, a Declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física - DIRPF entre outros. Em pesquisas domiciliares é utilizada para codificar a ocupação como, por exemplo, no Censo Demográfico, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD e outras pesquisas de institutos de estatísticas como o IBGE. Segundo o Ministério do Trabalho, para atender o dinamismo das ocupações, a CBO tem por filosofia sua atualização constante de forma a expor, com a maior fidelidade possível, as diversas atividades profissionais existentes em todo o país, sem diferenciação entre as profissões regulamentadas e as de livre exercício profissional. A CBO tem o reconhecimento no sentido classificatório da existência de determinada ocupação e não da sua regulamentação. A regulamentação da profissão diferentemente da FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN CBO é realizada por Lei cuja apreciação é feita pelo Congresso Nacional, por meio de seus Deputados e Senadores e submetida à sanção do Presidente da República. Após a descrição vem a análise do cargo. A análise é feita a partir da descrição e tem como finalidade determinar os requisitos, deveres e responsabilidades de um cargo e o tipo de pessoa que deverá ocupá-lo, funciona como uma análise comparativa de quais exigências (requisitos) o cargo impõe à pessoa que o ocupa. “A análise de cargos é a informação a respeito do que o ocupante do cargo faz e os conhecimentos, as habilidades e as competências que ele precisa para desempenhar o cargo adequadamente” (CHIAVENATO, 2014, p. 190). Veja na figura a seguir os detalhes desta análise. Fatores de especificações na análise de cargos Fonte: Chiavenato (2014, p.190) Para que a análise seja realizada é necessário coletar os dados. Existem 3 maneiras mais comuns de realizar esta atividade: por meio de entrevista, através de questionário distribuído ao colaborador ou ao seu superior ou pelo método de observação. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN A descrição e a análise de cargos funcionam como o mapeamento do trabalho realizado na organização e seus principais objetivos são: • subsídios ao recrutamento e à seleção de pessoas – definição do mercado no qual recrutar e as características do candidato; • inputs para o treinamento – conteúdos de programas de treinamento, conhecimentos e habilidades; • base para avaliação e classificação de cargos - fatores de especificações para utilizar como determinantes de avaliação de cargos, escolha de cargos referenciais para pesquisa de salários, por exemplo; • critérios para avaliações de desempenho – critérios e padrões de desempenho, bem como objetivos e resultados a serem alcançados; • informações para programa de higiene, saude e segurança – informações sobre condições de insalubridade e periculosidade ou outros relevantes; • guia para executivos como gestores de pessoas - dados sobre o conteúdo dos cargos e o desempenho das pessoas que compõem as equipes. Com a visão clara de organização, descrição e análise dos cargos é possivel realizar o que chamamos de gestão de carreira. Segundo Bergamini, a carreira é uma jornada longa e uma das mais importantes de nossas vidas, pois passaremos a maior parte de nosso tempo nos dedicando a ela. Quando falamos de gestão de carreiras, dentro do conceito de gestão de pessoas, estamos destacando as posições e atividades desenvolvidas por uma pessoa, o caminho a ser percorrido no período em que permanece em determinada empresa. Tradicionalmenteas empresas preparam planos de carreiras para seus colaboradores objetivando capacitá- los para ocuparem posições cada vez mais altas na hierarquia da companhia. Atualmente, as empresas vêm se transformando, as estruturas estão ficando mais achatadas, ou seja, com quantidade menores de níveis hierárquicos, por isso, muitas movimentações horizontais já vem sendo realizadas que consideram cargos no mesmo nível, mas mais complexos ou envolvendo outras especialidades. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Isto está na rede Convido você a assistir ao vídeo abaixo da Andrea Piscitelli, consultora e professora de cursos de MBA, que traz qual é a responsabilidade da empresa e do colaborador quando o assunto é gestão de carreira. https://www.youtube.com/watch?v=M9SLxxwtCDE Isto acontece na prática Como vimos no vídeo acima, no cenário atual, o plano de carreiras vem perdendo forças e está cedendo lugar para o autogerenciamento da carreira. Assim, quem precisa se preocupar com a carreira é a pessoa e não mais a empresa. Cada pessoa deve primeiro conquistar o seu autoconhecimento, conhecer seus talentos, alinhá-los aos seus propósitos e administrar sua carreira peofissional sabendo ajustá- la às demandas e às exigências de um mundo em rápida mudança e transformação. Cabe à empresa oferecer às pessoas informações sobre as possibilidades de carreiras e movimentações internas e ajudá-las a se capacitarem. Anote isso O autogerenciamento da carreira permite que você defina metas para o seu crescimento, desenvolvimento e estimule a si mesmo a alcançá-las. Em vez de esperar ordens, você adota uma postura proativa e toma as rédeas do controle da sua própria carreira. No geral, autogerenciamento precisa ser sinônimo de autoconhecimento. E o autogerenciamento faz você parar de perder oportunidades preciosas de crescer e de se tornar um profissional melhor. https://www.youtube.com/watch?v=M9SLxxwtCDE FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por creativeart - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 5 APLICANDO PESSOAS – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Tendo conhecido os detalhes do cargo e a possibilidade de autogestão da carreira, faz-se importante definir, em conjunto com o colaborador, as suas metas e informar de maneira clara e transparente como será medido o seu desempenho. As metas individuais e de cada área da empresa devem estar alinhadas e necessitam contribuir para o atingimento dos objetivos gerais da companhia. Constantemente avaliamos e somos avaliados, seja na vida pessoal ou profissional. A avaliação é a mensuração do desempenho humano, esta minimiza as incertezas e proporciona o feedback ou a retroação a respeito do desempenho. Desempenho, segundo o dicionário, é a ação ou efeito de desempenhar, é o cumprimento de obrigação ou de promessa. Desta forma, o desempenho está intimamente ligado aos resultados e às entregas de determinada pessoa ou equipe. A avaliação do desempenho deve mostrar ao colaborador o que pensam a respeito do seu trabalho e da sua contribuição à organização, ao cliente e aos demais stakeholders. Entretanto, na verdade, o principal interessado na avaliação do desempenho é o próprio colaborador. Sistemas de avaliação complexos e centralizados têm dado espaço para programas simples de medição onde o próprio colaborador, seus pares, superiores, subordinados, clientes e parceiros podem retroalimentá-lo sem que haja um processo muito burocrático. A primeira etapa de uma avaliação de desempenho inicia com a autoavaliação, onde o colaborador é o responsável pelo seu desempenho e pelo acompanhamento deste com o auxilio de seu superior. Conforme Chiavenato 2014, o colaborador deve avaliar seu desempenho como um meio de alcançar metas e resultados fixados e superar expectativas; analisar quais são as necessidades e carências pessoais para melhorar o desempenho, quais os pontos fortes e os fracos, as potencialidades e fragilidades. Realizar a autoavaliação é um exercício importante de autoconhecimento e auxilia no desenvolvimento do colaborador. Em grande parte das organizações é papel do líder realizar a avaliação de desempenho de sua equipe com a assessoria da área de gestão de pessoas que estabelece os meios e os critérios para que a avaliação possa acontecer. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Outra forma de realizar a avaliação de desempenho também é fazê-la de forma interativa onde o colaborador e seu superior a realizam, onde a liderança exerce um papel orientativo, enquanto o colaborador avalia o seu desempenho em função do feedback recebido. Este modelo de avaliar é flexível, realizada pelo líder por meio do contato direto com o subordinado. A avaliação resulta de um entendimento entre o superior e o colaborador é praticamente uma negociação, no sentido de que ambos trocam ideias e dados, resultando em um compromisso conjunto: o executivo proporciona todas as condições possíveis para o crescimento profissional do colaborador e este busca alcançar os objetivos pré-acordados. Algumas empresas adotam ainda o que chamamos de avaliação 360. Trata-se de uma avaliação circular onde participam o superior, os colegas de trabalho e pares, subordinados (se houver), clientes internos e externos, fornecedores, enfim, todas as pessoas ao redor do avaliado em uma abrangência de 360º. Este tipo de avaliação é rica, uma vez que traz uma percepção ampliada de todo o entorno, contudo, se o colaborador não estiver preparado e aberto a receber estes feedbacks ele pode se sentir na “berlinda” e frustrado com algumas colocações. A avaliação normalmente é medida por meio de escalas gráficas, sendo definidos os critérios em conjunto e, após, avaliados por uma escala, conforme exemplo abaixo. Escala gráfica de avaliação do desempenho Fonte: Chiavenato (2014, p.218) FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Ao ser avaliado o colaborador receberá a retroação, que é uma informação de retorno, ou, como é mais conhecido, o feedback. O feedback é uma resposta a um estímulo oferecido como uma forma de avaliação, ou seja, é uma forma de comunicação e diálogo que deve ser entendido como uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizado. Ao realizar este diálogo é importante que sejam abordados fatos. Deve-se conversar sobre uma atitude ou comportamento específico. É necessário, também, explicitar o comportamento que de fato originou a reação ou que causou o impacto e explicar em qual aspecto aquele comportamento conflita com a cultura e os valores da empresa. É desejável fechar a conversa trazendo possíveis opções para a mesma situação no futuro. Exemplo de abordagem no feedback: - Na reunião da última sexta-feira, observei que, por mais de uma vez, você levantou a voz ao dirigir-se ao seu colega “X”. Este comportamento me deixou desconfortável, pois aqui na empresa prezamos por um ambiente de cooperação e de muito respeito, além disso, as colocações foram realizadas na presença de demais colegas o que pode contribuir para um ambiente menos empático e colaborativo. Como você acredita que poderia ter sido a sua abordagem com o seu colega? Podemos combinar de, em nossos próximos encontros, você fazer as suas considerações de uma maneira mais polida e cortês? Grande parte do trabalho realizado nas empresas são concretizados em equipes, sejam elas de um mesmo departamento ou de áreas diversas. Desta forma, o trabalho em equipe, passou a ser uma competência bastante importante. Otrabalho em equipe tem sua essência na colaboração mútua e integrada, ou seja, busca o trabalho conjunto. Desta forma, objetiva-se cada vez mais não talentos isolados apenas, mas a composição de times de alto desempenho. Equipes de alto desempenho são aquelas que têm um time unido, focado, cooperativo e capaz de apresentar excelentes resultados. Por meio da sinergia de conhecimentos, comportamentos e habilidades esses indivíduos se complementam, apresentando ideias inovadoras e solucionando problemas de maneira ágil e criativa. Na equipe há um foco, uma visão comum, e o consenso de que a única maneira de alcançá-la é através do trabalho conjunto. É um desafio transformar agrupamentos de pessoas em equipes integradas. O desafio maior da liderança é transformar equipes integradas em equipes de alto desempenho (CARVALHAL; FERREIRA, 2001, p. 104). Em uma equipe de alto desempenho, os propósitos são claros, principalmente em relação aos resultados, visão e missão da organização. Quando a visão geral da equipe se torna FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN comum, o clima organizacional tende a se tornar mais favorável e propício a um maior rendimento da equipe; eles se respeitam, ouvem e são mais receptivos às informações recebidas. É preciso criar um ambiente de diálogo aberto e saudável. Isso acaba gerando uma relação de transparência entre todos, originando um ambiente ético e honesto. Isto está na rede Leia o artigo abaixo escrito pela equipe da Atmosfera FIA (Fundação Instituto de Administração) consultoria de informações estratégicas em Gestão de Pessoas conheça um pouco mais sobre a importância da gestão de desempenho. http://atmosfera.fia.com.br/por-que-gestao-de-desempenho-e-importante/ Isto acontece na prática Reforçando o que acabamos de ler no artigo acima, enquanto a avaliação é geralmente elaborada por meio de um formulário que pontua o desempenho do colaborador através de análise de cumprimentos de normas e políticas, atingimento de resultados e algumas questões comportamentais; a gestão por desempenho tem como objetivo oferecer um processo contínuo para acompanhamento da performance, avaliação de resultados e implementação de melhorias. A avaliação é ferramenta da gestão do desempenho. Desta forma, as empresas vêm concentrando esforços no gerenciamento do desempenho que compreende algumas etapas como: definição e planejamento – fase inicial do processo onde são definidas as expectativas, entregas, comportamentos esperados e recursos a serem disponibilizados; acompanhamento – esta etapa diz respeito a análise e indica se haverá necessidade de reajustes, realinhamentos, alterações de cenários etc.; avaliação – aqui realizamos a avaliação propriamente dita com a coleta de dados acerca da performance do colaborador de acordo com a ferramenta de avaliação; ações de desenvolvimento – neste momento são analisadas as oportunidades de melhoria e levantadas ações que possam contribuir para o desenvolvimento do colaborador e, consequentemente, com sua performance. http://atmosfera.fia.com.br/por-que-gestao-de-desempenho-e-importante/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Anote isso O planejamento é a base de uma gestão eficiente, sem objetivos estruturados ficará difícil medir os resultados dos colaboradores e da empresa. Por isso crie metas assertivas, reais, compartilhadas, envolva a equipe, informe os resultados e celebre as conquistas. Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por jannoon028 - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 6 RECOMPENSANDO PESSOAS – REMUNERAÇÃO Uma vez estabelecidas as metas e realizada gestão do desempenho, a qual deve ter como principal objetivo o desenvolvimento contínuo, é o momento de entendermos sobre o processo de recompensar pessoas. De acordo com Chiavenato (2010), os processos de recompensar as pessoas estabelecem os elementos essenciais para o incentivo e a motivação dos colaboradores, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais a serem alcançados e, de outro, os objetivos individuais a serem satisfeitos. Por essa razão, os processos de oferecer recompensas ocupam posição de destaque entre os principais processos de gerir as pessoas nas organizações. A recompensa é o elemento fundamental na condução das pessoas em termos de retribuição ou reconhecimento do seu desempenho na companhia. Deve funcionar como um reforço positivo ao elevado desempenho e sustentar, sempre que possível, a permanência e o engajamento das pessoas na empresa. Quando falamos em recompensar as pessoas é comum logo pensarmos no salário, mas as recompensas são mais amplas e diversas e podem ser financeiras e não financeiras: • Financeiras diretas - Salários, Prêmios, Comissões. • Financeiras indiretas - Férias, Gratificações, Gorjetas, Hora Extra, 13º salário, adicionais (periculosidade, insalubridade, noturno), DRS (descanso semanal remunerado). • Não financeiras - Oportunidade de desenvolvimento, reconhecimento e autoestima, qualidade de vida no trabalho, orgulho da empresa e do trabalho, promoções, viagens, liberdade e autonomia. Para todas as retribuições que podemos mensurar damos o nome de remuneração. “Remuneração é o pacote de recompensas quantificáveis que um empregado recebe pelo seu trabalho. Inclui três componentes: remuneração básica, incentivos salariais e remuneração indireta/benefícios” (CHIAVENATO, 2014, p.243). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Os quatro componentes da remuneração total Fonte: Chiavenato, 2014. p.241 O salário, portanto, compõe uma parte da remuneração chamada de remuneração básica. Embora não seja a única forma, o salário representa umas das principais maneiras de recompensa dada pela organização. Existe o salário nominal e o salário real. • salário nominal: refere-se ao valor fixado no contrato de trabalho; • salário real: representa a quantidade de bens que o colaborador pode adquirir com o volume de dinheiro que recebe mensalmente e corresponde ao poder aquisitivo. Obs: há também o salário mínimo que é a menor remuneração permitida por lei para trabalhadores de um ramo de atividade econômica. Há três tipos de salário: por unidade de tempo, por resultado e o salário-tarefa. • salário por unidade de tempo: referente ao tempo que a pessoa fica à disposição da organização. A unidade de tempo pode ser medida em uma hora, semana, quinzena ou mês. Daí os nomes horistas ou mensalistas. • salário por resultado: refere-se ao número de peças ou obras produzidas pela pessoa. Inclui os sistemas de incentivos (comissões ou porcentagens) e prêmios de produção (gratificações por produtividade ou pelos negócios efetuados). • salário por tarefa: é uma junção dos dois tipos anteriores: a pessoa está sujeita a uma jornada de trabalho ao mesmo tempo que o salário é determinado pela quantidade de peças/obras produzidas. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN A composição do salário envolve fatores internos e externos. Os fatores internos consideram o tipo dos cargos na organização, as políticas de RH, a política salarial, o desempenho e capacidade financeira da organização, a competitividade da organização e a capacidade de honrar compromissos (pagar). Já os fatores externos levam em conta fatores ambientais que não estão no controle da organização como a situação do mercado de trabalho, a conjuntura econômica (inflação, recessão, custo de vida etc.), as relações com os sindicatos e negociações coletivas, a legislação trabalhista, a situação do mercadode clientes e a concorrência. Dada a importância do tema e a complexidade que um “pacote” de remuneração envolve é necessário estabelecer um plano de remuneração e neste deve-se analisar os seguintes critérios: • Equilíbrio interno x equilíbrio externo: o equilibrio interno refere-se à equidade de acordo com a complexidade da função na organização, as pessoas ficam satisfeitas quando percebem que são pagas equitativamente em relação aos colegas com trabalho similar; já o equilíbrio externo diz respeito ao alinhamento dos salários da organização com os do mercado de trabalho. • Remuneração fixa ou remuneração variável: a remuneração pode ser paga em uma base fixa (salário mensal ou por hora) ou variar conforme critérios previamente estabelecidos como metas e lucros da organização. Os valores flexíveis são mais comuns para cargos elevados, como presidentes e diretores (em função dos resultados operacionais) e vendedores (na base de comissões de vendas). • Desempenho ou tempo de casa: a remuneração por desempenho pode adotar salário por produção e comissões de vendas, podem ser influenciadas por outros fatores como prêmios por sugestões de redução de custos, bônus pelo atendimento perfeito ao cliente ou pagamento de mérito baseado nas avaliações do desempenho. Já a remuneração por tempo de casa proporciona um salário em função do cargo acrescido de um valor adicional em função dos anos de trabalho naquela empresa. • Remuneração do cargo ou remuneração das competências: Tradicionalmente as organizações estruturam a remuneração em função do cargo (o cargo representa a unidade da análise para a determinação da estrutura salarial) e não levam em consideração o ocupante dele; mas na remuneração das competências a remuneração aumenta na medida em que a pessoa adquire competências e se torna capaz de desempenhar atividades complexas com sucesso. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • Igualitarismo ou elitismo: ocorre o igualitarismo quando a empresa inclui o maior número possível de colaboradores sob o mesmo sistema de remuneração e o etilismo refere-se ao estabelecimeto de diferentes planos conforme os níveis hierárquicos ou grupos de colaboradores. • Remuneração abaixo ou acima do mercado: a remuneração de uma empresa pode ser abaixo ou acima da média de mercado. Normalmente a remuneração abaixo do mercado ocorre em empresas pequenas, iniciantes e não sindicalizadas. Já as que praticam um pacote de remuneração acima da média de mercado são aquelas que visam reter e motivar seus colaboradores, além de reduzir custos de rotatividade e absenteísmo. • Prêmios monetários ou não monetários: o plano de remuneração pode contemplar recompensas monetárias como salários e prêmios salariais; ou recompensas não monetárias como oportunidades para realização de outros projetos ou segurança no emprego. • Remuneração aberta ou remuneração confidencial: quando a remuneração é aberta os colaboradores podem ter acesso à informação sobre a remuneração de colegas e de como decisões salariais são tomadas. Na remuneração confidencial esse conhecimento é evitado entre os funcionários. • Centralização ou descentralização das decisões salariais: as decisões de remuneração podem estar centralizadas em um único órgão, neste caso, geralmente, na área de Pessoas ou ainda ser descentralizadas. Na descentralização as decisões, normalmente, são delegadas a gerentes de linhas. Visto que a organização é um conjunto de cargos em diferentes níveis hierárquicos em diversos setores de atividades é muito importante que a empresa faça a administração salarial que consiste no conjunto de normas e procedimentos utilizado para estabelecer e/ ou manter estruturas de salários equitativas e justas. A estrutura salarial é um conjunto de faixas salariais relacionada com os diferentes cargos existentes na organização e para estabelecer e manter estruturas salariais equitativas e imparciais é essencial estabelecer: Equilíbrio interno: é alcançado por meio de informações obtidas pela avaliação e classificação de cargos e prevê uma estrutura salarial justa, balanceada e bem dosada. Equilíbrio externo: equilíbrio externo exige uma estrutura salarial compatível com o mercado e é medido por meio de informações externas obtidas pelas pesquisas salariais. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Conforme Chiavenato (2014), o sistema de remuneração é desenhado para vários objetivos simultâneos: • Atrair e reter talentos na organização. • Engajar e desenvolver talentos na organização. • Motivar e alcançar comprometimento do pessoal. • Aumentar a produtividade e a qualidade no trabalho. • Controlar custos laborais. • Proporcionar tratamento justo e equitativo a todas as pessoas. • Cumprir com a legislação trabalhista. • Ajudar no alcance dos objetivos organizacionais. • Proporcionar um ambiente de trabalho amigável e impulsionador. • Garantir a competitividade e a sustentabilidade da organização. Para que a administração salarial seja adequada e garanta seus objetivos, as empresas fixam uma política salarial. A Política salarial é o conjunto de decisões tomadas a respeito de assuntos relacionados com remuneração e benefícios concedidos aos colaboradores. São normas e diretrizes que orienta a administração dos salários na organização e define uma estrutura salarial. No entanto, a política salarial é dinâmica e se altera conforme as situações interna e externa. Seu principal objetivo é criar um sistema de recompensas que seja justo tanto para a organização quanto para os colaboradores. Uma política salarial deve atender a sete critérios: • Adequada: a compensação deve se distanciar dos padrões mínimos estabelecidos pelo governo ou pelo acordo sindical. • Equitativa: cada pessoa deve ser paga proporcionalmente de acordo com seu esforço, habilidades e capacitação profissional. • Balanceada: salário, benefícios e outras recompensas devem proporcionar um pacote total de recompensas que seja razoável. • Eficácia quanto a custos: os salários não podem ser excessivos, em função do que a organização pode pagar. • Segura: os salários devem ser suficientes para ajudar os empregados a se sentir seguros e ajudá-los a satisfazer suas necessidades básicas. • Incentivadora: os salários devem motivar eficazmente o trabalho produtivo. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • Aceitável para os funcionários: as pessoas devem compreender o sistema de salários e sentir que representa um sistema razoável para eles e também para a organização. Isto está na rede Criar uma política salarial pode parecer muito complexo, mas você não precisa fazer disto um “bicho de sete cabeças”. Abaixo você terá acesso a uma notícia da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios com 6 dicas para estabelecer uma política de salários de forma descomplicada. https://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/08/6-dicas-para-estabelecer-uma- politica-de-salarios.html Isto acontece na prática Na prática cada vez mais os colaboradores deixam de olhar apenas o salário contratual e passam a analisar a remuneração total que a empresa oferece, incluindo as oportunidades de crescimento e reconhecimento, o clima organizacional, a qualidade de vida e o alinhamento entre seus valores individuais e os valores da organização. A esta nova composição damos o nome de EVP (Employee Value Proposition) ou “Proposta de Valor ao Colaborador”, que corresponde a tudo aquilo que uma empresa proporciona aos colaboradores em troca do tempo e esforço investidos ao desempenhar as suas atividades no ambiente de trabalho. É importante ressaltar que o EVP é mais do que uma simples combinação de remuneração e benefícios — confusão comum por conta da palavra “value” que integra o termo. O EVP ideal estabelece um equilíbrioentre recompensas tangíveis (como remuneração e benefícios) e recompensas intangíveis (como o propósito do trabalho, a cultura da empresa e o seu clima organizacional). É fundamental fortalecer a proposta de valor criando mecanismos que melhorem a experiência do colaborador e reforcem a sua conexão com a organização (recompensas contratuais, recompensas experienciais e recompensas emocionais). https://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/08/6-dicas-para-estabelecer-uma-politica-de-sala https://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/08/6-dicas-para-estabelecer-uma-politica-de-sala FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Anote isso Tendo em vista que a remuneração total possui muitas variáveis, o “anote isso” de hoje é um mapa mental sobre o tema. Mapa mental da remuneração Fonte: Chiavenato (2014. p.263) Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por jcomp - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 7 RECOMPENSANDO PESSOAS – PROGRAMAS DE INCENTIVO Faz parte do processo de recompensar pessoas não apenas a remuneração, mas ainda os programas de incentivo e os benefícios e serviços sociais. Nesta aula, conheceremos sobre os programas de incentivo, os quais têm como objetivo incentivar os colaboradores a fazer o melhor possível continuamente, a ultrapassar o desempenho atual e a alcançar metas e resultados desafiantes. É possível oferecer aos colaboradores incentivos não monetários que podem impactar positivamente nas atividades individuais e coletivas das organizações. Alguns exemplos destes incentivos são: • Fornecer planos de formação extensivos internos e externos para os colaboradores completarem cursos credenciados e formação profissional. • Oferecer reconhecimento tangível para os colaboradores que constantemente se destacam (seja um reconhecimento em uma reunião de área, ou algo por escrito, como um e-mail, por exemplo). • Oferecer um dia de folga (além das férias anuais) como recompensa pela realização bem-sucedida de uma tarefa. • Criar um evento mensal ou trimestral de atribuição de prêmios que apresente os esforços dos colaboradores que se destacam continuamente nas suas áreas. E temos, ainda, os incentivos monetários. De acordo com Chiavenato (2014) os incentivos monetários podem ser: • Remuneração variável: remunera-se por meta alcançada (acordada entre a empresa e o colaborador). • Bônus anuais: além do 13º salário as empresas podem criar outros métodos de bônus anuais. • PLR (participação nos lucros e resultados): que oferece ao colaborador um percentual estipulado pela empresa para que ele se sinta parte dela. FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • Distribuição de ações: o dinheiro do bônus é substituído por papéis da companhia. • Opção de compra de ações da companhia por preço subsidiado. A remuneração variável é uma forma recompensar as pessoas de acordo com o seu desempenho. “É remunerar as pessoas pelos resultados alcançados ou pelas competências oferecidas” (CHIAVENATO, 2014, p. 269). Trata-se de uma parcela mutável creditada periodicamente ao colaborador em função de metas atingidas. A remuneração variável deve se ancorar em quatro aspectos básicos: • Alinhamento da remuneração variável com os resultados alcançados. • Avaliação do desempenho em uma base mensurável. • Conexão da remuneração variável ao desempenho tanto individual quanto coletivo. • Criação de valor no longo prazo, recompensando, ao mesmo tempo, as metas tangíveis de curto prazo. O plano de bonificação anual é o tipo de remuneração variável mais encontrado no mercado. Refere-se a um valor monetário oferecido ao final de cada ano a alguns colaboradores em função da sua contribuição ao desempenho da empresa. O desempenho é medido por critérios como: lucratividade, aumento da participação no mercado, melhora da produtividade etc. Existem dois tipos de planos de bonificação anual: • Plano tradicional de metas definidas: abalizado em metas orçadas e definidas com teto e piso para pagamento de bônus. A meta de bônus é o alcance do objetivo predeterminado. • Plano de bônus flexível EVA: baseado também em metas flexíveis, porém, não possuem piso ou teto para pagamento de bônus. EVA (economic value added) é um modelo de gestão e remuneração por incentivos que cria um novo direcionamento na empresa. O intuito é maximizar o valor criado pela empresa pela mudança da cultura corporativa para que os gerentes pensem, ajam e sejam recompensados como se fossem acionistas da empresa. A PLR (participação nos lucros) é um sistema pelo qual uma organização distribui, anualmente, entre os colaboradores um percentual de seu lucro. Trata-se de uma forma de FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN remuneração variável que objetiva reter talentos e motivar seus funcionários. A participação nos lucros e nos resultados (PLR) foi prevista no texto da Constituição de 1988, no artigo 621 da CLT e ratificada pela Lei n. 10.101, de 2000. A Participação nos Lucros ou Resultados é uma forma de bonificação do trabalhador e não uma obrigação da empresa. No entanto, se houver previsão expressa no Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria, a empresa é obrigada a instituir o programa. Para implantar a PLR é necessária uma negociação realizada entre a própria empresa, uma comissão de empregados e um representante do sindicato da respectiva categoria. Além disso, faz-se necessário observar que: • Os critérios se baseiam em índices de produtividade, qualidade ou lucratividade. • O acordo deve definir regras claras de participação, mecanismos de medição, periodicidade da distribuição e período de vigência. • O pagamento a título de participação nos lucros deve obedecer à periodicidade mínima de um semestre. • O pagamento a título de participação é isento de encargos trabalhistas ou previdenciários. • As participações são deduzidas do imposto de renda, pela pessoa jurídica como despesa operacional. • A participação não deverá substituir ou complementar o salário. A distribuição de ações da empresa aos funcionários é outra forma de se fazer remuneração variável. Neste caso, a distribuição é realizada a alguns colaboradores como forma de compensação. Porém, nesta modalidade o dinheiro do bônus é substituído por papéis da companhia. A opção de compra de ações da empresa é mais uma forma de remuneração variável. Esta é um pouco diferente, pois permite que sejam vendidas, por preço subsidiado, ou transferidas ações aos colaboradores, conforme regras pré-determinadas. A participação nas ações normalmente é realizada por programas de longo prazo e serve não apenas para motivar o colaborador, mas para a ele certa segurança no futuro. Mediante as opções apresentadas como desenhar um plano de incentivos atrativo? Para Chiavenato (2014), o plano de incentivos deve levar em conta aspectos fundamentais. O primeiro deles é de que um plano salarial funciona melhor do que um plano de incentivos nas seguintes condições: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • Quando os resultados são difíceis de distinguir ou medir, os aumentos salariais são mais apropriados. • Quando os colaboradores não podem controlar os resultados (como em linhas de montagens), a remuneração baseada no tempo é mais apropriada. • Quando as demoras no trabalho são frequentes em razão do controle humano, torna- se impraticável pagar aos funcionários conforme o seu resultado. • Muitos planos de incentivos privilegiam a quantidade em detrimento da qualidade dos resultados.Quando a qualidade é fundamental, o salário baseado no tempo é mais apropriado. No entanto, um plano de incentivos é interessante quando: • As unidades de resultados podem ser facilmente medidas. • Existe clara relação entre o esforço do colaborador e a quantidade de resultados alcançados. • Os cargos são padronizados, o fluxo de trabalho é regular e não há demora na aferição dos resultados. • A qualidade é menos importante do que a quantidade ou, quando a qualidade é importante, ela é facilmente medida e controlada. • As condições de competição impõem que as unidades de custos sejam precisas e conhecidas. Para se estabelecer um plano de incentivos é necessário: • Assegurar que esforços e recompensas estejam diretamente relacionados. • Fazer o plano compreensível e facilmente calculável pelos colaboradores. • Formular padrões eficazes (objetivos claros e específicos); • Garantir os padrões (manter o combinado, os padrões devem servir como um contrato). • Garantir um padrão de base horária: o pessoal de fábrica (horistas) trabalha melhor com padrões relacionados com sua base horária de salário. • Proporcionar apoio ao plano (“patrocínio” da direção da empresa). FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Isto está na rede As organizações estão apostando cada vez mais em práticas de remuneração variáveis para conquistar talentos. Uma delas é a remuneração por meritocracia. Leia o artigo “Meritocracia: o que é, vantagens e como implantar nas empresas?” , disponibilizado no portal da FIA (Fundação Instituto de Administração). https://fia.com.br/blog/meritocracia/ Isto acontece na prática As empresas estão gradualmente deixando de ter um modelo de remuneração fixa para construir sistemas meritocráticos, onde o colaborador cresce e é remunerado de acordo com o atingimento de suas metas e o comportamento apresentado. Para isto é necessário estabelecer com clareza as metas, os objetivos e as virtudes necessárias e esperadas das pessoas, pois uma avaliação que determina as recompensas de um colaborador não pode ser feita de forma subjetiva. Depois de definidos os critérios é preciso compartilhá-los com a organização. Ao estabelecer regras e critérios claros para as recompensas internas, seja o aumento de remuneração, ou, ainda, a promoção de um funcionário, o gestor estará estimulando comportamentos esperados dos funcionários, o que favorecerá uma cultura forte dentro da organização. Anote isso A remuneração variável traz um conceito de recompensar de acordo com o atingimento de metas e, portanto, pode ser uma forma de tratar honestamente os colaboradores e estimular o crescimento da sua empresa. https://fia.com.br/blog/meritocracia/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/negocio”>Negócio foto criado por jannoon028 - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/negocio http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 8 RECOMPENSANDO PESSOAS – BENEFÍCIOS E SERVIÇOS SOCIAIS Recompensar os colaboradores pelo trabalho e dedicação significa, também, tornar sua vida mais fácil e agradável. E uma das formas de realizar isto, é oferecendo benefícios e serviços que, se a organização não o fizesse, teriam de ser adquiridos com o salário recebido. Benefícios são regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários, a todos ou a parte de seus colaboradores. Constituem, geralmente, um pacote que faz parte integrante da remuneração do pessoal (CHIAVENATO, 2014, p. 289). Os benefícios e serviços sociais são formas indiretas da compensação total e influenciam o grau de qualidade de vida na organização. Englobam vantagens como assistência médico- hospitalar, seguro de vida, alimentação subsidiada, transporte, pagamento de tempo não trabalhado, plano de previdência privada etc. Os benefícios são parte dos atrativos que as organizações utilizam para manter seus talentos. Há grande quantidade de benefícios sociais que podem ser classificados quanto à exigibilidade legal, quanto à natureza e quanto aos objetivos. a) Quanto à exigibilidade legal: Benefícios legais: são benefícios exigidos pela legislação trabalhista ou previdenciária ou ainda por convenção coletiva entre sindicatos. Os principais benefícios legais são férias; 13º salário; aposentadoria; seguro de acidentes do trabalho; auxílio-doença; salário-família e salário-maternidade. Alguns desses benefícios são pagos pela organização, enquanto outros são pagos pelos órgãos previdenciários. Benefícios espontâneos: são concedidos pela empresa de maneira voluntária, já que não são exigidos por lei nem por negociação coletiva. Incluem: gratificações; refeições subsidiadas; transporte subsidiado; seguro de vida em grupo; empréstimos; assistência médico-hospitalar FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN diferenciada mediante convênio; complementação de aposentadoria ou planos de seguridade social. b) Quanto à natureza: Benefícios monetários: são os concedidos em dinheiro, geralmente inclusos na folha de pagamento e gerando encargos sociais decorrentes, como: férias; 13º salário; gratificações; complementação do salário nos afastamentos prolongados por doença. Benefícios não monetários: são os benefícios não financeiros oferecidos na forma de serviços, vantagens ou facilidades para os usuários, entre eles: refeitório; assistência médico- hospitalar; assistência odontológica; serviço social e aconselhamento; clube ou grêmio; transporte da residência para a empresa e vice-versa; horário móvel ou flexível. c) Quanto aos objetivos: Benefícios assistenciais: visam a prover o funcionário e sua família de condições de segurança e previdência em casos de imprevistos ou emergências, e contemplam: assistência médico-hospitalar; assistência odontológica; assistência financeira por meio de empréstimos; serviço social; complementação da aposentadoria ou planos de previdência social; complementação do salário em afastamentos prolongados por doença; seguro de vida em grupo ou acidentes pessoais; e creche para filhos de colaboradores. Benefícios recreativos: objetivam proporcionar condições físicas e psicológicas de repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer ao colaborador. Em alguns casos, esses benefícios se estendem também à família. Compreendem: grêmio ou clube; áreas de lazer nos intervalos de trabalho; música ambiente; atividades esportivas e comunitárias; passeios e excursões programadas. Planos supletivos: proporcionam aos colaboradores facilidades, conveniências e utilidades para melhorar a qualidade de vida, entre eles estão: transporte; restaurante no local de trabalho; estacionamento privativo; horário móvel de trabalho; cooperativa de gêneros alimentícios ou convênio com supermercados; e agência bancária no local de trabalho. A empresa deve construir o seu plano de benefícios por meio de um pacote de benefícios que visa a satisfazer vários objetivos individuais, econômicos e sociais do colaborador. De acordo com Chiavenato (2014), o desenho do plano de benefícios sociais deve levar em conta dois princípios importantes: FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN • Princípio do retorno do investimento: todo benefício deve ser ofertado aos colaboradores desde que ocasione algum retorno à organização. Esse retorno pode ser avaliado em termos de aumento da produtividade, elevação da moral, melhora da qualidade de produtos e serviços, retenção de talentos, entre outros. • Princípio da mútua responsabilidade: o custeio dos benefícios sociais necessita ser compartilhado entre aorganização e os colaboradores beneficiados. A mútua responsabilidade é característica das pessoas que cooperam entre si para promover um propósito de interesse comum. Alguns pacotes de benefícios são totalmente pagos pela organização, como o serviço social, o pagamento de horas não trabalhadas etc. Outros são rateados, isto é, são pagos em proporções que variam, entre a organização e o funcionário, como refeições, transporte, assistência educacional etc. Outros, ainda, são pagos totalmente pelos funcionários, como seguro de vida em grupo, cooperativa de consumo ou convênio com supermercados etc. Ao definir o plano de benefícios a organização necessita estabelecer suas metas e a estratégia deste plano. • Estratégia de pacificação: oferecer benefícios que os colaboradores desejam em função de suas expectativas e necessidades. • Estratégia comparativa de benefícios: proporcionar programas similares aos programas existentes no mercado de maneira concorrencial. • Estratégia de benefícios mínimos: oferecer os benefícios legais e apenas os benefícios espontâneos de menor custo. Uma vez definida a estratégia de benefícios, a empresa necessita: • Avaliar necessidades e expectativas. • Envolver todos os participantes (colaboradores) e sindicatos • Definir o plano de benefícios. • Organizar a plataforma básica de benefícios (parceiros, por exemplo). • Comunicar os benefícios. • Monitorar os custos. As formas de recompensa para o colaborador, em sua maioria, estarão destacadas na folha de pagamento. A folha de pagamento é um processo previsto em lei e é o espelho das FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN informações e atividades trabalhistas de cada funcionário. Ela é usada para demonstrar o salário bruto e líquido, além de ter função operacional, contábil e fiscal. Nela vem descrito tudo que o funcionário recebe e todos os descontos que são realizados. A lei que trata sobre a obrigatoriedade da folha de pagamento é a Lei nº 8.212/91, art. 32 inciso I, da Consolidação da Legislação Previdenciária – CLP. Lá a regulamentação da folha é feita por meio do decreto 3.048/99, em seu artigo 225, inciso l. O artigo 225 trata sobre as obrigações das empresas, veja na íntegra o que diz: “ Art. 225. A empresa é também obrigada a: I – preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos”. Não há um layout padrão, mas os valores da folha de pagamento são divididos em duas partes: Proventos e Descontos. Os proventos correspondem ao: salário, remunerações variáveis, horas extras e adicionais como adicional noturno, insalubridade e periculosidade. Os descontos contemplam: INSS, FGTS, benefícios (contribuição do colaborador), faltas e atrasos, imposto de renda, contribuição sindical e mais uma série de descontos que depende do acordo que é feito entre a empresa e o funcionário. A seguir temos um exemplo de como uma empresa de grande porte, não optante pelo simples, deve calcular seus encargos sociais e trabalhistas (obrigatórios): Planilha de Encargos Encargos Sociais e Trabalhistas (%) (%) Encargos Trabalhistas 13º Salário 8,33 % Férias 11,11 % DSR - Descanso Semanal Remunerado 20,00 % Encargos Sociais INSS (Instituto Nacional do Seguro Social – Previdência Social) 20,00 % FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN SAT (Seguro acidente do trabalho)/RAT (Riscos ambientais do trabalho) até 3% 3,00 % Salário Educação 2,50 % INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,30 % FGTS 8,00 % FGTS/Provisão de Multa para Rescisão 3,20 % Total Previdenciário 40,00 % Previdenciário s/ 13º/Férias/DSR 15,78 % SOMA BÁSICO 95,22% Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/custostrabalhistas.htm Obs: esta tabela sofre variação de acordo com a forma de remuneração acordada entre empregado e empregador e o porte da empresa Isto está na rede Benefícios recreativos e supletivos estão cada vez mais presentas nas organizações. Um exemplo que são as jornadas flexíveis. Como podemos confirmar no artigo abaixo, as empresas consideradas as melhores para se trabalhar, adotam em sua maioria, o trabalho flexível e estimulam a jornada híbrida (parte do tempo no escritório e parte do tempo em casa – home office). https://gptw.com.br/conteudo/artigos/trabalho-com-liberdade/ Isto acontece na prática Na prática as empresas de médio porte são as que mais encontram dificuldade para implantar o trabalho flexível e o Home Office. Empresas menores, especialmente no modelo de startups, e empresas de grande porte, bem estruturadas e com uma área de gestão de pessoas inovadora e com visão de futuro, aderem muito facilmente a este modelo, são mais ágeis e experimentam mais. http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/custostrabalhistas.htm https://gptw.com.br/conteudo/artigos/trabalho-com-liberdade/ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Já as empresas de médio porte, em especial aquelas que já possuem alguns anos no mercado, encontram muitas resistências. Esta oposição ocorre por desconhecimento de legislação e um receio de passivos trabalhistas e, também, por um problema cultural, onde é valorizado o tempo de permanência na empresa em detrimento da entrega. Anote isso Ter uma jornada flexível e trabalhar com mais liberdade significa produzir no seu tempo, porém, cumprindo as metas estabelecidas e os compromissos da agenda. Ou seja, as regras, processos, metas e compromissos não deixam de existir. A diferença é a forma como você vai conduzir tudo isso. Fonte: Figura Freepik: <a href=”https://br.freepik.com/fotos/projeto”>Projeto foto criado por freepik - br.freepik.com</a> https://br.freepik.com/fotos/projeto http://br.freepik.com FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN AULA 9 DESENVOLVENDO PESSOAS – TREINAMENTO DE PESSOAS Agora que já aprendemos sobre como atrair e selecionar as pessoas, integrá-las à cultura organizacional existente, definir suas atividades e entregas; aferir seu desempenho e como recompensá-las, chegou o momento de falarmos sobre o seu desenvolvimento. As pessoas apresentam uma enorme capacidade de aprender e se desenvolver. Desenvolver pessoas significa apenas dar-lhes informação e apoio suficiente para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e competências e se tornem mais eficientes no que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que mudem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes no que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da personalidade humana (CHIAVENATO, 2014, p. 307). Os processos de desenvolvimento envolvem: treinamento, desenvolvimento de pessoas e desenvolvimento organizacional. Processos de Desenvolvimento FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 GESTÃO DE DEPARTAMENTO PESSOAL PROF.ª ESP. MARIA FERNANDA DIAS ZANQUETIN Fonte: A autora – Adaptado de Chiavenato (2010, p. 131) Segundo Chiavenato (2014), o conceito de treinamento pode ser descrito como é o processo de ensinar aos novos colaboradores as habilidades básicas de que necessitam para desempenhar seus cargos ou o processo sistemático de alterar o comportamento dos funcionários na direção do alcance dos objetivos organizacionais. O treinamento está relacionado com as atuais habilidades e capacidades exigidas pelo cargo. Sua orientação é ajudar os colaboradores a utilizar com sucesso suas principais habilidades e capacidades, a experiência aprendida que produz uma mudança relativamente permanente em um indivíduo e que melhora sua capacidade de desempenhar um
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