Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

GINÁSTICA
PROFESSORES
Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Me. Fernanda Soares Nakashima
GINÁSTICA 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direção de Operações Chrystiano Mincoff, 
Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção 
de Relacionamento Alessandra Baron, Gerência de projetos especiais Daniel F. Hey, Supervisão do 
Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Mara 
Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, 
Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual 
Danielle Loddi e Daniela Ferreira dos Santos, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
MIRANDA, Antonio Carlos Monteiro de; NAKASHIMA, Fernanda Soares.
 Ginástica. Antonio Carlos Monteiro de Miranda. Fernanda Soares 
Nakashima.
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2018 (Reimpressão).
 250 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Ginástica. 2. Elementos Corporais. 3. Educação Física. I. Título.
ISBN 978-85-459-0483-0
CDD - 22ª Ed. 613.7 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
Janes Fidélis Tomelin
Diretoria Executiva de Ensino
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Professor Doutor
Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Doutor e Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação em Educação Física 
UEM/UEL na área de Concentração de Práticas Sociais em Educação Física. Graduação em 
Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá. É professor adjunto da Universi-
dade Estadual de Maringá na área da Ginástica, atuando nos cursos de Educação Física e 
Artes Cênicas. Pesquisador nas áreas de ginástica, escola, teatro, atividades circenses e 
cultura. Autor do livro “Clown e corpo sensível: diálogos com aEducação Física”, lançado 
em 2016 pela editora Appris. 
Professora Mestre
Fernanda Soares Nakashima
Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação associado UEM/UEL na 
linha Fatores Psicossociais e Comportamentais Relacionados ao Exercício Físico e ao 
Esporte. Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2004), 
especialização em ginástica rítmica pela Universidade do Norte do Paraná (2006). Tem 
experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: 
iniciação desportiva, ginástica geral, ginástica rítmica e tecido acrobático. Professora do 
Departamento de Educação Física do Unicesumar na disciplina Estágio Supervisionado. 
Atuou como professora assistente do Departamento de Educação Física na Universidade 
Estadual de Maringá nas disciplinas: Ginástica, Ginástica Escolar e Fundamentos de Rítmica 
e Dança e, no curso de Artes Cênicas, na disciplina Técnicas Circenses.
autores
apresentação do material
Ginástica
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Preparamos esse material com o intuito de levar 
a ginástica até você. Talvez nesse momento você conheça ou se lembre apenas das gi-
násticas de academia ou daquelas que passam na televisão nas competições de jogos 
olímpicos ou eventos nacionais ou internacionais. Isso já é um começo, porém a partir 
dos estudos sobre essa modalidade você perceberá que existem muitas outras formas 
de ginástica e muitas características específicas em cada uma delas. Nosso papel é levar 
você a aprender sobre essa área de conhecimento para que depois possa compartilhar 
toda essa aprendizagem com seus futuros alunos.
Veja que interessante, você terá a possibilidade de ensinar algo novo para seus alunos 
e ainda transformar suas vidas, fazendo com que eles se desenvolvam como sujeitos, 
aprendam a trabalhar coletivamente, respeitem as diferenças e, acima de tudo, conhe-
çam e valorizem o seu trabalho como professor(a). Vamos encarar esse desafio juntos? 
Para isso é importante que você observe ao máximo todo conhecimento que adquirimos 
com nossas experiências e estamos dividindo com você. Aproveite esse momento de 
formação para aprender o quanto pode e, depois, seu papel será passar isso adiante. 
Muito bem! Recados dados, vamos falar sobre como esse livro está dividido. Para 
facilitar a sua aprendizagem, ele contém cinco unidades: A unidade I, intitulada “Gi-
nástica: da sua origem ao cenário atual”, retrata o trajeto histórico da ginástica desde 
sua origem, seus altos e baixos até os dias de hoje; na unidade II, “Elementos corpo-
rais da ginástica”, aprenderemos os princípios básicos da ginástica, os mais simples, 
além de informações sobre como desenvolver as aulas práticas junto aos seus alunos 
nos diferentes espaços de atuação; depois disso, vamos para a unidade III, na qual 
estudaremos as ginásticas que são competitivas e olímpicas, seus aspectos históricos 
e suas características; na unidade IV, conheceremos a ginástica acrobática, que se 
caracteriza por ser competitiva e não olímpica, e aprenderemos como fazer e como 
ensinar as diferentes acrobacias existentes na ginástica. É nessa unidade que vamos 
aprender a fazer estrelinha (roda) e a cambalhota (rolamento). E, por fim, mas não 
menos importante, temos a unidade V, na qual vamos estudar sobre a “Ginástica para 
Todos, as Atividades Circenses e a construção de materiais alternativos”. 
Ufa! Vê quanta coisa vamos aprender juntos? Por isso, prepare-se e vamos a uma 
viagem no universo da ginástica. 
Um grande abraço e um ótimo curso!
sumário
UNIDADE I
GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM 
AO CENÁRIO ATUAL
14 Abordagens Históricas e Culturais da Ginástica
25 O Universo da Ginástica e os Campos de 
Atuação
30 A Organização da Ginástica na Atualidade
UNIDADE II
ELEMENTOS CORPORAIS 
DA GINÁSTICA
46 Princípios Básicos Para a Realização das Aulas 
de Ginástica
55 Elementos Constitutivos da Ginástica
57 Elementos Corporais com Deslocamento
69 Elementos Corporais sem Deslocamento
UNIDADE III
GINÁSTICAS COMPETITIVAS 
(OLÍMPICAS)
86 Evolução Histórica da Ginástica Artística
90 Características da Ginástica Artística
91 Aparelhos da Ginástica Artística
100 Evolução Histórica da Ginástica Rítmica
106 Características da Ginástica Rítmica
109 Elementos Corporais e Manejo de Aparelhos 
da Ginástica Rítmica
UNIDADE IV
A GINÁSTICA ACROBÁTICA E OS ELEMENTOS TÉCNICOS 
E PEDAGÓGICOS DOS MOVIMENTOS GÍMNICOS
170 Ginástica Acrobática: Evolução Histórica
173 Características da Ginástica Acrobática
180 Elementos Técnicos e Pedagógicos dos Movi-
mentos Gímnicos
UNIDADE V
GINÁSTICA PARA TODOS; 
ATIVIDADES CIRCENSES E MATERIAIS ALTERNATIVOS
202 Características e Princípios Filosófi cos da 
Ginástica para Todos
208 Aspectos Históricos Sobre o Circo Como Man-
ifestação Artística
213 os conteúdos de circo e sua aplicação nos 
diferentes contextos
225 Possibilidades de Confecção de Materiais Al-
ternativos na Ginástica e Atividades Circenses
250 Conclusão Geral
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Abordagens históricas e culturais da Ginástica
• A sistematização da Ginástica: Escolas Francesa, Alemã, 
Inglesa e Nórdica (ou Sueca) 
• O Universo da Ginástica e os campos de atuação
• A organização da Ginástica na atualidade
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a história da Ginástica por meio de um resgate 
às origens do exercício físico.
• Compreender a evolução desta manifestação de acordo 
com as diferentes culturas e sociedades, da Pré-história ao 
Renascimento.
• Identifi car a sistematização da Ginástica a partir do século 
XIX por meio das Escolas Ginásticas europeias.
• Localizar o Universo da Ginástica e seus diferentes campos 
de atuação na atualidade.
• Descrever a organização da Ginástica por meio das 
diferentes instituições internacionais e nacionais que a 
regulamentam.
GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM AO 
CENÁRIO ATUAL
I
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Quando falamos de Ginástica o que vem em sua mente? As atividades que vemos nas academias, como a Ginás-tica Localizada, a Musculação, o Step o Jumping? Ou então, pode ser que você se lembre de modalidades olímpicas, como a Ginástica 
Artística ou a Rítmica. Pode ser até que você pense em Pilates ou Yoga. Você não 
estaria errado em relacionar qualquer uma dessas atividades com ginástica, mas 
já refletiu sobre como surgiram essas práticas? Como elas passaram a acontecer 
com mais frequência em diferentes espaços? Será que estas atividades sempre 
tiveram as características e objetivos que apresentam hoje? Você conseguirá res-
ponder a estas questões ao final desta unidade, constituída de 4 tópicos. 
No primeiro tópico, vamos conhecer a origem da ginástica e sua evolução, 
considerando os aspectos culturais que permearam esta manifestação corporal 
e que a fizeram se desenvolver. No segundo tópico, vamos compreender o pro-
cesso de sistematização da Ginástica a partir das chamadas Escolas Ginásticas do 
século XIX, que foram precursoras das diversas modalidades e atividades que 
conhecemos atualmente. No terceiro tópico, vamos identificar o universo da 
ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade, com o intuito de 
perceber quais são os espaços nos quais as práticas ginásticas acontecem. No 
quarto tópico, vamos identificar a sistematização da Ginástica pelas diferentes 
instituições internacionais e nacionais, almejando compreender como a mes-
ma é organizada mundialmente. 
Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação 
com o contexto ginástico, no sentido de proporcionar a você, futuro(a) 
professor(a), uma aprendizagem que lhe dê subsídios para trabalhar este 
conteúdo nos diferentesespaços com consistência e capacidade crítica, 
de forma que esta manifestação da cultura corporal de movimento faça 
parte das suas aulas não apenas como uma atividade prática sem refle-
xão, ou nos inícios das aulas como alongamento, mas sim como um co-
nhecimento construído historicamente pelo homem que merece fazer 
parte da formação de seus alunos.
GINÁSTICA 
14 
Neste tópico, vamos examinar o contexto histó-
rico da Ginástica, compreendendo sua evolução 
por meio dos exercícios físicos da Pré-História 
até o Renascimento. 
Se entendermos a Ginástica como uma ativida-
de em que o homem se movimenta realizando dife-
rentes ações como correr, saltar, agachar-se, levan-
tar-se, arremessar, pendurar-se, rolar, entre outras, 
poderemos perceber que desde os primórdios da 
humanidade esta atividade física acompanha o vi-
ver do ser humano. No caso dos nossos ancestrais, 
Abordagens Históricas 
e Culturais da Ginástica
Figura 1 - Registros das atividades físicas do homem primitivo
a sobrevivência por meio da caça, da capacidade de 
fugir dos predadores, o seu nomadismo por entre as 
florestas, causavam a necessidade de se movimentar 
de diversas formas, fazendo com que estes se desen-
volvessem corporalmente. Conforme afirmam Lan-
glade e Langlade (1970) e também Souza (1997), por 
meio de jogos, rituais e festividades pré-históricas, 
acontecia a transmissão deste repertório motor de 
uma geração a outra que, mesmo rudimentar, tinha 
caráter utilitário. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
Dessa forma, ao longo da história, veremos que a 
Ginástica, aqui entendida como todo e qualquer 
exercício físico praticado pelo homem, assume dife-
rentes formas de ser realizada e desenvolve caracte-
rísticas de acordo com os objetivos do homem e da 
sociedade na qual este estava inserido. 
Segundo Ramos (1982), na Antiguidade pode-
mos observar que, no oriente, os exercícios físicos se 
manifestavam por meio de diferentes atividades. Os 
egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, na-
tação e remo; os assírios e babilônicos desenvolviam 
práticas de caráter utilitário focadas em força, agili-
dade e resistência. Ainda de acordo com o mesmo 
autor, os hititas priorizavam o treinamento hípico, 
tornando-se exímios cavaleiros. As atividades físicas 
como meio de preparação para a vida e de cunho 
ritualístico eram priorizadas na Pérsia, Índia, Chi-
na e no Japão. Jogos, cultos, recreação e preparação 
guerreira eram as práticas corporais dos indígenas 
do novo mundo.
Figura 2 - Registros - exercício físico no Egito Antigo
Figura 3 - Indígenas e o exercício físico
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)1.
GINÁSTICA 
16 
Ainda na Antiguidade, no período Clássico da ci-
vilização ocidental, na Grécia, o exercício físico se 
estabelecia em práticas esportivas, com a realização 
dos Jogos Olímpicos, com grande influência mitoló-
gica e do ideal de beleza. Neste contexto destacam-
-se duas vertentes: Atenas e Esparta. Confome afir-
ma Ramos (1982), em Atenas os exercícios físicos 
buscavam a formação do cidadão integral, dotado 
de educação corporal, composta pela eficiência edu-
cacional, fisiológica, moral e estética. Já em Esparta 
focavam a preparação militar, disciplina cívica, en-
durecimento do corpo, energia física e espiritual. 
importantes para a preparação militar, objetivando 
a defesa e conquista de territórios no período mo-
nárquico. As práticas de atividades desportivas (cor-
ridas de bigas e combates de gladiadores) e higiêni-
cas eram também valorizadas. No tempo do Império 
houve uma decadência do caráter bélico, fazendo 
com que os combates de gladiadores e corridas de 
biga emergissem juntamente com os espetáculos cir-
censes, como forma de entretenimento. 
Figura 4 - Exercícios físicos na Grécia
Ainda de acordo com Ramos (1982) e também de 
Souza (1997), em Roma o espírito prático e utilitário 
fundamentava os exercícios corporais, sendo estes 
Figura 5 - Corridas de biga - Roma Antiga
Na Idade Média, com o domínio da Igreja, a pre-
paração militar tinha como foco as Cruzadas. 
Práticas como esgrima, equitação, manejo de arco 
e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto fa-
ziam parte do repertório de treinamento dos sol-
dados. Os nobres participavam de competições 
de esgrima e equitação nos torneios e justas, bus-
cando “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto” 
(RAMOS, 1982, p. 23). Exercícios naturais, como 
jogos simples e de caça e pesca, também eram 
praticados nesse período. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
res relatam que as escolas renascentistas fizeram 
surgir uma nova tendência para a educação física, 
considerando-a como parte da educação, incluin-
do nos seus programas atividades como equitação, 
corridas, saltos, esgrimas, jogos com bola entre 
outros, as quais eram praticadas todos os dias pe-
los alunos ao ar livre. 
Os renascentistas foram influenciados pelos ide-
ais gregos. Na Grécia Antiga, todas as formas de exe-
cício físico eram chamadas de Ginástica. 
Na Idade Moderna, então, o exercício físico se 
afirma como componente da educação. Tal cenário é 
evidenciado por Souza (1997), ao tratar que: 
O exercício físico na Idade Moderna, conside-
rada simbolicamente a partir de 1453, quando 
da tomada de Constantinopla pelos turcos, pas-
sou a ser altamente valorizado como agente de 
educação. Vários estudiosos da época, entre eles 
inúmeros pedagogos, contribuíram para a evo-
lução do conhecimento da Educação Física com 
a publicação de obras relacionadas à pedagogia, 
à fisiologia e à técnica (SOUZA, 1997, p. 22).
Mas quando foi então que a Ginástica passou a ter as 
características que a tornaram tal qual a conhecemos 
hoje? Para entender esse processo, remetemos-nos 
ao século XIX, o qual será abordado no tópico dois. 
Figura 6 - Idade média - preparação para as Cruzadas
Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), 
o período do Renascimento foi marcado por uma 
nova forma de pensar os exercícios físicos, fazen-
do ascender uma nova filosofia com respeito ao 
corpo e seus cuidados. Ainda, os mesmos auto-
Vimos que ao longo da história a ginástica e 
os exercícios físicos foram praticados com 
diferentes objetivos. E hoje? O que você pensa 
ser o fator motivador dos praticantes?
REFLITA
GINÁSTICA 
18 
A Sistematização 
da Ginástica: 
Escolas Francesa, Alemã, 
Inglesa e Nórdica (ou Sueca)
Olá, prezado(a) aluno(a)! Esperamos que, por meio 
do primeiro tópico, você tenha conhecido um pouco 
sobre como a Ginástica se desenvolveu em diferen-
tes momentos históricos da humanidade. Neste se-
gundo tópico, trabalharemos com a sistematização 
da Ginástica a partir do século XIX por meio das 
Escolas Ginásticas Europeias, as quais nos ajudarão 
a entender como a Ginástica que conhecemos hoje 
se constituiu. 
Langlade & Langlade (1970) relatam que o iní-
cio do século XIX é o período considerado como 
data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 
surge o Movimento Ginástico Europeu, compos-
to por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e 
Nórdica (ou Sueca). Os mesmos autores descrevem 
que o método ou escola inglesa, também denomina-
do de movimento esportivo inglês, pelo seu caráter 
competitivo, é um dos métodos mais conhecidos e 
difundidos mundialmente. Ele não tem influência 
direta no campo da ginástica, mas apresenta con-
tribuições, sobretudo, quanto à universalização de 
conceitos e na promoção da ginástica como esporte 
olímpico. Suas bases estão assentadas nos jogos, na 
atividade atlética e no esporte.
Afirmam Langlade e Langlade (1970) e também 
Soares (2002) que é por meio das Escolas Alemã, 
Francesa e Nórdica que podemos entender a siste-
matização da ginástica, as quais serão tratadas a se-
guir. De acordo com Soares (2002), este movimento 
tinha como princípios instituir ordem e disciplina, e 
contribuiupara afirmar a Ginástica como parte da 
educação dos indivíduos, sendo esta baseada na ci-
ência, técnica e condições políticas que se consolida-
vam na Europa do século XIX.
A ESCOLA ALEMÃ
Soares (2007) destaca que, por volta do ano de 
1800, a Alemanha vivia um momento de busca pela 
união de seu território, e é nesse contexto político 
que surge a Escola Ginástica Alemã, inspirada nas 
ideias de Johann Bernard Basedow (1723-1790) e 
outros pedagogos como Johann Heinrich Pestalo-
zzi (1746-1827) e Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778). Soares (2007) ressalta que, a partir do qua-
dro instaurado, a ideologia presente era a de que a 
unicidade territorial e a defesa da pátria só seriam 
garantidas a partir da criação de indivíduos de 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
espírito nacionalista, ou seja, homens e mulheres 
fortes, saudáveis e vigorosos. É nesse território de 
intensas lutas políticas carregadas de sentimento 
nacional que os pedagogos da Educação Física do 
século XIX viveram, em especial: Johann Christoph 
Friedrich Guts Muths (1759-1839), Friedrich Lu-
dwig Jahn (1778-1852) e Adolf Spiess (1810-1858). 
O autor aponta também que, além de contribuírem 
para a formação de um Estado alemão, as lutas po-
líticas, sociais e econômicas da Alemanha infl uen-
ciaram para que também deixassem uma herança 
para o mundo da Educação Física, por meio de 
suas formas especiais de exercitação.
Figura 7 - O Turner - a ginástica alemã
Fonte: Wikipedia (2008, on-line)2.
Basedow, ao criar seu Philanthropinum em 1774, es-
cola fundada nas ideias de Rousseau, criou o primei-
ro programa moderno de Educação Física a partir 
de exercícios de corrida, marcha, jogos, bola, pete-
ca, natação, arco e fl echa etc. Em 1874, surge uma 
outra escola semelhante a essa, na qual Guts Muths 
assume aulas de ginástica, desenvolvendo, conforme 
afi rma Betti (1991), um novo método conhecido por 
“ginástica natural” ou “método natural”. 
Figura 8 - Praticantes de ginástica natural
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)3.
Sendo assim, sob a infl uência de Guts Muths (1759-
1839), o “pai da ginástica pedagógica”, surge no iní-
cio do século XIX a Escola Alemã, a qual marca, 
até os dias de hoje, importantes transformações na 
área da Educação Física e contribuições no campo 
da Ginástica. 
Soares (2007) afi rma que, para Guths Muths, a 
importância da fi siologia e da prática voltada à cons-
tituição de cada indivíduo era um fator fundamental 
GINÁSTICA 
20 
na constituição da Ginástica na Alemanha. De acor-
do com Tesche (2001), o trabalho de Guts Muths no 
ensino da Educação Física e da Ginástica fez dele um 
nome importante para a área. Seu conhecimento na 
área da filosofia, artes e ciências, além de suas habili-
dades em trabalhos manuais e em ginástica, fez com 
que ele percebesse a importância e a necessidade da 
educação física ser praticada de acordo com as leis 
fisiológicas e conhecimentos de anatomia. 
O pedagogo Friederich Ludwing Jahn, conside-
rado como a figura mais representativa da Escola 
Alemã, trouxe contribuições significativas. Afirmam 
os autores Marinho (1958) e Ramos (1982) que sua 
atividade política expressiva e seu destaque no con-
texto social e educacional fizeram com que o siste-
ma de Jahn se tornasse o preferido por mais de cem 
anos na Alemanha e em países influenciados por sua 
cultura. Nascido em Lanz, ele fundou uma ginástica 
patriótica, que tinha objetivo político nacionalista.
De acordo com Soares (2007), a ginástica de Jahn 
ultrapassava o caráter da saúde e da moral, sendo o 
caráter militar bastante reforçado. Esta ginástica pre-
conizava a preparação dos jovens para guerra e tam-
bém carregava fortemente a ideologia higienista. Du-
rante os exercícios físicos, Jahn utilizava obstáculos, 
os quais mais tarde foram chamados de “aparelhos de 
ginástica”. Com intuito de reforçar o patriotismo, Jahn 
substituiu a palavra gymnastik (ginástica) pela palavra 
alemã turnkunst, que significa “a arte da ginástica”.
O turnkunst era praticado em local aberto e ar-
borizado chamado Volkspark Hasenheide (parque do 
povo). O lugar contava com instalações para a prática 
dos exercícios e uma praça que servia de local para 
reuniões. Afirma Ramos (1982) que esse tipo de orga-
nização foi construído em outros pontos do país, com 
intuito de incutir nos jovens o amor à Pátria, e sua 
preparação para o dissabor de uma possível guerra.
Além do turnkunst, Jahn criou outros termos 
como: turnen (praticar ginástica), turner (prati-
cante de ginástica ou ginasta), turnplatz (local 
de prática de ginástica), voltigieren (balançar, 
voltear), torner (lutar, brigar) e turntag (dia 
da ginástica). 
Fonte: os autores, baseados em Publio (2005).
SAIBA MAIS
Figura 9 - Ilustração da prática ginástica proposta por Jahn 
Fonte: Wikimedia (2015, on-line)4 e 5.
De acordo com Ramos (1982) e Borrmann (1980), 
o Turnkunst foi considerado, mais tarde, como pe-
rigoso ao Estado, devido à atitude revolucionária 
dos praticantes, sendo assim, interditado na Prús-
sia e em outros países alemães, constituindo o que 
ficou conhecido como “bloqueio ginástico”. Jahn 
foi condenado à prisão em 1819, e quando absolvi-
do teve de viver confinado em casa, sem poder es-
tabelecer-se em nenhuma cidade universitária. Só 
mais tarde foi libertado e honrado pela atuação pa-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
triótica. A interdição do método alemão aconteceu 
entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acon-
tecia de forma clandestina, em espaços fechados, 
permitindo que novos aparelhos e técnicas surgis-
sem, contribuindo para a constituição da atual Gi-
nástica Artística. 
Outro nome importante de ser citado em se tra-
tando da Escola Alemã é o de Adolf Spiess que estu-
dou em uma escola infl uenciado por Pestalozzi e lá 
entrou em contato com o sistema ginástico de Guts 
Muths. Afi rma Ramos (1982) que ele foi considera-
do um continuador da obra de Muths e denominado 
“pai da ginástica escolar alemã”.
Marinho (1958) destaca que Spiess foi considera-
do um inovador e suas ideias trouxeram novos ares 
para a escola da época, sem falar do interesse dos es-
tudantes pela prática da Educação Física. Os apare-
lhos nas praças trouxeram um colorido para as esco-
las da época, garantindo um lugar de destaque entre 
os educadores como um dos líderes da pedagogia na 
Educação Física por meio do ensino da Ginástica. 
Exaltou a ginástica de exibição, como importante re-
curso no despertar pela prática pelos leigos e na aten-
ção das autoridades. O autor ainda aponta que Spiess 
lutou pelo emprego de professores especialistas em 
número sufi ciente para as turmas, criando cursos 
destinados à formação de professores. 
No Brasil, o método alemão de ginástica foi 
considerado ofi cial do exército brasileiro de 1860 
até 1912, quando foi substituído pelo método da 
Escola Francesa.
ESCOLA NÓRDICA/SUECA
A Escola Nórdica/Sueca abrange um estudo das ati-
vidades físicas na Suécia, Dinamarca, Finlândia, 
Noruega, Islândia e Estônia-Letônia. O proponente 
desse método é Pehr Henrik Ling (1776-1839), que 
desenvolveu uma ginástica impregnada de naciona-
lismo e destinada a regenerar o povo, tornando os ho-
mens capazes de preservar a paz na Suécia. Esta havia 
sido arrasada pelo imperialismo russo e guerras na-
poleônicas, além de ter sofrido com a tuberculose e 
raquitismo. Afi rmam os autores Langlade e Langlade 
(1970) e Ramos (1982) que se buscava por meio da 
Ginástica extirpar os vícios da sociedade, dentre os 
quais o alcoolismo, a fi m de criar indivíduos fortes e 
saudáveis, necessários à produção da pátria. 
Figura 10 - Aula de ginástica sueca
Fonte: Gymnastik (MALMO, on-line)6.
GINÁSTICA 
22 
Sendo assim, conforme afi rma Ramos (1982), o 
método de Ling se baseava na ciência, a partir de 
uma análise anatômica do corpo, e a práticada Gi-
nástica deveria ser dividida em 4 partes: Ginástica 
Pedagógica ou Educativa; Ginástica Militar; Gi-
nástica Médica e Ortopédica; e Ginástica Estética, 
tornado evidente o caráter médico-higiênico e a 
anatomofi siológico. 
Como princípios fundamentais da proposta de 
Ling, podemos especifi car:
1. Os movimentos ginásticos devem se base-
ar nas necessidades e nas leis do organismo 
humano, escolhendo as formas mais efi cazes, 
segundo certas regras, sem esquecer as exi-
gências da beleza.
2. A ginástica deve desenvolver harmonica-
mente o corpo, atuando sobre as suas dife-
rentes partes, dentro das possibilidades de 
cada praticante.
3. Para efeito de controle, todo movimento ne-
cessita ter uma forma determinada, isto é, 
uma posição de partida, certo desenvolvi-
mento e uma posição fi nal.
4. Os exercícios empregados na ginástica peda-
gógica devem ser convenientemente selecio-
nados, tendo em vista exercer o efeito corre-
tivo sobre a atitude. Além do mais, precisam 
ser simples e atraentes.
5. A ginástica deve desenvolver gradualmente o 
corpo por meio de exercícios de intensidade 
e difi culdade crescentes, levando em conta a 
capacidade do praticante.
6. A ginástica visa tanto ao corpo como ao espí-
rito, de tal maneira que sua prática seja sem-
pre acompanhada de prazer.
7. A ginástica precisa sempre combinar a teoria 
com a prática.
8. A saúde é necessária aos dois sexos, possivel-
mente mais à mulher, porque sua vida dará 
origem à outra.
Segundo Ramos (1982): 
Em 1808, sob a infl uência de Ling, deu a Suécia 
os primeiros passos para o estabelecimento da gi-
nástica escolar. O regulamento da época determi-
nou que em todos os centros de educação, fossem 
criadas condições favoráveis para a prática de 
exercícios de escalada, saltos, acrobacias, natação 
e etc., sob a direção de um monitor e durante as 
horas de liberdade (RAMOS, 1982, p. 198).
A partir daí, a Ginástica tornou-se obrigatória nas 
escolas, e o jovem somente poderia ser dispensado 
caso este demonstrasse ser inapto para a prática de 
atividades físicas. 
Figura 11 - Apresentação de ginástica sueca
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)7.
Ling buscava, por meio dos seus princípios, criar 
diferentes exercícios concebendo-os dentro de uma 
base anatômica e fi siológica. Sua proposta preco-
nizava ordem militar, cantos alegres e disciplina, 
priorizando exercícios livres, sem aparelhos, cuja 
execução era em conjunto de maneira fácil e esté-
tica que permitia uma prática generalizada. Afi rma 
Ramos (1982) que alguns exercícios mais dinâmicos 
também foram desenvolvidos, como natação, jogos 
ginásticos, patinação e esgrima. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
De acordo com Langlade e Langlade (1970) e 
Soares (2007), no Brasil este método foi divulgado 
por Rui Barbosa (1849-1923), por se relacionar com 
a medicina e com a ciência.
A ESCOLA FRANCESA 
Na França a Ginástica integra a ideia de uma edu-
cação voltada para o desenvolvimento social, sen-
do necessários homens completos, sendo orientada 
tanto para militares quanto para toda a população 
no intuito de criar o “homem universal”. 
Desenvolvida na metade do século XIX, a Ginás-
tica Francesa, baseada nas ideias dos alemães Jahn 
e Guts Muths, tinha forte traço moral e patriótico, 
preocupando-se com o corpo anatomofi siológico. 
Seu fundador foi o espanhol Francisco de Amorós 
y Ondeano (1770-1848), e para ele a Ginástica de-
senvolveria homens mais corajosos, intrépidos, in-
teligentes, sensíveis, fortes, habilidosos, adestrados, 
velozes, fl exíveis e ágeis, características necessárias 
para enfrentar todas as difi culdades assinaladas pelo 
Estado e pela sociedade. Para isso, Amorós criou um 
método de ginástica próximo ao de Ling, na Suécia 
(1776-1839). 
O método de Amorós, a partir de 1850, integra 
todas as escolas da França. Por valorizar o caráter 
científi co, seu trabalho auxiliou no desenvolvimento 
de estudos no ramo da biologia, fi siologia e médicos 
envolvidos com discussões sobre os exercícios físi-
cos. De acordo com Ramos, este método “admitia 
três tipos de ginástica: civil, militar e médica (RA-
MOS, 1982, p. 219).
A ginástica amorosiana era composta por um 
conjunto de dezessete séries: exercícios de marchar, 
trepar (inclusive trabalho no trapézio), equilibrar, 
saltar, levantar e transportar, correr, lançar, nadar, 
mergulhar, escorregar, patinar, esgrimar, dançar, 
utilizar o cavalo, praticar o tiro, jogar bola, boxear 
com os punhos e com os pés, entre outros movimen-
tos. Ramos (1982) afi rma que a forma de desenvol-
vimento destas atividades tinha semelhança com o 
atual Circuit training.
Figura 12 - Livro escrito por Amóros - Ginástica e moral
Fonte: Wikipedia (2014, on-line)8.
A fi gura do pedagogo e cientista Georges Demenÿ 
(1850-1917) é de destaque quando se trata da Edu-
cação Física que primava pela ciência e não pelo em-
pirismo. Para ele, a Educação Física era o conjunto 
de meios voltados a ensinar o homem a executar 
qualquer trabalho físico com o máximo de econo-
mia de esforço no emprego de força. Afi rmam os 
autores Langlade e Langlade (1970), Ramos (1982) 
e Soares (2007) que Demenÿ preocupou-se com os 
exercícios destinados à mulher, desenvolvendo estu-
dos sobre movimento arredondado, contínuo e com 
ritmo, e que foi a infl uência da dança que o levou a 
trabalhar com a ginástica feminina. 
Outro precursor da Escola Francesa foi Georges 
Hébert (1875-1957), ofi cial da Marinha que criou 
o chamado Método Natural que foi desenvolvido a 
partir das viagens feitas por Hébert a lugares pouco 
GINÁSTICA 
24 
civilizados, principalmente na região de Orenoco e 
nos mares do Sul (Oceania). Por meio de observação 
dos nativos, Hébert percebeu que estes desfrutavam 
de excelente saúde, postura e elevado grau de robus-
tês. Além disso, ao estudar civilizações primitivas, 
verificou que a vida ao ar livre e a relação com a na-
tureza proporcionavam ao homem perfeitas condi-
ções físicas mediante as constantes atividades na luta 
pela existência. De acordo com Ramos (1982), os 
exercícios naturais propostos por Hébert baseavam-
-se em marchar, correr, saltar, quadrupedar, trepar, 
equilibrar, levantar, lançar, defender-se e nadar.
MOVIMENTOS DO SÉCULO XX
Cem anos depois do advento das Escolas Ginás-
ticas, ou seja, a partir do século XX, surgem três 
grandes movimentos como resposta a um fenô-
meno social e uma urgente necessidade de modi-
ficações e significações das primeiras formas gi-
násticas, em especial das Escolas Alemã, Sueca e 
Francesa. Conforme afirmam Langlade e Langlade 
(1970), esses movimentos são: 
Quadro 01 - Sistematização dos movimentos do Sé-
culo XX 
Movimento do 
Centro
Movimento do 
Norte
Movimento do 
Oeste
Escola Alemã Escola Sueca Escola Francesa
Manifestação 
artístico-rítmi-
co-pedagógica 
Manifestação 
científica e téc-
nico-pedagógica
Manifestação 
científica e téc-
nico-pedagógica
Fonte: adaptado de Langlade e Langlade (1970).
O Movimento do Centro teve uma grande influên-
cia de Émile Jaques Dalcroze (1865-1950), que criou 
em seu conservatório musical, em Genebra, uma 
metodologia de educação musical por meio dos 
movimentos corporais, que desenvolvia o ritmo, os 
sentidos e a expressividade. Seu método sempre se 
relacionou com os procedimento técnicos-metodo-
lógicos da cultura rítmico-musical e influenciou o 
surgimento da chamada ginástica moderna, voltada 
para as mulheres, criada por Rudolf Bode (1881-
1970), com contribuições de Jean Georges Noverre 
(1727-1810) e François Delsarte (1811-1881). 
Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), 
o movimento do norte é composto pela Escola Sueca 
(ou Nórdica) e se deu no período de 1914 a 1918, 
momento que começa a ter como foco as ideias de 
Ling a partir de outras perspectivas. De maneirage-
ral, as contribuições ao campo prático se referiam 
mais à técnica de construção e execução dos movi-
mentos em si do que desenvolvê-los em uma pers-
pectiva doutrinária. Os mesmos autores ressaltam 
que o movimento do oeste teve características seme-
lhantes ao do norte, manifestando-se nos campos da 
ciência e no foco técnico-pedagógico. 
Esses movimentos, ao geraram um repensar so-
bre os conceitos das Escolas europeias, foram im-
portantes para a evolução e aparecimento das dife-
rentes manifestações gímnicas que se constituem na 
atualidade. A partir destes é que foram surgindo as 
primeiras regulamentações das ginásticas e subdivi-
sões das diferentes modalidades. 
Hoje, assistimos à excelência da Ginástica nos 
campeonatos nacionais e internacionais e, quando 
fazemos uma retrospectiva dessa manifestação, con-
seguimos perceber como as mudanças sociais, cultu-
rais e históricas ao longo dos tempos têm contribuído 
para que esta adquirisse significado na história do 
homem. É nesse sentido que as reflexões devem se 
encaminhar, para que se entenda de forma dialética a 
ação do homem sobre seu meio e sua transformação.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Prezado(a) aluno(a), neste tópico iremos esclarecer como o Universo da Ginás-
tica e seus diferentes campos de atuação se estruturam na atualidade. Por isso, 
perguntamos a você: caso tenha que classificar as diferentes ginásticas que já viu, 
seja na televisão, na academia, na escola, em centros de treinamento ou até em 
espaços públicos, que elementos você levaria em consideração para realizar esta 
tarefa? Saberia reconhecer nas manifestações gímnicas aspectos que pudessem 
estabelecer classes distintas?
Pensando sobre isto, Souza (1997) estabeleceu uma organização para as áreas 
de atuação da Ginástica, sistematizando-as em cinco campos, conforme mostra a 
Figura 14.
Figura 14: Campos de atuação da Ginástica
GINÁSTICA
DE CONDICIONAMENTO
FÍSICO
DE CONSCIENTIZAÇÃO
CORPORAL DE COMPETIÇÃO FISIOTERÁPICAS DE DEMONSTRAÇÃO
Musculação
Localizada
Aeróbica
Treinamento funcional
Step
Zumba
etc.
Eutonia
Feldenkrais
Yoga
Bioenergética
Anti-ginástica
Tai Chi Chuan
etc.
Ginástica Artística
(Masculina e Feminina)
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Acrobática
Trampolim
Roda Ginástica
Tumbling
Rope Skipping
etc.
Redução Postural
Global (RPG)
Cinesioterapia
Isostretching
etc.
Ginástica para todos
Fonte: Adaptado de: Souza (1997).
O Universo da Ginástica 
e os Campos de Atuação
GINÁSTICA 
26 
GINÁSTICA 
Conforme afi rma Souza (1997), as ginásticas de con-
dicionamento físico são as modalidades mais conheci-
das. São vistas normalmente nas academias por meio 
das atividades que visam ao desenvolvimento das di-
ferentes capacidades físicas (força, fl exibilidade, resis-
tência e velocidade). Sendo assim, estão relacionadas à 
manutenção da boa forma e do bom desempenho das 
funções orgânicas. Abrangem todas as modalidades 
que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da 
aptidão física do indivíduo normal e/ou atleta. Como 
exemplo podemos citar a localizada, aeróbica, body 
pump, body combat, musculação, step entre outras. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
 EDUCAÇÃO FÍSICA
As ginásticas de competição reúnem todas as mo-
dalidades competitivas, as quais vemos em eventos 
pela televisão, em campeonatos como os jogos pa-
namericanos e jogos olímpicos, como a artística, a 
rítmica, a acrobática, a aeróbica, a de trampolim, 
entre outras. Estas sofreram infl uências das Escolas 
Ginásticas, surgidas no continente Europeu no sé-
culo XIX, e sistematizaram-se de formas diferentes, 
como vimos nos tópicos anteriores.
GINÁSTICA 
28 
As ginásticas fisioterápicas são as responsáveis pela uti-
lização do exercício físico na prevenção ou tratamento 
de doenças. Dentre elas, podemos citar isostretching, re-
educação postural global, cinesioterapia, entre outras. 
Essas modalidades possuem grande vínculo com 
o caráter médico que a ginástica ganhou a partir do 
século XIX. Para alguns autores como Fiorin (2002), 
as ginásticas fisioterápicas possuem vínculo com as 
técnicas orientais. Mesmo que nos séculos XIX e XX 
a Europa tenha servido como grande influência na 
ginástica, não podemos negar a forte aproximação 
existente entre esse tipo de ginástica e o oriente. 
De acordo com Souza (1992), as ginásticas de 
conscientização corporal reúnem as novas propostas 
de abordagem do corpo, também conhecidas por téc-
nicas alternativas, ou ginásticas suaves. A grande maio-
ria desses trabalhos teve origem na busca da solução de 
problemas físicos e posturais. Afirma Barbosa-Rinaldi 
(2010) que a chegada desse tipo de ginástica no Brasil 
é recente, por volta da década de 1970, inspirada em 
práticas milenares como yoga e tai-chi-chuan. Como 
exemplos temos a eutonia, o método feldenkrais, a 
bioenergética e a antiginástica - essa última se opõe 
ao corpo belo das ginásticas de academia, buscando a 
liberação dos padrões estabelecidos pela sociedade e 
priorizando a saúde relacionada ao bem-estar.
O pilates poderia se enquadrar tanto como 
uma ginástica fisioterápica quanto de cons-
cientização corporal, pois sua prática tem 
objetivos relacionados aos fins destes dois 
segmentos. Hoje, o pilates é uma área comum 
de atuação de fisioterapeutas e profissionais 
da educação física, cada um atuando de acor-
do com as especificidades da sua formação.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Já a ginástica de demonstração tem como represen-
tante a Ginástica Para Todos (GPT), antiga Ginásti-
ca Geral (GG), cuja principal característica é a não 
competitividade, tendo como função a interação 
social, isto é, a formação integral do indivíduo nos 
Fonte: Maringá News (2015, on-line)9.
A Ginástica para Todos (GPT), segundo Barbosa-
-Rinaldi e Paoliello (2008), é um elemento da cul-
tura corporal de movimento, podendo participar 
do processo de formação de indivíduos críticos e 
assumindo sua função educacional. A GPT é uma 
atividade gímnica inclusiva, da qual as pessoas po-
dem participar independentemente de idade, gêne-
ro, condição física ou técnica. Engloba várias mani-
festações da ginástica, assim como outras formas de 
expressão corporal, como o teatro, o circo, a dan-
ça etc. Sua prática, de caráter participativo, livre e 
seus aspectos motor, cognitivo, afetivo e social. A 
GPT engloba todas as modalidades gímnicas, desde 
que tenha somente caráter demonstrativo. A GPT 
é a única modalidade não competitiva reconhecida 
pela Federação Internacional de Ginástica (FIG).
criativo, pode ser desenvolvida tanto na educação 
formal como na informal, abrindo possibilidade de 
novas e enriquecedoras experiências de movimento 
e expressão para aqueles que a ela tem acesso.
Mediante essas classifi cações gímnicas apresenta-
das e seus diferentes campos de atuação, é possível per-
ceber o quanto é rico e amplo esse universo da ginástica 
na atualidade. Todavia, o mais importante é promover 
que esses conhecimentos cheguem até os alunos e que 
desafi os sejam postos, viabilizando novas abordagens 
gímnicas nos mais diversos espaços de intervenção.
GINÁSTICA 
30 
Olá, aluno(a)! Chegamos ao último tópico dessa 
primeira unidade, e nele iremos descrever a or-
ganização da Ginástica por meio das diferentes 
instituições internacionais e nacionais que a re-
gulamentam. 
Se você já assistiu a uma ginástica de competição, 
seja ao vivo ou pela televisão, deve ter percebido que 
os atletas recebem notas pelo seu desempenho. Estas 
notas são dadas pelos árbitros que, baseados em um re-
gulamento, atribuem valores aos exercícios apresenta-
dos pelos ginastas. Mas quem, então, é responsável por 
formular estas regras que são válidas no mundo todo? 
Assim como em outrosesportes, por exemplo, 
o futebol, que possui a Fédération Internacionale de 
Football Association, mais conhecida por FIFA, ou o 
voleibol, que tem a Fédération Internacionale de Vol-
leyball, a FIVB, a área da Ginástica possui também 
uma organização denominada Fédération Interna-
cionale de Gymnastique, ou FIG. 
A Organização 
da Ginástica 
na Atualidade
Em português, a Federação Internacional de 
Ginástica (FIG) tem como objetivo orientar, regu-
lamentar, controlar, difundir e promover eventos 
na área. Segundo Souza (1997, p. 29), a FIG tem 
“[...] sua origem nas Federações Europeias de Gi-
nástica (Fédérations Européennes de Gymnastique 
- FEG), estabelecidas em 23 de julho de 1881 em 
Bruxelas - Bélgica, com a participação da França, 
Bélgica e Holanda”. Em 1921 outros países passam 
a fazer parte da FEG, que passou então a se cha-
mar FIG, com a participação de dezesseis federa-
ções (países).
Atualmente, a FIG regulamenta 6 modalidades 
competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginás-
tica Artística Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica 
Aeróbica, Ginástica Acrobática e Trampolim, e uma 
modalidade não competitiva, somente demonstrati-
va, que é a Ginástica Para Todos (antiga Ginástica 
Geral), conforme mostrado na Figura 14.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
Dentre as modalidades competitivas, apenas qua-
tro são olímpicas: a Ginástica Artística Masculina, 
a Ginástica Artística Feminina, a Ginástica Rítmica 
e o Trampolim. Para que uma modalidade seja in-
cluída nos Jogos Olímpicos deve haver aprovação do 
Comitê Olímpico Internacional (COI), que analisa 
determinados requisitos para tal fim. 
Para controle da Ginástica em âmbito continental, 
existem a União Asiática de Ginástica, a União Pana-
mericana de Ginástica, a União Europeia de Ginásti-
ca e a União Africana de Ginástica. Estas Federações 
facilitam as relações entre as Confederações de cada 
país, a exemplo da Confederação Brasileira de Ginás-
tica (CBG), responsável pela organização de competi-
ções e eventos da ginástica no nosso país. Além disso, 
cada estado brasileiro possui a sua Federação, que se 
torna responsável pelo desenvolvimento das modali-
dades gímnicas dentro da sua área de abrangência.
Figura 14: Estrutura da Federação Internacional de Ginástica
Fonte: Figura estruturada a partir do site da Federação Internacional de Ginástica (FIG, on-line)10. 
ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA
Competitivas
Ginástica Artística
Masculina
Ginástica Acrobática
Trampolim
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Artística
Feminina
Demonstrativa
Ginástica para
todos
ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA
Competitivas
Ginástica Artística
Masculina
Ginástica Acrobática
Trampolim
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Artística
Feminina
Demonstrativa
Ginástica para
todos
32 
considerações finais
Nesta unidade, estudamos a origem da Ginástica, que surgiu atre-lada à história dos exercícios físicos. Vimos que, a cada momento histórico e em determinadas sociedades, a prática corporal estava relacionada ao contexto vivido pelos diferentes povos, possuindo 
assim objetivos distintos. No percurso de estudo fomos da Pré-história ao Re-
nascimento para então chegarmos ao período do século XIX em que a ginástica 
é sistematizada pelas Escolas Europeias, as quais permitiram e contribuíram para 
que esta evoluísse e chegasse às modalidades que conhecemos hoje. 
A fim de compreender como os campos de atuação da área da Ginástica se 
apresentam hoje, tratamos sobre o Universo da Ginástica, que define 5 campos 
distintos, os quais foram brevemente descritos. Para complementar o entendi-
mento de como a Ginástica se organiza na atualidade, falamos sobre a Federação 
Internacional de Ginástica (FIG), órgão máximo responsável pela área e as de-
mais instituições continentais, nacionais e estaduais, bem como cada um desses 
elementos regulamentam e organizam a Ginástica de acordo com o seu contexto.
Os tópicos abordados permitiram uma aproximação com o contexto da Gi-
nástica de forma a possibilitar uma visualização abrangente desta área de conhe-
cimento no sentido de que esses elementos sirvam como base para que você, fu-
turo(a) professor(a), possa compartillhar com seus alunos o conteúdo discutido 
nesta unidade.
Por meio dos temas desenvolvidos, você poderá organizar atividades que le-
vem seus alunos a conhecerem o contexto histórico da Ginástica, para que eles 
compreendam como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes 
momentos históricos, fazendo com que essas tenham características próprias a 
partir da influência e das características que receberam. Além disso, você poderá 
apresentar quais os campos de atuação da Ginástica e como essa modalidade se 
organiza mundialmente, temas que possibilitarão fazer com que conheçam a Gi-
nástica para além daquela vinculada pela mídia.
 33
atividades de estudo
1. Mediante os seguintes trechos: 
I. Nos primórdios da humanidade o homem 
praticava exercícios físicos com o objetivo de 
tornar-se mais forte e com o corpo belo.
II. O homem da pré-história, mesmo com seus 
movimentos rudimentares, transmitia suas 
habilidades de uma geração a outra e essas 
práticas corporais eram bastante utilitárias.
III. Na Antiguidade, os egípcios praticavam a luta 
livre, o boxe, esgrima, natação e remo, e os 
assírios e babilônios desenvolviam práticas de 
caráter utilitário que focavam força, agilidade 
e resistência.
IV. Na Antiguidade, no período clássico da civiliza-
ção ocidental, os gregos praticavam atividade 
física com o objetivo de divertimento e liberda-
de, focando o simples prazer destas práticas.
Assinale o que for correto:
a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
b. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.
c. Somente as alternativas I e II estão corretas.
d. Somente as alternativas II e III estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas estão corretas.
2. Relacione os períodos históricos e as práticas 
corporais daquele momento.
I. Nova forma de pensar os exercícios físicos, 
fazendo ascender uma nova filosofia com res-
peito ao corpo e seus cuidados.
II. O exercício físico se afirma como componen-
te da educação. Vários estudiosos da época, 
entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram 
para a evolução do conhecimento da Educa-
ção Física com a publicação de obras relacio-
nadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica.
III. A preparação militar tinha como foco as Cru-
zadas. Práticas como esgrima, equitação, ma-
nejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, 
corrida e salto faziam parte do repertório de 
treinamento dos soldados.
IV. Na Grécia o exercício físico se estabelecia em 
práticas esportivas, com a realização dos jo-
gos olímpicos, com grande influência mitológi-
ca e do ideal de beleza.
( ) Antiguidade. 
( ) Idade Média. 
( ) Idade Moderna.
( ) Renascimento.
A sequência correta é:
a. C - A - D - B.
b. A - C - B - D.
c. D - B - A - C.
d. B - A - C - D.
e. D - C - B - A.
3. O início do século XIX é o período considera-
do como data da origem da atual Ginástica. 
De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico 
Europeu composto por quatro Escolas: Inglesa, 
Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Sobre 
esse assunto, relacione as colunas.
I. A interdição desse método aconteceu entre 
1820-1942, contudo sua prática ainda acon-
tecia de forma clandestina, constituindo o que 
ficou conhecido de “bloqueio ginástico”. Em 
contrapartida, novos aparelhos e técnicas re-
quintadas surgiram, como a ginástica de sala, 
a qual com o tempo veio constituir a atual gi-
nástica artística.
34 
atividades de estudo
II. Pelo seu caráter competitivo, é um dos mé-
todos mais conhecidos e difundidos mun-
dialmente. Ele nãotem influência direta no 
campo da ginástica, mas apresenta contribui-
ções, sobretudo, quanto à universalização de 
conceitos e na promoção da ginástica como 
esporte olímpico.
III. Baseava-se na ciência, a partir de uma análise 
anatômica do corpo, e a prática da Ginástica 
deveria ser dividida em 4 partes: ginástica pe-
dagógica ou educativa; ginástica militar; ginás-
tica médica e ortopédica; e ginástica estética, 
tornado evidente o caráter médico-higiênico e 
a anatomofisiológico.
IV. Essa Escola Ginástica integra a ideia de uma 
educação voltada para o desenvolvimento so-
cial, sendo necessários homens completos, 
orientada tanto para militares quanto para 
toda a população no intuito de criar o “ho-
mem universal”.
( ) Escola Inglesa.
( ) Escola Alemã.
( ) Escola Francesa.
( ) Escola Nórdica ou Sueca.
A sequência correta é:
a. B - A - D - C.
b. D - C - A - B.
c. A - C - B - D.
d. A - B - C - D.
e. B - D - A - C.
4. Relacione os campos de atuação com as moda-
lidades ginásticas.
I. Ginástica Para Todos.
II. Rpg, Cinesioterapia, Isostretching…
III. Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Ginástica 
Aeróbica, Ginástica Acrobática…
IV. Musculação, Localizada, Aeróbica, Treinamen-
to Funcional, Step, Zumba…
V. Eutonia, Yoga, Bioenergética, Tai Chi Chuan…
( ) De Condicionamento Físico.
( ) De Conscientização Corporal.
( ) De Competição.
( ) Fisioterápicas.
( ) De Demonstração.
 35
atividades de estudo
A sequência correta é:
a. I - II - IV - V - III.
b. II - IV - V - III - I.
c. IV - V - III - II - I.
d. IV - V - I - II - III.
e. V - IV - II - I - III.
5. Sobre as modalidades ginásticas:
I. As ginásticas Artística, Acrobática e Localizada 
são ginásticas competitivas.
II. As ginásticas de condicionamento físico são 
aquelas presentes nas academias e na prepa-
ração de atletas.
III. A Roda Ginástica, o Tumbling e o Rope Ski-
pping são modalidades competitivas, mas 
não fazem parte da FIG.
IV. As ginásticas Artística Masculina, Artística Fe-
minina, Rítmica, Aeróbica, Acrobática e Tram-
polim são as modalidades competitivas regu-
lamentadas pela FIG.
 Assinale o que for correto:
a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
b. Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
c. Somente as alternativas I e II estão corretas.
d. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
6. Mundialmente existem diferentes órgãos res-
ponsáveis pela ginástica. Escolha a opção cor-
reta que organiza o quadro a seguir, de forma 
que o primeiro nome seja o mais representati-
vo mundialmente e assim por diante.
I. Confederações (nacionais).
II. Uniões (continentes).
III. Federações (estaduais).
IV. FIG.
 A ordem correta é:
a. II - III - IV - I.
b. IV - I - II - III.
c. IV - II - I - III.
d. IV - III - II - I.
e. III - I - II - IV.
36 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o excerto do artigo a seguir que trata sobre o corpo 
no século XIX. 
O movimento humano decomposto leva sua mecânica a 
concorrer com uma mecânica mais ampla; o esforço é se-
parado da habilidade para ser submetido a muitos outros 
empreendimentos: “Esta vantagem pode ir muito além 
nos grandes estabelecimentos [...] onde é necessário for-
necer uma atenção escrupulosa no cálculo da duração de 
cada tipo de ocupação, para proporcioná-los ao número 
determinado de operários que lhe são destinados, nin-
guém jamais permanece ocioso e o conjunto atinge o má-
ximo de velocidade” (DUPIN, 1826, p. 128-129). 
A ginástica concorre com esse projeto explícito, desenvol-
vendo a “destreza” por meio de uma “disposição precisa 
das forças” (CLIAS, 1843, p. 14). Esse fato é percebido logo 
no início do século por Pestalozzi, ao propor a aprendiza-
gem de “movimentos simples” para favorecer “a aptidão 
ao trabalho” (apud SOÉTARD, 1987, p. 70), chegando mes-
mo a pensar em até “1.000 exercícios diferentes para os 
braços” (LATY, p. 209). Impõem-se igualmente a esse pro-
jeto explícito as comparações, sempre mais frequentes, 
entre a efi cácia dos movimentos orgânicos e a efi cácia 
dos movimentos maquínicos: por exemplo, a considera-
ção paralela e a hierarquia realizada entre a efi ciência do 
serrador e a efi ciência da serra mecânica (DICTIONNAIRE 
DE L´INDUSTRIE MANUFACTURIÈRE, 1843, p. 101). 
As gravuras das enciclopédias, por meio das suas re-
composições após algumas décadas, ilustram essas re-
novações. As mãos do operário ou do artesão, bastante 
presentes nas pranchas da “Encyclopédie” de Diderot na 
metade do século XVIII, os dedos ágeis que ocupam uma 
parte do quadro para acentuar a habilidade dos gestos, 
apagam-se na Encyclopédie moderne (Enciclopédia mo-
derna) de Courtin, em 1823. O trabalho mecânico come-
ça a prevalecer em relação ao trabalho de habilidade. 
A física prevalece em relação à agilidade, a medida ao 
tato. O conjunto dos registros corporais oscila, favore-
cendo movimentos geométricos explicitamente orques-
trados, rigorosamente medidos e precisos. O programa 
da ginástica dos anos de 1820 compreende, em paralelo, 
tanto conteúdos militares ou medicinais, quanto uma “gi-
nástica civil e industrial” (AMOROS, 1834, p. 10). 
Fonte: Vigarello (2003, p. 14-15). 
Por meio deste trecho do texto, podemos observar que 
a prática de exercícios físicos/ginásticos não estavam 
voltados apenas para objetivos ligados ao prazer, prepa-
ração do corpo para guerra ou práticas esportivas das 
mais diversas. Ela também tinha uma forte infl uência na 
busca de um corpo preparado para o trabalho, que cada 
vez produzisse mais e desse bons resultados ao cenário 
laboral. Além disso, essa busca pela técnica, perfeição e 
exatidão nos movimentos também refl ete nas competi-
ções das ginásticas competitivas em que cada vez mais 
os atletas precisam dedicar-se ao treinamento para al-
cançar os resultados que os regulamentos das modali-
dades lhe exigem.
 37
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os exercícios físicos na história e na arte
Jair Jordão Ramos
EDITORA: Ibrasa
SINOPSE: As pesquisas do professor Jayr Ramos estenderam-se 
até os tempos pré-históricos, estudando os ritos, cultos, pre-
paração guerreira, ações competitivas e práticas recreativas. 
Aborda a Arte Desportiva, assinalando desde a Grécia antiga a 
ligação entre corpo e espírito. Traz informações sobre as antigas 
civilizações do Mediterrâneo e suas práticas esportivas. Traça 
um esboço histórico-cultural-desportivo da velha Grécia, mos-
trando a ligação entre Arte e desporto: os Grandes Jogos Olímpi-
cos. Descreve os exercícios físicos na Roma antiga, na Idade Mé-
dia, passando depois para a Era Moderna: a Educação Física e os 
desportos em vários países. Traça o perfi l de alguns líderes do 
pensamento em Educação Física, discorre sobre os Jogos Olím-
picos contemporâneos e a Ideologia Olímpica. Faz um estudo 
sobre a Educação Física no Brasil. Traça um panorama mundial 
da Educação Física e dos desportos.
APRESENTAÇÃO: Para conhecer mais sobre a ginástica mundialmente, acesse o link a seguir, 
no qual você poderá conhecer todas as regras, eventos e assistir a vídeos das diferentes mo-
dalidades ginásticas. 
Disponível em: <www.fi g-gymnastics.com>.
APRESENTAÇÃO: Para conhecer a organização da ginástica em nosso país, o calendário de 
competições nacionais e as regras das competições, acesse o link a seguir. 
Disponível em: <www.cbginastica.com.br>.
38 
referências
BARBOSA-RINALDI, I. P. A Ginástica no ensino su-
perior: conhecimento e intervenção. In: LARA, L. M. 
(Org). As abordagens socioculturais em Educação 
Física. Maringá-PR: Eduem, 2010, p. 194.
BARBOSA-RINALDI, I. P. ; PAOLIELLO, E. Sa-
beres ginásticos necessários à formaçãoprofissio-
nal em educação física: encaminhamentos para 
uma estruturação curricular. Revista Brasileira 
de Ciências do Esporte, Campinas-SP, v. 29, n. 2, 
p. 227-243, jan. 2008.
BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: 
Movimento, 1991.
BORRMANN, G. Ginástica de Aparelhos. Lisboa: 
Editorial Estampa, 1980.
FIORIN, C. M. A ginástica em Campinas: suas for-
mas de expressão da década de 20 a década de 70. 
2002. 173 f. Dissertação (Mestrado em Educação Fí-
sica) - Faculdade de Educação Física, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2002.
LANGLADE, A., LANGLADE, N. R de. Teoria ge-
neral de la gimnasia. Buenos Aires: Stadium, 1970.
MARINHO I. P. Sistemas e Métodos da Educa-
ção Física: recreação e jogos. 4 ed. São Paulo: Cia 
Brasil, 1958.
PUBLIO, N. S. Origem da ginástica artística. In: 
NUNOMURA, M.; NISTAPICCOLO, V. L. (Org). 
Compreendendo a ginástica artística. São Paulo: 
Phorte, 2005.
RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na 
arte. São Paulo: IBRASA, 1982.
SOARES, C. L. Imagens da Educação no corpo. 2 ed. 
Campinas-SP: Autores Associados, 2002.
______. Educação Física: raízes europeias e Brasil. 
Campinas-SP: Unicamp, 2007.
SOUZA, E. P. M de. A Busca do autoconhecimento 
através da consciência corporal: uma nova tendên-
cia. 1992. 88 p. Dissertação (Mestrado em Educação 
Física) – Faculdade de Educação Física, UNICAMP, 
Campinas-SP, 1992.
______. Ginástica Geral: uma área do conhecimento 
da Educação Física. 1997. 163 f. Tese (Doutorado em 
Educação Física) – Faculdade de Educação Física, 
UNICAMP, Campinas-SP, 1997.
TESCHE, L. O Turnen, a Educação e a Educação Fí-
sica nas escolas Teuto-Brasileiras no Rio Grande do 
Sul: 1852-1940. Ijuí-RS: Unijui, 2001.
VIGARELLO, G.. A invenção da ginástica no século 
XIX: movimentos novos, corpos novos. Revista Bra-
sileira de Ciências do Esporte, Campinas-SP, v. 25, 
n. 1, p. 09-20, set. 2003.
 39
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
1 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ascetic_Bodhisatta_Gotama_
with_the_Group_of_Five.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
2 Em: <https://de.wikipedia.org/wiki/Datei:Turner_1895.jpg>. Acesso em: 10 de 
jul. de 2016.
3 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boys_swimming_outdoors_
Wellcome_L0045255.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
4 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Johann_Christoph_Friedich_
Guths_Muths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend2.png?uselang=de>. Acesso 
em: 10 de jul. de 2016.
5 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Johann_Christoph_Friedich_
Guths_Muths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend.png?uselang=de>. Acesso 
em: 10 de jul. de 2016.
6 Em: <http://old.malmofbc.se/upload/Bort%20med%20ribbstolarna.pdf>. 
Acesso em: 10 de jul. de 2016.
7 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bonne-Esperance_Gym_sue-
doise.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
8 Em: <https://fr.wikipedia.org/wiki/Francisco_Amor%C3%B3s?uselang=de#/
media/File:Amoros_1830.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
9 Em: <http://www.maringanews.com.br/noticiaUnica.php?codigo=9942>. 
Acesso em: 10 de jul. de 2016.
10 Em: <http://www.fig-gymnastics.com/site/>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
Referências On-Line
40 
gabarito
1. D.
2. E.
3. A.
4. E.
5. B.
6. C.
UNIDADEUNIDADE II
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Princípios básicos para a realização das aulas de ginástica 
• Elementos constitutivos da Ginástica 
• Elementos corporais com deslocamento
• Elementos corporais sem deslocamento
Objetivos de Aprendizagem
• Apreender os elementos básicos para a preparação das 
aulas e do corpo para os encontros práticos de Ginástica. 
• Reconhecer os aspectos que constituem a Ginástica tendo 
como foco os elementos corporais.
• Conhecer os elementos corporais com deslocamento: 
formas de andar, correr, saltitar, saltar e girar.
• Conhecer os elementos corporais sem deslocamento: 
equilíbrios, ondas, balanceamentos e circunduções.
ELEMENTOS CORPORAIS 
DA GINÁSTICA
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos um pouco mais dos elementos que constituem a prática da Ginástica. São esses elementos que caracterizam uma prática corporal como um tipo de Ginástica. Para que você compreenda o que estamos falando, gos-
taríamos que pensasse em um ginasta executando uma série. Pode ser que o que 
venha a sua mente seja as acrobacias com um elevado nível de dificuldade, em 
que o executante esteja enfrentando as leis da gravidade e demonstrando todo 
seu domínio técnico. Entretanto, gostaríamos de ressaltar os demais movimentos 
que ele realiza na sua coreografia, os quais muitas vezes parecem ser simples, 
mas são importantes para caracterizar a prática ginástica. Se você prestar aten-
ção em um ginasta durante a execução da série perceberá que ele realiza outros 
movimentos, deslocando-se ou não pelo espaço. Salta de diversas maneiras, faz 
rotações dos braços, flexiona e estende as pernas, equilibra-se em partes distintas 
do corpo etc. Podemos chamar esses movimentos de elementos corporais, que 
vão estar presentes nas diversas práticas e modalidades ginásticas. 
Esta unidade tem como foco apresentar os elementos corporais da ginás-
tica, os quais são considerados como conhecimento fundamental para o de-
senvolvimento de qualquer prática gímnica (a palavra “gímnica” significa o 
mesmo que ginástica). No entanto, trataremos também sobre alguns assuntos 
de cunho preparatório e pedagógico tanto para a realização das aulas quanto 
para a aprendizagem de elementos corporais.
Sendo assim, no primeiro tópico, falaremos sobre princípios básicos 
para a realização das aulas de ginástica; no segundo serão abordados os 
elementos corporais presentes na ginástica com deslocamento e no tercei-
ro os elementos corporais executados na ginástica sem deslocamento do 
corpo. Salientamos que todos os exemplos trazidos aqui fazem parte das 
diferentes modalidades da ginástica e se caracterizam como base para 
a aprendizagem de outros elementos existentes no universo gímnico. 
GINÁSTICA 
46 
Prezado(a) aluno(a), antes de conhecermos as for-
mas básicas de movimento no contexto da ginástica, 
é importante salientarmos que eles são um dos pri-
meiros elementos aprendidos ao iniciar as aulas prá-
ticas, tendo em vista que sua vivência não irá apenas 
contribuir com a execução dos elementos ginásticos 
das modalidades em si, mas também ajudar o desen-
volvimento das crianças e alunos nos mais diversos 
aspectos de sua vida motora. Por isso é importante 
que, ao iniciar qualquer atividade prática em suas 
aulas, você promova primeiramente um aquecimen-
to e um alongamento visando à preparação do corpo 
para o que será feito na aula. 
Com relação ao aquecimento, Alter (1999) 
destaca que:
[...] o aquecimento consiste de exercícios rea-
lizados imediatamente antes de uma ativida-
de para aumentar a circulação e a frequência 
cardíaca. É uma parte essencial do programa 
de condicionamento. Os exercícios de aqueci-
mento dão tempo para que o atleta se adapte 
do repouso ao exercício. Esses exercícios des-
tinam-se a melhorar o desempenho e a redu-
zir a probabilidade de lesão, preparando-o 
mentalmente e fisicamente para a atividade 
esportiva. Em termos fisiológicos, o aqueci-
mento eleva a temperatura do corpo e aumen-
ta o fluxo sanguíneo.
Nesse sentido, as atividades de aquecimento aplica-
das podem ser atividades lúdicas, como brincadeiras 
que coloquem os alunos em situação de movimento. 
Como exemplo podemos citar: pega-pega, ativida-
des com bola, arcos, cordas etc.
Com relação ao alongamento e às aulas práti-
cas, é importante que o(a) professor(a) tome al-
guns cuidados: 
• Verifique se o local da práticaé adequado, se 
é possível utilizar colchões, se o piso não é es-
corregadio nem muito áspero e se o espaço 
não oferece riscos de quedas ou lesões.
• Sempre esteja atento(a) a todos os alunos, 
evitando ficar de costas para eles e observan-
do sempre seus rostos e comportamentos.
• Observe como os movimentos estão sendo 
executados, a posição do corpo, a postura. 
• Verifique se estão com vestimentas adequa-
das para a prática e se não estão fazendo uso 
de pulseiras, brincos, relógios, cabelos sol-
tos, ou outros elementos que podem atrapa-
lhar a execução dos movimentos. Um exem-
plo: sempre que forem executar elementos 
de inversão de eixo, peça para que coloquem 
a camiseta por dentro do shorts/calça para 
que, ao virar, a camiseta não tampe o rosto 
do praticante.
Princípios Básicos 
Para a Realização das 
Aulas de Ginástica
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 47
• Respeite os limites de cada aluno, lembrando 
que seu papel como professor(a) não é trans-
formá-los em atletas. Por isso, respeite sua fle-
xibilidade, força, resistência, de maneira que 
eles conquistem essas habilidades progressi-
vamente e não de uma hora pra outra. Além 
disso, não esqueça dos cuidados básicos com 
relação a cansaço e períodos para hidratação. 
Esses são alguns dos princípios que merecem a aten-
ção do(a) professor(a). Grande parte desses apon-
tamentos foram retirados do texto de Nunomura e 
Nista-Piccolo (2008), e existem outros que possivel-
mente apresentaremos no decorrer de nosso percur-
so de formação. Vale destacar que o alongamento, 
além de preparar o aluno para as atividades daquele 
dia, também mostrará resultados a longo prazo que 
contribuirão para o desenvolvimento de sua prática 
dentro da Ginástica.
bém maximizar o aprendizado dos alunos, além de 
ampliar o relaxamento físico e mental, promover o 
desenvolvimento da consciência do próprio corpo, 
reduzir o risco de entorse articular ou lesão muscu-
lar, reduzir os riscos de problemas na coluna, dimi-
nuir a irritabilidade e a tensão muscular. Além disso, 
o autor aponta que:
[...] a flexibilidade desenvolve-se quando os te-
cidos conjuntivos e os músculos são alongados 
por meio de exercícios regulares e adequados 
de alongamento. Ao contrário, a flexibilidade 
diminui com o tempo, quando esses tecidos 
não são exercitados (ALTER, 1999, p. 02).
Por isso é muito importante que você, professor(a), 
além de realizar o alongamento junto com seus alu-
nos para que eles aprendam, também diga a eles 
a importância do alongamento antes de qualquer 
atividade física que forem executar, seja dentro ou 
fora da escola.
Neste momento, você irá conhecer alguns 
alongamentos que pode passar aos seus alunos, 
logo, após a atividade de aquecimento, no início 
de suas aulas. Destacamos que esses são apenas 
alguns exemplos de exercícios, tendo o(a) profes-
sor(a) a possibilidade de adequar de acordo com 
seus conhecimentos e possibilidades de traba-
lho. O importante é que o alongamento seja feito 
abrangendo os diferentes grupos musculares e de 
articulações.
Você precisa fazer com que seu aluno se sinta 
bem praticando Ginástica, pois muitas vezes 
ele pode se sentir desmotivado por não con-
seguir fazer determinados movimentos. Por 
isso, esteja sempre atento(a) e os estimulan-
do, respeitando os limites de cada um. 
REFLITA
Sobre o alongamento, Alter (1999) destaca que este 
tem como função desenvolver a flexibilidade e tam-
48 
GINÁSTICA 
Figura 1- Exemplos de alongamentos
CADA POSIÇÃO DESTA DEVE SER MANTIDA POR 
APROXIMADAMENTE 15 SEGUNDOS
 49
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
GINÁSTICA 
50 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 51
GINÁSTICA 
52 
Figura 2 - Nesse alongamento, colocamos as solas dos pés juntas, balançamos as pernas para cima e para baixo durante 15 segundos e depois inclina-
mos o tronco para a frente e mantemos ele nessa posição por mais 15 segundos
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
Figura 3 - Variar a posição do pé em flex e ponta, repetindo 15 vezes, depois segurar por 15 segundos em flex e ponta
GINÁSTICA 
54 54 
Lembre-se de que cada aluno tem um nível de 
fl exibilidade, força e de aprendizagem. Por isso, 
respeite os limites e sempre estimule o desenvolvi-
mento progressivo.
Ao fi nalizar o processo de alongamento, inicie 
sua aula procurando ser claro(a) em suas explica-
ções e atento(a) a tudo o que acontece durante o 
encontro. Não se esqueça que você também pode 
trabalhar nas aulas teóricas o conteúdo de alonga-
mento e a importância deste no momento da prática 
de atividade física.
Tente sempre fazer com que os alunos se 
interessem pelo que está sendo trabalhado, 
lembrando sempre que o seu aluno talvez 
nunca tenha tido contato com a Ginástica. 
Por isso, tente ser o mais didático(a) possível.
REFLITA
 55
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Neste tópico, aprenderemos os movimentos corporais básicos presentes na Gi-
nástica. Entretanto, você já se perguntou como os diferentes movimentos dentro 
da Ginástica ou das outras modalidades esportivas surgiram? O que aconteceu 
na verdade foi que todos os movimentos naturais do ser humano foram evoluin-
do mediante os avanços e a busca por melhores resultados dessa prática. Souza 
(1997, p. 27, grifo do autor) destaca que: 
Estes movimentos naturais ou habilidades específi cas do ser humano, quan-
do analisados e transformados, visando o aprimoramento da performance do 
movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia 
de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento 
entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exer-
cícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movi-
mento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e 
aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos 
esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, 
cortada e bloqueio no voleibol [...]. 
E isso não foi diferente com a Ginástica. Tudo que vemos ao assistir a uma apre-
sentação nada mais é do que a evolução dos movimentos já feitos pelo homem, 
porém agora construídos historicamente e aprimorados para que cada vez mais 
as modalidades fi quem mais belas e chamem mais a atenção por sua beleza e 
características próprias.
Elementos 
Constitutivos 
da Ginástica
GINÁSTICA 
56 
A partir da Figura 4, podemos observar que a 
Ginástica contempla os elementos corporais, os 
exercícios acrobáticos, os exercícios de condicio-
namento físico e o manejo de aparelhos. Os ele-
mentos corporais, os exercícios acrobáticos e os 
exercícios de condicionamento físico podem ser 
realizados com, sem ou em aparelhos. Todos esses 
elementos devem ser trabalhados nas aulas de Gi-
nástica, lembrando que os de condicionamento fí-
sico são os exercícios normalmente feitos ao início 
e ao final das aulas (aquecimento, alongamento e 
exercícios que desenvolvam as habilidades de for-
ça, flexibilidade e resistência) como preparatórios 
para a realização dos elementos corporais, acrobá-
ticos e de manejo, bem como forma de relaxamento 
na conclusão da aula.
Neste tópico, abordaremos os conteúdos presen-
tes no primeiro tema: elementos corporais.
Como foi dito no início desta unidade, os ele-
mentos corporais se caracterizaram por tudo aquilo 
que o ginasta faz durante a sua série e que não se 
caracteriza nem como acrobático nem como condi-
cionamento físico ou manejo de aparelhos.
Por exemplo, se pedirmos para que você pense 
quais são as formas que você tem para se deslocar 
de um ponto a outro, você talvez diga: andando, 
correndo, pulando, saltando, de costas, em quatro 
apoios e por aí vai. No entanto, no contexto da Gi-
nástica, existem outras formas de realizar esses des-
locamentos com características específicas. Veremosa seguir sobre estas formas de deslocamento.
Para darmos início, de antemão já anunciamos que 
teremos que aprender a andar de diferentes formas e, 
talvez, você nos diga: “Mas, professor, eu já aprendi a 
andar faz muito tempo!”. Contudo, você aprenderá, no 
decorrer dessa unidade, a andar de forma ginástica.
Fonte: Souza (1997, p. 28).
Figura 4 - Elementos constitutivos da Ginástica 
Assim, os movimentos (exercícios) presentes na 
Ginástica constituem o conteúdo específico e po-
dem ser classificados da seguinte maneira:
ELEMENTOS
CORPORAIS
PASSOS
CORRIDAS
SALTOS
SALTITOS
GIROS
EQUILÍBRIOS
ONDAS
POSES
MARCAÇÕES
BALANCEAMENTOS
CIRCUNDUÇÕES
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA GINÁSTICA
ROTAÇÕES:
no solo, no ar
em aparelhos
APOIOS:
no solo, em
aparelhos
REVERSÕES:
no solo, em
aparelhos
SUSPENSÕES:
em aparelhos
PRÉ-ACROBÁTICOS
COM APARELHOS
SEM APARELHOS
EM APARELHOS
PARA O
DESENVIMENTO DA
FORÇA,
RESISTÊNCIA
FLEXIBILIDADE,
etc.
(exercícios localizados)
TRADICIONAIS:
bola, corda,
arco, �ta
botão, etc
ADAPTADOS:
panos, pneus,
caixas, etc.
EXERCÍCIOS
ACROBÁTICOS
EXERCÍCIOS DE
CONDIC. FÍSICO
MANEJO DE
APARELHOS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 57
Elementos Corporais 
com Deslocamento
FORMAS DE ANDAR E DE CORRER 
As formas de andar se caracterizam pelas diferentes 
maneiras existentes para se deslocar de um ponto a 
outro. Segundo Peuker (1973), andar é a execução 
de um deslocamento, com transferência do peso do 
corpo de um pé para outro, sem perda de contato 
com o solo. Já correr é a execução de um desloca-
mento, com transferência do peso do corpo de um 
pé para o outro, com a perda momentânea de conta-
to dos pés com o solo.
Existem inúmeras formas de andar e correr. Para 
nossas aulas escolhemos quatro formas de andar e 
quatro de correr.
• Andar em meia ponta ou relevé - desloca-
mento realizado com o corpo todo ereto, 
olhar para frente, dando passos normais, mas 
com o pé em meia ponta. 
Figura 6 - Exemplo de andar alongado ou estendidoFigura 5 - Exemplo de deslocamento em meia ponta
• Andar alongado ou estendido - a ponta do 
pé toca o solo, descendo para o restante do 
pé. Enquanto isso, o outro pé já vem em pon-
ta para dar continuidade. 
GINÁSTICA 
58 
• Andar cruzado - mesma posição dos pés, 
corpo virado de lado para a direção em que 
se vai. A cada passo cruza-se um pé na frente 
do outro, depois voltar do outro lado. 
• Andar Valseado - esse andar é muito pareci-
do com o dançar da valsa. Você dará um pas-
so grande em deslocamento e dois pequenos 
no mesmo lugar.
Figura 7 - Exemplo de andar cruzado
É muito importante que você, professor(a), 
trabalhe os dois lados do corpo do aluno. 
Não importa que ele seja destro ou canhoto, 
ambos os lados precisam ser desenvolvidos. 
Um lado sempre será dominante, mas é im-
portante que ele tente e pratique os movi-
mentos com ambos os lados. 
REFLITA
Figura 8 - Andar Valseado
 59
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
• Corrida natural - essa corrida se caracteriza pelo deslocamento 
alternando braços e pernas ligeiramente flexionados.
Existem diferentes formas de andar e correr. Cabe a você, professor(a), criar pos-
sibilidades para que outras formas sejam exploradas junto aos seus alunos.
• Corrida Alongada - os passos devem ser dados com maior 
amplitude, mas não devem chegar ao salto. Braços ao lado 
do corpo.
• Corrida com pernas flexionadas para frente e trás - corrida 
com os joelhos elevados e flexionados tanto para frente, como 
os joelhos altos, e para trás, com os joelhos flexionados.
• Corrida lateral cruzada (plano frontal) - corrida para o lado, 
cruzando as pernas.
60 
GINÁSTICA 
SALTITOS 
Os saltitos são pequenos saltos em que a fase de permanência no ar é curta. 
Para Peuker (1973, p. 51) “a primeira fase, a saída do chão, recebe menos im-
pulso; e a chegada, o molejo, também mais suave”.
• Primeiro saltito - Impulsionar o chão com um pé, descendo para o mes-
mo pé. Dar um passo para o pé que foi levantado na direção do saltito. 
Figura 9 - Primeiro Saltito
• Segundo saltito ou galope - saltitar saindo do chão com um pé, descendo 
para o outro, dando um passo com o joelho levantado na direção do salto 
(a execução será demonstrada na aula conceitual).
• Chassé ou saltito unido - dar um passo longo e na sequência impulsionar 
o chão juntando os dois pés durante a fase de voo (a execução será de-
monstrada na aula conceitual). 
Figura 10 - Chassé
 61
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
• Chassé lateral - dar um passo longo ao lado e na sequência impulsionar o 
chão, juntando os dois pés durante a fase de voo.
Figura 11 - Chassé Lateral
SALTOS
Saltar é um movimento no qual os pés perdem o contato com o chão e a perma-
nência no ar é destacada. Sobre isso, Peuker (1973) destaca que o salto é compos-
to por 3 fases: 
1. Saída do chão (impulso).
2. Permanência no ar (caráter do salto).
3. Descida ao solo.
Do ponto de vista da primeira à terceira fase do saltar, podemos executá-lo impul-
sionando o chão com um pé, descendo para o mesmo, para o outro, para os dois, 
ou largando o chão com dois pés, descendo para os mesmos ou para um pé só.
Existem inúmeras formas de saltar, principalmente a partir da particula-
ridade de cada modalidade ginástica. Nesse momento, conheceremos alguns 
saltos básicos e comuns em diferentes modalidades ginásticas, mas antes disso 
é importante aprendermos as diferentes posições que o corpo pode assumir 
não apenas em alguns saltos, mas em outros movimentos que aprenderemos 
na Ginástica. 
• Posição Estendida: posição em que os segmentos corporais estão alinhados.
• Posição Carpada: posição em que se tem a flexão do tronco a frente apro-
ximando as duas pernas estendidas.
62 
GINÁSTICA 
• Posição Grupada: flexão do quadril de forma simultânea com os joelhos, 
com a aproximação destes ao tronco.
• Posição Afastada: postura em que ocorre o afastamento das pernas esten-
didas, de forma lateral ou longitudinal. Pode ou não ter flexão do quadril.
Nesse sentido, conheceremos alguns saltos bem comuns na Ginástica, no entanto 
destacamos que os saltos devem ser executados com segurança, lembrando que o 
amortecimento deve sempre se dar pela parte da frente dos pés e flexionando os 
joelhos na aterrissagem, para que não ocorram lesões durante a execução.
Importante: O aluno nunca deve aterrissar dos saltos com os joelhos estendi-
dos. Deve estender durante a execução e flexionar na chegada ao solo, conforme 
o modelo. 
• Salto com deslocamento vertical do corpo: nesses saltos, o corpo é impul-
sionado para cima e aterrissa praticamente sobre o mesmo ponto de onde 
saiu, sem haver deslocamento.
• Salto estendido ou vertical: impulso com os dois pés, e o executante salta 
com o corpo todo estendido. 
Figura 12 - Salto Vertical
 63
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 13 - Salto Grupado
Figura 14 - Afastamento lateral
• Salto Grupado: saltar pegando impulso com os dois pés e subindo os dois 
joelhos na altura do peito. Tronco ereto. 
• Salto Afastado: impulso com os dois pés e afastamento das pernas du-
rante a fase de voo. Este afastamento das pernas tem duas variações: 
lateralmente ou anteroposterior.
64 
GINÁSTICA 
Os saltos recebem diferentes nomes de acordo com as modalidades ginás-
ticas ou dançantes. Por exemplo, esse mesmo salto receberá o nome de 
“afastado” na ginástica artística, “ejambeé” na ginástica rítmica e no ballet 
recebe o nome de “grand jeté”.
Fonte: os autores. 
SAIBA MAIS
Figura 15 - Afastamento anteroposterior
• Salto Carpado: durante o salto o ginasta estende as duas pernas a frente e 
inclina o tronco em direção a elas. 
Figura 16 - Salto Carpado
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 65
Salto Tesoura: Impulsionar o chão com um pé, des-
cendo para o outro. 
• Saltoscom deslocamento do corpo: os saltos 
com deslocamento do corpo para frente ou 
lateralmente iniciam-se sempre com um pas-
so, fazendo com que uma das pernas inicie a 
fase de voo. A aterrissagem também é realiza-
da primeiramente com a perna que iniciou a 
fase de voo retomando o apoio no solo. 
• Salto ejambé: após o passo que antecede o 
salto, a perna de trás é lançada para frente e 
a outra para trás, realizando um afastamento 
anteroposterior das pernas (uma para frente 
e outra para trás).
• Salto Afastado: diferentemente do salto afas-
tado visto na seção de saltos verticais, este 
tem impulso inicial de uma perna e desloca-
mento lateral do corpo no ar.
Figura 17 - Salto Ejambé
• Salto Corsa: a perna que inicia o movimento 
de voo flexiona-se e a perna de trás mantém-
-se estendida.
Figura 18 - Salto Corsa
É importante salientar que tudo que formos apren-
dendo na Ginástica será ligado para a execução dos 
movimentos com mais harmonia. Por isso, para a 
execução dos saltos, podemos executar uma prepa-
ração deles fazendo um saltito. 
Por exemplo: executar o saltito chassé e, quando 
terminar, dar um passo e saltar com a outra perna. 
Comece um saltito com a perna direita, ao finalizar 
o elemento a perna direita estará na frente e a es-
querda atrás, porém a perna que você usará para o 
salto, será a direita. Como fazer isso? Você dará um 
passo com a perna esquerda para que tome impulso 
e lance a perna direita durante o salto.
Veja o exemplo. A ginasta precisa saltar com a per-
na direita. Ela faz o chassé com a perna direita a frente. 
Ao fim, dá um passo com a esquerda e depois salta. 
É importante que você estimule e permita que 
seus alunos repitam várias vezes esse movimento a 
fim de que o compreendam. Se necessário, faça bem 
lentamente junto com eles, primeiro o chassé, depois 
o passo e depois o salto, até que eles se apropriem e 
consigam fazer automaticamente.
Figura 19 - Salto Afastado
66 
GINÁSTICA 
Alguns desses saltos recebem variações ao girar o tronco no próprio eixo. 
Como exemplo, podemos ter um salto vertical com giro. 
Figura 20 - Salto Vertical
Existem muitos outros saltos na Ginástica, porém esses são a base para todos 
os outros.
GIRAR 
É um movimento de rotação com a mesma intensidade executado no mesmo 
lugar ou com deslocamentos. Ele acontece em torno de um mesmo eixo. Os giros 
podem ser executados sobre um pé, dois pés, quadril, nas posições em pé, deita-
do, ajoelhado etc. Os giros são compostos por preparação, execução e fi nalização.
 67
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
• Giro de joelho: com apenas um joelho no 
solo e a outra perna em 90º graus apoian-
do o pé no solo, fazer a troca de posição das 
pernas, virando o tronco e quadril para a 
outra direção. 
• Giro sobre os dois pés (chainê): dar um pas-
so, subir na meia ponta dos dois pés e girar 
em torno do próprio eixo. 
• Giro de quadril: dar um passo ao lado, fl exio-
nando a perna. Quando no chão, apoiar a mão 
da perna que foi fl exionada, sentar no chão fi -
cando de costas para a frente, passar girando o 
corpo apenas no apoio do quadril. Ao chegar 
do outro lado, apoiar a perna que iniciou o 
movimento e voltar para a posição de pé. 
• Pivots: os pivots são os giros que acontecem 
sobre apenas uma perna. Como de regra, 
deve existir uma preparação, a execução e a 
fi nalização.
GINÁSTICA 
68 
Como giros sobre um pé só, temos:
Figura 21 - Pivot no passet 
Figura 22 - Pivot no arabesque 
Existem inúmeras formas de girar na Ginástica. Estas apresentadas aqui são apenas algumas das diferentes 
possibilidades existentes.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 69
Os elementos corporais sem deslocamentos são 
aqueles realizados com o corpo parado, entretanto 
alguns deles podem ser executados com um peque-
no deslocamento ou transferência do peso de corpo 
de um segmento a outro, como é o caso das ondas. 
Além disso, alguns também podem ser executados 
em consonância com outros elementos corporais, 
por exemplo: realizar uma circundução de braços 
durante um saltito.
Vamos conhecer um pouco sobre esses ele-
mentos para facilitar o entendimento do que esta-
mos tratando.
EQUILÍBRIOS:
O equilíbrio é uma posição estática que, segundo 
Barbosa-Rinaldi et al., “deve ser executada duran-
te um curto período de tempo sobre um ou mais 
apoios [...]. Diferentemente da maioria dos elemen-
tos corporais, possui uma característica fundamen-
tal - o estatismo.” (BARBOSA-RINALDI et al., 2009, 
p. 35). Estes podem ser executados sobre a meia 
ponta ou pé inteiro (de um pé) ou sobre joelhos, de-
vendo manter um tempo e forma fixa. 
Elementos Corporais 
sem Deslocamento
Exemplos de equilíbrios:
Figura 23 - Equilíbrio no passet
70 
GINÁSTICA 
Figura 24 - Equilíbrio arabesque
Figura 25 - Equilíbrio avião ou prancha facial
Figura 26 - Equilíbrio no cosaco 
 71
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
ONDAS
As ondas são movimentos específicos que partem do centro do corpo e irradiam 
para as extremidades.
Figura 27 - Equilíbrios de Joelho
Figura 28 - Onda anteroposterior
Figura 29 - Onda posterior-anterior
GINÁSTICA 
72 
BALANCEAMENTOS
Os balanceamentos, como o próprio nome diz, reme-
tem-se a movimentos de balanço, pendulares de um 
ou mais segmentos corporais. Segundo Barbosa-Ri-
naldi et al. (2009), o balanceamentos possui três fases: 
o impulso, que é onde se dá o início da trajetória do 
movimento, energia que impulsiona o movimento; o 
acento, que é a fase de evidência do movimento; e o 
relaxamento, que é a fase final do movimento.
Esses movimentos podem ser feitos com ape-
nas um segmento corporal, (mão, braço e perna) 
com dois segmentos ao mesmo tempo e para o 
mesmo sentido ou de forma assimétrica. Estes 
podem estar totalmente relaxados ou contraídos 
(em extensão ou flexão), ou até mesmo em movi-
mento ondulatório. 
Figura 30 - Onda lateral
Figura 31 - Balanceio de Braços
 73
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
CIRCUNDUÇÕES
O movimento de circundução se caracteriza pela rotação de um segmento cor-
poral, o qual tem que executar uma volta de 360 graus, tendo como ponto fixo 
uma articulação, assim como os balanceios podem ser realizados em vários 
planos de forma simétrica e assimétrica (braços e pernas) e os segmentos po-
dem estar de diferentes maneiras (extensão, tensão etc.), conforme afirmam 
Barbosa-Rinaldi et al. (2009).
Diferente dos balanceios, a circundução precisa necessariamente dar uma 
volta de 360 graus.
A circundução é um elemento que está presente em todos os manejos de apa-
relhos de ginástica rítmica, conteúdo que aprenderemos na próxima unidade. 
Além disso, todos os movimentos que aprendemos nesta unidade, sendo eles 
com deslocamento ou não, deverão fazer parte do contexto de formação dos seus 
alunos e também das montagens coreográficas futuras. 
Como os elementos corporais são fundamentais a qualquer prática ginástica, 
é muito importante que você, professor(a), não trabalhe esses elementos em uma 
ou duas aulas, mas sim que sempre que possível os retome, para que os alunos 
pratiquem e possam aprender a execução de cada um deles. Assim como tudo 
na Ginástica, é preciso muita atenção, concentração e repetição para que os dife-
rentes conteúdos sejam aprendidos e realizados com maestria por nossos alunos, 
sempre de forma prazerosa e divertida. 
Figura 32 - Circunduções de Braços
74 
considerações finais
Nesta unidade, estudamos os elementos corporais da Ginástica. No entanto, no primeiro tópico, descrevemos os aspectos necessários para o bom desenvolvimento das aulas, não apenas de Ginástica, mas em todos os outros conteúdos práticos da Educação Física. 
Também conhecemos alguns tipos de alongamentos que podem ser usados ao 
início das suas aulas, visando preparar os alunos para as atividades que aconte-
cerão.Não esqueça de sempre estar atento(a) a tudo que acontece, sempre obser-
vando os alunos e seus comportamentos.
A partir da segunda unidade, aprendemos sobre o elementos constitutivos da 
Ginástica, dividido-os em elementos corporais, elementos acrobáticos, de con-
dicionamento físico e manejo de aparelhos. Na sequência, trabalhamos com os 
elementos corporais, dividindo-os em: com deslocamento e sem deslocamento. 
Nos elementos corporais com deslocamentos, vimos as diferentes formas de an-
dar, correr, saltitar, saltar e girar. Já nos elementos corporais sem deslocamentos 
aprendemos sobre os equílibrios, os balanceamentos e as circunduções. Foi evi-
denciado que existem várias possibilidades desses elementos corporais acontece-
rem, principalmente quando observados na prática realizada pelos atletas. 
O que aprendemos nessa unidade é suficiente para que seus alunos tenham 
acesso aos diferentes elementos corporais presente na Ginástica. É muito impor-
tante que você, futuro(a) professor(a), vivencie e aprenda esses movimentos, pois 
assim, percebendo quais são as dificuldades de execução, você poderá ajudar seus 
alunos com mais facilidade. Sempre que possível, leve imagens e vídeos em suas 
aulas para que os alunos possam aprender visualmente como é feita a execução 
destes movimentos. Caso leve vídeos de atletas, lembre-se de problematizar junto 
a eles a questão da técnica, do treinamento e preparação para aquela execução, 
assim como eles, na condição de alunos e aprendizes, devem se esforçar para 
aprender o possível dentro de suas individualidades e características próprias.
 75
atividades de estudo
1. Com relação aos princípios básicos para as au-
las de Ginástica, assinale a alternativa correta:
a. É importante exigir ao máximo dos seus alu-
nos, fazendo com que aprendam os elemen-
tos propostos de forma rápida independente 
da idade com que se trabalha e o contexto no 
qual eles estão inseridos.
b. Para o início da aula, os alunos devem se orga-
nizar de forma com que já comecem pratican-
do os exercícios, sem nenhuma preparação 
prévia.
c. É importante que o(a) professor(a) foque ape-
nas o lado dominante do aluno, afinal não pre-
cisa trabalhar o outro lado que o aluno não 
tem tanta habilidade.
d. O(a) professor(a) deve se atentar se o local da 
prática é adequado, se possível com colchões, 
em um piso que não seja escorregadio nem 
muito áspero, em um espaço que não ofereça 
riscos de quedas ou lesões.
e. O aluno, caso já tenha feito outra modalidade 
esportiva, não precisará fazer alongamentos, 
pois seu corpo já está desenvolvido para ativi-
dades práticas. 
2. Sobre os elementos constitutivos da Ginástica, 
relacione as colunas:
I. Elementos Corporais.
II. Elementos Acrobáticos.
III. Condicionamento Físico.
IV. Manejo de Aparelhos.
( ) Rotações, apoios e inversões.
( ) Passos, corridas, saltos e saltitos.
( ) Tradicionais e adaptados.
( ) Desenvolvimento de força, flexibilidade e 
resistência.
Assinale a sequência correta:
a. IV - III - II - I.
b. II - I - IV - III.
c. III - II - IV - I.
d. IV - II - I - III.
e. II - IV - I - III.
3. Sobre os elementos corporais:
I. Os elementos corporais com deslocamento 
são aqueles realizados para que o ginasta per-
corra uma distância curta e se prepare para 
outros movimentos.
II. Os elementos sem deslocamento podem 
ter um pequeno deslocamento ou trans-
ferência de peso, de acordo com o que é 
realizado.
III. Os saltitos são feitos a partir de uma forte 
impulsão em que o praticante precisa ter 
um boa altura para que seja considerado 
saltito.
IV. O que diferencia salto de saltito é a fase de 
voo, já que no primeiro a fase é maior, e no 
segundo, menor.
76 
atividades de estudo
Assinale a alternativa correta:
a. As alternativas A, B, C estão corretas.
b. As alternativas B, C, D estão corretas.
c. Apenas as alternativas A e D estão corretas.
d. As alternativas A, B, D estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
4. Sobre as posições do corpo, relacione as colunas:
I. Posição Carpada.
II. Pisição Afastada.
III. Posição Grupada.
IV. Posição Estendida.
( ) Posição em que os segmentos corporais 
estão alinhados.
( ) Posição em que se tem a flexão do tronco a 
frente, aproximando as duas pernas estendidas.
( ) Flexão do quadril de forma simultânea 
com os joelhos, com a aproximação destes 
ao tronco.
( ) Postura em que ocorre o afastamento das 
pernas estendidas, de forma lateral ou longitu-
dinal. Pode ou não ter flexão do quadril.
Assinale a sequência correta:
a. IV - I - III - II.
b. II - I - IV - III.
c. III - II - IV - I.
d. IV - II - I - III.
e. II - IV - I - III.
5. Considere as afirmações a seguir:
I. As circunduções se caracterizam pela rotação 
de um segmento corporal, o qual tem que 
executar uma volta de 360 graus, tendo como 
ponto fixo uma articulação.
II. Os balanceamentos remetem-se a movimen-
tos de balanço, pendulares de um ou mais 
segmentos corporais.
III. A circundução é o movimento realizado em 
torno do próprio eixo, por exemplo, na execu-
ção de um pivot.
IV. O balanceamento é o movimento realizado ao 
fim dos saltos para que se evite lesões.
Assinale o que for correto:
a. I e II estão corretas.
b. I e III estão corretas.
c. I e IV estão corretas.
d. I, II e III estão corretas.
e. Todas estão corretas.
 77
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o excerto do artigo a seguir que trata sobre o aquecimento nas aulas de Edu-
cação Física.
Os conteúdos a serem ensinados nas aulas de Educação Física devem ter uma práxis 
transformadora, sob a égide do paradigma da unidade e da complexidade, em que cor-
po/sensível e alma/inteligível, assim como teoria e prática, estejam conectados, visando 
aos processos educativos e formativos do ser humano, perspectivando um sujeito cul-
to, crítico e ético. É viável a edifi cação de uma autêntica práxis transformadora conecta-
da à concepção da motricidade humana, pois por meio desta, podemos contribuir para 
o ato educativo, como defende Pereira (2007). Ao iniciarmos as discussões sobre os 
conteúdos a serem contemplados no ensino da Educação Física, cabe elucidar que con-
teúdo é a seleção de formas ou saberes culturais, conceitos, explicações, raciocínios, 
habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos, atitudes, modos de conduta e 
de procedimentos, entre outros, cuja apropriação é primordial para a educação e a for-
mação da pessoa (COLL et al., 2000). Torna-se necessário ampliar a concepção de con-
teúdo e considerar o que é relevante apreender nas aulas de Educação Física da. Enten-
de-se que todos os conteúdos estruturantes da Educação Física devem ser ensinados 
na mesma proporção. Conteúdos estruturantes são “[...] os conhecimentos de grande 
amplitude, conceitos, teoria ou práticas, que identifi cam e organizam os campos de 
estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de 
seu objeto de estudo/ensino” (PARANÁ, 2008, p. 25). A disciplina escolar Educação Física 
terá como seus conteúdos estruturantes os campos de estudos traduzidos nos espor-
tes, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e danças, além de conhecimentos históricos 
produzidos pela área ao longo dos tempos. A partir dos conteúdos estruturantes orga-
nizam-se os conteúdos básicos a serem trabalhados por série ou ciclos de escolariza-
ção, bimestres ou semestres letivos, compostos pelos temas/assuntos mais específi cos.
[...]
É necessário estarmos atentos à questão da população que ensinamos. Em aulas de 
78 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Educação Infantil, talvez não se precise intensifi car a preparação prévia do organismo, 
do aquecimento corporal no momento de aula, entretanto o aquecimento corporal 
para as criançaspode ser realizado em dias de temperaturas baixas, em que o ensino 
de determinado conteúdo relacionado à prática de movimentos exige uma preparação 
prévia, contrariamente ao que acontece em dias de temperaturas elevadas. Em aulas 
para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio recomendam-se o aquecimento 
objetivando melhores condições motoras e psicológicas. Weineck (1991) explica que 
a intensidade do exercício e o tempo de duração do aquecimento devem se alterar 
com o aumento da idade. O autor ainda elucida que no âmbito escolar o tempo do 
aquecimento acaba sendo reduzido devido a outros objetivos específi cos do ensino do 
esporte. É relevante ressaltar que a criança e o jovem um dia serão adultos e terão que 
aprender na escola as questões que envolvem a preparação prévia do organismo, as 
quais deverão auxiliá-los no desempenho das tarefas motoras.
Fonte: Pereira e Cesário (2011, p. 637-640).
A discussão trazida neste excerto leva-nos a pensar em vários aspectos sobre o traba-
lho como professor(a). Entretanto, além do tema aquecimento nas aulas de Educação 
Física, as autoras abordam a necessidade de respeitar o processo formativo de cada 
momento da vida do aluno, respeitando suas individualidades e trabalhando os conte-
údos de acordo com as faixas etárias, com o intuito de formar sujeitos críticos e éticos. 
Ao ensinar Ginástica ou qualquer outro tema da cultura corporal de movimento, não 
devemos pensar apenas no conteúdo que está sendo desenvolvido, mas também quais 
são os desdobramentos que a aprendizagem desse conteúdo pode ter para a formação 
humana desse sujeito.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 79
Fundamentos das Ginásticas 
Myrian Nunomura e Mariana Harumi Cruz Tsukamoto
EDITORA: Fontoura 
SINOPSE: “Fundamentos das Ginásticas” é uma obra que pre-
tende apoiar os profi ssionais de Educação Física e de Esporte no 
aprimoramento de suas práticas e conhecimento sobre algumas 
manifestações ginásticas. Os capítulos foram elaborados por 
professores e técnicos que estão ativamente envolvidos no ensi-
no e estudo das respectivas modalidades, mas que não preten-
dem constituir-se em “receitas” de atividades. Ao contrário, espe-
ramos que o presente material oriente o desenvolvimento dos 
fundamentos básicos que caracterizam e alicerçam cada ginásti-
ca. A partir de então, esperamos que os profi ssionais ampliem as 
propostas de atividades apresentadas, identifi quem as oportuni-
dades de aplicação desses fundamentos e possam criar experi-
ências cada vez mais enriquecedoras e desafi antes aos pratican-
tes. Ginástica Geral, Volteio, Ginástica de Trampolim, Ginástica 
Aeróbica, Ginástica Rítmica, Ginástica Acrobática e Ginástica Ar-
tística procuram despertar um novo olhar sobre as possibilida-
des que as ginásticas têm de atender à diversidade populacional 
e de contextos e somar ao conteúdo da cultura corporal.
APRESENTAÇÃO: Por meio do site da FIG você poderá conhecer 
as regras e como as modalidades se organizam mundialmente. 
A cada quatro anos, em virtude dos Jogos Olímpicos, essas re-
gras acabam sofrendo alterações. 
Disponível em: <www.fi g-gymnastics.com>.
APRESENTAÇÃO: Ao acessar o site da Confederação Brasilei-
ra de Ginástica você terá acesso às competições e eventos que 
acontecem em nosso país, além dos regulamentos que organi-
zam as modalidades ginásticas e as federações de cada estado. 
Disponível em: <www.cbginastica.com.br>.
80 
referências
ALTER, M. J. Alongamento para os esportes. 2. ed. São Paulo: Manole, 1999.
BARBOSA-RINALDI, I. P.; PACÍFICO, T. A.; TEIXEIRA, R. T. S. Ginástica 
Rítmica: História, características, elementos corporais e música. Maringá-PR: 
Eduem, 2009.
NUNOMURA, M. e NISTA-PICCOLO, V. L. Compreendendo a ginástica artís-
tica. São Paulo: Phorte, 2008.
PEUKER, I. Ginástica moderna sem aparelhos. Rio de Janeiro: Fórum, 1973.
PEREIRA, A. M; CESÁRIO, M. A ginástica nas aulas de Educação Física: o “aque-
cimento corporal” em questão. Revista da Educação Física/UEM Maringá-PR, v. 
22, n. 4, p. 637-649, out./dez. 2011.
SOUZA, E. P. M. de. Ginástica Geral: uma área do conhecimento da Educação 
Física. 1997. 163 f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educa-
ção Física, UNICAMP, Campinas-SP, 1997.
 81
gabarito
1. D.
2. B.
3. D.
4. A.
5. A.
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Evolução histórica da Ginástica Artística
• Característícas da Ginástica Artística
• Aparelhos da Ginástica Artística
• Evolução histórica da Ginástica Rítmica 
• Características da Ginástica Rítmica 
• Elementos corporais e manejo de aparelhos na Ginástica 
Rítmica
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o desenvolvimento histórico da Ginástica 
Artística.
• Identifi car as características da Ginástica Artística na 
atualidade.
• Conhecer os diferentes aparelhos da Ginástica Artística. 
• Aproximar-se dos aspectos históricos da Ginástica Rítmica. 
• Apreender as características que fazem parte da Ginástica 
Rítmica. 
• Conhecer os elementos corporais e o manejo de aparelhos 
da Ginástica Rítmica. 
GINÁSTICAS COMPETITIVAS 
(OLÍMPICAS)
III
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos sobre as mo-dalidades competitivas olímpicas. Escolhemos as modalidades de Ginástica Artística e Ginástica Rítmica como as mais conhecidas e que recebem destaques por suas características, já que a Artística, 
além de ser masculina e feminina, possui aparelhos de grande porte, e a Ginásti-
ca Rítmica se caracteriza pelo uso de aparelhos de pequeno porte. Ambas fazem 
parte da FIG e estão nos Jogos Olímpicos.
A unidade está organizada da seguinte forma: a primeira parte trata sobre 
a Ginástica Artística, sua história e sistematização, e na sequência discutimos 
sobre os aparelhos e as caraterísticas da modalidade. Separamos os aparelhos 
em masculinos (solo, barra fixa, cavalo com alças, salto sobre a mesa, argolas e 
paralelas) e femininos (solo, mesa de salto, trave de equilíbrio e barras assimétri-
cas). A segunda parte trata sobre a Ginástica Rítmica, sua evolução histórica, as 
características da modalidade, os aparelhos (corda, bola, arco, maças e fita) e suas 
possibilidades de manejo. Além disso, ao trazer cada aparelho dessa, sinalizamos 
quais são suas especificações técnicas e como devem ser para as competições 
oficias, fazendo uso de imagens para facilitar sua compreensão e conhecimento 
de cada aparelho.
É importante que você, futuro(a) professor(a), consiga reconhecer e 
identificar cada modalidade a partir de suas características para que possa 
trabalhar com cada uma delas em suas aulas, lembrando que, mesmo sen-
do modalidades competitivas e que muitas vezes pareçam ser apenas para 
atletas de alto nível e com uma controle corporal de dar inveja, o nosso 
papel como professor(a) é fazer com que nossos alunos conheçam essas 
diferentes modalidades e possam evoluir cada um diante de sua carac-
terística própria.
86 
GINÁSTICA 
Prezado(a) aluno(a), bem-vindo(a)! Falaremos neste tópico sobre a Ginástica 
Artística (GA). Para que você compreenda como esta modalidade se estruturou, 
trataremos sobre a sua história e evolução, trazendo o contexto e os nomes que 
contribuíram com suas ideias e resultaram em uma prática gímnica com carac-
terísticas próprias. Em seguida, abordaremos as características da GA, falando 
sobre seus aparelhos e elementos corporais presentes na modalidade.
Evolução Histórica 
da Ginástica Artística
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 87
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E EVOLU-
ÇÃO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA 
A Ginástica Artística (GA) é conhecida pela presen-
ça de força, agilidade, movimentos de rotação no ar 
e realização de diferentesexercícios em aparelhos de 
grande porte. Essas características se dão pela forma 
com que essa modalidade surgiu, mediante a situa-
ção de conflito entre nações e a necessidade de reer-
guer um país derrotado.
Segundo Publio (2005), a Batalha de Jena foi o 
principal acontecimento para o surgimento dessa 
modalidade, já que, depois de muito evitar um con-
fronto entre França e Prússia, o rei Frederico Gui-
lherme III percebeu que a guerra seria inevitável e 
enviou um ultimatum a Paris em 26 de setembro de 
1806. Nesse comunicado, ele exigia a imediata reti-
rada das tropas francesas do território da Prússia, 
no entanto esse recado só foi recebido por Napoleão 
em 7 de outubro, já em Bamberg, na Prússia. O que 
foi tarde demais, porém mesmo assim os oficiais 
prussianos não acreditavam que os franceses tives-
sem condições de enfrentá-los em campo aberto e 
tinham a certeza de vitória. Como o planejamento 
prussiano foi inadequado e a desorganização foi 
grande, quando perceberam a Prússia já havia sido 
derrotada e, para agravar ainda mais a situação, a 
Corte de Berlim não tinha tomado nenhuma pre-
caução para prevenir as consequências de um fra-
casso. Nas palavras de Publio, “o que deveria ser uma 
ofensiva prussiana transformou-se em uma derrota 
vergonhosa” (PUBLIO, 2005, p. 15).
Com essa derrota, Johann Friedrich Ludwig 
Cristoph Jahn, conhecido como o “Pai da Ginástica”, 
buscou incitar a mocidade prussiana a se preparar 
fisicamente a fim de expulsar o exercito invasor. Se-
gundo Publio, “o trabalho de Jahn foi sem dúvida 
a ‘célula mater’ da Ginástica Olímpica (gymnastique 
artistique), também denominada Ginástica Artísti-
ca, Ginástica Desportiva ou Ginástica de solo e de 
aparelhos” (PUBLIO, 2005, p. 16).
Publio (2005) destaca que Jahn lecionava em um 
instituto e era o responsável pelas saídas bissemanais 
dos alunos para uma área sem cultivo e arborizada 
chamada Hasenheide (Paradeiro das Lebres), local 
em que ocorriam batalhas simuladas. Para Jahn, 
caminhar, saltar, lançar, sustentar-se são exercícios 
gratuitos como o ar e podem ser praticados em qual-
quer lugar, além do que, isso o Estado pode oferecer 
a todos - pobres, ricos, classe media, - tendo cada 
um sua necessidade.
Com essa proposta, Jahn inaugura em julho 
de 1811 o primeiro local de prática ginástica ao 
ar livre, o hoje denominado Volkspark Hasenhei-
de (Parque do Povo). Nesse local eram praticados 
movimentos de preparação do corpo utilizando ga-
lhos de árvores, troncos para suspensões, volteios e 
movimentos que naquela época já indicavam o que 
seria a Ginástica Artística de hoje. O movimento 
criado por Jahn era tão forte e buscava tanto um 
caráter nacional que a palavra gimnasia foi subs-
tituída por turnkunst, por considerá-la de origem 
alemã. Publio (2005) afirma que palavras como: 
turnen = praticar ginástica; turnplatz = local de 
Ginástica; turner = ginasta; voltigieren = balançar, 
voltear; torner = lutar, brigar; turntag = dia da gi-
nástica; e turnkunst = arte ginástica, foram inven-
tadas por Jahn e se tornaram verdadeiros termos 
técnicos da ginástica em aparelhos na Alemanha .
GINÁSTICA 
88 
O turnen era pautado por um objetivo moral: 
como alcançar a autoconfiança, autodisciplina, in-
dependência, lealdade e obediência. Metas essas que 
deveriam ser atingidas por meio de atividades com-
pletas e informais. Era indiscutível o perfil de lide-
rança de Jahn e as qualidades de um bom professor. 
Para Publio (2005, p.17), “a finalidade de sua obra 
era incentivar a união desmembrada Alemanha e 
despertar o sentimento patriótico do homem ale-
mão, preparando-o para a revanche.”
O movimento criado por Jahn cresceu muito, e 
em 1815 a Prússia é reerguida e a prática do Turnen 
amplia-se, abrangendo cada vez mais jovens e adul-
tos. Os alunos foram divididos em idade, categoria e 
capacidade, estabelecendo-se uma hierarquia.
Jahn introduziu inúmeros aparelhos, alguns já 
conhecidos e outros de sua própria invenção e adap-
tação. Segundo Publio (2005), a barra horizontal 
(embora já conhecida) foi introduzida e tornou-se 
popular no playground de Jahn. As paralelas surgi-
ram lá, mas não se sabe quem as inventou. O que se 
sabe é que foram criadas para desenvolver a força 
dos braços e do corpo em exercícios de volteio (giros 
no cavalo).
Publio (2005) salienta que, após as guerras na-
poleônicas, Jahn mantinha-se fiel à sua raça, de-
senvolvendo as sociedades de ginastica alemãs. A 
Alemanha inovava e tomava gosto pelas demons-
trações de massa (destacou-se a presença de seis 
mil ginastas no primeiro festival, organizado em 
Berlim, em 1861).
No entanto, todo esse sucesso sofreu um grande 
abalo visto que, como nos sinaliza Publio: (2005, p. 19)
Os grandes mestres firmavam-se muitas vezes 
na oposição. O exemplo de Jahn e dos aconte-
cimentos considerados como revolucionários 
tiveram influência muito grande em vários pa-
íses da Europa. Aplicando, de início, os princí-
pios de Pestalozzi, ele convence a juventude a 
praticar a Ginástica; fortalecendo-lhes um ideal 
heroico, o gosto pelo esforço e pelo risco, o há-
bito da obediência voluntária e o senso das an-
tigas tradições da nação. Com a guerra ganha, 
passa a ser malvisto. Todavia, o impulso que ele 
havia imprimido a sua organização foi tal que 
nenhum obstáculo conseguiu diminuir-lhe o 
ímpeto. Seu dinamismo era tão extraordinário 
que não se esgotou, mesmo com a queda do Im-
pério napoleônico, mas seu trabalho em favor 
da unidade alemã o leva a situações delicadas. 
As ligas políticas foram interditadas e a censura, 
na Imprensa, orientada para que não agitasse a 
questão (1816). Em 1818, o Turnen foi conside-
rado revolucionário e demagógico: tratava-se 
do ‘abcesso’ maligno que era preciso extirpar. 
Outubro de 1818 foi o último mês em que foi 
permitido praticar Ginástica, tendo seu reinício, 
em 1819, sido proibido pelo governo prussiano 
(bloqueio ginástico) (PUBLIO, 2005, p. 19).
Como toda essa situação, muitos ginastas e instru-
tores foram perseguidos, e Jahn foi vítima de ‘per-
seguição pedagógica’, sendo detido em 1819 por 
cinco anos pela acusação de conspirar como revo-
lucionário de direita e de fazer propaganda subver-
siva à nação.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 89
Porém, a presença do bloqueio ginástico, ao in-
vés de fazer esquecer a Ginástica, fez com que ela 
fosse ainda mais divulgada no mundo todo, pois a 
proibição da prática ginástica na Alemanha levou à 
emigração de diversos ginastas alemães, que difun-
diram a Ginástica em todo o mundo.
Em 1842, quando terminou o bloqueio ginástico 
na Alemanha, a Educação Física passou a ser reali-
zada em recintos fechados, cujo hábito é mantido até 
os dias de hoje. A partir desse momento, a Ginástica 
Turnen de Jahn propagou-se rapidamente por toda a 
Alemanha, acontecendo na escola e sociedade, ani-
mada por uma nova e crescente vida.
Jahn faleceu em 1852, mas não demorou para 
ser reconhecido e, atualmente, para alguns alemães, 
Jahn permanece como um herói confiável e legen-
dário do passado. Publio, baseando-se nas palavras 
de Barney (1979), destaca que “a memória de Jahn 
sobrevive até hoje, por mais de dois séculos, e como 
o tal, qualifica-o como ‘Pai da Ginástica’ para ser 
admirado em proporções realmente heroicas” (PU-
BLIO, 2005, p. 21). 
A influencia de Guts Muths, pai da ginástica pe-
dagógica alemã, foi importante para a estruturação 
dos exercícios propostos por Jahn, uma vez que ele 
se baseou na obra de Muths, Gimnastik fur die Ju-
gend (Ginástica para a Juventude), de 1973. Segundo 
Publio (2005), é incontestável a glória de Guts Mu-
ths em ser o introdutor da ginástica pedagógico-di-
dática, constituindo-a como a base sistemática que 
serve de fundamento à ginástica educativa. Todavia, 
cabe a Jahn o mérito da propagação da Ginástica em 
aparelhos pelomundo inteiro.
Com relação ao reconhecimento da modali-
dade mundialmente, esse momento deu-se em 
1952, ano no qual, por ocasião dos Jogos Olím-
picos daquele ano, a Ginástica Olímpica passou 
a ser valorizada como modalidade esportiva. Se-
gundo Publio (2005), foi nesse momento que a gi-
nástica foi reconhecida como esporte, no conceito 
atual de fenômeno social, com regras previamen-
te definidas quanto ao julgamento, aparelhagem, 
avaliação dos resultados, número de ginastas por 
equipes e a Federação Internacional de Ginástica 
trabalhando lado a lado com o Comitê Olímpico 
Internacional.
No Brasil, a Ginástica Artística chegou por 
meio da colonização alemã no Rio Grande do Sul 
em 1824, lembrando que no período de 1820-1842 
ocorreu o “Bloqueio Ginástico” e o Brasil também 
foi um dos países que recebeu alemães e, consequen-
temente, a Ginástica. 
Entre 1895 e 1942 são criadas sociedades, fun-
dações e federações de ginástica no Rio Grande do 
Sul, e em 1948 iniciam-se as práticas ginásticas em 
São Paulo, por meio da Federação Paulista de Ginás-
tica e Halterofilismo. No Rio de Janeiro foi em 1950, 
na Federação Metropolitana de Ginástica (atual Fe-
deração de Ginástica do Rio de Janeiro).
Em 1951 iniciaram-se os campeonatos oficiais de 
Ginástica, organizados e dirigidos pelo Conselho de 
Assessores de Ginástica da Confederação Brasileira 
de Desportos (CAG-CBD), e em 1978 o Estatuto da 
Confederação Brasileira de Ginástica é aprovado e a 
Ginástica Artística passa a receber orientações desse 
órgão, o que ocorre até os dias de hoje.
90 
GINÁSTICA 
Durante nosso estudo sobre a história da Ginástica Artística, vimos que 
ela recebeu uma forte influência do momento no qual surgiu. A pro-
posta daquela época era preparar os jovens para os duelos, priorizando 
atividades de batalhas simuladas e a utilização da natureza para a prá-
tica dos movimentos e desenvolvimento de força. Hoje, na modalida-
de, conseguimos visualizar a presença dos aparelhos de grande porte, 
semelhantes aos utilizados por Jahn e o desenvolvimento de força dos 
atletas, fator esse necessário para a execução dos movimentos que são 
próprios da Ginástica Artística.
A modalidade chama a atenção pela característica de colocar os corpos 
em voo. As acrobacias e coreografias destacam-se pelo nível de dificuldade 
e precisão de movimentos. Força, equilíbrio, concentração, agilidade são 
elementos básicos e que, em qualquer apresentação de Ginástica Artística, 
estarão presentes.
A modalidade é dividida em masculina e feminina, e segundo Nuno-
mura e Tsukamoto (2009), a GA feminina possui quatro tipos de apare-
lhos: mesa de salto, que substituiu o cavalo em 2001, paralelas assimétricas, 
trave de equilíbrio e solo, sendo que este último possui acompanhamento 
musical. Já na masculina são seis aparelhos: solo (sem acompanhamento 
musical), cavalo com alças, argolas, mesa de salto, paralelas simétricas e 
barra fixa. Cada aparelho da modalidade possui uma medida específica 
oficial, e essas medidas são usados para as competições e treinamentos 
dos atletas de alto nível. No entanto, para a iniciação ou vivência dessa 
modalidade, todos esses aparelhos poderão ser substituídos. Falaremos 
sobre essa adaptação nas próximas unidades.
Características 
da Ginástica Artística
 91
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Cada aparelho da Ginástica Artística tem sua especificidade com movimentos 
característicos de cada um e em alguns até temos aproximações. No entanto, o 
fato dos aparelhos serem diversos e ainda executados tanto por homens quanto 
por mulheres faz com que essa modalidade se torne rica e diversa.
Aparelhos 
da Ginástica Artística
MASCULINO
Figura 1- Cavalo com Alças Figura 2 - Barras paralelas simétricas
Figura 3 - Argolas Figura 4 - Barra Fixa
GINÁSTICA 
92 
FEMININO
Figura 5 - Barras paralelas assimétricas Figura 6 - Trave de Equilíbrio
MASCULINO E FEMININO 
Figura 7 - Mesa de Salto Figura 8 - Solo 
Como é possível o corpo humano executar movimen-
tos tão belos e que rompem com o que estamos acos-
tumados a ver, a exemplo de um ginasta que consegue 
realizar rotações no ar com toda segurança e ainda 
retornar na posição de pé? Como conseguem girar 
várias vezes em uma barra, sustentar-se com a força 
dos braços nas argolas ou ainda executar saltos mor-
tais sobre uma trave de equilíbrio de apenas 10cm? 
Uma coisa nós podemos ter certeza, não é de uma 
hora para a outra que um atleta consegue executar es-
ses e muitos outros movimentos. Não são dias, sema-
nas ou meses de treinamento, mas sim anos, muitos 
anos para que desenvolvam a habilidade de realizar 
os exercícios nos diferentes aparelhos da modalidade.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 93
Por isso, nesse momento, para que entendamos um 
pouco mais como esses atletas iniciam suas car-
reiras, aprenderemos sobre os padrões básicos de 
movimento, ou seja, o que o futuro ginasta precisa 
aprender como base na iniciação para depois ter su-
cesso em sua carreira como ginasta.
Existem várias denominações sobre os padrões 
de movimento a partir de diferentes autores. No en-
tanto, utilizaremos a proposta de Russel e Kinsman 
(1986), trazida por Nunomura e Tsukamoto (2005). 
Para os autores, todos os movimentos realizados na 
Ginástica partem dos Padrões Básicos de Movimen-
to (PBM’s). Nesse sentido, o domínio desses padrões 
permite a evolução de qualquer habilidade na Gi-
nástica Artística.
Cada PBM foi agrupado de acordo com os prin-
cípios mecânicos de sua execução. O quadro a seguir 
apresenta seis padrões de movimento.
Lembre-se sempre: a ginástica deve fazer parte da formação dos alunos que para que eles tenham 
acesso a essa manifestação corporal e conheça tudo que é possível, de forma prazerosa e instigante. 
REFLITA
Quadro 1 - Padrões básicos de movimento na Ginástica Artística 
Fonte: Russell e Kinsman (1986).
PBM Tipos Príncipio Mecânico
1. Aterrissagens
• sobre os pés
• sobre as mãos
• com rotação
• sobre as costas
Utilizar mais tempo e mais partes do corpo para absorver o momento 
de qualquer aterrissagem.
2. Posições 
estáticas
• apoios
• suspensões
• equilíbrios
Relação entre o Centro de Gravidade (CG) e a Base de Apoio (BA):
• Quanto mais próximo o CG da BA, maior a estabilidade;
• O CG deve estar dentro da BA;
• Quanto maior a BA, maior a estabilidade;
• Para um corpo segmentado, a estabilidade será maior quando o CG de 
cada segmento estiver situado verticalmente sobre o CG do segmento 
imediatamente abaixo.
3. Deslocamentos
• sobre os pés
• em apoio
• em suspensão
Aplicação de força interna (contração muscular) para mover o CG.
4. Rotações
• no eixo longitudinal
• no eixo transversal
• no eixo ântero-posterior
Para iniciar uma rotação, aplicar uma força que não passe pelo CG.
Quando mais longe a força for aplicada do CG, maior o efeito de rota-
ção.
5. Saltos
• com as duas pernas
• com uma perna
• com as mãos
Aplicação de força interna ou externa para produzir um deslocamento 
rápido do CG.
Essa força deverá ser de magnitude suficiente, na direção desejada e 
aplicada a um corpo rígido.
6. Balanços • da suspensão• do apoio
Na fase Ascendente, o momento será diminuído. Na fase Descendente, o 
momento será aumentado. A retomada das mãos deverá ser realizada no 
topo ou ponto morto. A barra deverá ser segurada em forma de gancho.
GINÁSTICA 
94 
A partir do quadro 1, podemos compreender 
que o atleta, na execução dos diferentes elemen-
tos ginásticos, terá que aterrissar de diferentes 
formas, buscando sempre uma região de maior 
contato com o solo e que lhe dê segurança. Nas 
posições estáticas, focar o centro de gravidade e 
a base de apoio do corpo, seja em apoio, suspen-
são ou equilíbrio, assim como nos deslocamentos, 
indo de um ponto a outro e focando o centro de 
gravidade.Nas rotações, sempre aplicando força 
o mais distante possível do centro de gravidade. 
Nos saltos, dirigir a força nas direções desejadas, e 
nos balanços deixar o corpo reagir ao estímulo de 
impulso e que gere o balanço.
Para que fique mais fácil sua compreensão so-
bre esses padrões de movimento, a partir de agora 
falaremos de cada aparelho e traremos exemplos de 
como esses padrões acontecem efetivamente na exe-
cução dos movimentos.
Antes disso, é importante conhecermos quais 
são os elementos corporais da Ginástica Artística:
• Passos de Dança – caracterizam-se pelos 
saltos, pivots e movimentos que remetam ao 
processo coreográfico, dando qualidade ar-
tística à série.
• Pré- Acrobáticos – movimentos de inversão 
de eixo que muitas vezes preparam para um 
elemento acrobático. Exemplo: a Roda (estre-
la), rodante, rolamentos etc.
• Acrobáticos – movimentos de inversão de 
eixo que apresentam um grau de dificuldade 
maior, como os mortais, flic-flacs, reversão 
sem mãos etc.
• Não Acrobáticos – são os movimentos reali-
zados para demonstrar força ou flexibilidade. 
Muitas vezes são estáticos, como as paradas 
de mãos, esquadros, parada de cabeça etc.
GAF – GINÁSTICA ARTÍSTICA FEMININA
Trave de Equilíbrio – o aparelho trave de equilí-
brio exige que a ginasta execute movimentos que 
demonstrem sua habilidade de equilíbrio. A trave 
é feita de madeira, forrada com espuma e coberta 
com couro. Ela mede 5 metros de comprimento, tem 
10cm de largura e fica a 1,20m do solo. A ginasta 
precisa utilizar toda a extensão do aparelho e tem o 
tempo de 70 a 90 segundos para executar sua série. 
Neste aparelho, a ginasta executará movimentos de 
aterrissagens durante as acrobacias e na entrada e 
saída da trave, além de posições estáticas, desloca-
mentos, rotações, saltos e balanços. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 95
Barras Assimétricas – neste aparelho a ginasta deve 
executar movimentos de suspensões, balanços, sal-
tos, rotações, deslocamentos e aterrissagens ao sair 
do aparelho. A ginasta deve, obrigatoriamente, usar 
as duas barras, tanto a superior quanto a inferior, 
executando movimentos de passagens entre uma e 
outra. A largura das barras assimétricas é de 2,40m. 
A barra menor tem de 1,40m a 1,60m e a maior de 
2,20m a 2,30m, e a distância entre uma barra e outra 
é de 1 metro. 
A partir de estudos e pesquisas foi desenvolvida a 
mesa de salto que possui a altura de 1,20m e uma 
superfície de contato bem maior para os atletas, o 
que oferece mais segurança e controle para os pra-
ticantes. A ginasta executa uma corrida de aproxi-
mação e, com o uso de um trampolim Reuther, faz 
a entrada no aparelho de frente ou de costas para a 
mesa, e utilizando-se das mãos para o apoio reali-
za o salto, variando em formas e possibilidades. Os 
padrões de movimentos usados neste aparelho são: 
aterrissagens, deslocamentos, rotações e saltos. 
Salto sobre a mesa – este aparelho surgiu em substi-
tuição ao cavalo, que antes era usado para os saltos, 
colocado na forma longitudinal para os saltos mas-
culinos e transversal para os saltos femininos.
Figura 9 - Cavalo no qual os saltos eram feitos Figura 10 - Trampolim
GINÁSTICA 
96 
Solo – o solo é um dos aparelhos mais clássicos 
da Ginástica Artística. Ele chama a atenção pelas 
diferentes possibilidades de execução realizadas 
pelos atletas. Neste aparelho que mede 12x12, o 
atleta realiza movimentos de aterrissagens, mo-
vimentos estáticos, deslocamentos, rotações e 
saltos. O solo é onde normalmente tudo começa, 
onde os atletas aprendem os movimentos básicos 
que depois serão utilizados nos demais aparelhos. 
É muito importante que o atleta use todo o espaço 
do tablado, o uso das diagonais acontece para que 
o atleta tenha mais espaços de corrida, preparação 
e execução dos movimentos. A ginasta tem acom-
panhamento musical e o tempo de 70 a 90 segun-
dos para a execução da série. 
Figura 11 - O trampolim mais comum é este, com molas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 97
GINÁSTICA ARTÍSTICA MASCULINA (GAM)
Barra Fixa – é um aparelho que exige de seu prati-
cante força e consciência corporal. O atleta precisa 
girar seu corpo diversas vezes para diferentes senti-
dos e com diferentes formas. A maneira de segurar 
a barra também deve alterar, além de realizar trocas 
e retomadas na barra. O material da barra é de aço 
polido e ela possui 2,40m de comprimento, 2,8mm 
de diâmetro e fica a 2,5m do solo, altura que permite 
a rotação do atleta (giro gigante) com o corpo esten-
dido. Nesse aparelho o atleta realizará aterrissagens, 
deslocamentos, rotações, saltos e balanços. 
Barras Paralelas – este aparelho exige bastante 
força dos praticantes, principalmente dos mem-
bros superiores, pois o atleta utilizará a força des-
de grupo muscular em maior parte do tempo. Ele 
se caracteriza por um aparelho com duas barras 
de madeira ou de fibra com 3,5m de comprimen-
to e a distância entre uma barra e outra é de 42 a 
52cm. Já a altura do aparelho é de 1,95m do solo, 
altura que permite ao atleta executar seus movi-
mentos tanto com o apoio das mãos quanto dos 
braços (apoio braquial). Os padrões de movimen-
to realizados neste aparelho são as aterrissagens, 
as posições estáticas, deslocamentos, rotações, 
saltos e balanços. 
GINÁSTICA 
98 
GINÁSTICA 
Salto sobre a mesa – o salto sobre a mesa masculino 
é semelhante ao feminino, com corrida de aproxi-
mação, utilização do trampolim e entrada na mesa 
usando as mãos para o salto. No entanto, a altura da 
mesa de salto masculina será de 1,30m. 
Cavalo com Alças – este aparelho também exige 
bastante força dos membros superiores e a execu-
ção dos movimentos caracteriza-se pelo controle do 
corpo em relação com o aparelho. Ele tem 1,60m de 
comprimento e de 35 a 37cm de largura. É coberto 
de couro e fi ca a 1,10m de altura, além disso possui 
duas alças de madeira de 12cm de altura com uma 
distância de 40 a 45cm uma da outra. Os padrões 
de movimento executados são aterrissagens, deslo-
camentos, rotações e balanços. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 99
 EDUCAÇÃO FÍSICA
Argolas – os movimentos executados neste apare-
lho chamam muito a atenção pela difi culdade que 
eles apresentam. O atleta deve executar movimen-
tos estáticos e dinâmicos, realizando diferentes po-
sições com o corpo. As argolas são dois anéis feitos 
de madeira ou fi bra de vidro com a medida de 18cm 
de diâmetro externo e que fi cam suspensas por cor-
reias que estão presas a 5,5m do solo. Já as argolas 
fi cam a 2,5m do solo e com uma distância de 50cm 
entre uma e outra. Os padrões de movimento deste 
aparelho englobam aterrissagens, posições estáticas, 
rotações e balanços. 
Solo – o solo masculino tem a mesma medida do 
solo feminino, entretanto o tempo de coreografi a 
é de 50 a 70 segundos e não tem acompanhamen-
to musical. A série masculina apresenta bem mais 
elementos de força, e por não ter música não possui 
movimentos que remetam à dança ou expressão cor-
poral. O atleta realiza movimentos de aterrisagens, 
estáticos, deslocamentos, rotações e saltos.
GINÁSTICA 
100 
Evolução Histórica 
da Ginástica Rítmica
Caro(a) aluno(a), nesta parte da unidade, vamos fa-
lar sobre a Ginástica Rítmica (GR). Para que você 
melhor compreenda como foi que esta modalidade 
se estruturou para se apresentar como é hoje, fala-
remos sobre a sua história e evolução, trazendo os 
pensadores que contribuíram com suas ideias que 
somadas resultaram em uma prática gímnica única. 
Em seguida, abordaremos as características específi -
cas da GR, que fazem dela uma modalidade que se 
diferencia das demais disciplinas ginásticas. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 101
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS 
E EVOLUÇÃO DA GINÁSTICA RÍTMICA
A Ginástica Rítmica (GR) é conhecida pela sua 
graciosidade, elegância, expressividade, movimen-tos de grande flexibilidade e manejo de aparelhos. 
Essas características têm a ver com o objetivo que 
motivou o surgimento desta modalidade: a valori-
zação da mulher. De acordo com Marinho (1979), 
apesar de hoje ser praticada também por homens, 
de forma não oficial, a GR teve origem como uma 
possibilidade de atividade para as mulheres, até 
então impedidas de praticarem ginástica e outras 
manifestações esportivas.
Mas para compreendermos melhor como acon-
teceu esse processo é preciso que retomemos algu-
mas informações discutidas no tópico 2 da unidade 
1, que relata a sistematização da Ginástica. Vimos 
que no século XIX a Ginástica teve um grande de-
senvolvimento gerado pelas Escolas de Ginástica 
(alemã, nórdica e francesa), certo? Vimos também 
que as ideias destas Escolas sofreram transforma-
ções no século XX, quando emergiram os chama-
dos Movimento do Centro (Escola Alemã), Mo-
vimento do Norte (Escola Nórdica) e Movimento 
do Oeste (Escola Francesa). Afirmam Langlede e 
Langlade (1970) que foi justamente o Movimento 
do Centro que deu fundamentos ao surgimento da 
Ginástica Rítmica.
O Movimento do Centro era composto por 
duas manifestações: a artístico-rítmico-pedagógi-
ca e a técnico-pedagógica. De acordo com Oliveira 
et al. (1988), a manifestação artístico-rítmico-pe-
dagógica, também chamada de tendência musical, 
é que deu base para a consolidação da Ginástica 
Rítmica, ao proporcionar a integração das artes na 
Educação Física. 
A criação deste método ginástico recebeu con-
tribuições de diversos estudiosos de diferentes pa-
íses, que estavam ligados a quatro diferentes cor-
rentes, conforme afirma Peuker (1974): a corrente 
pedagógica, a corrente da arte cênica, a corrente da 
dança e a corrente da música. Falaremos brevemen-
te sobre os pensadores que mais se destacaram em 
cada corrente.
De acordo com os autores Peuker (1974) e 
Barbosa-Rinaldi et al.(2009), na corrente pedagó-
gica podemos evidenciar: Jean-Jacques Rousseau 
(1712- 1778), filósofo e pedagogo alemão que con-
siderava a educação do corpo como parte da edu-
cação total do indivíduo; Basedow (1723-1790), 
alemão que inspirava-se em Rousseau, interessa-
va-se pelos aspectos educacionais da Educação 
Física e que deu início à ginástica natural; Salz-
man (1744-1811), também alemão e seguidor das 
ideias de Basedow, fundador de uma escola onde 
se priorizava a Educação Física; Pestalozzi (1746-
1827), o primeiro a considerar corpo, espírito e 
alma como um todo inseparável e indivisível; Guts 
Muths (1959-1839), austríaco, considerado o pai 
da ginástica pedagógica e que criou um sistema 
de Ginástica inspirado na filosofia e nos exercícios 
da Grécia Antiga; Per Henrik Ling (1776-1839), 
criador do método da ginástica sueca, em que a 
verdadeira educação ginástica deveria atender às 
necessidades morais e corporais, e que dedicava 
atenção à correção postural, à flexibilidade da ar-
ticulações e relaxamento neuromuscular; Hilma 
Jalnaken (1889-1964), professora finlandesa que 
contribuiu para a difusão das ideias da ginástica 
feminina na Finlândia. 
GINÁSTICA 
102 
Na corrente da arte cênica temos como princi-
pais representantes: François Delsart (1811-1871), 
francês, autor da teoria que diz que há uma influ-
ência mútua entre espírito e atividade física, criador 
da ginástica expressionista, que influenciou a ex-
pressividade da Ginástica atual; Genevieve Stebbins 
(1857-1934), americana, difundiu as ideias de Del-
sart em seu país, criadora da ginástica respiratória 
europeia que implica em três elementos básicos: res-
piração, tensão e relaxamento; Hedwig Kallmeyer 
(1864-1960), alemã, aluna de Genevieve que intro-
duziu na Alemanha os conhecimentos adquiridos 
com a professora. 
Na corrente da dança, foram importantes: 
Jean-George Noverre (1727-1810), autor das “Car-
tas sobre a Dança e os ballets”, que se apresenta 
contrário aos excessos de rigidez do ballet clássico; 
Isadora Duncan (1878-1927), americana conhecida 
como a “dançarina dos pés descalços”, buscou a li-
bertação do formalismo da dança clássica, expres-
sando-se com movimentos naturais, expressivos e 
inspirados nas linhas gregas, trazendo uma nova 
concepção à dança; Rudolf Laban (1879-1958), aus-
tro-húngaro, objetivou reconstruir o estudo da co-
reografia em linguagem especial do espírito, corpo 
e alma, que até então era limitado a uma linguagem 
simplesmente corporal, trouxe uma nova forma de 
expressão para a Ginástica enquanto arte; Mary 
Wigman (1886-1973), professora de dança na Ale-
manha que criou uma forma de dança com movi-
mentos naturais e simples. 
Figura 12 - Laban
Fonte: Educação Musical (BLOGSPOT, 2012, on-line)1.
Figura 13 - Isadora Duncan 
Fonte: The Linosaurus (BLOGSPOT, 2014, on-line)2.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 103
Na corrente da música evidenciamos, de acordo 
com Peuker (1974) e Barbosa-Rinaldi et al. (2009): 
Jacques Dalcroze (1865-1950), professor de música 
e compositor alemão, criador da euritimia, trouxe 
valiosas contribuições à Ginástica com suas ideias 
de relacionamento entre ritmo ginástico, ritmo mu-
sical e suas possibilidades de alternância. Desenvol-
veu o instinto ritmo e métrico musical, em um mé-
todo que buscava fazer do corpo um instrumento de 
expressão estética. Influenciou não só o ensino da 
música, mas também a formação de escolas de dan-
ça e o desenvolvimento da Educação Física; Rudolf 
Bode (1881-1971), alemão considerado o fundador 
dos princípios básicos da GR, entre eles a ideia de 
movimento ôrganico, o trabalho de contração e re-
laxamento, a totalidade do movimento consideran-
do o corporal e o espiritual. Deu mais importância 
ao exercício corporal, colocando a música a serviço 
deste e utilizando ações em grupos; Heinrich Medau 
(1890-1974), que foi estudante na escola de Bode, 
estabeleceu a diferença entre exercícios rítmicos e 
métricos, deu importância aos exercícios respirató-
rios e boa formação postural. Introduziu aparelhos 
manuais como bolas, arcos e maças para aprimorar 
o sentido rítmico, com ênfase no acompanhamen-
to musical; Elli Björkestén (1870-1947), finlandesa, 
professora de Ginástica na faculdade de Helsinki, 
apresentou movimentos de caráter rítmico, estéti-
co e expressivo, influenciando a ginástica neosueca, 
que era rígida e mecânica; Elin Falk (1872-1942), 
também influenciou a ginástica neosueca levando 
movimentos mais livres e naturais para a ginástica 
infantil, aliando ritmo, naturalidade e relaxamen-
to; Maja Carlquist (1884-1968), finlandesa que deu 
continuidade às ideias de Falk e que contribuiu para 
o caráter interpretativo da Ginástica. 
Fonte: Dalcroze K-6 (on-line)3.
Fonte: Wikimedia (2016, on-line)4.
GINÁSTICA 
104 
Conforme afirma Peuker (1974), foi a partir da con-
tribuição destes pensadores de diferentes correntes 
que algumas manifestações gímnicas se desenvolve-
ram, assim como a Ginástica Rítmica, um sistema 
ginástico destinado à mulher, baseado em movi-
mentos orgânicos, rítmicos e dinâmicos e, de acordo 
com Paoliello e Toledo (2010, p.25):
[...] não possuía caráter competitivo, assim 
como os demais métodos europeus de ginásti-
ca, mas de prática de atividade física sistemati-
zada, visando não à comparação de performan-
ce, mas ao condicionamento, à disciplina e à 
estética do corpo, entre outros objetivos.
Quando falamos em movimentos orgânicos estamos 
nos referindo a um sistema em que há a participação 
do corpo em sua totalidade. De acordo com Peuker 
(1974), a realização destes movimentos deve acon-
tecer de forma fluida, ou seja, sem fragmentações, e 
dessa maneira a sua dinâmica deve ser rítmica e não 
orientada por uma contagem métrica e rígida. 
O processo para que a GR se tornasse uma mo-
dalidade reconhecida e única foi marcado por alguns 
acontecimentos. O seu processo de sistematização se 
iniciouem 1948, na primeira competição organiza-
da pela antiga União Soviética. Em 1951 foi criada a 
Liga Internacional de Ginástica Moderna (LIGIM) 
por Heinrich Medau, em Viena, a fim de difundir a 
prática. Assim, a GR (na época Ginástica Moderna) 
estava sendo inserida por meio de apresentações em 
eventos de Ginástica e fazendo parte das competi-
ções de Ginástica Artística, como aconteceu nos Jo-
gos Olímpicos de Londres e nos Jogos Olímpicos de 
Helsinki, em 1952, até ser abolida nos Jogos de Mel-
bourne, em 1956. Entretanto, encontros internacio-
nais continuaram a ser realizados, até que, em 1962, 
no Campeonato Mundial de Ginástica Artística em 
Praga, foram feitas demonstrações que chamaram 
a atenção a ponto da Federação Internacional de 
Ginástica (FIG), em 1962, a reconhecer como uma 
modalidade independente. 
De acordo com os autores Barbosa-Rinaldi et al. 
(2009), Langlade (1970) e Llobet (1998), o primeiro 
Campeonato Mundial de Ginástica Moderna acon-
teceu em dezembro de 1963, na Hungria. O código 
de pontuação, no entanto (ou seja, as regras da mo-
dalidade), foi publicado apenas em 1970 pela FIG. 
Vale ressaltar que quando a GR surgiu foi ini-
cialmente denominada Ginástica Moderna (1963), 
e passou por outras nomenclaturas como Ginás-
tica Rítmica Moderna (1972) e Ginástica Rítmica 
Desportiva (1975). Afirmam Barbosa-Rinaldi et al. 
(2009) que foi a partir de 1997 que a Federação In-
ternacional de Ginástica (FIG) tornou oficial o nome 
Ginástica Rítmica, ao considerar redundante a men-
ção desportiva, por se tratar de uma modalidade 
competitiva de qualquer forma, além de criar uma 
padronização com outras denominações gímnicas, 
como a Ginástica Artística, com apenas dois nomes.
A Ginástica Rítmica (GR) começou a ser difun-
dida no Brasil por cursos ministrados pela professora 
austríaca Margareth Fröhlich, em 1953 e 1954, pro-
movidos pelo Departamento de Esportes do Estado 
de São Paulo, com assistência da professora da Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Erica 
Saur. No entanto, a principal divulgadora da modali-
dade foi a húngara Ilona Peuker, por meio de cursos 
e demonstrações em diversas cidades. De acordo com 
Publio (1998), foi a partir daí que a Ginástica Mo-
derna passou a ser desenvolvida na área estudantil, 
incentivando a formação de grupos de elite, como o 
pioneiro Grupo Unido de Ginastas (GUG) e a realiza-
ção da primeira competição em 1968, pela Federação 
Carioca de Ginástica.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 105
Figura 14 - GUG
Fonte: Entre Arcos e Fitas (BLOGSPOT, 2011, on-line)5.
Afirmam os autores Santos et al. (2010) que a 
criação da Confederação Brasileira de Ginástica 
(CBG), em 1978, permitiu que a modalidade evo-
luísse no país. Em 1984, o Brasil foi representa-
do pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Los 
Angeles, ano em que a GR se tornou modalidade 
olímpica, na categoria individual, pela ginasta Ro-
sane Favilla Ferreira, do Rio de Janeiro. O Brasil 
teve até o presente quatro participações em Jogos 
Olímpicos na categoria de conjuntos: em Sydney, 
2000, Atenas, 2004 , Beijing, 2008 e Rio de Janeiro, 
2016. Como país sede, será representado também 
na categoria individual. 
Fonte: Portal Bragança (2015, on-line)6.
GINÁSTICA 
106 
Vimos que o desenvolvimento da Ginástica Rítmica 
foi resultante de um processo de inserção das artes 
(dança, música e artes cênicas) e da pedagogia no 
campo da Educação Física. Como resultado desta 
interação, a Ginástica Rítmica se consolidou como 
uma modalidade que une a elegância do ballet e o 
drama do teatro acompanhada da interpretação da 
música que orienta o ritmo e a intensidade dos mo-
vimentos que compõem a série, que é como é cha-
mada a coreografi a (FIG, on-line)7. 
Durante a sua apresentação, a ginasta deve 
demonstrar aos árbitros (juízes que a avaliam) e 
ao público a polidez de movimentos com grau 
elevado de fl exibilidade, além de força e agilida-
de, aliados ao domínio de um dos seus aparelhos 
manuais: arco, bola, maças e fi ta (a corda é con-
siderada um aparelho ofi cial apenas para as ca-
tegorias iniciantes). Os movimentos arriscados 
realizados com estes aparelhos, manuseados de 
diversas formas, sendo lançados ao ar enquanto 
Características 
da Ginástica Rítmica
a ginasta realiza saltos e movimentos acrobáticos 
sem deixar de recuperá-los de formas inusitadas, 
tornam esta modalidade dinâmica e desafi adora 
(FIG, on-line)7. 
Atualmente, a GR tem competições conside-
radas ofi ciais pela FIG e demais órgãos a ela su-
bordinados, apenas femininas. Alguns países asi-
áticos e europeus já apresentam a manifestação 
de GR masculina, com competições há mais de 
10 anos, porém não ofi ciais. Em se tratando das 
competições ofi ciais, portanto, femininas, existem 
provas individuais e em conjunto. Na categoria 
individual a ginasta deve apresentar quatro séries 
diferentes, uma com cada aparelho. Para os con-
juntos, formados por 5 ginastas, devem ser apre-
sentadas duas séries, uma com as ginastas usando 
5 aparelhos iguais (por exemplo: 5 fi tas) e outra 
série mista, em que dois tipos de aparelhos são 
usados, na proporção 2 e 3 (por exemplo: 2 bolas 
e 3 arcos) (FIG, on-line)7.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 107
Figura 15 - Conjunto
Figura 16 - Conjunto Misto Figura 17 - Individual
108 
GINÁSTICA 
Podemos destacar como os principais pilares que caracterizam a GR: os elemen-
tos corporais, a manipulação de aparelhos e o acompanhamento musical. Para 
melhor visualizar estes aspectos apresentamos o quadro desenvolvido por Bar-
bosa-Rinaldi et al. (2009). 
Quadro 2 - Características da Ginástica Rítmica
Fonte: Barbosa-Rinaldi et al. (2009, p. 25).  
O Quadro 2 apresenta os elementos que em conjunto tornam a GR uma manifes-
tação com inúmeras possibilidades, permitindo o uso da criatividade na compo-
sição das séries, além de poder ser trabalhada de forma lúdica, sendo adequada 
a ambientes educacionais. De acordo com Barros e Nedialcova (1999), esta ativi-
dade contribui para o desenvolvimento da locomoção, manipulação, tônus cor-
poral, organização espaço-temporal, coordenação óculo-segmentar, equilíbrio, 
coordenação da dinâmica geral e ritmo. 
Para compreendermos com mais profundidades cada um destes elementos, 
iremos abordá-los nos itens a seguir.
CARACTERÍSTICAS DE
GINÁSTICA RÍTMICA
MANIPULAÇÃO DE
APARELHOS
ELEMENTOS
CORPORAIS
Manifestação com possibilidades de dinâmica, de criatividade,
de ludicidade com características próprias
ACOMPANHAMENTO
MUSICAL
 109
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Conforme mencionado anteriormente, a Ginástica Rítmica possui oficialmen-
te 5 aparelhos: a corda, o arco, as maças, a bola e a fita. Nas competições inter-
nacionais são utilizados quatro: o arco, a bola, as maças e a fita, pois a corda há 
algum tempo tornou-se apenas obrigatória às categorias de base. No processo 
de iniciação ou escola, devemos explorar ao máximo todos os aparelhos, além 
de utilizar aparelhos não oficiais, é muito interessante para as aulas por sua 
grande contribuição para o desenvolvimento dos alunos. 
Elementos Corporais 
e Manejo de Aparelhos da
Ginástica Rítmica
110 
GINÁSTICA 
Cada um dos aparelhos da GR permite a realização de uma variedade de mo-
vimentos de acordo com suas formas e especificidades, conforme apresenta 
a Tabela 1. 
Tabela 1- Movimentos técnicos dos aparelhos 
Fonte: baseado no Código de Pontuação de Ginástica Rítmica da Federação Internacional de Ginástica (CBG, 
versão 2013-2016, on-line)8.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 111
 EDUCAÇÃO FÍSICA
Podemos perceber pela Tabela 1 que alguns movi-
mentos são comuns entre todos os aparelhos, assim 
como há alguns outros que são comuns a dois ou 
mais aparelhos, como por exemplo as passagens por 
dentro, que são realizadas com a corda, o arco e tam-
bémcom a fi ta, ou então as escapadas (échappes) que 
são feitas com a corda e com a fi ta. Trataremos a se-
guir sobre os movimentos técnicos que são comuns 
aos 5 aparelhos:
Lançamentos: São movimentos em que o apa-
relho é lançado ao ar podendo fazer uma trajetória 
vertical ou de parábola, sendo impulsionado em 
diferentes planos e direções (se a forma do apa-
relho permitir). É possível lançar com uma das 
mãos iniciando o movimento com um balanceio, 
direcionando o aparelho para frente, assim como 
se pode impulsioná-lo lateralmente ou por trás das 
costas. No caso do arco e das maças, ainda podem 
ser lançados no plano longitudinal (como se esti-
vesse deitado). Outras partes do corpo podem re-
alizar o lançamento, como por exemplo, o pé. No 
caso das maças, por se tratarem de dois aparelhos 
idênticos usados simultaneamente, pode-se lançar 
apenas uma ou as duas.
Recuperações: São movimentos que dependem 
dos lançamentos. Após lançado ao ar, a ginasta deve 
recuperar o aparelho de alguma forma. Pode ser com 
a mão, com as pernas, com mais de uma parte do cor-
po ao mesmo tempo, além de ser possível recuperá-
-lo em rotação, seja nas mãos, no pés, no pescoço se a 
forma do aparelho permitir (ex. arco) e por preensão 
(ex. bola recuperada entre os dois pés). Os aparelhos 
ainda podem ser recuperados passando-se através de 
seu centro, deixando que ele caia sobre o corpo ou en-
tão buscando-o durante a sua trajetória realizando um 
salto, por exemplo (no caso do arco). Pode ser utiliza-
da muita criatividade em relação às formas de se recu-
perar o aparelho, tornando o movimento desafi ador.
112 
GINÁSTICA 
Circunduções: São movimentos em que o aparelho realiza a trajetória de um 
grande círculo como consequência da circundução do braço (movimento tem 
como eixo central o ombro). Esta circundução pode ser realizada em diferentes 
planos e direções.
Movimento em oito: São movimentos em que o aparelho, seguro pela mão, 
percorre uma trajetória que realiza um “8” no ar. Semelhante à circundução, po-
rém realizando dois círculos de tamanho iguais em níveis diferentes, ou lados 
diferentes do corpo.
Como cada aparelho possui suas especifi cidades quanto à forma, tamanho e 
possibilidades de movimentações, falaremos agora de cada um separadamente:
Balanceios: São movimentos em que o aparelho é seguro por uma mão ou por 
ambas, realizando um balanço que realiza uma trajetória de “U” imaginário no 
ar. Podem ser realizados em diferente planos.
Figura 18 - Balanceios
 113
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
A CORDAA CORDA
Figura 20 - Medida da Corda
Conforme afi rmam Barbosa-Rinaldi et al. (2009), a 
corda deve ser leve e fl exível, normalmente feita de 
polipropileno ou nylon, mas para efeito de aprendi-
zagem pode-se utilizar as de cânhamo. O seu diâme-
tro deve ser uniforme e não deve haver empunhadu-
ra nas pontas. O ideal é que o tamanho da corda seja 
adequado à altura do aluno (pisando-se com os dois 
pés no centro da corda, segura-se uma ponta com 
cada mão e estas pontas devem alcançar os ombros). 
A corda é utilizada com um nó em cada extremida-
de, para impedir que escape facilmente das mãos. É 
por estas extremidades que deve ser segura durante 
o seu manuseio para a maior parte dos movimentos 
que podem ser executados. 
GINÁSTICA 
114 
Figura 21 - Empunhadura Correta Figura 22 - Empunhadura Incorreta
Além dos movimentos já citados como possibilida-
de de todos os aparelhos, com a corda ainda é pos-
sível realizar:
Rotações: são movimentos em que a corda des-
creve círculo no ar, tendo como eixo a mão que está 
segurando uma ponta, ou as duas pontas juntas 
(corda dobrada ao meio, por exemplo), bem como 
pode ser segura com a mão em seu centro.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 115
Figura 23 - Rotação da Corda - Frente
Figura 24 - Rotação da Corda - Acima
Figura 25 - Rotação da Corda - Lateral
GINÁSTICA 
116 
Passagens por dentro: é o movimento em que a cor-
da, sendo segura com cada mão em uma extremida-
de, forma um desenho de “U” e a ginasta passa por 
dentro, realizando uma forma de andar, um saltito, 
um salto, entre outras posições corporais que per-
mitem este movimento da corda. Pode-se utilizar 
também corda dobrada em mais partes, diminuindo 
o espaço de passagem do corpo.
Figura 26 - Passagem por dentro da corda
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 117
Escapadas (échappes): é o movimento em que uma 
das pontas da corda é solta propositalmente, des-
crevendo uma trajetória no ar e retornando para a 
mão da ginasta. 
Figura 27 - Escapada Corda
GINÁSTICA 
118 
Espirais: são movimentos em que a corda desenha 
mais de um círculo no ar com toda a sua extensão, 
sendo segura por uma das mãos. Pode iniciar como 
uma escapada, porém antes de retornar à mão são 
descritos movimentos de espirais.
Além destes movimentos, é possível utilizar 
a corda de outras maneiras, por exemplo, reali-
zando enrolamentos ao redor do corpo, batidas 
Figura 28 - Véu
da ponta no solo e demais possibilidades que a 
criatividade permitir. 
Véus: com uma ponta da corda em cada mão, 
serão realizados movimentos de rotação com a 
corda passando bilateralmente, realizando uma 
trajetória em 8 no ar. É importante o movimento 
de cruzar e descruzar os braços para a realização 
correta.
Figura 29 - Véu Lateral
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 119
GINÁSTICA 
120 
O ARCO
O arco é um aparelho que tem familiaridade com o 
universo infantil. Chamado popularmente de bam-
bolê, é um objeto que faz parte das brincadeiras das 
crianças, sendo lúdico e possibilitando a exploração 
de diferentes movimentos. Assim também, como 
aparelho ofi cial da GR, o arco é um aparelho com 
uma grande variedade de formas de manuseio. 
Conforme afi rmam Barbosa-Rinaldi et al. 
(2009), o seu formato é redondo, com tamanho va-
riado, uma vez que depende da altura do praticante 
para ser adequado. Ofi cialmente deve possuir o di-
âmetro entre 80 e 90cm, mas para as crianças pode 
ser de 60 a 75cm. Antigamente era feito de madeira, 
e hoje o material mais comum é o plástico PVC com 
resistência que não permita a sua deformação du-
rante a utilização.
 121
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Rotações: são movimentos em que o arco realiza giros que podem ser ao redor 
de um eixo corporal: ao redor de uma mão ou das duas mãos unidas, da cintura, 
das pernas, dos pés, do pescoço, entre outras partes do corpo; ou ao redor do seu 
próprio eixo: no solo ou sobre uma parte do corpo (palma da mão, peitoral, bar-
riga e costas). Ao iniciar a aprendizagem da rotação, esta deve ser realizada com 
o arco apoiado na mão, jamais no punho.
Figura 30 - Rotações do Arco - Apoio Correto
Figura 31 - Rotações do Arco - Apoio Incorreto
GINÁSTICA 
122 
Figura 32 - Rotação do Arco - Frontal
Figura 33 - Rotação do Arco - Acima
Figura 34 - Rotação do Arco - Lateral
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 123
Figura 35 - Rotação do Arco a Frente - Plano Horizontal 
Figura 36 - Rotação do Arco - Pescoço
Figura 37 - Rotação do Arco - Cotovelo
124 
GINÁSTICA 
Passagens por dentro ou por cima: são movimentos em que o corpo passa por 
meio do arco, podendo ser durante um passo, um saltito, um salto, uma rotação ou 
um movimento corporal expressivo. A passagem por cima é a passagem do corpo 
sobre o arco, o que pode ser realizado durante um saltito ou um salto, por exemplo.
Figura 38 - Rotação do Arco - Cintura
Figura 40 - Passagem por Cima do Arco
Figura 39 - Passagem por Dentro do Arco
 125
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Rolamentos: são movimentos em que o arco rola sobre uma superfície, realizan-
do uma trajetória, sustentando seu próprio peso. Estas superfícies podem ser o 
solo ou o corpo. Sobre o corpo o arco pode percorrer de uma mão à outra, pas-
sando sobre os braços, ir dos pés às mãos passando sobreas pernas e o peitoral, 
rolar sobre as costas, entre outras possibilidades.
Figura 41 - Rolamento do Arco - Início
GINÁSTICA 
126 
Figura 42 - Rolamento do Arco - Frente
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 127
Figura 43 - Rolamento do Arco - Atrás
GINÁSTICA 
128 
APARELHO 
BOLA
A bola para uso na GR pode ser de borracha e seu 
diâmetro pode variar conforme a idade dos alunos. 
De acordo com Barbosa-Rinaldi et al. (2009), ofi -
cialmente ela deve ter entre 18 e 20cm de diâmetro 
com o peso de 400 gramas, mas para as crianças o 
ideal é 14 a 16cm, sendo portanto mais leve. Deve-se 
tomar o cuidado para segurar a bola apenas susten-
tando-a sobre a mão, sem pressioná-la com os dedos 
ou contra o punho.
 129
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 45 - Apoio da Bola - Incorreto
Figura 44 - Apoio da Bola - Correto
130 
GINÁSTICA 
Figura 46 - Rolamento de Bola - Dois Braços
Figura 47 - Rolamento de Bola - Um Braço - Frente
Figura 48 - Rolamento de Bola - Um Braço - Lateral
Figura 49 - Rolamento de Bola - Costas
Rolamentos: assim como no arco, são os movimentos em que a bola percorre 
uma trajetória sobre uma ou mais partes do corpo da ginasta, por exemplo, de 
uma mão à outra passando pelos braços. O importante dos rolamentos é que não 
podem haver quicadas durante a sua trajetória, pois a bola deve de fato rolar até 
chegar ao seu destino.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 131
Figura 54 - Rolamento de Bola - Solo
Figura 50 - Rolamento de Bola Total - Frente
Figura 51 - Rolamento de Bola Total - Ombros
Figura 52 - Rolamento de Bola Sobre o Corpo no Solo
Figura 53 - Rolamento de Bola Sobre o Corpo no Solo - Costas
GINÁSTICA 
132 
Quicadas: um dos movimentos mais típicos da bola é quando, impulsionada 
pela mão, pelas mãos ou outras partes do corpo, ela vai ao solo e retorna para 
a ginasta. É possível com as quicadas executar as chamadas “quicadas rítmi-
cas”, quando o movimento de quicar a bola acompanha a batida da música, 
produzindo som.
Figura 55 - Quicadas de Bola
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 133
Figura 56 - Quicada com as Duas Mãos
GINÁSTICA 
134 
Figura 57 - Quicada de Joelho
 135
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Rotações: as rotações da bola são realizadas com um impulso de uma ou das duas 
mãos, provocando um movimento de giro ao redor do próprio eixo da bola. Esta 
rotação pode ser feita, por exemplo, sobre a palma da mão ou sobre o peito
Figura 59 - Rotação de Bola - Solo
Figura 58 - Rotação de Bola na Mão
136 
GINÁSTICA 
Outros movimentos que são típi-
cos da bola são o equilíbrio instável, 
quando se apoia a bola sobre uma 
parte do corpo em uma posição em 
que ela seja mantida sem a ajuda das 
mãos ou sendo segura de forma arris-
cada, por exemplo, com a coluna. E a 
transmissão, que é realizada quando 
a bola é passada de uma mão para a 
outra, com elementos que difi cultem 
essa passagem, por exemplo: por trás 
das costas, por baixo da perna durante 
um salto ou quando esta transmissão 
é feita de uma parte do corpo a outra, 
sem uso das mãos.
Figura 60 - Equilíbrio Instável
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 137
GINÁSTICA 
138 
As maças são os únicos aparelhos que são usados em 
par na GR. São dois bastões com um formato espe-
cífi co que medem de 40 a 50cm e pesam 150g apro-
ximadamente cada um. Podem ser de plástico ou, 
como antigamente, de madeira. A forma correta de 
segurar a maça é pela bolinha que fi ca na sua extre-
midade, chamada de “cabeça”. A outra extremidade, 
mais larga é o “corpo”. 
APARELHO 
MAÇAS
 139
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 62 - Segurando a Maça - IncorretoFigura 61 - Segurando a Maça - Correto
Alguns outros movimentos específicos possíveis de se realizar com as maças são:
Pequenos círculos: são movimentos em que a maça realiza a trajetória de 
pequenos círculos no ar, sendo segura pela cabeça. Pode-se executar esta rotação 
em diferentes planos, com uma maça apenas ou com ambas (sendo segura uma 
em cada mão).
Figura 63- Pequenos Círculos com Maças - Frontal
140 
GINÁSTICA 
Figura 67 - Pequenos Círculos com Maças - Lateral
Figura 64 - Pequenos Círculos com Duas Maças - Frontal
Figura 65 - Pequenos Círculos com Maças - Plano Horizontal
Figura 66 - Pequenos Círculos com Duas Maças - Plano Horizontal
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 141
Molinetes: nos molinetes são realizadas rotações em 
trajetória de movimentos em oito com as duas maças 
simultaneamente, trabalhando-as de forma coorde-
nada, de maneira que formem uma movimentação 
dinâmica e sem que as maças batam uma na outra. 
Podem ser realizados em diferentes planos.
Movimentos assimétricos: acontecem quando 
cada maça realiza diferentes movimentos ao mes-
mo tempo, em planos, direções e níveis diferentes. 
Ex.: uma maça, na mão direita, realiza rotações, 
enquanto a mão esquerda faz um pequeno lança-
mento. É possível realizar lançamentos assimétricos 
com as maças, ou seja, uma maça é lançada sendo 
solta pela cabeça, descrevendo círculos no ar, e a ou-
tra é lançada, sendo impulsionada pelo seu centro, 
indo ao ar em posição horizontal.
Pequenos lançamentos: são movimentos em 
que as maças são lançadas ao ar, sendo impulsiona-
das por uma das extremidades e recuperadas a se-
guir. O impulso também pode ser feito pelo centro 
da massa, lançando-a na posição horizontal.
Figura 68 - Pequenos Lançamentos
GINÁSTICA 
142 
Além dos movimentos técnicos vistos, as maças ain-
da podem realizar deslizamentos - quando ela escor-
rega sobre uma parte do corpo, e batidas - quando 
batemos uma maça na outra, produzindo som.
Figura 69 - Pequenos Lançamentos - Duas Maças
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 143
GINÁSTICA 
144 
A fi ta é o aparelho mais relacionado à Ginástica Rít-
mica pelas pessoas, pois ela tem uma movimentação 
marcante e vistoso que descreve diferentes desenhos 
no ar. A fi ta é composta de duas partes: o estilete, 
que é por onde a seguramos, e a própria fi ta de ce-
tim. O estilete pode ser feito de fi bra de vidro ou 
de madeira, tem 1cm de diâmetro e 50 a 60cm de 
comprimento. Ofi cialmente, a fi ta possui 6 metros 
de extensão, mas para iniciantes e crianças aconse-
lha-se usar em tamanhos menores (2 a 5 metros), 
para facilitar o manuseio. Alguns dos movimentos 
típicos da fi ta são:
APARELHO 
FITA
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 145
Passagem por dentro do desenho da fi ta: movimen-
to em que a ginasta desenha grandes círculos no ar 
e passa por dentro deste desenho, seja em um passo, 
em um saltito ou em um salto.
Figura 70 - Passagem por Dentro da Fita
GINÁSTICA 
146 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 147
Escapadas (Échappes): são os movimentos de soltu-
ra do estilete ao ar. A fita, como consequência deste 
movimento, segue a trajetória do estilete, formando 
desenhos no ar. O impulso é dado pelo dedão pres-
sionando a extremidade do estilete, junto com um 
grande balanceio do braço. 
Figura 71 - Escapada
GINÁSTICA 
148 
Espirais: são os movimentos em que são dese-
nhados vários círculos simultâneos nos ar. Estes 
podem ser feitos em diferentes direções, planos 
e níveis.
Figura 72 - Imagem Espirais Figura 73 - Serpentina
Serpentinas: é quando são desenhados movimen-
tos de zigue-zague com a fita no ar. Deve-se movi-
mentar bem rapidamente para que se formem várias 
pontas no ar.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 149
ELEMENTOS CORPORAIS DA GR
Como vimos na unidade 2, as modalidades gímni-
cas apresentam elementos básicos que são comuns 
a todas elas. Porém, existem particularidades em 
cada uma destas modalidades que fazem com que 
tenham características próprias e, por isso, sejam re-
conhecidas como uma disciplina particular. Sendo 
assim, a Ginástica Rítmica tem as suas especificida-
des que, além de se apresentarem pelo uso de apare-
lhosmanuais, também são demonstradas nos seus 
elementos corporais específicos.
Os elementos corporais fundamentais da Gi-
nástica Rítmica são divididos em três grupos de 
movimentos que são chamados de dificuldades: os 
saltos, os equilíbrios e as rotações (FIG, on-line)7. 
Em uma série, as dificuldades estarão presentes 
juntamente com outros movimentos que farão a 
ligação entre elas, complementando e incremen-
tando a coreografia. Estes outros movimentos são 
os elementos básicos, vistos na unidade 2, que são: 
os saltitos, os passos, as corridas, os giros, as po-
ses, as marcações, os balanceamentos e as circun-
duções. Ainda podem ser realizados movimentos 
pré-acrobáticos e os passos de dança, tudo isso 
aliado ao manejo de um aparelho, tornando o mo-
vimento completo.
Para iniciar o trabalho com a GR, assim como 
para qualquer outra modalidade gímnica, é impor-
tante que o aluno tenha aprendido os elementos 
corporais básicos tratados na unidade 2, para que 
forme um repertório motor que permita realizar 
movimentos mais complexos, como alguns que ve-
remos a seguir.
Os saltos
Os saltos são elementos em que o corpo assume uma 
posição no ar, após o impulso de uma ou das duas 
pernas. Normalmente, a realização do salto acontece 
após a execução de um saltito chassé. Sendo assim, 
realiza-se o chassé, um passo intermediário e o salto, 
que possui três fases: a impulsão, a fase de voo e a 
aterrissagem. A GR possui uma diversidade de sal-
tos com diferentes níveis de dificuldade. As formas 
mais básicas são:
GINÁSTICA 
150 
Os saltos verticais: realizados com giros de 90 ou 
180 graus, com ou sem pernas flexionadas.
Os saltos cabriole: realizados com impulso inicial de 
um dos pés e buscando tocar ambos os pés no ar, 
seja frontalmente com as pernas estendidas ou late-
ralmente com as pernas semiflexionadas.
Os saltos tesoura: realizados com impulso 
inicial de uma perna lançada para frente e, no ar, 
faz-se a troca de perna, retornando ao solo com a 
segunda perna. Pode ser realizado lançando-se as 
pernas para trás.
Figura 74 - Salto Vertical
O salto cossaco: realizado com impulso inicial da 
perna que é lançada à frente estendida e logo em se-
guida a segunda perna é elevada flexionada ao lado 
da primeira perna. O retorno ao solo é feito primei-
ramente pela perna que foi lançada por último (a 
que estava flexionada).
Os saltos aberto e carpado: os saltos aberto e 
carpado se caracterizam pelo afastamento lateral da 
pernas. O salto aberto tem impulso inicial de uma 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 151
das pernas, que é lançada ao ar lateralmente, e logo 
em seguida a segunda perna é lançada no lado opos-
to. O salto carpado-se inicia com impulso dos dois 
pés simultaneamente e as pernas são lançadas ao ar 
lateralmente, juntas. 
Figura 75 - Salto Carpado
O salto à boucle: realizado com uma das pernas sen-
do lançada posteriormente em direção à cabeça. A 
outra perna permanece apontando para o solo, es-
tendida, realizando impulso vertical.
O salto de biche: realizado com impulso de uma 
perna que é lançada à frente, flexionada, e em segui-
da lança-se a outra para trás, estendida. A retomada 
de apoio no solo inicia-se com a perna da frente.
O salto enjambeé: realizado com impulso de uma 
perna que é lançada à frente estendida e em seguida 
lança-se a outra para trás, também estendida, buscando 
criar um ângulo de 180 graus de abertura no ar. A reto-
mada de apoio no solo inicia-se com a perna da frente.
Figura 76 - Salto de Biche
Existem outras variações mais complexas de sal-
tos na GR geradas por uma flexão do tronco para 
trás, rotações no ar, trocas de posição das pernas 
no ar que podem ser exploradas quando o aluno 
já domina as formas mais básicas apresentadas 
(FIG, on-line)7.
Os equilíbrios
Os equilíbrios na Ginástica Rítmica são elementos 
que devem mostrar uma posição corporal bem defi-
nida apoiada sobre o pé em meia-ponta, sobre um pé 
inteiro no chão, sobre os dois pés ou outras partes do 
corpo. Podemos considerar três fases na sua execu-
ção: a preparação, a posição em equilíbrio e a finaliza-
ção. Existem também equilíbrios dinâmicos, em que 
o corpo passa por várias posições antes da finalização. 
As formas mais básicas de equilíbrio na GR são:
Figura 77 - Salto Enjambeé
GINÁSTICA 
152 
Equilíbrio em passé: uma das pernas é elevada 
de forma flexionada. A perna em posição de passé 
pode ser elevada lateralmente ou frontalmente. 
Figura 78 - Equilíbrio em Passé
Figura 79 - Equilíbrio a 90 Graus
Figura 80 - Equilíbrio em Arabesque
Equilíbrio a 90 graus: uma das pernas é elevada até 
formar o ângulo de 90 graus em relação à perna de 
apoio. Esta elevação pode ser realizada lateralmen-
te ou frontalmente. Quando o aluno ainda não tem 
força suficiente para manter a perna a 90 graus, po-
de-se realizar a 45 graus.
Equilíbrio em arabesque: uma das pernas é elevada 
posteriormente de forma a criar um ângulo de 90 
graus com a perna de apoio. A perna deve ser mantida 
estendida e o tronco não deve se projetar para frente.
Equilíbrio em atittude: semelhante ao equilíbrio em 
arabesque, porém a perna fica flexionada com o joe-
lho no mesmo nível de altura que o pé.
Equilíbrio em perna alta: neste equilíbrio uma 
das pernas deve ser segurada pelas mãos, estendida, 
lateralmente ou frontalmente, de forma que o pé fi-
que em um nível acima da cabeça.
Figura 81 - Equilíbrio em Perna Alta
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 153
Equilíbrio em puxada: neste equilíbrio a perna é ele-
vada posteriormente e segura pelas mãos. Pode ser 
realizado com a perna flexionada, levando o pé em 
direção à cabeça.
Equilíbrio em cossaco: no equilíbrio cossaco a 
perna de apoio fica flexionada, e a outra perna se 
estende à frente, mantendo o joelho acima ou na 
mesma altura da perna de apoio.
Figura 82 - Equilíbrio em Cossaco
Equilíbrio em couché: como um exemplo de equilí-
brio com apoio de outras partes do corpo que não os 
pés, o couché é uma sustentação da coluna elevada 
com apoio sobre os quadris e as pernas.
Figura 83 - Equilíbrio sobre o Joelho
Equilíbrios sobre o joelho: são equilíbrios em que o 
apoio é o joelho no solo, enquanto a outra perna se 
coloca em uma posição elevada a 90 graus, 180 graus, 
lateralmente, frontalmente ou posteriormente.
GINÁSTICA 
154 
Equilíbrio em onda anteroposterior: Considerada 
um tipo de equilíbrio, esta onda pode iniciar com o 
tronco descendo à frente, passando para a posição 
de flexão da coluna para trás, de forma fluente, ou se 
iniciando ao contrário: o tronco flexiona para trás e 
passa para a posição de flexão para frente, voltando 
à posição ereta.
As rotações
As rotações na Ginástica Rítmica são giros do corpo 
em torno do seu próprio eixo. As rotações mais co-
muns são os pivots, que são giros em que o apoio é 
sobre um dos pés em meia ponta, mas existem tam-
bém rotações com o apoio de outras partes do corpo 
sobre o solo. As posições assumidas durante as rota-
ções em pivots são as mesmas dos equilíbrios, porém 
é realizado o giro de no mínimo 360 graus. As três 
fases das rotações são: a preparação, a rotação e a 
finalização. As formas mais básicas de rotações são:
Pivot em passé: uma das pernas é elevada de for-
ma flexionada. A perna em posição de passé pode 
ser elevada lateralmente ou frontalmente. Nessa po-
sição realiza-se o giro.
Pivot a 90 graus: uma das pernas é elevada até 
formar o ângulo de 90 graus em relação à perna 
de apoio. Esta elevação pode ser realizada late-
ralmente ou frontalmente. Quando o aluno ainda 
não tem força suficiente para manter a perna a 90 
graus, pode-se realizar a 45 graus. Nessa posição 
realiza-se o giro.
Pivot em arabesque: uma das pernas é elevada 
posteriormente de forma a criar um ângulo de 90 
graus com a perna de apoio. A perna deveser man-
tida estendida e o tronco não deve se projetar para 
frente. Nessa posição realiza-se o giro.
Pivot em attitude: semelhante à posição em ara-
besque, porém a perna fica flexionada com o joelho 
no mesmo nível de altura que o pé. Nessa posição 
realiza-se o giro.
Pivot em cossaco: no equilíbrio cossaco a perna 
de apoio fica flexionada, e a outra perna se estende à 
frente mantendo o joelho acima ou na mesma altura 
da perna de apoio. Nessa posição realiza-se o giro.
Tounneau: é realizado com apoio sobre um dos 
pés, mas para iniciação pode ser feito com o apoio 
de ambos os pés. A rotação deve ser realizada com o 
tronco inclinado para frente e os braços afastados la-
teralmente percorrendo, uma trajetória circular no ar.
Os pré-acrobáticos
Na ginástica rítmica podem ser realizados os ele-
mentos pré-acrobáticos. São movimentos em que 
o corpo realiza uma inversão (passa pela posição 
com a cabeça para baixo), ocorrendo uma troca 
de apoios. Este apoio momentâneo pode ser as 
mãos, os antebraços e o tronco. O que diferencia 
os pré-acrobáticos dos acrobáticos (que não são 
realizados na GR) é que no primeiro não pode ha-
ver fase de voo.
Figura 84 - Pivot em Passé
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 155
Outros exemplos pré-acrobáticos são: os ro-
lamentos (para frente, para trás), a reversão pra 
trás, as reversões com apoio dos antebraços (para 
frente e para trás), a roda com apoio dos antebra-
ços, entre outros.
ACOMPANHAMENTO MUSICAL
chegar às canções em que há emissão de voz e as mú-
sicas cantadas, que hoje são permitidas oficialmente 
de forma limitada (FIG, on-line)7.
Ao longo da aprendizagem da GR, a educação do 
ritmo é fundamental e, para isso, o(a) professor(a) 
deve ter conhecimentos básicos de teoria musical, 
sendo capaz de criar coreografias que aliem música 
e movimento. De acordo com Barbosa-Rinaldi et al. 
(2009), dentre as noções musicais que o(a) profes-
sor(a) deve possuir estão: tempo de contagem, rit-
mo, pulso, periodização da música, encadeamento 
das frases musicais, frequência, contra-tempo, pe-
ríodo e harmonia. As atividades rítmicas, portanto, 
devem estar presentes nas aulas de Ginástica Rítmi-
ca, estimulando a sensibilidade sonora, a expressivi-
dade e a criatividade. 
Na Ginástica Rítmica a música é parte funda-
mental. Conforme afirmam Peregort e Delgado 
(1998), as séries devem sempre ser realizadas com 
acompanhamento musical, atuando não somente 
como suporte do movimento, mas como seu po-
tencializador e provocador. Sendo assim, o ritmo, 
a intensidade e a expressividade apresentada pela 
ginasta são ditados pela música escolhida, for-
mando uma unidade.
Inicialmente na GR, a música era apenas instru-
mental e executada ao som de piano. Aos poucos 
mais liberdade foi dada à questão do acompanha-
mento musical, permitindo outros instrumentos, até 
A IMPORTÂNCIA DE SE TRABALHAR O RÍTMO 
O ser humano necessita desenvolver o rit-
mo, pois ele está presente em grande parte 
do seu dia a dia. Por exemplo: lavar a louça 
ou a roupa, datilografar, cortar, ler, escrever, 
correr, andar de bicicleta, andar, dirigir, falar, 
entre outras.
A importância de trabalhar o ritmo na faixa 
etária de 3 a 6 anos está no fato de preparar 
a criança para melhor realizar as atividades 
escolares e as atividades do dia a dia. As ati-
vidades rítmicas estimulam, nas crianças, a 
coordenação, o equilíbrio, a flexibilidade e o 
freio inibitório concentram a atenção; eco-
nomizam esforços; dão segurança rítmica e 
educação sensorial; levam à obtenção do rela-
xamento muscular, da postura e da percepção 
auditiva e visual; despertam a criatividade e 
a expressão do corpo. 
Fonte: Muller e Tafner (2007, p. 102).
SAIBA MAIS
156 
considerações finais
Acreditamos que após estudarmos essa unidade tenha ficado mais fácil para 
que você compreenda e consiga reconhecer cada modalidade a partir de suas 
especificidades. Aprendemos que cada uma teve seu surgimento de forma bas-
tante especifíca. 
Ao aprendermos sobre os aparelhos da Ginástica Artística, na primeira parte, 
conhecemos que eles se caracterizam por serem de grande porte e exigir bastante 
força de seus praticantes. Vimos que se demora muito tempo para se tornar um 
atleta de alto nível, e que apenas duas provas são comuns tanto para homens 
quanto para mulheres - o salto sobre a mesa e o solo, mas que mesmo assim pos-
suem alguns diferentes, como a altura da mesa ou o tempo de série no solo.
Na segunda parte, aprendemos que a Ginástica Rítmica é uma modalida-
de graciosa e que requer flexibilidade, força e movimentos trabalhados em 
consonância com a música. Os aparelhos, diferentemente da artística, são de 
pequeno porte e a ginasta deve executar movimentos que demonstrem seu con-
trole sobre o corpo e aparelho. Lembre-se que no início da aprendizagem dos 
elementos da Ginástica Rítmica os fatores importantes são a exploração dos 
movimentos e dos aparelhos.
Dessa forma, esta unidade nos mostrou como o conteúdo da Ginástica é 
amplo e diverso, que é possível realizar figuras com o corpo das mais diferen-
tes maneiras. Seu exercício agora, como futuro(a) professor(a) de Educação 
Física, é buscar a adaptação destes conteúdos para trabalhar com a ginástica 
nos diferentes contextos. Orientamos que atue em parceria com os alunos para 
tendê-los de forma diferenciada, na busca de novos caminhos de aprendiza-
gem, desta forma oportunizando aos alunos a vivência da variedade dos movi-
mentos gímmicos, de forma democrática e para todos. 
Não deixe de ensinar e compartilhar com seus alunos tudo que aprendemos 
até aqui. Um grande abraço!
 157
atividades de estudo
1. Quais são os aparelhos da Ginástica Artística 
exclusivamente masculinos?
a. Barra fixa, barras paralelas, argolas e barras 
assimétricas.
b. Barras paralelas, barra fixa, argolas, solo e tra-
ve de equilíbrio.
c. Barra fixa, argolas, solo, barras paralelas e sal-
to sobre a mesa. 
d. Barra fixa, argolas, barras paralelas e cavalo 
com alças.
e. Barra fixa, trave, assimétricas e solo.
2. Com relação à história da Ginástica Artística, 
assinale o que for correto.
a. O duelo que resultou na derrota da Prússia foi 
entre a Prússia e a Inglaterra.
b. Jahn tinha como proposta desenvolver uma 
ginástica voltada para os jovens para extirpar 
os vícios da sociedade.
c. A prática da ginástica proposta por Jahn era 
voltada aos jovens e tinha como objetivo re-
erguer a Prússia e promover o resgate moral 
da nação.
d. Guts Muths foi o grande criador da ginástica 
de aparelhos.
e. Jahn não tinha nenhum interesse político ou 
patriótico com a prática desenvolvida por ele. 
3. Sobre a Ginástica Rítmica, quais foram as cor-
rentes que influenciaram seu surgimento?
a. Corrente da dança, da música e da saúde.
b. Corrente da dança, música, filosofia e artes 
cênicas.
c. Corrente da manipulação de aparelhos e ex-
pressão corporal.
d. Corrente da dança, das artes cênicas, pedagó-
gica e da música.
e. Corrente da dança, da expressividade, da hi-
giene e dos cuidados com o corpo feminino.
4. Com relação aos aparelhos da Ginástica Rítmi-
ca, relacione as colunas:
a. BOLA.
b. ARCO.
c. CORDA.
d. MAÇAS.
e. FITAS.
( ) SERPENTINAS.
( ) MOLINETES.
( ) QUICADAS.
( ) ROTAÇÕES NO PRÓPRIO EIXO.
( ) SOLTURAS E ESCAPADAS.
5. As atividades rítmicas devem estar presentes 
nas aulas de Ginástica Rítmica, estimulando a 
sensibilidade sonora, a expressividade e a cria-
tividade. Nesse sentido, quais noções musicais 
o(a) professor(a) precisa trabalhar com os alu-
nos?
I. Ritmo.
II. Contra-tempo e harmonia.
III. Frases musicais.
IV. Frequência.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas as alternativas I e II.
b. Apenas as alternativas II.
c. Apenas as alternativas III e IV.
d. Apenasas alternativas IV.
e. Todas as alternativas estão corretas.
158 
LEITURA
COMPLEMENTAR
O crescimento do esporte é um fenô meno mundial (MCCULLICK, BELCHER, SCHEMPP, 
2005) que vem repercutindo em todas as esferas da sociedade. Devido à diversidade de 
opç õ es de prá ticas esportivas, pais e seus fi lhos podem fi car indecisos sobre o que pra-
ticar, quando iniciar e quando competir. Há armaç õ es de que quanto mais cedo iniciar 
no esporte, melhor. Mas, melhor para quem ou em que sentido? Crianç as e jovens sã o 
atraí dos para o esporte e, provavelmente, há aqueles que sonham em chegar ao pó dio 
ou participar dos Jogos Olí mpicos, ainda que nã o conheç am o caminho que deverã o 
percorrer até merecer uma medalha no peito.
O processo de preparaç ã o esportiva visa consolidar a funcionalidade do atleta em lon-
go prazo e atingir a excelê ncia na modalidade escolhida em idades superiores. Há su-
gestõ es de modelos de formaç ã o esportiva na literatura, por exemplo, Balyi (2003), 
Bompa (2000), Weineck (1999), Chaurra, Zuluag e Peñ a (1998) e Zakharov (1992). A es-
pecializaç ã o é parte natural desse processo quando os esforç os e tempo sã o canaliza-
dos para uma ú nica modalidade, apó s um perí odo de prá tica variada. Contrariamente, 
a especializaç ã o precoce refere-se à especializaç ã o antes do perí odo considerado ideal, 
quando fases do processo de formaç ã o sã o antecipadas ou anuladas (BOMPA, 2000; 
MARQUES, 1991; WEINECK, 1999).
A idade de iní cio do treinamento especializado varia de acordo com a cultura e a mo-
dalidade esportiva (BOMPA, 2000; ZAKHAROV, 1992), o gê nero, a vida ú til de prestaç ã o 
esportiva e o á pice esportivo (Carazzato, 1995). Na Giná stica Artí stica (GA), em particu-
lar, muita atenç ã o é necessá ria, pois, acredita-se que a especializaç ã o esportiva seja re-
almente precoce. O perí odo ó timo de desenvolvimento de capacidades coordenativas e 
da exibilidade (ARKAEV & SUCHILIN, 2004) e as vantagens biomecâ nicas de proporç õ es 
corporais menores (DAMSGAARD, 2001) sã o os argumentos mais utilizados na GA com-
petitiva, mas, ainda assim, levantam crí ticas e debates, seja na Pedagogia do Esporte ou 
nas demais á reas.
Bompa (2000), Gonç alves (1999) e Coelho (1988) associam a especializaç ã o precoce ao 
fato de muitas pessoas acreditarem que, quanto mais cedo a crianç a iniciar na moda-
lidade esportiva, mais chances de sucesso ela terá . E, apesar da literatura atual tentar 
esclarecer essa visã o equivocada de especializaç ã o e esta associaç ã o nã o encontrar 
 159
LEITURA
COMPLEMENTAR
apoio na ciê ncia, a especializaç ã o precoce é explorada amplamente no esporte con-
temporâ neo. A especializaç ã o precoce é desaconselhada, pois acarreta uma sé rie de 
consequê ncias negativas aos praticantes como reduç ã o do repertó rio motor; aumento 
da incidê ncia de lesõ es (BOMPA, 2000; GALDINO & MACHADO, 2008; MARQUES, 1991); 
prejuí zos gerais ao desenvolvimento da crianç a (SEABRA & CATELA, 1998); manifesta-
ç ã o de efeitos psicoló gicos negativos como o “burnout” (Watts, 2002); desmotivaç ã o 
(COELHO, 1988) e prejuí zos à formaç ã o escolar (WEINECK, 1999).
O treino sistemá tico inicia-se antes da puberdade nas modalidades artí sticas (BALYI, 
2003; DAMSGAARD, 2001). Mas, nã o podemos inferir que seja consenso entre os té cni-
cos de GA que a especializaç ã o na modalidade deva ocorrer bem cedo. Entretanto, nã o 
raras vezes, té cnicos argumentam a “necessidade” e a “obrigatoriedade” de se iniciar os 
treinamentos sistemá ticos e intensivos ainda em tenra idade. 
Nã o há problemas com o treinamento sistematizado quando os ginastas atravessaram 
todo o processo de preparaç ã o e adaptaç ã o, até demonstrarem condiç õ es de suportar 
as cargas de treinamento da modalidade. Mas, quando crianç as e jovens competem 
segundo as regras ofi ciais, surgem questionamentos como: quanto tempo eles treina-
ram até atingir esse padrã o té cnico e com que idade iniciaram os treinos? Ainda que 
as crianç as demonstrem talento para a GA, o treinamento intensivo e unidirecionado 
pode comprometer a saú de e o envolvimento em longo prazo. E, talvez, o seu potencial 
para o alto rendimento na modalidade jamais seja desenvolvido. O esporte competitivo 
tem sua pró pria caracterí stica e a crí tica nã o se reporta à exigê ncia do alto rendimento 
para adultos, mas, quando estas mesmas exigê ncias sã o feitas à s crianç as. A GA pode 
contribuir para a formaç ã o esportiva geral, pois estimula as capacidades fí sicas e mo-
toras, que també m sã o importantes para a prá tica de outras modalidades esportivas. 
Fonte: Nunomura, Carrara e Tsukamoto (2010, p. 305-306). 
Mediante esse trecho, podemos conhecer um pouco das discussões sobre a iniciação 
esportiva precoce, para conhecer mais sobre essa assunto procure o texto de onde 
esse trecho foi retirado.
GINÁSTICA 
160 
Ginástica Rítmica: ensinando corda, arco e bola
Luciane Maria de Oliveira Bernardi e Márcia Regina Aversani Lou-
renço
EDITORA: Fontoura
ANO: 2014
Sinopse: A realização de elementos corporais aliados ao manejo 
dos aparelhos e ao acompanhamento musical exige um traba-
lho harmonioso desde a iniciação. Possibilitar a compreensão 
das técnicas de manejo para seu desenvolvimento de forma cor-
reta e efi caz é um grande desafi o. Assim, na iniciação esportiva 
de manejos dos aparelhos ofi ciais da Ginástica Rítmica, relacio-
nados ou não à exigência do código, necessitamos da organi-
zação de processos pedagógicos para que as ginastas possam 
ter um aprendizado facilitado e efi caz na prática dos manejos e, 
posteriormente, uma correta execução destes mesmos elemen-
tos nas fases de treinamento e competição.
Esta obra apresenta informações quanto às características dos 
aparelhos corda, arco e bola e, na sequência, a metodologia de 
ensino com cada aparelho, com o objetivo de ensinar o manu-
seio técnico com diversas ilustrações que acompanham as expli-
cações, auxiliando no entendimento dos movimentos.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 161
Composição Coreográfi ca em Ginástica Rítmica
Eliana Virgínia Nobre dos Santos, Márcia Aversani Lourenço e Ro-
berta Gaio
ANO: 2010
Sinopse: Após anos de experiências na área de Educação Física, 
em especial trabalhando com o ensino-aprendizagem da moda-
lidade esportiva Ginástica Rítmica em clubes, escolas, universi-
dades e em outros espaços de exploração de teoria e de prática 
da Motricidade Humana e, após o encontro com as pesquisado-
ras Eliana Virgínia Nobre dos Santos e Márcia Regina Aversani 
Lourenço, no curso de Mestrado em Educação Física da Univer-
sidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), desafi aram a produ-
ção de uma obra que, além de ser referencial para especialis-
tas, pode também auxiliar profi ssionais em início de carreira, 
compromissados com a educação de crianças, jovens, adultos 
e idosos.
Obra essa que pode contribuir para a formação desses profi s-
sionais no que tange à aplicação da Ginástica Rítmica, com o ob-
jetivo de estimular o desenvolvimento dos seres humanos a par-
tir de vivências expressivas de movimentos ritmados com e sem 
aparelhos, independentemente de gênero, classe social, etnia 
ou outras possíveis diferenças existentes entre e nesses seres.
Assim, as autoras uniram seus conhecimentos e produziram o 
livro “Composição Coreográfi ca em Ginástica Rítmica: do com-
preender ao fazer”, que apresentam, para todos os profi ssionais 
da Educação Física e áreas afi ns, convidando-os a saborearem o 
saber que emana de experiências e vivências com movimentos 
ritmados e expressivos.
GINÁSTICA 
162 
Possibilidades da Ginástica Rítmica
Elizabeth Paoliello Machado de Souza , Eliana de Toledo Ishibashi
EDITORA: Phorte
Sinopse: Este livro tem o grande mérito dereunir expoentes da Gi-
nástica Rítmica Brasileira que, ao logo de muitos anos de atividades 
como técnicas, árbitras, professoras universitárias e pesquisadoras 
têm contribuído para desenvolver esse esporte, ampliando o núme-
ro de adeptos à prática e a quantidade e a qualidade das ginastas e 
das publicações. Com diferentes formas de linguagem e narrativas, 
as autoras retratam aspectos da Ginástica Rítmica em uma perspec-
tiva informativa, refl exiva e/ou propositiva. Apresentam algumas das 
inúmeras possibilidades de vivência, prática e treinamento em dife-
rentes contextos de intervenção. Assim, esta obra pretende preen-
cher uma lacuna existente na área de conhecimento da Ginástica, 
oferecendo uma publicação específi ca de Ginástica Rítmica, que pos-
sa subsidiar diferentes pesquisas, trabalhos e saberes, contribuindo, 
dessa forma, para a formação do graduando e do profi ssional da 
área da Ginástica, da Ginástica Rítmica e de outras áreas afi ns.
Compreendendo a Ginástica Artística 
Myrian Nunomura e Vilma Leni Nista-Piccolo
EDITORA: Phorte
ANO: 2004 
Sinopse: Em muitos momentos, aqueles que vivenciam o cotidiano 
da Ginástica Artística, seja na qualidade de praticante, técnico ou es-
pectador devem ter se deparado com uma série de questionamen-
tos como: se ela ajuda no crescimento? As capacidades necessárias 
ao bom desempenho da modalidade? Como prevenir acidentes? 
O melhor método de instrução para ensinar as habilidades da GA? 
Enfi m, cada um deve ter suas indagações. Mas, certamente, não é 
pretensão esgotar o conhecimento sobre GA. O conteúdo do livro é 
fruto de experiências na modalidade, seja na posição de praticantes, 
árbitros, treinadoras ou docentes universitárias. Essa trajetória reve-
lou que o corpo de informações que apresentamos é essencial para 
compreendermos um pouco mais essa modalidade desafi adora.
 163
referências
BARBOSA-RINALDI et al. Ginástica Rítmica: as-
pectos históricos-culturais e técnico-metodológicos 
dos aparelhos. Maringá: Eduem, 2009.
______. Ginástica Rítmica: história, caracterís-
ticas, elementos corporais e música. Maringá: 
Eduem, 2009.
BARNEY, R. K. Friedrich Ludwig Jahn Revisited. A 
report on the international Jahn Symposium. Jour-
nal of Physical Education and Recreation, v. 50, n. 
3, p. 58. 1979.
BARROS, D. e NEDIALCOVA, G. T. Os principais 
passos da Ginástica Rítmica. Rio de Janeiro: Grupo 
Palestra Sports. 1999.
LANGLADE, A., LANGLADE, N. R de. Teoria ge-
neral de la gimnasia. Buenos Aires: Stadium, 1970.
LLOBLET, A. C. Gimnasia rítmica desportiva: teo-
ria y prática. Barcelona: Pai do Tribo, 1998.
MARINHO, I. P. História da Educação Física no 
Brasil. São Paulo: CIA Brasil Editora, 1979.
MULLER, R. Z; TAFNER, E. P. Desenvolvendo o 
Ritmo nas aulas de Educação Física em crianças de 3 
a 6 anos. Revista de divulgação técnico-científica do 
ICPG. Itajaí-SC, v. 3, n. 11, p. 101-106, jul./dez. 2007.
NUNOMURA, M., CARRARA, P. D. S.; TSUKA-
MOTO, M. H. C. Ginástica artística e especiali-
zação precoce: cedo demais para especializar, tar-
de demais para ser campeão! Revista brasileira de 
Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 
305-314, jul./set. 2010.
NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, M. H. Funda-
mentos da Ginástica Artística. In: NUNOMURA, 
M. e NISTA-PICOLLO, V. L. (Org). Compreenden-
do a Ginástica Artística. São Paulo: Phorte, 2005, 
p. 37- 58.
______. Fundamentos das Ginásticas. 1. ed. Jundiaí-
-SP: Fontoura, 2009.
OLIVEIRA, J. G. M.; BETTI, M.; OLIVEIRA, W. M. 
Educação física e o ensino de 1º grau: uma aborda-
gem crítica. São Paulo: EPU, 1988.
PAOLIELLO, E.; TOLEDO, E. (org.) Possibilidades 
da Ginástica Rítmica. São Paulo: Phorte: 2010.
PEREGORT, A. B. e DELGADO, C. D. 1000 Ejerci-
cios y juegos de Gimnasia Rítmica Deportiva. Bar-
celona: Paidotribo, 1998.
PEUKER, I. Ginástica Moderna sem Aparelhos. Rio 
de Janeiro: Fórum Editora, 1974.
PUBLIO, N. S. Evolução histórica da Ginástica 
Olímpica. São Paulo: Phorte, 1998.
______. Origem da Ginástica Olímpica. In: NUNO-
MURA, M.; NISTA-PICCOLO, V. L. (Org.). Com-
preendendo a Ginástica Artística. São Paulo: Phor-
te, 2005, p. 15-26.
Russell K. e Kinsman T. Coaching Certification 
Manual: Level 1 Introductory Gymnastics. Ontario: 
Gymnastics Canada Gymnastique Canada, 1986.
SANTOS, E. V. N. dos; LOURENÇO, M. R. A.; 
GAIO, R. Composição coreográfica em Ginástica 
Rítmica. Londrina-PR: Fontoura, 2010.
164 
referências
1 Em: <http://bieamusica.blogspot.com.br/2012_12_01_archive.html>. Acesso 
em: 10 de jul. de 2016.
2 Em: <http://gerrie-thefriendlyghost.blogspot.com.br/2014/09/isadora-dun-
can-taste-for-life.html>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
3 Em: <https://sites.google.com/site/eurhythmicfritz/>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
4 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bundesarchiv_Bild_146-
1979-099-21A,_Ballgymnastik.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
5 Em: <http://entrearcosefitas.blogspot.com.br/2011/03/brasil-na-ginastica-rit-
mica.html>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
6 Em: <http://news.portalbraganca.com.br/esporte/ginastica-ritmica-em-pre-
paracao-para-o-mundial-brasil-embarca-para-copa-do-mundo.html>. Acesso 
em: 10 de jul. de 2016.
7 Em: <http://www.fig-gymnastics.com/site/>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
8 Em: <http://www.cbginastica.com.br/sgc/uploads/download/2cea33eef-
74014967d6329dc6ba41b61.pdf>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
Referências On-Line
 165
gabarito
1. D.
2. C.
3. D.
4. E, D, A, B, C.
5. E.
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima fessor
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Ginástica Acrobática: Evolução Histórica 
• Características da Ginástica Acrobática 
• Elementos técnicos e pedagógicos dos movimentos 
gímnicos
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os conhecimentos históricos da Ginástica 
Acrobática. 
• Conhecer as características da Ginástica Acrobática. 
• Apresentar os elementos técnicos de movimentos gímnicos 
que são realizados no solo e que são comuns às diferentes 
modalidades ginásticas.
• Apontar os principais erros que podem ser cometidos pelo 
aluno na realização dos movimentos gímnicos para que 
o(a) professor(a) fi que atento(a) para realizar correções.
• Mostrar por meio de imagens e vídeos como acontece a 
execução dos movimentos gímnicos, bem como as formas 
de como o(a) professor(a) pode auxiliar o aluno durante a 
aprendizagem.
A GINÁSTICA ACROBÁTICA E OS 
ELEMENTOS TÉCNICOS E PEDAGÓGICOS 
DOS MOVIMENTOS GÍMNICOS
IV
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos sobre a competitiva e não 
olímpica Ginástica Acrobática, uma modalidade que não faz uso de aparelhos. 
Além disso, aprenderemos quais são os elementos básicos de solo realizados em 
diferentes modalidades ginásticas, para que facilite o seu entendimento. Primei-
ro, descreveremos como o movimento é executado, depois apresentaremos os 
aspectos técnicos que devem ser levados em conta durante a execução e, por fim, 
destacaremos quais são os possíveis erros que o executante deve evitar no mo-
mento em que realizará o movimento. A partir desse conteúdo, pretendemos que 
você, futuro(a) professor(a), conheça os elementos básicos de solo. Por isso, para 
facilitar sua compreensão, cada movimento que apresentarmos, identificaremos 
se ele é elemento característico da Ginástica Artística, Rítmica, Acrobática, da 
Ginástica para Todos ou das Atividades Circenses.
Pedimos mais uma vez que você não se esqueça de sempre respeitar os limites 
de seus alunos e ensine os movimentos de forma gradativa, indo dos elementos 
mais simples para os mais complexos, de forma que o aluno sinta-se motivado e 
encorajado a aprender cada vez mais os elementos ginásticos. Lembre-se sem-
pre de dar um retorno positivo aos avançosde seus alunos e corrigi-los sempre 
de maneira sutil para que não se sintam mal, acreditando que “não levam jeito 
para a Ginástica”. Você, professor(a), deve ser o principal motivador para que 
os alunos criem o hábito de praticar, conhecer e aprender sobre a Ginástica. 
Assim, o primeiro tópico tratará sobre a Ginástica Acrobática, sua história, 
características e diferentes sugestões de figuras acrobáticas. O segundo tó-
pico abordará os elementos básicos da Ginástica, elementos que servem de 
base para a aprendizagem de acrobacias mais complexas. E, por fim, no 
terceiro tópico, apresentaremos como conjugar alguns movimentos bá-
sicos, transformando-os em elementos com um grau de dificuldade um 
pouquinho maior.
GINÁSTICA 
170 
Olá! Neste primeiro tópico da unidade falaremos 
sobre uma outra modalidade competitiva, reco-
nhecida pela FIG, mas que ainda não está nos 
Jogos Olímpicos: a Ginástica Acrobática (GA-
CRO). Assim como nas outras duas modalidades 
já tratadas (Ginástica Artística e Rítmica), pri-
meiramente, conheceremos o contexto histórico 
da modalidade da Ginástica Acrobática e depois 
suas características.
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E EVOLU-
ÇÃO DA GINÁSTICA ACROBÁTICA 
A Ginástica Acrobática é uma modalidade que inte-
gra dança, Ginástica Artística e elementos acrobáti-
cos, sendo que a presença dos movimentos acrobáti-
cos (ou seja, montagem de figuras com o corpo) é a 
sua principal característica. 
Segundo Gallardo e Azevedo (2007), o surgi-
mento desses elementos corporais estão relaciona-
dos a China e Grécia antiga. Os autores afirmam 
que na China essa prática tem uma forte conotação 
regional e já acontece há mais de dois mil anos. Em 
alguns momentos não teve muito valorização, no 
entanto hoje está presente em todas as regiões da 
China, apresentando-se em diferentes lugares do 
Ginástica Acrobática: 
Evolução Histórica
mundo. A China, o Japão e a Índia tiveram acroba-
tas de destaque indiscutível e conservam até hoje a 
tradição acrobática que tem raízes mais profundas 
do que a do mundo ocidental.
Gallardo e Azevedo (2007) sinalizam que, em 
outros locais como Rússia e Bulgária, a prática dos 
movimentos acrobáticos surge por meio do circo, 
em apresentações que foram bastante populares en-
tre os séculos XIX e XX, principalmente por chine-
ses que eram reprimidos em seu país de origem, e 
não demorou muito para que essas práticas come-
çassem a ser praticadas como esporte. Em 1939, a 
antiga URSS aceitou as acrobacias como esporte, e 
logo em seguida países socialistas como Alemanha 
oriental, China, Polônia e Bulgária também acaba-
ram fazendo o mesmo, levando a concretizar em 
1957 o primeiro torneio internacional com atletas 
da URSS, Polônia e Bulgária.
Já os países ocidentais só perceberam os bene-
fícios das acrobacias após ela se tornar competiti-
va. No início, a usavam como atividade recreativa, 
sendo sugerido que aqueles que não tinham biotipo 
para a Ginástica Artística podiam equilibrar outra 
pessoa, e assim perceberam que essa era uma práti-
ca importante para ensinar o trabalho em equipe e 
confiança nas outras pessoas.
 171
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
No que tange ao processo de sistematização da Ginástica Acrobática no mundo, 
Gallardo e Azevedo (2007) destacam que:
Em 1973, foi fundada a International Federation of Sports Acrobatics (IFSA), 
constituída por dez países e com sede em Moscou. Essa instituição organizou 
as regras e regulamentos, competições e a estrutura de arbitragem. Em 1998, 
havia 54 países filiados à IFSA e, como os esportes acrobáticos, desde de 1984, 
têm tentado entrar no programa olímpico. Para isso, fez-se necessário a dis-
solução da IFSA e a vinculação da ginástica acrobática à FIG, esta sim com 
força política de fazer com ela se torne um esporte olímpico (GALLARDO; 
AZEVEDO, 2007, p. 4).
GINÁSTICA 
172 
A GACRO é uma modalidade esportiva relativa-
mente nova, visto que as primeiras competições 
aconteceram a partir de 1973 e hoje, mesmo fazendo 
parte do programa dos Jogos Mundiais, ainda não 
está no programa Olímpico.
Mediante o processo histórico, a presença forte 
de Rússia e China nesse contexto fez com que es-
ses países e alguns do leste europeu se tornassem as 
referências nesta modalidade. Entretanto, de trinta 
anos para cá, outros países começaram a galgar es-
paços nessa modalidade, como Alemanha, Inglater-
ra, Estados Unidos, Portugal e outros que tentaram 
conseguir seu destaque mediante as grandes potên-
cias mundiais da Ginástica Acrobática.
No Brasil, o surgimento das acrobacias está liga-
do ao campo das artes, as quais no início recebiam 
o nome de exercícios de força combinados. Segun-
do Gallardo e Azevedo (2007), entre 1940 e 1960 a 
Escola de Aeronáutica do Rio de Janeiro começou a 
tornar popular esse esporte e a introduzi-lo no en-
sino da Ginástica Artística, sendo que o principal 
responsável pela divulgação e projeção da modalida-
de foi o professor, escritor, acrobata e paraquedista 
Charles Astor, que realizava cursos sobre ela. Já entre 
os anos de 1946-1947, a Associação de Professores 
de Educação Física de São Paulo e região (SINPE-
FESP)promoveu cursos de capacitação para os pro-
fessores, e em seu currículo havia a presença de Gi-
nástica Acrobática de duplas e em pequenos grupos.
Segundo os mesmos autores, a Escola de Educa-
ção Física Militar de São Paulo também foi um gran-
de divulgador dessa modalidade, que até meados de 
1980 tinha caráter apenas demonstrativo em apre-
sentações de Ginástica Geral. Foi o professor Ricieri 
Pastori quem desenvolveu a Ginástica Competitiva 
em nosso país, por meio de grupos de acrobacias em 
instituições militares e clubes e depois trabalhando 
também com circos nacionais e internacionais que 
trouxe da Europa. 
Em 1989, com a criação da Federação de Tram-
polim e Ginástica Acrobática do Estado do Rio de 
Janeiro (RioTramp), inicia-se o reconhecimento das 
regras e regulamentos técnicos da modalidade. No 
entanto, após problemas como falta de apoio de fe-
derações e confederações nacionais a uma modali-
dade não olímpica, Ricieri, junto de outros colegas, 
funda a Liga Nacional de Desportos Acrobáticos e 
Ginástica Geral (LINDAGG) em 2000, o que per-
mitiu o desenvolvimento paralelo e produtivo dessa 
modalidade em nosso país.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 173
Para entendermos melhor o que diferencia a Ginás-
tica Acrobática (GACRO) das demais modalidades 
gímnicas, é preciso entender quais são as suas carac-
terísticas fundamentais. Conforme afirmam os auto-
res Merida et al. (2008), a GACRO une os elementos 
de salto, equilíbrio e rotação, as acrobacias de solo 
que vemos também na Ginástica Artística com o seu 
principal diferencial que é a formação de figuras ou 
pirâmides. Sendo assim, esta modalidade necessita 
ser realizada no mínimo em duplas, podendo ofi-
cialmente ser praticada também em trio e quartetos, 
mas, para fins educativos e demonstrativos, sem li-
mite de participantes na coreografia, que pode ter 
muitos ginastas formando as figuras.
Como modalidade competitiva, a GACRO pos-
sui as seguintes formações de grupo: dupla mascu-
lina, dupla feminina, dupla mista, trio feminino e 
quarteto masculino (FIG on-line)1. Durante a sé-
rie, os ginastas desempenham diferentes papéis que 
são definidos de acordo com a sua estrutura cor-
poral (peso e altura). Conforme afirmam Gallardo 
e Azevedo (2007), os praticantes maiores e mais 
pesados normalmente levantam e sustentam os co-
legas sobre os seus braços, pernas ou outras partes 
do corpo. Estes são chamados de “base”. Os mais 
leves e menores, por sua vez, são os que ficam no 
topo das figuras, em uma posição de equilíbrio so-
bre o(s) outro(s) ginasta(s). Estes são os “volantes”. 
E existem ainda os “intermediários”, que podem ser 
sustentados pelos bases e podem sustentar osvo-
lantes, simultaneamente ou não, apresentando um 
perfil de força e flexibilidade. 
Características 
da Ginástica Acrobática
GINÁSTICA 
174 
Figura 1 - Sistematização das diferentes funções na ginástica acrobática 
Fonte: os autores.
Base Volante Intermediário
Sustenta a figura 
acrobática
Executa os elemen-
tos acrobáticos 
sobre a base ou 
intermediário
Sustenta e é susten-
tado
Aparece nos trios e 
quartetos
Geralmente é forte, 
não muito alto, mas 
com grande noção 
de responsabilidade 
equilíbrio, liderança.
Deve ter muito 
equilíbrio, ser leve, 
bastante flexível, 
ágil e corajoso.
Geralemente são 
versáteis (base e 
volante, fortes e 
flexíveis.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 175
POSIÇÕES FUNDAMENTAIS DAS BASES
O ginasta que realiza a função de base sempre estará 
em contato com o solo. Conforme afirmam Gallardo 
e Azevedo (2007), as principais posições que poderá 
assumir são:
Em pé: posição ereta com as pernas levemente 
afastadas e os braços livres para oferecer apoio ao 
volante. Nesta posição é fácil de manter o equilíbrio 
e ela pode ser utilizada para sustentar o volante so-
bre os ombros, por exemplo.
Afundo: uma das pernas se posiciona semifle-
xionada à frente da outra enquanto a perna de trás 
se mantém estendida. O peso deve estar bem dis-
tribuído sobre as duas pernas. Esta posição permite 
que o volante fique apoiado sobre os ombros ou so-
bre a coxa da base.
Apoio dorsal em L: deitado em decúbito dorsal, 
a base deve elevar as pernas estendidas a um ângu-
lo de 90 graus do solo e os braços também poderão 
oferecer sustentação ao volante. Esta posição pode 
ser usada também por intermediários. 
Apoio dorsal com auxílio dos pés: semelhante 
à posição anterior, porém com os pés apoiados no 
solo. Nesta posição, o volante poderá se apoiar sobre 
os joelhos, sobre os braços do volante ou ambos. 
Quatro apoios em decúbito dorsal (“mesa”): 
com os pés e uma ou duas mãos apoiadas no solo, 
a base pode sustentar o volante sobre os joelhos, co-
xas, quadril ou ombros nesta posição. 
Quatro apoios (“gatinho”): nesta posição deve 
se manter as costas firmes a fim de oferecer apoio 
para o volante, que pode estar apoiado sobre o qua-
dril, ombros ou escápulas. 
Apoio dos pés em agachamento: nesta posição a 
base necessita ter força nos membros inferiores para 
manter a posição. Além disso, o volante deve fazer 
o contrapeso, facilitando o posicionamento e equilí-
brio do ginasta da base.
Em arco (ponte): posição que exige flexibilidade 
da base. O volante poderá se apoiar sobre as coxas 
ou abdomen.
Espacate: esta posição exige flexibilidade da 
base, mas pode ser realizada em uma variação com a 
perna da frente flexionada. O apoio pode ser ofere-
cido pelas mãos ou pela perna.
Ajoelhado: na posição ajoelhada, a base poderá 
sustentar o volante sobre os ombros. 
Deitado: em decúbito dorsal, a base poderá ofe-
recer apoio das mãos e das pernas ao volante.
GINÁSTICA 
176 
POSIÇÕES FUNDAMENTAIS DOS VOLANTES
Do volante é exigido muito equilíbrio para se man-
ter nas posições sobre a base ou intermediário. 
Conforme afirmam Gallardo e Azevedo (2007), as 
principais posições que poderá assumir são:
Em pé: posição muito usada na iniciação que 
permite ganhar segurança para futuras poses de 
maior dificuldade. O volante deve se manter firme 
para não causar desequilíbrios.
Em pé com um apoio: posição simples, mas que 
pode ser dificultada de acordo com o local do apoio 
sobre a base. O peso do corpo deve ser passado para 
a perna de apoio, sempre mantendo o tônus mus-
cular para conseguir se equilibrar. É possível variar 
a posição da perna livre, elevando-a em posição de 
arabesque, por exemplo, e outras formas que tornam 
a figura mais interessante.
Sentado: posição simples em que o tônus mus-
cular do abdômen e dorsal devem ser mantidos.
Deitado: posição também simples, mas que exi-
ge a manutenção do equilíbrio sobre a base. É pos-
sível usar os braços para melhorar o apoio e estabi-
lização da figura.
Prancha: posição que exige força de membros 
superiores e tônus muscular. É preciso manter o 
alinhamento corporal, sem permitir que o quadril 
fique abaixo do nível dos ombros.
Apoio invertido: Posição em que é necessário o 
controle corporal para manter o corpo alinhado. É pre-
paratório para poses mais difíceis em parada de mãos.
Parada de mãos: posição que exige técnica e con-
trole muscular. Em níveis elevados de dificuldade é 
realizada sobre as mãos da base e em outras variações 
de apoio em que o volante fica a alturas elevadas. 
Esquadro: posição que exige força e que exige 
dos punhos e dos ombros. Pode haver variação da 
posição das pernas, por exemplo, mantê-las afasta-
das com as mãos no centro.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 177
VARIAÇÕES DE FIGURAS ACROBÁTICAS
A seguir, apresentaremos algumas variação de fi gu-
ras acrobáticas:
Figura 2 - Variação de fi guras acrobáticas
Fonte: O Sorriso do bem-estar (BLOGSPOT, 2014)2.
Com quatro Com cinco
Com três Com seis
GINÁSTICA 
178 
PEGADAS
As pegadas são as diferentes formas como um atleta ou praticante acaba segu-
rando seu parceiro de figura. Não existe um nome oficial para elas, mas as mais 
comuns trazidas por Gallardo e Azevedo (2007) são: 
Figura 3 - Pegadas
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 179
GINÁSTICA 
180 
Prezado(a) aluno(a), as descrições feitas aqui re-
presentam os diferentes movimentos propostos 
como básicos para a Ginástica de Solo. Essa foi a 
forma que encontramos para que você se aproxi-
me da maneira mais adequada para a execução, por 
isso, pedimos bastante atenção na forma com que 
os movimentos são apresentados e nos aspectos 
técnicos e possíveis erros que devem ser evitados 
na hora de fazer o exercício. Destacamos que os as-
pectos técnicos e os erros a evitar foram escritos a 
partir do referencial teórico de Araújo (2012), obra 
sugerida nas Leituras Complementares. A partir 
disso, vamos ao trabalho! 
ELEMENTOS DE BASE 
Vela (GA, Gacro, GPT, Atividades Circenses)
A vela é um elemento estático que se enquadra nos 
movimentos não acrobáticos. Sua execução é reali-
zada com o apoio de todo o corpo, apenas sobre os 
ombros/escápulas e a parte de trás do pescoço e ca-
beça. Na iniciação o praticante pode apoiar as mãos 
nas costas para dar suporte a todo o corpo, e com a 
prática pode estender os braços paralelamente e em 
contato com o solo. 
Aspectos técnicos importantes: contrair o corpo 
todo durante a execução; tentar projetar a ponta dos 
pés o mais alto possível; manter as pernas fechadas 
durante a execução. 
Erros a evitar: não contrair o quadril 
durante a execução; não controlar o cor-
po na mesma posição durante a execução; 
não apoiar as costas com as mãos no pro-
cesso de aprendizagem. 
Rolamento para Frente Grupado (GA, Gacro, 
GR, GPT, Atividades Circenses) 
O rolamento para frente grupado pode ser iniciado na 
posição em pé. Em seguida realiza-se um agachamento, 
flexionando-se as duas pernas unidas. As mãos devem 
ser apoiadas no solo à frente do corpo. As pernas ini-
ciam o impulso para rolar ao estenderem-se, e fazendo 
com que o peso do corpo fique sobre as mãos. A cabeça 
deve ficar encolhida, ou seja, o queixo deve ficar próxi-
mo ao esterno, de forma que possibilite que o próximo 
apoio seja dos ombros sobre solo e não da cabeça, que 
não pode em momento algum tocar o chão. Após retirar 
o apoio das pernas do solo, deve-se encolhê-las de forma 
que os joelhos fiquem próximos ao peito (posição gru-
pada). Passa-se então pela posição sentada e, com a ex-
tensão das pernas, fica-se na posição em pé novamente.
Aspectos técnicos importantes: mãos no solo na 
largura dos ombros e viradas para frente; forte impul-
são dos membros inferiores; manutenção do corpo 
bem fechadosobre si próprio durante o rolamento; 
elevação do quadril; repulsão efetiva das mãos no 
solo na parte final. 
Elementos Técnicos e 
Pedagógicos 
dos Movimentos Gímnicos
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 181
Erros a evitar: não apoiar as mãos viradas para 
frente; não juntar o queixo ao peito; dar 
pouca impulsão com os membros inferio-
res; abrir o ângulo tronco/membros infe-
riores demasiado cedo; fazer pouca repul-
são de mãos no solo.
dos membros superiores efetuada “por dentro” dos 
membros inferiores afastados. 
Erros a evitar: má colocação e orientação das 
mãos no solo; fraca impulsão dos membros infe-
riores; rolamento deficiente (“bater com 
as costas no solo”); não aproximar bem o 
tronco sobre os membros inferiores, o que 
dificulta a manutenção da velocidade de 
execução e a chegada à posição em pé.
Rolamento para Frente Carpado (GA, Gacro, 
GPT, Atividades Circenses)
Neste rolamento, após o início do movimento de 
rotação e a partir do momento em que as pernas 
deixam o chão, estas devem se manter totalmente 
estendidas e unidas até o final. No momento do ro-
lamento em que se chega à posição sentada, as mãos 
devem posicionar-se ao lado das pernas para em-
purrarem o quadril para cima, de forma a retirá-lo 
do chão e permitindo retornar à posição em pé. 
Aspectos técnicos importantes: mãos no solo 
na largura dos ombros e viradas para frente; forte 
impulsão dos membros inferiores; apoio das mãos 
longe do apoio dos pés; membros inferiores estendi-
dos e sempre unidos e os pés em flexão plantar; boa 
flexão de tronco para frente para permitir a repul-
são de membros superiores efetuada “por fora” dos 
membros inferiores.
Erros a evitar: má colocação e orientação das mãos 
no solo; fraca impulsão dos membros infe-
riores; rolamento deficiente (“bater” com as 
costas no solo), o que dificulta ficar em pé; 
não manter o tronco próximo dos membros 
inferiores até ficar na posição em pé. 
É muito importante que, para avançar para 
os outros tipos de rolamento, que veremos, 
a seguir, afastado e carpado, o aluno já saiba 
executar o rolamento grupado. 
Fonte: os autores. 
SAIBA MAIS
Rolamento para Frente Afastado (GA, Gacro, 
GR, GPT, Atividades Circenses)
A diferença desse rolamento para o rolamento gru-
pado é que, após o início do movimento de rotação e 
no momento em que as pernas deixam o chão, estas 
devem se afastar, mantendo-se estendidas. As mãos 
devem posicionar-se à frente do corpo (entre as per-
nas) para que, no momento em que os pés tocarem 
o solo, estas impulsionem o quadril para cima, de 
forma a retirá-lo do chão, permitindo retornar à po-
sição em pé. Como variação, é possível já iniciar o 
movimento com as pernas afastadas, mantendo-as 
dessa forma até o final do rolamento.
Aspectos técnicos importantes: mãos no solo 
na largura dos ombros e viradas para frente; forte 
impulsão dos membros inferiores; apoio das mãos 
longe do apoio dos pés; membros inferiores estendi-
dos e se afastam só na fase final do rolamento; boa 
flexão do tronco para frente para permitir a repulsão 
GINÁSTICA 
182 
Rolamento para Trás Grupado (GA, Gacro, 
GR, GPT, Atividades Circenses) 
O rolamento para trás grupado é o movimento re-
alizado a partir de uma posição parada e agachada 
sobre os dois pés paralelos. É importante que o exe-
cutante esteja em posição grupada (agachado com os 
joelhos próximos ao peito). No momento do dese-
quilíbrio para trás, o aluno deverá colocar o queixo 
no peito e passar sobre as costas. Nesse momento ele 
deverá colocar as duas mãos abertas e viradas para 
o solo sobre as orelhas, de maneira que as mãos te-
nham contato com o solo durante a passagem da ca-
beça e do corpo de um lado para o outro. Ao realizar 
essa passagem, o executante deverá colocar os pés no 
solo e voltar à posição de início para depois levantar. 
Aspectos técnicos: fechar bem os membros infe-
riores flexionados sobre o tronco (joelhos ao peito); 
flexionar a cabeça para frente de forma a encostar 
o queixo no peito; manter o corpo fechado sobre si 
durante todo a execução do movimento; fazer a re-
pulsão das mãos no solo na parte final com vigor, de 
forma a elevar a cabeça e não bater com ela no solo. 
Erros a evitar: não fechar completamente os mem-
bros inferiores sobre o tronco; não juntar o queixo ao 
peito; não apoiar bem as mãos (por baixo dos ombros 
e viradas para frente); abrir o ângulo tron-
co/membros inferiores cedo demais; fazer 
pouca repulsão dos membros superiores no 
solo que leva à falta de amplitude e, eventu-
almente, a bater com a cabeça no solo. 
Rolamento para Trás Afastado (GA, Gacro, 
GPT, Atividades Circenses)
O rolamento para trás afastado deverá ser inicia-
do da posição de pé e com as pernas afastadas. No 
momento de desequilíbrio para trás, o executante 
deverá colocar as duas mãos nos meios das per-
nas para amortecer a chegada ao solo. Ao chegar 
ao solo, o movimento deve continuar no mesmo 
sentido até que as costas toquem o solo e nesse 
momento o aluno coloque as mãos sobre as ore-
lhas para impulsionar o solo durante a passagem 
e consiga finalizar o rolamento com as pernas 
afastadas. O executante deverá manter as pernas 
afastadas do começo ao fim, sem flexionar em ne-
nhum momento. 
Aspectos técnicos: flexão do tronco sobre os 
membros inferiores e o queixo sobre o tronco; ma-
nutenção do corpo bem fechado sobre si próprio 
durante o rolamento; repulsão efetiva das mãos no 
solo de forma a passar a cabeça sem bater, manu-
tenção das pernas afastadas e estendidas durante 
toda a execução. 
Erros a evitar: não fechar completamente o 
tronco sobre os membros inferiores; não juntar 
o queixo ao peito; não “empurrar” com força su-
ficiente o solo, o que provoca falta de 
amplitude e pode provocar o batimen-
to da cabeça no chão; fraca impulsão; 
flexionar ou fechar as pernas durante a 
execução. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 183
Rolamento para Trás Carpado (GA, Gacro, 
GPT, Atividades Circenses) 
O rolamento para trás carpado deverá ser iniciado da 
posição de pé e com as pernas unidas. No momento 
de desequilíbrio para trás, o executante deverá des-
cer as duas mãos atrás das pernas para amortecer a 
chegada ao solo. É importante que ele vá descendo 
as mãos até ter contato com o chão. Ao chegar ao 
solo, o movimento deve continuar no mesmo senti-
do até que as costas toquem o solo e nesse momento 
o aluno coloque as mãos sobre as orelhas para im-
pulsionar o solo durante a passagem e consiga fina-
lizar o rolamento com as pernas unidas e estendidas. 
O executante deverá manter as pernas unidas e es-
tendidas (carpadas) do começo ao fim, sem flexio-
nar em nenhum momento. 
Aspectos técnicos: flexão do tronco sobre os 
membros inferiores e o queixo sobre o tronco; ma-
nutenção do corpo bem fechado sobre si próprio 
durante o rolamento; repulsão efetiva das mãos 
no solo de forma a passar a cabeça sem bater, ma-
nutenção das pernas unidas e estendidas durante 
toda a execução. 
Erros a evitar: não fechar completamente o tron-
co sobre os membros inferiores; não juntar o queixo 
ao peito; não “empurrar” com força sufi-
ciente o solo, o que provoca falta de am-
plitude e pode provocar o batimento da 
cabeça no chão; fraca impulsão; flexionar 
ou abrir as pernas durante a execução. 
Roda (GA, Gacro, GR, GPT, Atividades Cir-
censes) 
A roda é o movimento popularmente conhecido 
como “estrelinha”. A posição inicial é em pé, em 
seguida dá-se um passo para frente e se flexiona 
o tronco em direção ao solo de forma a apoiar as 
mãos no chão lateralmente à frente do pé. Des-
ta posição, a perna que deu o passo deve dar um 
impulso de forma que o quadril e as pernas se 
elevem, passando pelo apoio apenas nos braços 
(posição de parada de mãos, porém com as pernas 
afastadas). Os membros inferiores, então, deverão 
retomaro apoio no solo, posicionando-se primei-
ramente um pé depois o outro. Após apoiar o pri-
meiro pé no solo, os membros superiores se ele-
vam, permitindo que o corpo retome a posição em 
pé. O movimento deve ser fluente, sem paradas, 
para que a execução seja correta. É interessante 
utilizar uma linha no chão para dar referência à 
realização do movimento, que deve ser realizado 
com todos os apoios alinhados e seguindo para a 
mesma direção.
Aspectos técnicos importantes: lançamento 
enérgico da perna livre; apoio das mãos no solo na 
mesma linha em que o movimento acontece; pas-
sagem do corpo estendido durante a fase de apoio 
invertido (parada de mãos); grande afastamento dos 
membros inferiores durante a fase de passagem pelo 
apoio invertido; tonicidade geral do corpo e encaixe 
adequado dos quadris.
GINÁSTICA 
184 
Erros a evitar: colocação das mãos muito perto 
do pé do membro inferior de impulsão; colocação 
das mãos fora da linha de movimento; colocação das 
duas mãos em apoio simultâneo; o corpo não pas-
sa pela vertical e/ou os ombros avançam 
para fora do alinhamento corporal; falta 
de amplitude no afastamento dos mem-
bros inferiores; falta de ritmo e/ou inter-
rupção do movimento. 
Aspectos técnicos importantes: buscar apoiar 
as mãos o mais longe possível do apoio dos pés; a 
primeira mão a apoiar o solo deve ser posicionada 
virada para o lado, enquanto que a segunda mão é 
apoiada com os dedos apontados para o local de 
onde se iniciou o movimento; forte impulsão dos 
membros superiores; ao final, os pés devem ser 
“puxados” para perto do local onde as mãos estão 
apoiadas; a rodante deve terminar com um salto 
para cima e para trás, mantendo-se o peito para 
dentro e olhando para frente com os membros su-
periores bem elevados.
Erros a evitar: não virar a segunda 
mão para trás; apoiar as duas mãos ao 
mesmo tempo (uma deve ser apoiada an-
tes da outra); não terminar com forte im-
pulsão de membros inferiores (não saltar 
para cima ao final).
Parada de Cabeça (GA, Gacro, GPT, Ativida-
des Circenses) 
A parada de cabeça ou parada de três apoios é um 
movimento estático, com o executante em uma 
posição invertida, tendo como apoio a cabeça e 
as mãos. Primeiramente é importante que o alu-
no aprenda a posição chamada de “elefantinho”. 
Para isso é importante que ele fique de joelhos e 
faça um triangulo com as mãos em contato com o 
solo. Na sequência, ele deverá ir afastando as mãos 
e colocando-as próximas dos joelhos, depois colo-
car a cabeça no solo, formando um novo triangulo, 
composto agora pela cabeça e as duas mãos. Com 
os braços flexionados, apoiar os joelhos sobre os 
cotovelos e manter nessa posição, semelhante a um 
É importante que você sempre esteja aten-
to(a) ao rosto do aluno e à sua movimenta-
ção. Caso perceba algo errado, intervenha 
e converse com ele para iniciar novamente. 
REFLITA
Rodante (GA, Gacro, GPT, Atividades Circenses)
Iniciando na posição em pé, com pernas levemen-
te afastadas na posição anteroposterior, a perna da 
frente vai flexionar ligeiramente ao mesmo instante 
em que os braços são projetados para frente em di-
reção ao solo. No momento em que a primeira mão 
toca o solo, ocorrerá a impulsão das pernas. O corpo 
então ficará na posição invertida. O tronco, junta-
mente com as pernas, fará uma rotação de 180°. Os 
braços realizarão uma repulsão, iniciando a fase em 
que se perde o contato com o solo, finalizando em 
pé. Na rodante, deve-se finalizar com o corpo virado 
para o lado oposto ao do início do movimento. Este 
movimento é facilitado quando se inicia com uma 
pequena corrida.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 185
elefantinho. Ao se sentir seguro, o executante deve-
rá contrair o abdome e, aos poucos, ir estendendo 
as pernas até que fique na posição invertida e com 
as pernas estendidas. 
Aspectos técnicos: apoiar a cabeça um pouco 
acima da testa (cujo ponto de apoio no solo faça 
um triângulo com os apoios das mãos); subir o 
quadril e, quando estiverem por cima dos apoios, 
subir os membros inferiores para a vertical; toni-
cidade, membros inferiores e pés bem estendidos. 
Erros a evitar: subir os membros superiores cedo 
demais, antes da elevação dos quadris; 
deixar a cabeça muito longe ou próxima 
demais das mãos; não contrair o corpo 
em toda a execução. 
Parada de Mãos (GA, Gacro, GPT, Atividades 
Circenses) 
A parada de mãos é um elemento estático em que 
o executante fica na posição invertida, sustentando 
todo o corpo estendido sobre as mãos e os braços es-
tendidos. Ele é conhecido popularmente como “ba-
naneira”. Para a sua execução, o aluno deverá estender 
os braços na linha dos ombros, colocar as mãos no 
chão e lançar as pernas para cima, de maneira que o 
corpo fique na posição invertida, sendo sustentado 
pelos braços. Na iniciação, é importante que o aluno 
aprenda a fazer o lançamento das pernas, primeiro 
lançando-as e dando “pedaladas no ar”, depois ten-
tando bater palmas com os pés. Ao sentir-se seguro, 
poderá fazer a parada de mãos com o auxílio do(a) 
professor(a) (que deverá segurar no quadril), ou rea-
lizar o movimento usando a parede como apoio. 
Aspectos técnicos: mãos no solo na largura dos 
ombros, dedos afastados e virados para frente; cabe-
ça com o olhar dirigido para frente; membro supe-
riores em extensão completa (ombros encaixados) 
pernas estendidas com o corpo em completo alinha-
mento e tonicidade. 
Erros a evitar: não apoiar as mãos viradas para 
frente; flexionar a cabeça (queixo ao peito); não fa-
zer alinhamento dos seguimentos corpo-
rais; não efetuar a contração em todos os 
grupos musculares (tonicidade), especial-
mente nos glúteos e nos pés (devem posi-
cionar-se em flexão plantar máxima). 
Os elementos que exigem inversão de eixo 
ou contato da cabeça com o solo devem re-
ceber atenção redobrada. Por isso, sempre 
faça os auxílios e esteja em contato direto 
com os alunos. 
Fonte: os autores. 
SAIBA MAIS
GINÁSTICA 
186 
ACROBACIAS DE SOLO 
Olá, prezado(a) aluno(a)! Nesse tópico, aprendere-
mos alguns elementos que apresentam um grau de 
dificuldade um pouco maior do que os anteriores, 
uma vez que a partir de agora alguns deles serão a 
junção ou adaptação de um movimento básico que 
aprendemos no tópico anterior. Por isso é muito 
importante que, ao trabalhar com esses movimen-
tos que conheceremos a partir de agora, o aluno já 
tenha uma vivência e um conhecimento prévio dos 
movimentos básicos que vimos no tópico I. Além 
disso, é importante que o aluno também já tenha 
desenvolvido algumas habilidades como força, co-
ordenação e flexibilidade para a execução de alguns 
desses movimentos.
Parada de Mãos com Rolamento para frente 
(GA, Gacro, GPT, Atividades Circenses) 
A parada de mão com rolamento tem início com a 
entrada do executante na parada de mão, confor-
me descrito anteriormente. É importante que, para 
que o aluno execute a parada com rolamento, ele já 
tenha domínio e controle sobre a parada de mãos. 
Para a execução em posição de parada de mãos, o 
aluno deverá colocar o queixo no peito e ir flexio-
nando os braços de maneira que tenha uma condu-
ção das costas (escápulas) em contato com o solo. A 
partir desse contato, os membros inferiores (joelhos 
e pernas) são flexionados e trazidos junto ao peito, 
de forma semelhante ao rolamento grupado. O exe-
cutante deverá finalizar o rolamento sobre os pés da 
mesma maneira que se finaliza o rolamento grupado 
para frente. 
Aspectos técnicos: flexão controlada dos 
membros superiores na fase do rolamento; encaixe 
do queixo no peito ao início da flexão dos braços; 
arredondar as costas para melhor descida do rola-
mento no solo. 
Erros a evitar: fazer uma queda descontrola-
da na fase do rolamento (queixo não está junto ao 
peito); costas pouco arredondadas, o que 
levaa bater no solo por descer na vertical 
em vez de ligeiramente para frente; não 
coordenar flexão dos braços com aproxi-
mação dos membros inferiores e o tronco. 
Não passar dos elementos mais simples para 
os mais complexos sem que os primeiros este-
jam perfeitamente assimilados (não queimar 
etapas de aprendizagem) (Carlos Araújo). 
REFLITA
Oitava (GA, Gacro, GPT, Atividades Circenses) 
A oitava é um movimento que exige bastante for-
ça dos executantes, principalmente dos membros 
inferiores, uma vez que ele junta dois movimen-
tos: o rolamento para trás carpado e a parada de 
mãos. Sua execução inicia-se de forma semelhan-
te ao rolamento para trás carpado, e no momento 
que for passar a cabeça pelo solo o aluno deverá 
fazer um impulso com as mãos e braços de forma 
que consiga ficar na posição de parada de mãos 
(apoio invertido). 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 187
Aspectos técnicos: fase inicial com extensão com-
pleta dos membros inferiores e com os membros supe-
riores no prolongamento do corpo; flexionar o tronco 
para frente para ajudar a descer/sentar; abertura enér-
gica dos membros inferiores em relação ao tronco para 
facilitar a subida para a parada de mãos; repulsão forte 
dos membros superiores no solo em coordenação com 
a abertura do corpo; encaixe dos ombros para facilitar 
o equilíbrio do apoio invertido; tonicidade geral. 
Erros a evitar: abertura demasiada, “cedo” ou 
“tarde” demais; descoordenação temporal 
entre a repulsão de membros superiores e 
a abertura de membros inferiores sobre o 
tronco; falta de tonicidade geral; falta de 
equilíbrio no apoio invertido. 
Ponte (GA, Gacro, GPT, Atividades Circenses) 
A ponte é um elemento que demonstra flexibilidade. 
O aluno iniciante deve começar na posição deitado, 
com as pernas flexionadas e os pés apoiado no solo. 
As mãos são apoiadas no solo de forma invertida ao 
lado das orelhas. Para se colocar na posição de pon-
te, os braços devem empurrar o chão, buscando se 
estender, e o quadril deve ser elevado em direção ao 
teto, formando assim um arco com a coluna. 
Para alunos mais avançados é possível iniciar na 
posição em pé, com os braços estendidos elevados aci-
ma da cabeça. Levando-se a cabeça e os braços para 
trás, o corpo começa a formar um arco até que as mãos 
alcancem o solo, fazendo a posição de ponte. Deve-se 
buscar estender não apenas os membros superiores, 
mas também os inferiores, sem mudar os pés de lugar.
Aspectos técnicos importantes: membros su-
periores e inferiores em extensão completa; pal-
mas das mãos completamente apoiadas no solo; 
elevação significativa dos quadris; empurrar com 
os pés tentando estender completamente os mem-
bros inferiores e forçar com isso a colocação dos 
ombros numa linha perpendicular ao apoio das 
mãos no solo. 
Erros a evitar: membros superiores e/ou in-
feriores flexionados; flexão da cabeça (queixo ao 
peito); palmas das mãos não apoiam completa-
mente no solo; quadris pouco elevados; pés muito 
longe das mãos. 
Reversão para Frente ou Arco para Frente (GA, 
Gacro, GPT, Atividades Circenses)
O início deste movimento é na posição de pé 
com os membros superiores estendidos acima da 
cabeça. Deve-se dar um passo à frente e depois 
flexionar o tronco de forma a apoiar as mãos no 
solo. A perna de trás eleva-se e a perna da frente 
impulsiona a elevação do quadril, fazendo com 
que o único apoio seja as mãos. Os membros in-
feriores devem se manter afastados (afastamento 
ântero-posterior). Um dos pés, então, deverá to-
car o solo (colocando o corpo em posição de pon-
te, apenas com um pé no chão). O peso do corpo 
deve ser projetado para os quadris, liberando as 
mãos e permitindo que o tronco se eleve, voltan-
do à posição de pé.
GINÁSTICA 
188 
Aspectos técnicos importantes: apoiar as mãos 
no solo, mantendo os membros superiores em ex-
tensão completa; é importante não perder o ritmo 
do movimento (uma parada no meio pode significar 
a perda do equilíbrio e uma queda); a passagem por 
apoio invertido deve ser feita com os membros infe-
riores bem afastados (em espacato); na fase final (ao 
retomar a posição de pé), não deverá deixar a cabeça 
para trás, nem baixar imediatamente os membros 
superiores (por questões não só de equilíbrio, mas 
também de estética).
Erros a evitar: flexionar os membros inferiores 
no apoio; falta de amplitude no afastamento dos 
membros inferiores na passagem pela 
vertical; falta de impulsão de membros 
superiores na fase final, o que impedirá de 
alcançar a posição de pé em equilíbrio.
Reversão para Trás ou Arco para Trás (GA, Ga-
cro, GPT, Atividades Circenses)
A reversão para trás inicia-se na posição de pé. Uma 
das pernas fica posicionada à frente, porém sem 
apoiar no solo, e os membros superiores devem estar 
estendidos acima da cabeça. O início do movimento 
acontece com a elevação da perna que está à frente 
e, logo em seguida, os braços e a cabeça são leva-
dos para trás iniciando a flexão do tronco. As mãos 
irão apoiar-se no solo e o quadril e as pernas serão 
elevados. As pernas devem se manter afastadas e 
estendidas (afastamento anteroposterior) durante a 
passagem pelo apoio das mãos. Em seguida, um dos 
pés será apoiado no solo e o tronco e os membros 
inferiores se elevarão, retornando à posição em pé.
Aspectos técnicos importantes: elevar um mem-
bro inferior antes de iniciar a flexão do tronco para 
trás; olhar em frente; passar pelo apoio invertido 
com membros inferiores bem afastados; impulsio-
nar-se fortemente no solo com as mãos na passagem 
(impulsão de membros superiores).
Erros a evitar: falta de flexibilidade na flexão 
do tronco e/ou na antepulsão de membros superio-
res; falta de tonicidade geral e/ou força dinâmica, o 
que resulta na perda do equilíbrio; falta 
de flexibilidade no afastamento antero-
posterior de membros inferiores; troca 
dos membros inferiores na passagem por 
apoio invertido. 
A ginástica nos últimos anos tem se caracteri-
zado pela execução de movimentos precisos 
e com grande rigor técnico, o que dá a sensa-
ção para os leigos de que é tudo muito fácil.
(Carlos Araújo). 
REFLITA
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 189
 EDUCAÇÃO FÍSICA
Flick-Flack (GA, Gacro, GPT, Atividades 
Circenses)
O fl ick-fl ack é um movimento que chama bastante 
atenção pela sua característica de execução. Para 
que ele seja feito, o executante precisa ter força, co-
ordenação e controle corporal. O movimento se dá a 
partir de um impulso realizado com os dois pés, me-
diante uma pequena fl exão das pernas. Ao realizar 
este impulso para trás, o executante deverá colocar 
as mãos no solo (de forma rápida e passageira) para 
já fi nalizar na posição de pé. 
Aspectos técnicos: ligeira inclinação do corpo 
para trás no momento do salto e da ação dos mem-
bros superiores (procurar um pequeno desequilí-
brio antes de saltar); ação dos membros superiores 
no sentido de antepulsão deve ser muito rápida e 
enérgica; impulsão completa dos membros infe-
riores que fi cam em extensão durante o restante do 
salto; elevar ligeiramente a cabeça, mas não fazer 
uma extensão completa para trás; colocar os quadris 
para frente na fase de voo (posição de retroversão 
que ajuda a “selar” o corpo); procurar o solo com as 
mãos viradas para frente e fazer recepção sem fl exio-
nar os membros superiores. 
Erros a evitar: iniciar o salto com os membros in-
feriores demasiadamente fl exionados; iniciar o salto 
sem desequilíbrio para trás; velocidade insufi ciente 
dos membros superiores no lançamento 
(o que se traduz na transferência de pouca 
energia cinética ao resto do corpo); angu-
lar na fase de voo (encolher-se); fl exionar 
os membros superiores na chegada ao solo. 
190 
considerações finais
Nesta unidade estudamos a modalidade de Ginástica Acrobática, seu processo histórico e suas característicasa partir dos participantes e das diferentes formas em que podemos construir diferentes figu-ras acrobáticas. Abordamos os elementos técnicos de movimentos 
gímnicos que são realizados no solo e que são comuns às diferentes modalidades 
ginásticas. Foi possível aprender diferentes movimentos, os quais muitas vezes ví-
amos na televisão em apresentações de Ginástica e não conhecíamos, bem como 
movimentos que muitas vezes conhecíamos mas não sabíamos como ensinar ou 
executar da maneira correta e de forma segura.
Lembre-se sempre que a nossa proposta de trabalho com a Ginástica na 
não é a de que os alunos se tornem atletas e executem os movimentos mais 
perfeitos, com um nível técnico de dar inveja, mas que eles aprendam esses 
movimentos para que se desenvolvam corporalmente, socialmente e psico-
logicamente, vencendo seus obstáculos e superando suas limitações. Nosso 
trabalho como professor(a) é fazer com que os alunos pratiquem ginástica, 
conheçam a modalidade e possam desfrutar de todos os benefícios que essa 
prática pode proporcionar.
Por meio dessa unidade, conhecemos os aspectos técnicos e pedagógicos de 
diversos movimentos ginásticos, movimentos que dão bases para inúmeras varia-
ções que surgirão com o tempo, prática e pesquisa. Você, futuro(a) professor(a), 
deve sempre buscar atualizações para que consiga trabalhar com a modalidade 
de forma segura, e, caso surjam dúvidas, recorra a esse material ou a referenciais 
que o(a) ajudem a ensinar de uma maneira que contemple as necessidades de 
seus alunos. 
Não esqueça que sua turma será diversificada com alunos que muitas vezes 
aprenderão num primeiro momento e outros que demorarão ou pouco mais para 
aprender. Por isso, busque sempre observar e permitir que os alunos se desenvol-
vam cada um no seu tempo, de maneira que todos fiquem satisfeitos por apren-
derem a fazer ginástica de uma maneira saudável e prazerosa.
 191
atividades de estudo
1. Assinale o que for correto:
a. A vela é um elemento de rotação executado 
no mesmo eixo do corpo.
b. Para a execução dos rolamentos afastado e 
carpado para frente, é importante que o apren-
diz tenha domínio do rolamento grupado.
c. A parada de mãos é conhecida popularmente 
como estrelinha.
d. A rodante é um elemento estático.
e. No rolamento afastado para trás, o execu-
tante não precisa usar as mãos para amor-
tecer a queda.
2. Relacione a coluna um com a coluna dois:
a. VELA.
b. ROLAMENTO PARA FRENTE CARPADO. 
c. RODA.
d. PARADA COM ROLAMENTO.
e. REVERSÃO PARA TRÁS.
( ) Elemento de rotação para frente no plano 
sagital com as duas pernas estendidas à frente.
( ) Elemento realizado no plano frontal, conhe-
cido popularmente como estrelinha.
( ) Elemento estático, em que deve-se manter 
o peso do corpo sobre os ombros, pescoço e ca-
beça.
( ) Movimento que se inicia de forma estática 
e com inversão de eixo, depois se deve colocar 
o queixo no peito e ir flexionando os braços de 
maneira que o corpo vá formando a posição gru-
pada, para depois levantar.
( ) Movimento de rotação para trás no plano 
sagital. Inicia-se com a flexão do tronco para trás 
até tocar o solo e fazer a passagem do corpo 
com apoio dos braços. 
3. Assinale o movimento que, para sua execução, 
é importante que o aluno aprenda o elemento 
conhecido popularmente como “elefantinho”:
a. Rodante.
b. Roda.
c. Parada de mãos.
d. Parada de cabeça.
e. Reversão para trás.
4. Sobre o rolamento para frente grupado, assi-
nale o que for correto.
a. Durante a execução é importante que o exe-
cutante mantenha o corpo estendido e com-
pletamente aberto.
b. É importante que, ao executar, o aluno mante-
nha o queixo no peito do começo ao fim e não 
encoste a cabeça no solo.
c. O aluno deve executar o rolamento completo 
com as pernas estendidas.
d. No início o aluno deve ter um desequilíbrio para 
trás de forma que o ajude a rolar para trás.
e. A posição inicial deste movimento é com as 
pernas estendidas e afastadas.
5. Sobre o elemento corporal roda, assinale o que 
for correto:
a. No momento da execução, o aluno deve colo-
car o queixo no peito.
b. O aluno deve, no momento inicial da execu-
ção, lançar de forma enérgica a perna livre e 
apoiar as mãos no solo na mesma linha em 
que o movimento acontece. 
c. Durante o movimento, o aluno deve ter pe-
quenas paradas.
d. Na aterrissagem, o aluno deve chegar com as 
pernas unidas.
e. O aluno deve ter boa flexibilidade de coluna, 
pois precisa fazer um arco com as costas, se-
melhante a uma ponte.
192 
LEITURA
COMPLEMENTAR
A GACRO tem três princípios fundamentais que a carac-
terizam: a formação de fi guras ou pirâmides humanas; 
a execução de acrobacias, elementos de força, fl exibili-
dade e equilíbrio para transitar de uma fi gura à outra; a 
execução de elementos de dança, saltos e piruetas ginás-
ticas como componente coreográfi co. 
A diferença entre praticar a GACRO e outras modalida-
des gímnicas está no fato de as propostas estarem mais 
voltadas aos trabalhos entre os grupos de ginastas do 
que em performance com aparelhos, embora existam 
muitos elementos em comum, como o tumbling (sequ-
ência de exercícios acrobáticos), a força, a fl exibilidade, 
o equilíbrio e a presença de uma coreografi a (CRILEY, 
1984; BOELSEMS, 1982; NISSEN, 1991). 
A GACRO necessita de poucos materiais e tem baixo cus-
to, se comparada às demais modalidades ginásticas (AL-
MEIDA, 1994; CRILEY, 1984; NISSEN, 1991). Em situações 
competitivas, são utilizados somente o tablado e os col-
chões de segurança ou de lançamento; nos treinamen-
tos, colchões simples, cintos de auxílio, pedestais, medi-
cine balls e simuladores de parceiros, além de materiais 
de apoio como plintos, espaldares, cavalos, entre outros. 
Outro diferencial é que a modalidade pode ser desenvol-
vida com ginastas de diferentes estruturas físicas. Esta 
característica particular permite a longevidade da parti-
cipação esportiva e pode desencorajar a especialização 
precoce que, não raras vezes, ocorre em certas modali-
dades esportivas. 
Quanto aos seus benefícios, os praticantes desta mo-
dalidade podem ser favorecidos pela aquisição de no-
ções espaço-temporais, da esquematização corporal, 
do controle motor, da fl exibilidade, da coordenação 
estática, da coordenação coletiva, do equilíbrio, da for-
ça e da resistência muscular localizada, da cooperação, 
da autonomia, do prazer e da autoconfi ança (ALMEIDA, 
1994; ASTOR, 1954). Além disso, experiências corporais 
valiosas e enriquecedoras para a cultura corporal do ho-
mem são conseguidas por meio da prática das atividades 
ginásticas (LEGUET, 1987; SOARES, 1998; SOUZA, 1997; 
GALLAHUE; OZMUN, 2005). 
Nissen (1991, p. 36-37) aponta vinte vantagens da GA-
CRO com relação às demais modalidades ginásticas com-
petitivas. As mais relevantes estão explanadas a seguir: 
• Idade: não há limite de idade e muitos atletas de 
alto rendimento têm sua carreira estendida até 
os 30 anos.
• Peso corporal e biótipo: não há pressão para 
manter o peso baixo, pois os bases, atletas que 
sustentam as pirâmides, podem ter um peso cor-
poral maior. Além disso, não há um padrão de 
corpo (biótipo) exigido, o que torna a carreira em 
GACRO mais longa.
• Cooperação: por ser uma modalidade realizada 
em grupos e necessitar de interação entre os par-
ticipantes, a rivalidade pessoal é diminuída. 
 193
LEITURA
COMPLEMENTAR
• Sociabilização: não há divisão entre sexos nos 
treinamentos. Sendo assim, a co-educação dimi-
nui os preconceitos de gêneros e de diferenças 
individuais. 
• Sincronismo: por todas as provas serem reali-
zadas em duas ou mais pessoas, a preocupação 
com o sincronismo das ações é frequente, melho-rando o trabalho em equipe. 
• Atratividade dos espectadores e da mídia: 
devido ao trabalho de grupos, maiores alturas, 
variedades de movimentos e posições são de-
monstradas, atraindo os espectadores e, conse-
quentemente, a mídia. 
• Oportunidades: por ser uma modalidade jovem, 
o mercado ainda não está saturado e chegar ao 
alto nível parece ser mais acessível. Além disso, 
o mercado de trabalho para técnicos, árbitros e 
dirigentes está em expansão. 
• Ambientes: por não necessitar de aparelhagem, 
apenas dos parceiros, a GACRO pode ser pratica-
da em praias e gramados, por exemplo.
• Imagem: não há o preconceito social de que não 
é uma atividade para homens e muitos deles se 
fascinam pela ideia de levantar meninas ao invés 
de pesos. 
• Programas: muitos ginastas aposentados de ou-
tras modalidades podem ser inseridos no progra-
ma de GACRO, ampliando as possibilidades para 
clubes, escolas e associações. 
• Equipes: o número de participantes das equipes 
é grande (13 atletas), ampliando as possibilida-
des para os ginastas. 
Por estes fatores, a Ginástica Acrobática tem se legiti-
mado como uma modalidade esportiva relevante para 
o universo ginástico e esportivo, preenchendo algumas 
lacunas importantes, deixadas por outras modalidades 
ginásticas competitivas. 
Além disso, alguns autores apontam as contribuições 
da GACRO para a dança e para as líderes de torcida, 
mais presentes na cultura americana (DOUGLAS, 1982; 
FRIEND, 1990b). Acrescentamos ainda as contribuições 
para as outras modalidades ginásticas, especialmente 
para a Ginástica para todos e para a Ginástica Aeróbica.
Fonte: Merida, Nista-Piccolo e Merida (2008, p. 160-162).
Por meio da leitura desse trecho retirado do artigo “Re-
descobrindo a ginástica acrobática”, podemos observar 
que os autores nos indicam os pontos positivos para o 
desenvolvimento da modalidade Ginástica Acrobática, 
valorizando-a como uma prática ginástica que deve ser 
promovida e disseminada nos diferentes espaços.
GINÁSTICA 
194 
Fundamentos Básicos da ginástica acrobática com-
petitiva
Jorge Sergio Perez-Gallardo e Lucio Henrique Rezende Azevedo.
EDITORA: Autores Associados
ANO: 2007
SINOPSE: A Ginástica Acrobática, derivada de manifestações ar-
tísticas de culturas asiáticas, é uma das mais antigas práticas es-
portivas, que com o passar dos anos se foi transformando numa 
modalidade esportiva de grande impacto e aceitação no âmbito 
mundial. Na obra encontram-se todas as metodologias para a 
aquisição das formas básicas da Ginástica Acrobática, com fun-
damentos teóricos necessários para iniciar esta modalidade de 
forma competitiva ou como base para as modalidades artísticas 
que se utilizam de acrobacias, tais como o circo, a ginástica geral 
e a dança. Esta obra está destinada a professores de Educação 
Física que atuam no âmbito escolar e em academias, interessa-
dos no desenvolvimento da Ginástica Acrobática tanto no meio 
educativo quanto na prática esportiva.
Manual de ajudas em ginástica
Carlos Araújo
EDITORA: Fontoura
ANO: 2012
SINOPSE: Este livro aborda as ajudas em Ginástica, com foco 
na Ginástica Artística, passando por diferentes aparelhos (solo, 
saltos de cavalo, barra fi xa e paralelas assimétricas, cavalo com 
alças, argolas, paralelas e trave). Há também um capítulo fi nal 
com exercícios para preparação física (fl exibilidade, força e ve-
locidade). Cada fi cha está estruturada conjugando texto com 
ilustrações e sempre apresenta os aspectos técnicos mais im-
portantes, os erros mais frequentes, as ações motoras predomi-
nantes, a ajuda e várias situações de aprendizagem.
 195
referências
1 Em: <http://www.fig-gymnastics.com/site/>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
2 Em: <http://osorrisodobem-estar.blogspot.com.br/2014_02_01_archive.html>. 
Acesso em: 10 de jul. de 2016.
ARAÚJO, C. Manual de ajudas em ginástica. 2. ed. Jundiaí-SP: Fontoura, 2012
GALLARDO, J. S. P.; AZEVEDO, L. H. R. Fundamentos Básicos da Ginástica 
Acrobática Competitiva. Campinas-SP: Autores Associados, 2007.
MERIDA, F.; NISTA-PICCOLO, V. L.; MERIDA, M. Redescobrindo a ginás-
tica acrobática. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 155-180, 
maio/ago. 2008.
Referências On-Line
196 
gabarito
1. B. 
2. B, C, A, D, E. 
3. D.
4. B. 
5. B.
UNIDADEUNIDADE V
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª. Me. Fernanda Soares Nakashima
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Características e princípios fi losófi cos da Ginástica para 
Todos
• Aspectos históricos sobre o circo como manifestação 
artística 
• Os conteúdos do circo e sua aplicação nos diferentes 
contextos
• Possibilidades de confecção de materiais alternativos na 
Ginástica e atividades circenses
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a Ginástica para Todos (GPT), seus princípios 
fi losófi cos e as possibilidades metodológicas de construção 
coreográfi ca.
• Refl etir sobre a história do circo e seus desdobramentos na 
sociedade.
• Aproximar-se dos conteúdos presentes no circo e das 
possibilidades de trabalho nos diferentes espaços. 
• Conhecer as possibilidades de confecção de materiais 
alternativos para as práticas gímnicas e circenses.
GINÁSTICA PARA TODOS;
ATIVIDADES CIRCENSES E
MATERIAIS ALTERNATIVOS
V
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a). Seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos modalidades 
que contêm elementos ginásticos e se caracterizam por não serem competi-
tivas, além de aprender a confeccionar materiais alternativos no contexto da 
Ginástica e Circo.
Primeiro vamos conhecer a Ginástica para Todos (GPT), que até 2007 rece-
bia o nome de Ginástica Geral. Ela é reconhecida pela FIG e tem como proposta 
a interação entre os sujeitos e uma prática voltada para o prazer/lazer. Seu foco 
está no processo e não no produto final.
Em seguida vamos estudar as atividades circenses. É um conteúdo que faz 
parte das aulas tanto de Arte quanto de Educação Física, uma vez que são con-
teúdos que se aproximam e possuem elementos que podem ser trabalhados de 
diferentes formas, sejam por seus aspectos históricos ou acontecimentos que fo-
ram estruturando essa prática e a tornaram uma manifestação artístico-cultural 
que deve ser valorizada, reconhecida como uma produção humana. Será possível 
a partir dos estudos desse tópico conhecer o processo histórico do circo, apro-
ximar-se dos diferentes conteúdos que podem ser trabalhados nos diferentes 
contextos, dividindo-os em quatro partes didático-pedagógicas: acrobacias, 
manipulações, equilíbrios e encenação. O trabalho com esses elementos pro-
porcionará, além da melhora nas habilidades coordenativas, conhecimentos e 
controle do corpo, além da capacidade comunicativa e expressiva do aluno.
Por fim, apresentaremos diferentes possibilidades de construções de ma-
teriais alternativos para a Ginástica Rítmica, Ginástica Artística e atividades 
circenses. Essas sugestões vêm no sentido de suprir a carência de materiais 
presentes em muitas realidades.
Sendo assim, vamos ao trabalho!
GINÁSTICA 
202 
Caro(a) aluno(a), neste tópico falaremos sobre a 
Ginástica para Todos (GPT). Como o nome já diz, 
esta é a modalidade gímnica (a palavra “gímnica” é 
o mesmo que ginástica) que busca ser inclusiva ao 
permitir que qualquer pessoa possa ser ginasta, in-
dependente de idade, sexo, limitações motoras ou 
habilidades. Primeiramente, apresentaremos as ca-
racterísticas desta prática, diferenciando-a das de-
mais, bem como os princípios fi losófi cos que nor-
teiam o trato com a GPT. 
A Ginástica para Todos nem sempre recebeu este 
nome. Inicialmente, conhecida e difundida como 
Ginástica Geral (General Gymnastics- GG), teve seu 
nome alterado parao atual Gymnastics for all ou Gi-
nástica para Todos (GPT) recentemente, pela Fede-
ração Internacional de Ginástica (FIG), em 2007, a 
fi m de trazer o entendimento de que esta modali-
dade é voltada para todos, sem restrição de idade, 
sexo, classe social, limitações de qualquer natureza 
ou experiências prévias (FIG, 2009, p. 8, on-line)2. O 
antigo nome (Ginástica Geral) permitia a confusão 
de que se tratava de ginástica em geral, fazendo com 
que qualquer tipo de atividade, sem características 
gímnicas, fossem confundidas com GG. Sendo as-
sim, o nome Ginástica para Todos foi considerado 
mais esclarecedor e adequado para expressar o que 
esta prática visa oferecer.
Fiorin-Fuglsang e Paoliello (2008) consideram 
a GPT uma modalidade que resgata a Ginástica do 
passado, praticada em busca de prazer, alegria e sem 
a preocupação com desempenhos ou recordes. O fato 
de ser uma modalidade não competitiva permite que 
esta seja mais abrangente em relação aos seus prati-
cantes, que buscam na ginástica viver com melhor 
qualidade de vida e aumentar o convívio social. A 
GPT é a única modalidade de caráter demonstrativo 
(não competitivo, somente para apresentações) ofi -
cializada pela Federação Internacional de Ginástica.
Características e 
Princípios Filosófi cos 
da Ginástica Para Todos
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 203
Dessa forma, temos uma modalidade ginástica que 
engloba diferentes praticantes e diferentes manifes-
tações artísticas, expressivas, esportivas e corporais. 
PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DA GINÁSTI-
CA PARA TODOS
Por sua característica não competitiva, a Ginástica 
para Todos é uma das modalidades ginásticas mais 
adequadas para o contexto escolar, uma vez que é 
inclusiva e, de certa forma, engloba todas as outras 
modalidades ginásticas. 
A definição dada pela FIG sobre a GPT, presente 
no Gymnastics for all regulations manual (2009, p. 
3, on-line)2 diz que a Ginástica para Todos oferece 
uma variedade de atividades adequadas a todos os 
gêneros, faixas etárias, habilidades e origens cultu-
rais. A Ginástica para Todos contribui para a saú-
de, boa forma e bem-estar físico, social, intelectual e 
psicológico, com foco no divertimento, na atividade 
física e na amizade. Suas atividades englobam todas 
as modalidades do campo da Ginástica, com ou sem 
aparelhos, da dança, dos jogos, considerando as ca-
racterísticas nacionais e culturais. 
Outra definição a ser considerada é a do Grupo 
de Pesquisa em Ginástica Geral da FEF/Unicamp, 
que a entende como: 
[...] uma manifestação da Cultura Corporal que 
reúne as diferentes interpretações da Ginástica 
(Natural, Construída, Artística, Rítmica, Aeró-
bica etc.) integrando-as com outras formas de 
expressão corporal (Dança, Folclore, Jogos, Te-
atro, Mímica etc.) de forma livre e criativa, de 
acordo com as características do grupo social e 
contribuindo para o aumento da interação so-
cial entre os participantes (PÉREZ-GALLAR-
DO; SOUZA, 1997, p. 35).
Ainda, podemos encontrar a definição de Barbosa-
-Rinaldi e Teixeira (2011) , p.19), que afirmam que: 
[...] esta que é uma modalidade não competiti-
va congrega um vasto campo de manifestações 
da cultura corporal, tais como ginástica, dança, 
artes circenses, entre outras, o que lhe conferem 
um significado inusitado na contemporaneida-
de, visto que em tempo de especializações a 
ginástica geral caminha na direção de amplia-
ção de possibilidade corporais (BARBOSA-RI-
NALDI; TEIXEIRA, 2011, p. 19).
É importante lembrar que mesmo sendo a 
Ginástica para Todos a mais adequada para 
o contexto escolar, as demais modalidades 
devem ser trabalhadas junto aos estudantes . 
REFLITA
Além disso, a proposta de trabalhar com a Gi-
nástica para Todos não se dá apenas no sentido 
do aluno conhecer ou praticar ginástica, mas sim 
que esse processo tenha transformação na cons-
tituição desse aluno como sujeito. Parra-Rinaldi 
e Paoliello (2008) ao falarem sobre o Grupo de 
Ginástica Unicamp baseando-se nos estudo de 
Ayoub (1998) destacam que trata-se de uma pro-
posta que “enfatiza o ser humano, o educando, 
que tem como preocupação a preparação de in-
divíduos criadores de suas próprias ações, e não 
simples reprodutores, e para qual o professor é de 
orientador/facilitador” (PARRA-RINALDI e PA-
OLIELLO, 2008, p. 25). Nesse sentido, o(a) pro-
GINÁSTICA 
204 
fessor(a) deve proporcionar ao aluno situações 
que o levem a criar, de maneira que ele não tenha 
apenas uma autonomia corporal, mas também te-
nha uma autonomia de vida, de maneira que ele 
seja capaz de escolher e gerenciar as atividades 
que mais lhe agradem. 
Segundo as autoras, baseando-se na pesquisa de 
Souza (1997), o(a) professor(a) deve ter um papel 
relevante no desenvolvimento de valores humanos, 
respeito às normas e leis do grupo e da sociedade, 
criatividade, espirito crítico, honradez, afetividade, 
liberdade, disponibilidade para estar a serviço do 
grupo e não o grupo a seu serviço. Nesse sentido, 
a Ginástica para Todos deve proporcionar um diá-
logo do ser humano com o mundo, ressignifican-
do seus movimentos gímnicos. Isso pode se dar a 
partir da valorização das experiências do sujeito no 
processo de ensino-aprendizagem e da valorização 
das relações sociais dentro do grupo por meio de 
um trabalho coletivo. 
Dessa forma, deve-se valorizar todos os co-
nhecimentos prévios desses alunos de maneira 
que possam, a partir de suas características indi-
viduais e pessoais, contribuir com o coletivo. Por 
exemplo, se eu tenho estudantes que já possuem 
experiências corporais com dança, futebol, que 
tenham um conhecimento aprendido em sua an-
tiga cidade, ou algo que os demais não saibam, 
isso deve ser compartilhado para que, a partir 
dessa relação, todos aprendam e possam conhe-
cer as individualidades de cada um. Além disso, a 
exploração de materiais diferentes permite que se 
tenha a interação social entre eles e a socialização 
de movimentos. 
Outra maneira que promove uma interação social e 
o despertar da criatividade é a escolha ou confecção 
dos materiais alternativos e montagem coreográfica. 
A ideia é que todos contribuam e colaborem com 
esse processo, de forma que ele se dê de maneira co-
letiva e com a participação de todos. 
Parra-Rinaldi e Paoliello (2008) destacam que: 
Entendemos que, por meio da socialização 
de movimentos, o ser humano estará intera-
gindo com o grupo de forma a aumentar sua 
vivência de inúmeras possibilidades de mo-
vimentos, além da interação social, estabele-
cendo códigos de convivência mútua. Outra 
possibilidade interessante nessa metodologia 
é que a adaptação de materiais proporciona 
a criatividade, em um desafio constante para 
experiências novas. A utilização de materiais 
não tradicionais também se transforma num 
fator propício para que a Ginástica Geral seja 
desenvolvida na escola, haja vista a facilidade 
em se trabalhar, pois o material está na escolha 
do possível, podendo ser buscado até mesmo 
na natureza [...] (PARRA-RINALDI e PAO-
LIELLO, 2008, p. 27). 
Como a Ginástica para Todos permite o uso 
de diferentes materiais (oficiais ou alternati-
vos), quando falamos em “explorar” queremos 
dizer que esse material deve ser usado de 
diversas formas, criando e descobrindo for-
mas de usá-lo de maneira ginástica ou não. 
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 205
Nesse sentido, temos inúmeras possibilidades de 
criação, adaptação e desenvolvimento da Ginástica 
para Todos de forma que seus principíos filosóficos 
sejam desenvolvidos e não tenhamos apenas alunos 
que praticam ginástica, mas sim possamos contri-
buir com seu desenvolvimento humano, social e 
psicológico por meio de uma prática ginástica in-
clusiva e não competitiva, feita pelo lazer/prazer, 
que não vise ao produto final, mas sim ao processo. 
Por isso, no próximoitem falaremos sobre o 
processo de construção coreográfica, valorizando 
o processo e reconhecendo a coreografia como um 
desdobramento desse percurso.
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS DE 
CONSTRUÇÃO COREOGRÁFICA
Como dito anteriormente, o processo de construção 
coreográfica se dá de maneira coletiva na Ginástica 
para Todos, diferente às vezes de coreografias com-
petitivas em que o técnico monta a série com a/(as) 
atleta(s) visando ao código de pontuação, ou uma 
coreografia feita por diretores de companhias de 
dança que montam a coreografia para os dançari-
nos. Na Ginástica para Todos isso se dá uma manei-
ra diferente - o(a) professor(a) não é visto(a) como 
coreógrafo(a), mas sim como um(a) orientador(a) 
que irá contribuir para uma construção coletiva jun-
to aos participantes. 
Por isso, antes de iniciar o processo de monta-
gem coreográfica, é preciso que seus alunos se co-
nheçam, a partir de encontros prévios, para que 
compartilhem conhecimentos individuais, sua his-
tória de vida, e que tragam elementos que posterior-
mente até possam ser incluídos no processo de cons-
trução coreografica. 
Sborquia (2008), destaca que: 
O termo “construção coreográfica” é intencio-
nal, pois a coreografia é elaborada a partir des-
sa perspectiva, em que o sujeito, agindo sobre 
a natureza, vai construíndo o mundo históri-
co, o mundo da cultura, o mundo humano. E 
a construção se faz partindo dessa relação. Os 
movimentos acontecem provenientes de uma 
intencionalidade, a qual expressa por meio 
desses movimentos em forma de linguagem 
(SBORQUIA, 2008, p. 148). 
Nesse sentido, a ideia é que cada um possa contri-
buir com sua história, sua cultura, experiência, de 
maneira que a coreografia seja quase que um mo-
saico, contendo a participação de todos. Por isso 
após as vivências, as trocas e a aproximação entre os 
participantes, deve-se decidir pela escolha do tema, 
aparelhos e música. 
Essa escolha deve se dar de maneira coletiva e refle-
xiva, uma vez que, como nos sinaliza Sborquia (2008): 
A utilização de temas na construção coreográfi-
ca possibilita ao sujeito a expressão de suas refle-
xões e sentimentos, por meio de gestos e ações, 
em torno dessa temática. A escolha de um tema 
propicia o levantamento de uma série de ideias 
a ele relacionadas. A discussão dessa temática 
pode levar a reflexões e abstrações as quais pos-
sibilitam a tomada de consciência e a efetivação 
da estética (SBORQUIA, 2008, p. 149). 
Dessa maneira, tem-se a possibilidade de criar dife-
rentes temas para o processo coreográfico. A escolha 
de um bom tema permite a facilidade de pensar nos 
materiais e nas músicas. Essa ordem pode se dar de 
uma outra forma, também - às vezes o coletivo deci-
de por um material, e esse pode determinar o tema e 
música dessa coreografia. 
GINÁSTICA 
206 
Algumas das possibilidades apontadas pelo Ma-
nual Group Performances (1997, p. 24) que podem ser 
exploradas para a criação de coreografias na GPT são: 
Grandes aparelhos:
• Aparelhos utilizados ao ar livre.
• Trampolim (“cama elástica”).
• Mini e duplo trampolim.
• Diferentes aparelhos para saltos.
• Circuito de aparelhos.
• Pista de Tumbling.
• Roda alemã.
• Diferentes aparelhos experimentais.
Aparelhos tradicionais da ginástica artística:
• Tablado de solo.
• Assimétricas.
• Trave.
• Cavalo com alças.
• Paralelas.
• Cavalo para saltos.
• Barra.
Tipos de ginástica:
• Ginástica jazz.
• Ginástica acrobática.
• Ginástica rítmica com aparelhos manuais.
• Ginástica aeróbica.
• Diferentes ginásticas de condicionamento físico.
• Ginásticas com ênfase especial.
• Ginástica para pessoas com deficiência.
• Ginástica experimental.
• Outros.
Estilos de dança:
• Folclore;
• Dança jazz;
• Rock and Roll;
• Dança moderna;
• Danças experimentais;
• Outros.
Tipos de jogos:
• Pequenos jogos (bolas de ar, paraquedas, cor-
das, diferentes bolas etc.).
• Ideias gerais para jogos (sem competição).
• Formas de jogos experimentais.
Nesse sentido, após a escolha do material, tema e 
música, é importante a exploração do mesmo. Por 
exemplo, caso o grupo escolha como material uma 
cadeira, a exploração se dará a partir de todas as 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 207
possibilidades de usar essa cadeira, como sentar, fi-
car de pé sobre ela, saltar por cima, passar por baixo, 
executar movimentos ginásticos sobre ela, como por 
exemplo fazer uma roda, uma parada de mãos, tudo 
de maneira segura e com o auxílio de um colega, 
caso seja necessário. Usar a cadeira com os pés vira-
dos para cima, com a cadeira de lado, empilhar mais 
de uma cadeira, e assim por diante, além de poder 
usar essa cadeira no meio de uma figura acrobática e 
realizar movimentos dançantes em que todos se mo-
vimentam juntos, separados e no rítmo da música. 
É muito importante que se tenha uma variação 
de movimentos ginásticos, dançantes e de coreo-
grafia. Além disso, podemos pensar em uma core-
ografia que não tenha aparelho, mas que apenas os 
efeitos provocados pelos braços, pernas e coletivo 
criem um efeito, a exemplo das ginásticas de gran-
de área, aquelas em que as apresentações aconte-
cem em campos de futebol de grandes estádios. 
Muitas vezes os participantes não possuem ne-
nhum material, porém o efeito de cores das roupas, 
dos movimentos de braços causa um efeito visual 
muito bonito e que chama a atenção. Cabe a você, 
professor(a), conduzir junto aos seus alunos o que 
é mais viável de acordo com a realidade na qual vo-
cês se encontram. 
Além disso, a questão do figurino também deve 
ser pensada, de forma que enriqueça ainda mais seu 
trabalho, seja ele feito por costureiras, mães/pais dos 
alunos ou até mesmo por eles mesmos. 
Professor(a), não esqueça que esse processo 
de criar/fazer o material, figurino, faz parte da 
formação do seu aluno. As relações sociais 
que esse momento proporciona contribuem 
para seu desenvolvimento humano. 
REFLITA
Assim, tendo escolhido um tema, uma música, 
com ou sem material, um figurino ou até mesmo 
o uniforme dos alunos, seus alunos e você estarão 
prontos para mostrar para os demais alunos e pro-
fessores, pais e comunidade o trabalho coletivo fei-
to na Ginástica para Todos. É importante que cada 
aluno se veja no processo coreográfico e que eles 
sintam-se parte do todo, motivando-os a refletirem 
sobre suas práticas, valorizando o respeito, o com-
panheirismo, a afetividade, a liberdade e a criati-
vidade - elementos esses que contribuirão na sua 
formação de sujeito.
GINÁSTICA 
208 
Respeitável público! Neste tópico, aprenderemos 
sobre como o circo tornou-se essa manifestação 
que conhecemos hoje. No entanto, antes disso 
devemos nos perguntar como ele surgiu e onde 
começou. Talvez ao falarmos sobre esse assunto 
você pense que ele tenha surgido em Roma com 
a demonstração das habilidades incomuns, ou na 
Grécia com as práticas atléticas, ou até mesmo na 
China pelo seu domínio com acrobacias e prepara-
ção de guerreiros. Caso você tenha pensando nis-
so, você não está errado. O erro talvez esteja em 
tentarmos definir quando exatamente o circo foi 
criado. O circo, por ser uma manifestação artísti-
ca, impede que tenhamos uma data ou local em 
que ele tenha iniciado. O que podemos afirmar é 
que esses diferentes locais tinham manifestações 
corporais que se aproximam dos elementos que 
conhecemos hoje no circo. O que devemos evitar 
é uma comparação dos dias de hoje com os de ou-
tras épocas, a exemplo do que é trazido por Miran-
da (2016) ao tratar que: 
Associar a história do circo à Roma antiga, 
pautando-se no senso comum que se prende 
ao sadismo e crueldade dos espetáculos da-
quela época, reforça a ideia de que os tempos 
atuais são “civilizados”, adiantados e superiores, 
levando a uma noção de superioridadeque é 
problemática na comparação de tempos histó-
ricos (MIRANDA, 2016, p. 26).
No entanto, elementos como a religião, combates, sa-
crifícios, festas e a reconciliação com os deuses, tal 
como eram os objetivos de Roma, são fatores que se 
fazem presentes no desenrolar do processo histórico do 
circo. Por isso, independente do local ou data em que 
esse circo tenha iniciado, em todos esses espaços tínha-
mos a presença desses elementos nos quais o aspecto 
ritualístico era o fator determinante dessas práticas.
Com o passar do tempo e muitas transforma-
ções, o circo que conhecemos hoje começa a ser 
desenvolvido no século XVIII, na Inglaterra, onde 
havia a presença de apresentações ao ar livre sobre 
o dorso de cavalos, apresentações essas conhecidas 
como apresentações equestres.
Aspectos Históricos 
Sobre o Circo Como Manifestação 
Artística
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 209
Foi então que Philip Astley, em 1768, teve a proe-
za de se apropriar dessas apresentações e colocá-las 
em um local fechado. Miranda (2016) sinaliza que 
“ele usou a medida de 13 metros de circunferência 
em recinto fechado, tamanho exato para que a força 
centrífuga ajudasse o cavaleiro a ficar de pé sobre o 
cavalo.” (MIRANDA, 2016, p. 29).
Com essa ideia, Astley começa a tornar o circo 
comercial. Antes, os espectadores assistiam a apre-
sentações de forma livre, e a partir desse tempo 
precisam pagar ingressos para assistirem aos espe-
táculos. Além disso, com o intuito de deixar o circo 
ainda mais atrativo, ele acaba contratando os artistas 
que se apresentavam nas ruas, praças e feiras para 
fazerem parte do seu espetáculo, fazendo assim com 
que o circo começasse a ter a variedade de números 
que conhecemos hoje. Mesmo com essa interação, o 
cavalo era o elemento principal das apresentações. 
Até mesmo os palhaços faziam sátiras dos números 
utilizando o cavalo como elemento articulador.
O sucesso do circo criado por Astley fez Luiz XV 
convidá-lo para se apresentar em Paris, o que fez com 
que essa manifestação ganhasse ainda mais espaço, 
disseminando-a em diferentes países como Alemanha, 
Espanha e Rússia. Segundo Bolognesi (2003, p. 34):
[...] diferentemente dos espetáculos das feiras 
ambulantes, os primeiros circos eram perma-
nentes e se instalaram apenas nas grandes cida-
des. O espetáculo circense, em seus primórdios, 
não se destinava ao público das ruas e praças, 
frequentador das feiras apreciador da cultura 
popular. Dirigia-se a aristocratas e à crescente 
burguesia.
No entanto, mesmo esse circo sendo voltado a essa 
classe, todos tinham contato com a arte equestre. 
Porém, como o cavalo representava um status social 
naquela época, era visto como símbolo de poder, o 
que não durou muito. Com o fim das guerras na-
poleônicas, muitos cavalos e soldados se tornarem 
inúteis e aquela figura de todos os artistas usando o 
cavalo foi se perdendo. Com o circo atingindo um 
público mais amplo, aquelas apresentações que antes 
eram novidade foram caindo e se tornando tediosas. 
Figura 1 - Apresentação equestre
GINÁSTICA 
210 
Os cavalos, que antes eram usados apenas nos es-
petáculos, começaram a servir também como meio 
de transporte para apresentações itinerantes, o que 
fez com que novos artistas e novos números fossem 
incluídos nos espetáculos. Assim, o circo passou a 
ter uma organização tal como conhecemos hoje, 
com artistas vivendo dessa prática e com um circo 
nômade que busca levar essa forma de arte para os 
diferentes cantos do mundo.
O CIRCO NO BRASIL 
O circo em terras brasileiras já existe há bastante tem-
po, uma vez que desde o século XVIII tem-se o regis-
tro de artistas ambulantes que já executavam números 
circenses, sendo apontadas referências a essas mani-
festações dos ciganos. Segundo Miranda (2016), já no 
século XIX os ciclos econômicos, principalmente do 
café e da borracha, estimularam a chegada ao Brasil 
de grandes circos estrangeiros que passavam pela re-
gião litorânea do país, estendendo-se muitas vezes até 
Buenos Aires. Com isso, muitas famílias decidiram fi-
car por aqui e foram se organizando, criando relações 
e fortalecendo laços de sociabilidade. Todos faziam 
tudo: vendiam pipoca, se apresentavam, cuidavam 
para que todos contribuíssem para o desenvolvimen-
to do circo, e esse circo em que a própria família gera-
va o circo ficou conhecido como circo-família.
Até hoje, em circo menores nós temos essa 
características de que o artista assume dife-
rentes funções. No momento em que não está 
em cena, está executando outras atividades 
para ajudar.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
Sobre esse assunto, Silva (1996, p. 13) destaca que: 
A organização do trabalho circense e o pro-
cesso de socialização/formação/aprendizagem 
formam um conjunto, são articulados e mutu-
amente dependentes. Seu papel como elemento 
constituinte do circo-família só pode ser ade-
quadamente avaliado se este conjunto for con-
siderado como a mais perfeita modalidade de 
adaptação entre um modo de vida e suas neces-
sidades de manutenção. Não se tratava de orga-
nizar o trabalho de modo a produzir apenas o 
espetáculo – tratava-se de produzir, reproduzir 
o circo-família.
Assim, podemos reconhecer que esse formato de 
circo, buscou garantir e reproduzir sua forma de tra-
balho. Mesmo com a inclusão de outros artistas (que 
não fossem da família) nesse universo, a perspectiva 
do trabalho buscava uma manutenção dos meios em 
que essa forma de circo se estruturava. Com essa 
forma de atuação, o circo serviu como um elemento 
que suprisse as vontades das diferentes populações 
com relação a arte e cultura. Uma vez que:
O circo brasileiro também tem sua contribui-
ção na disseminação de diferentes manifesta-
ções artísticas. As relações que aconteceram 
entre o circo e o teatro no desenrolar histó-
rico permitiram que aquelas cidades brasi-
leiras, principalmente do interior do país, 
que ansiavam por representações artísticas, 
suprissem suas vontades com o circo ou com 
uma modalidade diferenciada de espetáculo, 
como o circo-teatro. Este passa a se inserir 
nas comunidades, nos bairros e nas peque-
nas cidades como uma casa de espetáculos 
diversos que apresenta arte circense, shows 
musicais, shows humorísticos, peças teatrais 
(especialmente comédias), show com habi-
tantes locais, entre outras formas (MIRAN-
DA, 2016, p. 34-35).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 211
Esse assunto deve ser tratado em suas aulas de Edu-
cação Física para que o aluno tenha acesso a esse co-
nhecimento de forma crítica e reflexiva, uma vez que 
ele poderá conhecer e ver o circo de outra maneira 
a partir de suas aulas. Duprat e Gallardo (2010) des-
tacam que foi dessa forma que o circo foi ganhan-
do espaço até chegar aos dias de hoje da maneira na 
qual o conhecemos. Todavia, vale destacar que vive-
mos em um momento com diferentes tipos de cir-
co, ou seja, de um lado o circo tradicional que ainda 
tenta manter-se mediante todas as adversidades e 
dificuldades encontradas, e os grandes circos que a 
cada vez investem mais no espetáculo, no visual, no 
trabalho específico de artistas que muitas vezes ad-
vêm de modalidades ginásticas competitivas, fazen-
do com que o espetáculo seja cada vez mais belo e 
inesquecível. Porém, o próprio contexto faz com que 
os valores para o acesso a esses circos sejam altos, 
impossibilitando as participações de todas as classes. 
Já os demais circos acabam tendo que se manter com 
aquilo que ganham para se auto gerarem e pagarem 
todos os custos de manutenção de um circo.
O circo é considerado um fenômeno multidisci-
plinar, e muitos profissionais o observam e ana-
lisam a partir de um particular ponto de vista. O 
artista busca uma performance com um maior 
impacto, uma maior espetacularidade. O biome-
cânico analisa os princípios físicos que envolvem 
as habilidades circenses.O técnico/treinador es-
tuda as melhores estratégias e diferentes formas 
para dominar as habilidades. Já o professor ob-
serva quais e como estas manifestações desen-
volvem-se e dentre elas as que podem ser socia-
lizadas no âmbito escolar, criando metodologias 
adequadas a cada um dos diferentes contextos 
escolares (DUPRAT; GALLARDO, 2010, p. 51). 
Assim, cabe a nós, professores, proporcionarmos aos 
nossos alunos o acesso a essas manifestações histori-
camente construídas, principalmente porque o circo 
não acontece mais apenas dentro do próprio circo. 
Hoje existem diferentes locais que oferecem aulas 
de circo em academias, escolas, espaços de lazer, e 
isso se deu pela necessidade de perpetuar os conte-
údos de circo e teve início na década de 70 com a 
primeira Escola de Circo (Academia Piolin de Artes 
circenses) criada em 1977 no estádio do Pacaembu, 
em São Paulo. Segundo Castro (2005), a iniciativa 
se deu a partir dos próprios artistas circenses. Já em 
1982 surgiu a Escola Nacional de Circo no Rio de Ja-
neiro, que também tinha como proposta perpetuar a 
arte circense no país ao longo do tempo, que pessoas 
de família circense ou não tivessem a oportunida-
de de aprimoramento e que o processo de ensino-
-aprendizagem sobre o circo fosse uma extensão das 
famílias circenses, promovendo esses conhecimen-
tos de forma democrática e ampliada.
Perceba que estamos falando de dois forma-
tos de circo na atualidade. Por isso, proble-
matize esse assunto junto aos seus alunos, 
não classificando-os como melhor ou pior, 
mas como diferentes, e que ambos devem 
ser valorizados, pois, senão, corremos o risco 
de perder o circo tradicional.
REFLITA
212 
GINÁSTICA GINÁSTICA 
Nesse sentido, temos então o circo sendo disseminado e praticado em diferentes 
espaços, porém ainda carente no contexto escolar, uma vez que os professores 
não trabalham esse conteúdo por falta de conhecimento ou por não reconhece-
rem os elementos positivos de se trabalhar com o circo. Duprat e Gallardo (2010) 
trazem uma discussão sobre a importância de se trabalhar com circo. Para eles 
“o circo constitui-se como parte integrante da produção cultural e artística. Ao 
longo dos séculos ele infl uenciou modos de produzir, modos de agir e fazer arte, 
caracterizando-se como um fenômeno sociocultural” (DUPRAT e GALLARDO, 
2010, p. 55). Só esse motivo já justifi caria a presença do conteúdo de circo na es-
cola, no entanto eles ainda citam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) 
ao sinalizar que a Educação Física está organizada em três blocos: Esportes, jo-
gos, lutas e ginástica; Atividades rítmicas e expressivas; e Conhecimento sobre 
o Corpo. Para os autores, todo o contexto histórico do circo, a presença de ele-
mentos como teatro, dança, arte dos saltimbancos, música, cavaleiros e militares, 
entre outros elementos, integraria o grupo das atividades rítmicas e expressivas:
[...] que devem incluir as manifestações da cultura corporal que tem como ca-
racterística comum a intenção explícita de expressão e comunicação por meio 
de gestos, da presença de ritmos, sons e da música na construção corporal 
(DUPRAT; GALLARDO, 2010, p. 56).
 213
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Com relação ao que deve ser trabalhado nas au-
las de Educação Física, como conteúdo de circo, 
existem inúmeros elementos que fazem parte 
desse universo, e muitas vezes o(a) professor(a) 
pode não saber o que trabalhar ou como traba-
Os Conteúdos do Circo 
e sua Aplicação nos diferentes 
contextos 
Fonte: Duprat e Bortoleto (2007, p. 178).
Quadro 1 - Classificação das modalidades circenses de acordo com as ações motoras gerais
lhar. Para facilitar esse acesso e compreensão do 
que faz parte do universo do circo e uma adapta-
ção ao contexto escolar, Duprat e Bortoleto (2007) 
organizaram um quadro a partir de unidades didá-
tico-pedagógicas. 
Acrobacias Aéreas Diferentes modalidades de trapézio, tecido, lira, quadrante, corda.
Trampolim acrobático; mini-tramp; báscula russa; maca russa.
Claves, bastões, antipodismo.
Perna-de-pau, monociclo, arame, corda bamba, bicicleta, rolo
americano (rola-rola).
Paradismo (chão e mão-jotas), mão a mão (duplas,trios e grupos),
jogos icários.
Arte cênica, dança, música.
Diferentes técnicas e estilos
Malabares (bolas, claves, devil stick, diábolo, caixa, com fogo),
swing (claves e bastões), tranca, contato, ilusionismo,
prestidigitação,mágica, faquinismo, fantoches e ventriloquia.
De chão (solo), duplas, trios e grupos, banquinas, mastro chinês,
contorcionismo, jogos icários.
Corpóreas
Trampolim
de objetos
de objetos
sobre objetos
Acrobáticos
Artes corporais
Palhaço
Manipulações
Equilíbrios
Encenação
QUADRO I - CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES CIRCENSES
DE ACORDO COM AS AÇÕES MOTORAS GERAIS
GINÁSTICA 
214 
Mediante o quadro, podemos ver inúmeras ativi-
dades. Algumas exigem materiais de grande por-
te, outras de médio ou pequeno e outras que nem 
precisam de material. Duprat e Gallardo (2010) 
destacam que:
De forma geral entendemos que o papel funda-
mental da Educação Física escolar é proporcio-
nar o contato das crianças com as manifestações 
culturais existentes no circo, em um grau de 
exigência elementar, destacando as potenciali-
dades expressivas e criativas, além dos aspectos 
lúdicos desta prática. Assim sendo, as modali-
dades que necessitam de pouca infraestrutura, 
como as que utilizam materiais de pequeno e as 
que não utilizam nenhum tipo de material, são 
consideradas as de mais fácil aplicabilidade na 
escola (DUPRAT e GALLARDO, 2010, p. 63). 
Por isso, a partir de agora trabalharemos com cada 
elemento do quadro proposto pelos autores, de for-
ma que você conheça as modalidades circenses para 
apresentá-las aos seus alunos para que, diante dos 
materiais e espaços disponíveis, você possa traba-
lhar, adaptar ou apresentar esses conteúdos para sua 
turma, de acordo com a realidade na qual você esta-
rá atuando. 
ACROBACIAS 
As acrobacias são os movimentos executados por 
aqueles que buscam mostrar domínio, controle em 
determinados elementos realizados com o corpo. 
Duprat e Gallardo (2010) baseando-se nas palavras 
de Bolognesi (2003), destacam que: 
Existem numerosas definições para o termo 
“acrobacia”, ainda que indiquem que se trata 
de ações motoras não naturais, normalmente 
complexas, que tentam competir com as leis da 
Física que regem o movimento dos corpos, em 
sua maioria aprendidas pelo homem com um 
objetivo específico e com características distin-
tas das ações naturais (caminhar, sentar, correr 
etc). São ações motoras que incluem inversões 
e rotações em um ou mais eixos do corpo (DU-
PRAT e GALLARDO, 2010, p. 71). 
Por essa característica, a presença das acrobacias 
sempre fez parte do universo circense, já que sem-
pre buscaram se diferenciar dos elementos executa-
dos por todos e de forma comum. Nesse sentido, as 
acrobacias são divididas em três blocos temáticos: 
acrobacias aéreas, de solo e de trampolim. 
Acrobacias Aéreas
Nas acrobacias aéreas, como o próprio nome diz, o 
executante faz acrobacias sem contato com o solo. 
O artista/praticante está a todo o momento no ar, 
vencendo a gravidade e sustentando seu corpo com 
a sua força. 
Como exemplos das acrobacias aéreas, segundo 
Duprat e Gallardo (2010), nós temos: 
O tecido circense: trata-se de um grande pano, 
dobrado ao meio e fixado a uma estrutura de altu-
ra variada, deixando duas pontas soltas ao solo, pe-
las quais o acrobata sobe e realiza sua performance 
amarrando-se, enrolando-se, girando, por meio de 
travas e nós. Essas travas e nós são ao mesmo tempo 
os truques e as seguranças presentes na atividade. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 215
Trapézio: consiste em uma barra de madeira ou me-
tal ligada a duas cordas, um aparelho extremamen-
te simples.Existem diferentes modalidades de tra-
pézio, fixo, oscilante, duplo, de equilíbrio e de voo. 
Cada um deles tem uma especificidade, pois existem 
diferentes técnicas e equipamentos envolvidos. 
Lira: é um arco circular e de metal, uma variação do 
trapézio, no qual também podem ser executadas va-
riadas coreografias enquanto o aparelho gira em seu 
próprio eixo longitudinal. A lira também pode ter 
outras formas além da circular, como gota, estrela, 
quadrado, entre outras. 
Figura 2 - Acrobacia em Tecido
Figura 3 - Acrobacia em Trapézio Figura 4 - Acrobacia em Lira
GINÁSTICA 
216 
Corda indiana: uma grande corda suspensa. O exe-
cutante fica pendurado no alto dessa corda, preso 
pelas mãos, pés ou pescoço. A corda é girada sobre 
si mesma por uma pessoa no solo, e o artista, pendu-
rado, executa diversas coreografias. 
Acrobacias em duplas ou Double: duas pessoas fa-
zem uma coreografia em um único aparelho, que 
pode ser o trapézio, tecido ou um quadrante fixo. O 
portô é o que fica em contato com o aparelho e faz a 
sustentação para o volante pelas mãos ou pelos pés.
Figura 5 - Acrobacia em Corda Indiana  Figura 6 - Acrobacia em Dupla
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 217
Acrobacias de solo
As acrobacias de solo envolvem todos os elementos 
corporais (acrobáticos) que aprendemos nas dife-
rentes modalidades ginástica. Segundo Duprat e 
Gallardo (2010, p. 73), as acrobacias são: 
[...] movimentos extremamente elegantes e 
revelam força, agilidade, flexibilidade, co-
ordenação, equilíbrio e controle do corpo. 
Desenvolvem coragem, força, coordenação, 
flexibilidade, habilidades de saltos, destreza 
e agilidade. São apresentações de valoriza-
ção pessoal. Existem inúmeras manifestações 
acrobáticas, desde as individuais, passando 
pelas duplas, trios, quartetos e até grandes 
grupos.
Nesse sentido, todos os elementos que vimos nas 
modalidades competitivas, Ginástica Artística, Rít-
mica, Acrobática e na Ginástica para Todos que são 
executados no solo caracterizam-se como modali-
dades de acrobacias de solo. 
Acrobacias de Trampolismo 
As acrobacias de trampolinismo são os elementos 
executados em diferentes estruturas, como cama 
elástica, maca russa, báscula russa entre outras. Se-
gundo Duprat e Gallardo (2010), as acrobacias re-
alizadas nos trampolins se diferem das acrobacias 
de solo pela fase de voo, na qual o executante acaba 
conseguindo, a partir do impulso dos diferentes apa-
relhos, atingir altura de 3 até 8 metros, executando 
assim saltos mortais, duplos, quádruplos mortais e 
piruetas das mais variadas. 
Figura 7 - Acrobacia em Trampolim
Manipulações: a classificação dos elementos de 
manipulação se dá de acordo com movimentos que 
são feitos a partir do controle das ações motrizes 
que estão envolvidas com a manipulação de objetos 
no ar (lançamento e recuperação) ou na possibili-
dade de ludibriar, “enganar” os espectadores a par-
tir de truques. Temos, dessa maneira, os malabaris-
mos e a prestidigitação (mágica) como elementos 
de manipulação. 
GINÁSTICA 
218 
O malabarismo: o malabarismo pode ser defini-
do como a habilidade de executar um desafio com-
plexo, desafio que muita gente não saberia realizar. 
Porém não existe manipulação ou mistério na exe-
cução. Ao assistir, é possível perceber que para sua 
prática é necessário muito treino, concentração e 
coordenação motora. 
Segundo Duprat e Bortoleto (2007), os diferen-
tes tipos de malabarismo podem ser agrupados em 
quatro diferentes categorias: 
1. Malabarismo de lançamento: 
Ação em que os malabares são lançados e logo em 
seguida recepcionados. É o tipo de malabarismo 
mais conhecido, muitas vezes, confundido como 
único, podendo ser feito com inúmeros materiais, 
principalmente lenços, bolas, bolas de rebote, cla-
ves, aros etc. 
2. Malabarismo de equilíbrio dinâmico:
Esse tipo de malabarismo é feito a partir de dois 
pontos de contato: instável e marginal. 
• O instável possui apenas um ponto de conta-
to, por exemplo, uma clave sendo equilibrada 
na ponta do dedo. 
• O equilíbrio marginal tem uma linha reta 
como contato, por exemplo, uma bola que 
descansa entre a testa e o nariz. 
Figura 8 - Malabares com Aros Figura 9 - Equilíbrio
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 219
3. Malabarismo giroscópicos: 
Os malabarismos giroscópicos são aqueles que giram 
com uma elevada velocidade sobre si mesmos, de ma-
neira que se mantenham em rotação sobre um ponto 
de contato. Por exemplo, os pratos, o diabolô e o iô-iô. 
Figura 10 - Malabarismo com Diabolô
Prestidigitação: a prestidigitação é o termo que 
se dá para a realização de diferentes números que 
envolvem a manipulação de objetos e situações, de 
forma que o público não consiga saber como es-
sas “mágicas” foram realizadas. A exemplo, temos 
o desaparecimento de objetos, criação de outros, 
ilusionismos, entre outras formas que se destacam 
pela presença de truques que aparentemente se tor-
nam impossíveis. 
4. Malabarismo de contato: 
Essa forma de malabarismo se dá a partir da ma-
nipulação de um ou mais objetos em contato com 
o corpo, normalmente com giros e poucos ou pe-
quenos lançamentos. Por exemplo, bolas de contato, 
agrupamento de bolas (rolling) e chapéus. 
Figura 11 - Malabarismo com bola de contato
GINÁSTICA 
220 
Equilíbrios Corporais (corpo em movimento e 
superfícies instáveis): o equilíbrio corporal se dá a 
partir da capacidade de manter o corpo e/ou cor-
po-objeto em uma posição de controle, em que o 
executante deverá ter concentração, coordenação e 
consciência corporal. Segundo Duprat e Gallardo 
(2010, p.114), 
[...] o equilíbrio corporal relaciona-se com 
as leis físicas que intervêm na execução de 
uma tarefa motora, ou seja, tem relação com 
as superfícies de apoio, com a localização do 
centro de gravidade do corpo, com a forma 
com que o peso do corpo está distribuído na 
superfície de apoio e com a qualidade das es-
truturas orgânicas. O equilíbrio, no entanto, 
deve ser entendido como um estado psicoe-
mocional, influenciando a execução de tare-
fas motoras que requerem controle postural e 
demandam certo grau de atenção no controle 
do corpo e/ou no transporte de objetos. 
As atividades de equilíbrio corporal devem conside-
rar diferentes formas de equilíbrio, como os estáti-
cos e dinâmicos. Segundo os autores, existem quatro 
tipos de equilíbrios: 
[...] equilíbrio do corpo em movimento (pés 
de lata e perna de pau), equilíbrio do corpo em 
superfícies instáveis (rola-rola e corda bamba), 
equilíbrio de objetos no corpo (malabarismo) 
e a junção destes diferentes tipos de equilíbrio: 
perna de pau com malabarismo, rola-rola com 
malabarismos e etc (DUPRAT; GALLARDO, 
2010, p. 114). Figura 12 - Equilíbrio (perna de pau, pé de lata, rola-rola, corda bamba, 
slack line) 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 221
Encenação: a proposta da encenação nas atividades 
circenses engloba o despertar de elementos ligados 
a criatividade, expressão corporal e comunicação. 
Nela, o aluno pode criar situações, interpretar e dar 
asas à sua imaginação. Segundo os autores, essas 
atividades devem ter como foco central a interação 
social, uma vez que o objetivo é comunicar algo 
(pensamentos, ideias, emoções) a alguém. Nesse tra-
balho, deve-se explorar junto aos alunos elementos 
das artes cênicas, dança, mímica e música. 
O(A) professor(a) pode criar situações que le-
vem o aluno a vivenciar e criar algo novo, estimu-
lando o processo criativo e imaginativo, trazendo 
elementos do cotidiano ou que sejam inovados pelos 
alunos a partir de sua criatividade.
Palhaços: o trabalho com palhaço na escola com 
as crianças deve ser realizado no sentido de que o 
aluno conheça essa fi gura e possa valorizar o traba-
lho desse personagem. O palhaço surgiu no circo 
como um elemento articulador das cenase depois 
foi ganhando o seu espaço, até se tornar uma fi gura 
essencial para o universo circense. 
Os palhaços normalmente trabalham em duplas 
ou trios, de forma que um tem o papel de palha-
ço “branco” e o outro de “augusto” (excêntrico). O 
“branco” é o palhaço que prepara a piada, normal-
mente aparenta ser mais esperto, sua roupa é mais 
discreta, tem domínio de conhecimento e uma au-
toridade absoluta. Já o “augusto” é mais ingênuo, cai 
nas piadas preparadas pelo branco, seus movimen-
tos e roupas são mais exagerados e ele usa e abusa de 
quedas, saltos e pantomimas. 
GINÁSTICA 
222 
Tornar-se palhaço é algo complexo. Muitas pesso-
as imaginam que colocar um nariz e uma roupa é 
tornar-se palhaço, no entanto existe toda uma pre-
paração e um trabalho que nunca tem fim, pois o 
palhaço sempre tem algo a melhorar e aprimorar. 
Segundo Monteiro-Junior (2008, p. 58), 
[...] a feitura do palhaço é um ritual de inicia-
ção, e como todo ritual de iniciação requer uma 
orientação consistente sobre o processo de des-
coberta, criação e encenação do palhaço no pi-
cadeiro. Através desse ritual de descoberta é que 
o aprendiz vai compreender o estado de ser ne-
cessário para a iniciação, percebendo a comple-
xidade que tem uma criação de um palhaço. Para 
dar iniciação à feitura é necessário compreender 
e assimilar os principais conceitos e procedimen-
to ligados à linguagem e à representação cômica 
dos palhaços de picadeiro, como também fazer 
uma relação desses conceitos com a vida cotidia-
na e pessoal.
Nesse sentido, devemos refletir sobre o papel do pa-
lhaço, uma vez que ele tem como função mostrar 
que todos somos humanos, temos defeitos e nos fa-
zer pensar a partir da sua lógica, ingênua mas que 
desperta os mais diferentes sentimentos em nós. Por 
isso devemos respeitar esse ofício como uma profis-
são, e não usar nem permitir que usem o termo pa-
lhaço de forma pejorativa, como forma de insultos, 
ou uso de nariz de palhaço em manifestações. 
Os termos “branco” e “augusto” foram criados 
a partir das características desses palhaços, e 
existem diferentes histórias sobre essa origem. 
Talvez o uso do termo “excêntrico” ao invés de 
“augusto” facilite a diferenciação entre eles. 
Fonte: os autores. 
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 223
Existem alguns termos que são próprio do uni-
verso do palhaço. Monteiro-Junior (2008, p. 59) a 
partir do Roger Avanzi (Palhaço Picolino) destaca 
quatro deles: 
• Cascata: é quando o palhaço cai. Vem do 
nome da queda d’água - cascata, pois é uma 
queda fajuta, forjada, mas que deve parecer 
real. Tem que saber cair, fazer o barulho 
sem machucar. 
• Clack: uma bofetada, um tapa, que faz ba-
rulho de “clack”, pois bate uma mão na ou-
tra, simulando um tapa, tem que transmitir 
verdade. 
• Reprise: a reprise é quando se repete uma en-
trada. Não é para fazer o mesmo, mas para 
fazer palhaçadas novamente, enquanto des-
montam um aparelho. 
• Esquete: não é propriamente circense. É te-
atral, como uma peça com pouco tempo, rá-
pida. Uma história geralmente com desfecho 
engraçado. 
• Piléia: é uma piada que é preparada. O públi-
co sabe até a resposta, mas a forma, o rítmo 
em que é empregada faz com que o público 
dê risada. 
Ser palhaço é uma profissão que deve ser 
respeitada e valorizada como todas as outras. 
(Os autores)
REFLITA
Como vimos, tornar-se palhaço não é uma tarefa 
simples. Leva tempo, precisa de um mestre para 
iniciar e o sujeito deve prioritariamente querer ser 
palhaço para aceitar-se e depois deixar que esse 
palhaço surja. No entanto, nosso papel aqui não 
é formar palhaços, mas sim fazer com que nossos 
alunos conheçam essa figura e sintam-se à vontade 
com eles. 
O termo clown também significa palhaço, po-
rém a construção dessa forma de palhaço está 
mais ligada ao teatro do que ao circo. O clown 
não é um personagem, mas surge como uma 
dilatação do próprio indivíduo. 
Fonte: os autores .
SAIBA MAIS
GINÁSTICA 
224 
Assim, devemos promover o conhecimento dos nos-
sos alunos sobre o palhaço, a valorização dessa lin-
guagem e até mesmo realizar junto a eles atividades 
que explorem a criatividade, criação de um figuri-
no, maquiagem e jogos que estimulem a expressão 
corporal e de encenação, bem como a vivência de 
esquetes de palhaços. 
Nesse sentido, mediante os diferentes elementos 
que conhecemos sobre o universo do circo, podemos 
criar situações e atividades que aproximem nossos 
alunos desse contexto, de forma que eles possam re-
conhecer o circo como uma manifestação artístico-
-cultural que já existe há muito tempo e que tenta de 
todas as formas se manter, não perdendo seu espaço 
para a tecnologia ou outras demandas que acabam 
chamando mais a atenção na atualidade. Devemos 
fazer com que nossos alunos conheçam o circo, sua 
história, suas características, as diferentes modalida-
des e como é rico aprender todos os elementos que 
compõem esse universo.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 225
Olá! Nos tópicos e unidades anteriores, vimos que 
podemos praticar Ginástica e elementos do circo 
sem aparelhos, porém também falamos sobre uma 
infinidade de aparelhos (oficiais ou não) que muitas 
vezes não estão disponiveis com tanta facilidade, 
onde trabalhamos. Seria um sonho se todas as es-
colas brasileiras tivessem a quantidade e qualidade 
de materiais necessários para o desenvolvimento de 
nossas aulas. Sabendo disso e também reconhecen-
do a importância de construção de materiais alter-
nativos, visando a aprendizagem que a confecção de 
um material pode proporcionar, além da valoriza-
ção que muitas vezes se tem mais para o que é feito 
e não comprado, decidimos fazer esse tópico para 
auxiliá-lo(a) na confecção dos diferentes materiais 
usados no circo e na ginástica. 
Reconhecemos que nem tudo podemos fazer e 
que, em alguns casos, a confecção ficaria num valor 
muito alto. Por isso, elegemos alguns materiais para 
ensinarmos, e que, a partir desses outros, possam 
surgir e novas adaptações possam ser feitas. Enten-
demos que o material alternativo, como o próprio 
nome diz, é uma alternativa, e que evidentemente 
os materiais originais se justificam pela qualida-
de, durabilidade e até mesmo segurança. Todavia, 
a possibilidade de construção apresenta-se como 
baixo custo, muitas vezes com pouca diferença de 
um para o outro. 
Sobre esse assunto, Schiavon (2008, p. 169) des-
taca que: 
[...] os profissionais buscam solucionar o pro-
blema de falta de materiais específicos para as 
modalidades esportivas com as quais traba-
lham. O material pode não estar disponível 
porque tem um custo alto, ou também por-
que nos locais em que atuam não há espaço 
apropriado para a sua disposição. Dessa for-
ma, os profissionais querem sempre conhecer 
algumas alternativas, que possibilitem a ini-
ciação esportiva, principalmente quando tra-
balham em escolas. Geralmente, nesse espaço 
de atuação, a aquisição de material esportivo é 
mais difícil e os profissionais procuram saber 
“como” poderiam oferecer experiências signi-
ficativas no Esporte, utilizando-se de materiais 
alternativos. 
Partindo desses princípios é que organizamos a 
construção de materiais alternativos em três tópi-
cos: aparelhos da Ginástica Rítmica, aparelhos da 
Ginástica Artística e materiais alternativos nas Ati-
vidades Circenses. 
APARELHOS DA GINÁSTICA RÍTMICA 
Como vimos nas unidades anteriores, a Ginástica 
Rítmica possui cinco aparelhos: corda, bola, arco, 
maças e fita. 
Possibilidades de Confecção 
de Materiais Alternativos 
na Ginástica e Atividades Circenses
GINÁSTICA 
226 
Corda
O aparelho corda é um aparelho do universo infantil 
e de baixo custo, por isso, grande parte dos locais 
de atuação. Uma opção é adquirir um rolo de cor-
da e cortar nos tamanhos dos aluno, dando umnó 
nas pontas, e uma outra opção mais em conta é fazer 
uma corda com jornais. 
Materiais: 
• 10 folhas de jorna.l 
• Fita adesiva. 
Como fazer: 
Vá fazendo rolinhos com todas as folhas, depois, 
junte-os fazendo com que fiquem com o formato 
e tamanho semelhante aos de uma corda. Depois, 
passe a fita por toda a extensão para que não solte e 
fique protegida. Com esse material, é possivel fazer 
os movimentos de saltar por dentro, circundução, 
rotação, lançamentos/recuperações, véus etc.
Figura 13 - Corda
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 227
Bola
O aparelho bola também é um aparelho bastante 
comum e nos diferentes espaços. Na Ginástica Rít-
mica, qualquer bola de borracha pode ser usada, no 
entanto na ausência do material podemos confec-
cionar uma de tecido. 
Materiais: 
• Retalhos de tecido diversos. 
• Meias de naylon (fina) ou meia de algodão. 
• Linha e agulha. 
Como fazer: 
Juntar os tecidos e colocar no fundo da meia de 
naylon (uma perna de meia). Depois de encher na 
quantidade que fique do tamanho de uma bola de 
GR, torça a meia para que feche o local em que você 
colocou o tecido, desvire a meia encapando a bola 
várias vezes, até que finalize. Costure sobre com a li-
nha e a agulha. Essa bola permite fazer praticamente 
todos os movimentos tecnicos do aparelho, com ex-
ceção apenas das quicadas. 
Figura 14 - Bola
GINÁSTICA 
228 
Arco
O Arco também é um aparelho de fácil acesso. Sua 
confecção pode se dar por meio de mangueiras, con-
duítes e deve ter aproximadamente 50cm. 
Materiais: 
• Uma mangueira ou conduíte.
• Um conector de mangueiras. 
• Fitas decorativas. 
Como fazer
Deixe a mangueira de forma arrendonda e no tama-
nho necessário. Una as pontas usando o conector, e 
caso seja necessário, queime as pontas para facilitar 
a entrada do conector e sua fixação. Depois, decore 
de acordo com seu gosto. 
Maças
As maças são os aparelhos mais distintos e que nor-
malmente nao sao tao fáceis de encontrar. Porém, é 
possível sua confecção e utilização de maneira bem 
semelhante. 
Materiais: 
• Duas garrafinhas pet de refrigerante (Pitchu-
la) 250ml. 
• Dois cabos de vassoura com 45cm. 
• Fita adesiva. 
• Jornal. 
Como fazer: 
Lave as garrafinhas e tire o rotulo, coloque um pou-
co de jornal (normalmente uma folha) dentro para 
dar um pouquinho peso. Depois, encaixe o cabo de 
vassoura no bocal da garrafa, colocando uns 4cm 
para dentro da garrafa. Caso o cabo não entre, você 
pode lixar ou, caso fique com folga, você pode pas-
sar a fita ao redor dele para que fique firme. De-
pois, é só decorar com fitas adesivas coloridas ou 
pintura. Todos os movimentos são possíveis com 
esse aparelho. 
Figura 15 - Arcos
Figura 16 - Maças
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 229
Fita
Por fim, há o aparelho fita, que encanta por sua be-
leza, mas também não é tão fácil de se encontrar. A 
adapação da fita pode ser feita de duas formas: uma 
com a fita de cetim semelhante à oficial e outra com 
crepon ou TNT, sendo essas mais frágeis, podendo 
ser usadas poucas vezes. Por isso, a descrição que 
traremos aqui será da fita de cetim. Para fazer a de 
crepon ou TNT, deve-se cortar o papel de forma se-
melhante a uma fita com 5 m e colar na ponta de 
uma vareta leve e fina, com 35cm. 
Materiais: 
• Uma fita de cetim ou seda com aproximada-
mente 7cm de largura e cinco ou seis metros 
de comprimento (pode-se tentar improvisar 
com tiras de toalhas de mesa velhas ou len-
çóis). 
• Um girador (ou clipes) e um gancho (encon-
trado em casas de pesca).
• Um parafuso com ponta em circulo. 
• Um ilhós. 
• Um bambu fino, ponta de uma vara de pesca 
ou vareta de madeira com 35cm. 
Modo de fazer: 
Dobrar um metro da ponta da fita e costurar para 
dar peso, depois, colocar um ilhós na ponta para en-
caixar as outras peças. Pegar a vereta, bambu ou vara 
de pesca e encaixar o parafuso com ponta em cir-
culo, depois, colocar o girador e o gancho, prender 
na fita e está pronto. Não esqueça de queimar um 
pouco a ponta da fita para que não fique desfiando. 
230 
GINÁSTICA 
Figura 17 - Fita
Essas foram algumas sugestões para a confecção dos aparelhos da Gi-
nástica Rítmica. Você, professor(a), pode ter outras ideias a partir des-
sas, o importante é criar e trabalhar esse conteúdo com os alunos. Lem-
bre-se: falta de material não pode ser um motivo para não trabalhar 
com a modalidade. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 231
APARELHOS ALTERNATIVOS DA GINÁS-
TICA ARTÍSTICA 
Como aprendemos na unidade 3, a Ginástica Ar-
tística é uma modalidade que chama a atenção pela 
presença de aparelhos de grande porte e pelas difi-
culdades dos movimentos corporais, por isso, trou-
xemos aqui algumas das diferentes possibilidades de 
adaptação dos materiais. 
Solo: para aprendizagem dos elementos de 
solo, o que precisamos normalmente são os col-
chões. Por isso, caso não os tenha em seu local de 
trabalho não tenha colchões, uma possibilidade é 
adaptá-los. Destacamos que os colchões oficiais 
possuem uma densidade diferente, o que aumen-
ta o tempo de duração e eleva os custos. Assim, 
entendendo que, para a iniciação, um colchão co-
mum é suficiente. A proposta trazida por Schiavon 
(2008) é que sejam comprados colchões de solteiro 
em lojas de móveis usados e que se coloque uma 
capa impermeavél. Outra opção é solicitar col-
chões e até mesmo costureiras para ajudar na con-
fecção das capas, ou os próprios alunos, fazendo 
assim com que se tenha um custo ainda menor e a 
participação da comunidade nas atividades.
GINÁSTICA 
232 
Aparelhos de suspensão e equilíbrio: como apare-
lhos de suspensão, temos as barras assimétricas, as 
argolas e a barra fixa; e como de equilíbrio, a trave de 
equilíbrio. Esses aparelhos são de custo bem elevado 
e de maior porte. Segundo Schiavon (2008), as op-
ções trazidas aqui se caracterizam pelo baixo custo e 
pela facilidade de montar e desmontar. 
Exemplos: uma trave de equilibrio feita com 
dois cavaletes de madeira e um caibro de 5 m, no 
meio revestido de espuma e couro para dar seguran-
ça ao aluno. O uso do cavelate permite ter duas al-
turas: uma mais alta e outra mais baixa. Além disso, 
pode se usar bancos de madeira (banco sueco) que 
se assemelham à trave de equilíbrio. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 233
Já para a barra fixa, pode-se usar uma estrutura 
de balanço sem os ganchos, de forma que o aluno 
possa se pendurar, balancear e girar. Lembre-se de 
colocar um colchão em baixo. Outra opção é usar a 
barra fixa e as argolas que existem em alguns par-
quinhos infantis. 
GINÁSTICA 
234 
Trampolins: o trampolim é usado para dar impulsão 
e ajudar os alunos/atletas a pegar impulsão para saltar 
ou entrar em um aparelho. A forma adaptada pode 
ser feita com um pneu de caminhão usado e quatro 
câmaras de pneu de carro. Segundo Schiavon (2008), 
as câmaras devem ser cortadas de maneira que con-
tinuem em círculos (longitudinalmente), apenas reti-
rando o círculo interno (onde se localiza o bico). De-
pois, essas câmaras são dispostas ao redor do pneu de 
caminhão, formando uma tela elástica para impulsão. 
Conseguimos, a partir destes exemplos, conhe-
cer um pouco as possibilidades de materiais para 
uma modalidade que muitas vezes assusta por sua 
complexidade. No entanto, vimos que com um pou-
co de empenho é possível desenvolver alguns apare-
lhos de acordo com a realidade em que estivermos. 
MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA AS 
ATIVIDADES CIRCENSES 
Alguns dos materiais que vimos anteriormente po-
dem ser usados em uma apresentação de circo, como 
o trampolim ou até a barra fixa. No entanto, existem 
outros elementos presentes no circo que também 
podem ser adaptados. 
Malabares
Grande parte pode ser confeccionada com materiais 
de baixo custo e de fácil acesso. 
BolinhasAs bolinhas são os malabares mais comuns e mais 
acessíveis à população, principalmente pela possibi-
lidade de usar esse material por meio de bolas de tê-
nis, de meia ou até mesmo frutas. Quem nunca ou-
viu dizer de uma pessoa que faz malabarismos com 
limões? Os oficiais normalmente são de borracha e 
com um peso adequado para facilitar sua manipula-
ção. Aqui, a sugestão será a de fazer bolinhas usando 
bexigas e painço. 
Materiais: 
• Nove bexigas número 7 (três para cada bo-
linha). 
• Painço (comida de passarinho). 
• 3 saquinhos plásticos transparente 15x20. 
• Tesoura. 
Como fazer: 
Primeiro corte todas as bexigas na altura de seus 
pescoços, uns 5cm abaixo de onde se enche. Colo-
car no saco plástico o painço (quantidade que dê 
para fazer uma bolinha que caiba na mão), depois, 
amarre o saquinho e corte a ponta. É importe que 
o saquinho esteja sem ar e fique bem firme. Em se-
guida, coloque o saquinho sobre uma mesa com o 
nó virado para cima, pegue uma das bexigas e abra 
com os dedos de forma que encaixe na bolinha, 
deixando a abertura do lado contrário do nó. As 
outras duas bexigas devem ser colocadas da mes-
ma maneira. Caso sobre uma ponta, corte as sobras 
com a tesoura. Tente deixar as três bolinhas com o 
mesmo tamanho e, se possível, com cores diferen-
tes para facilitar o aprendizado. Outra opção que 
ajuda na aprendizagem devido ao tempo de voo e o 
tipo de material é tule, que também pode ser subs-
tituído por saquinhos de plásticos. 
 235
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 18 - Bolinhas
Figura 19 - Tule
236 
GINÁSTICA 
Claves 
As claves podem ser feitas de jornal, facilitando a 
aprendizagem e não oferecendo riscos aos pratican-
tes, ou de madeira e garrafa pet, semelhante à forma 
que vimos na construção das maças da GR. A úni-
ca diferença é que a garrafa usada na clave pode ser 
de 600 ml. Para fazer com jornal, deve-se usar umas 
10 folhas de jornal e fita adesiva. Use cinco folhas e 
dobre várias vezes, até que fique uma largura apro-
ximada de 4 cm, depois acrescente as outras folhas 
dando formato à clave, deixando a parte do corpo 
mais pesado e fixando tudo com fita adesiva para 
não soltar no momento dos giros. 
Materiais: 
• Duas garrafas pet de refrigerante 600 ml.
• Dois cabos de vassoura com 51cm. 
• Fita adesiva. 
• Jornal. 
Como fazer: 
Lave as garrafas e tire o rótulo, coloque um pouco 
de jornal (normalmente umas quatro folhas) dentro 
para dar um pouco de peso. Depois, encaixe o cabo 
de vassoura no bocal da garrafa, colocando uns 6 cm 
para dentro. Caso o cabo não entre você pode lixar, 
ou caso fique com folga, você pode passar a fita ao 
redor dele para que fique firme. Depois, é só decorar 
com fitas adesivas coloridas ou pintura. 
Figura 20 - Claves
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 237
Aros 
Os aros também são malabares de lançamentos e 
podem ser confeccionados com papelão. 
 Materiais: 
• Três placas de papelão de 30x30. 
• Lápis ou caneta. 
• Tesoura. 
• Fita para decorar.
Como fazer: 
Desenhar no papelão um círculo com 25cm de diâ-
metro e outro concêntrico com 28cm de diâmetro. 
Recortar o aro descrito pelos círculos e revestir o 
papelão com fi ta adesiva, a fi m de dar mais fi rmeza, 
e decorar. A medida pode ser feita a partir de um 
prato ou tampa de panela e podem ser colados mais 
de um papelão para dar fi rmeza. 
Figura 21 - Aros
238 
GINÁSTICA 
Swing 
O swing é um malabar que também é conhecido como carioca ou ba-
rangandão. Ele se caracteriza como um malabar simples e que provoca 
bastante efeito visual. Pode ser feito de crepon ou com fitas de cetim. 
Materiais: 
• Papel crepom ou fitas de cetim com um metro cada. 
• Jornal. 
• Barbante ou cordinha de nylon fina. 
Como fazer: 
Dobre o jornal várias vezes em forma de sanfona, até que tenha 
cerca de 3 cm. Corte o rolo de crepom com uns três centímetros, 
abra as folhas de crepom colocando o meio da fita no meio do jor-
nal, e caso esteja fazendo com a fita faça o mesmo. Dobre o jornal 
mais uma vez para prender a fita ou crepon, fixe o jornal com o 
barbante ou cordinha de naylon, deixando uma ponta de 70 cm. 
Na outra ponta, faça um nó para colocar o dedo e permitir o giro e 
manuseio. O jornal pode ser substituído por uma bolinha de tênis 
ou de painço. Com esse material, as fitas devem ser fixas com um 
barbante e o acabamento pode ser feito com bexigas. 
Figura 22 - Swing
 239
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
GINÁSTICA 
240 
O Rola-Rola é um aparelho para trabalhar o equilí-
brio. Nele, o artísta deve se manter sobre uma placa 
de madeira de um cilindro. 
Materiais: 
• Uma prancha ou tábua com tamanho de 
30x60cm e espessura de 12 a 15 mm. 
• Duas lixas grossas. 
• Cola de contato. 
• 1 rolo (pode ser um cano de PVC, o mais fir-
me que mede de 15 a 20 cm de diametro) ou 
um tubo metálico. 
• Serra ou serrote. 
• Freios para iniciantes: 2 sarrafos com tama-
nho de 5x30 cm. 
Como fazer: 
Cortar a tábua com tamanho 30x60, pregar os freios 
(sarrafos) com recuo de 5cm das laterais, colar a lixa 
para aderência dos pés na parte de cima. 
Todas as opções trazidas aqui devem ser acompa-
nhadas pelo(a) professor(a). Dependendo da idade 
dos seus alunos, você talvez tenha que ajudar grande 
parte deles, mas o importante é que eles aprendam e 
vivenciem a construção do material que será usado 
por eles. Os exemplos trazidos aqui são sugestões, 
ficando a critério do(a) professor(a) fazer adapações 
de acordo com sua realidade, desde que sejam feitos 
testes que permitam uma prática segura e possível 
para os alunos.
Figura 23 - Rola Rola
 241
considerações finais
Por meio dessa unidade, foi possível conhecermos a Ginástica para To-dos, as atividades circenses e a adaptação dos materiais alternativos. Ao estudarmos a Ginástica para Todos, vimos que ela é uma modali-dade inclusiva que permite a participação dos mais diferentes grupos, 
desde crianças, jovens, pessoas com deficiência, idosos e qualquer um que tenha 
interesse em participar. 
Aprendemos também que seus princípios filosóficos se apresentam como 
uma modalidade que não está focada no produto final, mas sim no processo, 
valorizando as capacidades de cada sujeito no coletivo, suas relações sociais e sua 
formação humana. É uma modalidade que abrange todas as outras ginásticas, os 
elementos do teatro, da dança, das lutas, jogos e brincadeiras, entre outras mani-
festações que são possíveis dentro dessa manifestação artística. 
No tópico dois, aprendemos como foi o surgimento do circo. Discutimos que 
é muito difícil determinar onde ele surgiu, isso porque o circo é uma manifesta-
ção artística que foi surgindo, e ninguém sabe ao certo quando foi. Conhecemos 
o momento em que Philip Ashley teve a ideia de colocar todos os artistas num es-
paço fechado e cobrar ingressos, característica que se mantém até os dias de hoje, 
seja nos grandes circos ou nos menores. Nesse tópico, também aprendemos quais 
são os conteúdos que existem e podem ser trabalhados nos diferentes espaços, 
dividindo-os em: acrobacias, manipulações, equilíbrios e encenações. 
E por fim, no tópico três, vimos que é possível adaptar os diferentes aparelhos 
das modalidades competitivas: Ginástica Rítmica e Ginástica Artística, além de 
aprendermos a construir bolinhas de malabares, claves, aros, que poderão ser 
feitos com os alunos, valorizando o desenvolvimento de suas habilidades e a pro-
posta de construção coletiva, utilizando materiais de baixo custo e fácil acesso, 
facilitando a possibilidade dos alunos de conhecerem os conteúdos de circo.
242 
atividades de estudo
1. Com relação à Ginástica para Todos (GPT), assinale o que for correto:
I. A Ginástica para Todos não faz parte da FIG por ser uma modalidade não 
competitiva.
II. O nome anterior da Ginásticapara Todos era Ginástica Geral (GG).
III. Para praticar Ginástica para Todos, é necessário ter uma experiência ante-
rior em Ginástica.
IV. A Ginástica para Todos possui regras rígidas e aparelhos oficiais.
V. A Ginástica para Todos valoriza as capacidades individuais e a formação 
do sujeito.
Assim: 
a. I e II estão corretas.
b. II, III e IV estão corretas.
c. II e V estão corretas.
d. II e IV estão corretas.
e. I e III estão corretas.
2. Podemos afirmar, a partir da definição da FIG, que a GPT:
a. Tem um número limitado de participantes.
b. Contribui para a saúde, boa forma e bem-estar físico, social, intelectual e 
psicológico, com foco no divertimento, na atividade física e na amizade.
c. Tem aparelhos específicos que seguem normas técnicas.
d. É competitiva e está nos Jogos Olímpicos.
e. É inclusiva, porém deve ser praticada apenas por crianças e jovens.
3. Com relação às Atividades Circenses, relacione as colunas:
a. Acrobacias.
b. Manipulação.
c. Equilíbrios.
d. Encenação.
( ) Atividades que exigem trabalho de expressão corporal, criatividade e 
imaginação.
( ) Atividades que exigem coordenação, alinhamento do corpo e concen-
tração.
 243
atividades de estudo
( ) Atividades que exigem coordenação bilateral e uso de objetos como 
claves, bolinhas etc.
( ) Atividades que colocam o corpo em inversão de eixo, executando mo-
vimentos de rotação, ou figuras corporais com duas ou mais pessoas.
4. Com relação ao trabalho de palhaço, assinale o que for correto:
I. O palhaço branco é um palhaço que se apresenta apenas em teatros e sua 
roupa e maquiagem é toda branca.
II. O palhaço excêntrico apresenta uma ingênuidade que o faz cair nas pega-
dinhas propostas pelo palhaço branco.
III. O ideal é que as crianças conheçam a linguagem do palhaço por meio dos 
seus tipos e respeite o palhaço como uma profissão
IV. O palhaço não precisa ser trabalhado com as crianças, pois algumas delas 
já possuem medo e não há necessidade de falar disso.
V. O papel do palhaço é mostrar que somos humanos, iguais, e todos podem 
ter um lado imaginativo que não pode ser esquecido. 
Assim:
a. I e II estão corretas.
b. II, III e IV estão corretas.
c. II e III estão corretas.
d. II e IV estão corretas.
e. II, III e V estão corretas.
5. Com relação aos malabarismos, relacione as colunas:
a. MALABARISMOS DE LANÇAMENTO. 
b. MALABARISMOS DE CONTATO.
c. MALABARISMO DE EQUILÍBRIO INSTÁVEL.
d. MALABARISMO GIROSCÓPICO.
( ) Malabarismo em que se sustenta uma bola o tempo todo em contato 
com o corpo.
( ) Malabarismo em que se coloca apenas uma clave na testa e a man-
tém parada. 
( ) Malabarismo feito com o Diabolô ou iô-iô. 
( ) Malabarismo em que se faz uso de bolinhas, claves e aros. 
244 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Embora já no início do século XX se observe a confi gu-
ração das primeiras escolas de circo, é somente a partir 
da década de 1970 que esse processo se expande ver-
dadeiramente. Na França, o primeiro centro de forma-
ção foi a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini, criada 
em 1974. Já em 1984, iniciam-se as atividades do Centre 
National des Arts du Cirque (Cnac), inspirado no modelo 
soviético.
No Brasil, a primeira escola de circo, Piolin, instalou-se 
em São Paulo, no estádio do Pacaembu em 1977. Em 
1982, surgiu a Escola Nacional de Circo no Rio de Janei-
ro. A partir desse momento, a multiplicação das escolas 
de circo foi um passo decisivo para a democratização do 
saber, seja para um uso profi ssional ou não. É por isso 
que a arte do circo pode, hoje em dia, ser aprendida e 
praticada por inúmeras pessoas que buscam na multi-
disciplinaridade a criação de coisas novas e diferentes. 
Provavelmente o circo nunca foi tão popular nesse sen-
tido, nunca tanta gente praticou, nunca se falou e se viu 
tanto circo.
Como já aconteceu com outras atividades, como o espor-
te, a pintura e a dança, o circo deixou de ser uma ativida-
de unicamente profi ssional (corpo espetáculo – um meio 
de trabalho). Atualmente observamos muitas pessoas 
praticando as atividades circenses como forma de lazer-
-recreação, com fi ns educativos e sociais (BORTOLETO; 
MACHADO, 2003).
É por isso que nesse momento devemos discutir as ca-
racterísticas da aplicação do circo em cada um dos âm-
bitos mencionados (recreativo, educativo, social e profi s-
sional), contextos tipicamente dirigidos aos profi ssionais 
de Educação Física. Compreender esse novo perfi l do pú-
blico, seus objetivos, necessidades, possibilidades, será 
tarefa fundamental ao profi ssional responsável pelas ati-
vidades. Consequentemente, temos de desenvolver uma 
pedagogia que dê conta dessas novas necessidades, des-
se novo espaço de atuação.
No presente artigo, interessa-nos destacar a inclusão 
das atividades circenses no contexto educacional. Nes-
se sentido, entendendo que a escola é um dos prin-
cipais meios de transmissão e produção de cultura e 
considerando o circo uma parte importante da cultura 
corporal, podemos justifi car a inclusão desse conhe-
cimento no universo educativo como um conteúdo 
pertinente. Mais especifi camente, como um conteúdo 
particular ao professor de Educação Física, responsá-
vel pela transmissão da cultura corporal (COLETIVO DE 
AUTORES, 1992).
Tendo em vista que a Educação Física tem como conte-
údos clássicos da cultura corporal o jogo, o esporte, as 
lutas, as danças e a ginástica, a arte do circo ajudará a en-
riquecer ainda mais esse legado cultural a ser ensinado 
e a formação humana de forma global, algo que defende 
Pérez Gallardo (2002).
 245
LEITURA
COMPLEMENTAR
Dessa forma, entendemos que o circo é, como nos alerta 
Invernó (2003), uma atividade expressiva, que reúne toda 
uma série de conhecimentos de alto valor educativo, que 
lhe dão coerência e justifi cam sua presença no currícu-
lo educativo. Uma atividade que requer uma pedagogia 
própria, ou ao menos preocupada com suas particula-
ridades. Todo um desafi o aos professores de Educação 
Física que abrimos para debate nesta oportunidade.
O espaço escolar
Refl etindo sobre o processo de ensino-aprendizagem, Pé-
rez Gallardo (2003) propõe uma “postura didática” do pro-
fi ssional, que deve ser adotada pelo professor para viabi-
lizar as trocas entre a cultura corporal entendida por ele 
e a cultura corporal própria do aluno, sendo fundamental 
considerar as experiências e vivências anteriores. Um po-
sicionamento que abrirá as portas para o conhecimento 
de outras culturas, sempre de forma contextualizada.
Em virtude das características do meio escolar e da 
maioria das atividades desenvolvidas com a comunida-
de, esse mesmo autor relata a existência de três formas 
de aplicação dos conteúdos da Educação Física (vivência, 
prática e treinamento), sendo que cada um deles envolve 
interesses diferentes. Na escola, estaremos trabalhando 
com apenas os dois primeiros, já que não é dever da es-
cola tratar do terceiro (PÉREZ GALLARDO, 2003).
Assim sendo, a Educação Física escolar fi ca responsável pelo 
espaço de “vivência”, tendo como objetivo central colocar os 
alunos em contato com a cultura corporal. O interesse pe-
dagógico não está centralizado no domínio técnico dos con-
teúdos, mas sim no domínio conceitual deles, dentro de um 
espaço humano de convivência, no qual possam ser viven-
ciados aqueles valores humanos que aumentem os graus 
de confi ança e de respeito entre os integrantes do grupo.
Ainda na escola, no entanto, nas atividades extracurri-
culares, podemos dar um maior refi namento no trato 
do conhecimento, dessa forma estaríamos trabalhando 
a “prática”, um espaço de livre organização dos alunos, 
em que eles escolhemos conteúdos e/ou elementos da 
cultura corporal que foram vistos na aula de Educação 
Física (em forma de vivência) e que despertaram maior 
interesse neles. O objetivo do professor de Educação Fí-
sica para esse espaço é fazer com que os alunos apren-
dam a dominar e estabilizar as técnicas de execução 
dos conteúdos escolhidos. Aqui se aumenta o tempo de 
experimentação e existe uma maior preocupação com 
a técnica (forma de execução). Cabe ressaltar que em to-
dos os âmbitos de atuação o profi ssional de Educação 
Física deve estar preocupado com a formação humana, 
independente do nível de aprofundamento, capacitando 
seus alunos numa ampla esfera de conhecimento, e per-
mitindo a todos aumentar suas possibilidades de intera-
ção com seus companheiros, assim como fazendo deles 
pessoas importantes para seu grupo social.
Fonte: Duprat e Bortoletto (2007, p. 171-189).
GINÁSTICA 
246 
Ginástica Geral: experiências e refl exões 
Elizabeth Paoliello 
EDITORA: Phorte Editora 
ANO: 2008
SINOPSE: este livro surge como resultado de pesquisas realiza-
das pelo Grupo de Pesquisa em Ginástica Geral da Faculdade 
de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (UNI-
CAMP). Criado e cadastrado no CNPq, em 1993, esse grupo de 
pesquisadores, formado por doutores, mestres, mestrandos e 
doutorandos, além de alunos de graduação que desenvolvem 
projetos de iniciação científi ca, tem se dedicado a ampliar o 
campo de conhecimento dessa área que, nos últimos anos, en-
contra-se em ampla expansão no Brasil. A Ginástica Geral, tema 
desta obra, caracteriza-se como uma atividade gímnica inclusi-
va, da qual as pessoas podem participar independentemente de 
idade, gênero, condição física ou técnica. Engloba as várias ma-
nifestações da ginástica, assim como outras formas de expres-
são corporal, como o teatro, o circo, a dança etc. Sua prática, 
de caráter participativo, livre e criativo pode ser desenvolvida 
tanto na educação formal como na informal, abrindo a possibi-
lidade de novas e enriquecedoras experiências de movimento e 
expressão para aqueles que a ela têm acesso.
Introdução à Pedagogia das atividades circenses vol. 01 
Marco Antonio Coelho Bortoleto et al.
EDITORA: Editora Fontoura
ANO: 2008
SINOPSE: esta obra apresenta os princípios elementares para 
o ensino de diferentes modalidades circenses, independen-
temente do âmbito onde eles sejam tratadas (educativo, so-
cial, recreativo ou artístico-profi ssional), assim como discute 
os fundamentos necessários para otimização do processo de 
formação corporal do artista circense (preparação corporal, 
segurança etc). 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 247
Clown e corpo sensível: dialógos com a educação fí-
sica 
Antonio Carlos Monteiro de Miranda 
EDITORA: Appris
ANO: 2016 
SINOPSE: o livro aborda questões ligadas ao tornar-se clown, 
uma tarefa aparentemente simples, mas complexa! Encontrar-
-se, aceitar-se, despir-se. Esses são alguns dos elementos neces-
sários para a constituição do clown – um momento doloroso, 
mas de extremo prazer, que desperta o olhar para o corpo im-
perfeito, ou seja, para aquele que expõe suas fraquezas e seus 
vícios, materializando-os na dimensão da arte. Percorrer esse 
caminho na Educação Física é ainda mais desafi ador, partindo 
de questões como: quais são as aproximações entre esses cam-
pos de conhecimento? Que implicações tem essa proposta na 
formação inicial? Como desenvolver um trabalho de iniciação 
clownesca? Essas e outras questões são problematizadas e es-
clarecidas no decorrer desta obra. Convido-o à montagem de 
seu fi gurino e de sua maleta de conhecimento com as refl exões 
que tocam o universo do clown e do corpo sensível.
O Palhaço 
ANO: 2011 
SINOPSE: Benjamim (Selton Mello) trabalha no Circo Esperança 
junto com seu pai Valdemar (Paulo José). Juntos, eles formam a 
dupla de palhaços Pangaré & Puro Sangue e fazem a alegria da 
plateia. Mas a vida anda sem graça para Benjamin, que passa 
por uma crise existencial e assim, volta e meia, pensa em aban-
donar Lola (Giselle Mota), a mulher que cospe fogo, os irmãos 
Lorotta (Álamo Facó e Hossen Minussi), Dona Zaira (Teuda Bara) 
e o resto dos amigos da trupe. Seu pai e amigos lamentam o que 
está acontecendo com o companheiro, mas entendem que ele 
precisa encontrar seu caminho por conta própria.
248 
referências
AYOUB, E. A Ginástica geral na sociedade contem-
porânea: perspectivas para a Educação Física Esco-
lar. 1998. 186 f. Tese (Doutorado em Educação Fí-
sica) – Faculdade de Educação Física, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas-SP, 1998.
BARBOSA-RINALDI, I. P.; TEIXEIRA, R. T. S. Gi-
nástica geral. In: OLIVEIRA, A. A. B. de et al. (Org). 
Ensinando e aprendendo esportes no Programa 
Segundo Tempo. Maringá-PR: Eduem, 2011, v. 2, 
p. 17-50. 
BOLOGNESI, M. F. Palhaços. São Paulo: UNESP, 2003.
BORTOLETO, M. A. C. et al. Introdução à pedagogia 
das atividades circenses. Jundiaí-SP: Fontoura, 2008.
CASTRO, A. V. de. O elogio da bobagem: palhaços no 
Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Família Bastos, 2005.
DUPRAT, R. M.; BORTOLETTO, M. A. C. Educação 
Física Escolar: pedagogia e didática das atividades 
circenses. Revista Brasileira de Ciências e Esporte, 
Campinas, v. 28, n. 2, p. 171-189, jan. 2007.
______; GALLARDO, J. S. P. Artes Circenses no âm-
bito escolar. Ijuí: UNIJUÍ, 2010.
FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE GYM-
NASTIQUE. Manual Group Perfomances. Moutier: 
F.I.G., 1997.
FIORIN-FUGLSANG, C. M.; PAOLIELLO, E. Pos-
síveis relações entre ginástica geral e o lazer. In: PA-
OLIELLO, E. (Org). Ginástica geral: experiências e 
reflexões. São Paulo: Phorte, 2008, p. 97-119.
MIRANDA, A. C. M.; Clown e corpo sensível: diá-
logos com a Educação Física. Curitiba: Appris, 2016.
MONTEIRO-JUNIOR, L. R. Palhaços. In. BORTOLE-
TO, M. A. C. et al. Introdução à pedagogia das ativida-
des circenses. Jundiaí-SP: Fontoura, 2008, v. 1, p. 53-76.
PAOLIELLO, E. Ginástica Geral: experiências e re-
flexões. São Paulo: Phorte, 2008.
PARRA-RINALDI, I.; PAOLIELLO, E. A ginásti-
ca geral nos cursos de formação profissional de li-
cenciatura em Educação Física. In: PAOLIELLO, E. 
(Org). Ginástica geral: experiências e reflexões. São 
Paulo: Phorte, 2008, p. 19-35.
PEREZ GALLARDO, J. S.; SOUZA, E. P. M. Ginásti-
ca Geral: duas visões de um fenômeno. In: AYOUB, 
E. et al. (Org). Colêtanea: textos e sínteses do I e II 
Encontro de Ginástica Geral. Campinas. UNICAMP, 
1997, p. 33-38. 
SBORQUIA, S. P. Construção coreográfica: o pro-
cesso criativo e o saber estético. In: PAOLIELLO, E. 
(Org). Ginástica geral: experiências e reflexões. São 
Paulo: Phorte, 2008, p. 145-165.
SCHIAVON, L. M. Materiais alternativos para a gi-
nástica artística. In: NUNOMURA, M.; NISTA-PIC-
COLO, V. L. (Org). Compreendendo a ginástica ar-
tística. São Paulo: Phorte, 2008, p. 169-181.
SILVA, E. O circo: sua arte e seus saberes – o circo 
no Brasil do final do século XIX a meados do XX. 
1996. 184 f. Dissertação (Mestrado em História) – 
Departamento de História do Instituto de Filosofia 
e Ciências Humanas, Unicamp, Campinas-SP, 1996.
SOUZA, E. P. M. de. Ginástica geral: uma área do 
conhecimento da Educação Física. 1997. 163 f. Tese 
(Doutorado em Educação Física) – Faculdade de 
Educação Física, Universidade Estadual de Campi-
nas, Campinas-SP, 1997.
 249
referências
gabarito
1 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gymnaestrada_-_d%C3%A-
9monstration_de_grand_groupe.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
2 Em: <http://www.fig-gymnastics.com/publicdir/rules/files/gfa/2009%20
GFA%20manual-e.pdf>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
1. C. 
2. B.
3. D, C, B, A. 
4. E.
5. B, C, D, A.
Referências On-Line
250 
conclusão geral
conclusão geral
Esperamos que este livro tenha contribuído para 
uma boa compreensão do universo da Ginástica,que você possa olhar para essa área de conhecimento 
com outros olhos, entendendo que a Ginástica não 
está apenas na academia, mas está também no trei-
namento, na preparação física de atletas, nos parques 
ao ar livre, nas aulas de yoga, tai-chi, nas ginásticas 
demonstrativas sem caráter competitivo, entre mui-
tas outras possibilidades que talvez não reconhecerí-
amos até estudarmos essa obra. 
No entanto, o local mais importante em que a 
Ginástica deve estar é nas escolas e onde tivermos 
a oportunidade de compartilhar esses conhecimen-
tos. Por meio da vivência dos nossos alunos das dife-
rentes práticas ginásticas existentes, é muito impor-
tante eles saiam das aulas, ao fim de sua formação, 
sabendo diferenciar uma modalidade da outra. Que 
ao verem uma apresentação na televisão saibam di-
zer aos seus familiares o que é a Ginástica Rítmica, o 
que é a Artística e o que a Ginástica para Todos tem 
como proposta. Além disso, que consigam ter con-
trole corporal, coordenação e executem os diferentes 
movimentos existentes na Ginástica que os ajudarão 
no seu desenvolvimento não só motor, físico ou cor-
poral, mas que contribuirão com sua formação como 
sujeitos, nas relações sociais, no respeito ao outro e 
na possibilidade de buscar uma formação cada vez 
melhor. 
Por isso, proporcione aos seus alunos a vivência 
não só da Ginástica, mas de todos os conteúdos da 
cultura corporal de movimento, as lutas, as danças, 
os esportes, a ginástica e os brinquedos e brincadei-
ras, de forma que eles não aprendam apenas a técni-
ca desses elementos, mas aprendam que eles podem 
ajudá-los em sua formação. Isso é o mais importan-
te no seu papel como professor(a) e é um direito do 
aluno. 
Um até logo e sucesso em nossa linda profissão, 
que não educa apenas o físico, mas sim o sujeito em 
todas as suas instâncias.

Mais conteúdos dessa disciplina